REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202502182150
Vinícius Corrêa Coelho1
Resumo
Como a expressão Força Aérea Carioca é usada de maneira jocosa no interior da própria Força Aérea Brasileira (FAB), este artigo busca analisar a relação da instituição com o município do Rio de Janeiro (RJ). Através de citações de documentos militares, governamentais, acadêmicos e jornalísticos, buscamos caracterizar como, quando e onde a FAB desenvolveu seu relacionamento com o município carioca. Como resultado, notamos que atualmente 19% de vários elementos de poder da força estão no Rio de Janeiro (RJ); que a instituição acumulou grandes propriedades no município durante a sua Primeira geração; e que seus territórios estão dispersos pelo Rio de Janeiro (RJ), mas organizados em quatro guarnições, caso único no país. Tais dados nos leva a concluir que é completamente compreensível a forma como a Força Aérea Brasileira foi geograficamente referida.
Palavras-chave: Força Aérea Brasileira. Rio de Janeiro (RJ). Território.
Abstract
Since the term Força Aérea Carioca is used jokingly within the Brazilian Air Force (FAB), this article seeks to analyze the institution’s relationship with the city of Rio de Janeiro (RJ). Through citations from military, governmental, academic and journalistic documents, we seek to characterize how, when and where the FAB developed its relationship with the city of Rio de Janeiro. As a result, we note that currently 19% of several elements of the force’s power are in Rio de Janeiro (RJ); that the institution accumulated large properties in the city during its first generation; and that its territories are dispersed throughout Rio de Janeiro (RJ), but organized into four garrisons, a unique case in the country. Such data leads us to conclude that the way in which the Brazilian Air Force was geographically referred to is completely understandable.
Keywords: Brazilian Air Force. Rio de Janeiro (RJ). Territory.
Introdução
A Força Aérea Brasileira (FAB) é uma instituição federal, que para exercer sua missão necessita estar presente em vários municípios do país. Em números, isso significa possuir tropas em pelo menos 68 desses entes subnacionais (DECEA, 2017), além de infraestruturas desguarnecidas em 81 (Brasil, 2023) dessas circunscrições territoriais.
Se levarmos em conta o conjunto de tropas e infraestruturas desguarnecidas, há a presença da força em algum município de todos os estados do Brasil. No entanto, a ocupação do território nacional pela instituição é marcada por algumas polarizações. Pelas regiões, Maia & Rodrigo (2012) apontam que “(…) em relação à Região Sudeste verificamos uma grande expressão da Força Aérea, com 42.3% das organizações militares desta arma.” (p. 133).
Pelos municípios, um dado qualitativo sobre essa distribuição é notável na tese de Moreira (2024). A respeito das experiências dos militares da reserva da FAB, a autora anotou a seguinte observação de um dos integrantes da instituição: “- A Força Aérea é praticamente no Rio de Janeiro, a gente diz: Força Aérea Carioca. (risos).” (p. 177).
A graça causada por essa constatação chamou nossa atenção, que nos fez perceber a necessidade de existir uma análise mais formal, que comprove e detalhe a veracidade da afirmação. Parte desse trabalho já está feito. Fernandes (2006), em seu artigo sobre “(…) como as instituições militares construíram e ocuparam uma parte significativa do espaço urbano do Rio de Janeiro (…)”, aponta, referindo-se à tropa, que 30% da FAB está no Rio de Janeiro (RJ).
Contudo, permanece ainda sem detalhamentos como, quando e onde a ocupação da FAB ocorreu no município. É a esse tema que nos dedicamos neste artigo, buscando divulgar um conhecimento geográfico que, apesar de ser explícito para alguns integrantes da Força Aérea Brasileira, despertaram, salvo eloquentes exceções, pouco interesse por parte dos demais cidadãos brasileiros.
Os números da Força Aérea Brasileira no Rio de Janeiro (RJ) durante o século XXI
Para enxergar a presença da FAB no Rio de Janeiro (RJ), podemos estudar oito elementos de seu poder no município: o número de (1) organizações militares; (2) oficiais-generais; (3) unidades gestoras executoras; (4) aeródromos; (5) esquadrões aéreos; (6) efetivo; (7) próprios nacionais residenciais; e de (8) hospitais.
