A INICIAÇÃO ESPORTIVA NA ESCOLA. UM RECURSO PEDAGÓGICO E METODOLÓGICO DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM, REALIZADO NA ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA CECÍLIA FERREIRA DA SILVA, LOCALIZADA NA ZONA LESTE DA CIDADE DE MANAUS- AMAZONAS-BRASIL

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102410241752


Ribeiro, Paulo Sérgio Da Silva


RESUMO

Observando as aulas práticas de Educação Física que aconteciam no ginásio poliesportivo de uma Escola Estadual localizada na zona leste da cidade de Manaus, no ano de 2021, surgiu o interesse em saber o que causava essa desmotivação nos alunos. Quando questionados sobre a não participação, apenas limitavam-se a responder que não tinham interesse em praticá-las. A pesquisa se desenvolveu através do acompanhamento com os alunos durante as atividades de iniciação esportiva, de abordagem descritiva e enfoque qualitativo e quantitativo, na Escola Estadual Professora Cecília Ferreira da Silva. Manifestando assim a necessidade de uma análise mais aprofundada da situação, para buscarmos saber os verdadeiros motivos que os levava à não participarem dessas atividades. Trataremos também os elementos motivacionais (intrínseca e extrínseca) dos alunos em aulas de Educação Física, entendendo- se por motivação intrínseca, o interesse do indivíduo pelos aspectos inerentes à atividade e por motivação extrínseca, executar a tarefa visando recompensas externas a ela.

Palavras-chave: Iniciação Esportiva. Motivação. inclusão. Didática.

RESUMEN

Observando las clases prácticas de educación física que ocurrían en la cancha polideportiva de una escuela estatal ubicada en la zona este de la ciudad de Manaus, en el año de 2021, surgió el interés en saber lo que causaba esa desmotivación en los alumnos. Cuando cuestionados sobre la no participación, apenas se limitaban a contestar que no tenían interés en practicarlas. La investigación se desarrolló a través del acompañamiento con los alumnos durante las actividades de iniciación deportiva, de abordaje descriptivo y enfoque cualitativo y cuantitativo, en la escuela estatal “Professora Cecília Ferreira da Silva”. Manifestando así la necesidad de un análisis más profundizado de la situación, para que sepamos los verdaderos motivos que les llevaban a no participar de esas actividades. Trataremos también los elementos motivacionales (intrínseca y extrínseca) de los alumnos en clases de Educación Física, entendiéndose por motivación intrínseca, el interés del individuo por los aspectos inherentes a la actividad y por motivación extrínseca, ejecutar la tarea pretendiendo recompensas externas a ella.

Palavras-chave: iniciación deportiva. Motivación. Inclusión. Didáctica.

INTRODUÇÃO

A análise desse tema surgiu da necessidade em saber o que causava a desmotivação nos alunos com relação às aulas práticas de Educação Física. Que teve início numa observação durante as aulas práticas de Educação Física que aconteciam no ginásio poliesportivo de uma Escola Estadual localizada na zona leste da cidade de Manaus, no ano de 2021.

Temos como entendimento que a iniciação esportiva se faz cada vez mais necessária e presente na vida das crianças e dos adolescentes, pelo fato de alguns pais trabalharem e necessitarem manter seus filhos ocupados com diversas atividades, ou pela vontade desses pais ou das próprias crianças e adolescentes de praticarem uma atividade física, seja essa atividade esportiva ou não, ou ainda pela preocupação dos pais e responsáveis em desenvolverem em seus filhos hábitos saudáveis de vida.

Durante as aulas de Educação Física, pudemos verificar que alguns alunos (em sua maioria), não participavam das atividades e quando questionados sobre a não participação, apenas limitavam-se a responder que não tinham interesse em praticá-las. Manifestando assim a necessidade de uma análise mais aprofundada da situação, para buscarmos saber os verdadeiros motivos que os levava à não quererem participarem das atividades práticas.

O atual aspecto motivacional dos alunos que envolve a sua participação nas atividades escolares, se tornou um desafio que necessita de acompanhamento. São ações que necessariamente estarão voltadas pedagogicamente para as áreas de ensino, não somente nas aulas de Educação Física. A Educação Física é um componente curricular obrigatório na educação básica de ensino. Assumindo função importante dentro da sociedade atual, integrando o discente em conformidade com a estrutura curricular na questão dos movimentos corporais e culturais, possibilitando para as crianças e adolescentes, experiências motoras que lhes favorecerão ao longo de suas vidas, tendo estilos de vida que os motivem a adotarem comportamentos para uma vida saudável, com práticas de atividades físicas de rotina.

