A PSILOCIBINA COMO OPÇÃO TERAPÊUTICA NO TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10116136


Ana Clara Molina1
Fernanda Maiza Alves de Carvalho1
Ana Jullia Molina2
Taiane Ermita Casagrande1
Rodrigo Dourado de Almeida3


RESUMO

Introdução: Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é uma das doenças mais incapacitantes do mundo, e estima-se que mais de 300 milhões de pessoas sofram desta patologia. A psilocibina é uma substância ativa extraída do gênero Psilocybe, cuja natureza química é semelhante à do neurotransmissor serotonina (5hidroxitriptamina). Seu efeito fisiológico em humanos se deve à sua ligação preferencial aos receptores serotoninérgicos no cérebro como agonista, que promove maior captação de serotonina na fenda sináptica, enquanto suprime as atividades do córtex cingulado e da rede de modo padrão, responsáveis pela prevalência dos sintomas depressivos. Objetivo: Analisar dados recentes quanto ao uso de psilocibina no tratamento da depressão a fim de avaliar seu potencial como método terapêutico alternativo e incentivar a pesquisa científica, bem como a futura legalização da realização de psicoterapia assistida por psicodélicos no Brasil. Método: O presente estudo trata-se de uma pesquisa do método indutivo, e abordagem qualitativa. Para o embasamento teórico contou com dados descritivos e com levantamento bibliográfico em periódicos e revistas cientificas. Resultados: Os resultados positivos obtidos até o momento caracterizam o tratamento com psilocibina como uma forma inovadora de tratamento que abre possibilidades para pacientes que não apresentam melhora com os métodos tradicionais, e novos estudos têm sido realizados para investigar tais possibilidades. Conclusão: Em conclusão, além de determinar a segurança e eficácia deste tratamento promissor, são necessários estudos prolongados avaliando métodos e resultados para elaborar protocolos adequados para o tratamento de pacientes em depressão.

Palavras-chave: Psilocibina; Psilocina; Psilocybe; Depressão; Psicoterapia assistida por psicodélicos (PAP); Rede de Modo Padrão (RMP); Córtex Cingulado

ABSTRACT

Introduction: According to the World Health Organization (WHO), depression is one of the most disabling diseases in the world, and it is estimated that more than 300 million people suffer from this pathology. Psilocybin is an active substance extracted from the genus Psilocybe, whose chemical nature is similar to that of the neurotransmitter serotonin (5-hydroxytryptamine). Its physiological effect in humans is due to its preferential binding to serotonergic receptors in the brain as an agonist, which promotes greater serotonin uptake in the synaptic cleft, while suppressing the activities of the cingulate cortex and the default mode network, responsible for the prevalence of depressive symptoms. Objective: Analyze recent data regarding the use of psilocybin in the treatment of depression in order to evaluate its potential as an alternative therapeutic method and encourage scientific research, as well as the future legalization of psychedelic-assisted psychotherapy in Brazil. Method: The present study is an inductive method research, with a qualitative approach. For the theoretical basis, it relied on descriptive data and bibliographical research in periodicals and scientific magazines. Results and discussions: The positive results obtained so far characterize psilocybin treatment as an innovative form of treatment that opens up possibilities for patients Who do not improve with traditional methods, and new studies have been carried out to investigate such possibilities. Conclusion: In conclusion, in addition to determining the safety and efficacy of this promising treatment, prolonged studies evaluating methods and results are needed to develop appropriate protocols for treating patients with depression.

Keywords: Psilocybin. Psilocin. Psilocybe. Depression. PsychedelicAssisted Psychotherapy (PAP). Standard Mode Network (AMP). Cingulate Cortex.

