A INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO PERÍODO GESTACIONAL

PHYSIOTHERAPEUTIC INTERVENTION IN THE GESTACIONAL PERIOD

Autoras:
Ana Aline de Oliveira Barroso1;
Orientadoras:
Esp. Natália Gonçalves2;
Klenda Pereira de Oliveira2.

1ACADÊMICO – Discente finalista do Curso Superior de Fisioterapia – UNINORTE.
2ORIENTADORAS – Docente do Curso Superior de Fisioterapia – UNINORTE.


DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais que sempre me apoiaram nos meus estudos, dedico aos meus professores e a Universidade Uninorte onde tive a oportunidade de conhecer quão magnifico é o mundo da Fisioterapia e aos meus colegas que estiveram comigo durante toda essa etapa

OBRIGADA

AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente a Deus pela oportunidade concedida de chegar até aqui, sem Ele nada seria possível, agradeço a minha mãe Marivalda Porfírio que assim como esteve comigo segurando a minha mão quando dei meus primeiros passos nessa vida, também esteve comigo nos meus primeiros passos ao para entrar na Universidade e desde então abaixo de Deus tem me ajudado em cada etapa até aqui e agradeço a todos meus professores pelos ensinamentos que levarei para toda vida.

EPIGRAFE

“Porque o Senhor dá a sabedoria e da sua boca vem o conhecimento e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para o honesto; escudo é para os que caminham na sinceridade”

A Bíblia (PROVÉRBIOS, 2:6;7)


RESUMO

A fisioterapia obstétrica e ginecológica é uma subespecialidade da fisioterapia que ajuda a gestante a ajustar-se vantajosamente às mudanças físicas da gestação. Podendo ser realizada no período gestacional, no trabalho de parto e no puerpério, sendo de suma importância a investigação da existência de queixas e das condições de saúde neuromusculoesqueléticas, dentre essas queixas as mais comumentes relatadas são as algias lombares. Os estudos que foram apresentados salientam-se pela importância do acompanhamento fisioterapêutico dentro de uma gestação, composto por artigos que destacam a excelência de uma avaliação bem realizada para atendimento de cada gestante de forma individual, a lombalgia que prevalece como uma das principais queixas é comum em gestantes, possui características específicas e é mais frequente no segundo trimestre da gestação. Isso indica a necessidade de estratégias de prevenção que possibilitem melhor qualidade de vida às gestantes, bem como o tratamento daquelas que já apresentam algia para que as mesmas também obtenham maior conforto.

Palavras-chave: Período gestacional. Fisioterapia obstétrica. Segundo trimestre da gravidez.

ABSTRACT

Obstetrical and gynecological physiotherapy is a subspecialty of physiotherapy that helps pregnant women adjust to the physical changes of pregnancy. It can be performed during the gestational period, in labor and in the puerperium, being of paramount importance to investigate the existence of complaints and neuromusculoskeletal health conditions, among these complaints the most commonly reported are lumbar pain. The studies that were presented stand out for the importance of physical therapy monitoring during a pregnancy, consisting of articles that highlight the excellence of a well-conducted assessment for the care of each pregnant woman individually, the low back pain that prevails as one of the main complaints is common in pregnant women, it has specific characteristics and is more frequent in the second trimester of pregnancy. This indicates the need for prevention strategies that enable better quality of life for pregnant women, as well as the treatment of those who already have pain so that they also obtain greater comfort.

Key-words: Gestational period. Obstetric Physiotherapy. second trimester of pregnancy.

1. INTRODUÇÃO

A fisioterapia obstétrica e ginecológica é uma subespecialidade da fisioterapia em questão com promoção da saúde durante todo o período reprodutivo e auxilia a mãe a ajustarse vantajosamente às mudanças físicas e psicológicas da gravidez e ao período pós-natal, para que as tensões da gravidez sejam minimizadas. Para o fisioterapeuta com especialização em obstetrícia e ginecologia exige uma combinação madura de atributos, permitindo mulheres revelarem com confiança o que pode ser algumas das coisas íntimas e pessoais de suas vidas (IIESANMI; FAWOlE; OGUNTIBEJU, 2013).

