A LUDICIDADE E SUA CONTRIBUIÇÃO NO DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL DOS ALUNOS DO 6º ANO, NA ESCOLA MUNICIPAL ANTÔNIA MEDEIROS DA SILVA, LOCALIZADA NA CIDADE DE MANAUS-AM/BRASIL, NO PERÍODO DE 2022-2023

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12746926


Meriely Galdino De Castro
Orientador: Dr. Alderlan Souza Cabral


RESUMO

Brincar promove a aprendizagem e viabiliza maior conhecimento nas crianças ao promover ludicidade desperta a criatividade interação social e crescimento saudável através de relacionamentos com grupo, despertando o cognitivo do estudante. O projeto tem como temática: A ludicidade e sua contribuição no desenvolvimento intelectual dos alunos do 6º ano, na escola Municipal Antônia Medeiros da Silva, localizada na Cidade de Manaus-AM/Brasil, no período de 2022-2023. A pesquisa tem característica descritiva interpretativa, onde busca realizar as análises de causaefeito tendo como processo sequencial as amostragens dedutivas para dados comprobatórios da exploração dos fenômenos em profundidade, basicamente conduzido em um ambiente escolar, os significados serão extraídos dos dados coletados, sendo seu benefício preciso. Creswell ( 2009 e 2005). O enfoque, trata-se de uma abordagem, qualitativa e quantitativa, adotando como procedimento técnico pesquisa documental e levantamento operacionalizado através de análises. Deste modo, através da classificação das fontes possibilita a realização de um julgamento qualitativo complementado por “estudo estatístico comparado” (FONSECA, 1986). Os principais resultados apresentam que: As atividades lúdicas são uma ótima maneira de apoiar o desenvolvimento das crianças pois estimulam a aprendizagem e facilitam a expressão e a comunicação das crianças. Os alunos foco desta pesquisa após ser praticado as atividades lúdicas aos alunos do 6º ano, os resultados na leitura e escrita foram surpreendentes, tornando-se uma forma inovadora para o educador trabalhar a criatividade e a imaginação na vida escolar.

Palavras-chave: Ludicidade. Ensino Aprendizagem. Estratégica Didática.

RESUMEN

El juego favorece el aprendizaje y posibilita un mayor conocimiento en los niños fomentando la lúdica, despertando la creatividad, la interacción social y el crecimiento saludable a través de las relaciones grupales, despertando las capacidades cognitivas del alumno. El tema del proyecto es: La lúdica y su contribución al desarrollo intelectual de los estudiantes de 6º año, de la Escuela Municipal Antônia Medeiros da Silva, ubicada en la ciudad de Manaus-AM/Brasil, en el período 2022-2023. La investigación tiene un carácter descriptivo e interpretativo, donde se busca realizar análisis causa-efecto utilizando el muestreo deductivo como proceso secuencial de datos para comprobar la exploración en profundidad de los fenómenos, realizada básicamente en un ambiente escolar, se extraerán los significados de los datos recabados, siendo su beneficio preciso. Creswell (2009 y 2005). El enfoque es un enfoque cualitativo y cuantitativo, adoptando la investigación documental y la encuesta operacionalizada a través del análisis como procedimiento técnico. De esta manera, a través de la clasificación de fuentes, se permite emitir un juicio cualitativo complementado con un “estudio estadístico comparativo” (FONSECA, 1986). Los principales resultados muestran que: Las actividades lúdicas son una excelente manera de apoyar el desarrollo de los niños ya que estimulan el aprendizaje y facilitan la expresión y comunicación de los niños. Los estudiantes objeto de esta investigación luego de realizar actividades recreativas con estudiantes de 6to año, los resultados en lectura y escritura fueron sorprendentes, convirtiéndose en una forma innovadora para que los educadores trabajen la creatividad y la imaginación en la vida escolar.

Palabras clave: Alegría. Enseñanza Aprendizaje. Estrategia Didáctica

INTRODUÇÃO

O Jogo contribui para o progresso da criança e colabora no processo de aprendizado, promovendo o desenvolvimento social, cultural e pessoal, assegurando, dessa forma, a socialização e a aquisição de conhecimento.

As atividades lúdicas são jogos que envolvem brincar ou interagir com outras crianças e adultos. Seu objetivo é ensinar e divertir aqueles que praticam. Quando se trata de crianças essas atividades desempenham um papel importante na contribuição para o desenvolvimento em vários campos. Situação Problema: O problema que motivou este estudo surgiu quando se observou baixo rendimento nos alunos 6º ano do ensino fundamental II. A ludicidade será lançada como uma proposta pedagógica para agregação de valores educacionais destes alunos, é uma didática não muito utilizada ainda, que tem por objetivo a busca de quebra de paradigma nas aulas. Diante disso procurou-se saber: Qual a concepção dos professores da escola Municipal Antônia Medeiros da Silva sobre a importância do uso de atividades lúdicas para os alunos do 6º ano do ensino fundamental II? A diversão é um recurso metodológico de primordial importância para auxiliar a aprendizagem das crianças na educação Infantil. 

Perguntas Especificas: De que forma viabilizar aos alunos do 6º ano maior rentabilidade ao ensino através das alternativas lúdicas na escola Municipal Antônia Medeiros da Silva, localizada na Cidade de Manaus-AM/Brasil, no período de 20222023? Como inserir a ludicidade no planejamento do educador de forma estratégica ao ensino? A ludicidade tem o potencial de acrescentar maior valor ao processo de ensino-aprendizagem e alterar as estratégias relacionais do indivíduo, levando-o a desenvolver sua capacidade de ação inteligente e criativa?

Os jogos ensinam conteúdos por meio de regras, pois permitem que o ambiente que as cerca seja explorado, os jogos permitem o aprendizado de forma prazerosa e significante, agregando assim conhecimento.

Objetivo Geral: Analisar a concepção dos professores do ensino fundamental II, referente a inserção da metodologia com ludicidade para os alunos do 6º ano na escola Municipal Antônia Medeiros da Silva, localizada na Cidade de ManausAM/Brasil, no período de 2022-2023. Objetivos Específicos: Descrever a relevância da atividade lúdica para a aprendizagem para os alunos do 6º ano na escola Municipal Antônia Medeiros da Silva, localizada na Cidade de Manaus-

AM/Brasil, no período de 2022-2023; Identificar se os profissionais atuantes na área têm conhecimento sobre o lúdico e quais suas metodologias de ensino; Verificar se os profissionais encontram dificuldades na aplicação do lúdico e quais são estes desafios, e de que forma viabilizar estratégias inovadoras para melhor rendimento educacional; Brincar na sala de aula é um importante componente de socialização, comportamento e observação de valores. 

Nesse sentido, a Ludicidade atua como interventor e companheiro de aprendizagem no ambiente escolar. Hipótese: Se o lúdico vem sendo estudado e visto pelos estudiosos como uma das saídas para o ensino. Então presume-se que seja plausível viabilizar estratégias inovadoras para os alunos do 6º ano afim de desenvolver a autoestima e autonomia, com as atividades lúdicas através dos jogos.

Justificativa: A presente obra se desenvolveu quando se observou deficiências no ensino aprendizagem dos alunos foco desta pesquisa, os mesmo apresentam dificuldades de aprendizagem que manifestar comportamentos problemáticos, apresentam problemas como: Falta de concentração, dispersão, perda do interesse por novas atividades, abandonar tarefas ou trabalhos inacabados, dificuldade para seguir as instruções do professor, ausências nas aulas, situações que podem desmotivar inclusive o próprio professor.

A ludicidade é um instrumento alternativo para uma possível melhora da aprendizagem. Moura (1994) afirma que o jogo tem por finalidade desenvolver habilidades de resolução de problemas, pois possibilita o estabelecimento de planos para alcançar seus objetivos, agindo nessa busca e avaliando os resultados, assegurando assim a construção de conhecimentos mais elaborados. Portanto com a aplicabilidade do lúdico em sala de aula os alunos do 6º ano poderão serem mais motivados ao ensino de forma a ser uma boa inovação no ensino.

Os professores vêm fazendo diagnósticos para avaliar a dimensão do problema. A partir dessas informações, caberia às escolas fazer uma análise das necessidades de cada aluno e construir um currículo que permita a aprendizagem de todos e respeite o processo e tempo de aprendizagem de cada um, a proposta da pesquisa apresenta-se como a inserção de atividades lúdicas em sala de aula para desenvolver a curiosidade, o estimulo de um ensino mais prazeroso. Consequências: O presente estudo contém cinco capítulos e as considerações finais. A parte introdutória, no qual apresenta-se os objetivos e a hipótese da pesquisa. No primeiro capítulo, se trará uma síntese da revisão bibliográfica realizada no âmbito das produções acadêmicas Stricto Sensu, dos artigos e documentos de ( REGO, 1995), ( ALEXANDRE, 2010). ( DIAZ, 2011), ( ROMANNOWSKI, 2007). No segundo capítulo, acrescentar-se-á o percurso metodológico, discorrendo sobre a natureza do estudo, a caracterização do campo, os sujeitos envolvidos, os instrumentos de coletas de dados, e os procedimentos de aplicação do Instrumento.

No terceiro capítulo encontra-se a análise dos dados coletados através do questionário sobre o processo lúdico no ensino aprendizagem. Apresentar-se-á como foi organizado a pesquisa e seus resultados, em seguida apresentar-se-á as avaliações dos resultados. Onde se analisará os dados das entrevistas, enfatizando a discussão das perspectivas, possibilidades e desafios apresentados pelos professores referentes ao uso de metodologias com lúdico no espaço escolar.

Por fim, as considerações finais, nas quais retorna-se a hipótese, tecerá alguns comentários acerca dos resultados encontrados e apresentar-se-á sugestões de estudos futuros. Bem como as recomendações, referências e anexos.

1  CAMPO DE ATUAÇÃO E A LUDICIDADE NA APRENDIZAGEM  

A escola tem sido abordada como espaço de realização tanto dos objetivos do sistema de ensino quanto dos objetivos de aprendizagem. Com efeito, a escola tem uma tarefa muito clara que é a transmissão e construção de cultura, da ciência, da arte, preparar os alunos para o trabalho, para a cidadania, para a vida cultural, para a vida moral. Tal prática docente realizada nas escolas poderá ser caracterizada como tradicional, tecnicista, escola novista e sociocultural, segundo Romanowski (2007)[1]

A prática convencional visa, durante o exercício docente, a disseminação do saber, o qual deve ser absorvido pelos educandos; a essência desse enfoque reside na escolha dos temas. O instrutor favorece a exposição magistral, transformando, consequentemente, o discente em um memorizador das informações. No que tange à avaliação, esta é criteriosa e focalizada na replicação dos temas, sempre priorizando a restituição de dados. No método convencional, o professor é autocrático e se autoproclama como o detentor do conhecimento.

Na prática tecnocrática, o educador torna-se instrumental, pois, nesse procedimento, destaca-se a apreciação da técnica empregada no ensino. A ação instrumental do docente demanda a maestria na disciplina ministrada, o entendimento de métodos para guiar as atividades pedagógicas e os procedimentos de avaliação, assim como a resolução de desafios de aprendizado. Esse enfoque visa realçar o desenvolvimento de competências e posturas para capacitar o profissional a atuar no mercado de trabalho.

A Escola Progressista tem como meta impulsionar a aprendizagem dos discentes. O educador é percebido como mediador para fomentar esse processo, sendo também reconhecido como um facilitador, um artífice que deve aplicar sua sapiência, vivência e inventividade para atuar na promoção das condições de desenvolvimento para a aprendizagem de seus alunos, que se tornam o epicentro do processo escolar. A apreciação ocorre na prática pedagógica, visto que o próprio professor é considerado um aprendiz.

A perspectiva sociocultural analisa a prática educativa como reflexão para a reconstrução ou transformação social. O objetivo primordial é contribuir para a mudança na sociedade. Incorpora como fundamentos da atuação do educador o respeito à natureza ética da atividade de ensino, assim como a relevância dos princípios que orientam a intencionalidade educacional apresentada ao longo de todo o processo.

Nesse contexto, a instrução acadêmica visa instigar transformações qualitativas no desenvolvimento e na aprendizagem. O aprendizado escolar, como é sabido, possui suas peculiaridades, demandando condições específicas e requisitos tanto dos estudantes quanto dos professores e da própria instituição de ensino, sob o risco de comprometer o propósito da escola. Se considerarmos que a missão mais democrática da escola é proporcionar a todos uma aprendizagem sólida e os meios cognitivos e instrumentais para compreender a realidade e agir de maneira crítica e criativa, é necessário compreender que condições sociais, físicas, cognitivas, afetivas, psicológicas e pedagógicas são indispensáveis para tal intento.

Existem diversas maneiras de se compreender o desenvolvimento e a aprendizagem enquanto propriedades essenciais ao homem que existem em relação mútua com uma variedade de elementos tanto intra e interindividuais como aqueles relativos às disponibilidades do meio. Várias explicações podem ser aceitas no entendimento da forma como o indivíduo aprende e se desenvolve. Trata-se, de distinguir, a presença de posturas teórico-metodológicas diferentes entre si. A aprendizagem e o desenvolvimento do conhecimento implicam, continuamente, em uma relação entre indivíduo e o objeto de conhecimento (PALANGANA, 1998)[2]

Segundo Alexandre (2010)[3], a aprendizagem é entendida como um processo de transformação do comportamento adquirido por intermédio das experiências levantadas por fatores relacionados com aspectos neurológicos, ambientais e emocionais, derivados da interação entre estruturas mentais e o meio ambiente em que está inserido, devendo-se levar em consideração as concepções e costumes que cada indivíduo distingue e avalia como adequados. É, então, o resultado de experiências que trazem novos conhecimentos aos sujeitos e são exatamente esses conhecimentos que ocasionam alterações de comportamento. Se antes de aprender a pessoa se comportava de uma maneira, neste momento, com a aprendizagem, começará a agir de forma diferente, evidenciando o que aprendeu. 

Para Rego (1995)[4], Vygotsky considera o complexo desenvolvimento da estrutura humana como o processo de apropriação pelo indivíduo da experiência histórica e cultural de seu grupo social. De acordo com ele, organismo e o ambiente desempenham preponderância recíproca e desta forma o biológico e o social não estão separados, mas em interação. Por este ponto de vista, o princípio é de que o homem se constitui por meio de influências sociais, então, é visto como uma pessoa que se modifica e é modificado nas relações determinadas em uma cultura. É por isso que seu pensamento é chamado de sócio interacionista. 

Díaz (2011)[5], ressalta que não se deve esquecer que a aprendizagem é um processo complexo, pois nele intervêm muitos fatores internos de tipo psicológico e biológico que interagem entre si e ambos com o meio externo e que estão presentes em cada pessoa, marcando a individualidade da aprendizagem que se manifesta, por exemplo, quando todos recebem o mesmo ensino, porém cada qual aprende de forma diferente. 

Para Stoltz (2012), quando se ensina deve-se, em primeiro lugar, buscar o conhecimento que o aluno já traz, levando-o a refletir sobre o conteúdo com o qual se trabalhará, construindo uma nova compreensão. É de fundamental importância que a aula não seja apenas expositiva com a fala exclusiva do professor, mas devese trabalhar de maneira que o aluno relacione o conteúdo com o que ele sabe e perceba o que não sabe, interagindo com a nova aprendizagem. 

O desenvolvimento humano, para Vygotsky, acontece a partir da influência mútua entre o indivíduo e o ambiente social em que está inserido, sendo que as formas psicológicas mais sofisticadas surgem da vida social. Deste modo, o desenvolvimento do ser humano é continuamente intercedido pelo outro, ou seja, pelas pessoas do grupo cultural, que indicam, delimitam e atribuem sentidos à realidade. Por intermédio dessas influências, os membros da espécie humana vão gradativamente se adaptando aos modos de funcionamento psicológico, em termos culturais e comportamentais, devendo-se lembrar que o grupo cultural pertence à história da humanidade (REGO, 1995)[6].

Segundo Alexandre (2010)[7], a necessidade da aprendizagem consiste em algo essencial em qualquer pessoa desde o nascimento, não importando o alcance da capacidade ou o problema que manifesta. Deste modo a criança precisa ser motivada nos contextos social, familiar e escolar que compõem o ambiente onde aprende, uma vez que estabelece seu saber cotidiano ao observar os pequenos acontecimentos com pessoas com quem convive. 

Pode-se concluir, conforme Díaz (2011)[8], que está presente na aprendizagem de forma direta ou indireta, a intervenção social, ou seja, a influência de outras pessoas, como as que estão no âmbito familiar, escolar, como por exemplo: os pais, amigos, professores, funcionários, instituições, sociedade. Ocorre por meio do processo histórico que é resultado da interação do conjunto de pessoas que trazem conhecimentos, valores, costumes, a língua falada, bens de consumo e princípios. Acrescente-se que o indivíduo, além disso, aprende por si próprio, com uma orientação interna, “aprender a aprender”, por uma forma de metacognição, que leva o aluno a pensar e discutir sobre como aprende. 

A aquisição do conhecimento pode ser prazerosa ou dolorosa, dependendo da forma como o processo ocorre. Ainda que resultante da interação social, é continuamente um processo individual, próprio da personalidade de cada sujeito, relacionada a ambições, receios, experiências e expectativas, compreendendo, toda a sua história pessoal. Deste modo entende-se que nem todos aprendem da mesma maneira, as mesmas coisas e com a mesma intensidade. Todo indivíduo aprende coisas novas atribuindo-lhes significados ou estimativas de valor diverso, de acordo com sua história pessoal e do seu grupo social (ALEXANDRE, 2010)9

1.1  O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM E A PRÁTICA DOCENTE 

O método de instrução e assimilação se desenrola de diversas maneiras. A missão da educação é remodelar indivíduos e o mundo para algo mais positivo. O ser humano compreende verdadeiramente o procedimento de edificação do conhecimento ao aprender a questionar suas práticas. Nesse contexto, o propósito do processo educacional é a capacitação do aluno, delineando como ele será habilitado e de que maneira a instituição de ensino pode contribuir para seu processo de desenvolvimento.

A responsabilidade da instituição educacional é proporcionar não somente a aquisição da leitura e escrita pelo aluno, mas também moldá-lo para a convivência, por meio de uma educação que impacta o curso da sociedade. Afinal, a finalidade da escola é oferecer e desenvolver o aluno de maneira integral. Entendemos que o papel do educador é crucial nesse processo – é evidente que os estudantes adquirem conhecimentos de maneiras diversas e em variados locais. É fundamental que a prática leve o aluno à reflexão, possibilitando a obtenção de uma nova perspectiva de mundo, permitindo que, por meio da educação, ele transforme sua condição.

Cabe ao educador assegurar que o aluno adquira tais saberes, intermediando esse processo para que a aprendizagem seja alcançada de maneira objetiva. Através das experiências práticas vivenciadas durante a elaboração deste artigo, pude constatar a importância de um professor devidamente preparado e respaldado pela instituição escolar. É inegável que o processo educacional vai abranger não apenas a escola, mas também a família, a mútua interação entre professores e alunos, as interações entre outros elementos que desempenham um papel crucial na epistemologia dos educandos.

A evolução do aprendizado é de fato surpreendente cada um aprende de forma diversificada e é aí que entra o papel do professor, mediando o conhecimento prévio que o aluno já possui e o conhecimento que será inserido em sala de aula. Para Piaget (1975)[9], a criança expõe seus aprendizados por meio da linguagem. Dessa forma é que podemos ter a certeza sobre o desenvolvimento cognitivo do aluno.

 Piaget se inspirava na teoria kantiana, que dizia que: 

“O processo de conhecimento implica, de um lado, a existência de um objeto a ser conhecido, que suscita a ação do pensamento humano e, de outro, a participação de um sujeito ativo capaz de pensar, de estabelecer relações entre os conteúdos captados pelas impressões  sensíveis, a partir das suas próprias condições para conhecer, ou seja, a partir da razão (Isilda, 1998. pg. 34)”. 

Isso implica que o docente precisa estabelecer uma conexão entre o conteúdo a ser ensinado e vinculá-lo ao conhecimento prévio do aluno, de modo que o estudante possa se interessar pelo que será abordado e, assim, estabelecer uma ligação com a sala de aula e seu cotidiano. Conforme Piaget, o desenvolvimento e a aprendizagem emergem de dois princípios fundamentais: o sujeito que busca o conhecimento sobre um determinado tema e o objeto a ser compreendido por esse sujeito.

Para ele, a sabedoria se origina da organização e sistematização das informações; estruturar e elucidar os eventos a partir das experiências vivenciadas. O entendimento se desdobra a partir da investigação de um determinado tema, ou seja, o objeto a ser explorado pelo aluno. Nesse contexto, a compreensão do objeto constituirá a essência do conhecimento gerado pelo aluno. Dessa maneira, ele estará apto a ordenar as informações, questionar o que está sendo discutido e, por meio da formulação de hipóteses, adquirir conhecimento sobre o assunto tratado.

É essencial que o estudante extrai o conhecimento a partir de várias ações que ele mesmo realiza. Piaget designa esse processo como “abstração reflexiva ou construtiva”. Para ele, a problemática do aprendizado em sala de aula está diretamente relacionada ao saber, pois aprender é possuir a habilidade de executar uma ação específica, e conhecer é ter a compreensão da ação realizada. Piaget argumenta que a criança se desenvolve de forma individual, enquanto Vygotsky sustenta que o aprendizado emerge das relações estabelecidas na interação e nas trocas mútuas. Conforme Vygotsky, o desafio no ensino reside nas práticas fossilizadas dos professores, nas mesmas técnicas utilizadas ao longo dos anos, sendo que estes não têm questionado a abordagem pedagógica.

Tânia Zagury 1949 vai dizer que: 

“Acha-se muito, mas pesquisa- se pouco. Repete-se e copia-se quase tudo: de ideias a livros de hipóteses e teorias” (1949 pg.12).

Isso significa que os docentes da atualidade muito aprendem na teoria, mas na pratica pegam planejamentos prontos, que não necessitam de muito esforço, ideias que já vieram de outras pessoas e a inovação necessária não acontece. De acordo com Vygotsky (1998)[10], o aprendizado acontece a partir de duas variáveis: o processo e o produto. O processo se trata daquilo que o aluno já conhece, e o produto é o que o aluno já possui mais os conteúdos ensinados pelo professor que se transformam em novos conceitos. Ainda segundo Vygotsky (2010), o aluno passa por dois tipos de desenvolvimento: o primeiro trata-se do nível de desenvolvimento real ou afetivo, que são as informações que a criança já tem em seu poder. E o nível de desenvolvimento iminente, que se trata dos problemas que a criança consegue resolver com o auxílio de pessoas mais experientes. Ele vai definir como a zona de desenvolvimento proximal, que se refere as funções que ainda não estão formadas pela criança. 

Vygotsky diz que:

“O que a criança pode fazer hoje com o auxílio dos adultos poderá fazê-lo amanhã por si só. A área de desenvolvimento potencial permite-nos, pois, determinar os futuros passos da criança e a dinâmica do seu desenvolvimento e examinar não só o que o desenvolvimento já produziu, mas também o que produzirá no processo de maturação” (188, p.113). 

Ele destaca que a zona de desenvolvimento iminente é originada por meio do processo de aprendizagem, portanto, na sua concepção, o indivíduo apenas internaliza o conhecimento por meio das conexões reais e afetivas estabelecidas entre ele e o ambiente. Ao longo do período de observação, tornou-se evidente que diversos fatores são essenciais para que o professor conduza um ensino de qualidade.

