A INTEGRAÇÃO DAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS E AS CONTRIBUIÇÕES DA SALA DE AULA INVERTIDA PARA A INOVAÇÃO PEDAGÓGICA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102502211544


Jailson Silva Holanda1
Juan Alberto Beranger2


RESUMO

A integração das tecnologias na educação tem se tornado um desafio fundamental para atender às demandas contemporâneas de ensino e aprendizagem. Este artigo explora os principais desafios enfrentados por educadores e instituições ao incorporar ferramentas digitais no ambiente educacional, incluindo a resistência à mudança, a necessidade de formação docente, e as desigualdades no acesso à tecnologia. Como resposta a esses desafios, destaca-se a metodologia da sala de aula invertida (flipped classroom), que propõe uma inversão no modelo tradicional de ensino ao priorizar atividades práticas e colaborativas em sala, enquanto o conteúdo teórico é disponibilizado para estudo prévio em formato digital. O estudo investiga como essa abordagem pode promover a inovação pedagógica, aumentar o engajamento dos estudantes, e fomentar o desenvolvimento de competências como autonomia, pensamento crítico e trabalho em equipe. Por meio de uma análise teórica e prática, o artigo demonstra que a sala de aula invertida, aliada a um uso estratégico das tecnologias, pode contribuir significativamente para a transformação do processo educacional em direção a práticas mais inclusivas e eficazes.

Palavras-chave: Ensino híbrido; Metodologias ativas; Aprendizagem digital; Inovação educacional.

ABSTRACT

The integration of technologies in education has become a fundamental challenge to meet contemporary demands for teaching and learning. This article explores the main challenges faced by educators and institutions when incorporating digital tools into the educational environment, including resistance to change, the need for teacher training, and inequalities in access to technology. As a response to these challenges, the flipped classroom methodology stands out, which proposes an inversion in the traditional teaching model by prioritizing practical and collaborative activities in the classroom, while the theoretical content is made available for prior study in digital format. The study investigates how this approach can promote pedagogical innovation, increase student engagement, and foster the development of skills such as autonomy, critical thinking, and teamwork. Through a theoretical and practical analysis, the article demonstrates that the flipped classroom, combined with a strategic use of technologies, can contribute significantly to the transformation of the educational process towards more inclusive and effective practices.

Keywords: Hybrid teaching; Active methodologies; Digital learning; Educational innovation.

INTRODUÇÃO

A integração das tecnologias no âmbito educacional tem transformado significativamente as práticas pedagógicas e os processos de ensino-aprendizagem. A utilização de ferramentas digitais não é apenas uma opção, mas uma necessidade para preparar estudantes para as demandas do século XXI, que incluem competências como autonomia, pensamento crítico e colaboração.

Segundo Moran (2015), a tecnologia não transforma a educação por si só, mas oferece ferramentas e possibilidades que, bem utilizadas, podem gerar mudanças significativas.

Nesse sentido, metodologias inovadoras como a sala de aula invertida emergem como alternativas promissoras, redefinindo o papel dos docentes e dos discentes no processo educacional.

Conforme Bacich, Neto & Trevisani (2015), a adoção de metodologias ativas, mediadas pela tecnologia, pode potencializar a aprendizagem significativa e o protagonismo estudantil.

Apesar do potencial das tecnologias na educação, diversos desafios persistem, como a resistência às inovações, a formação inadequada de docentes e as desigualdades no acesso à tecnologia. Diante desse cenário, este estudo buscou investigar como a sala de aula invertida pode contribuir para superar esses obstáculos e promover a inovação pedagógica.

A pergunta central que norteadora é: de que forma a sala de aula invertida pode contribuir para a integração eficaz das tecnologias na educação e para a inovação pedagógica? Para complementar, foram formuladas as seguintes perguntas específicas: quais são os principais desafios contemporâneos relacionados à integração das tecnologias na educação? Como a metodologia da sala de aula invertida pode ser implementada no contexto educacional brasileiro? E, quais são os impactos da sala de aula invertida no engajamento e no desempenho dos estudantes?

O objetivo geral é: analisar as contribuições da sala de aula invertida para a integração eficaz das tecnologias na educação e para a inovação pedagógica. E os objetivos específicos são: identificar os principais desafios na adoção de tecnologias no ambiente educacional; explorar as práticas e ferramentas associadas à metodologia da sala de aula invertida e; avaliar os efeitos da sala de aula invertida no processo de ensino-aprendizagem.

A justificativa reside na urgência em transformar o ensino tradicional em um modelo mais dinâmico e centrado no estudante, sobretudo diante das demandas contemporâneas. A pandemia de COVID-19 intensificou a necessidade de explorar alternativas tecnológicas e metodológicas para a continuidade da educação, ressaltando a relevância de pesquisas que abordem soluções inovadoras.

A relevância deste estudo está em contribuir para o campo da educação com insights teóricos e práticos sobre o uso de tecnologias e metodologias ativas, especialmente em contextos desafiadores. Além disso, oferece um referencial para educadores e gestores interessados em implementar a sala de aula invertida de maneira eficaz.

Por fim, este artigo está estruturado em quatro seções principais: Revisão de literatura, abordando sobre a educação e as tecnologias e os conceitos de tecnologias na educação e sala de aula invertida; a Metodologia, descrevendo os procedimentos adotados; a análise e discussão, com base nos resultados obtidos; e as Considerações finais, destacando as contribuições do estudo e sugestões para pesquisas futuras.

1.     FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A EDUCAÇÃO E AS TECNOLOGIAS: DESAFIOS E CONQUISTAS

A relação entre educação e tecnologia tem sido uma área de intensa pesquisa e discussão nas últimas décadas. Schlemmer et al (2020), mostram que as tecnologias têm o potencial de transformar o processo de ensino e aprendizagem, mas também apresentam desafios significativos para educadores, alunos e instituições educacionais.

Entre as conquistas da educação e das tecnologias, destaca-se a maior acessibilidade e democratização do conhecimento, que podem ser disseminados com rapidez e eficiência por meio de plataformas e ferramentas digitais.

Führ (2022), destaca que as tecnologias permitem um aprendizado mais personalizado e adaptável às necessidades individuais dos alunos, com recursos como jogos educacionais, realidade virtual e inteligência artificial.

A implementação bem-sucedida da tecnologia na educação enfrenta desafios significativos, como a falta de infraestrutura adequada em muitas escolas e a falta de treinamento e capacitação para educadores no uso dessas tecnologias. As tecnologias podem levar a um maior isolamento social e à diminuição da interação face a face entre alunos e professores.

Outros desafios incluem a questão da privacidade e segurança de dados em plataformas digitais, a necessidade de lidar com a desinformação e fake news e a dificuldade de medir efetivamente o impacto das tecnologias na aprendizagem dos alunos.

Recai que os educadores e instituições educacionais abordem esses desafios com cautela e planejamento cuidadoso para garantir que a tecnologia seja utilizada de forma eficaz e responsável na educação.

Neste estudo, que promove a expectativa de utilização meios metodológicos aplicados com uso de tecnologias se mostraram atrativo, no sentido de contribuir com a inovação do ensino que tem suas bases reconfiguradas com a passagem da pandemia da COVID 19, que mesmo trazendo transtornos, caos e muitas incertezas para a sociedade, também foi propulsora de mudanças de hábitos, de considerações com a capacidade humana de se posicionar diante de desafios.

A pandemia de COVID-19 mudou profundamente o cenário educacional em todo o mundo. Com a necessidade de distanciamento social, as escolas e universidades tiveram que fechar suas portas e adotar novos modelos de ensino, como o ensino a distância e o ensino.

Das principais mudanças no cenário educacional incluem o aumento do ensino a distância, com a necessidade de distanciamento social, o ensino a distância se tornou a principal forma de ensino em muitas escolas e universidades em todo o mundo. Isso exigiu uma rápida adaptação das instituições educacionais e dos professores, bem como uma maior dependência de tecnologias de comunicação e ferramentas digitais.

