A INFLUÊNCIA DO SETTING TERAPÊUTICO NO RAPPORT 

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.11176282


Elton Luiz Karling1
Hugo Sobral Silva1
Meiriane Costa G. Amorim1
Orientadora: Adrielly Martins Porto Netto2


Resumo: O presente estudo explora a importância do setting terapêutico na formação do rapport, um elemento crucial na prática psicoterapêutica que impacta diretamente a eficácia do tratamento. A investigação foca nos fatores relacionais e contextuais que influenciam a aliança terapêutica, destacando a necessidade de adaptabilidade e sensibilidade por parte do terapeuta às condições ambientais e às necessidades individuais dos pacientes. O objetivo foi investigar e compreender como diferentes aspectos do ambiente terapêutico, tais como temperatura, iluminação, disposição espacial, e percepção de privacidade, afetam a formação do vínculo terapêutico. Além de enriquecer a compreensão de como o setting terapêutico pode impactar a qualidade da relação terapeuta-paciente e, consequentemente, a eficácia dos tratamentos psicológicos. Foi possível, ainda, notar que a complexidade das dinâmicas envolvidas na terapia, enfatizando a importância de uma abordagem holística na prática clínica. Conclui-se, portanto, que a qualidade do vínculo terapêutico é fortemente influenciada pela capacidade do terapeuta em ajustar o ambiente terapêutico às necessidades específicas de cada paciente, promovendo um espaço de confiança e segurança. Além disso, o estudo reforça a necessidade de formação contínua e supervisão para terapeutas, para que possam aprimorar suas habilidades em criar e manter relações terapêuticas eficazes. A pesquisa sugere também a importância de futuros estudos que explorem mais profundamente como diferentes configurações ambientais e interações individuais entre terapeutas e pacientes influenciam os resultados do tratamento, com o objetivo de promover práticas clínicas mais personalizadas e eficazes. 

Palavras-chave: Relação terapeuta-paciente; setting terapêutico; aliança terapêutica; rapport. 

Abstract: The present study explores the importance of the therapeutic setting in the formation of rapport, a crucial element in psychotherapeutic practice that directly impacts the effectiveness of treatment. The investigation focuses on the relational and contextual factors that influence the therapeutic alliance, highlighting the need for adaptability and sensitivity on the part of the therapist to environmental conditions and the individual needs of patients. The objective was to investigate and understand how different aspects of the therapeutic environment, such as temperature, lighting, spatial arrangement, and perception of privacy, affect the formation of the therapeutic bond. The research thus aimed to enrich the understanding of how the therapeutic setting can impact the quality of the therapist-patient relationship and, consequently, the effectiveness of psychological treatments. It was possible to note the complexity of the dynamics involved in therapy, emphasizing the importance of a holistic approach in clinical practice. It is concluded, therefore, that the quality of the therapeutic bond is strongly influenced by the therapist’s ability to adjust the therapeutic environment to the specific needs of each patient, promoting a space of trust and security. Furthermore, the study reinforces the need for ongoing training and supervision for therapists so that they can improve their skills in creating and maintaining effective therapeutic relationships. The research also suggests the importance of future studies that explore more deeply how different environmental settings and individual interactions between therapists and patients influence treatment outcomes, with the aim of promoting more personalized and effective clinical practices. 

Keywords: Therapist-patient relationship; therapeutic setting; therapeutic alliance; rapport. 

INTRODUÇÃO 

A formação da aliança entre terapeuta e paciente é um aspecto fundamental na prática terapêutica, influenciando diretamente a eficácia do tratamento. Este trabalho tem como objetivo explorar as diversas influências ambientais que impactam a construção desse vínculo, reconhecendo a subjetividade inerente ao tema. Ao considerar que cada indivíduo possui resistências e sensibilidades distintas a fatores como temperatura, espaço físico, estímulos sensoriais e percepção do sigilo, nota-se a complexidade que pode estar envolvida na interação terapêutica (Messer; Wampold, 2002). 

O vínculo estabelecido entre terapeuta e paciente é o alicerce sobre o qual se apoiam as intervenções terapêuticas. Para que esse vínculo seja genuíno e eficaz, é necessário mais do que simples empatia e identificação entre as partes. Ele demanda uma compreensão abrangente da história individual de cada paciente, bem como a consideração de fatores biológicos, comportamentais e emocionais (Safran, 2002). 