A questão motivacional quando relacionada ao comportamento humano necessita de olhares mais apurado para buscar identificar quais as competências que devem ser identificadas, relacionando de qual forma essa motivação pode nos levar ao sucesso ou ao mesmo tempo tentar evitar o fracasso. O objetivo do esporte contemporâneo é vencer, e os adolescentes ainda não estão acostumados com isso, nessa etapa de vida o aspecto motivacional vem contribuir para e ajudar e a superar possíveis derrotas de forma instrutiva, pensada e assim partir para novos combates.

Como motivar os alunos da Escola Estadual Professora Cecília Ferreira da Silva, localizada na rua Hortelã, S/N, João Paulo II, Jorge Teixeira, Manaus-Amazonas-Brasil, para participarem efetivamente das atividades de Iniciação Esportiva, e, não somente os alunos que são mais habilidosos? De que maneira essas atividades esportivas poderão contribuir para a participação das turmas com maior motivação e interesse?

  1. Quais são os principais fatores que desmotivam os alunos a não participarem das atividades práticas durante as aulas de Educação Física na Escola Estadual Professora Cecília Ferreira da Silva, localizada na rua Hortelã, S/N, João Paulo II, Jorge Teixeira, Manaus–Amazonas -Brasil?
  2. O que ocasiona o desinteresse e o descaso em relação às atividades práticas de Educação Física desenvolvidas no âmbito escolar?
  3. As atividades de Educação Física estão possibilitando a inclusão dos alunos antes e durante as aulas?
1                ASPECTOS MOTIVACIONAIS

Como motivar os alunos da Escola Professora Cecília Ferreira da Silva para participarem efetivamente das atividades de Iniciação Esportiva, oportunizando a inclusão nas atividades esportivas, e não somente aos alunos que são mais habilidosos e tem uma boa performance durante as mesmas?

Temos conhecimento sobre as mudanças que ocorreram especificamente para as aulas de Educação Física. Antes dessas mudanças até o final da década de 90, as aulas eram realizadas no contraturno, onde os alunos que estudavam no turno matutino realizavam as aulas no turno vespertino e vice- versa. A participação dos alunos durante esse período era muito satisfatória, porém, existia um diferencial nos alunos que buscavam na prática de atividades físicas saudáveis um elemento fundamental para que pudessem estar presentes: o fator motivacional. Os alunos estavam sempre presente e participando das aulas práticas e buscavam se destacar durante os treinamentos coletivos e individuais, conforme a modalidade esportiva na qual estavam inseridos, convocados, ou participando.

O primeiro fator que buscamos analisar está voltado para questão dos aspectos motivacionais. De que maneira o Professor de Educação Física pode contribuir na motivação dos seus alunos? Quais os aspectos a serem identificados? A prática da iniciação esportiva dentro do ambiente escolar pode de fato colaborar para o processo motivacional dos alunos?

A Educação Física por seu valor e relevância dentro da sociedade, sempre ocupará um espaço de essencial importância, principalmente na formação do aluno como um ser pleno. Além de sua valorização em conformidade com seus aspectos pedagógicos educacionais dentro da rede básica de ensino.

Dessa forma, considera-se que a Educação Física, sob o ponto de vista conceitual:

Deve ser entendida como um processo elaborado em bases científicas, pedagogicamente enquadrado e orientado para garantir o desenvolvimento progressivo das capacidades da motricidade da criança, graças a utilização adaptada da enorme riqueza das atividades físico desportivas, devendo também constituir sua preocupação o acesso ao conhecimento das atividades desportivas, do nosso tempo, na perspectiva da sua prática voluntária ao longo da vida (Mota 1997,p. II).

O Currículo enunciado dos programas de Educação Física do º Ciclo (1998), e 3º Ciclo (2001), referem-se explicitamente a motivação como processo pedagógico. Deste modo, verifica-se que no 2º Ciclo, o programa considera que:

A motivação dos alunos e a qualidade de sua participação devem ocupar um lugar central nas decisões dos professores e na intervenção pedagógica. Assim, a satisfação proporcionada pelas atividades da EF deve ser associada ao prazer da iniciativa, da superação pessoal e do convívio fraterno, na direção, portanto, dos objetivos destes programas (1998, p. 7).