Fomentou mudanças na avaliação e no currículo, pois, com o ensino a distância, houve mudanças, também, na forma como os alunos são avaliados e como o currículo é apresentado. As avaliações online e projetos mais individuais se tornaram mais comuns, e os professores tiveram que adaptar os materiais de ensino para se adequar ao formato digital.

Outro encaixe que emergiu é os desafios de equidade, pois o ensino a distância destacou as desigualdades no acesso à tecnologia e à internet, bem como a falta de acesso a recursos educacionais em algumas comunidades. Segundo Barros (2021), as escolas e as universidades tiveram que trabalhar para garantir que todos os alunos tivessem acesso aos recursos necessários para participar do ensino a distância.

As mudanças no papel do professor, com o ensino a distância, o papel do professor mudou para se tornar mais de um facilitador do aprendizado, em vez de

ser o detentor do conhecimento. Os professores tiveram que se adaptar a novas formas de interação com os alunos e fornecer orientação e suporte remoto.

Em geral, a pandemia de COVID-19 mudou profundamente o cenário educacional, acelerando a adoção de tecnologias digitais e destacando a necessidade de adaptação e flexibilidade para enfrentar desafios imprevistos.

O fato é que a educação mudou sua necessidade e as configurações de escola passaram para outro prisma, em decorrência da emancipação do sujeito e da busca pela adaptação.

A escola vivencia um tempo de experimentação, de investidas no sentido de gerar novos caminhos e propostas inovadoras. Com a BNCC e a implementação do novo ensino médio, os desafios são maiores para o uso das tecnologias, no sentido de fomentar a inclusão do sujeito às vivências e aprimoramentos, trazendo para o campo educacional o protagonismo juvenil.

Segundo Almeida (2016),

É necessário que a utilização das tecnologias na educação seja feita de forma crítica e reflexiva, de modo a garantir que sua utilização seja orientada para a formação cidadã e para a construção do conhecimento, e não apenas para fins utilitários ou mercadológicos (ALMEIDA, 2016, p. 72).

Não é só o fato de utilização da tecnologia que vai revolucionar ou modificar o jeito de pensar da comunidade escolar, a criticidade tem que ser um ponto de equivalência, validando assim a condição de ação dos alunos para interagir com o problema.

Não tem como não fazer a integração das tecnologias na educação, segundo Moran (2012),

A inclusão das tecnologias na educação traz novos desafios aos educadores, que precisam estar preparados para utilizá-las de forma pedagogicamente significativa, a fim de promover a construção do conhecimento e o desenvolvimento das habilidades dos estudantes (MORAN, 2012, p. 23).

A inclusão das tecnologias na educação é uma realidade que precisa ser discutida mais no campo da subjetividade, pois, não e só o fato de inserção das tecnologias, mas dar ênfase a sua aplicação.

A relação entre a educação e as tecnologias representa um desafio constante para educadores e pesquisadores, que buscam compreender os impactos e as possibilidades dessas ferramentas no processo de ensino-aprendizagem.

É fundamental que a utilização das tecnologias na educação seja orientada por uma perspectiva crítica e reflexiva, que leve em conta não apenas os aspectos técnicos e funcionais, mas também os impactos sociais e culturais dessas tecnologias na formação do cidadão do século XXI.

O papel dos educadores é fundamental nesse processo, uma vez que cabe a eles mediarem a relação entre os estudantes e as tecnologias, promovendo uma utilização pedagogicamente significativa e contribuindo para a construção de uma sociedade mais crítica e consciente. As tecnologias não são e nem devem ser pensadas como fim, elas são fatores que auxiliam o desenvolvimento do processo educacional com suporte.

A Sala De Aula Invertida E As Contribuições Para O Ensino

A sala de aula invertida é uma metodologia de ensino que busca inverter a ordem tradicional das aulas, na qual os alunos assistem a uma aula expositiva na sala de aula e depois realizam tarefas e atividades em casa.

Rocha (2021), destaca que na sala de aula invertida, os alunos são expostos aos conteúdos antes da aula, por meio de vídeos, leituras ou outras formas de material didático, e depois utilizam o tempo em sala de aula para discutir, aplicar e consolidar os conceitos aprendidos.

Essa metodologia surgiu como uma forma de maximizar o tempo em sala de aula, permitindo que os alunos se envolvam em atividades mais interativas e colaborativas com o professor e seus colegas.

Segundo Moran (2021), a sala de aula invertida pode ajudar a personalizar o aprendizado, permitindo que os alunos avancem em seu próprio ritmo e recebam mais apoio do professor durante as atividades em sala de aula.

Para implementar a sala de aula invertida, os professores precisam selecionar materiais didáticos relevantes e eficazes, além de orientar os alunos sobre como acessá-los e usá-los de forma autônoma.

De acordo com Garavit (2021), é importante também planejar cuidadosamente as atividades em sala de aula para garantir que os alunos estejam engajados e se beneficiem da interação em grupo e com o professor.

Embora a sala de aula invertida possa trazer benefícios significativos para o processo de ensino e aprendizagem, também pode apresentar desafios, como a necessidade de treinamento e suporte adequados para os alunos no uso de tecnologias e materiais didáticos digitais, e a necessidade de tempo e recursos adicionais para planejar e implementar as atividades em sala de aula.

Fleury (2022), cita que a sala de aula invertida é uma metodologia de ensino promissora que pode ajudar a melhorar o aprendizado e o engajamento dos alunos, mas requer planejamento cuidadoso e adaptação às necessidades específicas da turma e dos alunos.

A sala de aula invertida pode trazer várias contribuições para o ensino. Isso porque ela permite transpor entre ambientes, facilita a mobilidades das informações com uso de meios combinados. A tabela 1 mostra, de acordo com Da Silva (2021), algumas das principais contribuições da aula invertida para o ensino.

A sala de aula invertida pode ser uma metodologia de ensino eficaz que traz muitas contribuições positivas para o processo de ensino e aprendizagem. Os professores planejem cuidadosamente as atividades em sala de aula e forneçam suporte adequado aos alunos para garantir que a metodologia seja implementada com sucesso e beneficie a todos os envolvidos.

Quando o autor mostra a diversidade da sala de aula invertida para o ensino, isso destaca que a educação recorre a meios mais especializados para buscar se adequar às realidades que a educação percorre. Os precisam reconhecer suas potencialidades e valorizar os materiais que estão disponíveis no seu cotidiano, transformando entretenimento em ferramenta útil para a educação.

Ferrarini (2019), cita que a sala de aula invertida pode transformar o entretenimento em uma atividade potencializadora de aprendizagem de várias maneiras.

Uma das principais formas é através do uso de vídeos educativos como ferramenta de ensino. Segundo Alves Neto (2021), esses vídeos podem ser produzidos pelo professor ou selecionados a partir de fontes externas, como o YouTube ou outras plataformas de vídeo.

Os alunos podem assistir aos vídeos em casa, antes da aula, e assim adquirir conhecimento sobre um determinado assunto. Martins (2019), afirma que esses vídeos podem apresentar conteúdo de maneira lúdica e divertida, o que ajuda a manter o interesse dos alunos e a aumentar a retenção de informações.

TABELA 1- CONTRIBUIÇÕES DA SALA DE AULA INVERTIDA PARA O ENSINO

Tipo de ContribuiçãoCaracterizaçãoVantagens
Maior               engajamento dos alunosCom a sala de aula invertida, os alunos são expostos aos conteúdos antes da aula, o que pode ajudá-los a se preparar melhor e a se envolver mais profundamente com os conceitos discutidos em sala de aula.As atividades em sala de aula tendem a ser mais interativas e colaborativas, o que pode aumentar o engajamento dos alunos no processo de aprendizagem.
Personalização                              do aprendizadoCom a sala de aula invertida, os alunos podem avançar em seu próprio ritmo e receber mais apoio do professor durante as atividades em sala de aula.Pode ajudar a personalizar o aprendizado, atendendo às necessidades específicas de cada aluno e promovendo um aprendizado mais eficaz e significativo.
  Desenvolvimento                              de habilidadesAs atividades em sala de aula na sala de aula invertida tendem a ser mais focadas no desenvolvimento de habilidades,  como  resolução  de problemas, pensamento crítico e trabalho em equipe.ajudar os alunos a desenvolverem                                  habilidades importantes para o mundo real e para suas carreiras futuras.
Uso       efetivo             da tecnologiaA sala de aula invertida envolve o uso de tecnologia, e suas combinações          para                              gerar aprendizagem;Ajuda os alunos a se tornarem mais proficientes em sua utilização e a prepará-los para o mundo digital em constante evolução.
Melhoria                              do desempenho acadêmicoVários estudos indicam que a sala de aula invertida pode ajudar a melhorar o  desempenho  acadêmico  dos alunos;Sua efetividade é, especialmente em áreas como matemática, ciências e idiomas.

