A PSICOPEDAGOGIA COMO PRÁTICA EDUCATIVA NA ESCOLA E NA FAMÍLIA EM CASOS DE AUTISMO

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.11099402


Patrícia Daiana de Souza1
Faba Rainey da Silva Costa2
Professor Orientador: Msc. Thiago Matos Saltão.


RESUMO

Este artigo tem como o tema “A psicopedagogia como prática educativa na escola e na família em casos de autismo.”O psicopedagogo busca compreender como a aprendizagem ocorre para cada indivíduo e as dificuldades que as crianças encontram nesse processo. Sendo assim, sua atuação é bastante abrangente e o profissional lida com questões psicológicas, pedagógicas, afetivas e cognitivas. Por isso, ele acompanha a criança ou adolescente com TEA e avalia como está sua aprendizagem, investiga os seus comportamentos e até mesmo elabora estratégias para realizar intervenções sempre que necessário. O objetivo desse estudo é entender a importância da participação do psicopedagogo e da família no processo de inclusãoescolar do aluno com TEA, visando favorecer o seu processo de aprendizagem e desenvolvimento. Foi utilizada a metodologia da pesquisa bibliográfica, de caráter qualitativo, realizada por meio de levantamento em bases de dados eletrônica e material impresso (livros, artigos científicos, periódicos, entre outros), onde o seu embasamento se deu através de estudos de Cunha (2017), Teixeira (2016), Keinert (2017) entre outros autores citados na pesquisa. Os autores contribuir para definição de conceitos e ideias relevantes para compreensão do atual papel do psicopedagogo junto aos alunos com diagnóstico do Transtorno Espectro Autista (TEA). Dessa forma está pesquisa destacou a importância da psicopedagogia na escola, pois ela permite conhecer asituação do processo de aprendizagem do aluno, com a intenção de melhorar e atuar sobre ele. Também mencionou sobre o trabalho do Psicopedagogo, profissional este que tem uma função muito importante no ambiente escolar, utilizando o conhecimento em Psicopedagogia, podendo colaborar na orientação dos pais e docentes em relação ao ensinar e ao aprender, dando suporte e assessoramento em caso de alunos com dificuldades de aprendizagem.

Palavras-chaves: Psicopedagogo. Família. Autismo.

ABSTRACT

This article has the theme “Psychopedagogy as an educational practice at school and in the family in cases of autism.” The psychopedagogue seeks to understand how learning occurs for each individual and the difficulties that children encounter in this process. Therefore, his work is quite comprehensive and the professional deals with psychological, pedagogical, affective and cognitive issues. Therefore, he monitors the child or adolescent with ASD and evaluates how they are learning, investigates their behaviors and even develops strategies to carry out interventions whenever necessary. The objective of this study is to understand the importance of the participation of the psychopedagogue and the family in the process of school inclusion of students with ASD, aiming to favor their learning and development process. The methodology of bibliographical research was used, of a qualitative nature, carried out through a survey in electronic databases and printed material (books, scientific articles, periodicals among others), where its basis was based on studies by Cunha (2017 ), Teixeira (2016), Keinert (2017) among other authors cited in the research. The authors contribute to the definition of concepts and ideas relevant to understanding the current role of the psychopedagogue with students diagnosed with Autism Spectrum Disorder (ASD).

Keywords: Psychopedagogue. Family. Autism.

1 INTRODUÇÃO

O Transtorno do Espectro Autista é um distúrbio do desenvolvimento neurológico, com etiologia multifatorial que pode causar prejuízos significativos. Santos (2016, p. 45) retrata tal condição acertadamente quando afirma que, “enquanto, para a maioria das pessoas, conviver socialmente é um aprendizado natural, para a pessoa com TEA estabelecer contato visual, interpretar gestos e expressões faciais combinados ou não com a linguagem oral representa um grande desafio”. Os psicopedagogos avaliam esses comprometimentos e contribuem para o desenvolvimento das crianças com autismo.

