A MICRODERMOABRASÃO NO TRATAMENTO DO ENVELHECIMENTO FACIAL


FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS
FERNANDÓPOLIS, SÃO PAULO, BRASIL.


Autores:
Ana Clara Rovoli Valentim da SILVA*
Isabela Souza de ARAÚJO*
Larissa Vitória Souza MACHADO*
Mayara Fiorella Lopez ROBERTS*
Samara Cristina MARTINI*
Valéria MUNHOZ**

*Graduandas do curso de Tecnologia em Estética e Cosmética das Faculdades Integradas De Fernandópolis; Fernandópolis, São Paulo, Brasil.

**Orientadora do curso Tecnologia em Estética e Cosmética das Faculdades Integradas de Fernandópolis; Fernandópolis, São Paulo, Brasil.


RESUMO

O envelhecimento cutâneo é o responsável pela diminuição das produções de substâncias, como o colágeno, necessárias para a formação da pele, sua estrutura, elasticidade, estabilidade e hidratação. Este artigo, tem como objetivo apresentar a microdermoabrasão como um tratamento que tem mostrado bons resultados para renovação celular. Com isso, o estudo tratou-se de uma pesquisa bibliográfica com características descritivas e exploratórias, baseado em artigos científicos. Concluiu-se que o procedimento de microdermoabrasão, um tratamento não invasivo, é capaz de promover a atenuação de rugas, realizar o afinamento do tecido epitelial, o clareamento de hipercromias, cuidar de sequelas da acne, demonstrando ser um tratamento eficaz.

Palavras-chave: Envelhecimento. Tratamento. Microdermoabrasão. Facial.

ABSTRACT

Skin aging is responsible for the decrease in the production of substances, such as collagen, necessary for the formation of the skin, its structure, elasticity, stability and hydration. This article aims to present microdermabrasion as a treatment that has shown good results for cell renewal. Thus, the study was a bibliographic research with descriptive and exploratory characteristics, based on scientific articles. It was concluded that the microdermabrasion procedure, a non-invasive treatment, is capable of promoting the attenuation of wrinkles, thinning the epithelial tissue, lightening hyperchromia, taking care of acne sequelae, proving to be an effective treatment.

Keywords: Aging. Treatment. Microdermabrasion. Facial.

  1. INTRODUÇÃO

O envelhecimento é uma predisposição biológica de todo ser humano, e um dos primeiros registros sobre a preocupação com a aparência e os cuidados com a pele envelhecida surgiram com os egípcios e os romanos, pois esses povos já utilizavam ingredientes naturais, como óleos essenciais extraídos de plantas para formular cremes antirrugas e proteger a pele do sol; sementes e grãos para esfoliação facial; leite azedo para deixar a pele limpa e uniforme, além de lama para manter a pele hidratada, o que mais tarde se tornariam conceitos importantes para a Estética como higienização, hidratação, tonificação e proteção da pele (PEYREFITTE; MARTINI; CHIVOT, 1998; FRANQUILINO, 2009).

Quanto ao primeiro item, existem duas classificações que condicionam o envelhecimento, que são os fatores intrínseco e o extrínseco. O primeiro está ligado a causas como genética, hormônios, sexo, sistema circulatório e metabólico, radicais livres e estresse oxidativo. Quanto ao segundo tipo de envelhecimento está relacionado à fatores ambientais, radiação solar, alimentação e tabagismo (FECHINE; TROMPIERI, 2012).

O envelhecimento cutâneo desencadeia diminuição nas produções fundamentais da formação da pele, como o colágeno, importante para manter a estrutura, estabilidade, a elasticidade e a hidratação devido á insuficiência nas glândulas sebáceas e sudoríparas (STRUTZEL et al., 2007).

Devido a isso, a procura por tratamentos estéticos que rejuvenescem a pele e previnem o envelhecimento precoce aumenta-se cada vez mais, já que há uma grande demanda no desejo das pessoas de alcançar seu potencial de beleza, além de estar diretamente ligado à sentimentos de auto estima em relação ao bem estar físico e também psicológico (TEIXEIRA et al., 2007).