Fonte: Da Silva (2021)

Ao assistir os vídeos, os alunos podem tomar notas, realizar atividades e responder a perguntas para garantir que entendam o conteúdo.

Koswoski (2022), cita que durante a aula, o professor pode trabalhar em conjunto com os alunos para revisar o material, discutir conceitos e aplicar o conhecimento adquirido através de atividades práticas.

Outra maneira de transformar o entretenimento em atividade potencializadora de aprendizagem é através do uso de jogos educativos. Esses jogos podem ser usados em sala de aula ou em casa para ajudar os alunos a aprenderem de maneira divertida e interativa.

Beleza (2023) enfatiza que jogos educativos podem ajudar os alunos a desenvolverem habilidades em áreas como matemática, ciências e idiomas, ao mesmo tempo em que mantêm o interesse e a motivação dos alunos.

A sala de aula invertida pode transformar o entretenimento em uma atividade potencializadora de aprendizagem, permitindo que os alunos aprendam de maneira lúdica e divertida através do uso de vídeos e jogos educativos. Isso ajuda a manter o interesse dos alunos, melhorar a retenção de informações e aumentar o engajamento no processo de aprendizagem.

Da Silva (2021), cita que em sala de aula, o professor faz uso de diversas atividades que estimulem o pensamento crítico, que faça com que os estudantes sejam confrontados com problemas que exijam debates, especulação de possíveis soluções etc. e essas atividades propostas são caracterizadas como metodologias ativas, em que o modelo do ensino híbrido pode apresentar características dessas metodologias.

Essa é uma evidência que a educação precisa de novos desafios, que escola e professores passem a rever suas competências e produzem soluções com base nas tecnologias, na fusão de metodologias e o resgate da confiança e do compromisso com uma educação promotora de dignidade e não opressora e disciplinadora.

Do Nascimento (2020), cita que a busca por ferramentas, metodologias que permitam que o processo de ensino e aprendizagem continue.

As metodologias ativas de aprendizagem, portanto, são meios que podem ser utilizados, para amenizar a lacuna e os desafios educacionais da atualidade pois, pode desenvolver nos alunos o trabalho coletivo, a pluralidade, o contraste de ideias e a capacidade de questionar, preenchendo espaços pouco explorados.

As metodologias ativas de aprendizagem são uma abordagem pedagógica que podem ajudar a amenizar as lacunas e desafios educacionais atuais. Moran (2021), destaca que essas metodologias envolvem uma participação mais ativa dos alunos em seu próprio processo de aprendizagem, o que pode ajudar a desenvolver habilidades importantes, como trabalho em equipe, pensamento crítico, solução de problemas e capacidade de questionar.

As metodologias ativas de aprendizagem também podem ajudar a desenvolver o trabalho coletivo e a pluralidade, ao promover a colaboração entre os alunos e permitir que eles compartilhem ideias e perspectivas diferentes. De acordo com Leite (2020), isso pode ajudar a expandir a visão de mundo dos alunos e torná- los mais abertos e tolerantes em relação a outras culturas, valores e formas de pensar.

Ao utilizar metodologias ativas de aprendizagem, os professores também podem incentivar o contraste de ideias e o debate construtivo, o que pode ajudar a promover o pensamento crítico e a capacidade de análise dos alunos.

Griffin (2022), afirma que isso pode ajudá-los a desenvolver habilidades importantes para lidar com a complexidade do mundo moderno e para se tornarem cidadãos mais responsáveis e informados.

As metodologias ativas de aprendizagem também podem ajudar a preencher espaços pouco explorados no processo educacional tradicional, como a criatividade, a inovação e a resolução de problemas complexos.

Bozolan (2021), cita que para promover uma abordagem mais hands-on e interativa, essas metodologias podem ajudar os alunos a se envolverem mais profundamente com os conceitos e a aplicá-los em situações reais.

As metodologias ativas de aprendizagem podem ser uma forma eficaz de amenizar as lacunas e desafios educacionais atuais, permitindo que os alunos desenvolvam habilidades importantes para sua vida pessoal e profissional e se tornem cidadãos mais engajados e responsáveis.

Segundo Jonassen e Kim (2012),

A sala de aula invertida tem como objetivo principal mudar o foco do ensino tradicional centrado no professor para o aprendizado do aluno, tornando-o protagonista de seu próprio processo de aprendizagem, ao mesmo tempo em que utiliza a tecnologia como ferramenta para potencializar esse processo (JONASSEN; KIM, 2012, p. 122).

A educação tem se reconfigurado ao ponto de exigir de suas aplicações um olhar mais diagnóstico para elementos que já estão aplicados em diferentes situações na sociedade, geralmente, as tecnologias aplicadas em educação, não foram desenvolvidas para a educação, propriamente ditas, foram adaptadas.

Assim, Tucker (2012), ao mencionar que:

A sala de aula invertida permite aos estudantes desenvolverem habilidades como autonomia, colaboração, criatividade e pensamento crítico, além de possibilitar uma aprendizagem mais significativa, baseada na resolução de problemas e na construção coletiva do conhecimento (TUCKER, 2012, p. 14).

Sendo assim, pela aplicação de diferentes perspectivas, os alunos passam a reconhecer suas identidades e passam a corresponder com as mudanças, na lógica adquirindo, sobretudo as noções de crítica e valorização dos instrumentais.

A sala de aula invertida é uma abordagem pedagógica que tem ganhado destaque nos últimos anos por sua capacidade de transformar a dinâmica do ensino- aprendizagem. Ao inverter o papel do professor e do aluno na sala de aula, essa abordagem coloca o estudante no centro do processo de aprendizagem, permitindo que ele seja o protagonista da própria formação.

Além disso, a sala de aula invertida também se beneficia das tecnologias digitais, que são utilizadas para disponibilizar conteúdos e atividades para os estudantes fora do ambiente escolar, liberando assim o tempo presencial para a resolução de problemas e atividades práticas.

As contribuições da sala de aula invertida para o ensino são diversas, como o desenvolvimento da autonomia, da colaboração, da criatividade e do pensamento crítico dos estudantes. Essa abordagem pedagógica também possibilita uma aprendizagem mais significativa, uma vez que os estudantes são estimulados a construir coletivamente o conhecimento.

A sala de aula invertida representa uma oportunidade para os educadores repensarem a dinâmica do ensino-aprendizagem e desenvolverem novas estratégias pedagógicas que possam atender às necessidades e demandas dos estudantes do século XXI.

1.2.1      A Metodologia Ativa e as Inovações

A metodologia ativa é uma abordagem pedagógica que coloca o aluno como protagonista do seu próprio processo de aprendizagem. Em vez de ser um receptor passivo de informações, o aluno é desafiado a buscar conhecimento, a desenvolver habilidades e a construir o próprio conhecimento.

Santos (2021), destaca que essa abordagem tem sido cada vez mais adotada nas escolas e universidades em todo o mundo, especialmente com o advento das tecnologias digitais, que possibilitam novas formas de aprendizagem colaborativa e autônoma.

As metodologias ativas de ensino têm sido associadas a inovações no campo educacional, pois desafiam os modelos tradicionais de ensino, que muitas vezes são baseados em aulas expositivas e na memorização de conteúdo.