INTRODUÇÃO

A depressão é uma condição multifacetada caracterizada por episódios de alterações de humor que duram pelo menos duas semanas com características depressivas que podem incluir falta de energia, letargia, isolamento, falta de interesse em atividades que antes eram consideradas agradáveis, irritabilidade, sentimento de culpa ou “vazio”, tendências suicidas, por ex. (Lelis et al., 2020). A presença de estresse psicológico e transtornos mentais tem impacto negativo na saúde e pode prejudicar a saúde e a qualidade de vida das pessoas, pois interfere na vida diária e pode agravar ou criar fatores de risco para doenças crônicas e virais (Barros et al., 2020).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) (2017), aproximadamente 300 milhões de pessoas no mundo foram diagnosticadas com depressão, e no Brasil 11,5 milhões de pessoas (5,8% da população) sofrem de depressão, piorando seu estado de saúde. Casos reincidentes, moderados, ou graves são especialmente preocupantes, elevando o risco de suicídio. O aumento na incidência desta patologia foi acompanhado por avanços terapêuticos recentes, no entanto, 44% dos pacientes não respondem a dois tratamentos antidepressivos consecutivos e aproximadamente 33% dos pacientes recebem quatro tratamentos diferentes, assim estima-se que há uma resistência quando pacientes utilizam antidepressivos tradicionais em tratamentos (Pio et a/.,2021). Recentemente, tratamentos alternativos, como a psicoterapia assistida por psicodélicos (PAP), mostraram-se promissores no tratamento da depressão, expandindo a busca por novas abordagens porque os métodos tradicionais são ineficazes em alguns casos (Linartevichi et al., 2021).

A principal característica da PAP é o uso terapêutico de substâncias psicoativas potentes em um número mínimo de sessões, sendo o paciente acompanhado e apoiado por profissional de saúde mental capacitado durante o período de ação do medicamento. Além disso, também é utilizada a psicoterapia integrativa e preparatória, onde ocorrem sessões sem drogas antes e depois do uso de drogas (Schenberg, 2020).

Dentre as substâncias psicoativas, encontra-se a psilocibina, um alcaloide encontrado em cogumelos do gênero Psilocybe, especialmente na espécie Psilocybe cubensis. Os fungos são classificados ao lado de bolores e leveduras, separados de plantas e animais. O reino Fungi tem suas divisões: existem fungos microscópicos que podem causar doenças em plantas e humanos, como Claviceps purpurea, e os que podem ser benéficos, como o mofo verde Penicillium, que produz penicilina, um poderoso antibiótico. Existem também fungos macroscópicos conhecidos como cogumelos (Furst, 1989).

Os cogumelos podem ser divididos em três tipos: comestíveis, tóxicos e alucinógenos. Os cogumelos comestíveis podem ser utilizados na alimentação humana devido ao seu alto valor nutritivo. Cerca de 2.000 variedades comestíveis são conhecidas, e cerca de 25 delas são cultivadas comercialmente. Existem também cogumelos venenosos que podem causar problemas de saúde, bem como efeitos alucinógenos ou psicodélicos. Apenas 2% das quase 6.000 espécies de cogumelos identificadas são psicodélicas, capazes de criar uma percepção alterada da realidade (Furst, 1989).

O termo psicodélico é um neologismo relacionado à psique que contém o significando em revelar ou tornar visível, significa “revelar a mente”, referindo-se a este grupo de drogas que atuam em certos neurônios para causar alucinações visuais e auditivas, euforia, sinestesia, percepções alteradas da realidade e de si mesmo (Carhart-harris; Goodwin, 2017).

Para Statement (1996), mais de 100 espécies de cogumelos contêm psilocibina, muitos dos quais pertencem ao gênero Psilocybe SP. A psilocibina e seu metabólito psicoativo psilocina são alcaloides indólicos conhecidos por terem efeitos alucinógenos. Sua estrutura é semelhante a serotonina, um neurotransmissor envolvido na modulação de fenômenos comportamentais, por isso são agonistas serotoninérgicos, ou seja, estimulam os receptores deste transmissor.

Figura I. Regiões onde ocorreu diminuição do fluxo sanguíneo cerebral (em azul) após administração de psilocibina

Fonte: Bezerra (2022)

Dentre os efeitos cerebrais da psilocibina, ocorrem a diminuição da atividade de fluxo sanguíneo e oxigenação (Figura I), da atuação da Rede de Modo Padrão (AMP) e da atividade na região do córtex cingulado (Figura 2).