É essencial que o professor adote uma abordagem holística, fazendo uso de todas as ferramentas disponíveis para proporcionar um ensino de qualidade, pois nem todos os alunos absorvem o conhecimento da mesma maneira e no mesmo ritmo. Portanto, alguns podem enfrentar desafios em acompanhar os conteúdos. A regente da turma frequentemente realizava revisões e intervenções para superar as dificuldades de certos alunos, pois, para ela, a meta principal é o desenvolvimento e o crescimento do aluno, reconhecendo que educar vai além do simples repasse de informações.

Ela tem como meta a progressão do aluno e seu desenvolvimento intelectual não se baseia apenas em memorizar os conteúdos, mas busca o aprendizado de maneira integrada.

Segundo Libâneo: 

“A relação entre ensino e aprendizagem não é mecânica, não é uma simples transmissão do professor que ensina para um aluno que aprende. Portanto é uma relação recíproca na qual se destacam o papel dirigente do professor e a atividade dos alunos. ” Dessa forma podemos perceber que “O ensino visa estimular, dirigir, incentivar, impulsionar o processo de aprendizagem dos alunos”. (Libâneo, 1994, p. 90)[11] 

O processo educacional não deve se reduzir a práticas automatizadas; a essência de ser um educador eficiente reside na competência, na compreensão de que ao longo da trajetória serão confrontados diversos desafios e obstáculos. O professor reconhece que não é o único detentor de conhecimento, mas atua como mediador no processo de construção do saber, contribuindo para o avanço do aluno por meio de seu trabalho.

O educador precisa assumir o papel de facilitador do processo educativo. Através do que será abordado em sala de aula, o professor não apenas transmitirá conhecimentos, mas também cultivará novos saberes e habilidades. Para desempenhar a função de professor nos dias atuais, é crucial se reinventar e se adaptar às constantes mudanças tecnológicas que emergem diariamente. Estar atento a essas transformações permitirá ao professor inovar sua abordagem pedagógica.

É fundamental estabelecer conexões entre os temas transmitidos aos alunos e a vida além do contexto escolar. A sociedade necessita de uma abordagem educacional renovada, capaz de atender às demandas contemporâneas. A responsabilidade do professor é de transformar, permitindo que, por meio do ensino, o aluno perceba diversas abordagens para solucionar um mesmo problema.

Essa abordagem educacional transformadora é a chave para alterar a sociedade. É imperativo avaliar continuamente a prática em sala de aula. A maneira como ensinamos tem impacto significativo em nossos alunos, cujas repercussões muitas vezes só se manifestam à medida que avançam nas séries. É inaceitável que, nos dias de hoje, várias escolas ainda não estejam capacitadas para modificar a condição do aluno.

A autora Tânia Zagury vai dizer que:

“O rendimento do aluno de fato depende diretamente do trabalho docente. Se ele ensina bem, usa metodologia adequada, incentiva e cria oportunidades de reflexão, revisão e fixação, se há recuperação paralela sempre, em boa parte dos casos o aluno atinge os objetivos desejados. Em tese- é preciso deixar bem claro. Porque a aprendizagem não obedece a uma relação de causalidade inequívoca… A aprendizagem não depende apenas dos recursos de ensino, nem apenas do professor, mas também de muitas outras variáveis”. (1949. pg.49).

A instrução a ser promovida é aquela que estimula a transformação, o desenvolvimento de habilidades práticas e a capacidade de resolver problemas. O ensino não deve ser automatizado; os educadores e agentes de mudança devem estabelecer metas claras ao conduzir a instrução. É necessário transcender, a escola precisa abandonar sua perspectiva tradicionalista, reconhecendo a inexistência de um único modelo epistemológico. Os professores devem reconsiderar suas práticas educacionais, baseando-se nesse pensamento.

Conforme Tânia Zagury, os atuais professores foram alunos em anos anteriores. Nos dias de hoje, ser professor exige habilidades que vão além do ato de ensinar; é necessário transmitir valores éticos, morais e diversos outros que ultrapassam os limites escolares. Segundo a autora, a família negligenciou a responsabilidade educacional e seu papel crucial, o que repercute diretamente nas salas de aula brasileiras.

De acordo com Regina Haydt (2008), é parte do trabalho do professor verificar o rendimento e aprendizagem do aluno. Dessa forma, se analisa os resultados do ensino, pois a prática do professor e o bom desenvolvimento dos alunos refletem diretamente na eficácia do ensino realizado. 

De acordo com Libâneo (1998)[12], não existiria sociedade sem prática educativa e nem tampouco prática educativa sem a sociedade, pois é por meio dela que os indivíduos são transformados para viver na sociedade. É dessa forma que se cria uma sociedade crítica e reflexiva. 

Unicamente por meio de uma abordagem construtiva é que alcançaremos uma transformação no processo educacional das instituições de ensino.

Libâneo ainda diz que:

“O campo especifico de atuação profissional e política do professor é a escola, a qual cabe tarefas de assegurar aos alunos um sólido domínio de conhecimentos e habilidades, o desenvolvimento de suas capacidades intelectuais, de pensamento independente, crítico e criativo. Tais tarefas representam uma significativa contribuição para a formação de cidadãos ativos, criativos, capazes de participar nas lutas pela transformação social”. (2008. pg.22) 

Atualmente, é imprescindível que orientemos de maneira a causar um impacto significativo na vida do aluno, incentivando-o a transformar sua realidade tanto social quanto epistemologicamente. O professor deve buscar inovação no ato de ensinar, reconhecendo que há diversos aspectos envolvidos no processo; no entanto, se a prática do professor não é alterada, tampouco a sociedade será. Dessa forma, é essencial refletir e repensar a abordagem como a educação tem sido desenvolvida no contexto das escolas brasileiras.

1.1.1  Relações entre Aprendizagem e Desenvolvimento no Contexto Escolar 

Se a instituição de ensino é o agente socializador do conhecimento historicamente acumulado e se o propósito da prática docente se manifesta na missão de ensinar de maneira eficaz, cabe ao professor escolher tanto os elementos culturais que devem ser assimilados pelos alunos quanto as formas mais apropriadas para alcançar esse objetivo.

Conforme aponta Saviani (1992)[13] os educadores devem buscar nortear sua ação a partir de três objetivos fundamentais: a identificação das formas mais desenvolvidas em que se exprime o saber objetivo socialmente produzido, a transformação deste saber objetivo em saber escolar que possa ser assimilado pelo conjunto dos alunos e a garantia das condições necessárias para que estes não apenas se apropriem do conhecimento, mas ainda possam elevar seu nível de compreensão sobre a realidade. 

No entanto, a tarefa docente vai muito mais além, já que após ter definido os conteúdos e delimitado a metodologia a ser utilizada, o professor ainda tem que enfrentar um novo desafio: o fato de que nem todos aprendem do mesmo modo, no mesmo momento, no mesmo ritmo. Além disto, alguns alunos parecem simplesmente não aprender nada. Em geral, boa parte do professores, até como decorrência de uma formação insuficiente, especialmente no que se refere às questões mais diretamente relacionadas às disciplinas do campo da Psicologia, tende a buscar explicações para esse fato em uma série de preconceitos que estão impregnados no cotidiano escolar, tais como o de que as crianças não aprendem

porque são pobres; desnutridas; preguiçosas; filhas de pais analfabetos; provenientes de famílias desestruturadas e desinteressadas pela escola; portadoras de problemas emocionais ou doenças físicas etc. Estes e outros tantos juízos de valor, mesmo sem qualquer fundamento científico, vêm mantendo-se praticamente inalterados, provocando uma incrível inversão: ao patologizarem os alunos acabam por transformar a escola na “vítima de uma clientela inadequada” (Collares; Moysés, 1996, p. 27). 

Entre as diversas pseudo-explicações para a falta de aprendizado frequentemente utilizadas nos ambientes educacionais, exploraremos um pouco mais a fundo a concepção de que os alunos não aprendem porque não estão “preparados”.

Uma análise crítica deste tipo de abordagem denominada maturacionista aponta para pelo menos duas questões principais. Em primeiro lugar, a afirmação de imaturidade neurológica, intelectual ou emocional da criança só é possível se tomarmos o adulto como padrão, o que significa que estas explicações desconsideram que o ser humano é histórico e está em um permanente processo de construção. Conforme apontam Collares e Moysés (1996), o conceito de imaturidade colocado nestes termos não possui nenhuma legitimidade científica, já que desde o nascimento e ao longo de toda a sua vida o ser humano apresenta as características físicas, emocionais e cognitivas adequadas e convenientes a cada momento determinado, ou seja, não podemos considerar a criança como um ser imaturo pelo simples fato de diferenciar-se de um adulto.[14] 

Contudo, nosso interesse é aprofundar a discussão sobre a segunda questão, que está relacionada com o princípio mais amplo que embasa essa forma de compreender os desafios de aprendizagem dos alunos, ou seja, a concepção de que a aprendizagem está diretamente ligada ao desenvolvimento. Nessa ótica, acreditase que alguns alunos enfrentam dificuldades porque não alcançaram o nível de desenvolvimento psico-intelectual necessário. Dessa forma, o educador não consegue instruir, pois esses alunos não possuem as condições para aprender, restando-lhe apenas aguardar que amadureçam para então cumprir seu papel de ensiná-los.

Embora do ponto de vista teórico essa abordagem para compreender o processo de desenvolvimento e aprendizagem careça de sustentação, em termos de resultados práticos, ela pode ser considerada prejudicial tanto para os educadores quanto para os alunos.

Os educadores experimentam uma frustração significativa, pois não conseguem visualizar os resultados de seu trabalho e empenho; é como se, a cada dia, fossem obrigados a reiniciar todo o processo do zero. Gradualmente, a desmotivação se instala, e eles passam a duvidar cada vez mais da capacidade de seus alunos para aprender. Afinal, já empenharam todos os esforços e conhecimentos disponíveis, e nenhum progresso concreto foi observado.

Frequentemente, surgem sentimentos de ressentimento em relação a esses alunos, o que é compreensível, uma vez que não é nada simples conviver diariamente com a frustração de não testemunhar resultados práticos de um trabalho árduo e ainda extremamente mal remunerado.

E quanto aos discentes, o que ocorre com eles? O entusiasmo inicial pela aprendizagem, sem dúvida presente em todos os que iniciam na escola, gradualmente se esvai. Ao longo do ano letivo, eles abandonam o processo porque, de certa forma, não se sentem mais parte do ambiente da sala de aula. Mesmo estando presentes fisicamente, já lhes falta algo fundamental: a convicção de que são competentes e capazes de aprender.

Que tipo de dinâmicas interpessoais podem surgir de um ambiente social moldado dessa maneira? Sem dúvida, são relações que propiciam alienação e passividade, eliminando toda a oportunidade de se estabelecer um processo educacional capaz de desenvolver a humanidade nos indivíduos.

Aparece, portanto, a chance de iniciar a “procura” pelos responsáveis: o aluno não assimila conhecimento porque é rotulado como incapaz, o professor não ensina porque é inadequadamente preparado, incompetente, descomprometido, etc. Desse modo, estabelece-se um ciclo vicioso direcionado, tendencialmente, para a demarcação de limites, seja dos alunos, seja dos professores.

Entendemos que para quebrar essa teia de preconceitos, da qual o maturacionismo é uma expressão, é necessário reformular a concepção de conhecimento e de como ele pode ser comunicado pelos professores e assimilado pelos alunos. Em termos mais claros, é fundamental compreender de maneira renovada as relações entre desenvolvimento e aprendizagem.

Identificamos essa nova perspectiva nas contribuições de L. S. Vygotsky, que, junto a outros destacados teóricos soviéticos como A. N. Leontiev e A. R. Luria, estabeleceu a corrente conhecida como histórico-cultural ou sócio-histórica da Psicologia.

Antes de expormos as contribuições de Vygotsky acerca do tema central que abordamos neste trabalho, julgamos relevante abordar de forma sucinta algumas questões teórico-filosóficas essenciais que fundamentam suas formulações. Essa abordagem justifica-se não apenas por tornar mais compreensível sua concepção sobre as relações entre desenvolvimento e aprendizagem, mas também pela nossa intenção de adotar uma postura clara de contraposição em relação a interpretações equivocadas de suas ideias.

Conforme denúncia Duarte (1999), têm se tornado cada vez mais frequentes no meio educacional brasileiro tentativas variadas de transformação das ideias de Vygotsky, de forma a torná-las assimiláveis ao universo ideológico neoliberal e pósmoderno. Isto tem sido feito de várias maneiras, mas talvez a mais evidente seja a tentativa de secundarizar a fundamentação marxista de toda a sua obra. 

Entretanto, é suficiente realizar uma análise minimamente criteriosa de sua produção para perceber uma postura claramente orientada para explicitar as conexões entre Psicologia e história, buscando nos princípios metodológicos da concepção filosófica do materialismo histórico os fundamentos necessários para a investigação científica e a análise das funções do conhecimento psicológico.

Partindo do reconhecimento de que o homem não pode ser apreendido como objeto ou produto já que, ao mesmo tempo, é sujeito e produtor das relações sociais, Vygotsky marcou uma etapa diferenciada no estudo da determinação sócio-histórica do psiquismo humano. Ao defender que “o verdadeiro curso do desenvolvimento do pensamento não vai do individual para o socializado, mas do social para o individual” (Vygotsky, 1987, p.18)[15], o autor define sua tese principal, ou seja, a de que as origens das formas superiores de comportamento consciente deveriam ser encontradas nas relações sociais que o indivíduo estabelece com o mundo exterior.

À medida que afirmava que os processos psicológicos humanos têm sua origem no contexto social como processos interpessoais e interpsicológicos, para

depois se tornarem individuais, ou seja, intrapessoais ou intrapsicológicos, Vygotsky se opunha a duas correntes importantes na Psicologia. Primeiramente, opunha-se às teorias que consideram que o comportamento social se origina do individual. Em segundo lugar, contrapunha-se às perspectivas que defendem que o indivíduo é influenciado socialmente de forma passiva e que se baseiam em um conceito restrito de “ambiente” como um conjunto de circunstâncias ou contingências que, dependendo de suas características, podem ou não proporcionar elementos facilitadores do desenvolvimento. Em outras palavras, Vygotsky rejeita a visão do meio social como algo preestabelecido e natural, ao qual se deve apenas se adaptar.

Ao destacar que o indivíduo internaliza determinados modos de funcionamento impostos pela cultura, mas ao apropriar-se deles os converte em instrumentos de pensamento e ação, Vygotsky estabeleceu os fundamentos para uma nova compreensão da interação entre o sujeito psicológico e o contexto histórico. Essa abordagem resgata o aspecto subjetivo e pessoal do ser humano, inserindo-o na intricada trama das relações sociais. Para Vygotsky, os processos psicológicos superiores humanos são formados por atividades mediadas pela linguagem, estruturadas em sistemas funcionais, dinâmicos e sujeitos a mudanças ao longo da história.

Em suas palavras:

“O pensamento e a linguagem, que refletem a realidade de uma forma diferente daquela da percepção, são a chave para a compreensão da natureza da consciência humana. As palavras desempenham um papel central não só no desenvolvimento do pensamento, mas também na evolução histórica da consciência como um todo. Uma palavra é um microcosmo da consciência humana” (Vygotsky, 1987, p.132). 

Conforme a perspectiva do autor, o ser humano é um ser social e histórico, cuja consciência é moldada pelas maneiras como realiza sua inserção no mundo e assimila os conhecimentos historicamente desenvolvidos e transmitidos. Através desse prisma, ele advoga pela viabilidade de uma práxis transformadora capaz de expandir a consciência do indivíduo e iluminar sua busca pela liberdade e criatividade.

Na medida em que considera que “a sociedade e a história social moldam a estrutura daquelas formas de atividades que distinguem os homens dos animais” (Vygotsky, 1988, p.22)[16], buscou discutir no nível da Psicologia, as formas pelas quais, ao produzirem seus meios de subsistência, os indivíduos produzem indiretamente sua própria vida material, ou seja, ele trouxe para o nosso campo de reflexão a questão tanto da natureza da atividade humana, quanto de suas finalidades. 

Após essas breves reflexões, procederemos à análise dos elementos teóricos fundamentais desenvolvidos pela corrente histórico-cultural, os quais, entre outros aspectos, permitem a superação da perspectiva maturacionista.

Segundo Vygotsky, o evento humano central é a transmissão e assimilação da cultura. Nesse sentido, a aprendizagem assume um papel de máxima importância, sendo considerada uma condição essencial para o desenvolvimento das características humanas, as quais não são naturais, mas moldadas ao longo da história. Em outras palavras, a aprendizagem desempenha um papel crucial na formação do ser humano e em sua capacidade de interagir com o mundo.

Ao examinar a reconfiguração dos processos psíquicos ao longo da evolução histórica e ontogenética, Leontiev também destacou que o principal mecanismo determinante do desenvolvimento do psiquismo humano é a assimilação da cultura. Para ele, o ser humano é intrinsecamente social, e todos os atributos humanos derivam de sua interação na vida social. Em outras palavras, a natureza biológica do homem, por si só, não assegura sua realização como indivíduo. Portanto, a humanidade se realiza plenamente quando, ao entrar em contato com o mundo objetivo e humanizado transformado pela atividade de gerações anteriores, e por meio das relações com seus pares, o ser humano aprende a ser verdadeiramente humano.

Em suas palavras: 

“Podemos dizer que cada homem aprende a ser um homem. O que a natureza lhe dá quando nasce não lhe basta para viver em sociedade. É-lhe preciso ainda entrar em relação com os fenômenos do mundo circundante, através de outros homens, isto é, num processo de comunicação com eles” (Leontiev, 1978, p.267)[17]

Ao expressar que a consciência reflexiva é obtida pela criança por intermédio dos saberes científicos e que o progresso mental não pode ser concebido como um processo de discernimento de formas complexas de atividade psíquica inatas na criança (uma vez que tais formas de atividade só podem ser desenvolvidas à medida que os indivíduos assimilam a vivência social), Vygotsky iniciou uma discussão totalmente inovadora não apenas em relação à instrução, mas também no que tange ao desenvolvimento e às funções do ensino.

Vygotsky não descarta a relação entre um certo estágio de desenvolvimento e a capacidade potencial de aprendizagem dos alunos. Isso implica, naturalmente, que o processo de aprendizagem deve ser alinhado de maneira consistente com o estágio de desenvolvimento atingido pelo aluno. Dessa maneira, por exemplo, seria impraticável obter resultados positivos ao tentar ensinar álgebra ou regras gramaticais complexas a uma criança pequena.

A significativa contribuição apresentada por Vygotsky é a argumentação de que não há apenas um nível de desenvolvimento, mas sim dois: o nível de desenvolvimento atual e a zona de desenvolvimento próximo (também referida no Brasil como potencial e proximal).

A fase de desenvolvimento presente diz respeito ao nível de desenvolvimento atingido pela criança como resultado de um processo de desenvolvimento já finalizado. Este estágio pode ser reconhecido ao compreender as competências que a criança já consegue desempenhar autonomamente.

Dentro da sala de aula, o professor, ao estar atento aos seus alunos, pode avaliar o nível de desenvolvimento efetivo do grupo ao observar as capacidades individuais de cada um, isto é, o que cada aluno consegue realizar de forma independente com base no desenvolvimento já alcançado até aquele momento. No entanto, é importante salientar que essas expressões, por si só, não conseguem proporcionar uma explicação abrangente do processo de desenvolvimento das crianças.

É essencial também buscar compreender a zona de desenvolvimento próximo, que se refere ao que a criança é capaz de realizar com o auxílio de adultos ou colegas mais experientes.

Ao trazer esse debate para o contexto da sala de aula, isso implica que a incapacidade dos alunos de realizar determinadas atividades por conta própria não indica que eles não tenham habilidades para fazê-lo. O que ocorre é que, naquela ocasião, as habilidades cognitivas necessárias para realizar as atividades propostas estão em fase de desenvolvimento, motivo pelo qual esses estudantes necessitam da direção do educador, que pode se expressar através de esclarecimentos suplementares, suporte prático, atividades diversas, entre outras modalidades.

Conforme a perspectiva de Vygotsky, o ensino não deve simplesmente seguir passivamente o desenvolvimento. Pelo contrário, um processo de aprendizagem devidamente estruturado tem o potencial de acionar e impulsionar os processos de desenvolvimento.

Em suas palavras: 

“A investigação mostra sem lugar a dúvidas que o que se acha na zona de desenvolvimento próximo num determinado estágio se realiza e passa no estágio seguinte ao nível de desenvolvimento atual. Com outras palavras, o que a criança é capaz de fazer hoje em colaboração será capaz de fazê-lo por si mesmo amanhã. Por isso, parece verossímil que a instrução e o desenvolvimento na escola guardem a mesma relação que a zona de desenvolvimento próximo e o nível de desenvolvimento atual. Na idade infantil, somente é boa a instrução que vá avante do desenvolvimento e arrasta a este último. Porém à criança unicamente se pode ensinar o que é capaz de aprender. (…) O ensino deve orientar-se não ao ontem, mas sim ao amanhã do desenvolvimento infantil. Somente então poderá a instrução provocar os processos de desenvolvimento que se acham na zona de desenvolvimento próximo (Vygotsky,1993, p.241-242)[18]

Conforme aponta Duarte (1996), ao compreender a educação escolar como produtora do desenvolvimento, o educador pode se envolver com a tarefa de descobrir as melhores formas de se produzir um desenvolvimento “ótimo”, selecionando o que dos conteúdos historicamente produzidos encontra-se a cada momento do processo pedagógico, na zona de desenvolvimento próximo. Esta compreensão é fundamental já que “se o conteúdo escolar estiver além dela, o ensino fracassará porque a criança é ainda incapaz de apropriar-se daquele conhecimento e das faculdades cognitivas a ele correspondentes. Se, no outro extremo, o conteúdo escolar se limitar a requerer da criança aquilo que já se formou em seu desenvolvimento intelectual, então o ensino torna-se inútil, desnecessário”. (Duarte, 1996, p. 98). 

É essencial ressaltar que essa perspectiva evidencia a apreciação da atuação proativa do educador em relação aos procedimentos de aprendizagem e progresso de todos os seus estudantes, notadamente aqueles que encaram obstáculos mais substanciais.

Com base nessa nova perspectiva sobre o ambiente da sala de aula, o professor pode quebrar com a tradição de apontar limitações para justificar a falta de aprendizado de alguns alunos. Pelo contrário, ele tem a capacidade de destacar potenciais de desenvolvimento que possam impulsionar novas aprendizagens, gerando, assim, novas e frutíferas oportunidades de desenvolvimento.

O educador consciente de que o desenvolvimento gera potencialidades, mas que somente a aprendizagem as efetiva, é aquele que olha para o futuro, proporcionando condições para que todos os seus alunos se desenvolvam. Assim, ele busca intervir de forma ativa nesse processo, não se restringindo a esperar que as capacidades necessárias à compreensão de um conceito específico amadureçam espontaneamente.

Este educador, ciente de que seus alunos evoluem à medida que são instruídos e educados, tem o poder de colaborar para reverter os processos que levam ao fracasso escolar, promovendo, assim, a edificação de uma escola voltada para a cidadania.