A Atenção Fisioterapêutica em Obstetrícia pode ser realizada no período gestacional, no trabalho de parto e no puerpério, embora seja uma especialidade relativamente nova no Brasil. A atuação da fisioterapia no período gestacional e no puerpério visa promover a prevenção de complicações, desconfortos e disfunções musculoesqueléticas e uroginecológicas; alívio das dores; orientação postural e percepção corporal; preparação para o parto; realização de exercícios físicos e respiratórios; orientações para amamentação, atividades de vida diária (AVDs) e promoção de qualidade de vida (SANTOS et al, 2017).

É fundamental que o fisioterapeuta investigue a existência de queixas e condições de saúde neuromusculoesqueléticas. As mais comumente relatadas são as dores lombares e pélvicas, que acometem principalmente as gestantes a partir do 6º Mês. A Prevalência de tais queixas, relatada em diferentes estudos, varia de 20 a 90%, levando a: limitações para realizar as atividades de vida diária em 12% das gestantes; restrição na participação, com afastamentos do trabalho, em 9 a 21%, além de redução da Qualidade de vida. Devido à alta prevalência, 45 a 73%, as dores lombares e pélvicas são, muitas vezes, consideradas como Parte de um processo natural da gestação, sendo negligenciadas pela equipe de saúde que assiste a gestante e, até mesmo, por ela própria. Somente 32% das mulheres com dor lombar durante a gravidez reportam-na ao médico pré-natalista, e apenas 25% dos médicos encaminham a um tratamento específico (BARRACHO, 2018).

Ainda assim segundo Gomes et al (2013), a lombalgia gestacional é uma das principais queixas durante a gravidez, sendo considerado um sintoma de origem multifatorial que incide na região lombar, podendo ser irradiada para os membros inferiores. Sua etiologia ainda não é totalmente elucidada, sendo que as causas mais prováveis para seu aparecimento estariam relacionadas ao aumento do peso do útero, aumento da lordose, alteração do centro de gravidade, frouxidão da musculatura e mudanças hormonais, mecânicas e vasculares. Outras possíveis etiologias seriam modificações posturais, insuficiência pélvica e pressão direta do feto e útero gravídico sobre as raízes nervosas da coluna lombossacral. Acrescido a esses fatores, a lombalgia prévia à gestação também é considerada um fator de risco importante para o surgimento da lombalgia gestacional. A origem da lombalgia gestacional permanece sendo uma das causas mais aceitas durante a gravidez, incluindo ainda a idade gestacional, peso materno e fetal, número de gestações e partos, trabalho físico e história progressiva de lombalgia. Dessa forma, fica explícito que em virtude das alterações provocadas durante a gestação, à prática de exercícios acompanhados por um profissional capacitado é de fundamental importância para que se atenuem possíveis sofrimentos na gestação (MOURA E MOREIRA, 2018).

A aceitação de queixas de lombalgia não podem ser mais interpretadas como algo inerente à gestação. É possível compreender que as alterações ocorridas nesse período são de importância para o tratamento fisioterápico, realizando uma série de exercícios que poderá ter muitos benefícios para a lactente e o feto (SANTOS, 2014).

As dores nas costas durante a gravidez representam, portanto, queixa relevante, tanto pela alta frequência de mulheres acometidas, quanto pela intensidade da dor e desconforto provocado, além de influenciar de modo negativo a qualidade do sono, disposição física, desempenho no trabalho, vida social, atividades domésticas e lazer. Esse contexto coloca a carencia de tratamentos adequados para a dor lombar durante a gravidez(GIL; OSIS; FAÚNDES, 2011).

Segundo Marchiore et al(2020) dentro dos recursos utilizados para tratamento da lombalgia está a Reeducação Postural Global que é também conhecida por RPG que é uma das técnicas que mais se destaca na literatura, trata-se de um tratamento fisioterapêutico que se baseia no alongamento global dos músculos estáticos antigravitacionais, respiratórios e rotadores internos, organizados em cadeias musculares, os quais são alongadas simultaneamente, com duração de aproximadamente 15 a 20 minutos, em cada postura. Por se tratar de um procedimento não invasivo, por não promover efeitos colaterais e por contribuir na diminuição das tensões musculares da cadeia posterior, principalmente nos músculos paravertebrais, a Reeducação Postural Global se apresenta como uma técnica favorável e com boas indicações para as lombalgias gestacionais.