Como esses elementos refletem, como sua própria complementação revela, relações de poder, especialmente evidentes na presença de oficiais-generais, iremos mais a frente nos referirmos aos espaços da Força Aérea Brasileira no Rio de Janeiro (RJ) como territórios, uma vez que o território, segundo Lopes (2000), “(…) é fundamentalmente um espaço definido e delimitado por e a partir de relações de poder.” (p. 78).
Logo, quanto à primeira forma de demonstração de poder, o número de organizações militares (OMs), Maia & Rodrigo (2012) apontava que o estado do Rio de Janeiro possuía, no ano da pesquisa, 86 das 333 existentes na FAB.
Levando em consideração que a pesquisa se referia ao estado, sabemos que duas organizações no estado estavam fora do Rio de Janeiro (RJ) (CECOMSAER, 2012). Teríamos então 84 OMs no município carioca. Traduzindo em porcentagem, isso significa que mais de 25% delas estavam no Rio de Janeiro (RJ) no ano de 2012.
Uma outra base de dados confiável sobre o número de OMs é a portaria que estabeleceu a constituição das Guarnições de Aeronáutica (Brasil, 2021). Ela nos revela que das 26 existentes no Brasil, 4 estão no Rio de Janeiro (RJ). Ou seja, cerca de 16%. É o único caso de um município com mais de uma guarnição. Mas o dado mais importante é quanto ao número de organizações militares. Das 265 OMs listadas, cerca de 23% (62) estão no Rio de Janeiro (RJ).
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O segundo elemento de poder que pode ser levantado é quanto a presença de oficiais-generais (tenente-brigadeiro, major-brigadeiro e brigadeiro) da ativa no Rio de Janeiro (RJ). Como a Força Aérea Brasileira não revela a localização dos seus oficiais-generais, essa é uma estimativa. No ano de 2020, havia 136 oficiais-generais (Brasil, 2020). Desses, 38 estavam no município carioca. Isso representa cerca de 28% dos oficiais-generais, inferior somente a Brasília (DF), com 40% (54).
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O terceiro elemento se relaciona com as Unidades Gestoras Executoras (UGEs), que possuem autonomia financeira para gerenciar o orçamento da instituição. Ferreira et al (2014) aponta que a FAB mantinha, no ano de sua pesquisa, 21 UGEs no Rio de Janeiro (RJ), das 54 existentes em todo o país. Ou seja, 39% de todas as UGEs da instituição, que eram responsáveis por executar mais de 50% de todo seu o orçamento (idem).
No ano de 2015, a Força Aérea Brasileira tornou público uma reestruturação visando focar na sua atividade-fim. Segundo a instituição, seu objetivo era “(…) reduzir de 54 para 36 as unidades gestoras executoras” (CECOMSAER, 2015). Em 2017, dois anos após o grande anúncio, o número de UGEs subiu para 39 (Brasil, 2025). Dessas, 10 estavam no Rio de Janeiro (RJ), ou 26%. Já em 2024, a FAB voltou a possuir o mesmo número de UGEs presentes em 2014, 54 (idem). No Rio de Janeiro (RJ), atualmente elas são em número de 14 ou 15 UGEs2, ou cerca de 26% e 28%.
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O quarto elemento de poder se refere aos aeródromos. Para o Brasil, considerando até mesmo aqueles que não possuem uma OM sediados neles, como no caso dos aeródromos dos estandes de tiro e dos postos de combustíveis e lubrificantes, podemos contar a presença de 40 aeródromos (Geografia da FAB, 2024A). Desses, 4 estão no Rio de Janeiro (RJ), ou cerca de 10%.
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Entretanto, além desses 4 aeródromos – nos bairros do Campo dos Afonsos, Centro, Galeão e Santa Cruz –, a FAB possui, no local em que hoje funciona o aeroporto de Jacarepaguá, um campo de pouso entre 1944 e 1966 (Macedo, 2004).
Além deste, a Força Aérea Brasileira também já teve a posse do finado aeródromo de Manguinhos, na região histórica homônima (Pessoa, 2006). Ou seja, se somarmos todos os aeródromos que a força teve como patrimônio no Rio de Janeiro (RJ), chegaríamos a 6 no total.