1.2  O ENSINO FUNDAMENTAL E O LÚDICO 

O ensino fundamental é amparado pela Lei Federal 9394/96, popularmente conhecida como Lei de Diretrizes e Base da Educação – LDB, que assegura “a formação comum e indispensável para o exercício da cidadania fornecendo lhes meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores”. Garantindo o ensino de oito (08) anos de duração. Porém em 06 de fevereiro de 2006, conforme a Lei n. 11.274 onde foi consolidada por muitas escolas em 2010, sendo obrigatório a entrada das crianças de seis anos de idade em todas as redes educacionais do país. Sendo assim, o ensino fundamental passa a ter nove (09) anos de duração, para o desenvolvimento das aprendizagens dos alunos principalmente no quesito ler e escrever (BRASIL, 1996)[19]

Os estudantes ingressam compulsoriamente nas séries iniciais do ensino fundamental aos seis (06) anos, abordando disciplinas como língua portuguesa,

matemática, conhecimentos em história, geografia e ciências, além de realidade social e política, artes e educação física. Ressalta-se a importância de cultivar, desde os primeiros anos do aluno, a motivação e o entusiasmo pela exploração do conhecimento.

No documento, Ensino Fundamental de Nove Anos: Orientações para inclusão das crianças de seis anos, elaborado pelo Ministério da Educação e por meio da Secretaria de Educação Básica – SEB e do Departamento de Políticas de Educação Infantil e Ensino Fundamental – DPE com o objetivo de fortalecer e garantir o desenvolvimento e aprendizagens das crianças de seis (06) anos ingressantes nas series iniciais do ensino fundamental, sem perder de vista a infância (BRASIL, 2006)[20]

Quando pensamos em ludicidade enquanto ferramenta pedagógica é quase que imediato associarmos tal ferramenta à educação infantil. Nas modalidades seguintes os processos lúdicos ficam praticamente esquecidos, restritos apenas ao recreio escolar. Nesse sentido, é pertinente ressaltar que a ludicidade tem papel importante no desenvolvimento cognitivo e social das crianças nas series iniciais do ensino fundamental. De acordo com Piaget (1998)22 é nessa fase que a criança desenvolve com a mais intensidade a imaginação e criatividade. 

A ludicidade, enquanto ferramenta pedagógica pode ser utilizada de forma multidisciplinar, no sentido de motivar e despertar o interesse das crianças para a construção do seu próprio conhecimento. Contudo, isso requer criatividade também por parte do professor. Almeida (2003)[21], aponta algumas dessas possibilidades multidisciplinares. 

Na disciplina de língua portuguesa, a abordagem pode se manifestar por meio de diversos jogos e brincadeiras, como o jogo da memória, bingos, paródias, poemas, cartazes com músicas, piadas e adivinhações. Em matemática, a prática pedagógica pode envolver jogos de tabuleiro, damas, dominós, esconde-esconde, amarelinhas, pula corda e campeonatos com bolinhas de gude, incluindo ainda a criação de jogos de boliche com garrafas PET.

Na disciplina de geografia e história, a abordagem pedagógica pode se manifestar por meio da construção de maquetes representando diversos ambientes, atividades mentais envolvendo análises e contação de histórias. Além disso, os alunos podem participar da criação de fantoches e personagens que desempenharam papéis significativos ao longo da história.

Na disciplina de ciências, as atividades pedagógicas podem incluir a construção de aviões, carros, barcos, robôs, além de experiências práticas envolvendo tintas, fogo, estudo de peso e mudanças de temperatura. Já em educação física, os alunos podem explorar modalidades do atletismo, como também participar de atividades esportivas, como futebol, vôlei, queimado, e brincadeiras que envolvem o uso de bambolês e bolas.

Na disciplina de artes, as atividades podem abranger o teatro, danças, manifestações culturais, como as indígenas e quilombolas, além de diversas modalidades musicais, entre outras expressões artísticas. A escola, além de oferecer aos alunos uma ampla variedade de atividades lúdicas, deve valorizar as brincadeiras e jogos que os estudantes já conhecem, promovendo assim uma abordagem diversificada e inclusiva no processo educacional.

As atividades lúdicas nas séries iniciais do ensino fundamental têm como propósito estimular os conhecimentos prévios dos alunos. Além de facilitar a aquisição de determinado conhecimento, os jogos desempenham um papel fundamental na criação de laços de amizade, afeto, companheirismo, trabalho em equipe, solidariedade, tolerância e respeito. Viver experiências lúdicas dentro da escola é uma maneira de promover descobertas em relação ao mundo ao redor.

A integração do lúdico nos conteúdos escolares depende, em primeiro lugar, da habilidade do professor em utilizar essa metodologia no momento apropriado, visando alcançar seus objetivos. Implementar o lúdico nas séries iniciais do ensino fundamental é um desafio, pois requer o envolvimento das crianças, tornando-as atraídas pelas brincadeiras. A partir desse engajamento, é possível efetivamente chegar ao processo de aprendizagem.

Compreendemos que o lúdico é uma estratégia insubstituível para ser usada como estímulo na construção do conhecimento humano e na progressão das diferentes habilidades operatórias, além disso, é uma importante ferramenta de progresso pessoal e de alcance de objetivos institucionais. Friedman (1996, p. 41)[22], considera que, 

Os jogos lúdicos permitem uma situação educativa cooperativa e interacional, ou seja, quando alguém está jogando está executando regras do jogo e ao mesmo tempo, desenvolvendo ações de cooperação e interação que estimulam a convivência em grupo.

Sob esse ponto de vista, os jogos lúdicos se fundamentam em princípios pedagógicos, uma vez que incorporam os seguintes critérios: a função de literalidade e não-literalidade, a introdução de novos signos linguísticos por meio das regras, a flexibilidade proporcionada por novas combinações de ideias e comportamentos, a ausência de pressão no ambiente e a contribuição para a aprendizagem de noções e habilidades.

Os jogos lúdicos proporcionam oportunidades para que o aprendiz experimente situações-problema, por meio do desenvolvimento de jogos estruturados e livres, que possibilitam à criança uma imersão em experiências relacionadas à lógica e ao raciocínio. Essas atividades, tanto físicas quanto mentais, favorecem a sociabilidade, estimulando reações afetivas, cognitivas, sociais, morais, culturais e linguísticas.

Ao se engajar em atividades lúdicas, a criança aprimora diversas áreas, incluindo as afetivas, sociais, cognitivas e motoras. O ato de brincar, seja no ambiente escolar ou em casa, deve ter um propósito claro, pois é durante essas experiências que a criança desenvolve diferentes habilidades. Para otimizar esse processo, é essencial que professores e pais ofereçam orientação e estabeleçam limites, garantindo que o tempo dedicado ao brincar seja significativo. A atenção às quatro áreas de desenvolvimento simultâneo é crucial para um progresso equilibrado.

Nesse sentido, a educação contribuirá no “[…] desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, emocionais, estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis”. (BRASIL, 1998, p. 23)[23]

Certos estudiosos afirmam que, no âmbito educacional, as crianças têm empregado a brincadeira como uma estratégia didática, sendo que, em muitas ocasiões durante o período de recreação, elas se envolvem em atividades lúdicas sem uma direção ou objetivo claros. Para efetivamente trabalhar com a ludicidade, é crucial que haja intencionalidade e propósito na brincadeira, promovendo assim o desenvolvimento infantil. Portanto, cabe aos responsáveis orientar e direcionar as atividades lúdicas para as crianças.

Desprovido de fundamentações teóricas, é possível citar que o elemento central que poderia estar respaldando a incorporação do lúdico no âmbito educacional é a interação direta com indivíduos. Contudo, quando se consideram os pensadores nesse contexto educativo, os quais estabelecem bases para orientar os desdobramentos de investigações científicas, fortalece-se a concepção de que a presença do lúdico potencializa a eficácia do processo educativo.

Jean Piaget (1998)[24], que entre os inúmeros conceitos, desenvolveu uma pesquisa voltada à gênese do jogo infantil, que o teórico fez com os próprios filhos 28 desde recém-nascidos até os 02 anos de idade, verificando como o jogo surgia na criança. Segundo Piaget (1998), a gênese do jogo infantil, se dar do 0 aos 02 anos de idade e, daí por diante, qualquer criança que esteja inserida dentro do seu arsenal de processos interativos com o mundo, o desejo natural para o jogo – a partir desse período – é onde a criança vai se encontrar com a maior facilidade de aprender e apreender o mundo, portanto, o lúdico para Piaget serve nesse momento como o grande salto para todas as aprendizagens, inclusive as escolares. 

Wallon (2008)27 pesquisador francês se preocupou em pesquisar as relações entre o ser brincante com o lúdico e, as origens do pensamento da criança através dos seus primeiros momentos de vida e das experiências interativas com o mundo. Percebeu que a medição da aprendizagem passa pelo processo do pensamento, isso significa que, quanto mais a criança tiver o pensamento solidificado, o processo de construção do pensamento elaborado irá favorecer não só a interação com o mundo, mas a apreensão dos conteúdos escolares e sociais. 

Fazendo relação à discussão teórica acima, o autor Lev Vygotsky (1896- 1934) foi fundador da Filosofia sócio – histórica de que os seres humanos são aquilo que constroem durante as interações sociais e história de vida, e com isso,

preocupou-se em relacionar a criança com os jogos infantis e a carga de experiência sociais-histórica que ela vai herdando gradativamente. 

A criança é um ser social que reconstrói, amplia e modifica esse mundo em que ela vive ou imagina estar. O brincar da criança é imaginação em ação “[…] outra característica é a natureza das regras da brincadeira: não existe atividade lúdica sem regras […]”. (VYGOTSKY, 1991, p. 35)[25]

No momento da brincadeira, a criança também aprimora algumas habilidades que servirão como fundamentos para o restante de sua vida, tais como imaginação, memorização, criatividade e imitação. Este é um dos períodos mais significativos, permitindo a colheita de diversas informações emocionais. Vale ressaltar que, quanto mais jogos forem incorporados no aprendizado da criança até os 7 (sete) anos de idade, maior será sua base para dar seguimento ao processo de aprendizagem.

Contudo, a sociedade de maneira geral, está modelando a criança para se tornarem alunos “sem ânimo”, são adultos que não se permitem brincar e isso é reforçado na frase: Você já é grandinho demais para brincar – É bastante comum nos discursos com as crianças em transição de idade. 

Sobre o brincar, Winnicott (1982)29 enfatiza: 

Brincar facilita o crescimento e, em consequência, promove a saúde. O não brincar em uma criança pode significar que ela esteja com algum problema, o que pode prejudicar seu desenvolvimento. O mesmo pode-se dizer de adultos quando não brincam ou quando proíbem ou inibem a brincadeira nas crianças, privando-as de momentos que são importantes em suas vidas, e nas dos adultos também. (p. 176). 

É relevante ressaltar que, nos dias atuais, muitas crianças estão envolvidas em brincadeiras solitárias diante de um computador. Nesse contexto, a questão da socialização é inibida e requer ser resgatada. A criança que se habitua a brincar isoladamente com um dispositivo deixa de interagir com outros seres humanos, o que suscita uma oportunidade para reflexão:

A partir dessa perspectiva, as tecnologias e dispositivos eletrônicos vêm assumindo um controle parcial sobre a sociedade. No entanto, contrariando essa visão, a ludicidade para a criança deve ser apresentada como algo capaz de equilibrar-se com os jogos digitais e, consequentemente, contribuir de forma positiva para seu desenvolvimento. No contexto do processo de leitura e escrita, a utilização de jogos pode estimular o desejo de aprender.

1.2.1    Contextualizando o Lúdico

O lúdico, para Almeida (2003)[26] já era questão discutida desde Platão, o autor ressalta que o filosofo em meados de 367 A. C., apontou a importância da utilização dos jogos para que a aprendizagem das crianças pudesse ser desenvolvida. Afirmava que em seus primeiros anos de vida, meninos e meninas deveriam praticar juntos de atividades educativas através dos jogos (ALMEIDA, 2003). Platão foi o primeiro a apresentar estudos sobre o lúdico e suas influências na educação. E a importância dos jogos no desenvolvimento das crianças como facilitador no seu processo de aprendizagem. 

Atualmente, os jogos e brincadeiras que desfrutamos são herdeiros desse enredo histórico que se desenrolou em torno da ludicidade. Vale ressaltar que a origem exata desse fenômeno permanece desconhecida, destacando sua importância fundamental a ser preservada e valorizada. Dessa forma, sua utilidade torna-se cada vez mais indispensável no contexto da educação dos alunos.

Cada sociedade, cada época assume o jogo com significados diferentes. Kishimoto (2008) afirma que em tempos passados, o jogo era visto como inútil, como coisa não-seria. Já nos tempos do Romantismo, o jogo aparece como algo sério e destinado a educar a criança. (KISHIMOTO, 2008, p. 17)[27]

Para Huizinga (2012)[28],

O jogo é mais antigo que a cultura, pois esta, mesmo em suas definições menos rigorosas, pressupõe sempre a sociedade humana; mas, os animais não esperaram que os homens os iniciassem na atividade lúdica. É possível afirmar com segurança que a civilização humana não acrescentou características essenciais alguma à ideia geral do jogo. (HUIZINGA, 2000, p. 01). 

Tanto nas comunidades ancestrais ou na sociedade atual, o brincar propicia ao sujeito uma construção simbólica do mundo, porém, mesmo o jogo sendo tão antigo, como afirma Huizinga (2012), ainda não é visto com tanta importância como deveria ser para a educação. 

Faz-se essencial observar a prática do brincar ao longo do tempo, uma vez que a presença de atividades lúdicas remonta aos tempos primitivos, conforme evidenciado por registros de brinquedos infantis em diversas culturas desde a préhistória. Essa constatação destaca o brincar como uma atividade fundamental, mostrando que essa prática é inerente à natureza de qualquer indivíduo, independentemente de sua origem ou época, fazendo parte de todo o percurso ao longo dos séculos.

Percebe-se que o lúdico como ferramenta de ensino tem um contexto histórico amplamente discutido, veio desde os tempos da idade Média até os dias atuais. Estudioso como Vygotsky (1991)[29] e Kishimoto (2005)34 defendem que o uso do lúdico é essencial para a prática educacional, no sentido da busca do desenvolvimento das crianças. 

A ludicidade é uma forma de desenvolver a criatividade e o conhecimento, através de jogos, música e dança. O intuito é educar, ensinar, se divertindo e interagindo com os outros. O lúdico não é só divertimento, é também um aspecto que influência a viver em meio à sociedade, a interagir com a realidade social e, é utilizado como instrumento de caráter educativo para o desenvolvimento da criança. 

Froebel citado por Kishimoto (2001) diz que: 

O brincar é a fase mais importante do desenvolvimento humano, por ser a auto ativa representação do interno. A brincadeira é a atividade espiritual mais pura do homem e de todas as coisas. Ela dá alegria, contentamento, descanso externo e interno, paz com o mundo. A pessoa que brinca sempre, com determinação auto ativa, perseverando, esquecendo sua fadiga física, pode certamente tornar-se um homem determinado, capaz de sacrifícios para a promoção de seu bem e de outros. (p. 68). 

Assim ao brincar a criança aprimora a socialização, promove a interação, ajuda no desenvolvimento da identidade, revela a visão de mundo que possui e ajuda na superação dos medos, vergonha, timidez e inibição. A brincadeira consiste ainda “[…] em uma atividade de simulação que reforça o significado da vida cotidiana, enquanto processo assimilativo participa do conteúdo da inteligência, à semelhança da aprendizagem”. (KISHIMOTO, 2005, p. 32). 

A ludicidade proporciona àqueles que experimentam momentos de fantasia e realidade a oportunidade de autoconhecimento e conhecimento do outro. Se estende não apenas ao produto da atividade, ou ao que dela resulta, mas à própria ação.

O lúdico permite um desenvolvimento global e uma visão de mundo mais real. Por meio das descobertas e da criatividade, a criança pode se expressar, analisar, criticar e transformar a realidade. Se bem aplicada e compreendida, a educação lúdica poderá contribuir para a melhoria do ensino, quer na qualificação ou formação crítica do educando, quer para redefinir valores e para melhorar o relacionamento das pessoas na sociedade. (DALLABONA; MENDES, 2004, p. 107)[30]

Dessa forma, acredita-se na premissa de que a ludicidade desempenha um papel significativo na promoção das relações sociais entre as crianças e os adultos, por meio da vivência em grupo e da coletividade.

1.2.2  O Lúdico e sua Importância no Processo Educacional

Numa viagem sempre se têm a pretensão de ir para algum lugar, mas não se pode deixar de mencionar um ponto importante, o de arrumar as malas, saber o que levar e o que deixar e ter em mente, que não se pode levar tudo, somente o essencial e assim mesmo ter consciência de que até o que se poderá sofrer modificações no decorrer da viagem, proporcionando novos conhecimentos, desenvolvendo-os cada vez mais. E a partir de agora inicia-se a viagem, e sim aquela que levará a um caminho de entendimentos sobre a educação básica, principalmente no ano do ensino fundamental e sua relação com o lúdico (KOHAN, 2003)[31].

A educação infantil é, indubitavelmente, o ponto de partida para considerar a aplicação do lúdico no processo educativo. Configurando-se como a primeira fase da educação básica, ela estabelece as bases da personalidade humana, da inteligência, da vida emocional e da socialização.

As primeiras experiências da vida são as que marcam mais profundamente as pessoas. Quando positivas, tendem a reforçar ao longo da vida as atividades de autoconfiança, de cooperação, solidariedade, responsabilidade, a educação torna-se essencial para o desenvolvimento do homem, em todas as esferas do emocional ao cognitivo, onde inaugura a educação da pessoa (KRAMER, 2007)[32].

Em vista disso, a criança ao ingressar na Educação Infantil começa a ter noções básicas de conhecimento que poderão auxiliá-la em sua vida familiar, onde por meio de atividades lúdicas aprende ainda mais, pois tais atividades educam de forma criativa (KOHAN, 2003)[33].

As práticas lúdicas desempenham uma função crucial no processo educacional, pois abrangem integralmente o universo da criança. Ao brincar, ela não apenas se diverte, mas também aprende a compreender o mundo ao seu redor. Infelizmente, essa perspectiva não é amplamente compartilhada pela maioria dos adultos, que muitas vezes encara o lúdico apenas como um passatempo, uma forma de entretenimento desvinculada de propósitos educacionais.

São tantos os questionamentos que surgem que às vezes ficam nos indagando o porquê de tantas discussões a respeito de uma questão que apresenta ser tão simples e ao mesmo tempo tão complexa, o de ensinar através do prazer, através do lúdico (KRAMER, 2007)[34].

A ponderação acerca do ensino mediante atividades lúdicas assume um lugar significativo nos diálogos entre os educadores, tanto aqueles dedicados à educação infantil quanto os que atuam em outros níveis de ensino. Isso porque, para desempenhar um papel efetivo no processo educacional, é necessário possuir uma formação pedagógica que, por sua vez, incorpora de maneira inextricável a abordagem lúdica no contexto educacional.

A formação dos profissionais da educação infantil merecerá uma atenção especial, dada à relevância de sua atuação como mediadores no processo de desenvolvimento e aprendizagem na fase introdutória da vida escolar das crianças. A qualificação especifica inclui os conhecimentos das bases cientificam do desenvolvimento da criança, da produção do conhecimento e a habilidade de

reflexão sobre a prática, de sorte que este se torne, cada vez mais fonte de conhecimento e habilidades na educação das crianças (LAKATOS, 2009)[35].

Para além da preparação acadêmica inicial, é imprescindível uma formação contínua, imersa no labor pedagógico, alimentando-se dele e revitalizando-o de maneira constante.

No processo de formação do educador, é fundamental abordar o papel do lúdico, destacando que sua finalidade vai além do entretenimento, contribuindo efetivamente para o processo educacional. Uma formação de qualidade para o educador seria fundamentada em três pilares essenciais: a base teórica, a formação pedagógica e, como uma adição inovadora, a formação voltada para o lúdico.

É interessante ressaltar que a criança é um ser que pensa, sente e se expressa de várias formas, uma delas é brincando. E esse brincar concretiza-se quando realiza as diversas atividades lúdicas (desenhos, pintura, danças, jogos, brincadeiras), a partir de então, o lúdico se constitui num fator de desenvolvimento que abrange tanto os aspectos sensório-motor, quanto o emocional, o afetivo e o cognitivo (KOHAN, 2003)[36].

Observa-se, dessa forma, que o lúdico carrega consigo um caráter educativo, contradizendo as concepções do senso comum que menosprezam a importância do brincar, rotulando-o como mero passatempo. Nesse contexto, reforça-se a ideia de que “o brincar é para a criança pequena o que o trabalho deveria ser para o adulto: uma fonte de autodescoberta, prazer e crescimento.”

Constata-se, portanto, que as práticas lúdicas oferecem algo além de mero entretenimento, desempenhando um papel significativo no processo de aprendizagem por meio do fascínio, conciliando o útil ao agradável, à medida que:

Segundo Brougère (2000)42:

A criança precisa de espaço não somente o físico, mas o da criatividade, no qual possa aprender e assimilar com liberdade, pois o brincar é também um grande canal para o aprendizado, senão o único canal para verdadeiros processos cognitivos.

Assim sendo, não se deve deixar de utilizar o lúdico dentro do espaço escolar, haja vista que, por meio deste, tornar-se-á o conhecimento mais acessível às crianças. O brincar abre caminhos para a criança desenvolver o seu pensar perante

aquilo que deseja aprender, para que desse modo, possa evidenciar aos adultos que está apta a construir conhecimentos. Visto desse modo, o lúdico proporciona a criança uma aprendizagem deleitosa do conhecimento que está sendo adquirido, dentro do ambiente escolar, onde, não somente a criança, mas também os educadores vivenciam uma maneira interativa e agradável, de empreender o processo do ensino e aprendizagem (KRAMER, 2007)[37].

Para Brougère (2000):

A brincadeira aparece como a atividade que permite à criança a apropriação dos códigos culturais e seu papel na socialização. 

Continua o autor: 

Encaramos a socialização como o conjunto dos processos que permitem à criança se integra aos “socius” que acerca assimilando seus códigos, o que lhe permite instaurar uma comunicação com os outros membros da sociedade tanto no plano verbal quanto no não-verbal. Acontece que pensamos que numa sociedade onde os objetos são, não só cada vez mais numerosos, mas também cada vez mais pregastes, indispensáveis em numerosas situações de comunicação, mediadores onipresentes, eles também são vetores importantes no processo de socialização, muitos particularmente através dos brinquedos, que são objetos específicos da infância. 

Esta reflexão vem resgatar o lúdico como veículo pelo qual o ser humano expressa sua criatividade, dimensão emocional e social. Isso evidencia que não se deve abster de empregar brincadeiras, jogos, brinquedos, músicas, poesias, bem como outras atividades lúdicas que integram a vida humana, pois constituem parte essencial da existência humana.

Comumente, as atividades chamadas “sérias” estão intrinsecamente ligadas à obrigação de realizá-las, sendo consideradas rotineiras e enfadonhas, embora sejam necessárias e indispensáveis. Por outro lado, as ocupações associadas ao lazer e diversão não necessariamente envolvem a obrigação de realização, mas sua concretização requer prazer, alegria e satisfação.

Há, também, a circunstância em que o jogo é incorporado como metodologia, mas a maneira como é apresentado torna-se tão mecânica que o professor atua como se estivesse ditando um manual de instruções. Nesse contexto, a atividade não suscita encantamento, e a criança começa a sentir-se entediada, recusando-se a participar, pois se desilude com o que encontra, procurando algo muito diferente do que está experimentando atualmente.

Por outro lado, não se trata de destacar o lúdico como um fim em si mesmo, pois a escola perderia seu propósito ao realizar algo totalmente dissociado de sua prática educativa. Seria uma atividade realizável na escola ou em qualquer outro lugar e não teria seu diferencial no cotidiano do aluno. Portanto, é imprescindível ter um objetivo além do jogo.