A intervenção fisioterapêutica normalmente passa a ocorrer a partir do segundo trimestre gestacional, momento em que a gestante é liberada pelo médico obstetra para a realização da fisioterapia e a fisioterapia é importante tanto no tratamento da lombalgia gestacional quanto na sua prevenção. A algia na região lombar é bastante incomoda e acaba sendo inevitável devido as alterações decorrentes do crescimento do feto se não houver orientação e tratamento adequado, a necessidade de um tratamento dito adequado refere-se ao fato de que cada paciente deve ser avaliada de maneira individual e seu tratamento fisioterapêutico será de acordo com a sua precisão trazendo benefícios sem risco de prejudicar a mãe e o bebê.

2. MATERIAIS E MÉTODO

Trata-se de uma revisão de literatura Sistemática, realizada nas bases de dados: SieELO (Scientific Eletronic Library Online), Google Acadêmico e OpenAccess, utilizando-se artigos em português e inglês que foram publicados no período de 2011 a 2020. A busca realizada em português foi por: Fisioterapia Obstétrica, Período Gestacional, Objetivos da fisioterapia na gestação e em língua inglesa: Gestational Physiotherapy, Gestational Period, Objectives of physiotherapy in pregnancy.

O critério de inclusão foi obtido na pesquisa de 24 artigos voltados a Fisioterapia na gestação relacionando-a a lombalgia gestacional. Os critérios de exclusão foram artigos publicados antecedente ao ano de 2010 e de tratamento da lombalgia voltado a outras áreas da saúde que não cabem a intervenção fisioterapêutica. As buscas foram realizadas com o intento de mostrar os benefícios da atuação fisioterapêutica nas pacientes gestantes, prevenindo e tratando a Lombalgia durante a gravidez.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Autor/ AnoTítuloResultadosConclusão










Hobo et al (2015)







Lombalgia gestacional: prevalência, Características e a interferência nas principais Atividades da vida diária Revisão Bibliográfica
Um estudo realizado com 50 gestantes do primeiro ao terceiro trimestre constatou que a prevalência da lombalgia foram de 72% sendo predominante no segundo trimestre gestacional (44%), sintoma esse que atrapalha nas atividades de vida diária. Em diversas AVD’s, houve prejuízo por causa da lombalgia gestacional. A lombalgia constitui sintoma comum entre as gestantes, sintoma que atrapalha nas AVD’s das gestantes, porém é de fácil identificação e tratamento.
Conclui-se que na etapa gestacional conglomera alterações anatômicas e psicológicas ao corpo da mulher, essas alterações afetam O sistema musculoesquelético, atentando desconfortos Dentre esse segmento a dor lombar é um sintoma frequentemente em Gestantes, principalmente quando a gravidez já está em um estágio avançado.