Esse número excessivo de aeródromos já chamou a atenção de integrantes da própria FAB, que veio a se manifestar publicamente no jornal O Globo. Advogando uma diminuição radical do número de aeródromos da Força Aérea Brasileira, Sergio Cavallari (1995) fez o seguinte questionamento:
E para que serve a Base Aérea de Cumbica [em São Paulo] a 20 minutos de voo da Base Aérea de Santa Cruz? E para que serve a Base Aérea dos Afonsos, a 30 minutos de carro da Base Aérea de Santa Cruz? (Cavallari, 1995).
Quanto aos esquadrões aéreos, nosso quinto elemento, são 8 de 40 (Geografia da FAB, 2024B), ou ao menos 20% no Rio de Janeiro (RJ). Contudo, é oportuno apontar que o índice de esquadrões variou durante o século XXI, sendo 25% até meados de 2004 (com 11 esquadrões), 23% até meados de 2011 (com 10 esquadrões) e 20% até meados de 2016 (com 9 esquadrões). A partir do final de 2021 o índice voltou a atingir 20%, com os atuais 8 esquadrões.
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O efetivo da FAB é nosso sexto elemento de poder. Em 2000, a revista IstoÉ alegou que o Rio de Janeiro (RJ) possuía ao menos 18400 pessoas da Força Aérea Brasileira (IstoÉ, 2000). Levando em consideração que entre 1991 e 2005 seu efetivo oscilou entre 50700 (Luz, 2019) e 73500 pessoas (Horta, 2009), o município carioca muito provavelmente possui entre 25% (com base em 2005) e 36% (com base em 1991) no ano em questão. Isso corrobora a afirmação de Fernandes (2006), que definiu como sendo de 30%.
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Quanto aos Próprios Nacionais Residenciais (PNRs) – nome dado aos imóveis disponibilizados pelas forças armadas aos militares da ativa –, nosso sétimo elemento, no país são mais que 14821 em 2018 (Chaves, 2020), e no Rio de Janeiro (RJ) são no mínimo 3243 residências3. Com os dados disponíveis, são cerca de 22% dos PNRs só no Rio de Janeiro (RJ).
Além disso, é possível comparar esses dados com todos os PNRs existentes no estado de São Paulo e no Distrito Federal. São 2987 PNRs em São Paulo e 2582 no Distrito Federal (Chaves, 2020). Ou seja, o Rio de Janeiro (RJ) consegue ter maior número de PNRs da FAB do que (todo) o estado mais rico da federação (20%) e o Distrito Federal (17%).
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O oitavo elemento de poder é quanto ao número de hospitais. A força possui 9 em todo o Brasil, 3 dos quais estão no Rio de Janeiro (RJ) (FAB, 2024), ou cerca de 34% de todos os hospitais da instituição. Além destes, a FAB opera no Rio de Janeiro (RJ) quatro outras organizações de saúde únicas (CEMAL, IMAE, IPA e LAQFA) em todo o país. A esse respeito, Felix (2021) concluiu, no ano do estudo, que:
Não parece correto, do ponto de vista de boas práticas em gestão ou governança que uma organização da magnitude da FAB siga investindo em unidades de alta complexidade localizadas no Rio de Janeiro, quando suas organizações militares estão presentes em todo o país, com militares e seus familiares distribuídos por todo o território nacional. (p. 55).
Dos 65 leitos de UTI disponíveis nos hospitais da Força Aérea Brasileira em 2 de dezembro de 2024, 28 estavam localizados no Rio de Janeiro (RJ) (FAB, 2024), o que significa quase 43% desses tipos de leitos. Dos 723 leitos de enfermaria, 441 estavam no Rio de Janeiro (RJ) na mesma data (FAB, 2024), ou cerca de 61%.
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Logo, para sintetizar, o Rio de Janeiro (RJ) possui ou possuiu no século XXI entre 23% e 25% das organizações militares da FAB, 28% dos oficiais-generais, 26% a 39% das UGEs, 10% dos aeródromos, 19% a 25% dos esquadrões, de 25% a 36% do efetivo, 22% dos Próprios Nacionais Residenciais e 34% dos hospitais, além de 43% dos leitos de UTI e 61% dos leitos de enfermaria.