É crucial ressaltar que o momento inicial do contato terapêutico, quando o rapport está sendo estabelecido, é de suma importância. Nesse estágio, as primeiras impressões e sensações que o ambiente transmite desempenham um papel significativo na formação da relação terapêutica. No entanto, mesmo após o estabelecimento do vínculo, fatores ambientais continuam a influenciar a dinâmica terapêutica, muitas vezes de forma sutil e subconsciente. 

Estudos anteriores, como os de Greenberg (2002), Safran (2002) e Clemesha (2007), destacam a importância de um ambiente acolhedor, seguro e favorável para promover a confiança e a abertura emocional dos pacientes. Além disso, a percepção do sigilo, um dos pilares da relação terapêutica, é fortemente influenciada pelo ambiente em que a terapia ocorre. 

Diante desse contexto, este trabalho buscou aprofundar a compreensão sobre como diferentes aspectos ambientais afetam a formação do vínculo terapêutico, considerando as perspectivas tanto do paciente quanto do terapeuta, verificando a influência do setting para o rapport. Ao analisar a literatura existente, pretendeu-se identificar padrões e correlações que contribuam para uma prática terapêutica mais eficaz e sensível às necessidades individuais de cada paciente (Greenberg, 2002). 

Mediante o exposto, o presente estudo teve como objetivo investigar e compreender as possíveis influências na formação da relação entre terapeuta e paciente, visando aprimorar o entendimento sobre como o ambiente terapêutico pode impactar a qualidade desse vínculo e, consequentemente, a eficácia dos atendimentos. 

Nesse interim, buscou-se: identificar os diferentes elementos do ambiente terapêutico que influenciam a formação da aliança terapêutica, como temperatura, iluminação, sons e disposição do espaço físico; investigar como as características do ambiente terapêutico podem afetar a confiança, abertura emocional e sensação de segurança dos pacientes durante o processo terapêutico; comparar a influência de diferentes abordagens terapêuticas (por exemplo, cognitivo-comportamental e psicanálise) na importância atribuída ao ambiente terapêutico na formação da relação terapêutica; e propor recomendações e diretrizes para a melhoria do ambiente terapêutico, com o objetivo de promover uma relação terapêutica mais eficaz e satisfatória para pacientes e terapeutas. 

Esta pesquisa aborda a importância de entender e explorar o impacto do ambiente na aliança terapêutica entre terapeuta e paciente, destacando a relevância do vínculo terapêutico para o bem-estar dos pacientes e o sucesso do tratamento. Motivada tanto por razões sociais, pela influência direta na qualidade dos cuidados de saúde mental, quanto por interesses acadêmicos, para contribuir com o avanço do conhecimento sobre a aliança terapêutica, o estudo foca na investigação das influências ambientais sobre a aliança terapêutica. Os achados pretendem enriquecer teorias psicoterapêuticas existentes e orientar práticas clínicas mais eficazes, promovendo intervenções personalizadas que atendam às necessidades dos pacientes e resultem em benefícios mais significativos e duradouros. 

Além disso, esta pesquisa preenche uma lacuna na literatura existente, fornecendo uma análise mais aprofundada e abrangente dos elementos que contribuem para a formação da relação terapêutica. Ao integrar conhecimentos teóricos com evidências empíricas, espera-se ampliar a compreensão sobre o papel do ambiente terapêutico na prática clínica. Isso pode levar a uma maior conscientização e valorização da importância do contexto terapêutico na promoção do bem-estar psicológico e emocional dos pacientes. 

Portanto, esta pesquisa é motivada pela necessidade de melhorar a qualidade dos cuidados de saúde mental, oferecendo uma visão mais holística e abrangente da relação terapêutica e de seus determinantes ambientais. Ao fornecer informações relevantes para terapeutas, pesquisadores e profissionais de saúde mental, este estudo tem o potencial de impactar positivamente a prática clínica e o bem-estar dos pacientes. 