Duarte et al
(2016)
Dor lombar intensa em gestantes do extremo Sul do Brasil Revisão Bibliográfica O maior risco de dor lombar intensa em adolescentes e mulheres entre 20-29 anos tem consistência com estudos identificados, embora este não tenha avaliado a severidade da dor. A sobrecarga na coluna lombar, juntamente com as alterações fisiológicas das estruturas musculoesqueléticas da região lombo pélvica, pode ter maior impacto nas gestantes de menor idade, especialmente nas adolescentes, que ainda estão em fase de crescimento. Com base na pesquisa apresenta são relevantes sobre a alta prevalência e traz limitações importantes às atividades de vida diária das gestantes, bem como identifica as mulheres mais vulneráveis. Isso evidencia a necessidade de que os profissionais de saúde estejam atentos à presença de sintomas musculoesqueléticos na gestação, sobretudo, a dor lombar, e que devem considerar a abordagem deste problema durante as consultas de rotina do pré-natal.
Carvalho et el (2017) Lombalgia na gestação Revisão Bibliográfica O breve estudo, aborda a lombalgia que é comum em gestantes, e possui características específicas e é mais frequente no segundo trimestre da gestação. Isso indica a necessidade de estratégias de prevenção que possibilitem melhor qualidade de vida às gestantes. O período gestacional humano submerge alterações físicas. Ao longo da gravidez, a mulher tolera alterações fisiológicas risco, pois quanto maior o ganho de peso da gestante, maior a probabilidade de ocorrer revés da articulação sacroilíaca e aumento da lordose lombar que resulta em dor.
SANTOS et al (2017) Papel da Fisioterapia em Obstetrícia: Avaliação do nível de conhecimento por parte dos médicos e equipe de enfermagem, gestantes e puérperas da rede pública de Barueri/SP Revisão Bibliográfica O pouco conhecimento sobre o papel da Fisioterapia na Obstetrícia pelos profissionais da enfermagem e das usuárias (gestantes e puérperas) pode ser justificado pela recente história do fisioterapeuta, já que as resoluções do Conselho Federal de Fisioterapia (COFFITO) datam de 200711, associada à necessidade de maior expansão e divulgação da abordagem fisioterapêutica, especialmente, em cidades médias e pequenas. Tais premissas são corroboradas por estudo que investigou a atuação do fisioterapeuta em maternidades cujos entrevistados relataram que a Fisioterapia seria necessária para a saúde materno-infantil, todavia, sem mais aprofundamentos sobre as possíveis condutas fisioterapêuticas. As gestantes e puérperas da rede publica de Barueri apresentaram pouco conhecimento em relação a atuação da Fisioterapia nos períodos pré-natal, no trabalho de parto e no puerpério; ao passo que os profissionais de saúde, especialmente os médicos, conheciam a Fisioterapia Obstetrica. No entanto sugere-se que o conhecimento ainda é superficial, devendo ser aprofundado e expandido para que a comunidade profissional e de usuários tenha acesso a uma atuação multidisciplinar. profissional e de usuários tenha acesso a uma atuação multidisciplinar.
MOURA E MOREIRA (2018) Intervenção fisioterapêutica em gestantes com Lombalgia em uma Unidade Básica de Saúde em Regeneração-PI Revisão Bibliográfica A intervenção foi realizada no período de junho à agosto de 2018, onde foram realizados exercícios de alongamento e relaxamento três vezes na semana durante três meses consecutivos, com duração de 1h cada sessão. Sendo realizada uma avaliação antes e após o tratamento. De acordo com a aplicação dos exercícios de alongamento e relaxamento as voluntárias foram beneficiadas com a pratica dos mesmos, onde ocorreu uma melhora significativa da lombalgia nas gestantes, melhorando assim as atividades da vida diária e a qualidade de vida após a realização dos exercícios. De acordo com a aplicação dos exercícios de alongamento e relaxamento as voluntárias foram beneficiadas com a pratica dos mesmos, onde ocorreu uma melhora significativa da lombalgia nas gestantes, melhorando assim as atividades da vida diária e a qualidade de vida após a realização dos exercícios.

ZEBRAL et al
(2019)

Infecção urinária na gestação e sua correlação com a dor lombar versus intervenções de enfermagem.
Revisão Bibliográfica

Sobre a questão de infecção com agravamento de dores lombar, se é levantado uma pesquisa no qual ressaltar também que a lombalgia durante a gravidez pode ser indicativa de processos infecciosos do sistema urinário, sendo que a dor lombar pode ser a única manifestação clínica de Infecção do trato urinário.

As gestantes e puérperas da rede pública de Barueri apresentaram pouco conhecimento em relação à atuação da Fisioterapia nos períodos pré-natal, no trabalho de parto e no puerpério; ao passo que os profissionais de saúde, especialmente os médicos, conheciam a.
Com base no resultado, se conclui a questão do processo de infecção agravamento, relacionado surgimento lombalgia

SILVA et al (2021)

Importância do fisioterapeuta no período gestacional
Revisão Bibliográfica

O fisioterapeuta é responsável por fazer a anamnese, orientar as pacientes sobre como é o período gestacional, as alterações fisiológicas, as possíveis patologias, os tipos de parto, os exercícios realizados e os acontecimentos pós- parto.
Observa-se poucas divulgações de artigos na área, como a falta de conhecimento da atuação do fisioterapeuta, dos tipos de exercícios realizados, a falta de conhecimento também por parte das gestantes, chegando à conclusão que é importante expandir e divulgar a fisioterapia, seus procedimentos. Falta a integração do fisioterapeuta em todas as equipes multidisciplinar, atuando diretamente no planejamento familiar, para realizar o acompanhamento obstetrício, seja para tratamento ou prevenção de alguma patologia.
Enfatiza-se a competência e valor do profissional fisioterapeuta, para orientação aos pacientes em estados gestacionais, buscando melhor avaliação para o processo de acompanhamentos, em situações como problemas de lombalgia.