Brougère (2000[38]) afirma que:

A interação lúdica associa-se as significações preexistentes e aos estímulos inscritos nos brinquedos uma produção de sentido e de ação  que  emana  da  criança.  É momento em que a criança se apropria dos conteúdos disponíveis tornando-os seus, através de uma construção específica, que ela seja ou não original.

Sendo, portanto, essencial a integração das atividades lúdicas com objetivos educativos voltados para o aperfeiçoamento do ser humano como ser social e ativo na sociedade à qual pertence.

A criança aprende por meio da interação com os outros, e frequentemente ela busca de maneira rápida a libertação das tarefas e deveres para ganhar tempo livre e dedicá-lo à prática do jogo. Nessa fuga da realidade, a criança transforma suas experiências em cultura, pois ao escaparmos da realidade, estamos, sem dúvida, produzindo cultura, especialmente por meio da atividade lúdica.

O ser humano demonstra uma inclinação inata para o lúdico, portanto, o lúdico representa um instinto natural da criança para atender a uma necessidade interna.

Para Brougère (2000)45:

O ensino, absorvido de maneira lúdica, passa a adquirir um aspecto significativo e efetivo no curso do desenvolvimento da inteligência já que ele se modifica de ato puramente transmissor a ato transformado em ludicidade, denotando-se, portanto, em jogo.

Levando-se em consideração que o ensino lúdico é um recurso extremamente importante na educação, pois essa maneira lúdica de ensinar passa a ter um significado especial para a criança, no decorrer da aprendizagem, ela não vê mais o ensino como uma obrigação, mas como algo agradável, assim como assistir ao desenho predileto fluirá um forte teor de motivação, capaz de gerar um estado de vibração e euforia (LAKATOS, 2009)[39].

Vale destacar que as atividades recreativas não estão vinculadas apenas ao ato de brincar, mas especialmente ao progresso físico, cognitivo, afetivo, moral e social que ocorre durante sua realização. Portanto, é com o desenvolvimento abrangente e equilibrado da criança que cabe ao educador introduzi-la ao universo da ludicidade, por meio de atividades divertidas e desafios no âmbito do processo de ensino-aprendizagem como um instrumento pedagógico, pois é sabido que o jogo faz parte do ambiente escolar, independentemente da permissão do professor.

Assim, nota-se que é essencial revitalizar nos professores o entendimento do aspecto lúdico na formação do conhecimento da criança no ambiente escolar, visto que esse é intrínseco à infância e proporciona a ela prazer e contentamento durante a experiência de aprendizagem.

Portanto, essas colocações são aqui efetuadas, não no sentido de desviarem a atenção para a especificidade da dominação, em termos, também de faixa etária, que inclusive a transcende, considerar a igualdade provocada pelo furto do lúdico na cultura da criança, é denunciar a relação de dominação existente. Implica, assim, no não isolamento da criança num mundo só seu, mas sim na sua consideração como parte da sociedade. “A pratica do lúdico educa, sempre sobre alguma coisa” (LAKATOS, 2009)[40].

No entanto, além do valor educativo, que lhe é intrínseco, o lúdico tem sido empregado como instrumento pedagógico. Diversas são as razões que levam os educadores a buscar no lúdico uma ferramenta no processo de ensinoaprendizagem. A perspectiva do universo lúdico, conforme descrita por alguns autores, destaca a sua existência atrelada à da criança, existindo uma conexão sólida entre ambos, resultando no surgimento de novas concepções acerca dessa relação.

Essas concepções proporcionam ao lúdico um destaque no meio educacional infantil, pois o que antes tinha a função de recreação, para muitos adultos, passa a assumir compromissos educacionais, visando o desenvolvimento emocional, social e cognitivo das crianças dentro do espaço escolar. Não se pode desprezar a

satisfação que o lúdico nos proporciona, que é a do viver uma educação com prazer e de alienante. O estudar prazerosamente promovera nas crianças experiências inesquecíveis e únicas, onde o lúdico é apenas o instrumento para se obter um ensino e uma aprendizagem alicerçados na alegria e na satisfação. Em busca de uma educação com sabor (PLANALTO, 1998)[41].

A incorporação de práticas recreativas no ambiente escolar vai além da mera diversão, pois se configura como um mediador entre a criança e o conhecimento, ao abranger motivação, atuação criativa e interação entre os participantes, bem como com o mundo ao seu redor. O ato de brincar desempenha uma função ampla e significativa no processo educacional, uma vez que estimula a curiosidade no indivíduo, sendo essencial para torná-lo um construtor ativo de seu conhecimento.

O cenário da sala de aula é um espaço de alegria, inventividade, de atividades e de boas práticas e interações sociais, onde cada criança possa explorar suas habilidades de maneira brilhante.

O brincar faz parte da cultura da criança. Chateau (1987)49 ao falar da importância do lúdico para a criança explica:

O primeiro e fundamental aspecto sobre sua importância é que o brinquedo, jogo, a brincadeira, são gostosos, dão prazer, trazem felicidade. E nenhum outro motivo precisaria ser acrescentado para afirmar a sua necessidade. Mas deve-se considerar também  que, através  do  prazer,  o  brincar  possibilita  a  criança  a  vivencia  de  sua faixa etária e ainda contribui de modo significativo, para a sua formação como ser humano participante da cultura da sociedade em que vive, e não apenas como mero individuo requerido pelos padrões de produtividade social, a vivencia do lúdico  é imprescindível   em   termos   de   participação   cultural   critica.   Por   tudo   isso   é fundamental que se assegure à criança tempo  e  o  espaço  para  que  o  lúdico  seja vivenciado com a base sólida da criatividade da participação cultural, e, sobretudo, para o exercício do prazer de viver.

Propiciar um ambiente lúdico na escola contribuirá para que o fizer pedagógico parta das necessidades da criança, de sua cultura e assim inseri-la no mundo de novos saberes educativo a serem apreendidos e que tenha significação à sua vida sociocultural. Dando assim condições para que ela construa, com mais confiança, na escola e nas suas potencialidades, sua própria autonomia crítica e criativa, consciente que os conhecimentos trabalhados de formas interdisciplinar na geografia, ciência, matemática e outras disciplinas, contribuirão para sua melhor atuação na sociedade (LAKATOS, 2009)[42].

A partir dessa visão, deduz-se que o ato de brincar representa o meio capaz de transformar a escola em um ambiente de formação de indivíduos críticos, criativos e participativos, fundamentado em uma prática educativa, especialmente na sala de aula, que elimina o autoritarismo, a opressão, a submissão e os momentos exaustivos do ensino, proporcionando espaço para a alegria, o prazer e as atividades recreativas.

Nesse sentido, fazer da sala de aula um espaço constitutivo da cultura da criança, recheado de para-lendas, cantigas de roda, de fabricação de pipas, de desenhos e pinturas, de jogos variados, da amarelinha, da poesia, da música e tantas outras formas lúdicas, que possam ser englobadas na escola, para que o processo ensino-aprendizagem decorra entre o prazer e o ato criador (KOHAN, 2003)[43].

Isso não significa que a criança vai só brincar, mas que as atividades lúdicas possam fazer parte da educação escolar e que a sala de aula seja um ambiente lúdico, como garantia da interação entre os sujeitos envolvidos (professor e aluno, aluno e aluno) e destes com o conhecimento. É na sala de aula que decorre boa parte do processo ensino-aprendizagem, sendo assim, faz-se necessário que ela se torne ambiente favorável para a educação escolar aconteça de fato, onde sujeitos e conhecimentos mantenham uma relação dialeticamente construtiva, mediados pelo lúdico, estabelecendo, dessa forma, a indissolúvel e imprescindível interação entre escola, criança, prazer e o saber cientifica condições indispensáveis para uma educação de qualidade (LAKATOS, 2009)[44].

Urge reavaliar o significado e a essência do lúdico na educação, é imperativo superar a concepção de que a escola é meramente um depósito onde a criança entrega o adulto (pais) para realizar as atividades de sua rotina diária. Atualmente, torna-se ainda mais essencial buscar um ambiente onde a criança seja reconhecida como um sujeito histórico, social e cultural, permitindo que, juntamente com outros integrantes de seu grupo (outras crianças), ela tenha a capacidade de assimilar o conhecimento culturalmente produzido, transformando-o e construindo novos significados para sua aprendizagem.

Entretanto, ao reformular a educação, é necessário ter precaução para não adotar uma teoria de maneira dogmática. É fundamental considerar as diversas concepções sobre o lúdico para abranger a complexidade do ato pedagógico. Contudo, é crucial destacar a perspectiva sócio-interacionista de Vygotsky, que se empenhou em propor um novo paradigma, uma abordagem renovada para entender a escola, o conhecimento, a criança, o ato de brincar, o papel do professor e a própria sociedade.

A visão Vygotskyana sobre o aprendizado anteceder o desenvolvimento, faz com que se reflita que é preciso buscar o aperfeiçoamento da forma como a escola ensina, e como a criança aprende e constrói seu conhecimento, pois é na interação com o mundo que a criança aprende. Portanto, o ato de ensinar não pode de forma alguma ficar circunscrito a um ato autoritário e unilateral, mas sim percebera criança como sujeito ativo (KRAMER, 2007)[45].

Dessa forma, o lúdico, enquanto ferramenta de imaginação e satisfação, revela-se essencial para a educação, pois impacta na zona de desenvolvimento proximal, especialmente no momento em que a criança procura transcender o conhecimento já estabelecido, buscando assimilar novos aprendizados. Nesse contexto, a educação deve transformar-se na manifestação do desejo por liberdade e da habilidade de explorar diversos aspectos do lúdico. Nessa manifestação, a valorização da criatividade da criança é crucial como um meio de promover o desenvolvimento da inteligência.

Portanto para que haja uma educação significativa é preciso ainda considerar a importância do lúdico e sua relevância no ato educativo. A atividade lúdica não deve ser vista como uma atividade secundaria ou passa tempo, mas sim  ser  valorizada e estimulada pela escola não só na educação infantil, mas sim nas demais séries principalmente no ensino fundamental (KRAMER, 2007)[46].

A instrução, na atualidade, no cenário da educação brasileira, está passando por transformações conceituais de grande relevância. Os referenciais curriculares

nacionais já incorporam o lúdico como um substancial avanço na maturação da criança, pois é por meio da brincadeira que ela desenvolve a habilidade de distinguir o que é real daquilo que é fantasia.

1.2.3  O papel do Professor Diante do Desafio da Ludicidade 

O professor desempenha um papel central na implementação de novas abordagens para guiar e facilitar o processo educativo, além de investigar estratégias que promovam o desenvolvimento e facilitem a aprendizagem. É crucial que o educador observe de perto as questões levantadas pela criança durante as atividades lúdicas. A formação lúdica deve capacitar o professor a adquirir compreensão sobre si mesmo, superar resistências e construir uma perspectiva aprofundada sobre a importância dessas atividades na vida da criança.

A partir da década de 1980, discussões pedagógicas sobre a função da escola e seu papel dentro da sociedade, bem como a difusão das teorias sobre o desenvolvimento humano, possibilitou que os professores reconsiderassem suas práticas e avaliassem seus resultados junto aos seus alunos. Dessa forma, vem se falando bastante sobre a formação do professor e sobre a urgência de seu preparo para exercer a docência, já que tal formação muitas vezes é alvo de críticas em relação a eficácia e articulação das teorias com a prática social. (Alves, Feitosa, & Soares, 2015, p. 6)[47]

Para Marcellino (1997, p.62). O professor deve colocar o jogo na sala de aula como uma forma do aluno desejar jogar. O que acontece por insegurança, é que o professor coloca o seu jogo: o jogo autoritário, onde exercita o “jogo do poder” sendo que alguns concordam com as regras por conformismo e outros se negam fazer parte, sendo os desmancha prazeres, aqueles que quebram a harmonia e usam se utilizam da indisciplina como reação (MOREIRA S. M., 2014, p. 14)[48]

Como conceitua (Rufino, 2014, p.13). A cada nova vivência em sala de aula, a cada nova dificuldade, o professor terá de compreender a necessidade da criança e adequar o currículo formal ao nível de cognição da criança, que por sua vez, terá maior facilidade na aprendizagem. O lúdico não deve somente ser um “momento de distração 333ou divertimento”. (Leicht, 2019, p. 5)[49].

Santa Marli Pires dos Santos (1997, p. 28) faz algumas considerações importantes acerca da inserção do lúdico no ambiente de sala de aula. Aponta que uma das causas que leva essa ausência do lúdico na escola pode não ser culpa do profissional da educação. No entanto, a falha pode estar na formação do professor, pois não foram preparados. As discussões em torno da prática lúdica em sala de aula não fizeram parte de sua formação. Aquilo que não se vivência não se aplica com segurança. É preciso que o professor passe por vivências pessoais para que possa utilizar o lúdico na sua prática pedagógica. Conforme a autora, alguns cursos de pedagogia não contemplam ao professor informações e vivências acerca do brincar, discutindo o desenvolvimento infantil numa perspectiva social, cultural, afetiva, criativa e histórica. (HENDLER, 2010, p. 26)[50]

A função do professor na abordagem educativa centrada no lúdico dentro das instituições é essencial, configurando-se como um facilitador das atividades, criando ambientes propícios para que as crianças explorem seus movimentos e interajam com seus colegas, enfrentando situações-problema.

Com o intuito de favorecer a abordagem pedagógica do educador, ele pode iniciar a partir da realidade e das necessidades das crianças, buscando, desse modo, alternativas de interação e incorporando brincadeiras que estimulem individualmente cada aluno.

1.3     O LÚDICO E SUA APLICABILIDADE 

A educação durante seu longo percurso na sociedade alterou grandemente os métodos e seus conteúdos, vindo dos últimos tempos a utilizar-se de novos meios tecnológicos promovendo mudanças a fim de acompanharem os novos costumes da sociedade (ALMEIDA, 2007)[51]. A terminologia lúdica provém do latimludus que significa jogo ou ato de jogar ou realizar movimentos voluntários direcionados ao jogo.

Para Moura (2000), esse elo de ligação visa aproximar o aluno e o conhecimento científico direcionado aos problemas humanos. Já para o famoso educador Vygotsky (1999) o jogo se torna uma transformação da nova realidade e inclinações da própria criança, sendo um eco do que presenciou em suas primeiras experiências sociais.

Piaget (1975) foi um grande precursor do desenvolvimento mental através do lúdico, para o autor o relacionamento entre homem e seu meio forma sua inteligência, entendendo que o jogo é essencial para construção da formação da criança. Na atualidade a utilização do lúdico como estratégia para inserção de conteúdo de diversas matérias é de suma importância, ainda mais para as crianças que durante seus primeiros anos escolares lhe dão com o desafio trazido pela exigência de serem disciplinados. 

Sobre o jogo o autor informa:

O jogo encontra sua finalidade em si mesmo; 2- o jogo é considerado uma atividade espontânea; 3- o jogo é uma atividade que dá prazer; 4- ele tem uma relativa falta de organização; 5- o jogo caracteriza-se por um comportamento livre de conflito, uma vez que ignora o conflito; 6- é uma atividade que envolve uma supra motivação ou motivação intensa (PIAGET, 1975, p. 188).

O autor também defende a divisão do jogo em três formas,sendo elas : exercício, regras e símbolo, na parte do exercício é dada o surgimento e aparecimento da linguagem, com a utilização de exercícios lúdicos, realizadas nos primeiros anos de vida, estando presente em toda a infância. Já nos jogos de exercícios é a fase da utilização dos exercícios considerados simples, que realizam a reprodução da vida, a exemplo da utilização de barbantes, carrinhos, etc. Por último na utilização dos símbolos é considerada a fase onde o aparecimento da linguagem é realizado na idade de seis a sete anos, fase que a criança utiliza os símbolos mentais, que vão desde palavras, símbolos ou objetos (GOMES, 2009)[52].

Destacando que a seleção do tema foi baseada na relevância para a educação, considerando que o comportamento adquirido no ambiente familiar será refinado e aprimorado em conjunto com os ensinamentos na escola. A abordagem lúdica promove a aprendizagem e integração desses estudantes, e o professor assegura que essas aulas se tornem produtivas e motivadoras para os alunos. Em relação a essas atividades, vale ressaltar:

Através de atividades lúdicas, como as brincadeiras, os jogos, as cantigas etc…, as crianças aprendem a refletir suas ações e a dos adultos, experimentam situações novas e criam soluções para os desafios do se cotidiano. Lima (1992) nos diz que o brincar é a forma de atividade humana que tem grande predomínio na infância e sua utilização promove o desenvolvimento dos processos psíquicos, dos movimentos físicos, acarretando o conhecimento do próprio corpo, da linguagem, da socialização e a aprendizagem de conteúdos de áreas especificas (PIRES, 2008, p. 3).  

A colaboração recíproca entre família e escola desempenha um papel crucial no futuro desempenho desses alunos, uma vez que ambas as formas de relacionamento se complementam. É essencial que pais e professores compartilhem experiências, evitando a ideia de superioridade de uma parte sobre a outra e evitando julgamentos. O docente precisa perceber que existem diversos tipos de famílias e contextos familiares, e que uma metodologia eficaz para uma criança nem sempre será adequada para outra criança.

Um grande exemplo nesse tipo de relação é uma criança autista ou que tenha déficit de atenção, que precisa de todo um sistema escolar especifico e direcionado para suas necessidades, aliado a atuação dos seus responsáveis, para que seja eficaz essa atuação é fundamental, mesmo com a adoção de políticas protetivas das escolas, visando que essa metodologia de ensino seja direcionada e aperfeiçoada cada vez mais. Oliveira (2008)61 defende que o professor é aquele que é responsável em transmitir o conhecimento empírico, construindo novas formas de ensino e educação, dando assim poder e liberdade aos seus alunos, sem esquecer com as regras de educação vigentes.

O lúdico além de ser uma forma alegre, que poderá ser divertida para as crianças, faz com que seu desenvolvimento cognitivo seja trabalhado, através da brincadeira, diversão ou desenvolvimento da fantasia; estimula o conhecimento, faz com que ela realize descobertas e inicie o conhecimento pelo mundo (CARLOS, 2010, p. 12):

Quando a criança vivencia o lúdico na educação infantil e tem esse processo bem estruturado e presente no seu cotidiano escolar, espera-se que com essa atitude, originar processos construtivos e expressivos ao seu desenvolvimento cognitivo. A principal implicação educacional do lúdico na educação infantil é a valorização da atividade lúdica, que contribui para o efetivo das crianças e também para o resgate e o direito à infância. O lúdico tenta salvar a criatividade e a espontaneidade da criança. (CARLOS, 2010).

Para Kellerhals e Montandon (1991)62 as práticas educativas familiares, explicitam quatro componentes do processo educativo que, articulados, contribuem para definir o estilo educativo de uma determinada família: os objetivos e finalidades dos pais, suas técnicas pedagógicas, as regras educativas e a coordenação entre os 61 OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educação Infantil: fundamentos e métodos. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2008

6262 KELLERHALS, Jean. MONTANDON, Cléopâtre. Les strategies éducatives des familles: milieu social, dynamique familiale et education des pré-adolescents. Paris: Delachaux & Niestlé, 1991. diversos agentes da educação.

Quando a criança inclui a brincadeira em seu ambiente de aprendizagem, ela está situando seu contexto social e momentâneo, proporcionando uma ambientação estruturada para se posicionar e construir valores. Além disso, atribui significado às atividades realizadas, combinando suas experiências sociais com as brincadeiras propostas, o que altera sua maneira de pensar e perceber o mundo.

Do ponto de vista teórico, possibilita-nos compreender os processos e estruturas psicológicas graças às quais o ser humano produz conhecimento; do ponto de vista prático, possibilita-nos analisar criticamente as situações que são mais favoráveis para isso. Jogos com regras e de construção são essencialmente férteis neste sentido de criarem um contexto de observação e diálogo, dentro dos limites da criança, sobre processos de pensar e construir conhecimentos (MACEDO et al., 2005, p. 121).

Durante a brincadeira, é necessário realizar diversas práticas, integrando assim o aprendizado por meio do brincar e transmitindo valores essenciais para a vida desses alunos, promovendo uma mudança em sua visão de mundo. Uma variedade de materiais pedagógicos pode ser utilizada, incluindo atividades diversas, brincadeiras e quadros pedagógicos, adaptando-se de acordo com o perfil de cada faixa etária, promovendo, assim, o desenvolvimento por meio de atividades abstratas.

É preciso que o aluno não associe somente o jogo ao divertimento em sala de aula e sim que compreenda esse significado dessas atividades, considerando assim tudo que está envolvido e o simbolismo em volta das atividades, lembrando que o lúdico poderá ser adotado em diferentes idades (SANTOS, 2010[53]).

A atividade lúdica é a primeira forma que a criança encontra de descobrir o mundo, afinal ela não nasce sabendo brincar ou jogar, ela aprende com a mãe e os familiares na medida em que eles utilizam o lúdico como suporte para o desenvolvimento físico e para as construções mentais do bebê. Normalmente as primeiras atividades lúdicas dos bebês têm como característica a repetição de ações apenas por prazer. É desse primeiro contato com o lúdico que começa a ser gerado o raciocínio, e sua contínua utilização propicia a ampliação dos conhecimentos (SOUZA, 2012, p. 83).

Esse método da educação infantil voltado para as brincadeiras abrange desde o uso de jogos, histórias, adivinhações, entre outros, devendo ser proporcionado de maneira a condizer com a idade dos alunos. As modalidades de brincadeiras aplicadas nas fases iniciais da escolaridade não são as mesmas para os estudantes mais velhos, tornando-se menos atrativas e podendo desviar a atenção das atividades.

Os jogos possuem especificações distintas entre si, desde as suas variações linguísticas, aplicação voltada ao contexto social, regras e objetivos de cada um (KISHIMOTO, 2001). O psicanalista Winnicott (1975) defende que os chamados fenômenos internos que esses alunos são submetidos ao brincarem, trazem à tona sua criatividade e reforçando sua personalidade integral, favorecendo o conhecimento dessas crianças em si mesmo, mesmo diante do seu primeiro contato com o mundo, pelo meio que vive sua família durante um tempo é a única referência que eles têm de costumes, comportamento etc., os pais são vistos como exemplo de comportamento, e modo de viver em sociedade. Sobre a utilização do lúdico em sala de aula cabe destacar:

No Ensino Fundamental I, o lúdico dá espaço ao saber sistematizado, e temos o exemplo claro de que a atividade lúdica fica isolada do contexto de sala de aula. O brincar fica para a hora do recreio, onde a criança se movimenta, fala espontaneamente, expõe sua ansiedade e agressividade. As aulas de educação física, tão queridas e esperadas pelas crianças, também fazem parte desse momento lúdico na escola. Com o tempo, a própria criança passa a ver essa disciplina como momento de lazer, despido de qualquer caráter sério e educativo (GOMES, 2009, p. 20)[54].

 Ao brincarem essas crianças poderão entenderem novos conteúdos e despertarem o seu interesse pela matéria. Schultz et al. (2006) destacam que o lúdico está diretamente relacionado a brincadeira, desde o início da humanidade, servindo também para facilitador do ensino.

A partir de 1980, a valorização da educação da criança pequena no Brasil tem estado na pauta de discussões das e para as políticas educacionais: de um lado, a discussão em torno da Educação Infantil como espaço de educação da criança e não apenas de cuidados (assistencialismo) e, de outro, o reconhecimento de que a educação da criança deve ser garantida pelo Estado sob o ponto de vista legal e pela qualidade do ensino sob o ponto de vista pedagógico (ALVES, 2009, p. 47)[55].