Figura 2. Ressonância Magnética evidenciando atenuação da atividade cerebral causada pela psilocibina no córtex cingulado anterior subgenual — uma das áreas afetadas pela depressão.

Fonte: Silva et al. (2021)

A RMP é uma rede de interação de diferentes regiões cerebrais que gera uma espécie de piloto automático de ideias (Figura 3); traz maior atenção ao ambiente interno do indivíduo, sendo associada a memórias aleatórias, divagações, imaginação do futuro e criatividade, por ex. (Silva et a/., 2021). Já o córtex cingulado atua na regulação motora e emocional pela região anterior, e na função da memória pela região posterior (Porto; Hermolin e Ventura, 2002). Assim, o Transtorno Depressivo Maior pôde ser caracterizado como excessiva atuação da AMP e conectividade com o córtex cingulado, especialmente o anterior (Berman et a/., 2011).

Figura 2. Vista lateral e medial da AMP do hemisfério esquerdo.

Fonte: Zambon (2021) adaptado de Neurology

Estes conceitos são relevantes diante da atuação da psilocibina, que ao suprimir tais manifestações cerebrais viciosas, proporciona ao indivíduo um momento “livre de depressão” durante a sessão psicodélica (Carhart-Harris L, Muthukumaraswamy S, Roseman L, et a/. 2016), que somada ao estímulo da flexibilidade sináptica permite que o cérebro tenha a chance de se “reiniciar” livre de depressão. Em avaliação por Ressonância

Magnética, também foi levantada a hipótese de neuroplasticidade e estímulo de novas conexões cerebrais benéficas ao quadro de humor do paciente (Ly C, Creb AC, Cameron LP, et a/. 2018).

Figura 4. Comparação das conexões cerebrais: a) Cérebro normal b) A psilocibina estimula ligações exacerbadas em rede de forma não aleatória e surgem novos tipos de ordem. Os pontos e cores ilustram as redes ricas em conexões. Esta comunicação pode explicar sintomas como a sinestesia — experiência de mistura de sentidos, como saborear cores, sentir sons, ver cheiros, entre outros.

Fonte: Ly C, Creb AC, Cameron LP, et a/. 2018

Figura 5. Fluxo sanguíneo do Córtex Cingulado Anterior e Posterior ao longo de 18 minutos pós infusão de psilocibina X placebo.

Fonte: Johnson, Garcia-Romeu, Griffiths (2017)

Nota: Esses gráficos foram feitos calculando a alteração pós-infusão no fluxo sanguíneo cerebral como uma porcentagem do fluxo sanguíneo pré-infusão. Este processo foi feito para cada região de interesse de cada sujeito individual e então a média do grupo foi traçada.

Desta forma, conforme são conhecidos os efeitos da psilocibina, cogumelos psicodélicos, surge o questionamento: o que a literatura cientifica relata sobre o uso da psilobicina em saúde mental?

Atualmente, a psilocibina é uma substância proibida no Brasil, incluída na lista de substâncias F2 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) onde estão agrupadas as substâncias psicotrópicas, embora o cogumelo Psilocybe seja comercializado livremente e facilmente encontrado na natureza (Souza, 2019).

Essa medida é contrária às tendências mundiais, pois nos últimos anos houve um movimento de mudança nas políticas públicas em relação às drogas e substâncias psicoativas, principalmente as substâncias alucinógenas, e um novo entendimento sob a ótica médica (Crippa; Zuardi; Hallak, 2010). De acordo com Lelis (2021) essas e outras questões têm sido estudadas por pesquisadores de todo o mundo, principalmente em países onde a questão da interação entre psicodélicos e o corpo humano é mais aceita.