4. DISCUSSÃO

A lombalgia gestacional é uma das principais queixas durante a gravidez, sendo responsável por inúmeras repercussões negativas na qualidade de vida da gestante. Esta pode estar relacionada às adaptações do sistema musculoesquelético, influenciadas pela ação da relaxina, que causa hipermobilidade na articulação sacroilíaca e sínfise púbica, consequentemente, tornando a pelve instável, contribuindo, para o surgimento da dor lombar (ZEBRAL et al, 2019).

A etiologia de dor lombar específica na gravidez não é bem definida. Do ponto de vista biomecânico, ocorre deslocamento do centro de gravidade para frente, devido ao aumento do abdome e das mamas, o que leva a alterações de postura, como redução do arco plantar, hiperextensão dos joelhos e anteversão pélvica. Essas alterações geram acentuação na lordose lombar e consequente tensão da musculatura paravertebral (CARVALHO et al, 2017)

A lombalgia gestacional é um problema apresentado pôr grande parte das gestantes, apresentando-se em graus variados de intensidade da dor, ela pode ser observada desde o segundo trimestre de gestação. A lombalgia constitui fator limitante para as atividades de vida diária. Em relação a situações como ficar em pé ou sentada por longos períodos de tempo, carregar objetos pesados, por longos períodos de tempo, carregar objetos pesados, pegar objetos do chão, grande parte das entrevistadas responderam que a dor é mais intensa nesse tipo de atividade, porém, a lombalgia não interfere na atividade profissional de grande parte das entrevistadas. Com base nos achados, sugere-se a realização de abordagem preventiva e terapêutica para essa população ( HOBO et al, 2015).

A alta prevalência de dor lombar intensa é semelhante a encontrada na literatura e pode ser considerada um achado preocupante, uma vez que sintomas mais severos resultam em maior limitação na realização das atividades de vida diária e aumentam o risco de cronificação após o parto. Uma proporção significativa das mulheres com sintomas mais severos deixou de fazer as lidas da casa e faltou ao trabalho, concordando com a literatura que mostra que 8% das gestantes com dor lombar fica com alguma incapacidade ( DUARTE et al, 2016).

Sabemos que o período de gestação traz muitas alterações fisiológicas, desconfortos e dores para as futuras mamães. Uma forma de prevenir ou minimizar é com a prática de exercícios, uma gestante ativa tem muitos benefícios em relação às sedentárias, inclusive com um parto e um pós-parto mais tranquilos, entrando então em ação o trabalho fisioterapêutico ( SILVA et al, 2021).

Embora haja estudos que suportem a premissa de benefícios da atuação fisioterapêutica por meio de diversas abordagens, como a realização de exercícios respiratórios, cinesioterapia do assoalho pélvico, estimular a deambular, por exemplo, verifica-se a necessidade de maior carecimento do conhecimento e divulgação da Fisioterapia em Obstetrícia tanto no meio profissional quanto simutaneamente aos usuários. A demais, deve-se instigar a função do fisioterapeuta na prevenção, conforme demonstrado em pesquisa nas quais profissionais consideravam os atendimentos domiciliares como lacunas para a atenção fisioterapêutica, porém somente para o tratamento, reforçando-se, assim, o olhar curativista (SANTOS et al, 2017).