As abordagens psicopedagógicas são as intervenções mais promissoras e cientificamente comprovadas para melhorar a comunicação, a interação social e os comportamentos restritos. A psicopedagogia entende a aprendizagem como um processo de construção. Nesse percurso, surgem desafios para os profissionais, na busca de uma interação profunda com a criança com autismo. Podemos dizer que o maior desafio é criar um trabalho realmente multidisciplinar, para que a criança seja vista em suas potencialidades e possa ser considerada em sua totalidade.

Não existe um método que seja adequado para todas as crianças com autismo, cada criança é única e conhecer as habilidades e dificuldades de cada uma delas é o que vai permitir traçar um planejamento pedagógico eficaz. Este artigo enfoca a contribuição das famílias de alunos com TEA e, nessa perspectiva baseia-se o seguinte problema da pesquisa: De que forma a participação do psicopedagogo atua na criança com TEA? A família contribui na vida escolar de uma criança com TEA favorecendo um aprendizado e uma boa qualidade de vida?

Esta pesquisa vem mostrar que o autismo nas escolas é uma realidade presente cada vez mais encarada por profissionais dentre eles o psicopedagogo que tem um papel importante de impulsionar e facilitar o desenvolvimento cognitivo da criança com TEA.

Ele consegue por meio de diversas técnicas contribuir para que o autista entenda melhor as regras sociais e melhorar a sua convivência com as pessoas da sociedade. O objetivo do psicopedagogo é entender o processo que leva a criança a assimilar e construir o conhecimento. A inclusão de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e alunos com outras deficiências é garantida pela Lei nº 13.146, de 6 de junho de 2015. Conhecida como lei Brasileira da Inclusão de Pessoa com Deficiência ou Estatuto da pessoa com Deficiência, porém a maioria das escolas brasileiras não estão adequadas para receber esse público, isso sempre é explorado.

O trabalho foi divido por temáticas relacionadas ao TEA, que ajudarão no esclarecimento do assunto com mais propriedade. A metodologia utilizada baseou-se em pesquisas bibliográficas de diversos autores e criadores dos métodos citados.

Este estudo bibliográfico está baseado em artigos científicos de autores que pesquisaram o tema. O objetivo é pesquisar o tema, com a produção científica que é encontrada nas bases de dados no Google Acadêmico e na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD).

Foi selecionado alguns autores que tratam sobre o tema, assim, as ideias de Cunha (2017), Teixeira (2016), Keinert (2017) entre outros autores citados na pesquisa. Os autores contribuem para definição de conceitos e ideias relevantes para compreensão do atual papel do psicopedagogo junto aos alunos com diagnóstico do Transtorno Espectro Autista (TEA).

Foram utilizados os métodos científicos, organizados e planejados, para tomar este estudo confiável. O objetivo da enquete permitiu-nos responder ao problema e para este resultado. Tem por objetivo geral entender a participação do psicopedagogo e da família no processo de inclusão escolar do aluno autista, para favorecer sua aprendizagem. E, por objetivos específicos: Conhecer sobre o autismo (TEA) Transtorno do Espectro Autista, analisar o papel do psicopedagogo no processo de inclusão do aluno autista e como acontece a participação da família do aluno com TEA e Identificar os desafios que a criança autista enfrenta.

3 RESULTADOS

3.1 BREVE HISTÓRIA SOBRE AUTISMO

          Os primeiros sinais da necessidade de práticas pedagógicas na inclusão surgiram em 1907, na Itália. Maria Montessori, primeira mulher a cursar faculdade de medicina na Itália é encarregada pelo diretor geral do Instituto Dei Beni Stabili de Roma a organizar algumas escolas infantis nas casas populares do quarteirão de San Lorenzo, no centro de Roma. E em 06 de janeiro de 1907 é aberta a primeira Case dei Bambini (Casa das Crianças) para atender filhos de operários. Montessori entendeu que precisaria de uma estruturação diferenciada para atender crianças com um potencial, porém com dificuldades de aprendizagem.