Esse aumento comprova-se nas pesquisas realizadas pela revista Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) realizadas em 2018, em que releva a ocorrência de mais 20 milhões de procedimentos estéticos cirúrgicos e não cirúrgicos realizados no mundo; já em 2019 houve um aumento de 7,4% de realizações dessas técnicas, sendo superior ao de 2018 (5,6%). Além disso, os dados coletados pela revista, apontam que 87,4% destes procedimentos são realizados pelas mulheres. Vale ressaltar que o procedimento de foto rejuvenescimento está entre os cinco principais procedimentos não cirúrgicos mais executados. (INTERNATIONAL SOCIETY OF AESTHETIC PLASTIC SURGERY [ISAPS], 2019).

Existem diversas técnicas que promovem o rejuvenescimento facial, uma delas é a chamada microdermoabrasão. Esta foi desenvolvida na Itália por Marini e LoBrutto em 1985 e no Brasil começou as ser utilizada em 1994. O procedimento é realizado pela descamação do estrato córneo, das camadas mais externas da epiderme, acelerando o processo natural de renovação epidérmica. Com isso, o tratamento atenua rugas superficiais, realiza clareamento de hipercromias e o afinamento do tecido epitelial (PESSARELLO et al. 2020).

Os equipamentos para a realização do procedimento de microdermoabrasão, a princípio, utilizavam apenas o vácuo com o auxílio de cristais de óxido de alumínio para realizar a esfoliação da pele. O uso do óxido de alumínio para esfoliar, foi escolhido por ser inerte, rígido, estável e não causar irritações na pele. Com os avanços tecnológicos, hoje os procedimentos contam com uma versão melhorada, onde são usados microgrânulos de óxido de alumínio. Além de opções em tipos de cristais de sal (MDA por jateamento) e o uso de ponteiras com lixas incrustadas de diamante, com diâmetros e granulações diversas (PESSARELLO et al. 2020).

A procura por procedimentos estéticos voltados ao rejuvenescimento facial vem aumentando significativamente nos últimos anos e a microdermoabrasão demonstra bons resultados por favorecer a renovação celular, o que justifica o interesse pelo tema abordado.

  1. OBJETIVO

O presente estudo tem como objetivo apresentar o procedimento da microdermoabrasão nos tratamentos para o envelhecimento facial, assim como explorar o que a literatura tem a dizer em relação ao tema e suas nuances, além especificar suas indicações e contraindicações.

  1. METODOLOGIA

Esse trabalho se caracteriza como uma pesquisa bibliográfica com características descritivas e exploratórias. Os elementos contidos na presente pesquisa foram baseados em artigos disponíveis em locais como Google Acadêmico, além de livros e periódicos disponíveis na biblioteca das Faculdades Integradas de Fernandópolis.

A busca foi realizada no período de março a setembro do ano de 2021. Foram utilizadas as palavras chave: Envelhecimento; Tratamento; Microdermoabrasão; Facial.

  1. REVISÃO DA LITERATURA

4.1 PELE

Como o maior órgão do corpo humano a pele é responsável por cerca de 16% do peso corporal, desempenha diversas funções, e tem como a principal função isolar as estruturas externas do ambiente. A pele é constituída por três camadas: epiderme, derme e hipoderme. A epiderme é a camada externa da pele, tem como principal função, proteger contra agentes externos. Ela é constituída de células epiteliais achatadas sobrepostas as quais de dentro para fora estão presentes em; germinativa ou basal, espinhosa, granulosa, lúcida e córnea como demonstra a figura abaixo (BERNARDO et al., 2019).

Figura 1 As cinco camadas da Epiderme

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Fonte: http://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content/uploads/sites/10001/2019/11/PELE-ALTERA%C3%87%C3%95ES-ANAT%C3%94MICAS-E-FISIOL%C3%93GICAS-DO-NASCIMENTO-%C3%80-MATURIDADE.pdf

São várias as células que compõem a epiderme: os queratinócitos sintetizam queratina e à medida que migram para a superfície forma- se a camada córnea; a queratina é uma proteína fibrosa filamentosa que da firmeza a epiderme, garante sua proteção, permeabilidade e a protege da desidratação (BERNARDO et al., 2019).