MATERIAL E MÉTODO

O presente estudo trata-se de uma pesquisa do método indutivo, e abordagem qualitativa; para o embasamento teórico contou com dados descritivos e com levantamento bibliográfico em periódicos e revistas cientificas com o objetivo de discorrer sobre dados recentes quanto ao uso de psilocibina no tratamento da depressão a fim de avaliar seu potencial como método terapêutico alternativo e incentivar a pesquisa científica, bem como a futura legalização da realização de psicoterapia assistida por psicodélicos no Brasil.

Os dados foram coletados nas revistas científicas Pubmed e Periódicos Capes, Scielo, Google Acadêmico, Biblioteca virtual de saúde (BVS) utilizando-se os seguintes descritores. “psilocibina, depressão, saúde mental, terapia” sendo seus respectivos termos em inglês: “português”, “espanhol” e “inglês”. Para o parâmetro de exclusão foram excluídos artigos que não possuem uma relação direta com os objetivos do trabalho em questão. Como critério de inclusão foram usados artigos que apresentaram como publicações datadas nos últimos 4 anos (2019-2023), trabalhos em língua Portuguesa, Espanhola e Inglesa. Foram selecionados 10 trabalhos acerca do assunto para a inclusão, e foram excluídos trabalhos após uma revisão de 28 artigos, 2 dissertações e 1 tese, conforme o quadro I.

Quadro 1 – Critérios de inclusão e exclusão

Critérios de inclusãoCritérios de exclusão
Trabalhos disponíveis online em banco de dados digitaisEstudos e textos teóricos, relatos de experiência ou de natureza apenas conceitual
Estudos em Português, Inglês e EspanholArtigos que não possuem uma relação direta com os objetivos do trabalho em questão
Estudos concluídos entre os anos de 2019 a 2023Estudos que não tenham relação com o tema

Fonte: De autoria própria (2023)

Foi realizada a análise interpretativa das publicações selecionadas com o objetivo de estabelecer uma conexão entre os conteúdos analisados e o tema de pesquisa. Deste modo foram extraídas as ideias principais de acordo com o objetivo a ser desenvolvido no trabalho para posteriormente serem classificados por categorias e assim produzidos os resultados e discussões.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quadro 1: Artigos encontrados e selecionados em banco de dados digitais com as palavras chaves “psilocibina, psicodélicos, saúde, terapia” (2019 – 2023).