A partir do estudo realizado emergem temas centrais sobre a primazia dos fatores relacionais e contextuais na eficácia do setting terapêutico, a relevância da variabilidade do terapeuta na previsão dos resultados do tratamento, e a importância do contexto no entendimento da intenção comunicativa e no manejo do silêncio terapêutico. Estes achados sublinham a necessidade de uma abordagem mais integral na prática psicoterapêutica, enfatizando a qualidade da relação terapêutica, a adaptabilidade do terapeuta, e a atenção aos contextos ambientais e comunicativos, destacando também a riqueza de áreas para pesquisas futuras na interação desses fatores com as características individuais dos pacientes para influenciar os resultados do tratamento. 

ALIANÇA TERAPÊUTICA COMO BASE PARA ESTRUTURAÇÃO DA TERAPIA 

No âmbito da psicoterapia, é crucial formar uma ligação efetiva entre o paciente e o terapeuta, pois a continuidade e o sucesso da terapia dependem amplamente da capacidade de ambos colaborarem juntos no processo terapêutico (Oliveira; Benetti, 2015). Esta conexão, conhecida como aliança terapêutica, deve ser estabelecida desde o primeiro encontro com o paciente, pois guiará o trajeto da terapia e influenciará a maneira como a relação entre paciente e terapeuta afeta os desdobramentos terapêuticos, além de impactar na decisão do paciente de continuar ou não com o tratamento, considerando a necessidade do terapeuta em demonstrar confiança e segurança, elementos essenciais para o paciente confiar suas questões mais íntimas (Zambelli et al., 2013). 

A formação dessa aliança terapêutica representa uma colaboração mútua entre paciente e terapeuta, como Cordioli (2008) destaca, a aliança terapêutica refere-se à habilidade do paciente de formar uma relação de trabalho com o terapeuta, contrastando com possíveis reações de transferência que possam surgir. Uma vez estabelecida, essa relação dinâmica oferece ao paciente um espaço seguro para discutir suas questões ou conflitos, facilitando para o terapeuta a condução do tratamento de maneira mais eficiente e suas intervenções mais impactantes, priorizando a construção de uma relação efetiva antes mesmo do acompanhamento começar. 

Skinner (2007) já salientava a importância de o profissional ser um ouvinte não punitivo, aceitando o paciente com todas as suas particularidades, sem julgamentos, estabelecendo desde o início um ambiente acolhedor. Pinheiro (2007) ressalta a importância dessa acolhida inicial, pois o cliente procura o auxílio de um profissional geralmente por estar sofrendo, e é vital facilitar esse primeiro contato. 

Assim, é no primeiro contato que se definem as bases que motivarão o paciente a continuar ou não a terapia, pois estabelecer essa conexão significa integrar confiança e conforto ao ambiente terapêutico, possibilitando o progresso da terapia e aliviando o sofrimento do paciente. O terapeuta precisa estar atento aos sinais de vinculação, que se manifestarão de diversas maneiras, cabendo a ele ajustar-se ao contexto do paciente (Santos, 1994). 

Além disso, para construir uma aliança terapêutica sólida, é necessário considerar outras variáveis, como as atitudes e comportamentos do terapeuta e do paciente, bem como a criação de um relacionamento genuíno. A postura do terapeuta, conforme Cordioli (2008), desde sua apresentação pessoal até a organização do ambiente de terapia, é crucial para desenvolver um manejo eficaz das informações compartilhadas pelo paciente. 

Portanto, a construção e manutenção da aliança terapêutica são fundamentais; contudo, como em qualquer interação humana, ela evoluirá através de pensamentos, fantasias e sentimentos, criando um espaço para transferências e contratransferências. Estas transferências tornam-se ferramentas valiosas para o avanço da terapia, como Albertoni (2011) observa. Cordioli (2008) afirma que a dinâmica transferencial na relação terapêutica se revela não apenas pelo discurso do paciente, mas também por como ele se expressa e os sentimentos que evoca no terapeuta. 

Freud sugeria que o terapeuta deve agir como um espelho para o paciente, trabalhando de forma autêntica e reconhecendo em si mesmo aspectos que fortalecem a relação terapêutica. Sem a aliança terapêutica, o processo clínico corre o risco de se limitar a técnicas padronizadas, sem criar o vínculo necessário para conferir um significado profundo ao tratamento para o paciente, o que pode culminar no insucesso da terapia (Oliveira; Benetti, 2015). 