Simon (2022), mostra que as metodologias ativas estimulam os alunos a pensarem criticamente, a resolver problemas complexos e a trabalhar em equipe, o que contribui para o desenvolvimento de habilidades importantes para o mercado de trabalho e para a vida em sociedade.

As metodologias ativas também favorecem a personalização do processo de ensino, pois permitem que cada aluno aprenda no seu próprio ritmo e de acordo com as suas necessidades e interesses.

Turchetto (2020), destaca que a personificação do processo é possível porque as metodologias ativas valorizam a diversidade de saberes e a individualidade de cada estudante, o que contribui para a construção de uma sociedade mais inclusiva e democrática.

As metodologias ativas de ensino podem ser consideradas inovações no campo educacional, pois promovem uma abordagem mais dinâmica, participativa e colaborativa da aprendizagem, o que pode contribuir para o desenvolvimento de habilidades e competências mais adequadas às demandas do mundo contemporâneo.

a metodologia ativa, como a aula invertida, pode favorecer significativamente a aprendizagem dos alunos. Tavares (2021), mostra que a aula invertida, também conhecida como flipped classroom, é uma metodologia ativa que consiste em disponibilizar previamente aos alunos o conteúdo que seria tradicionalmente transmitido em sala de aula, por meio de materiais audiovisuais, textos, jogos ou outras atividades, para que eles possam acessar e estudar esse conteúdo for a da sala de aula.

Na aula presencial, os alunos se dedicam a atividades que demandam maior interação e colaboração entre eles, como debates, resolução de problemas e projetos em grupo, orientados pelo professor.

Essa metodologia tem se mostrado eficiente por diversos motivos, que segundo Sampaio (2022), ela permite que os alunos tenham mais autonomia no processo de aprendizagem, podendo estudar no seu próprio ritmo e revisar os conteúdos quantas vezes forem necessárias;

O professor pode utilizar a aula presencial para auxiliar os alunos em suas dificuldades, tirar dúvidas e propor atividades que estimulem a criatividade e o pensamento crítico;

Os alunos têm a oportunidade de aplicar o conhecimento adquirido em situações reais, o que contribui para a fixação do conteúdo e para a aprendizagem significativa.

A metodologia ativa como aula invertida pode favorecer a aprendizagem dos alunos ao estimular a participação ativa e colaborativa dos estudantes, valorizar a diversidade de saberes e interesses e promover a personalização do processo de ensino.

Dos Santos Oliveira (2020), cita que os crescentes avanços tecnológicos e o fácil acesso a novas tecnologias levaram a mudanças significativas na sociedade as quais agora se refletem na educação.

É fato que os avanços tecnológicos e o fácil acesso a novas tecnologias têm impactado significativamente a sociedade e, consequentemente, a educação. A tecnologia tem revolucionado a forma como nos comunicamos, trabalhamos, nos relacionamos e aprendemos. Com a internet, por exemplo, o acesso à informação tornou-se mais democrático, permitindo que qualquer pessoa com acesso à rede possa ter acesso a conhecimentos em diversos temas.

Ramos (2021), mostra que na educação, a tecnologia tem sido incorporada de diversas formas, como na criação de plataformas de ensino a distância, na produção de conteúdo multimídia, em jogos educativos, entre outras ferramentas.

Essas novas possibilidades têm transformado a forma como os alunos aprendem, tornando o processo mais dinâmico, personalizado e interativo.

De Abreu Santana (2021), cita que as tecnologias têm permitido uma maior conectividade entre alunos e professores, bem como o compartilhamento de informações e conhecimentos em tempo real.

Esse fator é especialmente importante em um mundo cada vez mais globalizado, em que o acesso a informações atualizadas e precisas é fundamental.

Minus (2021) enfatiza que é inegável, que os avanços tecnológicos têm transformado a sociedade e a educação, abrindo novas possibilidades e desafios para alunos, professores e instituições educacionais.

É importante que essas mudanças sejam acompanhadas de perto e que a tecnologia seja utilizada de forma crítica e reflexiva, buscando sempre o melhor aproveitamento para a aprendizagem dos alunos.

Sendo assim, Ribeirinha (2020), afirma que a Sala de Aula Invertida é uma das metodologias que tem sido despertada e utilizada, logo o mais adequado é avaliar a eficácia da componente online dessa metodologia.

Dessa forma, a Sala de Aula Invertida sendo uma das metodologias ativas que tem auferido destaque nos últimos anos, sendo uma metodologia, em que os alunos estudam os conteúdos antes da aula, utilizando recursos online como vídeos, textos, podcasts, entre outros, e depois se reúnem em sala de aula para discutir, aplicar e aprofundar os conhecimentos adquiridos.

A componente online da metodologia é fundamental para o sucesso da Sala de Aula Invertida. É por meio dos recursos online que os alunos têm acesso aos conteúdos previamente, podendo estudá-los no seu próprio ritmo e no momento mais adequado para suas necessidades.

A utilização de recursos online na educação pode trazer desafios, como a necessidade de uma boa conexão com a internet e de equipamentos adequados, a dependência de plataformas e sistemas que podem sofrer instabilidades, entre outros fatores.

É fundamental que a componente online da Sala de Aula Invertida seja avaliada com atenção, buscando sempre aprimorar a qualidade dos materiais e recursos disponíveis, bem como garantir a acessibilidade e usabilidade desses recursos pelos alunos, assim, é possível aproveitar todo o potencial da metodologia para melhorar a aprendizagem dos alunos.

A adoção de metodologias ativas de ensino tem se mostrado uma tendência cada vez mais forte no contexto educacional atual. Essa abordagem pedagógica busca envolver os estudantes de forma ativa em seu próprio processo de aprendizagem, permitindo que eles tenham maior autonomia e responsabilidade sobre o seu desenvolvimento.

As metodologias ativas também são reconhecidas por sua capacidade de promover a colaboração, a criatividade e o pensamento crítico dos estudantes, além de possibilitar uma aprendizagem mais significativa e contextualizada.

As inovações tecnológicas têm sido fundamentais para a implementação das metodologias ativas, permitindo que os educadores disponibilizem recursos digitais para os estudantes e usem plataformas virtuais para a interação e colaboração entre os alunos.

No entanto, é importante ressaltar que a adoção das metodologias ativas não deve ser vista como uma solução única para todos os desafios educacionais. É necessário que os educadores tenham um planejamento cuidadoso e um acompanhamento sistemático para garantir a efetividade das metodologias ativas em suas práticas de ensino.

É preciso considerar que a adoção das metodologias ativas representa uma mudança significativa na dinâmica do ensino-aprendizagem, e que requer uma transformação na postura dos educadores em relação ao seu papel na formação dos estudantes. A adoção dessas metodologias pode ser um caminho para a construção de uma educação mais inovadora, participativa e significativa.

A Pandemia e as Mudanças na Sociedade Contemporânea

A pandemia de COVID-19 teve um impacto sem precedentes na sociedade contemporânea, trazendo mudanças significativas em diversos aspectos da vida social, como a forma de se trabalhar, estudar, nos comunicar e se relacionar.

Silva (2021), destaca que uma das principais mudanças foi a aceleração do processo de digitalização, com a adoção em massa de ferramentas e tecnologias que permitem o trabalho e a aprendizagem a distância.

Com a necessidade de distanciamento social e o fechamento de escolas, universidades e empresas, a tecnologia tornou-se uma ferramenta indispensável para manter as atividades cotidianas em funcionamento.

Lima (2023), destaca que a pandemia evidenciou a importância da ciência e da tecnologia no enfrentamento de desafios globais, como a doença e a crise climática.

A comunidade científica trabalhou incansavelmente para desenvolver vacinas e tratamentos para a COVID-19, enquanto a tecnologia permitiu a disseminação de informações confiáveis sobre a doença e a sua prevenção.

Alcantara (2022), mostra que a crise sanitária também colocou em evidência a necessidade de políticas públicas mais efetivas para lidar com emergências, bem como a importância de sistemas de saúde robustos e preparados para enfrentar desafios dessa natureza.