Em 1943, um pesquisador alemão chamado Leo Kanner descreveu o autismo da seguinte maneira: ele acreditava ser uma condição neurológica única decorrente da incapacidade de estabelecer vínculos afetivos próximos com outras pessoas ou tolerar modificações do ambiente e das rotinas diárias. A principal característica dessas crianças era uma incapacidade de se relacionar com as demais pessoas, incluindo-se nos primeiros anos de vida. Kanner também pontuou características que considerou secundárias, como alterações de fala e de linguagem, atraso de desenvolvimento de linguagem, cognitivo alterado, comportamentos repetitivos e sensibilidade pouco comum a determinadas situações.

Desenvolveu uma forma de modificação de comportamentos ensinando indivíduos com atrasos no desenvolvimento a melhorarem suas respostas adaptativas, onde muitos alcançaram uma faixa normal de funcionamento. (WHITMAN, 2015).

Seguimos então em direção a essa meta, buscar maneiras diferenciadas de desenvolver esses indivíduos. Considerando que o transtorno é caracterizado por alterações na comunicação, na interação social e no uso da imaginação, obviamente há que se pensar em formas distintas de alcançá-los em suas especificidades.

Importante não os deixar à margem da sociedade, já que a nossa Constituição é bem clara nesse sentido, quando diz que educação é um direito de todos e que todos são iguais perante a lei.

4 O PSICOPEDAGOGO E A SUA ATUAÇÃO COM CRIANÇAS COM TEA

             Para Jerônimo Sobrinho, (2016) o Psicopedagogo é um profissional que trabalha no âmbito da prevenção, do diagnóstico e do tratamento de dificuldades de aprendizagem escolar e de aprendizagem, em um sentido mais amplo. Ele se dedica à análise, ao planejamento, ao desenvolvimento e à adequação dos processos educativos. Desta forma, o psicopedagogo se destaca como o profissional que irá investigar como ocorre o aprendizado, bem como atuará de forma preventiva para evitar déficits de aprendizagem.

Quando falamos de aprendizagem, entendemos que se trata de um processo complexo que, a partir de ocorrências e mudanças no interior de indivíduo, manifesta-se exteriormente, expressando-se por meio de ações cognitivas, emocionais e comportamentais. (CUNHA, 2017, p. 108).

Nesse sentido, o profissional de psicopedagogia se atentará para a necessidade da criança com TEA em sua singularidade. Como já mencionado, a criança com TEA se caracteriza pelos déficits no estabelecimento do vínculo e na interação, o que compromete a aprendizagem e seu desenvolvimento. Portanto, a atuação do psicopedagogo iniciará pelo estabelecimento de vínculo com o aprendente e na orientação para a família e profissionais da educação para que a criança com TEA crie vínculo com as pessoas que façam parte de seu cotidiano, pois ela”[…] aprende nas suas trocas no mundo afetivo e social, ao mesmo tempo em que e torna o seu principal interlocutor na aquisição do conhecimento.” (CUNHA, 2017, p. 117).

Ao atender uma criança com TEA, o psicopedagogo prioriza a autonomia da criança, ela deve aprender a realizar atividades de seu cotidiano para que se torne um adulto autônomo. Vale ressaltar a importância da parceria com professores, familiares, cuidadores e outros profissionais que atendem a criança, todos devem estar alinhados ao mesmo objetivo como explana Cunha (2017).

O artigo 3º da lei Berenice Piana (lei 12.764/12) defende o direito ao acesso escolar da criança com TEA. No parágrafo único, menciona-se o direito que a criança com TEA tem a um profissional mediador para auxiliá-la, desde que seja comprovada a necessidade do auxílio desse profissional.