AutorAnoTítuloObjetivosResultados
Nieto2023Atualizações dos estudos com psilocibina nos transtornos psiquiátrico s.Descrever as principais atualizações sobre o uso da psilocibina no tratamento da saúde do ser humano.Atualmente houve um renasciment o dessas pesquisas na psiquiatria e essa revisão busca compilar e sintetizar os dados atuais do uso da psilocibina nos transtornos psiquiátrico s relacionado s ao câncer, depressão, adição, transtorno obsessivo compulsivo.
Gabriela Marcello2022Psicoterapia assistida por psilocibina no tratamento da depressão.O objetivo desse trabalho foi fazer uma revisão narrativa sobre o modelo de psicoterapia assistida por psilocibina e sobre os estudos recentes que o utilizam no tratamento da depressão, comparando com resultados do tratamento farmacológico convencional.psicoterapia assistida por psilocibina tem apresentado resultados positivos em relação a melhora clínica dos pacientes, com menos efeitos adversos e em tempo reduzido quando em comparação ao antidepressivos de primeira escolha.
Bezerra2022Potencial terapêutico da psilocibina no transtorno depressivo: uma revisão.O presente estudo teve como objetivo principal realizar uma revi Sã O integrativa de literatura sobre a psilocibina e seu potencial terapêutico no tratamento da depressão.Os ensaios realizados com psilocibina demonstraram eficácia indivíduos com transtornos depressivos e de ansiedade, a substância causou alguns efeitos colaterais transitórios durante as sessões, no entanto possui um alto perfil de segurança e baixo índice de dependência.
Carhart-Harris et al.,2021Psilocibina com apoio psicológico para depressão resistente ao tratamento: um estudo de viabilidade aberto.O objetivo foi investigar a viabilidade, segurança e eficácia da psilocibina pacientes com depressão unipolar resistente ao tratamento.Os efeitos psicodélicos agudos da psilocibina normalmente tornaram- detectáveis 30-60 minutos após a administração, atingiram o pico 2-3 horas após a administração diminuíram para níveis insignificantes pelo menos 6 horas após a administração.
Linartevichi et al.,2021Potencial uso da psilocibina no tratamento da depressão: uma revisão.Objetivo organizar uma revisão de artigos publicados acerca do uso do composto psilocibina, a fim de averiguar seu potencial terapêutico no tratamento de depressão.Os resultados positivos demonstrados até o momento caracteriza tratamento com psilocibina como uma forma inovadora de terapia, que abre novas oportunidades para pacientes.
Silva et al.,2021A utilização terapêutica da psilocibina como coadjuvante no tratamento do transtorno depressivo maior: uma narrativa de literatura.Possui como objetivo promover o conhecimento científico acerca da psilocibina tendo em vista o seu potencial terapêutico sobre o transtorno depressivo.Logo, a importância de programas como este faculdades e universidades faz-se necessário para que mais pesquisas sejam desenvolvidas e estimuladas nesta área.
Zambon et al.,2021Uma revisão da psilocibina: descrição do uso enteógeno e perspectivas terapêuticasO estudo visa trazer à luz informações sobre a psilocibina e sua terapêutica na busca do autoconheci mento, trazendo também perspectivas na psicoterapia assistida por psicodélicos.Os alcaloides são um grupo de substâncias nitrogenadas biossintetizadas por alguns organismos naturais. Certos fungos, como os pertencente s ao gênero Psilocybe sp., produzem o alcaloide indólico psilocibina, cujo metabólito ativo é a psilocibina.
Lelis et al.,2020Sintomas de depressão, ansiedade e uso de medicamentos em universitários.Objetivo de avaliar os sintomas de ansiedade e depressão e o uso de medicamentos em universitários.Os sintomas de depressão e ansiedade foram identificados em 52,3% (n=153) e 41,1%(n=120) dos participantes, respectivamente Observou-se que 5.3 dos universitários utilizam medicamentos para tratar destes sintomas.
Moraes et al.,2020Atualizações dos estudos com psilocibina nos transtornos psiquiátricos.Descrever as principais atualizações sobre o uso da psilocibina no tratamento da saúde do ser humano.Atualmente houve um renascimento dessas pesquisas na psiquiatria e essa revisão busca compilar e sintetizar os dados atuais do uso da psilocibina nos transtornos psiquiátrico s relacionado s ao câncer, depressão, adição, transtorno obsessivo compulsivo.
Souza2019psilocibina e o seu potencial terapêutico em saúde mental.Objetivou-se analisar a literatura científica sobre a psilocibina e o seu potencial terapêutico em saúde mental.A psilocibina tem um grande potencial para tratamento de pacientes com depressão resistente tratamentos farmacológicos convencionais, com significativa melhora na sintomatologia depressiva menor espaço de tempo e com efeitos prolongados mesmo em poucas doses.

Fonte: dados da pesquisa (2023)

A depressão é considerada uma das doenças mentais mais debilitantes em todo o mundo. Segundo a Oms (2017), a gravidade, a frequência e a duração dos sintomas não são as mesmas nas pessoas com transtornos depressivos, pois dependem tanto do indivíduo quanto do seu estado interno emocional.

No século 19, o neurologista e psiquiatra alemão Wilhelm Criesinge descobriu a depressão e descreveu a doença mental como uma doença do cérebro. Essa teoria já foi questionada e hoje se sabe que a depressão tem múltiplas etiologias, incluindo genética, bioquímica e atividade vital (Machado; Casiraghi; 2021).

A dor e a angústia são características fortes do luto normal e dos sintomas de doença clínica. Essa distinção geralmente depende do contexto ou situação em que essas emoções ocorrem. No entanto, a tristeza é diferente dos transtornos depressivos, que são heterogêneos e incluem outras características como anedonia, sentimentos de inutilidade e culpa, ideação suicida, fadiga, alterações no sono, apetite e peso, e comprometimento cognitivo (Arias et al., 2020).