A pandemia acentuou as desigualdades sociais, econômicas e de acesso à saúde, destacando a importância da inclusão e da equidade na construção de uma sociedade mais justa.

Dinida et al (2021), comenta que a pandemia também teve um impacto significativo na saúde mental da população, especialmente em decorrência do isolamento social e das incertezas do momento.

Essa consequência da pandemia de COVID-19 que foi o impacto significativo na saúde mental da população criou a necessidade de utilização de meios mais sofisticados para se manter em atividade e seguro no contexto da saúde.

Franco et al (2022), cita que o isolamento social e as incertezas do momento contribuíram para o aumento dos níveis de ansiedade, estresse e depressão em muitas pessoas.

A mudança abrupta na rotina, a incerteza em relação ao futuro, o medo da doença e a perda de entes queridos foram alguns dos fatores que afetaram a saúde mental das pessoas durante a pandemia.

A pandemia trouxe à tona a importância do cuidado com a saúde mental e a necessidade de investimentos em políticas públicas que visem promover o bem- estar psicológico da população, também acelerou a adoção de tecnologias para cuidados com a saúde mental, como aplicativos de meditação e programas de bem- estar emocional.

Mais necessariamente, a pandemia de COVID-19 trouxe à tona a importância da saúde mental e a necessidade de políticas públicas efetivas para o seu cuidado. É fundamental que essas questões sejam levadas em consideração na construção de uma sociedade mais saudável e resiliente.

De Araújo (2023), afirma que a pandemia de COVID-19 teve um impacto significativo na educação brasileira, afetando alunos, professores e toda a estrutura educacional do país. A tabela 2 destaca alguns dos principais impactos sentidos.

A pandemia de COVID-19 teve um impacto significativo na educação brasileira, destacando a desigualdade no acesso à educação e criando desafios para o aprendizado dos alunos e o ensino dos professores.

Segundo Santos (2020), com a ocorrência da pandemia de COVID-19, a educação regular teve que se adaptar rapidamente às tecnologias para garantir a continuidade do ensino.

TABELA 2- IMPACTOS SENTIDOS NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA COM A COVID 19

Tipo de ImpactoDescrição dos impactosEfeitos ocasionados
Suspensão das aulas presenciaisEm março de 2020, as escolas em todo o Brasil tiveram que suspender as aulas presenciais para evitar a propagação do vírus.Mudança repentina para o ensino a distância e a um grande desafio para os professores, alunos e famílias que tiveram que se adaptar rapidamente.
Desigualdade no acesso à educaçãoA transição para o ensino a distância ressaltou a desigualdade no acesso à educação no Brasil.Muitos alunos não têm acesso a computadores ou dispositivos móveis, conexão à Internet ou um ambiente adequado para estudar em casa.
  Perda de aprendizadoA suspensão das aulas presenciais e a mudança para o ensino a distância levaram  a  uma perda significativa de aprendizado para muitos alunos.Os mais prejudicados, são especialmente aqueles que não têm acesso à tecnologia ou que têm dificuldades de aprendizado.
Impacto na saúde mentalA pandemia também teve um impacto na saúde mental dos alunos e professores.O isolamento social, a ansiedade e o estresse afetaram negativamente o bem-estar mental e emocional de muitos dos envolvidos no processo educacional.
Desafios para o calendário escolarA pandemia também criou desafios para o calendário escolar.As escolas tiveram que ajustar seus calendários e programas de ensino para acomodar a suspensão das aulas presenciais e garantir que os alunos possam concluir o ano letivo.
Impacto na economiaA    pandemia    teve   um      impacto econômico  significativo  no  país, com perdas de arrecadação e produção.Isso afetou o financiamento da educação e limitou o acesso à educação para muitos alunos.

Fonte: Araújo (2023)

Situações que geraram mudanças significativas no ensino regular passa pelo aumento do uso de tecnologias, pois as escolas tiveram que adotar rapidamente tecnologias como videoconferências, plataformas de aprendizado online e aplicativos educacionais para continuar o ensino à distância.

De acordo com Rezende (2021), a aprendizagem flexível, com as aulas online, os alunos tiveram mais flexibilidade para estudar em seu próprio ritmo e horário, o que beneficiou aos alunos que precisam conciliar estudos com trabalho ou outras responsabilidades.

As Novas formas de avaliação, sendo que a avaliação também teve que se adaptar às tecnologias, com a implementação de exames online e outras formas de avaliação que podem ser realizadas remotamente.

Outro fator de mudança foi, segundo De Paula et al (2023), a maior colaboração entre alunos e professores, visto que as tecnologias também permitiram maior colaboração entre alunos e professores, através de fóruns de discussão, grupos de estudo online e outras atividades que permitem a interação entre os alunos e o professor.

Houve maior conscientização sobre o uso de tecnologias, com a necessidade de usar tecnologias para o ensino à distância, professores e alunos tiveram que se adaptar rapidamente a novas ferramentas e aprender a usá-las de forma eficaz. De

acordo com De Menezes (2022), isso aumentou a conscientização sobre o uso de tecnologias na educação e pode levar a mudanças permanentes na forma como o ensino é realizado no futuro.

A pandemia de COVID-19 acelerou a adoção de tecnologias na educação regular, levando a novas formas de aprendizado, avaliação e colaboração entre alunos e professores.

A pandemia de COVID-19 trouxe grandes impactos para a sociedade contemporânea, com mudanças significativas na forma como se vive, trabalhamos, se relaciona e se aprende. Em meio a tantas incertezas, a pandemia obrigou a repensar muitos aspectos da nossa vida cotidiana, acelerando mudanças que já vinham acontecendo em diferentes áreas.

As tecnologias digitais foram fundamentais para mantermos a conexão e a comunicação em tempos de isolamento social, e se tornaram ainda mais presentes na rotina social. As transformações no mundo do trabalho também foram profundas, com a adoção do home office e a valorização de novas habilidades, como a capacidade de adaptação e a resiliência.

No campo da educação, a pandemia acelerou a adoção de novas tecnologias e metodologias de ensino, como o ensino a distância e as metodologias ativas, tornando a educação mais acessível e flexível, mas também colocando em evidência a desigualdade no acesso às tecnologias e a necessidade de uma formação mais humanizada e crítica.

A pandemia, também, mostrou a importância de valores como solidariedade, empatia e responsabilidade social, destacando a necessidade da preocupação, não apenas com a própria saúde, mas também com a saúde coletiva e o bem-estar das comunidades em que se vive.

Diante dos desafios e mudanças trazidos pela pandemia, é necessário que se continue a refletir e agir de forma consciente e colaborativa, buscando construir uma sociedade mais justa, inclusiva e sustentável.

A Tecnologias Inovadoras e as Contribuições para o Ensino

As tecnologias inovadoras têm tido um impacto significativo no ensino, oferecendo novas oportunidades para o aprendizado e permitindo uma abordagem mais personalizada e flexível.

De acordo com Cerigatto (2019), algumas das contribuições das tecnologias inovadoras para o ensino podem ser pensadas como o acesso a recursos educacionais, onde a tecnologia permite o acesso a uma ampla gama de recursos educacionais, incluindo vídeos, materiais didáticos interativos e conteúdo multimídia.

Essa é uma situação que auxilia os alunos a aprenderem em seu próprio ritmo e oferece uma variedade de recursos para apoiar a aprendizagem.

Somado a essa alternativa, a personalização do aprendizado, passa a ser solução mais cabível, pois as tecnologias inovadoras vão adaptando o conteúdo e o ritmo de aprendizado às necessidades individuais de cada aluno. Tal ação colabora para aumentar a eficácia do ensino e melhoria do desempenho dos alunos.

Camargo (2021), destaca que as tecnologias inovadoras também facilitam o aprendizado colaborativo, permitindo que os alunos trabalhem juntos em projetos e tarefas de forma online. Isso pode melhorar a colaboração entre os alunos e ajudá- los a desenvolver habilidades sociais importantes.