O atual aspecto motivacional dos alunos que envolvem a sua participação nas atividades escolares, se tornou um desafio que necessita de acompanhamento. São ações que necessariamente estarão voltadas pedagogicamente para as áreas de ensino, não somente nas aulas de Educação Física. A Educação Física é um componente curricular obrigatório na educação básica de ensino. Assumindo função importante dentro da sociedade atual, integrando o discente em conformidade com a estrutura curricular na questão dos movimentos corporais e culturais, possibilitando para as crianças e adolescentes, experiências motoras que lhes favorecerão ao longo de suas vidas, tendo estilos de vida que os motivem a adotarem comportamentos para uma vida saudável, com práticas de atividades físicas de rotina.

Alguns pesquisadores sempre ressaltaram da importância de sentir motivado dentro do ambiente escolar, pois, tornou-se um fator muito determinante para que os mesmos possam adquirir um nível de qualidade dentro processo ensino-aprendizagem e no seu desempenho dentro dessas atividades. Sempre com disposição para agir por se sentir motivado para essas ações. Isso tem a ver com também com os tipos de motivações que podem ser intrínseca e extrínseca, ou até mesmo não encontrarem um fator que venha determinar uma motivação aparente, no caso podemos dizer que é uma amotivação.

O que é motivação? É um impulso que faz com que as pessoas ajam para alcançarem seus intuitos. Envolvendo fenômenos emocionais, biológicos e sociais. Dentro da Psicologia podemos dizer que motivação é um conjunto de processos que dão ao comportamento, uma intensidade, uma direção determinada e uma forma de desenvolvimento próprias da atividade individual.

A amotivação é um conceito que não especifica um fator determinante para que o indivíduo venha desempenhar suas atribuições ou ação. Trata-se de uma maneira de “fazer” as coisas sem que haja um estímulo, seria como que uma ação de se levantar, andar e sair do quarto, quase que institivamente.

Minelli ressalta que existe um conflito interno dentro do indivíduo que o direciona para um comportamento para que não venha ter sentimentos de culpa ou ansiedade, caso não consiga realizar exercícios físicos regulares. Seria como que um equilíbrio e uma espécie de fator interno que vem introduzir um outro fator externo fazendo a balança não pender para o orgulho ou a vaidade.

A adoção de comportamentos que algumas pessoas passam a praticar visando o seu bem estar. Realizando atividades físicas que os possibilite ter uma qualidade de vida melhor, tratando de sua saúde física e mental. Em alguns casos o indivíduo passa a realizar uma ação ou atividade para também evitar uma mea culpa evitando se tornar negligente e buscando sempre estar com sua autoestima elevada. Podemos aqui relacionar as atividades realizadas pelos atletas profissionais, que passam a executar as atividades de treinamento com um objetivo de tornar um atleta melhor, no entanto, existe o fator de querer estar sempre bem para buscar uma vaga de titular em sua equipe. Um exemplo dessa situação são pessoas que fariam exercício por vontade própria quando identificadas com a importância de exercitar-se regularmente para a sua própria saúde e bem estar.

Para Minelli e colaboradores (2010) a amotivação diz respeito à ausência de intenção ou pensamento em relação a qualquer comportamento. Portanto, a pessoa consegue perceber a incerteza se alguma ação realizada que possivelmente apresentará um resultado, acontecerá ou não, não coexistindo um motivo para permanecer a realizar uma determinada atividade.

O entendimento do aspecto motivacional na Educação Física Escolar, pode possibilitar aos profissionais da área que escolham atividades que favoreçam uma melhor interação dos seus alunos dentro dessas atividades, que promover positivamente o bem-estar e trazer experiências que venham agregar satisfatoriamente nos seus alunados.