Os melanócitos são células responsáveis pela síntese de melanina, pigmento e sua função é proteção dos raios ultravioleta; as células de Langherans são as células responsáveis pela ativação do sistema imunológico atuando como macrófagos contra partículas estranhas e microrganismos; e as células ou discos de Merkel, que estão presentes entre a epiderme e derme, ligando-se as terminações nervosas sensitivas atuam como receptores de tato ou pressão. (BERNARDO et al., 2019).

A derme é a segunda camada da pele, composta por um tecido conjuntivo denso irregular. Está presente entre a epiderme e o tecido subcutâneo, constituído ricamente por fibras de colágenos e elastina. Sua espessura pode variar de onde atinge sua proporção máxima, apresenta três regiões distintas: região superficial ou papilar, que mantém contato com a epiderme, é composta por tecido conjuntivo frouxo, com predominância de feixes de fibras colagenosas mais espessas onduladas e em disposição horizontal, possui pequenos vasos linfáticos e sanguíneos, terminações nervosas, colágeno e elastina, e fornece oxigênio e nutrientes para a pele (TASSINARY, 2019; OLIVEIRA, 2011).

A terceira região é a adventricial, circundada por folículos pilos sebáceos, glândulas e vasos, sendo constituída por feixes finos de colágeno, e na derme estão presentes os anexos cutâneos como glândulas sebáceas e sudoríparas, pelos e unhas como observado na figura 2 (TASSINARY, 2019; OLIVEIRA, 2011).

Figura 2 Estrutura da Derme

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Fonte: http://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content/uploads/sites/10001/2019/11/PELE-ALTERA%C3%87%C3%95ES-ANAT%C3%94MICAS-E-FISIOL%C3%93GICAS-DO-NASCIMENTO-%C3%80-MATURIDADE.pdf

Entre a epiderme e a derme, está presente a lâmina dermo-epidérmica, a qual permite que essas duas camadas estejam ancoradas, é sintetizada pela camada basal e tem como função ser uma barreira e filtro de nutrientes entre as camadas (BERNARDO et al., 2019).

A hipoderme é a última camada da pele é considerada um órgão endócrino, constituídas por adipócitos, tem as funções de armazenar reserva energética, proteger contra choques, formar uma manta térmica e modelar o corpo (TASSINARY, 2019).

4.2 ENVELHECIMENTO

Todo ser humano vivencia durante sua vida um processo natural de envelhecimento, chamado de senescência, a qual se designa pelo declínio da capacidade ativa do organismo, podendo ainda ser definida como um conjunto de mudanças fisiológicas inevitáveis (SILVA; BRITO, 2017).

Diante disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera essa fase sendo iniciada entre os 60 e 65 anos. No Brasil, segundo as pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizadas em 2019, o número de idosos no país chegou a 32,9 milhões, ressaltando que essa é a faixa etária da população que mais cresce.

Portanto, o envelhecimento é uma condição fisiológica que compromete a pele, levando suas camadas (especialmente a derme em que o suporte estrutural vai se perdendo) a passarem por mudanças aparentes, como o surgimento de rugas, perda da elasticidade e pigmentações desiguais na pele principalmente em locais como face, pescoço, dorso das mãos e antebraços que ficam mais expostos as agressões dos ambientes, assim como a exposição solar (SILVA; BRITO, 2017).

Ocasionalmente acontecem alterações ligadas a estrutura do tecido da pele, como a deformação das fibras elásticas e menos flexibilidade das mesmas, disposição estrutural desorganizada; diminuição da síntese de colágeno; além de perda da capacidade dos vasos sanguíneos em eliminar toxinas da pele e nutrir as células desta. Portanto, no envelhecimento a pele tem tendência a ficar seca, flácida, menos espessa e frágil (SANTOS; ALBUQUERQUE, 2012).

Salienta-se ainda que essas alterações ocorrentes na pele são influenciadas por fatores fisiológicos, genéticos, ambientais e sociais, como exemplo as incapacidades funcionais, alteração no metabolismo geral e baixa autoestima (SILVA, et al., 2016).