Sendo assim, as ferramentas de avaliação, em consonância com as tecnologias inovadoras oferecem novas ferramentas de avaliação, como quizzes online, avaliações automatizadas e feedback instantâneo. Fatores de auxílio personalizado para os professores que tendem a avaliar o progresso dos alunos com mais eficácia e passa a ser mais hábeis para fornecer o feedback mais rápido.

Com relação ao ensino a distância, De Oliveira (2022), destaca que as tecnologias inovadoras também tornam possível essa prática, oferecendo uma alternativa viável para situações em que o ensino presencial não é possível ou prático. A expansão do acesso à educação e oferecimento de novas oportunidades para os alunos é um ganho considerável.

Moreira e Schlemmer (2020), citam que as tecnologias inovadoras, têm contribuído para o ensino, oferecendo acesso a recursos educacionais, personalização do aprendizado, aprendizado colaborativo, ferramentas de avaliação e ensino a distância. O uso inteligente dessas tecnologias ajuda a melhorar a qualidade do ensino e aumentar o acesso à educação.

A metodologia da Sala de Aula Invertida tem se mostrado uma inovação educacional efetiva, proporcionando um ambiente de aprendizagem mais dinâmico e interativo.

As contribuições da Sala de Aula Invertida para a inovação educacional passam por uma aprendizagem ativa, onde na Sala de Aula Invertida, os alunos se envolvem em uma aprendizagem mais ativa e autônoma, permitindo que eles controlem seu próprio ritmo e aprendam de forma mais significativa.

A metodologia também incentiva a participação ativa dos alunos nas atividades em sala de aula, tornando o processo de aprendizagem mais envolvente e interativo.

Com a personalização do aprendizado, na Sala de Aula Invertida os alunos trabalham no seu próprio ritmo e aprendem de acordo com suas próprias necessidades e preferências. Razão pela qual, é particularmente benéfico para alunos com diferentes habilidades e estilos de aprendizagem.

Uma das dificuldades do ensino é a respostas a certas aplicações e nesse modelo se tem o Feedback instantâneo, onde a Sala de Aula Invertida permite que os alunos recebam feedback instantâneo do professor em sala de aula, o que é importante para o aprendizado, favorecendo que os alunos corrijam suas deficiências, aprimorem suas habilidades e aperfeiçoem o conhecimento adquirido.

A inovação tecnológica é uma forma de trazer a Sala de Aula Invertida como incentivo a inovação tecnológica na educação, usando vídeos, plataformas de aprendizagem online e outras ferramentas tecnológicas para criar um ambiente de aprendizagem mais interativo e personalizado.

Por fim, a aprendizagem colaborativa, com uma visão de conjunto a Sala de Aula Invertida incentiva a aprendizagem colaborativa, permitindo que os alunos trabalhem em grupos e compartilhem seus conhecimentos em sala de aula. Como resultado auxilia no desenvolvimento de habilidades sociais e de comunicação importantes.

A Sala de Aula Invertida é uma metodologia inovadora que tem potencial para transformar a forma como se ensina e se aprende. A metodologia, por sua vez, permite uma aprendizagem mais ativa e autônoma, personalização do aprendizado, feedback instantâneo, inovação tecnológica e aprendizagem colaborativa.

Assim sendo, a escola pelo viés tecnológico assume seu protagonismo, destacando na vida escolar o sobressalto do ensino que por morosidade tendia a perda da identidade. Mesmo que a condição de acionamento da educação pelo viés tecnológico e diversificador não seja de fácil aplicação, as tendências do ensino chamam para o meio as discussões e as aplicações que abrem precedentes para novas investidas.

As tecnologias inovadoras têm trazido inúmeras contribuições para o ensino, permitindo que educadores e estudantes tenham acesso a recursos e ferramentas que podem tornar o processo de aprendizagem mais dinâmico, interativo e personalizado.

A utilização de tecnologias inovadoras tem sido apontada como uma das principais tendências para o futuro da educação, uma vez que elas podem auxiliar no desenvolvimento de habilidades e competências importantes para a formação de estudantes mais preparados para os desafios do mundo contemporâneo.

No entanto, é preciso destacar que a adoção de tecnologias inovadoras não pode ser vista como uma solução mágica para todos os desafios educacionais. É necessário que os educadores saibam identificar quais tecnologias são mais adequadas para cada situação e objetivo pedagógico, além de investirem em sua formação para utilizá-las de forma eficiente e crítica.

É importante considerar que as tecnologias inovadoras não podem substituir completamente o papel dos educadores e do ensino presencial, sendo necessário encontrar um equilíbrio entre as tecnologias e as práticas pedagógicas tradicionais para garantir uma formação integral e de qualidade.

Sendo fundamental que as tecnologias inovadoras sejam utilizadas de forma consciente e responsável, garantindo a privacidade e segurança dos dados dos estudantes e evitando a reprodução de desigualdades sociais e educacionais. A adoção de tecnologias inovadoras deve estar a serviço da educação de qualidade para todos.

2.     METODOLOGIA

Esta seção tem como finalidade apresentar os procedimentos metodológicos, como forma de orientação no processo de investigação. Traz o caminho percorrido para levar à prática das concepções que foram compartilhadas anteriormente, focalizando o cenário de realização da pesquisa e pontuando a metodologia adotada para realização da proposta das coletas dos dados, bem como suas análises.

A pesquisa foi elaborada com estudos sobre a educação no período de pós- pandemia, exemplo às notas tecnológicas da organização todos pela Educação. As suas preocupações coincidiram com as deste estudo, e até proporcionaram melhorias, pelo que a sua confirmação é necessária, pois é fortemente reportada e está de acordo com o cenário atual. Uma vez que o estudo buscou identificar desafios e conquistas na perspectiva dos professores da escola estadual de tempo integral Senador Petrônio Portella, sobre o uso da sala de aula invertida, auxiliada pela plataforma Google, durante o período pandêmico de 2020 a 2022.

Essa descentralização no cenário educacional que se deu com a implementação do ensino a distância deixa a comunidade escolar ávida por entender os novos caminhos e se encaixar nas diferentes vertentes que o sistema assume, e mais, devido a poucas informações baseadas em evidências reais, sucumbe a rápida ascensão do sistema para incorporar meios de aprendizagem mais significativa.

Trata-se de uma pesquisa exploratória-descritiva com a incumbência de associar os aspectos reais, legais e adversos para a educação tecnológica e o uso da metodologia ativa no formato aula invertida, sem o risco de situações degeneradas e de cunho discriminatório, a pesquisa aborda uma perspectiva de associar as dificuldades às vantagens adicionais.

O enfoque é qualiquantitativo. Nesse sentido se buscou associar os meios mais reticentes para que a pesquisa pudesse relacionar as diferentes proposituras propostas no escopo do projeto.

De todo o universo dos alunos das escolas de tempo integral atuante em Manaus, essa pesquisa selecionou a Escola estadual Senador Petrônio Portella que conta com um quantitativo de alunos do ensino médio acima de 700 matriculados, nas três séries e cerca de 26 professores, de diversas áreas de conhecimento. A pesquisa contou com a participação de dez (10) professores e cinquenta (50) alunos das três séries.

Como instrumento foram utilizados formulários com perguntas e a técnica de coleta de dados foram utilizados (02) questionários sendo cada um (01) com quinze (15) perguntas abertas e fechadas. O primeiro intitula-se entrevista ao professor, o segundo entrevista aos alunos.

3.     RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nesta seção estão apresentados os resultados da pesquisa que traduzem as informações pertinentes à utilização da sala de aula invertida nas aulas do ensino médio da escola estadual de Tempo Integral Senador Petrônio Portela, localizada no Município de Manaus-AM.

Tomando posse do tema que propôs explicitar quais contribuições para o ensino, a metodologia sala de aula invertida trouxe durante o período pandêmico de 2020 a 2022. Fica direcionada a seguinte questão: primeiramente estão relacionados os dados de respostas dos professores e depois dos alunos.