ASPECTOS PARA ESTABELECIMENTO DA ALIANÇA TERAPÊUTICA 

Construir uma relação fundamentada na confiança e segurança entre o terapeuta e o paciente é essencial, já que o progresso e a continuidade da terapia são altamente dependentes da habilidade de ambos em colaborar efetivamente durante o tratamento (Oliveira; Benetti, 2015). Essa ligação, conhecida como aliança terapêutica, necessita ser formada desde a primeira interação com o paciente, pois ela guiará o percurso da terapia e afetará como a dinâmica entre terapeuta e paciente influencia os resultados terapêuticos, bem como a decisão do paciente de continuar ou não o tratamento, considerando a importância de o terapeuta demonstrar a segurança e confiabilidade que o paciente busca para compartilhar seus dilemas pessoais (Zambelli et al., 2013). 

A criação dessa aliança vai além da mera aplicação de técnicas e do conhecimento teórico; ela requer uma conexão autêntica que transcenda simples formalidades (Oliveira; Benetti, 2015). Desde o estabelecimento do contrato terapêutico até a motivação que impulsiona o progresso do tratamento, diversos fatores precisam ser levados em consideração para efetivar uma terapia bem-sucedida. Shinohara (2000) argumenta que a relação terapêutica tem um impacto significativo no sucesso do tratamento, especialmente quando se cria um ambiente de confiança e harmonia, facilitando o alcance dos objetivos terapêuticos. 

Não são somente as metodologias empregadas pelo terapeuta que fazem a terapia eficaz, mas primordialmente como ele estabelece a aliança com o paciente, o que facilita a superação de resistências e promove o avanço no tratamento. A iniciação desse vínculo implica na clara explicação das etapas do tratamento e na contextualização do paciente sobre os princípios que regem a terapia. O acordo terapêutico, que abrange desde horários e métodos de pagamento até questões de confidencialidade e compromisso de ambos na terapia, é crucial, pois indica o comprometimento de ambos para o alívio dos sintomas ou a cura (Vogel, 2012). 

Além disso, o reconhecimento emocional é fundamental, pois o contrato abordará aspectos subjetivos e a importância de estabelecer um relacionamento em que ambos se vejam como agentes de mudança no contexto do sofrimento apresentado, permitindo que surjam expectativas e motivações para procurar o tratamento (Neubern, 2010). 

É essencial que o terapeuta esteja atento a essas motivações, pois elas indicam o grau de engajamento do paciente no processo terapêutico. A relação entre terapeuta e paciente também pode motivar a continuidade do tratamento, enfatizando a importância de que o estabelecimento do vínculo seja o principal objetivo do terapeuta ao iniciar a terapia, pois uma relação dinâmica facilita a superação de barreiras (Zambelli et al., 2013). 

Ackerman e Hilsenroth (2003) apontam que para formar um vínculo terapêutico sólido, o terapeuta deve ser flexível, empático, honesto, respeitoso, confiável, atento, amigável, calmo e aberto, entendendo o paciente como um ser integral e oferecendo um ambiente seguro que fomente a confiança, mostrando-se pronto para auxiliar na busca por soluções para seu sofrimento. 

Portanto, a aliança terapêutica deve ser a prioridade inicial do terapeuta na terapia, pois o estabelecimento desse vínculo facilita o início do tratamento sem maiores obstáculos ou resistências, atendendo tanto aos aspectos técnicos quanto aos emocionais, e permitindo que terapeuta e paciente trabalhem de maneira harmoniosa e conjunta (Oliveira; Benetti, 2015). 

ALÉM DAS CREDENCIAIS: A ESSÊNCIA DOS VÍNCULOS NA TERAPIA 

Quando indivíduos recorrem à terapia para atender às suas necessidades, frequentemente preferem escolher um terapeuta com reconhecimento profissional, que detém credenciais especializadas ou formações destacadas, demonstrando uma busca por segurança. Eles acreditam que somente profissionais que dominem completamente as técnicas e teorias são capazes de prestar a assistência necessária, levando os pacientes a escolherem seus terapeutas com base nesses critérios (Batista, 2016). Contudo, essa expectativa, em várias ocasiões, resulta em desapontamento, não devido à incompetência do terapeuta, mas pelo fato de que o êxito terapêutico não se apoia somente nesses aspectos, mas igualmente na qualidade da relação terapêutica estabelecida.  