Para Cunha (2017), o currículo escolar deve ser constituído de acordo com as necessidades e possibilidades da criança e com a necessidade com a realidade de sua escolha. Cada instituição escolar tem a sua limitação e especificidade, que irá adequar-se às necessidades das crianças que atende. O psicopedagogo deve estar atento quanto à aprendizagem da criança com TEA em sua complexidade e como a instituição escolar pode ampliar o conhecimento da criança ao promover a autonomia e a inclusão.

[…] A escola deve educar, também para o desenvolvimento da autonomia do aprendente, abrangendo toda a complexidade que há na individualidade de cada um, pois a natureza humana é uma unidade complexa, é um só tempo físico, biológico, psíquico, cultural, social e histórico. Este é um olhar psicopedagógico. (CUNHA, 2017, p. 113).

Cada criança tem uma necessidade diferente da outra e para que ao psicopedagogo auxilie a criança em seu desenvolvimento, é necessário que ela seja atendida por outros profissionais (como psicólogos, fonoaudiólogos, terapeuta ocupacional) que possam diminuir ou sanar suas limitações, ressaltar Cunha (2017) e Teixeira (2016).

É preciso que o psicopedagogo conheça as características próprias da criança com. TEA na sua singularidade, para que se possa criar vínculo e favorecer a aprendizagem. Ele poderá intervir com atendimentos individuais ou em grupo para oportunizar a inclusão desta criança. Em atendimentos institucionais é necessário orientar os profissionais da educação para que possam auxiliar a criança com TEA em seu aprendizado.

Segundo Teixeira (2016), para a realização do tratamento da criança com TEA, é preciso elaborar um Plano Individual de Tratamento (PIT) de acordo com as necessidades da criança, grau de gravidade e a disponibilidade e adesão da família para que o profissional possa realizar boas intervenções. O PIT consiste em um projeto que o profissional irá elaborar no qual contenha as intervenções necessárias e seus objetivos. No PIT deve constar os modelos e programas de atendimentos e funcionará como um roteiro para o psicopedagogo.

Dos modelos de intervenções utilizados com crianças com TEA, Cunha (2017) e Keinert (2017) destacam: Picture Exchange Communication System – (PESC) ou sistema de Comunicação por Troca de Figuras, que consiste em fichas com figuras que representam palavras, sentimentos, ações e situações. O PESC auxilia na comunicação das crianças com TEA não verbais e favorece o desenvolvimento da comunicação. Após a criança apropriar-se do uso das fichas, ela pode ser estimulada a pedir verbalmente, como por exemplo: dizer “Eu quero”e entregar a ficha com a figura do que deseja.

O psicopedagogo pode utilizar deste modelo para que a criança com TEA aprenda a se comunicar com autonomia, e deverá orientar a família e os profissionais da educação que atendem esta criança quanto ao uso do modelo, para que esta exercite a comunicação em diferentes situações de seu cotidiano.

Treatment and Education of Autistic and Related Communication-handicapped Children – (TEACCH) ou Tratamento e Educação de Crianças com Autismo e Dificuldades de Comunicação: este tratamento foi desenvolvido na década de 60 pelo Dr. Eric Schopler e colaboradores. Esta abordagem consiste em utilizar recursos visuais como uma sequência de figuras nos ambientes nos quais a criança com TEA frequenta. Como exemplo destacam-se as atividades de uma rotina escolar, procedimentos para utilizar o banheiro e escovar os dentes, conteúdos escolares como o processo de digestão, ciclo da água, atividades físicas.

Pode ser utilizado em atendimentos psicopedagógicos clínicos como agenda para situar a criança no tempo e na sequência de atividades, e também ensinar a criança com TEA procedimentos diversos. O seu objetivo é proporcionar e desenvolver a sua autonomia e o aprendizado, além de favorecer a atenção e concentração, e cabe ao psicopedagogo utilizar de acordo com a necessidade da criança e orientar a família e os profissionais da educação.