A brincadeira poderá ser realizada a qualquer hora, sejam nos lares, escolas, servindo como relaxante para essa criança, além de envolvê-la em regras e introduzir novas linguagens que favorecem o entendimento de novas disciplinas escolares. O professor necessita de conhecimentos sobre o lúdico antes de poder oferecer essa forma de metodologia, sendo já comprovado que é indispensável para o ambiente escolar, trabalhando a realidade, criatividade e fomentando a determinação desses alunos ao explorar as atividades lúdicas (SCHULTZ et al., 2006)[56]. Sobre o papel do professor nessa forma de ensino cabe destacar:

Uma proposta lúdico educativa torna-se um desafio à prática do professor, pois além de selecionar, preparar, planejar e aplicar os jogos precisa participar no decorrer do jogo, se necessário jogar, brincar com as crianças, mas sempre observando, no desenrolar, as interações e trocas de saberes entre eles (SCHULTZ et al., 2006, p. 5).

Os jogos são empregados como meio de apresentar a resolução de problemas, pois atraem e estimulam a criatividade, levando as crianças a buscar uma abordagem envolvente para desenvolver estratégias que elucidem a atividade. Desse modo, a utilização da brincadeira durante a infância, mesmo que por meio da simplicidade e espontaneidade da criança, beneficia seus estudos, desenvolvimento cognitivo, afetivo e social. Para alunos que enfrentam alguma limitação específica de aprendizado, pode-se realizar uma atividade direcionada às suas necessidades, com o objetivo de focar mais no lado cognitivo da criança, promovendo a inclusão.

A relação das crianças com a brincadeira é algo que remonta aos antigos tempos da civilização, as brincadeiras iam desde faz de conta, cordas, bonecas, pinturas, dentre outras tipos. Conforme trata Almeida (2007) já na idade antiga, a utilização do jogo era considerada como recreação, sendo utilizado como algo que não era muito sério, por estar fortemente ligado ao jogo de azar. No período Renascentista, a utilização da brincadeira ao desenvolvimento cognitivo estando direcionada aos conteúdos escolares.

No mundo primitivo, em torno do século VI, a forma das crianças aprenderem suas atividades diárias era através da imitação, passada de geração em geração, como utilização do arco para caça(CINTRA et al., 2010)[57]. É consenso entre os estudiosos que a infância teve sua origem a partir da modernidade, servindo os ensinamentos de Vigotski para fortalecer o entendimento tanto da sociedade como da psicologia sobre a importância do ensinamento infantil (CINTRA et al., 2010).

Na sociedade primitiva, aproximadamente até o século VI, as crianças aprendiam por meio da imitação nas atividades cotidianas. A educação das crianças era importante, pois transmitiam a experiência adquirida por gerações passadas, sendo que a aprendizagem acontecia a partir do contato com a prática. Por exemplo: para aprender a nadar a criança nadava e para utilizar o arco, caçava (CINTRA et al., 2010, p. 5).

A experiência que essas crianças tinham ao brincarem era a forma de proporcionar um contato e sensação que servindo para compreender a sua realidade, como manter a sua sobrevivência (AGUIAR, 2006)[58]. Já no período de 3.000 antes de Cristo, com a estruturação dos modelos das cidades, havendo profundas mudanças nas comunidades, influenciando diretamente a educação e as brincadeiras dessas crianças (CINTRA et al., 2010)[59].

Diante da análise dos reflexos que esse período trouxe ao momento atual, Manson (2002)[60] defende que os modelos de brincadeira existentes atualmente tiveram sua origem na Grécia antiga, tendo efeito de facilitar desde movimentos, aprendizado, como utilização de cavalos, arcos, bonecas e ossinhos.

O jogo dito de pentelitha, que consistia, originalmente, em lançar ao ar cinco pedrinhas, apanhando a maior possível nas costas da mão, atravessou os séculos e era certamente praticada com ossinhos. Jogava-se aos dados com o astrágalo do carneiro atribuindo-se um determinado valor a cada uma das suas quatro faces, mas também se encontraram dados de ouro e de prata (MANSON, 2002, p. 26).

A mudança na forma de olhar a criança, só foi modificada a partir do século XVII, anteriormente era olhada sob reflexo negativo, sem valor, haja vista, não podendo ajudar com a manutenção da casa. Com a evolução da sociedade além do entendimento com diferentes estudos, a exemplo de Rousseau, foi possível a alteração da imagem social sobre a criança, entendendo-se a partir daí existia a necessidade do caráter próprio para o seu amplo desenvolvimento (FONTANA, 1997).

Monti (1998) trouxe que a idade da infância é aquela que realiza as mudanças tanto sociais como entendimento moral que será levado pela vida desse indivíduo na fase adulta, e que a brincadeira fica na memória e na imaginação. No século XIX, com o crescimento da psicologia direcionada as necessidades da criança, surgiu a teoria de Groos, que ligava os aspectos psicológicos e biológicos,

interligando os institutos naturais herdados como estímulo para os exercícios executados na infância (ALMEIDA, 2007)[61].Cabe também destacar que o lúdico é objeto de estudo durante muitos anos, por diferentes ramos do conhecimento, indo desde a sociologia, antropologia, psicologia e educação.

Embora seja grande a produção intelectual na Renascença, não foi capaz de mudar significativamente as concepções em relação às crianças, que continuam desconhecidas em sua natureza singular, até que pensadores como Erasmo; Vives; Rabelais; Montaigne; Comênius e, posteriormente, Rosseau e Pestalozzi; realizaram estudos sistemáticos sobre educação, chamando a atenção para a ‘responsabilidade social’ da ciência, o reconhecimento do desenvolvimento infantil e os aspectos psicológicos no ensino infantil (QUEIROZ, 2009, p. 19)[62] .

O Lúdico é importante na medida em que se toma consciência de que jogar trata-se de um momento criativo para encontrar com a gente mesmo, com os outros e com o todo (BROTTO, 2001, p. 87). Através da ludicidade, o aluno desenvolve os conteúdos, tendo chance de conhecer o outro colega e agregar o conhecimento sob diferente ponto de vista.

A preocupação em afirmar os direitos dessas crianças em terem acesso à educação é reforçado na legislação através do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), que visa também a promoção do exercício desse direito. Devendo ser papel do educador estimular a brincadeira de forma a propiciar um significado de aprendizado. Estando também previsto no ECA em seu artigo 4º ser dever da família, comunidade e pode público, garantir como prioridade os direitos a essas crianças, direitos como saúde, educação, esporte, lazer (BRASIL, ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE, 1990).

O Estatuto da Criança e do Adolescente, lei fed. 8.069/1990, também conhecido como ECA, explicitou melhor cada um dos direitos da criança e do adolescente bem como os princípios que devem nortear as políticas de atendimento. Determinou ainda a criação dos Conselhos da Criança e do Adolescente e dos Conselhos Tutelares. Os primeiros devem traçar as diretrizes políticas e os segundos devem zelar pelo respeito aos direitos das crianças e dos adolescentes, entre os quais o direito à educação, que para as crianças pequenas incluirá o direito a creches e pré-escolas (CRAIDY; KAERCHER, 2001, p. 24).

No ano de 1998, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) incluiu em seu texto a previsão da realização dessas atividades lúdicas como algo permanente, devendo acontecer nas instituições de ensino infantil, com o propósito de criar condições para o aprendizado dessas crianças sob orientação de adultos.

Portanto, se a proposta pedagógica das instituições de educação infantil respeitar de fato os fundamentos citados acima, naturalmente a criança durante as aulas terá mais interesse e conseguirá ser mais participativa, crítica e criativa. Tais Diretrizes foram revistas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), em 2009, através da Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009, que instituiu as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI) (SOUZA; NASCIMENTO, 2014, p. 25)[63].

Por meio das orientações estabelecidas pelas diretrizes educacionais, a incorporação de elementos lúdicos contribui para a formação da identidade da criança, abrangendo desde a socialização até o desenvolvimento de suas habilidades e competências por meio do estímulo à imaginação e fantasia.

O profissional da educação infantil, tem como papel preponderante propiciar às crianças uma educação de qualidade que as ajudem a entender e superar a realidade em que vivem, criando no espaço escolar uma atmosfera democrática que respeite, valorize, promova a diversidade e que conduza ao bem estar emocional e físico das crianças, contribuindo para diminuir o alívio de suas tensões, receios e medos, encorajando-as a expressarem-se livremente suas expectativas, interesses e necessidades, fazendo uso das diferentes formas de linguagem. E ainda promovendo e estimulando a criatividade, curiosidade e o desenvolvimento da autonomia crítica, ética e social destas crianças, valorizando, partilhando e respeitando a brincadeira e ludicidade, tão necessária para a constituição e a afirmação do sujeito criativo e fazedor da sua história (FERNANDES, 2013, p. 8)[64].

A Constituição Federal de 1988 e a Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), trouxeram em seu texto a importância da educação infantil, o artigo 227 da Constituição Federal Brasileira trata:

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência e opressão (BRASIL, CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988)75.

A legislação brasileira estabeleceu os direitos da criança, embora, na prática, o acesso para todas essas crianças ainda esteja distante de ser plenamente concretizado na realidade, devido às desigualdades sociais, especialmente no que diz respeito ao acesso à educação.

A busca pela alteração no modelo de ensino existente refletemna preocupação dos educadores no que desrespeita ao aluno,indo desde os anos iniciais até sua formação, devendo as novas metodologias de ensino fugir do tradicionalismo do ensino, estimulando os novos conceitos de ensino, desde que comprovadamente exista sua eficácia (RUFINO, 2014).

A pesquisa em questão deixou claro que os estudantes têm sua introdução inicial ao mundo por meio de sua família, que por um período é a única referência que possuem em termos de costumes e comportamento. Os pais são percebidos como modelos de comportamento e estilo de vida na sociedade. Observou-se que as estratégias que incorporam elementos lúdicos para estimular o ensino resultaram em melhorias significativas nos níveis de concentração, uma vez que as atividades envolvem a audição e a percepção durante a aula.

É necessário que a escola largue o antigo conceito de como era as obrigações da família. Davies (1994) relata que a escola também era opressora e para repassar os conhecimentos dos quais somente os professores, denominados mestres, eram detentores era permitido e recomendado abusar do autoritarismo e do uso de castigos físicos e psicológicos. Rufino (2014) defende que não basta adotar o lúdico é preciso que possua objetivos claros proposto.

O movimento lúdico oferecido pela possibilidade de brincar em sala de aula gera maior dinamicidade. Portanto, nada pode ser feito de modo improvisado, toda atividade lúdica na escola deve ser preparada antecipadamente com a intenção de alcançar determinados objetivos e estabelecer vínculos para melhor promover a participação de forma coletiva e individual, auxiliando os valores imprescindíveis a convivência social e a superação das diferenças dentro do próprio ambiente escolar. É importante, pois, que a escola valorize o lúdico e que, ao se sentir incluída em seu mundo, a criança sinta prazer em descobrir novos conhecimentos os quais serão indispensáveis para sua formação como ser humano e futuro profissional (RUFINO, 2014, p. 25).

O aprendizado pode se dar de qualquer maneira, e que a afirmativa de que o educador deverá fazer uma ponte entre o conhecimento e o aluno, seja qual for o tema esse sempre terá o objetivo de “Assanhar curiosidade do aluno para que ele seja descobridor da verdade pesquisada” (ALVES, 2004). 

O professor nessa abordagem assume a função de facilitador da aprendizagem, e nesse clima o estudante entrará em contato com os problemas vitais que tenha repercussão na existência. Daí o professor a ser compreendido como um facilitador da aprendizagem, congruente ou seja; integrado (RUFINO, 2014, p. 25).

Quando há um trabalho em equipe, é possível criar coletivamente formas de distinguir o certo do errado e as abordagens mais eficazes para isso. A definição de regras é necessária, mas deve ser feita com muita cautela, a fim de evitar interpretações equivocadas por parte dos alunos. A atitude do professor em impor autoridade e submissão requer cuidado, pois pode resultar em indisciplina. A autoridade é algo que deve ser conquistado, cabendo ao educador observar e intervir quando necessário e de maneira eficaz. Essa colaboração e união proporcionam aos alunos uma sensação de eficiência e autonomia.

Tristão (2010)[65] em seu estudo sobre a utilização do lúdico pelos professores, identificou que a maioria desses docentes se utilizam de modelos tradicionais de ensino, sendo ainda bastante reticentes na utilização da brincadeira como meio de ensinar os seus alunos. Cabe destacar que o jogo não é somente uma forma de garantir divertimento e recreação e sua justificativa dentro da sala de aula, seja por meios individuais ou atividades em grupo, torna a alfabetização prazerosa para a criança, trazendo significados reais.

O professor deve adotar uma avaliação cognitiva levando em consideração os seus aspectos afetivos, sociais e principalmente a relação com o próximo e levar em consideração a realidade do aluno fora da escola, melhorando o processo do ensino-aprendizagem. A avaliação do professor deve levar em conta o emocional das crianças, a sociabilidade de um aluno com o outro, a sinceridade das crianças perante à regra do jogo, o respeito entre os colegas, a interação da turma, o grau de concentração, atenção, entre outros. O aluno que desenvolve essas atividades, com toda certeza, terá mais facilidade na realização de tarefas feitas no caderno, livros e outros (TRISTÃO, 2010, p. 25)77.

A realidade das salas de aulas no Brasil não favorece a utilização do lúdico, seja pela falta de espaços físicos ou falta de tempo desses professores. Freire (2006) destaca que é preciso que esses professores percam o medo de utilizarem o lúdico no ensino, educando com coragem entendendo que é preciso adequação as novas ferramentas de ensino.

O que de fato educadores de renome como Rubem Alves (2004) afirma que é o processo educacional deve acontecer como um fenômeno que desperte o interesse do tendo esse como seu aliado, não impondo a vontade do educador, porém aguçando a curiosidade desse aluno, ambos têm resultados promissores em qualquer que seja o assunto, ele também ainda frisa que esse fato pode conter inúmeras ferramentas de aprendizado basta, conhecê-las e usar da melhor maneira possível a favor da educação.

Há muita sabedoria pedagógica nos ditos populares. Como naquele que diz: “É fácil levar a égua até o meio do ribeirão. O difícil é convencer ela a beber a água…”. De fato: se a égua não estiver com sede, ela não beberá a água por mais que seu dono a surre. Mas, se estiver com sede, ela, por vontade própria, tomar a iniciativa de ir até o ribeirão. Aplicado a educação: “É fácil obrigar o aluno a ir à escola. O difícil é convencê-lo a aprender aquilo que ele não quer aprender” (ALVES, 2004, p. 20)[66].

O que se busca com essa abordagem educacional é a reconsideração dos métodos pedagógicos, onde uma estrutura de relação interpessoal passa a predominar na educação contemporânea. Apesar de atender às demandas educacionais da sociedade, o professor assume o papel de facilitador e mediador, propondo de diversas maneiras os novos conceitos educacionais alinhados às práticas sociais. Isso se deve ao fato de que as crianças, em seus primeiros anos escolares, ainda não compreendem todas as necessidades de convívio social, necessitando aprender a seguir regras, praticar a obediência, entre outras habilidades sociais.

Estabelecer limites para as crianças é essencial para a convivência e formação de seu caráter para a vida adulta. A imposição de limites e regras está diretamente relacionada à habilidade de socialização, promovendo interações sociais bem-sucedidas em que a criança pode aprender a reconhecer tanto seus próprios limites quanto os dos outros.

Considerando-se que os processos de ensino e aprendizagem para atender às necessidades educacionais dos alunos, necessitam ser repensados e adequados, de maneira que as estratégias e meios favoreçam ao aluno a possibilidade de desempenhar um papel ativo nas atividades realizadas. Diferentes e prazerosas situações de aprendizagem, contribuem para o desenvolvimento cognitivo do aluno, quando aplicadas ao cotidiano. Corroboram com esta ideia Zanon, Guerreiro e Oliveira (2008) ao dizerem que é reconhecidamente uma importante estratégia lúdica no processo de ensino e aprendizagem.[67]

O lúdico, é um vocábulo que tem sua origem no latim ludus. Aliado às pesquisas na área da psicomotricidade, e aplicado nas escolas, tem proporcionado aos professores desenvolverem com os seus alunos a habilidade de resolução de problemas, trabalhar em equipe e aumentar o interesse em sala de aula.

O lúdico faz alusão a uma dimensão humana que resgata sentimentos de liberdade e espontaneidade nas ações desenvolvidas. Assim sendo, o lúdico faz parte da atividade humana, sendo qualificado por ser espontâneo, prazeroso e satisfatório. Ferreira (1986) esclarece que o lúdico pode ser entendido em relação ao “jogo ou divertimento” e “que serve para divertir ou dar prazer”. É através das atividades descontraídas e espontâneas, que os nelas envolvidos interagem e estão em constante aprendizado.

O lúdico precisa ser considerado como elemento de grande importância na vida do homem, não só no aspecto de entretenimento ou como forma de extravasar suas energias, mas ainda, como forma de aprofundar-se no âmbito da realidade social. É por meio da ludicidade que o indivíduo aceita explorar e ser explorado de maneira saudável.

E com isso assegurar que essa ferramenta de aprendizagem contribui grandiosamente no desenvolvimento corporal, intelectual, no campo emocional e social de um ser humano, levando com isso a um aprendizado sem ser percebido como uma atividade escolar de cobrança.  No campo social, é evidente que o desenvolvimento do lúdico através do brincar promove o convívio entre todos que estão envolvidos, harmonizando o espaço e logo, o desenvolvimento individual.

O brincar ludicamente é uma ferramenta que leva os alunos a vencer seus medos e frustrações e os impulsionam a cumprir regras de convivência, levando o educando a conquistar um aprendizado de qualidade. Com brincadeiras educativas o discente vai se organizando e se preparando a encarar a vida e a adaptar-se aos seus sucessos e fracassos que viram pela frente.

Com essas brincadeiras a criança desenvolve a sua capacidade criadora, seu caráter, a parte emocional os movimentos corporais, amplia seus valores e relaciona- se com outros indivíduos. A inserção do lúdico em um espaço escolar é muito mais que um simples brincar com os alunos, é buscar harmonizar um ambiente onde a afetividade esteja presente, e com isso certamente favoreceria uma aprendizagem, mais abrangente.

No ambiente escolar, os profissionais da educação que lá atuam devem se preocupar nas escolhas das atividades que serão aplicadas aos alunos para que esses possam compreender os conteúdos ensinados, e que possam ser pessoas pensantes e questionadoras no meio em que estão inseridos. A ludicidade dá oportunidade para que os alunos façam uma comparação entre o real e o fantasioso. O momento lúdico é o propulsor para que o pequeno indivíduo tenha um aprendizado de grande relevância e ele também completa que é de extraordinária importância que essa ludicidade se realize dentro das escolas, e que esse aprender brincando ajude o discente a compreender com muito mais prazer os conteúdos educativos, pois o brincar sempre ficará conectado ao mundo da fantasia do imaginário e da capacidade criadora do alunado. O aluno com seu pensamento criativo tem a possibilidade por meio das brincadeiras sistematizadas, elaborar e seguir regras de convivência. (CUNHA; CAVALCANTE etal.:2007)[68].

É necessário também saber, que quando o lúdico é colocado nas escolas como um instrumento para alcançar um aprendizado de qualidade, é imprescindível ter o entendimento de que esse trabalho deverá ser realizado por uma equipe de profissionais da educação qualificados e capacitados sobre a aplicação das técnicas lúdicas.

É brincando que a criança aprende a conviver com todos os sentimentos e sensações e que assim consegue equilibrar o mundo interno e externo. É assim, por meio do jogo, que vai se preparando para enfrentar a vida, aprendendo a se posicionar com todos, cooperando, aprendendo a conviver com o sucesso e o fracasso. (CUNHA; CAVALCANTE etal.:2007)[69]

A utilização das brincadeiras dentro das escolas vai muito além de um simples brincar, pois este lugar de conhecimento deve garantir aos alunos além de um ambiente enriquecedor pelo qual o aluno irá sentir várias emoções, irá proporcionar- lhe uma aprendizagem de qualidade satisfatória.

Vygotsky (1984 p..43)[70], afirma que “é no brinquedo que a criança aprende agir numa esfera cognitiva. É muito mais prazeroso que o educando pense, tome atitudes diante de uma atividade lúdica, pois chama atenção do mesmo para a

resolução de problemas.” É benéfico perceber que o brinquedo tem benefícios que leva a criança a aprender cognitivamente com excelência, e que esse brincar leva o aluno a descobrir caminhos que o leve a tomar decisões diante situações vividas pelos mesmo e também seja uma ferramenta que contribui bastante para resoluções de problemas que possivelmente esse indivíduo irá enfrentar. A ludicidade vem para levar esse aluno a buscar melhorias para sua vida.

Acredita-se que o lúdico é uma técnica que sempre fez parte da história cultural da humanidade, contudo em cada totalidade vem tomando diferentes definições. A ludicidade auxilia o educando a pensar o seu mundo de forma crítica e participativa, pois quando o aluno interage dentro da brincadeira por meio dos movimentos e da fala, cria-se oportunidades prazerosas de aprender através do brincar.

O lúdico não está ligado somente ao seu termo de origem, mas abrange um significado de grande importância na vida cotidiana do indivíduo, na realidade atual o lúdico passou a fazer parte da cultural corporal dos povos. O uso do lúdico traz grandes sugestões que superam fronteiras de um simples brincar impensado e ocasiona consequências satisfatórias quando efetivado de forma adequada. (ALMEIDA, 2018)

Muitos estudiosos têm avaliado, registrado e discutido sobre os benefícios que o lúdico traz no dia a dia das pessoas, pois é um tópico que surge com assiduidade nos meios de comunicações, significando que é indispensável que as instituições de ensino tenham no seu quadro, profissionais habilitados e que os mesmos tenham um amplo conhecimento sobre o valor do lúdico na vida dos indivíduos que compõem este lugar educativo. Então, pensar sobre a ludicidade é falar a respeito de um conhecimento aberto que acontecerá com rapidez e eficácia. Refletir sobre o lúdico é cobiçar momentos inesquecíveis e prazerosos no âmbito escolar.

É importante esclarecer que o brincar seja uma metodologia frequente dentro do cotidiano das crianças, pois o brincar faz parte do desenvolvimento absoluto do indivíduo. Com as atividades lúdicas acontecendo a criançada vai expandindo suas informações, compartilham suas experiências conseguem compreender melhor o mundo em que estão inseridas. Pastoral da Criança (2012) explica que o lúdico também faz com que a criança cresça com saúde, pois quando a ludicidade é aplicada a mesma tem a oportunidade de pular, correr, ficar ao ar livre, com tudo isso desenvolve seus movimentos físicos, diminuindo com isso vários riscos de doenças.

Friedmann (2012)[71] diz que novidades envolvendo alimentação, vestuário, linguagens e outros sempre irá acontecer. Afirma ainda que com o lúdico não será diferente, pois é também um tema que sempre ocasionará inovações e sempre teremos novos indivíduos, objetos e lugares onde se aplica a ludicidade, trazendo com isso novas possibilidades de conhecimento sobre o assunto em discursão, pois jamais vai se esgotar a vontade de novos conhecimentos no campo do brincar.

Coutinho (2007)84 explana que no passado o lúdico tinha grande importância, pois esse mecanismo de ampla relevância era realizado no dia a dia de todos sem distinção de idade, sexo. Adultos e crianças desenvolviam as atividades lúdicas juntos. Mas hoje nos dias em que vivemos a realidade é outra, os adultos estão presos aos seus compromissos de trabalhos e não tem tempo para brincar com seus filhos. E as crianças ficam à mercê dos seus tablet, celulares e televisores.