Diante o exposto, existem algumas causas que estimulam os processos de envelhecimento, como exposição excessiva aos raios ultravioletas (UV) que afetam diretamente o DNA da célula, causando deficiências durante sua replicação, no qual perde sua sequência original e limita a capacidade de reprodução celular. Consequentemente, as mudanças na pele são visíveis, passando a ser chamada de fotoenvelhecimento, além de que com o passar dos anos o ciclo celular vai diminuindo, fazendo com que a renovação cutânea aconteça lentamente (SATO; SANTOS, 2004).

Causas como hiperpigmentação também são fontes do envelhecimento por raios solares, devido ao distúrbio de pigmentação em especial a melanina, provocando o aparecimento de manchas cutâneas mais escuras (RODRIGUES, 2014).

Outro fator que se desencadeia com a exposição exacerbada desses raios são os radicais livres que é fundamental para o funcionamento da célula e metabolismo, também para produção de energia. Contudo, em grande quantidade reduzem a capacidade de defesa antioxidante da pele, levando ao desequilíbrio dos mesmos, prejudicando as células até levá-las a morte.

Essas são moléculas instáveis e altamente reativas, pois contêm elétrons desemparelhados, e que quando interagem com moléculas normais do corpo causam alterações nas mesmas. Seu número sofre um aumento nas últimas décadas de vida devido a um declínio nas defesas antioxidantes, trazendo como consequência danos macromoleculares e perdas funcionais fisiológicas, o que intensifica o processo de envelhecimento. (TEIXEIRA, et al., 2018 p 107).

Por fim, da mesma maneira se acrescenta as causas do envelhecimento a diminuição na produção do ácido hialurônico, importante para a hidratação natural da pele e retenção de água, além de estar ligado com o colágeno e elastina que dão resistência a pele, portanto, devido a diminuição desse componente, há sinais visíveis do envelhecimento como as rugas apontas na imagem a baixo (OLIVEIRA, 2009).

Figura 3 Diferença do envelhecimento intrínseco e extrínseco

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Envelhecimento Natural Foto-envelhecimento
Fonte: https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/4413/1/PPG_21481.pdf

4.3 MICRODERMOABRASÃO

4.3.1 DEFINIÇÃO

Existem diversas técnicas que promovem o rejuvenescimento facial, uma delas é a chamada microdermoabrasão. Esta técnica foi desenvolvida na Itália por Marini e LoBrutto em 1985 e no Brasil começou as ser utilizada em 1994. O procedimento é realizado pela descamação do estrato córneo, das camadas mais externas da epiderme, acelerando o processo natural de renovação epidérmica. Com isso, o tratamento atenua rugas superficiais, realiza clareamento de hipercromias e o afinamento do tecido epitelial. (PESSARELLO et al. 2020).

A microdermoabrasão é um procedimento que realiza a esfoliação física e muito superficial da pele, que pode ser feito por aparelhos específicos ou manualmente, através de dermocosméticos. Tem um vácuo eletrônico potente e a abrasão é obtida pulverizando microcristais de dióxido de alumínio, na superfície da pele. O equipamento de microdermoabrasão tem motores interinos, filtro e caneta aplicadora e as mangueiras devem estar secas para que os cristais possam fluir perfeitamente. É sempre recomendável usar os cristais indicados pelo fabricante. (CANTO; MEJIA, 2012).

É uma técnica de esfoliação que pode ser executada de forma não invasiva, sendo inúmeras as suas indicações com base no aumento da mitose celular fisiológica, promovendo os efeitos como de atenuação de rugas superficiais ao redor dos lábios, o afinamento do tecido epitelial, sequelas de acne, clareamento das camadas mais superficiais da epiderme, foliculite, redução e prevenção de estrias (LIMA; MEJIA, 2014).

4.3.2 TIPOS DE MICRODERMOABRASÃO

Há duas técnicas envolvendo a microdermoabrasão, sendo elas: peeling de cristal (jateamento) e peeling de diamante (lixamento). Estas técnicas foram desenvolvidas para serem usadas com o auxílio de equipamentos que possuem uma caneta de aplicação acoplada a um aparelho de vácuo, e assim posicionada diretamente sobre a epiderme. (PESSARELLO et al. 2020).