Segundo Roberts (1992a, 1993) a motivação refere-se a fatores da personalidade, cognições e/ou variáveis sociais que interferem no comportamento e o direcionam, numa situação de realização. O indivíduo se envolve em alguma tarefa e dispende uma quantidade de energia/esforço que o impulsiona para a concretização do objetivo (por exemplo, entrar em competição com outros, ou tentar alcançar algum nível de excelência). Depois avalia a sua ação e considera-se responsável pelos resultados obtidos. Tais circunstâncias são assumidas para facilitar várias disposições motivacionais e/ou avaliações cognitivas que influenciam o comportamento humano em situações de realização. Especificamente, considera-se que o comportamento de realização é determinado pelos aspectos relacionados com aproximar e/ou evitar disposições, incentivar valores de sucesso e fracasso e/ou efetuar avaliações de sucesso e fracasso.

Em contextos de atividade física e desportiva, é habitual que o indivíduo evidencie comportamentos de esforço, concentração e persistência, com o objetivo de conseguir atingir um melhor desempenho (Roberts, 2001).A necessidade de se compreender o comportamento motivado é um dos pontos centrais defendidos pelos psicólogos desportivos e educadores, por razões que se relacionam com o desenvolvimento das teorias motivacionais e também por razões que estão relacionadas com a aplicação bem sucedida dessas teorias em contextos de realização (Weiss & Chaumeton, 1992).

1.1           Motivação e suas teorias

De acordo com Weiner, 1992, ao longo dos tempos que inúmeras teorias da motivação têm sido elaboradas, e são posteriormente adotadas por pesquisadores em seus estudos.

Na opinião de Roberts (1992a), a história da teoria da motivação assenta na procura da verdadeira teoria. Devido à complexidade do fenômeno motivacional, que se pode manifestar em vários sentidos, torna-se difícil a sua análise e compreensão, não sendo ainda completamente entendido no contexto do desporto. Somente quando a teoria se desenvolver é que se poderá entender, na totalidade, o comportamento de realização.

Quando se estuda a motivação e os seus efeitos no comportamento de realização, baseia-se a investigação em três aspectos diferentes: a energização, a direção e a regulação. A verdadeira teoria da motivação se manifesta quando visa os três aspectos do comportamento de realização (Roberts, 2001). Assim, alguns caminhos da investigação que descrevem a direção e a regulação do comportamento sem especificarem porque é que este foi estimulado, não são verdadeiras teorias motivacionais, mesmo que se revele o comportamento de realização (Roberts, 1992a).

As teorias motivacionais poderão agrupar-se em duas grandes

  1. As teorias mais mecanicistas, segundo as quais o indivíduo é um ser reativo que realiza as suas ações como consequência de “drives psicológicos” (necessidades/impulsos).
  2. As teorias mais cognitivas, que consideram que as pessoas são seres ativos que estruturam o seu comportamento com base em interpretações subjetivas do contexto em que se encontram (Roberts, 1992a, 1993; Fonseca, 1993a).

Ao analisarmos a literatura especializada verificamos que o estudo da motivação evoluiu em termos de interesse. Na primeira metade do século XX, as teorias psicoanalíticas do drive dominavam a área, e termos como equilíbrio e hedonismo eram utilizados (Roberts, 1992a); mais tarde, verificou-se um aumento dos centros de interesse na compreensão das cognições dos indivíduos (Weiner, 1990), o que cada um pensa, e/ou, o que cada um conhece (Carron, 1984). Essa pesquisa considera que aquilo que pensamos, resulta da forma como percebemos os acontecimentos, pode condicionar diretamente a nossa motivação e, consequentemente, o nosso comportamento.

Conforme o mecanicismo, o ser humano reage à uma motivação de acordo com as suas carências ou desejos, sobre o que ele precisa ou sente naquele momento. As teorias cognitivas como o próprio nome diz que consideram as cognições (crenças, representações, ideias, pensamentos ou metas) como fator central dos processos motivacionais, determinado não apenas os aspectos comportamentais, no sentido de aproximação ou prevenção de certas tarefas.

A ideia de que cada indivíduo se determina e se esforça muito para poder satisfazer suas necessidades básicas tanto pessoais quanto profissionais. Classificando que as necessidades consideradas de níveis mais baixos devem ser satisfeitas antes das necessidades de níveis mais altos. Fazendo com que cada necessidade do ser humano influencie diretamente na sua motivação pessoal e o faça sentir outras necessidades, ou seja, as suas necessidades básicas de sobrevivência.