Assim sendo o brincar em conjunto, ou seja, adultos e crianças brincando juntos se perdeu, com certeza no passado ambos eram mais felizes, pois se divertiam mais, eram mais amorosos, carinhosos, afetuosos uns com os outros. Na atualidade pais e filhos se distanciaram profundamente, perdendo todo aquele enlace de amor e afago que existia entre pais e filhos, pois o lúdico uni afetivamente as pessoas quando ficam mais próximas.

A palavra lúdica vem do latim,” ludus” e significa brincar, revelando que nos momentos lúdicos são inclusas todas as atividades que divertem as crianças independentemente de serem pobres, ricas, negras ou brancas, o brincar faz parte do dia a dia da criança, ou seja, de sua história. Com todos esses mecanismos que a ludicidade oferece à criança também tem a oportunidade de descobrir novos caminhos para uma aprendizagem eficaz e ter mais facilidades compreender o mundo em que vive. (ANAIS DO 5° SEMINÁRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO CURSO DE PEDAGOGIA, 2007)

O brincar não se preocupa com o nível social, cultural ou época, o brincar derruba barreiras, vence preconceitos, ensina com facilidade e leva o ser humano a ter uma visão ampla do mundo.

Pereira (2007)[72] diz que o brincar é apontado como a primeira forma de aprender e expressar nossa cultura, onde podemos nos expressar livremente, vivenciar novas experiências, e que esse brincar contribui ainda para um aprendizado significativo na história da criança. É necessário que a criança pule, corra, grite, brinque livremente para descobrir novos caminhos, arquitete seus pensamentos e organize seus sentimentos.

É por intermédio da ludicidade que a criança descobre e aprende sobre a sua história, com esse brincar a criança vive em constante alegria, aprende com eficácia e clareza e desenvolve maneiras de enfrentar seus problemas e descobrir maneiras para resolvê-los.

Conforme o Referencial Curricular Nacional (2001, p. 27) afirma que:

No ato de brincar, os sinais, os gestos, os objetos e os espaços valem e significam outra coisa daquilo que apresentam ser. Ao brincar as crianças recriam e repensam os acontecimentos que lhe deram origem, sabendo que estão brincando. A brincadeira favorece a autoestima das crianças, auxiliando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa. Brincar contribui assim, para a interiorização de determinados modelos de adultos no âmbito de grupos sociais diversos.

O brincar e o jogar já fazem parte do cotidiano e da vida dos indivíduos, são momentos aonde estão juntos realizando certas atividades prazerosas, além de auxiliar no desenvolvimento físico, intelectual, emocional, social do sujeito. Essa ação de ludicidade envolve todas as camadas sociais, e a idade não é barreira para que a criança não brinque.

O lúdico não escolhe pessoas ditas normais ou deficientes, quando acontece o envolvimento da ludicidade todos são vistos como capazes de realizar atividades em grupo, e com essa atividade lúdica o aluno deficiente é incluindo dentro do ato lúdico dentro das suas capacidades físicas, intelectuais, sociais, afinal, o ato do brincar/jogar, serve como intercambio entre os alunos e a escola e da oportunidades a todos de brincar juntos e desfrutar de momentos de divertimento. (SOARES, 2010).

Quando acontece a ludicidade envolvendo uma criança dita “normal” e outra deficiente dentro do espaço educativo formal, entende-se que as brincadeiras são de grande importância para que os discentes percebam como são extraordinárias para escola, pois quando ambas as crianças, se envolvem na brincadeira, o lúdico prevalece e todos se divertem. Quando essa interação acontece entre os alunos com deficiência, eles se valorizam, se satisfazem, tornam-se mais confiantes de suas ações e se sentem parte importante do ambiente escolar.

Segundo Soares, (2010) todo momento de brincadeira que envolva o educando “normal” e os deficientes é de grande relevância, pois esse momento de diversão é um ato social do indivíduo, então o lúdico já faz parte da cultura da criança, significando que as brincadeiras, representam uma importante porção da vida da criança, porque é a partir dela que a criança edifica sua personalidade, fortalece e expande suas capacidades físicas, verbais e intelectuais, e tem a perspectiva de tornar-se um adulto equilibrado, consciente e afetuoso (VELASCO, 1996)[73]

O brincar, por sua falta de tensão, de responsabilidade e de cobranças quanto aos resultados permite vivenciar essa prática com liberdade, realizando seu principal objetivo; a diversão. Pelo prazer e alegria, proporcionado pelas brincadeiras realiza- se uma gigantesca dimensão simbólica, criando-se pontes entre os mundos: imaginário e real. (SILVA; GONÇALVES, 2010)[74]

O processo de inclusão proporcionado pelo lúdico acontece de forma natural, pois na hora do divertimento todos os envolvidos naqueles instantes de ludicidades estão felizes, independentemente de suas limitações, os alunos deficientes gostam muito de participar de momentos prazerosos e interagem com os demais alunos. Também é necessário que o professor responsável pela turma organize esses momentos do brincar, e esteja atento a qualquer situação que venha acontecer, e faça adequações dependendo das limitações do discentes deficientes, para que haja um envolvimento maior desses alunos dentro das atividades proposta, sejam elas jogos esportivos, brincadeiras de raciocínio, etc.

A ação da ludicidade é um caminho que contribui muito para o desenvolvimento do ser humano. As crianças envolvidas pelo brincar independente ou não de serem alunos “normais” ou deficientes superam os desafios, aprendem a seguir regras, a lidar com seus limites, a aceitar as pessoas que são deficientes verdadeiramente como elas são; tornando-se pessoas melhores.

O brincar estimula a procura por meios e pela exploração desempenhando papel imprescindível na arquitetura de saber fazer. Originalmente, é a forma que a criança tem de relacionar, apropriar-se e adequar-se ao mundo. É o brincar que favorece à criança aprender o tempo todo com as experiências e com os relacionamentos com as pessoas e objetos ao seu redor (KISHIMOTO, 2002)88

O jogo, segundo Freire (2002)[75], favorece ao desenvolvimento das habilidade motoras, dado que possui uma linguagem corporal comum à criança e seu desenvolvimento apresenta características estimulantes adequados ao universo da cultura infantil; assim, é sem dúvida, uma atividade muito importante na educação. As atividades lúdicas são fundamentais na formação dos jovens e das crianças, o lúdico é um verdadeiro facilitador de relacionamento vivenciados na sala de aula. As atividades que envolvem lúdico são aquelas que promovem a imaginação e, principalmente a transformação do sujeito em relação ao seu objeto de aprendizagem.

O caráter de integração e interação contido nas atividades lúdicas faz com que a educação possa utilizar constantemente estas atividades para integrar o conhecimento como uma ação prática dos alunos.

Para Miranda (2013)[76] qualquer tipo de jogo que tenha o envolvimento de pessoas ou de grupos traz em seu bojo o fator “socialização”, pois como dizem Silva e Gonçalves (2010) àqueles que participam de jogos tem a oportunidade de explorar e cumprir regras; sentem maiores emoções; entendem e experimentam os limites de espaço e tempo; vivenciam em plenitude os desafios motores, cognitivos e sociais envolvidos e a descontração presente na sua participação.

Ou seja, o brincar lúdico tem o objetivo de socializar todas as camadas sociais levando aquele grupo de indivíduos para que desfrutem juntos momentos prazerosos. Então o lúdico é um caminho que leva todas as crianças a brincarem e aprenderem juntas; em coletividade, pois é bem mais prazeroso brincar acompanhado ou em grupos. 

Para a criança a brincadeira é um momento de muita seriedade. Toda criança necessita ser envolvida pelo brincar, pois o lúdico colabora para o processo de socialização, onde a criança se sociabiliza, brincando umas com as outras. Na escola esse brincar, dá oportunidade para que os estudantes participem de atividades em grupo de maneira livre, e com isso, garantam sucessos em suas aprendizagens, estimula também pelo KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O brincar e suas teorias. – São Paulo: Cengage Learning, 2000. aumento das aptidões e obtenção de novas informações. (MAFRA; KEMPA, 2010)[77].

Mafra; Kempa (2010) afirmam que o brincar na vida da criança deficiente tem a mesma importância que na vida das crianças ditas “normais”. Ainda que ela apresente atrasos no seu desenvolvimento cognitivo e/ou motor, necessita ser inserida dentro de atividades em que o lúdico esteja presente. Compreende-se que a criança deficiente, por possuir certas características, necessita de um trabalho diferenciado e ser mais estimulado que as outras crianças sem deficiência para que assim possa desenvolver suas competências motoras, cognitivas e sensoriais com eficácia.

Percebe-se que o ato das brincadeiras não faz distinção entre ninguém, mesmo que exista o “diferente”. Para o lúdico esse obstáculo não existe, pois a ludicidade conduz ao aprendizado e ajuda o “diferente” a superar seus obstáculos e alcançar o sucesso esperado.

Desta forma destaca-se a importância do lúdico para o desenvolvimento da criança deficiente intelectual, IDE (2008, p.97)[78] afirma que “o jogo possibilita ao deficiente mental aprender de acordo com o seu ritmo e suas capacidades, além de propiciar a integração com o mundo por meio de relações e vivências.”

O jogo auxilia e completa várias formas de representação da criança. Estimula o uso de suas inteligências múltiplas, pois permite desenvolver a afetividade, a construção cognitiva, pela manipulação de objetos e pelo desempenho de ações sensório-motoras e das trocas nas interações sociais.

As atividades que envolvem o brincar são de grande seriedade na vida da pessoa com deficiência, pois as técnicas lúdicas levam a criança a ter uma aprendizagem eficaz, pois podem ser adaptadas ao ritmo de cada criança de acordo com sua deficiência. E favorecem a integração com o mundo através de afinidades e experiências.

As técnicas lúdicas transmitem simplicidade, porém são suportes de grande relevância para o desenvolvimento cognitivo, social e afetivo da criança com deficiência intelectual. Na ludicidade a criança exercita inúmeras funções psicossociais, aprende a conhecer os desafios que lhes são apresentados, e tem a oportunidade de investigar e conhecer o mundo ao seu redor de maneira adequada e espontânea. (MAFRA; KEMPA, 2010)[79].

Nesse sentido o brincar na escola, por meio de atividades lúdicas promove novos saberes na vida da criança. Segundo Kishimoto, (2001, p. 77)[80] “o raciocínio decorrente é do fato de que os sujeitos aprendem através dos jogos e de que esse passe a ser utilizado pelo professor em sala de aula”.

Piaget (2013) analisa e esclarece as relações entre o jogo e o funcionamento intelectual. Ele adota a brincadeira como conduta livre, espontânea, que a criança expressa por sua vontade e pelo prazer que lhe dá. Para Piaget, ao manifestar a conduta lúdica, a criança manifesta o nível de seus estágios cognitivos e constrói conhecimentos.

Assim, os jogos são introduzidos na vida dos indivíduos ocasionando o aprendizado de maneira gratificante, mas para que essas técnicas do brincar tenham bons resultados necessita que o educador utilize no espaço educativo essas atividades com responsabilidade. E, na escola, o professor utiliza-se muito do jogo de regras, pois as regras pressupõem a interação de dois indivíduos e sua função é regular e integrar o grupo social.

Anais do 5º Seminário de Estágio Supervisionado do Curso de Pedagogia (2017) ressalta que o professor tenha um novo olhar reflexivo, pois é ele quem está presente no cotidiano escolar. Sabe-se que os alunos precisam seguir normas impostas pelo sistema educativo, e essas regras muitas vezes impedem que a escola se torne um lugar de encanto, por exigir rigor e cobrança excessiva, com isso o lúdico perde sua essência.

Deve-se compreender que a escola precisa ser um lugar de ludicidade onde os alunos possam aprender brincando, que exista dentro das instituições equipes de profissionais, compostas por pedagogos, psicopedagogos e professores que tenham o conhecimento do verdadeiro significado do brincar, e o que a ludicidade favorece.

É fundamental que o educador conheça a utilização das metodologias da ludicidade para poder esquematizar suas aulas com dinamismo. Espera-se que dentro das instituições de ensino seja um ambiente prazeroso, e que dê oportunidades aos estudantes, bem como o direito de se expressar, explorar, conhecer o novo através do lúdico, afinal, é por meio de atividades diferenciadas que o aluno é estimulado, e seu desenvolvimento cresce de maneira suficiente.

1.3.1    Teatro, Dança, Música e o Jogo como Técnicas Lúdicas na Educação.

Considera-se relevante a abordagem do Teatro e os Jogos Teatrais como técnicas que subsidiaram no processo evolutivo das crianças, pois, de algum modo a criança reproduz com o teatro diversas de suas aventuras, contribuindo com sua aprendizagem e prática. Assim sendo “a arte tem sido proposta como instrumento fundamental de educação, ocupando historicamente papéis diversos, desde Platão” (PCN`s, 1993, p. 83). 

Os PCN`s (1997) afirmam que o teatro, como arte, tornou-se padronizado pelos gregos, passando primeiramente pelos costumes antigos e das perspectivas religiosas que eram representadas, para um espaço teatral estruturado, como esclarecimento de tradição e aprendizagem. Torna-se relevante elucidar a aplicação da arte como uma metodologia a de suma importância na aprendizagem do indivíduo, estabelecendo sua sistematização de forma integral dentro da: estrutura física, sua articulação, seu movimento, exibindo sua necessidade de expressão e diálogo.

Santos; Santos (2012)[81] afirmam que, o teatro e os jogos teatrais são instrumentos pedagógicos que contribuem muito para o crescimento afetivo, motor e cognitivo do educando. Além disso, proporcionam novos conhecimentos que colaboram para o crescimento holístico dos mesmos. Pois, o teatro funciona como uma ferramenta pedagógica que oportuniza ao pequeno aprendiz um desenvolvimento eficaz, auxiliando no convívio em sociedade. Nessa perspectiva, esses recursos didáticos permitem que a criança desenvolva um relacionamento amplo com o grupo e vivencie momentos importantes junto à sociedade, conhecendo de forma prática, por meio das ações desenvolvidas seus direitos e deveres, percebendo-se como sujeito capaz de respeitar as diferenças.

Atribui-se ao envolvimento do teatro e dos jogos teatrais, junto ao processo de ensino e aprendizagem um grande avanço dentro do campo da afetividade, motricidade e cognição, pois esses recursos proporcionam fazendo com que as crianças interajam com o social, aprendendo também cumprir regras e respeitar o

outro; contribuem de maneira eficiente para que a criança tenha um desenvolvimento e crescimento amplo dentro da sociedade em que está inserida.

Barroso (2017) diz que através da representação, a criança amplia a possibilidade de descobrir novas maneiras de conhecer e interagir com o outro, vivenciando assim, circunstâncias diferenciadas de convivência em seu dia-a-dia.

Para (SANTOS, 2002, p.73) “à criança passa a exercitar, por meio da ficção, as suas ações cotidianas, sem os objetivos reais que as determinam”. Sendo assim, a criança através das atividades de representação tem a capacidade de se comunicar e conhecer o outro, revivendo momentos do seu cotidiano.

Almeida (2018)[82] afirma que através da dança, existe grandes chances de acontecer uma comunicação entre a criança e o mundo lúdico, desejando assim, valorizar as diferentes formas de como a criança se comunica. De tal modo, o educador está sendo convidado a conhecer ideias inovadoras e a ter um envolvimento com o momento de brincar, recriando-se a cada instante que estiver aplicando atividades com os pequenos, explicando atentamente as incertezas que a criança tem durante a vivência daqueles instantes.

Considera-se a dança no processo educativo como tendo um papel de grande importância, no setor pedagógico a mesma ajuda muito no desenvolvimento da criança, pois auxilia o aluno proporcionando maiores possibilidades de um aprendizado eficaz e um resultado de relevância na construção do conhecimento, também colabora para que o educando aprimore suas habilidades fundamentais, dentro dos seus principais movimentos, no crescimento de suas potencialidades completando as atividades pedagógicas.

Lauar; Mattos (2014)[83] afirmam que o professor, precisa obter uma consciência sobre sua prática pedagógica de acordo com a realidade em que vive, e exemplifica que a dança, desenvolve no ser humano habilidades de criatividade buscando descobrir-se como pessoa, auxiliando decisivamente no desenvolvimento do indivíduo, tornando-se crítico, independente e capaz de perceber suas ações, desejando uma mudança na sociedade.

Dentro do brincar, cantar, e girar, se desenvolve a dança, ou seja, o momento lúdico dançante, permitindo que docentes e discentes brinquem juntos ludicamente através da dança, e com isso assimilem valores de suas tradições que foram transmitidas de pais para filhos. (LAUAR; MATTOS, 2014, p. 12).

Pode-se dizer que a dança tem uma conexão com a educação e é uma técnica lúdica que beneficia o desenvolvimento e construção do conhecimento da criança, também dentro das aptidões e potenciais; aperfeiçoa o pedagógico.

Segundo Almeida (2018)[84] a dança inserida à infância e à educação, potencializará o crescimento das emoções, das buscas, dos diálogos, e de ideias, como também de independência, do respeito, da diversidade e do zelo consigo, com o outro e com o meio em que vive. Compreende-se que toda a mudança acarreta um certo medo aos indivíduos, mas não se pode esquecer as possibilidades.

Nesse sentido, a dança, inserida na infância por meio da educação, geram combinações adequadas que levam ao crescimento de sensações no indivíduo. Além disso toda transformação causa certo medo, porém é possível vencê-los.  

Almeida (2018) entende que a dança e a música são linguagens dentro do mundo artístico, mas cada uma tem sua autonomia dentro do campo de conhecimento, porém quando ambas se encontram acontece uma ligação lúdica, pois, uma completa a outra, bem como na integração com o teatro, artes visuais, dentre outros.

Com isso, percebe-se que a dança e a música são atividades lúdicas diferenciadas dentro do conhecimento que cada uma tem, porém quando ambas se encontram, acontece uma riqueza de possibilidades dentro do mundo lúdico.

De acordo com Penna (2014) o momento educativo tendo como metodologia a utilização da música como uma ferramenta pedagógica poderá despertar no indivíduo sentimentos, emoções, tornando-se um aprendizado significativo ao momento que a música oferece. 

[…] como um processo educacional orientado que, visando promover uma participação mais ampla na cultura socialmente produzida, efetua o desenvolvimento dos esquemas de percepção, expressão e pensamento necessários à apreensão da linguagem musical, de modo que o indivíduo se torne capaz de apropriar-se criticamente das várias manifestações musicais disponíveis em seu ambiente – o que vale dizer: inserir-se em seu meio sociocultural de modo crítico e participante. (PENNA, 2014, p. 49)[85].

Apresenta-se a música como uma linguagem clara do indivíduo em seu processo de edificação do conhecimento, Santana (2015)[86] menciona que no setor educativo, dentro do ambiente escolar, a música é uma técnica lúdica presente no cotidiano da escola. Assim sendo, a música enquanto linguagem significativa, é fundamental ao desenvolvimento do ser humano, uma vez que a música beneficia o desenvolvimento do sentimento da beleza e da arte, e também o poder criativo do indivíduo, favorecendo assim, o desenvolver de uma ação, de analisar e traduzir o significado da música.

Desta forma, ter um contato com a música lúdica favorece o envolvimento do pequeno aprendiz e sua participação dentro da ação que a música proporciona, onde a criança se doa em sua totalidade, no qual a sua descoberta e adequações diante do conhecimento da música. Consequentemente é necessário que todos tenham acesso ao mundo da música. 

Desta maneira a música já faz parte do dia a dia da escola e dos sujeitos educativos que lá estão inseridos, pois a música é uma grande potência para o desenvolvimento da construção do conhecimento. Portanto o momento musical favorece que a aluno aguce a criatividade e sua ação dentro dessa metodologia lúdica. De acordo com Penna (1990) apud Martins (2017), diz que “existem diversas definições para música. Mas, de modo geral, ela é considerada ciência e arte, na medida em que as relações entre os elementos musicais são relações matemáticas e físicas; a arte manifesta-se pela escolha dos arranjos e combinações”. (PENNA, 1990, p. 9, apud MARTINS, 2017)[87].

Tratando-se do bebê ainda na barriga da mãe, ele já é capaz de ouvir. A contar do quinto mês de gravidez, o bebê escuta o coração de sua genitora e os sons dos outros órgãos, identifica a fala de sua mãe. Quando o bebê ouve a voz daquela que o está gerando, vira sua cabecinha, chuta e mexe seus braços, e seu coração bate aceleradamente. Esse pequeno ser nasce, desenvolve-se, fica maior de idade e os sons permanecem constantemente a causar ações aprimoradas, e o bebê que agora é um adulto recorda em suas lembranças e pensamentos, comunicam e comovem- se. (MARTINS, 2017).

Martins (2017) afirma também que a criança começa a se envolver em um espaço melodioso ainda na barriga da sua mãe, convivendo em um ambiente de sons ocasionados pelo corpo da sua progenitora. Desse modo, é de grande relevância que antes mesmo do ser humano vir ao mundo, ele já é capaz de identificar os sons ocasionando na fase adulta recordações e emoções.

Ainda Martins (2017) alega que a musicalização é uma importante ferramenta que evolui na criança, além do sentimento à música, características relevantes como: atenção, a coordenação motora, se torna sociável, a audição, respeitando a si próprio e aos que estão ao seu redor, a agilidade da inteligência, a disciplina individual, estabilidade emocional e outros que contribuem para o desenvolvimento do sujeito. O procedimento da musicalização deve favorecer a todos, procurando ampliar a estrutura do entendimento da linguagem musical.

Nesse sentido, a música é um instrumento lúdico que traz desenvolvimento para a vida da criança, favorecendo e ampliando seu vocabulário musical. A música dentro da modalidade infantil possui um amplo valor, pois esse momento musical é um meio estimulante para o pequeno aprendiz que está na etapa evolutiva de sua linguagem. A criança quando entra em contato com música e começa a escutar e cantar, ela passa a se sentir incentivada, instigada, e deste modo expande a oralidade. (CARDOSO; BEZERRA; JESUS; NASCIMENTO, 2015)[88].

Para Martins (2017) a música faz parte da natureza da criança. A criança não se limita a copiar nenhum tipo de plano e nem normas. Ela prefere viver intensamente a música do seu corpo, apesar de ser um pequeno indivíduo, tem um poder criativo extraordinário, para ela não existe obstáculos, é aberta para as conquistas e para liberdade.

Desse modo, a música faz parte da vida da criança, a mesma não gosta de reproduzir é autêntica, ela vive intensamente a música em movimento, apesar de ser pequena tem uma extrema capacidade criadora, para a mesma não existe barreiras, vive seus sonhos.

No entanto, é importante saber que a música é dividida em três elementos fundamentais: melodia, harmonia e ritmo. (COLODRO 2017; LUNARDELLI 2018)[89]

Harmonia

Colodro (2017) declara que a harmonia está associada como um ajuste entre sons, ou seja, fazer com que determinados sons estejam em harmonia entre eles. Musicalmente pronunciando, a harmonia é um aprendizado de ajustes de sons e a ligação dos espaços entre eles. Conforme a combinação das notas musicais, o timbre dessas parcerias pode manifestar sentimentos como alegria, desânimo, medo e outros. Lunardelli (2018) corrobora para o entendimento de que a harmonia tem um papel de suma importância que é de dar emoção à música.

Sendo assim, a harmonia é um arranjo de notas, que expressa diversos sentimentos, que envolve o amor, a raiva, a tristeza e outros.