Applied Behavior Analysis – ABA ou Análise do Comportamento Aplicado, é utilizado por profissionais capacitados a utilizar este método ou psicólogos experientes. O ABA consiste em ensinar novas habilidades, corrigir comportamentos inadequados (tais como agressividade, birra), e reforçar comportamentos positivos por meio de recompensa. Nessa abordagem, a repetição é de extrema importância, assim como os registros com o resultado de cada tentativa. Quando a criança apropriar-se do comportamento positivo, deve-se dar a oportunidade para que ela o realize com autonomia e o desenvolva como um hábito.

É um modelo utilizado em consultórios psicopedagógicos para desenvolver hábitos de aquisição de aprendizagem, que são necessários para a realização de atividades em instituições escolares. O psicopedagogo deve estar atento ao desenvolvimento da criança com TEA não apenas durante os atendimentos, mas em sua complexidade como indivíduo. A família da criança necessita de ajuda, apoio e orientações, para auxiliar a criança com TEA fora dos atendimentos, conforme afirma Keinert (2017)

5 O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO NA ESCOLA

O profissional de psicopedagogia acompanha e orienta o processo de aprendizagem respeitando as habilidades de cada aluno. E também orienta os profissionais que estão envolvidos na educação dos autistas. Por isso, dá instruções sobre como os professores podem contribuir e facilitar o aprendizado do aluno autista. Ele comparece em reuniões escolares, por exemplo, e conversa com os professores para entender as dificuldades e problemas comportamentais apresentados dentro da sala de aula.

A psicopedagogia tem um amplo campo ainda não definido em todas as suas possibilidades, que analisa e trabalha a aprendizagem sistemática e assistemática. Abrange a educação formal em todos os níveis (criança, adolescente, adulto), e a educação familiar e profissional. (JERONIMO SOBRINHO, 2016).

Também cabe a ele direcionar uma rotina diária para oferecer uma previsibilidade de acontecimentos permitindo que a criança entenda o que está acontecendo a sua volta e tenha mais tranquilidade, menos angústia, ansiedade e frustração.

O psicopedagogo ajuda a reforçar positivamente os comportamentos adequados e ensina a criança com TEA o que deve ser feito em determinada situação. Para isso, repete e ensina quantas vezes forem necessárias com paciência e respeito às dificuldades encontradas pelo autista.

O profissional também fica responsável de averiguar se a criança com TEA está sendo incluída na escola, se suas necessidades estão sendo atendidas, se o ambiente escolar é o ideal, se os professores são qualificados e pacientes e também se o material didático é eficiente para os indivíduos com autismo.

E esses avanços podem ser realizados de forma lúdica para que ocorra o desenvolvimento da aprendizagem e melhora no rendimento escolar. Esse profissional faz a intermediação entre os professores e alunos visando manter um vínculo prazeroso e saudável.

Para Claro (2018), a psicopedagogia no ambiente educacional busca auxiliar professores, coordenadores pedagógicos e gestores a refletir sobre o papel da educação diante das dificuldades de aprendizagem. Algumas escolas possuem psicopedagogos disponíveis que fazem o acompanhamento dos alunos e podem ajudar as crianças com autismo.

6 FAMÍLIA E ESCOLA UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O SEU DESENVOLVIMENTO

A família é a base da sociedade e nela, a criança terá uma contribuição para o seu desenvolvimento. A família é responsável por assegurar o bem-estar dos componentes, protegendo a criança e transmitindo valores. A família também se preocupa com o futuro de todos e principalmente da criança, pelas fases de desenvolvimento que não podem sofrer danos físicos e emocionais, por isso, é normal que a família esteja sempre buscando uma melhor qualidade de vida.