1.1.2      A Motivação Intrínseca

O que motiva os alunos dentro do ambiente escolar e verificarmos as influências ou fatores intrínsecos ou extrínsecos, e que o meio em que eles estão inseridos pode também de certa maneira influenciar na motivação e aptidão dos mesmos.

Ainda não existem muitos estudos que abordam a utilização do tema motivação, seja ela intrínseca ou extrínseca especificamente dentro do contexto da Educação Física Escolar. Ao contrário do que temos conhecimento de estudos realizados com atletas, que difere completamente, onde o atleta busca a motivação para êxito pessoal e profissional. Todo o seu sucesso advirá do que o atleta se propõe a realizar. A disciplina de Educação Física por ser de cunho obrigatório para todos os alunos dentro da grade curricular educacional, difere em parte do contexto de iniciação esportiva, pois, na iniciação esportiva o discente tem a opção de escolher qual modalidade que mais se identifica e gosta de praticar, voltado para o querer do mesmo.

Analisamos através de um questionário elaborado por nossa equipe sobre a motivação intrínseca e extrínseca, que foi utilizado especificamente neste estudo para as aulas de Educação Física, onde se verificou que, a partir do resultado de uma amostra de 90 alunos, divididos em números iguais de 45 alunos do sexo masculino e de 45 alunas do sexo feminino, que deram um resultado que tem por finalidade avaliar o interesse dos mesmos sobre as aulas práticas, da satisfação e do envolvimento dos alunos nas atividades. Ou seja, os alunos (sexo masculino) apresentaram maiores índices voltados para a motivação intrínseca em contrapartida da motivação extrínseca, para as aulas práticas de Educação Física.

No quesito dos motivos de satisfação e realização, os alunos do sexo masculino apresentaram expectativas maiores para serem bem mais sucedidos do que as alunas do sexo feminino, que apresentaram medo maior de não serem bem sucedidas.

Quando um indivíduo se sente motivado de maneira intrínseca, tem maior satisfação e prazer em realizar atividades que venha proporcionar bem estar. A motivação intrínseca produz no indivíduo a necessidade de conhecer e praticar atividades novas que lhe proporcione prazer como foi dito anteriormente, alegria, satisfação e a capacidade de insistir para não desistir.

A motivação intrínseca está relacionada a capacidade do aluno ou aluna se sentir bem ao realizar determinada atividade física. Esse prazer advém da satisfação pós-atividade que faz com que o organismo reaja de maneira prazerosa com a produção de Dopamina, Serotonina, Ocitocina e Endorfina (hormônios da satisfação/prazer). Que em conjunto produzem as sensações de bem estar físico e emocional.

Conceito de Ocitocina – São moléculas neuro-hormonais, com efeitos relacionados à sensação de prazer. O ato de amamentar gera a produção desse hormônio, por ser um neuro- transmissor estabelece vínculos de afetos, confiança e empatia. Quando fazemos algo que causa bem estar em outra pessoa ou em uma coletividade, sentimos alegria em ajudar e nos causa uma sensação de dever cumprido.

Conceito de Serotonina – Responsável pelos sinais que os neurônios passam entre si, conhecido como hormônio da felicidade, auxiliando na regulagem do ritmo cardíaco, do sono, do apetite, do humor, da memória e da temperatura corporal.

A Dopamina é hormônio responsável pela felicidade, prazer, satisfação e pela motivação. A principal função do hormônio Endorfina é inibir a irritação e o estresse, sua produção acontece na glândula hipófise, em nosso cérebro, também como os outros demais hormônios citados acima, é responsável pela alegria, satisfação e bem estar do ser humano.

Quando se realiza uma atividade física individualmente, produzimos alguns desses hormônios que nos causam a sensação do prazer e da alegria por termos concluído uma tarefa ou atividade com qualidade. Quando realizamos uma atividade coletiva, dependendo da forma como se comporta com os demais participantes, produzimos também a Ocitocina que é a sensação de sentir bem com a felicidade dos outros praticantes, poder colaborar em equipe para alcançar um resultado positivo e satisfatório.

1.1.3      A Motivação Extrínseca

O que podemos definir sobre motivação extrínseca? Sabemos que é originada através da necessidade de um estímulo de ordem externa (ambiente). Como podemos nos comportar diante de estímulos que nos impulsionem para um resultado desejado? Devemos buscar meios para encontrarmos esses incentivos externos específicos para cada pessoa. Tudo vai depender do tamanho da autonomia do indivíduo para se sentir motivado através de impulsos que lhe são apresentados.