O episódio depressivo pode ser classificado em leve, moderado e grave de acordo com o número e a gravidade dos sintomas, podendo apresentar-se como um único episódio ou episódios recorrentes, em algumas pessoas os sinais podem se expressar particularmente de forma física e não estão ligados a outra condição clínica de saúde, podendo ser gerais como dores, fadiga e fraqueza (OMS, 2017) ou mais específicos, de acordo com o DSM-V (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5a edição), como características melancólicas, agitação ou lentificação motora, sentimentos de desvalia ou culpa. Também pode ocorrer ganho ou perda ponderal por alterações no apetite; insônia ou sono excessivo, dificuldade de concentração ansiedade e em casos mais graves, pode levar ao suicídio (Machado; Casiraghi; 2021).

De acordo com um estudo aberto, o acompanhamento após 3 meses confirmou uma diminuição significativa no neuroticismo — nível crônico de desajustamento e instabilidade emocional- (alteração do score T: -5,7, P = 0,002). O estudo foi realizado em 19 pacientes deprimidos (6 mulheres e 13 homens) que receberam psilocibina oral (10mg para mulher e 25 mg para homens) doses diárias, em sessões a cada 7 dias. Esta diminuição do neuroticismo e melhoria da extroversão podem estar relacionadas a experiência obtida durante as sessões com a dose mais elevada (25 mg). O NEO-PI-R foi um método utilizado para analisar a personalidade e suas alterações (Muttoni, 2019).

Um ensaio duplo-cego em 36 participantes saudáveis comparou os efeitos de doses orais de psilocibina (30 mg/70 kg) e cloridrato de metilfenidato (40 mg/70 kg). duas ou três sessões são realizadas a cada 2 meses. Em comparação com o metilfenidato, os pacientes que receberam uma dose de psilocibina apresentaram melhorias significativas nas atitudes, pensamento positivo, altruísmo e efeitos sociais positivos que duraram dois meses após a sessão, não mostrando redução significativa destes efeitos até 14 meses depois. (Griffiths et al., 2008).

Num estudo de viabilidade aberto conduzido pela Divisão de Ciências do Cérebro do Imperial College London, todos os pacientes apresentaram alguma redução na gravidade da depressão em 1 semana, que foi sustentada por até 3 meses com base no QIDS. escores (Inventário Rápido de Sintomatologia de Depressão) (Carhart-harris et al., 2016).

O estudo foi realizado com 12 pacientes (6 homens e 6 mulheres) com depressão grave resistente ao tratamento no qual foram administradas doses orais de psilocibina (IO mg e 25 mg a cada 7 dias em um intervalo de I semana a I mês, enquanto o paciente recebia apoio psicológico em ambiente controlado. Todos os pacientes toleraram bem a psilocibina e não apresentaram efeitos colaterais graves ou inesperados (Carhart-Harris et ai, 2016).

Outro estudo realizado pelo Imperial College London em 2017 envolveu 20 pacientes com depressão resistente ao tratamento, dos quais 12 pacientes mencionados no estudo anterior foram incluídos na análise por seguirem os mesmos métodos e critérios, apenas com um período de acompanhamento mais longo — por 6 meses (Sabella, 2018).

Dos 19 pacientes que completaram a avaliação, os sintomas depressivos, medidos pelo escore QIDS, diminuíram dentro de I semana de tratamento e foram mantidos pelo período de 3-5 semanas (Carhart-Harris et al., 2017).

Em outra pesquisa, 92% dos participantes inicialmente receberam a dose elevada, experimentando uma resposta clínica significativa com redução dos sintomas de depressão. 32% tiveram uma resposta significativa à terapia com baixas doses em comparação com pacientes avaliados no CRID-HAMD-17. Doses mais altas foram capazes de produzir níveis mais elevados de positividade de vida, resistência, melhora do humor, impacto social e comportamental e aumento da espiritualidade, e essas mudanças positivas foram sustentadas ao longo de um período de 6 meses (Griffiths, et ai, 2016).