Os grupos de gestantes que apresentam lombalgia são uma das estratégias que favorecem a ação integrada da equipe de multiprofissionais em processos de educação em saúde. O encontro entre as gestantes e os profissionais de saúde propiciados pela realização de oficinas é um momento de transmissão de informações, troca de experiências e esclarecimento de dúvidas e anseios, oficinas com as gestantes que realizam exercícios para Lombalgia melhorando assim as alterações decorrentes da gestação com objetivo de conscientização das gestantes sobre as alterações físicas decorrentes da gravidez e identificação das que apresentam lombalgia através da Avaliação Fisioterapêutica, para realização de exercícios que possam minimizar essa alteração (MOURA E MOREIRA, 2018).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mesmo que a gestação seja um processo natural, as mudanças que ocorrem nas estruturas físicas de uma gestante, necessitam de atenção e correta avaliação pois mesmo sendo um processo fisiológico, levam ao desconforto, que podem ser muitos, sendo assim importante o acompanhamento fisioterapêutico. Dentre os desconfortos apresentados pelas gestantes, foi analisado a principal queixa abordada, então este estudo buscou relatar uma das maiores queixas gestacionais que é a algia em região lombar. Sendo mostrado como a fisioterapia entra com sua intervenção diminuindo esse quadro álgico melhorando a qualidade de vida diária e dando orientações que serão de suma importância no dia a dia dessa gestante e a preparando para o momento do parto.

Então este artigo teve por objetivo mostrar a importância da Fisioterapia na questão da atuação do profissional na gravidez. E os objetivos particulares foram analisar as contribuições da Fisioterapia no cuidado da gestação, caracterizando problemáticas como a dor lombar; tendo a investigação de como se dá as alterações físicas e incômodos no período da gravidez e a atuação fisioterapêutica nas mesmas, destacando também a importância de expandir informações sobre as funções da fisioterapia para que as pacientes grávidas possam procurar atendimento também de maneira preventiva e não somente quando há agravo.

6. REFERÊNCIAS

BARRACHO, Elza. Fisioterapia aplacada a saúde da mulher.-6.ed-Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.

CARVALHO, M.E.C.C et al. Lombalgia na gestação. SciELO Brasil, mai-Jun.2017.

DUARTE, V.M et al. Dor lombar intensa em gestantes do extremo Sul do Brasil, 23, agosto.2016.

GIL, V.F.B; OSIS, M.I.D; FÁUNDES, A. Lombalgia durante a gestação: Eficácia do tratamento com Reeducação Postural Global (RPG). SciELO Brasil, 02 de janeiro.2011.

GOMES, M.R.D.A et al. Lombalgia Gestacional: Prevalência e Características Clínicas em um grupo de gestantes. SciELO Brasil, Jun.2013.

HOBO, T.M.W; AZEVEDO, M. Lombalgia Gestacional: Prevalência, Características e a interferência nas principais atividades da vida diária. Centro Universitário de Brasília- Brasília DF Brasil. 24, setembro. 2015.

IIESANMI, T. et al. Attitude and practices of obstetricians and gynecologists towrds envolvimento of physiotherapists in management of obstetric and gynecologic coditions. International Journal of Women\’s Health, 07, march. 2013.

MASCARENHAS, L.R.D.S et al. Fisioterapia na saúde da mulher. Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 15° Região.13, julho.2021.

MARCHIORI, A.N.R et al. Tratamento Fisioterapêutico pela Reeducação Postural Global na Lombalgia Gestacional: Relato de Caso. Revistaeletrônicafunvic.org, p.5, 02 de de fevereiro.2020.

MOURA, A.C.B.D; MOREIRA, K.F.G. Intervenção Fisioterapêutica em Gestantes com Lombalgia em uma Unidade Básica de Saúde em Regeneração-PI, p.3, agora.2018.

SILVA, J.R.D; RESPLANDES, W.L; SILVA, K.C.C.D. Importância da Fisioterapia no Período Gestacional. Research, Society and Development.p.7, 06, setembro.2021.

SANTOS, Z.L et al. Intervenção da Fisioterapia na Lombalgia Gestacional. Sempesq, jun-set.2014.

SANTOS, M.B.D et al. Papel da Fisioterapia em Obstetrícia: Avaliação do nível de conhecimento por parte dos médicos e equipe de enfermagem, gestantes e puérperas de rede pública de Barueri/SP, 15-20, abr-jun.2017.

ZEBRAL, B.C et al . Dor em Gestantes e Puérperas hospitalizadas. Revista Médica de Minas Gerais, fev-set.2019