Segundo Pichon-Rivière (1998), o vínculo define como cada pessoa interage com outra, e os vínculos terapêuticos variam porque cada indivíduo tem sua própria história de vida e subjetividade, além de cada um perceber e reagir ao ambiente do consultório de maneira única, formando uma configuração distinta em cada situação (Batista, 2016). 

É indiscutível a importância da teoria e técnica no processo terapêutico, e não se pode ignorar que elas orientam o terapeuta. Entretanto, chega um momento em que o trabalho do terapeuta transcende a simples interpretação ou devolução do discurso do paciente; o terapeuta deve se harmonizar com o paciente, compartilhando seus momentos de angústia e trajetória de vida. Como Carl Jung enfatizava, embora um terapeuta possa dominar todas as teorias e técnicas, ao interagir com um ser humano, ele deve se apresentar simplesmente como outro ser humano (Batista, 2016). 

ENTENDENDO O COMPORTAMENTO HUMANO ATRAVÉS DA ANÁLISE FUNCIONAL 

Segundo Rolim (2004), o início da análise funcional do comportamento, tal como é compreendida atualmente, data da concepção inicial de Skinner sobre a contingência tríplice, que se estabeleceu como uma ferramenta central para o analista comportamental na exploração das dinâmicas entre os padrões de comportamento e as variáveis que os influenciam. Para elucidar as conexões existentes entre os indivíduos e seus ambientes, ou seja, para executar análises funcionais, é essencial que a contingência tríplice clarifique três aspectos: o primeiro é a reação subsequente a um estímulo, seja ele intencional ou acidental; o segundo é o efeito desse estímulo; e o terceiro são as consequências que reforçam a resposta dada. 

O comportamento humano é moldado pelo meio em que se encontra, e a diferenciação entre ações consideradas apropriadas ou inapropriadas deriva dos padrões de reforço aos quais foram submetidos, alterando assim seu comportamento. É comum que, ao adentrar o espaço terapêutico, a pessoa o observe, faça questionamentos como a existência de câmeras, por exemplo. Após ser informado sobre a confidencialidade do processo, e após a construção do rapport, nota-se uma redução da ansiedade, proporcionando ao paciente uma sensação de segurança para expor suas preocupações (Zambelli et al., 2013). 

Um comportamento considerado “desviante” não deve ser automaticamente classificado como disfuncional, pois pode ser uma reação adequada às contingências vigentes no contexto em que se manifesta. É importante lembrar que, no cenário terapêutico, todo comportamento observado é a consequência de um evento anterior e pode representar uma forma de o paciente se adaptar às circunstâncias do tratamento (Vogel, 2012). 

OS BENEFÍCIOS DA SEGURANÇA NO SETTING TERAPÊUTICO 

Em 1912, Freud lançou sua primeira obra focada exclusivamente na transferência, onde delineou como esse conceito se entrelaça essencialmente com a abordagem clínica da psicanálise. Freud elucidou que quando um indivíduo não encontra plena satisfação de suas necessidades afetivas em seu contexto de vida, tende a buscar conexão emocional com as pessoas ao seu redor, incluindo o terapeuta. Segundo Freud, a transferência emerge como um pilar central do método psicanalítico, atenuando as resistências do paciente ao perceber a aceitação do terapeuta em relação ao conteúdo emocional projetado (Lopes, 2011). Essa dinâmica estabelece a confiança como um elemento crucial da terapia, enfatizando a necessidade de o paciente se sentir confortável para compartilhar sua experiência de vida com o terapeuta, enquanto este último se engaja de maneira afetiva, ética e responsável, promovendo uma interação genuína, segura e sincera (Lopes, 2011). 

Na gestão do ambiente terapêutico, a confiança profissional se revela como um recurso vital para o sucesso do processo analítico, buscando criar um ambiente acolhedor que reflete o cuidado do terapeuta. Essa segurança se manifesta não apenas na capacidade do terapeuta de estabelecer uma conexão com o paciente, mas também no arranjo do espaço físico que ambos compartilham, considerando as singularidades de suas percepções e influências (Marques; Gomes, 2006). 