O Peeling de Diamante, possui a ponteira de caneta e também uma lixa diamantada, contendo uma abertura para sucção capaz de aspirar as impurezas da pele e remover as camadas mais superficiais da mesma (HIGUCHI et al. 2016). Nesse procedimento é utilizado apenas a pressão negativa que faz com que a pele seja levemente sugada pela manobra, enquanto o lixamento é feito por meio dos movimentos do próprio profissional. Esse método é indicado para peles jovens e sensíveis, que não necessitam de uma esfoliação. Alguns dos efeitos decorrentes desse tipo de peeling é a regeneração celular e o aumento da síntese de colágeno (HTM ELETRÔNICA, 2021).

A técnica de aplicação do Peeling de Diamante é inicialmente feita com a higienização da pele. Em seguida, determina-se alguns parâmetros como a profundidade da esfoliação; a ponteira diamantada transparente que gera uma pressão negativa e irá direcionar o óxido de alumínio na região da epiderme; a intensidade do vácuo de acordo com a sensibilidade do paciente e o número de passadas na área tratada no qual concederá o tipo de abrasão pretendida. Os movimentos utilizados na pele são de varredura, de maneira uniforme seguindo o sentido das linhas, finalizado após uma leve hiperemia. Diante disso, recomenda-se estirar a pele para facilitar o deslocamento da caneta e ir alterando a intensidade do vácuo conforme for mudando as áreas do rosto do paciente (HTM ELETRÔNICA, 2021; LIMA, 2014).

Figura 4 Caneta HTM com ponteira

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Fonte:https://www.htmeletronica.com.br/wp-content/uploads/2016/06/DA03-24-PEELING-REV02.pdf

O Peeling de Cristal, utiliza um equipamento mecânico que aplicado sobre a pele, libera e aspira os cristais (óxido de alumínio) pelo próprio vácuo do aparelho, realizando, portanto, uma esfoliação. No caso deste, é recomendado para peles fotoenvelhecidas e que necessitam de uma esfoliação mais profunda. Esse procedimento é mais dolorido, traz uma leve queimação e provoca vermelhidões na pele (SILVA et al. 2018).

A técnica de peeling de cristal é inicialmente realizada com o equipamento no modo cristal conectado à caneta que é utilizada no procedimento. Em seguida é necessário escolher o melhor tipo de ponteira de acordo com a área a ser tratada e o nível de abrasão desejado. Além disso, é preciso escolher a intensidade do vácuo e o fluxo dos cristais conforme a sensibilidade do paciente. Visa-se durante a aplicação três movimentos com a caneta, sendo eles: horizontal, vertical e diagonal (HTM ELETRÔNICA, 2021)

Esse tipo de peeling é realizado através de um gerador de pressão negativa e positiva paralelamente, em que são utilizados microgrânulos de óxido de alumínio. O processo acontece com o jateamento de cristais pela pressão positiva sobre a cútis, enquanto os mesmos vão sendo sugado pela pressão negativa juntamente com os resíduos da pele, técnica também conhecida como vacuoterapia (LIMA, 2014).

Figura 5 Equipamento IBRAMED utilizado no Peeling de Cristal

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Fonte:https://ibramed.com.br/site/equipamentos/dermotonus-esthetic/

4 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES

A técnica pode desempenhar um papel importante na melhoria de casos como cicatrizes de acne, uniformização de textura da pele, hiperpigmentação, rugas finas, estrias, fotoenvelhecimento, óstios dilatados, aumento da permeação transdérmica de ativos e rítides, sendo indicadas, portanto, nessas irregularidades (HIGUCHI et. al, 2016).

Todavia, antes do procedimento de microdermoabrasão é preciso realizar uma avaliação facial (ficha de anamnese), pois mesmo seguro e não oferecendo riscos, não é indicado para quem sofre disfunções como cicatrizes, queloides, diabetes, herpes, verrugas, feridas abertas, doenças autoimunes de pele (contraindicação relativa), acne ativa (contraindicação relativa); Assim como casos de infecções ativas (impetigo, herpes simples e verrugas planas), rosácea e telangiectasias (contraindicações relativas), podendo haver complicações nos casos de hiperpigmentação pós-inflamatória, petéquia e púrpura (TASSINARY, 2019).