Apenas para comparação, Brasília (DF) é superada pelo Rio de Janeiro (RJ) nos números de organizações militares, UGEs, aeródromos, esquadrões, PNRs, hospitais, UTIs e leitos de enfermaria. Sua única superioridade conhecida é no número de oficiais-generais. O estado de São Paulo inteiro, por outro lado, só supera o Rio de Janeiro (RJ) em número de aeródromos.
O acúmulo de propriedades durante da Primeira geração e seu uso no tempo presente
A história da Força Aérea Brasileira é dividida pela própria força em períodos de 25 anos, ou seja, entre 1941-1966, 1966-1991, 1991-2016 e de 2016 em diante, num ciclo que terminará em 2041, ano em que completará 100 anos, dando início a uma nova fase (CECOMSAER, 2017).
Através de uma pesquisa em fontes históricas, conseguimos perceber que o acúmulo de propriedades pela FAB no Rio de Janeiro (RJ), ocorreu durante sua “Primeira geração” – nome dado pela própria para o período entre 1941 e 1966 (CECOMSAER, 2017).
Como a instituição foi criada pela junção da aviação do Exército brasileiro e da Marinha do Brasil, que possuíam grandes infraestruturas aeronáuticas no Rio de Janeiro (RJ) (Fernandes, 2006), o acúmulo de propriedades pela Força Aérea Brasileira no atual município carioca, foi, no ano de sua fundação, o recebimento de uma herança. Assim, em 1941, a FAB herdou:
- do Exército brasileiro (EB), o Campo dos Afonsos4, onde o EB possuía, entre outras instalações, a Escola de Aeronáutica do Exército (INCAER, 1991);
- da Marinha do Brasil (MB), a Base de Aviação Naval do Rio de Janeiro, no atual bairro do Galeão5, onde a MB mantinha, entre outras instalações, a Escola de Aviação Naval (INCAER, 1991);
- do Ministério da Viação e Obras Públicas6, o Aeroporto Santos Dumont, no atual bairro do Centro, e o extinto Aeródromo de Manguinhos, no atual bairro da Maré.
Nos três primeiros locais citados (Campo dos Afonsos, Galeão e Centro), hoje estão presentes, respectivamente, organizações militares como a Base Aérea dos Afonsos, a Base Aérea do Galeão e o Terceiro Comando Aéreo Regional. No atual bairro da Maré, o território do extinto aeródromo de Manguinhos não é mais de propriedade da força, sendo feito uso residencial civil.
Ainda em 1941, provavelmente7 era da Força Aérea Brasileira uma propriedade ao longo da então “Estrada de Rodagem Rio-Petrópolis” (Campos, 1941), no atual bairro do Caju. Situado à época na região histórica de Manguinhos (Pessoa, 2006), em 2024 lá está sediado a Seção de Transporte de Superfície, na Avenida Brasil.
Em 1942, três propriedades foram recebidas pela FAB. No contexto da Segunda Guerra Mundial, alguns dias após romper as relações diplomáticas com a Alemanha, o Aeroporto Bartolomeu de Gusmão, no atual bairro de Santa Cruz, foi repassado à força (Cunha, 2020). Já alguns dias após o Brasil declarar guerra à Alemanha, o Hospital Itapagipe, no atual bairro do Rio Comprido, foi recebido pela Força Aérea (HCA, 2022). Em 1960, ocorre o aumento desta última propriedade (Brasil, 1960).
Ainda no ano de 1942, um decreto desapropriou, a favor da FAB, um território na Praia de Inhaúma, no atual bairro da Maré (embora por vezes seja referido ao atual bairro de Bonsucesso), para “(…) imediata instalação do Depósito do Rio de Janeiro (…)” (Brasil, 1942). Em 1948, uma propriedade anteriormente pertencente ao Abrigo do Cristo Redentor, na mesma Praia de Inhaúma (Caminha, 2022), foi anexada muito provavelmente8 ao depósito.