De acordo com Freud (1940/1978), o núcleo ético da psicanálise reside no reconhecimento da realidade psíquica e na dedicação à verdade. Esses princípios fundamentam a abordagem analítica, formando o coração da função do analista, que se compromete a explorar a mente. Tais valores são essenciais no encontro do paciente com sua própria complexidade psíquica. Para embarcar nessa jornada desafiadora e refinada, o profissional deve se fortalecer internamente, garantindo que possa conduzir o trabalho com a devida confiança e clareza (Migliavaca, 2008). 

A FORMAÇÃO E MANUTENÇÃO DO VÍNCULO TERAPÊUTICO NAS ABORDAGENS 

O vínculo terapêutico é fortemente influenciado pelas abordagens terapêuticas empregadas, que por sua vez são embasadas em teorias e modelos psicológicos, desenvolvidas por diferentes doutrinadores, que têm influenciado a concepção e prática do vínculo terapêutico através de suas abordagens (Marcuse, 1969). 

A psicanálise, apresenta um enfoque único sobre o vínculo terapêutico, valorizando a interação dinâmica entre terapeuta e paciente. Este vínculo é visto como uma ferramenta essencial para o tratamento de distúrbios psíquicos, envolvendo conceitos como transferência, contratransferência e resistência (Freud, 1996d). 

A transferência é um processo pelo qual os pacientes projetam sentimentos, desejos e atitudes desenvolvidos em relação a figuras significativas de sua infância sobre o terapeuta. Freud (1996d) observou que esta projeção desempenha um papel crucial no tratamento, pois permite que os pacientes revivam conflitos não resolvidos, trazendo-os ao consciente onde podem ser examinados e trabalhados. 

A contratransferência, por outro lado, refere-se às reações emocionais do terapeuta aos pacientes. Inicialmente vista como um obstáculo ao tratamento, Freud e outros psicanalistas posteriores, como Heinz Kohut, reconheceram que a contratransferência, se bem entendida e gerenciada, poderia fornecer insights valiosos sobre o estado emocional do paciente e promover uma compreensão mais profunda da dinâmica terapêutica. 

Freud (1996a, 1996b, 1996c) e Marcuse (1969) discutem a importância do inconsciente no comportamento humano, salientando que muitos dos comportamentos e padrões emocionais dos pacientes são governados por processos inconscientes. O trabalho terapêutico visa trazer esses processos à consciência, onde podem ser melhor compreendidos e modificados, fortalecendo assim o vínculo terapêutico através do aumento da autoconsciência do paciente. 

Freud (1976, 1997) e Marcuse (1969) também exploram a sublimação, um processo pelo qual a energia de impulsos inaceitáveis é transformada em comportamentos culturalmente produtivos e socialmente aceitáveis. Este processo, segundo os autores, é essencial para a saúde psíquica e é uma área onde o vínculo terapêutico pode ajudar, ao encorajar a expressão aceitável de impulsos e desejos reprimidos. 

Já a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma abordagem psicoterapêutica que tem demonstrado eficácia no fortalecimento do vínculo terapêutico através de uma estrutura colaborativa e baseada em evidências entre terapeuta e paciente. Esta abordagem foi amplamente desenvolvida por Aaron T. Beck e tem sido continuamente refinada por outros autores, como Judith Beck. 

Na TCC, o vínculo terapêutico é reforçado pela colaboração e participação ativa do paciente no processo terapêutico. Beck et al. (1979) enfatizam que a TCC é uma terapia colaborativa na qual terapeuta e paciente trabalham juntos para identificar e entender problemas, e desenvolver estratégias para resolvê-los. 

Judith Beck (2011) destaca a importância de educar o paciente sobre os princípios da TCC, o que inclui ensinar sobre a relação entre pensamentos, emoções e comportamentos. Essa transparência e educação ajudam a fortalecer a aliança terapêutica, pois o paciente se sente mais envolvido e capacitado para participar ativamente de seu processo de mudança. 

A TCC visa ensinar o paciente a ser seu próprio terapeuta, conforme Judith Beck (2011) discute em seu trabalho. Isso não só melhora a autoeficácia do paciente, como também reforça o vínculo terapêutico ao longo do tempo, já que o paciente percebe que pode aplicar as habilidades aprendidas em sessão para gerenciar desafios futuros de forma independente. 