4.4 MICRODERMOABRASÃO NO ENVELHECIMENTO FACIAL

O processo de peeling diamantado promove o incremento na mitose celular, proporcionando a renovação epitelial acelerada, acabando com o excesso no depósito de células córneas e com sua permanência por tempo prolongado. A técnica corrobora com a renovação da primeira camada da pele, composta por células anucleadas e nutrida pela derme, possibilitando mais viço, maior hidratação e a atenuação de marcas e sequelas, decorrentes da constante exposição aos efeitos extrínsecos e intrínsecos (LIMA; MEJIA, 2014).

Nesse tratamento, há a liberação de uma cadeia de eventos moleculares que podem trazer resultados como a remodelação dérmica (HIGUCHI et. al, 2016). A microdermoabrasão com cristais, em sua atuação fisiológica, incrementa no processo de mitose celular, proporcionando resultados de aumento na produção das proteínas de colágeno, elastina e reticulina, atuando no afinamento do tecido epitelial melhorando quadros de sequelas de acne, entre tantos outros fatores, como já citado (LIMA; MEJIA, 2014).

As disfunções estéticas mais indicadas para esta técnica são as cicatrizes em geral. Nas cicatrizes traumáticas que se apresentam geralmente por diversas lesões com níveis e formas diferentes, pode-se adaptar a técnica a cada lesão, buscando sua regularização. Nas cicatrizes oriundas de queimaduras permite a equiparação das zonas atrofiadas. Nas cicatrizes de acne, herpes e varicela, a atuação do equipamento é facilitada pelo vácuo que nivela essas lesões, já que se apresentam na maioria das vezes profundas e circunscritas. (SOUSA, 2012).

O tratamento irá suavizar as cicatrizes e rugas por desgaste de epiderme e das papilas dérmicas, deixando o restante da camada basilar para reconstituição da pele. O peeling mecânico, pode ser considerado uma terapia por microdermoabrasão, que como já citado seu modo de agir não invasiva e não química, produz renovação celular, retirando as células mortas e estimulando a produção do colágeno. Assim, obtendo como resultado uma pele uniforme e saudável. (CANTO et al., 2012).

  1. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante o estudo bibliográfico, observa-se que o envelhecimento é uma condição fisiológica que compromete a pele, levando suas camadas a passarem por mudanças aparentes, como rugas, perda de elasticidade e pigmentação desiguais na pele. São duas as classificações que condicionam o envelhecimento. O intrínseco, que está ligado a causas como genética, hormônios, sexo, sistema circulatório e metabólico, radicais livres, estresse oxidativo; já o extrínseco está relacionado à fatores ambientais, radiação solar, alimentação e tabagismo.

O procedimento de microdermoabrasão é uma técnica de esfoliação que pode ser executada de forma não invasiva promovendo os efeitos de atenuação de rugas superficiais ao redor dos lábios, afinamento do tecido epitelial, sequelas de acne, clareamento das camadas superficiais da epiderme e foliculite. É um procedimento que envolve duas técnicas sendo elas o peeling de cristal e peeling de diamante.

Dado o exposto entende-se que o envelhecimento é uma condição fisiológica inevitável, com isso o procedimento de microdermoabrasão demonstra bons resultados na busca contra o envelhecimento, sendo um tratamento não invasivo, que atenua rugas superficiais, realiza clareamento de hipercromias e o afinamento do tecido epitelial.

Entretanto, é importante ressaltar a condição da duração do resultado final em tempo prolongado, onde depende de fatores como uma alimentação balanceada, proteção solar, assim como seguir as demais orientações do profissional de estética durante todo o processo do tratamento e pós. Um ponto a se considerar, em termos de estudo da literatura, é o fato de que por mais que o procedimento vem sendo bastante utilizado no tratamento facial como referência, sua bibliografia recente é pouco abrangida.

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