Nesses três locais anteriormente citados (em Santa Cruz, Rio Comprido e Maré/Bonsucesso), hoje estão situados, respectivamente, a Base Aérea de Santa Cruz, o Hospital Central de Aeronáutica e um território desocupado pela força.
Em 1943, a Força Aérea já fazia uso da Ilha das Cabras e da Ilha dos Ferros, ambas na Baía de Guanabara (Brasil, 1943), no que hoje são os bairros da Cidade Universitária (Ilha das Cabras) e de Paquetá (Ilha dos Ferros). Enquanto a Ilha dos Ferros, em conjunto com a Ilhota da Casa das Pedras, foram desapropriadas em 1945, sendo antes pertencentes à Companhia Brania de Petróleo (Brasil, 1945), a Ilha das Cabras sediou, entre os finais da década de 1920 e 1930, um hangar de hidroaviões da empresa italiana Lati (Araújo & Fanzeres, 2019), sendo esse o provável proprietário antes da FAB. Apesar dessas duas propriedades não serem mais dá força (Brasil, 2015; Araújo & Fanzeres, 2019), lá estiveram sediados o Depósito de Material Bélico (Ilha das Cabras) e o possível Parque de Combustíveis da Aeronáutica (Ilha dos Ferros e Ilhota da Casa das Pedras).
Em 1944, a Força Aérea Brasileira recebeu propriedades que pertenceram à empresa Air France, então em Jacarepaguá (Brasil, 1944). Tratava-se de um campo de pouso, embora a incorporação incluísse territórios descontínuos, conforme atesta um mapa com as posses da empresa (Air France, 1938). Nele, é possível observar, por exemplo, o Porto de Itapeba, separado do campo de pouso, que é visto posteriormente em um outro mapa, de 1960, com as detenções da FAB (Carvalho, 1960). Hoje, dois desses territórios se encontram em uso pela instituição, nos atuais bairros da Barra da Tijuca (com a Vila da Barra da Tijuca) e Barra Olímpica (com a Vila de Jacarepaguá).
Em 1945, ocorreu o acréscimo de uma propriedade, no atual bairro de Marechal Hermes, que foi obtido “(…) da seguinte forma: parte do Ministério do Exército (130.003 m²) e parte do extinto IPASE (40.000 m²) (…)” (INCAER, 2005, p. 242). Atualmente está sediado no local a Diretoria de Administração da Aeronáutica.
Em 1946, uma propriedade no atual bairro do Caju, na Rua General Gurjão, foi adicionada à Força Aérea (PAME-RJ, 2024). Atualmente está sediado nela o Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica do Rio de Janeiro.
E, finalmente, nos anos de 1947, 1949, 1951 e 1955 são incorporadas à Força Aérea Brasileira quatro propriedades. Em 1947, a instituição sediou no bairro de Laranjeiras (INCAER, 2005) a Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica. Em 1949, um armazém na região portuária é apropriado pela FAB (INCAER, 1991), no atual bairro de Santo Cristo. Em 1951 ocorreu a aquisição de fato do Prédio do Comando da Aeronáutica (LAVENÈRE-WANDERLEY, 1975), no atual bairro do Centro, por vezes referido como Castelo. Em 1955 é adquirido da empresa Sul América Capitalização um núcleo residencial com 200 residências (Correio do Amanhã, 1955), no atual bairro do Jardim Sulacap.
Dessas quatro últimas propriedades, permanece em uso e posse pela força o Prédio do Comando da Aeronáutica, no Centro, com diversas organizações militares; e a Vila de Sulacap, no Jardim Sulacap.
O único território que sedia uma organização militar da Força Aérea que teve seu processo de ocupação iniciado após a Primeira geração da força está no bairro da Cacuia, Ilha do Governador (FAB, 2018). Resta desconhecido, contudo, o período e como foram incorporados à FAB dois territórios no atual bairro de Santa Cruz (o Residencial Militar Nova Era e o Residencial Militar Novo Horizonte) e um no Alto da Boa Vista (a Estação de Apoio ao Controle do Espaço Aéreo de Sumaré, que é uma infraestrutura desguarnecida).