Beck (1979) e Judith Beck (2011) ambos afirmam que a estrutura das sessões e os objetivos claros e específicos são essenciais na TCC. Isso proporciona ao paciente uma compreensão clara do processo terapêutico, contribuindo para uma maior confiança e segurança na relação terapêutica. 

A Terapia Familiar Sistêmica, de acordo Murray Bowen (1978), como abordagem terapêutica, fundamenta-se na ideia de que a família opera como um sistema interconectado, onde as ações de cada membro influenciam e são influenciadas pelos outros. Esta abordagem fortalece o vínculo terapêutico ao focar na interação e na dinâmica familiar como um todo, não apenas nos indivíduos isoladamente. 

Ludwig Von Bertalanffy (1976) desenvolveu a Teoria Geral dos Sistemas, que é a base do pensamento sistêmico na terapia familiar. Esta teoria sugere que para compreender totalmente o funcionamento de um organismo, neste caso, a família, é essencial ver os membros da família como partes de um todo, onde cada parte está interligada. 

Salvador Minuchin (1974) introduziu a Terapia Familiar Estrutural, que foca na organização da família e nos padrões de transações entre seus membros. Minuchin (1974) destaca a importância de entender e modificar a estrutura familiar para resolver problemas e fortalecer o vínculo terapêutico. 

Murray Bowen (1978) desenvolveu a terapia familiar sistêmica centrada na diferenciação do self dentro do sistema familiar. Ele acreditava que maior diferenciação permitia relacionamentos interpessoais mais saudáveis e menos reativos dentro da família. 

A Terapia Familiar Sistêmica fortalece o vínculo terapêutico ao envolver todos os membros da família no processo terapêutico, promovendo um ambiente de entendimento e mudança compartilhados. A ideia é que as mudanças em um membro da família podem levar a mudanças positivas em todo o sistema, reforçando assim o apoio mútuo e a coesão familiar (Bowen,1978). 

As terapias humanistas, com ênfase no desenvolvimento integral do indivíduo e no fortalecimento do vínculo terapêutico, baseiam-se em uma abordagem que valoriza a experiência subjetiva e a capacidade de autodeterminação da pessoa. Esta abordagem, que começou a se desenvolver significativamente nos anos 60 e 70, contrasta com as teorias mais mecanicistas da psicanálise e do behaviorismo, focando na totalidade do ser humano, suas escolhas, liberdades e responsabilidades (Rogers, 1992). 

Carl Rogers (1992) é um dos pilares da terapia humanista, com sua Abordagem Centrada na Pessoa. Ele enfatiza a importância do ambiente terapêutico caracterizado por congruência, empatia e aceitação incondicional por parte do terapeuta. Esta abordagem promove um forte vínculo terapêutico, permitindo que o cliente se abra e explore aspectos significativos de suas experiências internas. 

Abraham Maslow (1970) é conhecido por sua teoria da Hierarquia das Necessidades. Ele identifica que a realização das necessidades básicas é essencial antes que as mais elevadas, como auto-realização e auto-atualização, possam ser alcançadas. O reconhecimento dessas necessidades no processo terapêutico ajuda a fortalecer o vínculo terapêutico ao alinhar as intervenções com as necessidades atuais do cliente. 

A relação terapêutica nas abordagens humanistas, segundo Rogers (1992), é vista como um dos elementos curativos fundamentais. O terapeuta fornece um espaço seguro que valoriza a experiência do cliente sem julgamento. Esse reconhecimento da autonomia e valor intrínseco do cliente ajuda a construir um vínculo terapêutico forte, promovendo a cura e o crescimento pessoal. 

* Estratégias e Técnicas (Rogers, 1992): 

1. Empatia Ativa: O terapeuta busca entender profundamente a experiência vivida pelo cliente, refletindo seus sentimentos e pensamentos sem imposição de interpretações próprias. 