De acordo com Lunardelli (2018), a melodia é um elemento inesquecível dentro da música. Pois quando se canta recorda-se de uma música. Desse modo, a melodia é o coração da canção. Então a melodia torna-se um instrumento que leva o indivíduo a recordar momentos inesquecíveis em sua vida. Assim, “a harmonia e melodia caminham juntas, realizando uma comparação clara, como se a harmonia se tornasse um panorama e a melodia o protagonista”. (COLODRO, 2017, p.2)[90].

Nesse sentido, a harmonia e a melodia têm uma ligação muito forte, como se a harmonia fosse espetáculo e a melodia a atriz principal.

Colodro (2017) afirma que o ritmo dita as regras em que momento deve tocar cada som, conforme a marcação de tempo e o passo que o ritmo indica na música. Além do mais, o ritmo manifesta sentimentos e metas para deixar a música em ritmos diferentes, mais animada, lenta, dançante e outros. Logo o ritmo não está conectado exclusivamente à música, porém a outros significados artísticos, como a poesia e literatura.

“O ritmo é um componente ativo, organizacional e frequente da música” (LUNARDELLI, 2018, p. 4)[91]. É um arranjo entre os sons e silencio que servem como estrutura para a canção. Desse modo, o ritmo comanda as regras dentro da música, aliás ele também expressa diferentes movimentos na melodia.

Alves; Bianchin (2010) dizem que, primeiramente é de grande relevância esclarecer que a palavra “jogo” vem do latino ludus, que tem significado de lazer, entretenimentos e é visto como um meio qualificado em oferecer um espaço programado, incentivador, agradável e enriquecedor, facilitando a aprendizagem de

inúmeras aptidões. Deste modo, os discentes que apresentam dificuldades no aprendizado podem usufruir do jogo como forma favorável no entendimento dos distintos assuntos pedagógicos.

Assim sendo, o jogo é considerado um momento de diversão e um caminho que leva a um aprendizado satisfatório principalmente aos estudantes que apresentam dificuldades dentro da aprendizagem.

Ainda Alves; Bianchin (2010) afirmam que o jogo como ferramenta de conhecimento é uma forma de grande valia aos professores, ou seja, esse elemento está conectado ao desenvolvimento do indivíduo em uma visão coletiva, inovadora, sentimental, histórico e cultural. Considerando que os professores que estão todos os dias dentro das instituições trabalhando com os alunos precisam ter interesse e adquirir mais e mais conhecimento sobre a significância do jogo dentro da aprendizagem das crianças, consentindo deste modo um norte para seu desempenho educativo.

Desta maneira, o jogo age como um suporte de grande relevância para o conhecimento dos profissionais da educação, pois os educadores são indivíduos que estão sempre envolvidos com os alunos dentro do espaço educacional, logo os professores necessitam ter um conhecimento amplo sobre o jogo para que os mesmos tenham um direcionamento dentro de sua pratica pedagógica.

Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais

O jogo tornou-se objeto de interesse de psicólogos, educadores e pesquisadores como decorrência da sua importância para a criança e da ideia de que é uma prática que auxilia o desenvolvimento infantil, a construção ou potencialização de conhecimentos. A educação infantil, historicamente, configurou-se como o espaço natural do jogo e da brincadeira, o que favoreceu a ideia de que a aprendizagem de conteúdos matemáticos se dá prioritariamente por meio dessas atividades. A participação ativa da criança e a natureza lúdica e prazerosa inerentes a diferentes tipos de jogos. (pgs. 210-211).

O jogo é uma técnica lúdica que é relevante para a aprendizagem dentro da modalidade na educação infantil. O jogo é um grande parceiro quando se trata de alfabetizar os pequenos estudantes. Concordamos que o jogo é um facilitador dentro da aprendizagem e a criança desenvolve seu conhecimento através da utilização de material concreto, o aluno que joga, brinca é capaz de buscar um aprendizado com grande aptidão.

No setor educacional, a aplicação de um programa que incentive o desempenho psicomotor, principalmente por intermédio do jogo, consente que a ação psicomotora do aluno durante o jogo atinja níveis que somente o incentivo intrínseco alcança. Simultaneamente o jogo beneficia a concentração, cautela, empenho e criatividade. Bem como resultado, o aluno fica mais tranquilo, descontraído e aprende a refletir, instigando seu intelecto. Nessa circunstância é fundamental explicar os itens de proximidade da realidade, a fim de que jogo tenha importância para o educando.(ALVES; BIANCHIN, 2010).[92]

Logo dentro da educação, é necessário um setor que incentive a utilização do jogo para que favoreça a parte psicomotora da criança, pois o jogo abrange muito pontos favoráveis ao desenvolvimento da criança. Lamblem; Jesus (2018) asseguram que, os jogos possuem inúmeras divisões, o que precisamos determinar é como podemos utiliza-los, e com isso alcançar o crescimento significativo da criança em sua totalidade de aspectos, e para favorecer essa alternativa, é necessário nos informar qual o maior obstáculo, logo tem mais sentido para o discente e docente. Utiliza-se todas as sensações do corpo para se trabalhar os sentidos, servindo também para desenvolver o raciocínio lógico do aluno.

Dentro da coordenação motora, é de extrema importância que a criança possa jogar com liberdade, ajudando a criar estabilidade, concentração e cautela, fazendo com que pensem no seu conhecimento no interior e exterior da sala de aula.

Assim sendo, o jogo tem várias classificações, e é necessário saber a utilização de cada uma. Desse modo, pode-se alcançar o desenvolvimento da criança, de forma abrangente, logo é necessário descobrir a opção para essas dificuldades.

É importante que seja visto dentro de cada faixa etária quais os jogos de longa duração, pois na maioria das vezes o mais aconselhável é que seja inserido os jogos de curta duração e que tenha mínimas normas. Dentro dos jogos dirigidos é necessário que tenham propósitos e normas precisas e dirigida por um educador guia, considerando que esse jogo siga as normas mantendo o respeito um ao outro, quando a criança joga livremente é importante que a mesma aprenda a socializar-se em coletividade.

Nos jogos individuais, é a própria criança que dita as regras. Já os jogos coletivos são de grande relevância, pois é nele que o pequeno indivíduo aprende a ser colaborativo, debate procedimentos, trabalha em grupo e aprende a conviver com o outro. (LAMBLEM; JESUS, 2018)[93].

Assim é importante que seja averiguado quais os jogos de longa duração para cada idade, visto que os jogos que têm uma breve duração são mais recomendados. Já os jogos que são dirigidos são necessários que sempre o professor esteja acompanhando, os jogos onde a criança joga com liberdade ela se sente mais solta. Contudo, os jogos que envolve várias crianças, ou seja, o de grupo esse é de grande valia, pois a criança aprende a conviver e respeitar o seu parceiro.

Na parte educacional o jogo promove a aprendizagem, seja formal ou informal dentro e fora da escola nas mais diversas formas, auxiliando assim no processo de ensino e aprendizagem, no desenvolvimento psicomotor, no desenvolvimento de habilidades do pensamento, o da imaginação, interpretação, tomada de decisão, criatividade, levantamento de hipóteses, na obtenção e organização de dados e na aplicação dos fatos e dos princípios das novas situações que acontece quando jogamos, e quando obedecemos a regras, e vivenciamos conflitos numa competição. (MARQUES, 2013, p. 23)[94]

Jogos Simbólicos

Para Barroso (2017) falar sobre o “jogo simbólico” é o mesmo que falar da ficção da realidade, ele afirma que o jogo simbólico é conhecido como “faz de conta”. Propriamente falando esse jogo pode ser representado por situações que a criança vivencia na sua vida diária, isso acontece quando está vivendo algum momento de fantasia e recorrem a sua criatividade para recordar de algo que já viveu. Desta maneira, o jogo simbólico significa que a criança, por meio da fantasia, criará várias circunstâncias que aconteceram no seu dia-a-dia. Barroso (2017) reafirma que quando a criança está brincando de casinha ou de cozinhar está vivendo um jogo simbólico, ou seja está copiando o seu cotidiano. 

Sendo assim, podemos compreender que o jogo simbólico é a representação do cotidiano da criança através das brincadeiras, com esse brincar o faz de conta entra em ação mostrando experiências já vividas por elas.

Essa representação é de fundamental importância para o desenvolvimento, na medida em que ela descobre diferentes papéis sociais e possui a oportunidade de experimentá-los por meio do faz de conta sem a preocupação de assumi-los como verdade. É por meio do faz de conta, que as crianças assumem papéis de pais, vendedor, super-herói, criam diálogos, a partir de guias metacognitivas, que desenvolvem a oralidade” (KISHIMOTO, 2010, p.148)[95].

Os jogos de aventura diferenciam-se por ser o próprio usuário a dirigi-lo, do espeço a ser encontrado. “Organizado pedagogicamente, poderá ajudar no disfarce dessas funções impossíveis de serem vistas dentro da sala de aula” Tarouco; Roland; Fabre; Konrath (2004, p. 4). Desta forma, o diferencial dos jogos de aventura é que ele possibilita que o usuário possa controlar o mesmo, quando é bem planejado pedagogicamente, pode ser usado de diferentes formas que antes pareciam impossíveis de observar em sala de aula.

Jogos lógicos

De acordo com Tarouco; Roland; Fabre; Konrath (2004), afirmam que os jogos lógicos experimentam bem mais a cabeça que os reflexos. No entanto, esses jogos são temporalizados, ofertando assim um limite de tempo, em que o aluno possa concluir a atividade.

Neste jogo podem ser incluídos diversos clássicos, como xadrez e damas, da mesma maneira que o simples caça-palavras, palavras-cruzadas e jogos que buscam soluções dentro da matemática. Assim sendo, os jogos lógicos buscam instigar, exercitar e principalmente desafiar a mente do aluno, são feitos através de tempos, onde é oferecido ao aluno um prazo para terminar suas missões. Também é incluso vários exemplares de jogos que pedem resoluções matemáticas.

Jogos estratégicos

Os jogos táticos concentram-se na sagacidade e aptidões de negócios do utilizador, sobretudo no que concerne à edificação ou gestão de algo. Esse gênero de jogo pode oferecer uma simulação na qual o utilizador emprega conhecimentos adquiridos em sala de aula, experimentando uma maneira pragmática de colocá-los em prática. Jogos táticos têm o propósito de mesclar o saber do aluno e as práticas de transações, ou seja, proporcionam ao aluno aprender por meio do jogo, absorvendo e aplicando o conhecimento adquirido em sala de aula.

Segundo Tarouco; Roland; Fabre; Konrath (2004) dizem que os jogos estratégicos se concentram no conhecimento e capacidade de negócios do utilizadordo mesmo, sobretudo no que toca à obra ou gerenciamento de qualquer coisa. Essa espécie de jogo pode oportunizar um disfarce em que o aluno investe conhecimentos absorvidos em sala de aula, observando uma forma prática de executar.

Segundo Canavarolo; Alencar (2016) asseguram que no espaço educativo, que exista discente com deficiência é importante que o educador perceba e compreenda que os jogos didáticos ou educacionais assessoram no desenvolvimento comunicativo, emocional e cognitivo e não simplesmente como distração.

Ainda Canavarolo; Alencar (2016) afirmam que normalmente acontece uma demora no processo de desenvolvimento cognitivo da pessoa com deficiência e precisa de incentivos que amplie sua capacidade intelectual, motor e sensório. Dessa forma considera-se fundamental o uso de instrumentos pedagógicos concretos e procedimentos para que o aluno tenha entendimento do conhecimento historicamente edificado.

Enquanto artifícios pedagógicos de suporte à aprendizagem, os jogos são conhecidos por excelência integradores, pois as deficiências físicas, intelectual, linguísticas e perceptivas do aluno deficiente tendem a serem um impedimento para o conhecimento. Por isso considera-se que ampliar e possibilitar jogos adaptados é uma forma concreta de reduzir as dificuldades provocadas pelas deficiências e proporcionar o contato dessa criança em espaços que favoreçam o conhecimento.(CANAVAROLO; ALENCAR, 2016)[96]

Assim sendo, é primordial que o docente use métodos que levem os alunos a uma aprendizagem relevante, porém para que isso aconteça é essencial a utilização de instrumento didático adaptado como acessório significativo na metodologia de ensino dos discentes com deficiência, deve ser usado de maneira sensata e inovadora, conduzindo-os ás necessidades de cada educando, expandido suas possibilidades no ambiente educativo. Para que a produção do instrumento didático adaptado atenda às necessidades dos alunos, é indispensável a colaboração dos docentes auxiliando na elaboração dos instrumentos pedagógicos adaptados para o processo de conhecimento. (CANAVAROLO; ALENCAR, 2016). Wallon (1981) fortaleceu ideias pedagógicas que auxiliaram muito a educação, e dedicou-se ao aprendizado do avanço intelectual, afetivo e motor. Para ele o aspecto intelectual está conectado ao desenvolvimento do raciocínio figurativo e da fala. A afetividade é uma maneira de convívio com o meio. O desenvolvimento motor é um dos fundamentais pontos funcionais a se fortalecer e é relevante para a organização de ideias. Wallon caracteriza que por intermédio do jogo as crianças buscam representar a vivência do adulto e revelam o seu corpo no corpo do outro, procurando reciprocidade.

Desta maneira, os jogos infantis são relacionados por Wallon (1981)[97], em quatro esferas: jogos funcionais, jogos de ficção, jogos de aquisição e jogos de fabricação.

Os jogos funcionais são os que buscam a investigação dos movimentos do corpo, ou seja, as movimentações dos braços, pegar utensílios, reproduzir sons, e assim por diante, isto significa, que o pequeno ao sentir alegria, passa a reproduzir variadas vezes.

2  METODOLOGIA
2.1  PROJETO DE PESQUISA

A presente pesquisa deu-se na escola Municipal Antônia Medeiros da Silva Zona Oeste da cidade de Manaus, a mesma fica localizada na: Avenida Peixe Cavalo, s /nº Comunidade União da Vitória Bairro: Tarumã Entidade mantenedora: Prefeitura Municipal de Manaus.

A escola situa-se numa comunidade de classe média baixa, onde a maioria de seus moradores tem como fonte de sobrevivência trabalhos assalariados decorrente da prática de mão de obra industriaria, comerciária, trabalhos informais e beneficiários de programas sociais do Governo Federal. A comunidade apresenta um potencial relevante no que concerne ao número de comércios e lojas que atendem significativamente as necessidades comunitárias.

A escola deseja ser reconhecida por construir uma consciência crítica capaz de compreender o meio em que a escola está inserida e se lançar a transformá-la, promovendo assim uma educação democrática, vislumbrando as potencialidades e auto realização de nossos discentes e docentes no reconhecimento de sua identidade cultural e social.

Conceber a educação como processo pelo qual o homem, por meio de instrumentos didáticos e culturais, consiga compreender e modificar sua relação com a natureza e com o outro, preservando valores e desenvolvendo uma identidade cultural e social inspirada nos princípios de liberdade e nas ideias de solidariedade humana e no exercício da cidadania.

2.1.1  Tipo de Pesquisa

A pesquisa tem característica descritiva interpretativa  realizar as análises de causa-efeito tendo como processo sequencial as amostragens dedutivas para dados comprobatórios da exploração dos fenômenos em profundidade, basicamente conduzido em um ambiente escolar, os significados serão extraídos dos dados coletados, sendo seu benefício preciso. Creswell ( 2009 e 2005).

Este tipo de pesquisa busca, simultaneamente, explicar vários tipos de fenômenos com base na interpretação do fenômeno observado (CHIZZOTII, 2003).

Em outras palavras, o pesquisador busca entender a importância dos fenômenos estudados, segundo a perspectiva dos participantes da situação estudada, em seguida é feita a interpretação dos fenômenos estudados (NEVES, 1996).

Para análise do material obtido por meio da pesquisa qualitativa é necessário por parte do pesquisador, uma capacidade integrativa e analítica que depende do desenvolvimento de uma aptidão de criação e intuição (MARTINS, 2004).

A investigação teve um alcance descritivo (GIL, 2006), porque esse nível de pesquisa tem como objetivo a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou estabelecimento de relações entre variáveis, que é o caso das classes regulares e multisseriadas estudadas. Também, a pesquisa descritiva, segundo Rudio (1985), está interessada em descobrir e observar fenômenos, procurando descrevê-los, classificá-los e interpretá-los e, as pesquisas podem, ainda, ser divididas em causais e descritivas de acordo com (Malhotra, 2001). 

Segundo Yin (2001) deve-se optar pela estratégia de estudo de caso quando o tipo de questão básica da pesquisa é composto por questões do tipo “como” e “por quê, quando o pesquisador tem pouco ou nenhum controle sobre os eventos comportamentais e quando o foco da pesquisa é sobre os eventos contemporâneos inseridos num contexto real. As questões do tipo “o quê”, quando utilizadas em pesquisas exploratórias, podem ser utilizadas em qualquer estratégia

2.1.2  Enfoque

O enfoque, trata-se de uma abordagem, qualitativa e quantitativa, adotando como procedimento técnico pesquisa documental e levantamento operacionalizado através de análises. Deste modo, através da classificação das fontes possibilita a realização de um julgamento qualitativo complementado por “estudo estatístico comparado” (FONSECA, 1986).

O enfoque quantitativo tem como objetivo reunir dados concretos: números. Dados quantitativos são organizados e estatísticos, fornecendo a base para conclusões gerais em uma pesquisa. Por outro lado, a abordagem qualitativa coleta informações que não visam apenas mensurar um tema, mas descrevê-lo, utilizando impressões, opiniões e pontos de vista. A pesquisa qualitativa é menos estruturada, buscando aprofundar-se em um tópico para obter informações sobre as motivações, ideias e atitudes das pessoas. Embora essa abordagem proporcione uma compreensão mais detalhada das questões da pesquisa, ela torna a análise dos resultados mais desafiadora.

2.2  POPULAÇÃO E AMOSTRA

O Universo da pesquisa é constituído com 825 alunos matriculados distribuídos em turnos diversos e 30 professores de disciplinas variadas, a pesquisadora selecionou para sua coleta de dados 06 professores das turmas  6º A, B, C, D, E e F e 30 alunos.

A população de pesquisa é um conjunto abrangente de elementos que compartilham um parâmetro comum entre si. É relevante destacar que todos nós compreendemos o significado da palavra “população” em nosso cotidiano. Frequentemente, ela é empregada para se referir à população humana ou ao número total de indivíduos que residem em uma área geográfica de um país ou estado.

Uma amostra consiste na porção mais reduzida do total, representando um subconjunto de toda a população. Nas pesquisas, a amostra é composta pelos membros da população convidados a participar do estudo. Em termos simples, a amostra é um subgrupo ou parcela da população que pode ser analisado para investigar as características ou o comportamento presentes nos dados populacionais.

2.3  TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE COLETAS DE DADOS

Dentro da investigação social a entrevista caracteriza-se por ser uma ferramenta usada para coletar dados ou auxiliar na identificação e combate a um problema social. É um instrumento muito interessante dentro das diversas áreas das ciências sociais e outros setores de atividades, como a sociologia, antropologia, psicologia social, política, serviço social, jornalismo, relações públicas, pesquisa de mercado e outras (LAKATOS; MARCONI, 2003).

As informações desejadas são alcançadas essencialmente com o auxílio de um roteiro de entrevista que deve conter uma relação de itens listados definidos de maneira prévia, fundada em uma problemática central que deve ser acompanhada, comenta Haguette (1987).

A obtenção de dados de pesquisa é um procedimento de levantamento de informações para corroborar uma questão apresentada. Para alcançar esse objetivo, são elaboradas técnicas de investigação. A organização de dados tem como função primordial orientar o curso que a pesquisa tomará. Esse levantamento será realizado de várias maneiras por meio da pesquisa exploratória. A finalidade desse tipo de investigação é buscar padrões, conceitos ou hipóteses. O propósito não é testar ou validar uma hipótese específica, mas sim fazer descobertas.

Utilizou-se como técnicas de coleta de dados a entrevista localizada e questionário semiestruturado, pois desempenham importante papel não apenas nas ciências sociais como em muitas outras atividades humanas. De acordo com Ludke e André (1985, p.33), a grande vantagem da entrevista sobre outras técnicas é que pode permitir o tratamento de assuntos de natureza estritamente pessoal e íntima. Ela garante um clima de confiança para que o informante se sinta a vontade para se expressar livremente. 

O questionário, segundo Gil (2006), define como:

 A técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas. (GIL, 2006).

De modo que a entrevista e o questionário foram estruturados e aplicados aos alunos e aos professores.  A utilização da entrevista justificou-se por possibilitar um contato pessoal e estreito do pesquisador com o fenômeno pesquisado.

3  ANÁLISE DE RESULTADOS
3.1  ORGANIZAÇÃO DOS RESULTADOS

Os resultados apresentados serão organizados por subtítulos que correspondam aos objetivos específicos definidos. A análise dos objetivos específicos descreverá os resultados que se pretender alcançar a partir da pesquisa. Dessa forma, serão sempre delineados no plural. Eles representam o “como” da pesquisa e a especificação do objetivo geral. Desse modo, será estabelecida a relação entre o objeto de estudo e suas características distintas, identificando de maneira mais precisa quais são os resultados almejados.

3.1.1  Organização dos Resultados do Primeiro Objetivo Específico

• Descrever a relevância da atividade lúdica para a aprendizagem para os alunos do 6º ano na escola Municipal Antônia Medeiros da Silva, localizada na Cidade de Manaus-AM/Brasil, no período de 2022-2023; 

Os jogos representam ferramentas de ensino de extrema importância. Em um contexto cultural e biológico, constituem uma atividade livre, alegre e significativa. Possuem um valor social significativo, proporcionando inúmeras oportunidades educacionais, uma vez que estimulam o desenvolvimento físico, impulsionam a vida mental e a inteligência, além de contribuírem para a adaptação ao grupo, preparando o aluno para a vida em sociedade. Dessa maneira, os jogos desempenham um papel fundamental no desenvolvimento da criança na primeira infância, pois por meio deles ela aprende a respeitar as regras e fortalece sua autonomia.

O professor necessita tornar suas aulas envolventes, razão pela qual a brincadeira desempenha um papel tão crucial no desenvolvimento da criança. Jogos e brincadeiras são fontes inesgotáveis de interação lúdica e afetiva. Para uma aprendizagem eficiente, os alunos precisam construir conhecimento e assimilar o conteúdo.

As atividades lúdicas e os jogos, sem sombra de dúvida, representam as maneiras mais naturais de estimular o interesse das crianças pelas atividades. A introdução do jogo deve ocorrer de forma gradual. Aprimorar a observação, comparação, imaginação e reflexão pode ser alcançado por meio de um jogo simples.

Ensina o jogo e as regras do jogo desperta o interesse desenvolve as características pessoais, sociais e culturais das crianças e também contribui para a saúde mental, facilita a socialização, a comunicação e a autoexpressão das crianças. Porém, para que as brincadeiras tenham sucesso, é necessária a mediação do professor que deve programar suas próprias atividades com objetivos pré-determinados.

Por meio da utilização de jogos e brincadeiras, o professor introduz o lúdico no ensino e aprendizagem do aluno da educação infantil, isso contribui para o conhecimento da criança. Quando se perguntou dos professores quais poderiam ser os maiores benefícios de se trabalhar a ludicidade no espaço escolar eles responderam que:

FIGURA 01: PARECER DOCENTE DA LÚDICIDADE

Fonte: A pesquisadora (2022)

Como comprovado na figura os educadores classificam a ludicidade em três etapas importantes, Aprendizagem- Classes Sociais – Estratégias de Ensino, realmente tal parecer se configura pois, quando se trabalha com o lúdico as crianças se deparam com uma facilidade de aprender, sendo que a estimulação de jogos e brincadeiras faz com que aprendam brincando e sentem-se motivadas a aprender, com uma dinâmica que deve ser pensada e trabalhada de forma estimulante no processo de ensino e aprendizagem das crianças envolvidas. Queiroz (2009).