Outro estudo comprovou que uma dose única de psilocibina (0,3 mg/kg) em combinação com psicoterapia melhorou significativamente o humor deprimido e a qualidade de vida por até 6 meses, e teve efeitos antidepressivos e ansiolíticos em pacientes com doenças relacionadas ao câncer. (Ross et al., 2016; Griffith et al., 2016).

Os psicodélicos são capazes de criar um espaço cerebral com uma maior variedade de conexões neurais que se formam e se fragmentam ao longo do tempo, tornando o cérebro não apenas mais aleatório, mas também, criando espaço para conexões fortes mesmo com o paciente em seu estado normal (Nichols, 2020).

Além desses efeitos, foi demonstrado que a psilocibina afeta os receptores serotoninérgicos 5-HT2, envolvidos no sistema responsável pela regulação de comportamentos emocionais complexos, assim, também associada a depressão. Acredita-se que a diminuição da atividade desses receptores seja um dos mediadores dos efeitos antidepressivos e antipsicóticos dos fármacos antidepressivos e antipsicóticos. O uso prolongado de antidepressivos tem sido associado à diminuição da densidade desses receptores (Mahapatra, Cupta, 2016; Muttoni et al., 2019).

O efeito psicofarmacológico da psilocibina manifesta-se pela ligação a estes receptores, regulando a sua atividade e aumentando a inibição da amígdala, resultando na diminuição dos sintomas depressivos e aumento da abertura aos pontos de experiência (Muttoni et al., 2019; Lyons, Carhart-Harris, 2018; Erritzoe et al., 2018).

Os compostos psicodélicos também podem exercer efeitos anti-inflamatórios, uma vez que a ativação do receptor 5-HT2A nas células imunológicas pode modular o sistema imune e reduzir os níveis circulantes de citocinas pró-inflamatórias, tais como o fator de necrose tumoral alfa e a interleucina-6. Assim, estas substâncias e seu efeito regulador tem sido associada à depressão, indicando possíveis efeitos antidepressivos (Réus et a/., 2015).

Os resultados apresentados sugerem que a psilocibina é eficaz no tratamento dos sintomas e emoções frequentemente associados à depressão, sendo importante ressaltar, além da eficácia, a relativa rapidez em se obter resultados com este tratamento. As especificidades de cada caso e estudo devem ser consideradas, mas os efeitos são significativos, aparecendo imediatamente, após semanas ou meses após a administração, e perdurando por períodos significativos dependendo do tratamento seguido.

Os antidepressivos, especialmente os inibidores da recaptação da serotonina, como fluoxetina, paroxetina, sertralina, escitalopram, etc., são atualmente uma das primeiras escolhas no tratamento da depressão. (Lora et a/., 2020; Marese et al.,2019). Embora sejam amplamente utilizados no tratamento da depressão, não são eficazes em todos os casos e levam muito tempo para que os pacientes percebam um alívio significativo dos sintomas de depressão, geralmente de duas a seis semanas. Essas desvantagens muitas vezes levam à troca de medicamentos ou à necessidade de combinar diferentes antidepressivos em busca de resultados, o que pode causar grande frustração numa situação em que a saúde do paciente já está piorando (Sabella, 2018; Ebmeier, 2006).

A eficácia de um antidepressivo pode depender de vários fatores individuais, como dose adequada, horário de administração e adesão à terapia. Embora os antidepressivos comumente usados tenham demonstrado ser eficazes em muitos casos, eles frequentemente apresentam efeitos adversos importantes antes que os sintomas sejam afetados, levando à não adesão. Alguns efeitos colaterais relatados, como comportamento suicida induzido por tratamento, e sintomas de abstinência de medicamentos, são difíceis de mensurar mesmo em ensaios clínicos (David, Courion, 2016; Sabella, 2019).