Quando a família descobre que a criança tem algum transtorno, e que as limitações chegarão, devem buscar o tratamento correto para não comprometer o futuro da criança. Em caso de TEA, a família deve ter a consciência de que o processo de desenvolvimento será lento, mas não impossível, acontecerá seguindo o ritmo que a limitação desejar. Os responsáveis devem assumir uma dedicação total e amparar as necessidades de sua criança autista.

Ao longo dos anos, as famílias têm aceitado os transtornos com mais facilidade, mesmo havendo momentos difíceis. Na busca por tratamento, compreendem que existem meios de facilitar a vida da pessoa deficiente através de acompanhamento terapêutico e tratamentos solicitados por especialistas. Para a criança autista, a família deve buscar informações para uma melhor inclusão e tratamento, pois é natural que os pais se preocupem com a forma em que os filhos estão sendo tratados na escola.

A inclusão das crianças com TEA no âmbito escolar e social contará com a interação dos docentes, familiares, alunos com TEA e os demais alunos. Com a contribuição de todos haverá mais compreensão sobre a doença e como lidar com ela (SOARES, 2019). O desenvolvimento da criança com TEA depende da adaptação escolar, de profissionais capacitados, mas, mais do que isso, demandará um envolvimento entre a escola e a família, com maior participação desta para planejar a educação dos seus filhos.As famílias precisam notar a existência de recursos que atendam às necessidades que o transtorno traz, por meio das redes de apoio que amparam as crianças. Compreende-se que as famílias ao buscar uma rede de apoio já estão mais adaptadas ao transtorno. Buscar uma escola para incluir seu filho autista na educação é uma forma de contribuir com o desenvolvimento da criança ou do sujeito, tendo em vista que muitos são incluídos já na fase da adolescência. A escola deve ser parceira e ajudar a família e o aluno autista, providenciando auxiliar para o professor, formações para todos os envolvidos no atendimento ao TEA, material de apoio e sala de AEE.

7 OS DESAFIOS DO AUTISMO NA INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL

Os estudantes com autismo muitas vezes apresentam desafios únicos nas escolas, e os professores acham difícil atender às suas necessidades de uma forma eficaz. Whitman (2015) cada pessoa no espectro do autismo é original e suas necessidades serão refletidas de uma maneira diferente. Os desafios vivenciados pela interação social e comunicação com os outros são comuns entre os alunos do espectro, e terão um impacto sobre cada aspecto de suas vidas.

Estes desafios podem levar a níveis muito mais elevados de estresse, ansiedade e depressão do que outros alunos.. Até 72% dos alunos no espectro do autismo tem necessidades adicionais de saúde mental. Isso implica um desafio único para as escolas e professores, com os alunos autista até quatro vezes mais provável do que seus pares para exigir serviços adicionais para a aprendizagem e apoio social.

A inclusão é ser proativa na identificação de desafios que os alunos encontram ao tentar acessar oportunidades de educação de qualidade para eliminá-los. Trata-se de satisfazer as necessidades de todas as crianças para garantir que recebem uma educação de qualidade e tem a oportunidade de alcançar o seu potencial.

Os estudantes com autismo podem encontrar tarefas que requerem muito planejamento e organização, como atividades de execução, participação e avaliações ou preenchimento de tarefas domésticas, que são extremamente difíceis. Isso pode ter um impacto negativo sobre a sua capacidade cognitiva, social e acadêmica.

Os professores e especialistas que trabalham neste domínio devem sentir-se adequadamente apoiados para satisfazer as necessidades destes estudantes, e este apoio deve ser permanente. O uso de abordagens educacionais adaptadas individualmente e flexíveis é crucial, isso requer que os professores tenham um número de ajustes de recursos que podem ser implantados dentro e fora do ambiente de classe.

8 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo bibliográfico, de caráter qualitativo, ou seja, aquele que, permite compreender que a resolução de um problema pode ser obtida por meio dela, sendo uma de suas características principais munir o pesquisador de bagagem teórica variada,contribuindo para a ampliação de seu conhecimento (LAKATOS; MARCONI, 2017).