Por fim, é interessante observar que o fim do referido processo de acúmulo de propriedades no Rio de Janeiro (RJ), entre 1941 e 1964, ocorreu proximamente a mudança da capital federal para Brasília, em 1960. Vale ainda notar que as aquisições feitas pela Caixa de Financiamento Imobiliário da Aeronáutica (CFIAe) no Rio de Janeiro (RJ), que sabemos terem ocorrido pelo menos uma em pleno século XXI (Sulacap News, 2024), por não se destinarem a instalação de vilas militares ou organizações militares, não foram computados em nosso estudo.
A dispersão pelo Rio de Janeiro (RJ) e a organização em quatro guarnições no ano de 2024
Apesar de possuir uma concentração no Rio de Janeiro (RJ), vide o alto número de territórios (OMs, UGEs, PNRs, entre outros) quando comparado com o Brasil, a presença da Força Aérea Brasileira no Rio de Janeiro (RJ) se caracteriza pela dispersão por diversos bairros, conforme indica o acúmulo de propriedades. A nível teórico, é importante citar que ocorre nessa relação algo já previsto abstratamente por Corrêa (2016):
Os processos espaciais criados pela ação humana geram dois arranjos espaciais fundamentais de formas espaciais: concentração e dispersão. Esta distinção, no entanto, deve ser relativizada em razão da escala de observação do pesquisador. As mesmas formas espaciais podem parecer concentradas em uma dada escala, digamos 1:1.000.000, e dispersada em outra escala, digamos, 1:10.000. (p. 128).
Relativo à dispersão, enquanto o processo de acúmulo de propriedades entre 1941 e 1964 conduziu a presença no que hoje são 17 bairros, no ano de 2024, a presença se faz em 13 bairros. Em relação às desocupações, elas ocorreram nos atuais bairros da Cidade Universitária (na antiga Ilha das Cabras, no que é hoje conhecido como o Hangar da UFRJ), Laranjeiras (Rua Pereira da Silva, 34), Maré (onde é atualmente a Vila do João), Paquetá (Ilha dos Ferros e da Ilhota da Casa das Pedras) e Santo Cristo (Cidade de Lima, 176).
Quanto às atuais presenças, elas podem ser entendidas pelo agrupamento em quatro guarnições que a FAB mantém no Rio de Janeiro (RJ): Afonsos, Galeão, Rio de Janeiro e Santa Cruz. Conforme afirmamos anteriormente, em nenhum outro município do país a Força Aérea Brasileira possui mais de uma guarnição – a Guarnição de São Paulo, por exemplo, reúne OMs de três municípios (Brasil, 2021). Embora não haja uma regionalização zonal das guarnições presentes na capital fluminense, as organizações militares existentes em um mesmo bairro são sempre inseridas em uma só guarnição.
Na Guarnição de Aeronáutica dos Afonsos, criada em 1948 (Brasil, 2021) e localizada principalmente na Zona Oeste, fazem parte propriedades situadas nos bairros da Barra da Tijuca, Barra Olímpica, Campo dos Afonsos, Jardim Sulacap e Marechal Hermes.
Na Guarnição de Aeronáutica do Galeão, criada em 1948 (Brasil, 2021) e localizada exclusivamente na Ilha do Governador, Zona Norte, fazem parte propriedades situadas nos bairros do Galeão e da Cacuia.
Na Guarnição de Aeronáutica do Rio de Janeiro, criada em 1978 (Brasil, 2021) e localizada principalmente na região Central, fazem parte propriedades situadas nos bairros do Alto da Boa Vista, Caju, Centro, Maré e Rio Comprido.
Na Guarnição de Aeronáutica de Santa Cruz, criada em 1948 (Brasil, 2021) e localizada totalmente na Zona Oeste, somente propriedades situadas no bairro homônimo da guarnição fazem parte dela.
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Na tabela abaixo, é possível observar o poder da FAB em cada uma de suas guarnições no Rio de Janeiro (RJ):
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O que se depreende dos dados é que a Guarnição dos Afonsos é marcada pela presença de grande número de residências; a Guarnição do Galeão é a mais poderosa em grande parte dos critérios elencados; a Guarnição do Rio de Janeiro é caracterizada pela ausência de residências; e a Guarnição de Santa Cruz é a mais enxuta.