Uma limitação importante dos estudos da psilocibina como opção terapêutica para a depressão é o tamanho da amostra. A maioria dos estudos clínicos realizados até o momento contou com um número relativamente pequeno de participantes, o que dificulta a generalização dos resultados. Outra limitação importante é a falta de estudos de longo prazo. Os estudos clínicos realizados até o momento foram de curto prazo, com duração de algumas semanas ou meses. É necessário realizar estudos de longo prazo para avaliar a eficácia e a segurança da psilocibina a longo prazo. (Lora et al., 2020).

Além disso, é importante considerar que a psilocibina é uma substância psicoativa que pode causar efeitos colaterais, como ansiedade, náuseas e vómitos. É importante que os participantes dos estudos clínicos sejam cuidadosamente selecionados e monitorados para minimizar os riscos associados ao uso da psilocibina (Carhart-Harris et al.,2021).

São apresentadas algumas limitações específicas dos estudos da psilocibina como opção terapêutica para a depressão como a maioria dos estudos clínicos foi realizada com pacientes com depressão maior, que é o tipo mais grave de depressão. E necessário realizar estudos com pacientes com outros tipos de depressão, como depressão bipolar e depressão resistente ao tratamento. Dosagens e vias de administração: A maioria dos estudos clínicos utilizou doses únicas de psilocibina administradas por via oral. É necessário avaliar a eficácia de diferentes doses e vias de administração da psilocibina. Psicoterapia: A maioria dos estudos clínicos combinou o uso da psilocibina com psicoterapia (Carhart-Harris et al.,2021).

De acordo com as revisões literárias desse estudo, é necessário avaliar a eficácia da psilocibina isoladamente. Apesar das limitações, os estudos da psilocibina como opção terapêutica para a depressão são promissores. Os resultados desses estudos sugerem que a psilocibina pode ser uma terapia eficaz para a depressão, com um perfil de segurança aceitável (Carhart-Harris et al.,2021).

CONCLUSÃO

A Depressão ou Transtorno Depressivo Maior demanda a cada dia mais atenção dos setores de saúde mental em escala mundial. As abordagens farmacológicas acessíveis nos dias de hoje requerem tempo de adaptação e resistência a efeitos adversos para então apresentar melhora muitas vezes parcial do quadro. Quase metade dos pacientes passam por pelo menos dois tratamentos antidepressivos consecutivos antes de encontrar a medicação mais adequada, e 1/3 por quatro abordagens farmacológicas diferentes.

A Psilocibina mostra-se digna de investigação como uma nova abordagem a esta patologia, capaz de tratar o indivíduo agindo no sistema serotoninérgico, a substância, ao modificar momentaneamente a percepção geral da realidade, também conduz o paciente a novas percepções sobre si, sua relação com seu ambiente interno e externo, sensação de pertencimento, esperança e novos pensamentos quanto a espiritualidade. Diante de uma patologia com múltiplas etiologias como a depressão, estes fatores são de significativo impacto para o prognóstico do quadro, e com o acompanhamento adequado de um profissional da saúde mental, o tratamento pode ser otimizado e transformador para o paciente.

Os estudos também revelam que essa substância possui excelente tolerância no corpo humano, provocando efeitos secundários menos relevantes do que os antidepressivos tradicionais, sem causar vício, utilização compulsiva, dependência ou qualquer outro efeito negativo provocado por outros medicamentos.

Assim, é importante ressaltar a necessidade de maiores investigações e acompanhamento prolongado dos pacientes submetidos as abordagens terapêuticas com uso da psilocibina, compreender melhor as reações físicas e mentais, e encontrar protocolos seguros que num momento futuro, esta seja uma opção legalizada e aplicável pelas equipes de saúde mental na prática clínica.

REFERÊNCIAS

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1Discente do curso de Medicina. Centro Universitário Uninorte, Rio Branco,
AC, Brasil
2Discente do curso de Medicina. Centro Universitário Mauricio de Nassau,
Cacoal, RC), Brasil
3Médico e Docente do curso de Medicina. Centro Universitário Uninorte,
Rio Branco, AC, Brasil