Com esta finalidade, em termos metodológicos, efetuou-se uma revisão sistemática de literatura relativa ao tema “A Psicopedagogia como práticas educativa na escola e na família em caso de autismo,” por meio de levantamento em bases de dados eletrônica e material impressos, como: livros, artigos científicos, periódicos, entre outros, embasado no fato de que todo e qualquer trabalho acadêmico requer conhecimento científico sobre a questão abordada.

9 CONCLUSÃO

Concluímos que o profissional de psicopedagogia deve conhecer a criança, suas dificuldades e habilidades, a criança com TEA demanda de uma atenção especializada, além do olhar atento. O psicopedagogo deve ser um pesquisador para identificar e auxiliar em suas necessidades. Estabelecer vínculo e interagir com crianças com TEA é essencial para o seu aprendizado, o psicopedagogo deverá utilizar modelos de intervenções de acordo com as habilidades e dificuldades da criança.

Cabe ao profissional de psicopedagogia conhecer e estudar os modelos de intervenções que irá utilizar, e apropria-se das técnicas disponíveis, estabelecer vínculo afetivo com criança e, assim, proporcionar à criança, autonomia e aprendizagem, independentemente de deficiências, transtornos ou de outras dificuldades, as emoções do aprendente devem ser canalizadas para a aprendizagem.

Destacou a importância da psicopedagogia na escola, pois ela permite conhecer a situação do processo de aprendizagem do aluno, com a intenção de melhorar e atuar sobre ele.

Também mencionou sobre o trabalho do Psicopedagogo, profissional este que tem uma função muito importante no ambiente escolar, utilizando o conhecimento em Psicopedagogia, podendo colaborar na orientação dos pais e docentes em relação ao ensinar e ao aprender, dando suporte e assessoramento em caso de alunos com dificuldades de aprendizagem.

No entanto, a família desempenha um papel fundamental nesse processo, trabalhando em parceria com os profissionais, compartilhando informações, colaborando na criação de uma sala de aula inclusiva.

REFERÊNCIAS

CUNHA, Eugênio. Autismo e Inclusão – Psicopedagogia e práticas educativas na escola e na família 7ª edição. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2017.

CLARO, Genoveva Ribas. Fundamentos da Psicopedagogia. Curitiba, PR: Intersaberes, 2018.

GOOGLE ACADÊMICO. A atuação do psicopedagogo com criança com autismo. São José dos Campos, 2019.

JERÔNIMO SOBRINHO, Patrícia. Fundamentos da Psicopedagogia. Patrícia Jerônimo Sobrinho. – São Paulo, SP : Cengage, 2016.

KEINERT, Maria Helena Jansen de Mello. Espectro Autista – O que é? O que fazer? 2 ed. Curitiba, 2017.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de Metodologia Científica. 7ª ed. São Paulo: Editora Atlas. 2017.

Lei Federal nº 12.764/2012, de 27 de dezembro de 2012. Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.

SANTOS, Régia Vidal dos. A escolarização de crianças com transtorno do espectro autista: uma possibilidade de emancipação. 2016. 186f. Dissertação (Mestrado em Educação), Programa de Pós-Graduação em Gestão e Práticas Educacionais, Universidade Nove de Julho, São Paulo, 2016.

SOARES, D. P. A criança com autismo na escola: possíveis caminhos para a inclusão. 2019.

TEIXEIRA, Gustavo. Manual do Autismo. Rio de Janeiro: BestSeller, 2016.

WHITMAN, THOMAS L. O DESENVOLVIMENTO DO AUTISMO. SÃO PAULO: M. BOOKS DO BRASIL, 2015.


¹Pós-graduanda em Psicopedagogia Clínica e Institucional, patriciasouzafaba@gmail.com
²Pós-graduanda em Psicopedagogia Clínica e Institucional, raineycosta30gmail.com