Podemos dizer que a motivação extrínseca está relacionada aos estímulos de acordo com suas recompensas. Quando realizamos uma ação que venha ser exitosa podemos identificar que as motivações externas que proporcionaram esses resultados positivos foram compensadores, portanto, as recompensas destinadas pela realização de um trabalho bem sucedido, são formas de proporcionar ao executante “um pagamento” ou brinde por esses resultados.

O medo de fracassar e decepcionar aos seus pais, seu treinador, professor e talvez seu chefe ou superior, são considerados estímulos que introduzem no indivíduo a possibilidade de evitar erros e aumentar também sua capacidade de se motivar.

“O homem é fruto do meio em que está inserido, segundo o filósofo Jean-Jacques Rousseau”. Rousseau nos mostra que o ser humano sofre influências do meio em que vive. Os alunos também sofrem influências do meio (ambiente escolar) quando observam seus colegas participando das aulas de Educação Física. Portanto, também são capazes de sofrerem interferências repassadas (serem influenciados) pelos praticantes através das sensações de alegria e bem estar demonstrada por eles. As influências do meio em que vivemos ou participamos, pode contribuir de maneira positiva ou negativa, isso é claro, dependendo sempre do ponto de vista de quem está vivenciando aquele momento.

Um ambiente com boas condições de higiene e estrutura, pode sim influenciar nas decisões de uma pessoa ou de um grupo. Podemos citar como exemplo quando um atleta de determinado esporte coletivo ou individual é

convidado ou comprado por um clube e se apresenta para os testes iniciais (diagnósticos). O resultado pode ser positivo se o mesmo conseguir extrair do ambiente essa sensação de bem estar, ou ser negativo se não conseguir encontrar a sensação de bem estar com o grupo ou equipe.

Podemos então dizer que a motivação extrínseca é provocada por estímulos ou incentivos externos que pode ser para algo ou alguém. São superficiais e estranhas ao mesmo tempo. São atividades que precisam ser realizadas não pela própria satisfação, mas, por fatores de ordem externa que demandam sua execução.

CONCLUSÃO

Inicialmente podemos dizer que os processos motivacionais são ocasionados ou dizer que são estimulados a partir de um conceito entre participar ou não participar. A questão do querer participar e estar presente com seus colegas e amigos nos parecem ser um dos elementos mais óbvios, entretanto, o não participar das atividades seria uma fuga que o (a) aluno (a) tem em não se incluir dentro das mesmas e não buscar um estímulo que venha lhe proporcionar uma participação ativa e efetiva.

A motivação deve ser estimulada pelo (a) professor (a) para que o (a) discente possa compreender a relevância em estar presente e participar das atividades. O entusiasmo deve ser um fator determinante que fará a diferença no contexto das atividades de educação física escolar. As atividades a serem realizadas também deve ser um dos “ingredientes” das aulas e buscar motivar os (as) alunos (as) com atividades que possam “prender” a atenção deles antes e durante.

Estimular e ampliar o desenvolvimento das habilidades motoras nos alunos que apresentam um bom desempenho durante as atividades esportivas, deve ser levado em consideração que servirá também como um dos fatores motivacionais. Discutir o conceito e a prática do esporte em suas três dimensões: educacional, de participação/lazer e de rendimento.

REFERÊNCIAS

SAMPAIO, A. et.al, Educação Física no Ensino Médio: motivos para evasão. Congresso Internacional de Educação, Pesquisa e Gestão, 4. 2012.Ponta                      Grossa                      Paraná.                                       Anais… http://isapg.com.br/2012/ciepg/down.php?id=2819&q=1

Educação Inclusiva – Ensino Médio. Recomendações de políticas de educação inclusiva para governos estaduais e federal. http://todospelaeducacao.org.br.

Revista Eletrônica Multidisciplinar Pindorama do Instituto Federal da Bahia – IFBA Nº 01 – Ano I – Agosto/2010 – www.revistapindorama.ifba.edu.br.

SOLER, R. A Educação Física inclusiva na Escola. Em busca de uma Escola plural. Ed. Sprint. 2005.