Conclusão
Agora que vimos como, quando e onde ocorreu a ocupação da Força Aérea Brasileira no Rio de Janeiro (RJ), fica fácil recuperarmos o comentário caricato de um integrante da própria força, segundo o qual é comum entre os membros da instituição chamá-la de Força Aérea Carioca. Para uma organização que mantém, dentre sete dos oito elementos de poder estudados anteriormente, entre 19% e 34% de suas capacidades num único município, não surpreende o apelido dado por aqueles que a vivenciam no cotidiano.
Há, por óbvio, uma interessante discussão sobre os aspectos estratégicos do município para a defesa do Brasil, que poderiam levar a uma concentração de poder da FAB nele. Além dessa discussão, há também o debate se a dispersão desse poder por vários bairros do município é uma medida defensiva. Contudo, esses caminhos ultrapassam o escopo deste artigo.
O que se sabemos é que a Força Aérea Brasileira concentra muito poder no Rio de Janeiro (RJ), superando inclusive Brasília (DF); que as propriedades foram recebidas principalmente durante a primeira geração da força, quando o atual município carioca ainda era capital federal; e que essa ocupação conformou uma dispersão pelo Rio de Janeiro (RJ), que é organizado em torno de quatro guarnições, caso único no país.
2Nossa dificuldade está em classificar a Subdiretoria de Pagamento de Pessoal (SDPP), pois no Portal da Transparência ela aparece dividida como SDPP/Exterior e SDPP/País.
3A Prefeitura do Afonsos administra 1461 habitações (Chaves, 2020), a Prefeitura do Galeão administra 1478 habitações (Chaves, 2020) e a Prefeitura de Santa Cruz (PASC), somente no interior da Base Aérea de Santa Cruz (BASC), administra 83 habitações (Lucca, 2014). Por imagem de satélite, é possível contabilizar ainda cerca de 221 habitações administradas pela PASC fora da BASC (aproximadamente 156 no Residencial Militar Nova Era (Google Earth, 2024A) e aproximadamente 65 no Residencial Militar Novo Horizonte (Google Earth, 2024B)).
4Contudo, posteriormente ocorreram incorporações no atual bairro do Campo dos Afonsos de propriedades que não eram do EB, no ano de 1964 (Brasil, 1964).
5Além da Marinha, no atual Galeão, outro dono de territórios usados atualmente pela Força Aérea Brasileira era a Companhia Brazília. Apesar do erro quanto ao repasse para a FAB na década de 1930, quando a instituição nem existia, afirma Cristo (2011): “Nos idos da década de 1930, o governo federal desapropriou parte ocidental da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, para repassá-la à Aeronáutica. A transferência se efetivou em 1944. Em 1951, a companhia, ex-proprietária, ajuizou ação de indenização.”
6Em 1937, aparece jurisdicionado ao Departamento de Aeronáutica Civil, então subordinado ao referido ministério, o Aeroporto Santos Dumont (Gonçalves, 1937) e o Aeródromo de Manguinhos (Brasil, 1937). Esse departamento foi anexado à Força Aérea Brasileira quando de sua criação em 1941 (INCAER, 1991). Contudo, o documento mais antigo em que aparece de maneira explícita a posse do então Aeródromo de Manguinhos pela FAB é de 1945 (Pessoa, 2006).
7As referências à Aeronáutica aparecem no site do MemóriaSPU, na seção de Metadados, com o título “Centro de Transmissão de Rádio (aeronáutica)”. No entanto, no mapa, que foi feito em 1941, a referência à Aeronáutica só foi escrita em uma etiqueta colocada no mapa no ano de 1985, podendo então a informação se referir a esse último ano.
8Provavelmente porque “Anteriormente já vinha o mesmo Ministério [da Aeronáutica] ocupando outras áreas na mesma região, adquiridas mediante contrato ou desapropriação (…).” (Brasil, 1962).
REFERÊNCIAS
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1Licenciado em Geografia pelo Instituto Federal Fluminense (2012). E-mail: iniciusc@protonmail.com