Diante dessa perspectiva, Queiroz (2009). “Observa-se que o professor deve estar ciente que o lúdico beneficia a interação entre as crianças, e entre as crianças e adultos, ajudando o seu desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo e social”.  

Com base na ideia do autor, o lúdico como ferramenta pedagógica proporciona vários benefícios para o desenvolvimento no ensino aprendizagem da criança ou adolescentes como: motor, cognitivo, afetivo e social. A criança se depara com uma facilidade e cabe ao professor está ciente que ele é o principal facilitador de estimular, incentivar, trabalhar essa criança que ainda está em formação em todos os sentidos, os alunos nessa fase de suas vidas, estão em processo de formação, mas não possuem habilidades para buscar essas atividades sozinhas, é neste sentido que precisam de apoio, de incentivo e o principal de alguém que possa lhe inspirar muita confiança no fazer participar para aprender. A todo momento os alunos buscam por algo novo na escola, suas ansiedades são muitas, a cada professor que se apresentam a eles demonstram expectativas incertas que os mesmos procuram assimilar no decorrer das atividades realizadas. 

O lúdico descobre e contribui na formação da personalidade de cada ser humano através das atividades do corpo e da mente, isso faz a crianças sentir-se motivada em participar dessas atividades que para eles são novas e interessantes.

3.1.2  Organização dos Resultados do Segundo Objetivo Específico

• Identificar se os profissionais atuantes na área têm conhecimento sobre o lúdico e quais suas metodologias de ensino; 

Os professores desempenham um papel importante no desenvolvimento de atividades lúdicas em sala de aula, acredita-se que o trabalho educativo sobre jogos nas escolas é de extrema importância que os professores precisam desenvolver estratégias que despertem o interesse das crianças.

A partir do momento em que o professor utiliza o lúdico como ferramenta pedagógica em suas aulas, como jogos e brincadeiras, ele desperta nos alunos o interesse em participar de todas as atividades a serem propostas pelo professor. Conforme os autores, Brandes e Philips (1977), afirmam que os jogos criam interesse quando postos em prática com finalidade e com eficiência, podendo se tornar a moldura na qual se desenvolvem todas as outras atividades.

Para Teixeira (1995), existem várias razões para a utilização de recursos lúdicos no processo pedagógico, dentre as quais se podem citar: 

a) os recursos lúdicos correspondem naturalmente a uma satisfação interior, pois o ser humano apresenta uma tendência lúdica; b) o prazer e o esforço espontâneo são elementos fundamentais na constituição das atividades lúdicas; c) as atividades lúdicas mobilizam esquemas mentais, estimulando o pensamento e o senso crítico; d) as atividades lúdicas integram e acionam as esferas motoras, cognitivas e a afetiva dos seres humanos.

Seguindo as ideias do autor, todo ser humano tem uma tendência lúdica em seu interior, cabe utilizar os recursos pedagógicos lúdicos e descobrir através de atividades a satisfação de aprender brincando, o talento da criança precisa ser estimulado para que possa ser desenvolvido com sucesso, neste sentido, as atividades lúdicas são ferramentas pedagógicas essenciais nesse processo do ensino aprendizagem. Quando se perguntou dos professores participantes deste projeto sobre quais conhecimento e estratégias eles usavam no espaço escolar com a ludicidade eles responderam que:

TABELA 01: PARECER DOS ENTREVISTADOS “RESUMIDO”

P1, P10Olha! Sabemos que o lúdico é uma ferramenta pedagógica muito pratica, mais se usa pouco por falta de materiais e acervos na Instituição. Mas sabermos que é papel do professor realizar uma prática docente que proporcione um desenvolvimento e uma aprendizagem prazerosa e significante, que ofereça uma educação de qualidade, ajudando a criança a compreender e superar a realidade em que vive, criando laços de respeito e solidariedade na escola.
P2, P3, P4Usar a brincadeira em sala de aula representa um recurso didático rico na exploração dos valores de movimento, conexão e unidade. A ludicidade é uma necessidade humana que possibilita a integração com o meio em que vive e é vista como meio de expressão e aprendizagem. Usamos sempre em sala de aula como estratégica pedagógica.
P5, P6As atividades lúdicas permitem a integração de valores, o desenvolvimento da cultura a assimilação de novas informações e o desenvolvimento da sociabilidade e da criatividade. Através da brincadeira as crianças descobrem o equilíbrio entre realidade e imaginação.  Nós consideramos indispensável no processo de ensino.
P7Bom! Sabemos que a ludicidade são brincadeira que torna a aprendizagem mais envolvente e divertida e ajuda as crianças a desenvolver o sentido da leitura do desenho e de outras atividades educacionais. Usamos sim a ludicidade, pois tem colaborado de forma fantástica da leitura e escrita dos nossos alunos.
P8, P9O brinquedo apresenta-se como um objeto que sustenta o ato de brincar, que faz parte predominantemente do mundo da criança sabese que jogos e atividades são as atividades preferidas das crianças na escola por serem espontâneos e divertidos, e tem muito nos ajudado no processo do ensino.

Fonte: A pesquisadora (2023)

Como comprovado na fala dos professores a ludicidade é usada por todos como processo estratégico de ensino, os professores fomentaram que os benefícios da aplicabilidade do instrumento são de grande valia.

As atividades lúdicas estimulam a criatividade no processo de ensino aprendizagem estimulando o pensamento e o senso crítico, de participar, criar e inibir a timidez, que muitas vezes os alunos não tem a oportunidade de executar ou participar de tais atividades em sala de aula. 

O lúdico é uma ferramenta importante para a aprendizagem do aluno, através de atividades lúdicas as crianças aprimoram seu conhecimento, descobrem o potencial que possuem, adquirindo conhecimentos significantes em seu ensino aprendizagem.  As ferramentas lúdicas, embasadas em suas atividades, integram e acionam as esferas motoras, cognitivas e a afetiva dos seres humanos.

Portanto, justifica-se a utilização de atividades lúdicas em sala de aula, segundo Fernandes (2013, p.9) “por ser uma atividade didático-pedagógica que o profissional deve utilizar para tornar o ambiente agradável e refletir sobre os desafios acadêmicos e que“ são apreciadas como uma atividade tão séria quanto qualquer outra tarefa ”. Em uma avaliação em sala de aula com o professor e os alunos, em algumas aulas constatou-se que a ludicidade agrega:

FIGURA 01: MAIORES BENEFÍCIOS DA LUDICIDADE NA SALA DE AULA

Fonte: A pesquisadora (2023)

 Como comprovado a aplicabilidade de estratégias pedagógicas por meio do lúdico viabiliza maior benefício no ensino aprendizagem. A ludicidade quando usada como ferramenta educacional para o desenvolvimento da personalidade ajuda a florescer a criatividade das crianças.

A ludicidade é um instrumento de trabalho que ajuda o professor a trabalhar os brinquedos e brincadeiras de forma prazerosa, para que o aluno aprenda de forma inovadora, ,é relevante se buscar incluir a ludicidade nos conteúdos que os educadores trabalham, o ensino se tornará mais prazeroso.

O lúdico, conforme Garcia (2019), é uma estratégia importante entre o docente e o discente na Educação Infantil, além de, proporcionar ao discente uma forma diferente e divertida de aprender, pois o brincar é a principal linguagem na faixa etária de aluno na Educação Infantil, a crianças gosta daquilo que acha interessando e o brincar com a ludicidade, desperta neles vários tipos de curiosidades, levando este gostarem de participar das atividades lúdicas, mesmo quando não tem o conhecimento de como fazer para brincar.

Uma das ferramentas pedagógica sempre utilizada é o jogo, da qual o professor deve adaptar conforme a necessidade de sua turma. Além de ser uma atividade prazerosa onde todos querem participar, traz consigo metodologia de descobrir por si mesmo conhecimentos significantes em seu cotidiano.  De acordo com Piaget (1975), 

“almeja-se que o jogo se torne mais uma alternativa de material (elemento gerador) heurístico para o professor, pois permite ao aluno por meio de regras e métodos construir por si mesmo a descoberta, o conhecimento e dinamizar a aula, já que o jogo é uma atividade pelo prazer, ao passo que a atividade séria tende a um resultado útil e independe de seu caráter agradável’’ (PIAGET, 1975, p. 19). 

3.1.3  Organização dos Resultados do Terceiro Objetivo Específico

• Verificar se os profissionais encontram dificuldades na aplicação do lúdico e quais são estes desafios, e de que forma viabilizar estratégias inovadoras para melhor rendimento educacional;

É papel do professor ser criativo e buscar ferramentas didáticas que auxiliam na prática docente, no desenvolvimento de uma aprendizagem significativa, que estimulam o aluno a ser criativo e participativo, que ofereçam uma educação de qualidade, mostrando à criança o ambiente em que ele vive. A criança tem sua ansiedade em tudo que encontra, está sempre interessada em conhecer aquele novo objeto ou essa nova situação que a cerca, na escola ela se sente confortável em querer participar de atividades recreativas mesmo sem saber brincar.

Para a criança, brincar é uma coisa séria, pois a vida dela é constituída pela diversão, num mundo onde criam e recriam a si próprios em contextos sociais, representando suas realidades e vivencias. Assim, devemos reconhecer o brinquedo como objeto de valor na vida da criança, pois sem estar ciente do seu papel não seremos capazes de ajuda-las a se desenvolver cognitivamente, socialmente e intelectualmente. É através do brinquedo que a criança libera seus sentidos e adquire mais segurança ao aprender (OLIVEIRA, 2003, p.24).

Por meio de ferramentas didáticas, as crianças são incentivadas a participar e se expressar por meio de atividades lúdicas. E muitas vezes, através de simples observações orientadas pelos professores, os alunos despertam para uma perspectiva diferente. Nesse sentido, o professor é o principal intermediário do conhecimento e contribui diretamente para o desenvolvimento cognitivo e social do aluno podendo assim, através da brincadeira despertar e motivar o interesse por determinada atividade.

A atividade lúdica não tem só a finalidade de “brincar”, a brincadeira é uma forma de brincar para aprender, estimular jogos e brincadeiras com atividades lúdicas nas series iniciais do ensino fundamental é indispensável, sendo que a prática do lúdico para as crianças tem a finalidade de adquirir conhecimentos novos, o que diferencia de atividades de brincar para adultos que muitos brincam por diversão. Segundo (BRASIL, 2022, p. 23).

Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde, representar determinado papel na brincadeira, faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras, as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação, da utilização e da experimentação de regras e papéis sociais (LOPES, 2006, P. 110). Quando se perguntou dos professores se eles tinham algumas dificuldades para se trabalhar a ludicidade eles responderam que:

GRÁFICO 01: MAIORES DEFICIÊNCIAS NA APLICABILIDADE DO LÚDICO NA ESCOLA PESQUISADA

Fonte: A pesquisadora (2023)

Como comprovado de forma graficada 46% dos entrevistados alegam que a escola fornece materiais de didáticos de forma parcial, que se precisa ter maiores investimento para se trabalhar uma educação mais inovadora , 42% dos entrevistados mencionaram a qualificação, que precisam se capacitarem para trabalharem a ludicidade de forma mais prazerosa, 12% relataram que o setor pedagógico precisa ser um apoiador da metodologia com o lúdico. 

Hoje o lúdico é uma ferramenta que motiva tanto o discente quanto o docente que aprende brincando. A atividade lúdica é uma metodologia a ser aplicada e tem por objetivo o conhecimento compartilhado onde todos são inseridos. 

Segundo Leitão (2009). 

A pedagogia atual é centrada na criança, nos seus interesses, expectativas e motivações fazendo com que assim esta seja um sujeito ativo no seu processo de aprendizagem e ao mesmo tempo uma pedagogia cooperativa onde é ensinado a partilhar, auxiliar o outro incluindo-o e valorizando a todos.

Deve-se trabalhar com seriedade com atividades lúdicas, para que tenha um pensamento crítico, modificando as ideias de jogo que muitos pensam que só é diversão. Ideia confirmada por Makarenko (2001), o jogo é tão importante na vida da criança como é o trabalho para o adulto, daí o fato da educação do futuro cidadão se desenvolver antes de tudo no jogo, não se pode fazer uma obra educativa sem se propor um fim, um fim claro, bem definido, um conhecimento do tipo de homem que se deseja formar. É neste sentido que o modelo pedagógico mantém uma relação direta com o presente vivido. A coletividade infantil recusa absolutamente viver uma vida preparatória. Ela quer um fenômeno da vida real hoje para a criança é uma alegria real presente e não o prometido para mais tarde, recompensa em curto prazo sem contrariedade próximo. (Makarenko 2001, p.152).

3.2  AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

Ficou comprovado que o lúdico está presente desde a infância, é através da brincadeira que a criança começa a se expressar, a partir do momento em que inicializa seu desenvolvimento educacional na sala de aula, é quando ela começa a se deparar com materiais concretos através de jogos e brincadeiras, na brincadeira Ele toma consciência da realidade do mundo que o rodeia e do qual faz parte.

Portanto, é necessário que o professor leve em consideração a bagagem histórica e cultural do aluno e dessa forma, faça uma junção do mundo infantil com os conteúdos e atividades de sala de aula (FONSECA, 2022). Dessa forma, o professor pode promover a relação do mundo da criança com o do conhecimento que ele busca desenvolver, criando uma relação prazerosa, na qual os alunos sintam-se à vontade e desenvolvam uma proximidade com o professor, estabelecendo assim uma relação de respeito e afeto mútuo. Se a aula não for estimulante, pode gerar obstáculos para a aprendizagem, principalmente das crianças (SCHULTZ, MULLER e DOMINGUES, 2006, p. 2).  Sugere-se alguns métodos de ludicidade para o educador trabalhar na sala de aula:

FIGURA 03: MÉTODOS LÚDICOS PARA O ENSINO APRENDIZAGEM

Fonte: A pesquisadora (2023)

Contesta-se que o método lúdico se trabalhado de forma inovadora pode trazer muitos benefícios no ensino, pois os jogos pode aumentar a capacidade de resposta e desperta o trabalho em equipe, outra proposta é as peças de montar que ajuda na coordenação motora e no raciocínio lógico, contar histórias ajuda o aluno a aprender e expressar emoções e opiniões, trabalhar musicalização pode auxiliar no processo da alfabetização e desenvolve a concentração.

4  CONCLUSÃO

Como explicito nesta produção, os professores entrevistados aderem em suas metodologias a ludicidade, envolvendo atividades e momentos de diversão relacionados ao conteúdo trabalhado em sala de aula, fazendo conexão com as vivências e relações sociais dos alunos.

A ludicidade surge de uma vivência mais próxima da criança é importante trazer sempre a ludicidade para o conteúdo em sala de aula, pois a criança não pode simplesmente ficar no abstrato, a ludicidade é inovação. Uma proposta pedagógica de ludicidade exige comprometimento por parte do professor na seleção, preparação, planejamento e execução de atividades que envolvam o aluno e visem estimular a troca de conhecimentos e interações entre eles. Portanto, os professores devem estar atentos na utilização dos jogos, para que os resultados sejam alcançados.

Os professores alegaram que suas maiores dificuldades esta relacionado ao material didático voltado para a ludicidade, pois a escola pesquisada possui  materiais de forma parcial, outra dificuldades apresentada pelos professores é a qualificação, pois os cursos direcionados a como se trabalhar em sala de aula com ludicidade é muito escasso, fazendo com que o professor possa usar métodos que ele mesmo procura encontrar. Ressalta-se que toda atividade lúdica tem um grande potencial para o desenvolvimento da criança. Trabalhar com materiais concretos é fundamental para o desenvolvimento integral da criança, cria um vínculo afetivo que desperta com olhares diferenciados. Os educadores ao descrever suas práticas docentes, percebeu-se que em suas falas o vocabulário era bem técnico quando se falava em ludicidade o que desperta o interesse pois os professores tinham entendimento da rentabilidade do processo lúdico no ensino aprendizagem.

Para LOPES, brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde, representar determinado papel na brincadeira, faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras, as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação, da utilização e da experimentação de regras e papéis sociais. (LOPES, 2006, p.110). 

O educador assume o papel de intermediário entre os pequenos e os elementos que serão desbravados no âmbito do conhecimento, estruturando e criando ambientes e circunstâncias que promovam o aprendizado e que integrem os recursos e habilidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada criança com suas informações e conteúdos preexistentes.

Os professores são, portanto, os parceiros mais experientes. A missão é proporcionar e garantir um ambiente enriquecedor, divertido, saudável e não discriminatório, afim de compartilhar experiências educacionais e sociais. A prática de atividades lúdicas no ensino faz a criança conhecer o potencial que ela tem de aprender e descobrir com novos olhares, a partir de uma simples observação ela cria um mundo de experiências novas.

Ficou comprovado nesta pesquisa que a ludicidade faz parte da mente e do pensamento das crianças. Serve como um mecanismo central para eles interpretarem o mundo e formar suas próprias ideias sobre o que os rodeia. Consequentemente, as brincadeiras são necessárias para a formação e desenvolvimento cognitivo da criança.

5  RECOMENDAÇÕES

Recomenda-se que esta pesquisa seja compartilha com as escolas para que a ludicidade seja implementada como proposta de ensino para melhorar a leitura e escrita dos estudantes e desperta o interesse pelo ensino aprendizagem. Pois trabalhar com atividades lúdicas no ensino, faz o professor ser criativo em suas metodologias, através da música se trabalha um conteúdo de geografia, conforme menciona PASSINI 2007, “a música pode ser um complemento auxiliar das atividades desenvolvidas para integração com alunos nos trabalhos em sala de aula.

As atividades lúdicas devem ser apropriadas, enfatizando o que se quer de retorno dos alunos, pois a finalidade da atividade lúdica é adquirir conhecimentos e com metodologias diferenciadas o professor atrai as crianças, faz com que sejam participativas, alinhando-se suas metodologias conforme as descoberta dos conteúdos estudados. A utilização de músicas requer do professor uma atenção voltada ao que se quer extrair da música pelos alunos, qual a finalidade em propor essa metodologia, embora seja nova para muitos que só ouve por ouvir.

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ANEXOS

CARTA DE ESCLARECIMENTO DE PESQUISA E TERMO DE CONSENTIMENTO DO GESTOR ESCOLAR.

Sr. (a) Gestor (a)

Venho pelo presente, solicitar sua anuência para aplicar questionário junto aos professores desta escola. O presente questionário é parte integrante da Dissertação de Mestrado em Ciência da Educação na Universidad de la Integración de las Américas – UNIDA, que será realizado com professores que tem por objetivo: Identificar a concepção dos professores do ensino fundamental II, referente a inserção da metodologia com ludicidade para os alunos do 6º ano na escola Municipal Antônia Medeiros da Silva, localizada na Cidade de Manaus-AM/Brasil, no período de 2023-2024.

Julgo necessário esclarecer que as informações obtidas serão utilizadas para fins científicos, resguardados toda a identidade da escola, dos alunos e dos professores participantes e, desde já, comprometo-me em dissolvê-las em cópias impressas e/ou divulgar durante as reuniões de pedagógicas. Ressalta-se que os dados relativos à identificação dos professores e alunos serão mantidos em sigilo.

Sua colaboração é imprescindível ao sucesso desta dissertação de mestrado.

Coloco-me à disposição para quaisquer outras informações que se fizerem necessária. 

Atenciosamente,

APÊNDICE

ROTEIRO DE ENTREVISTA Sr. (a) Professor (a) O presente questionário tem por objetivo coletar informações relativas à utilização do lúdico como recurso didático para o ENSINO FUNDAMENTAL II, desenvolvido sob orientação do professor Dr. Alderlan Souza Cabral. Roteiro de entrevista Aspectos pessoais e atitudinais do(a) entrevistado(a): 1. Sexo: Masculino ( ) Feminino ( ) 2. Formação acadêmica/Exercício da profissão: ( ) Pedagógico ( ) Graduação ( ) Mestrado ( ) Outro ____________ ( ) Licenciatura ( ) Especialização ( ) Doutorado 3. Tempo de formado(a): ———— 4. Tempo de atuação profissional: ————- 

5. Você conhece o lúdico como recurso didático? ( ) Sim ( ) Não 2.4 Caso conheça, o que você acha sobre o seu uso em aulas para os alunos do 6º ano? ___________________________________________________________________

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6. Você usa esta ferramenta em sala de aula? ( ) Sim ( ) Não 2.6 Se não a usa, cite razões determinantes para isto.

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___________________________________________________________________ 

7. Que tipo de lúdico você utiliza em sala de aula e quais suas moires dificuldades?

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8 Em sua opinião, as atividades lúdicas podem contribuir para o desenvolvimento do aluno na escola e na sociedade? Comente.  __________________________________________________________________

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9. As atividades lúdicas constituem item de avaliação do desempenho dos seus alunos? Em termos percentuais, qual o peso deste item na avaliação? ___________________________________________________________________

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10. Quais propostas inovadoras você como formador usaria em suas metodologias de ensino?

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___________________________________________________________________

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Obs: Para os alunos foi usado uma atividade em roda de conversa para se detectar o interesse com a ludicidade.


[1] ROMANOWSKI, J. Paulin. Formação e Profissionalização Docente. 3ed. Ver. E atual. – Curitiba: Ibpex, 2007.

[2] PALANGANA, I. C. Desenvolvimento e Aprendizagem em Piaget e Vigotsky (a Relevância do Social). Editora: Plexus – 2ª Edição. 1998. 

[3] ALEXANDRE, S. F. Aprendizagem e Suas Implicações no Processo Educativo. Revista de Letras da UEG. São Luís de Montes Belos. p. 51-60. 2010. 

[4] REGO, T. C. Vigotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Petrópolis, RJ: Vozes. 1995. 

[5] DÍAZ, F. O Processo de aprendizagem e seus Transtornos. Salvador: EDUFBA. 2011. p.84-85 

[6] REGO, T. C. Vigotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Petrópolis, RJ: Vozes. 1995. 

[7] ALEXANDRE, S. F. Aprendizagem e Suas Implicações no Processo Educativo. Revista de Letras da UEG. São Luís de Montes Belos. p. 51-60. 2010. 

[8] DÍAZ, F. O Processo de aprendizagem e seus Transtornos. Salvador: EDUFBA. 2011. p.84-85  9 ALEXANDRE, S. F. Aprendizagem e Suas Implicações no Processo Educativo. Revista de Letras da UEG. São Luís de Montes Belos. p. 51-60. 2010. 

[9] PIAGET, Jean. A epistemologia genética. Sabedoria e ilusões da filosofia Problemas de psicologia genética. São Paulo: abril Cultural, 1975.

[10] VYGOTSKI, Lev Semenovich; LURIA, Alexander Romanovich; LEONTIEV, Alex N.Linguagem, Desenvolvimento e Aprendizagem. 11. Ed. São Paulo: Ícone, 2010.

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[12] LIBÂNEO, J. C. Organização e Gestão das Escolas – Teoria e Prática. Goiânia: Alternativa, 1998. 

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Entenda o Teoria Musical Entenda o que é Harmonia, Melodia e Ritmo, 2017

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Entenda o Teoria Musical Entenda o que é Harmonia, Melodia e Ritmo, 2017

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