A primeira condição é perceber o grau de entendimento dos sujeitos com relação ao uso das tecnologias. Para os professores foram feitas as perguntas referentes a contribuições metodológicas na sala de aula invertida, sendo:

As metodologias ativas são importantes meios de adaptar o ensino no formato híbrido; o ensino fica mais adaptado e a aprendizagem se torna possível se forem combinadas as metodologias; a sala de aula invertida utiliza recursos tanto físico quanto virtual dependendo da atividade que é programada; as inovações tecnológicas e a utilização de novas tecnologias ficaram mais difundidos no meio educacional após a pandemia.

Da relação de quatro perguntas cujas respostas deveriam ser assinaladas pelos participantes com os termos: concordo totalmente; concordo parcialmente; não concordo nem discordo; discordo parcialmente e discordo totalmente. As respostas a esses questionamentos estão no Gráfico 1.

Observando o padrão de respostas dos professores, recaiu a seguinte análise, sendo que o gráfico deve ser lido de baixo para cima:

A pergunta destacada em primeiro plano, que destaca: as metodologias ativas são importantes meios de adaptar o ensino no formato híbrido. Os professores responderam: 70% “concordo totalmente”; 20% “concordo parcialmente” e 10% “discordo parcialmente”.

Acerca das possibilidades de utilização das metodologias ativas como fundamento para a adaptação da sala de aula no sistema híbrido, os professores sentem que isso é relevante, que ainda existam professores que mantenham algumas restrições a maioria concorda que as metodologias ativas são sim, forte fundamento de adaptação da escola para o ensino diferenciado.

GRÁFICO 1: CONTRIBUIÇÕES METODOLÓGICAS NA SALA DE AULA INVERTIDA– VISÃO DO PROFESSOR

Fonte: O pesquisador (2023)

Segundo Da Silva (2021), em sala de aula, o professor faz uso de diversas atividades que estimulem o pensamento crítico, que faça com que os estudantes sejam confrontados com problemas que exijam debates, especulação de possíveis soluções etc. e essas atividades propostas são caracterizadas como metodologias ativas, em que o modelo do ensino híbrido pode apresentar características dessas metodologias.

É um conjunto de fatores que favorecem a flexibilização da visão dos professores e alunos, da construção de uma escola que se move a favor da adequação de condições e meios de se manter ativa.

Na segunda pergunta que cita: o ensino fica mais adaptado e a aprendizagem se torna possível se forem combinadas as metodologias. Nessa questão as respostas dos professores foram as seguintes: 80% disseram “concordo totalmente”; 20% “concordam parcialmente”.

Os professores entendem que a escola, após experimentar a combinação de ideias passa a ser mais receptiva para combinar as metodologias e se integrar ao meio mais inovador, os professores, com suas respostas mostram que acreditam na interação das metodologias para aprimorar o ensino.

De acordo com Do Nascimento (2020), a busca de ferramentas, metodologias que permitam que o processo de ensino e aprendizagem continue. Sendo assim, as metodologias ativas de aprendizagem, portanto, são meios que podem ser utilizados, para amenizar a lacuna e os desafios educacionais da atualidade pois, pode desenvolver nos alunos o trabalho coletivo, a pluralidade, o contraste de ideias e a capacidade de questionar, preenchendo espaços pouco explorados.

Os aspectos que promovem o despertar da comunidade escolar para suas aplicações, passa pela adesão dos professores, que sinalizam na busca de meios metodológicos mais aprimorados. Isso é coincidente com os resultados que a escola destaca em nível de adaptabilidade para a aprendizagem dos alunos.

Na pergunta 3, que se encerra em: a sala de aula invertida utiliza recursos tanto físico quanto virtual dependendo da atividade que é programada. A resposta dos professores trouxe o seguinte resultado: 60% responderam “concordo totalmente”; 30% “concordo parcialmente” e 10% “discordo totalmente”.

As respostas exprimem um certo zelo dos professores ao que se refere à utilização de recursos e eleva o nível de tensão sobre a diversificação das ferramentas, razão pela qual alguns professores decidem se reservar ou destacar suas opiniões contrárias às adaptações destacadas.

Dos Santos Oliveira (2020), destaca que os crescentes avanços tecnológicos e o fácil acesso a novas tecnologias levaram a mudanças significativas na sociedade as quais agora se refletem na educação.

As mudanças são sentidas e tão logo aplicadas no formato de educação vigente, o que se acopla à visão de professores adeptos das inovações e criam soluções, por outro lado existem aqueles que ainda, relutantes precisam de mais fundamentos para inovar em suas práticas e outros que veem com certo rigor as problemáticas que trazem, muitas vezes para a própria sustentação do profissional que decidiu não acompanhar o rumo da tecnologia.

A pergunta 4, que cita: as inovações tecnológicas e a utilização de novas tecnologias ficaram mais difundidos no meio educacional após a pandemia. Desse questionamento, os professores responderam|: 80% dizem “concordo totalmente”; 10% “concordo parcialmente” e 10% “não concordo nem discordo”.

Mais uma vez o perfil de resposta dos professores se alinha a concordância que as tecnologias e suas inovações passaram a ser mais efetivas nos pós pandemia, uma vez que a escola experimentou um jeito sobreposto de se colocar diante de dificuldades e encontrou soluções na adversidade.

Ribeirinha (2020), destaca que a “Sala de Aula Invertida” é uma dessas metodologias e o propósito deste texto é avaliar a eficácia da componente online dessa metodologia.”

A exposição de fatores que agregam vantagens de associação das metodologias ao campo das inovações é uma forma de subsidiar atratividade ao ensino, uma vez que suas ações estão voltadas a receber o legado que as metodologias combinadas são incentivadas na sala de aula.

Aos alunos, acerca da temática das contribuições da metodologia sala de aula invertida para o ensino, as perguntas seguiram um ritmo de identificação das demandas, pois, para que ele possa responder aos questionamentos ele deve ter participado de atividades que contemplam a sala de aula invertida. Por essa razão foram feitas seções de explicação sobre os fundamentos da sala de aula invertida para alunos das três séries do ensino médio da Escola, explicando e demonstrando como se vê a sala de aula invertida.

Nesse sentido foi explicado aos mesmos que no período da pandemia, esse processo foi amplamente utilizado, com a adequação do ambiente virtual para uso em todas as ações de avaliação e interação professor aluno através do Google classroom. A primeira pergunta foi: você conhece a sala de aula invertida? A resposta dos alunos está no Gráfico 2.

As respostas revelam que os alunos detêm certo conhecimento sobre a sala de aula invertida, sendo que 63% dos respondentes alunos marcaram “SIM”, 20% disseram “NÃO” e 17% “um pouco”.

As respostas se firmam a condição dos alunos da escola, que tem certo compromisso com a qualidade do estudo, uma vez que no período da pandemia o sistema sala de aula invertida foi utilizado e acionado pela maioria significativa dos alunos, o que impacta nos alunos que dizem não conhecer a sala de aula invertida, pois a maioria dos alunos estudou no período da pandemia.

GRAFICO 2- VOCÊ CONHECE A SALA DE AULA INVERTIDA?

Fonte: O pesquisador (2023)

Os alunos da Escola Estadual Senador Petrônio Portela em sua maioria destacam conhecimento sobre a metodologia e em meio aos resultados que a escola destaca, os alunos interagiram em sua maioria com as ferramentas e muitos alunos, ainda que tenham tido a experiência não conseguem associar a sala de aula invertida com as ferramentas do sistema digital existente.

Aos alunos foi perguntado: Seus professores trazem para a sala de aula as inovações? As respostas esperadas são sim, não e as vezes, o gráfico 3 traz as respostas dos alunos.

As respostas para essa pergunta são as seguintes: 67% dos alunos respondem “sim”, 25% dizem “as vezes” e 8% dizem “não”. O indicativo é que os alunos têm certa cautela ao mencionar a ação dos professores em sala de aula, especialmente quando se trata de professores resistentes à inovação e que de alguma forma nutrem certa autonomia sobre os alunos.

Essa forma, fragmenta um pouco os resultados que mostra um terço dos respondentes afirmando que os professores às vezes levam inovação à Sala de aula. A maioria significativa afirma que sim, que as inovações estão presentes no planejamento das aulas dos professores.

Segundo Nunes e Lima (2021), os professores são os principais responsáveis pela incorporação das inovações tecnológicas em suas práticas pedagógicas, sendo necessário o seu envolvimento e a sua capacitação para utilização de recursos tecnológicos como ferramentas pedagógicas.

Esse é um dado a instigar, pois para ter capacidade de interagir com as tecnologias e inovações o professor tem que se capacitar e estar constantemente em meio de potencialidade com a inovação, no exercício das mudanças requeridas.

Aos alunos ainda foi perguntado: a sala de aula invertida é uma forma de dinamizar as aulas e seus fundamentos com a extensão para fora da sala de aula física. Ela é um forte elo do estudante com o conhecimento. No gráfico 4 consta a resposta dos alunos para essa questão.

A resposta dos alunos tem o seguinte perfil: 53,3% dizem “concordo totalmente”, 13,33% dizem “concordo parcialmente”; 8,33% responderam “Não concordo nem discordo”; 16,66% dizem “discordo Parcialmente” e 8,33% responderam “discordo totalmente”.

GRAFICO 3- SEUS PROFESSORES TRAZEM PARA A SALA DE AULA AS INOVAÇÕES?

Fonte: O pesquisador (2023)

Essa resposta deixa um pouco fragmentada as respostas, ainda que a maioria afirme concordar que a sala de aula invertida é um meio dinâmico de validar os fundamentos da extensão escola física e virtual, existem uma discordância por uma parcela significativa dos alunos, que se queixam da ausência de suporte para acesso, que nem sempre tem internet para logar e às vezes falta é condições estruturais, como um smartphone para essa aplicação.

Segundo Silva e Fonseca (2020), A sala de aula invertida possibilita a ampliação do espaço de aprendizagem para além da sala de aula física, permitindo a extensão do ambiente de ensino e aprendizagem para diferentes contextos, como a casa do aluno, espaços públicos, laboratórios de informática, entre outros.

Mesmo que a situação do acesso a internet seja um dos gargalos e que os alunos precisam de suporte para interagir com as aulas, existem meios de potencializar o uso das ferramentas digitais na sala de aula.

Outra pergunta executada aos alunos foi: Com que frequência você acompanha você experimenta novas tecnologias em sua sala de aula? Nessa pergunta as repostas foram as seguintes: 72% dos alunos responderam com muita frequência, 17% afirmaram frequentemente, 7% afirmaram ocasionalmente e 4% disseram raramente.

Essas respostas expressam que a sala de aula se tornou um local de encontro dos alunos com as tecnologias, a forma de como interagem é um aprendizado, que integrando professores e alunos, revela uma escola diferenciada.

Segundo Ramos (2021). Ainda é possível observar que a frequência com que os alunos experimentam novas tecnologias em sua sala de aula é variável, podendo ocorrer em alguns casos com mais frequência, mas em outros casos ocorrendo de forma mais esporádica.

GRAFICO 4- A SALA DE AULA INVERTIDA E A EXTENSÃO PARA FORA DA SALA DE AULA FÍSICA

Fonte: O pesquisador (2023)

Essa demanda se dá não pela falta de opções ou muitas das vezes instruções, mas pela ausência de suporte para manter o aluno na sala de aula, com acesso às tecnologias. A dependência de fatores que vão além da intenção do aluno em fazer suas ações voltadas à atender aos apelos da inovação e do compromisso com o ensino inovador.

Vislumbrou-se, as contribuições para o ensino, que a metodologia sala de aula invertida trouxe durante o período pandêmico de 2020 a 2022.

A metodologia da sala de aula invertida tem se mostrado cada vez mais popular no cenário educacional atual. Nessa abordagem, os alunos têm acesso ao conteúdo previamente, seja por meio de vídeos, textos ou outros recursos, e utilizam o tempo em sala de aula para discutir, interagir e aplicar o conhecimento em atividades práticas.

Essa metodologia contribui para o ensino de modo geral, pois ela permite que os alunos assumam um papel mais ativo em seu próprio processo de aprendizagem, desenvolvendo a capacidade de pesquisar e selecionar informações relevantes, além de incentivar a reflexão crítica sobre os conteúdos estudados. Com a inversão do papel do professor, que passa a ser um facilitador e orientador, os alunos têm a oportunidade de aprender em um ambiente mais interativo e colaborativo, o que favorece o diálogo e a troca de ideias entre eles.

A metodologia da sala de aula invertida estimula a criatividade e a autonomia dos alunos, uma vez que eles são desafiados a propor soluções para problemas concretos e a aplicar o conhecimento adquirido em situações reais. Dessa forma, a aprendizagem se torna mais significativa e o aluno passa a ter uma visão mais ampla e crítica do mundo.

Assim, a sala de aula invertida pode ser considerada uma metodologia que contribui para o ensino de modo geral, pois ela possibilita uma aprendizagem mais ativa, participativa e significativa, em que o aluno é o protagonista do seu próprio processo educativo.

Na escola Estadual Senador Petrônio Portella, os alunos são motivados a serem difusores de informações que estão sendo aplicados em suas salas de aula e muito dessas difusões passa pelos métodos utilizados pelos professores, que no sentido de aplicação da sala de aula invertida é um avanço que foi conseguido com a experiência da aula hibrida no período da pandemia.

Os professores afirmam que as aulas se tornam diferentes, mais desafiadoras, mas que se faz necessário interagir, mesmo que haja resistência por parte de alguns professores e alunos, a sala de aula invertida é uma evolução da escola que passa a se estender para diferentes performances.

Os alunos por sua vez percebem que a contribuição da sala de aula invertida carece de aprimoramento da instrução dos professores que precisam estar alinhados com as tendências do tempo.

No conjunto, tanto alunos, quanto professores entendem que as contribuições da sala de aula invertida para o ensino são maneiras de sofisticar o ensino e isso se faz um aproveitamento de uma experiência forçada no período pandêmico.

4.     CONCLUSÃO

Os resultados apresentados evidenciam as contribuições significativas da metodologia da sala de aula invertida no contexto educacional da Escola Estadual de Tempo Integral Senador Petrônio Portela, em Manaus-AM, especialmente durante o período pandêmico de 2020 a 2022. Observou-se que tanto professores quanto alunos reconhecem os benefícios dessa abordagem, embora ainda existem desafios relacionados à capacitação docente e ao acesso a tecnologias.

A análise das respostas dos professores revelou que a maioria concorda totalmente ou parcialmente com a relevância das metodologias ativas para adaptar o ensino ao formato híbrido, combinando recursos físicos e virtuais. Essas práticas incentivam o pensamento crítico e a resolução de problemas, tornando a aprendizagem mais significativa. Ainda assim, uma parcela de professores demonstrou resistência, evidenciando a necessidade de formação contínua e suporte institucional.

Os dados coletados junto aos alunos reforçam o impacto positivo da sala de aula invertida no engajamento e na aprendizagem. Embora a maioria reconheça sua importância, as limitações estruturais, como acesso à internet e equipamentos adequados, continuam sendo desafios significativos. A sala de aula invertida amplia o espaço de aprendizagem, conectando o ambiente escolar a diferentes contextos, mas requer condições mínimas para sua efetiva implementação.

A pandemia acelerou a adoção de tecnologias no ensino, permitindo que metodologias como a sala de aula invertida fossem testadas e aprimoradas. Os resultados destacam a necessidade de integrar essas inovações de forma planejada e sustentável, alinhando estratégias pedagógicas aos recursos disponíveis.

Portanto, conclui-se que a sala de aula invertida contribui para a modernização e dinamização do ensino, promovendo a autonomia e o protagonismo dos alunos. No entanto, para alcançar resultados ainda mais expressivos, é essencial investir na formação de professores, na infraestrutura tecnológica e no engajamento de toda a comunidade escolar. Futuras pesquisas podem explorar formas de superar as barreiras identificadas, ampliando os benefícios dessa metodologia em contextos educacionais diversificados.

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1 Doutor em educação

2 Doutor em educação