2. Congruência: Ser genuíno e transparente nas interações com o cliente fortalece a confiança e o vínculo terapêutico. 

3. Aceitação Incondicional: Aceitar o cliente como ele é, sem julgamento, facilita um ambiente de segurança e abertura. 

A Terapia Gestalt, como abordagem terapêutica, enfatiza a experiência imediata e a autenticidade das interações entre terapeuta e cliente para fortalecer o vínculo terapêutico. Os fundamentos teóricos da Terapia Gestalt foram profundamente influenciados por figuras como Fritz Perls, que, junto com Laura Perls e Paul Goodman, desenvolveu essa abordagem centrada no aqui e agora, na awareness (consciência) e nas fronteiras de contato (Perls, 1988). 

Fritz Perls (1893-1970) é geralmente considerado o fundador da Terapia Gestalt, e sua esposa, Laura Perls, também teve um papel crucial no desenvolvimento dessa abordagem. Eles enfatizaram a importância de lidar com o que está presente, o que é imediato, e de se trabalhar dentro do contexto das experiências atuais do cliente, permitindo uma experiência mais rica e mais profunda durante as sessões terapêuticas (Perls, 1988). 

Para Ribeiro (1985), na Terapia Gestalt, o fortalecimento do vínculo terapêutico ocorre através de vários mecanismos: 

1. Aqui e Agora: A terapia foca intensamente no presente, encorajando os clientes a se conscientizarem de suas experiências atuais, sentimentos e pensamentos dentro do ambiente terapêutico. Isso ajuda a criar um espaço de autenticidade e confiança. 

2. Awareness: Este conceito é central na Terapia Gestalt e refere-se à consciência ou à conscientização do que está ocorrendo no momento presente. Isso inclui pensamentos, emoções, sensações físicas e ações. Ao aumentar a awareness, o terapeuta e o cliente podem explorar mais profundamente os padrões de comportamento e as emoções do cliente. 

3. Fronteiras de Contato: Trabalhar com as fronteiras de contato implica explorar como o cliente faz contato com o ambiente e com outras pessoas, incluindo o terapeuta. Isso é crucial para entender e modificar a interação do cliente com o mundo ao seu redor. 

4. Diálogo: A abordagem gestáltica valoriza profundamente o diálogo entre terapeuta e cliente como um meio de explorar e resolver questões. Este diálogo honesto e aberto ajuda a fortalecer o vínculo terapêutico ao criar um ambiente de segurança e aceitação mútua. 

A Psicologia Analítica, também conhecida como Jungiana, é uma abordagem terapêutica desenvolvida por Carl Gustav Jung, que se concentra na integração das várias facetas da psique individual para alcançar a totalidade e fortalecer o vínculo terapêutico. Esta abordagem é distinta pela sua ênfase no inconsciente coletivo e nos arquétipos como elementos centrais na exploração da mente humana. 

Carl Gustav Jung (1875-1961) é o fundador da Psicologia Analítica, uma abordagem que se aprofunda no inconsciente coletivo e explora conceitos como os arquétipos e o processo de individuação. Sua teoria sugere que o desenvolvimento pessoal é alcançado pela integração dos aspectos inconscientes da psique com a consciência, um processo que ele chama de individuação (Lachaman, 2012). 

Murray Stein (2006) discute a importância do mapa da alma em Jung, enfatizando como a Psicologia Analítica pode ser aplicada para entender profundamente a natureza da alma humana e suas expressões, incluindo o fortalecimento do vínculo terapêutico através do entendimento dos processos inconscientes. 

A abordagem junguiana fortalece o vínculo terapêutico ao permitir que o indivíduo explore profundamente o seu inconsciente, enfrentando e integrando aspectos de sua sombra, persona, animus/anima, e finalmente, aproximando-se do seu Self. Este processo ajuda o indivíduo a entender melhor seus padrões de comportamento e motivações, levando a uma autocompreensão e aceitação mais profundas.  

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

O presente estudo destacou a complexidade e a importância dos fatores relacionais e contextuais na eficácia da terapia, reafirmando que a aliança terapêutica, embasada em um ambiente acolhedor e seguro, é crucial para o sucesso do tratamento. A flexibilidade do terapeuta em adaptar suas técnicas às necessidades individuais dos pacientes e a capacidade de manejar os elementos do ambiente terapêutico são aspectos essenciais que contribuem significativamente para a qualidade do vínculo terapêutico. 

Este trabalho evidenciou que a formação do rapport é profundamente afetada pelas condições do ambiente, como a temperatura, iluminação e configuração do espaço físico, que podem influenciar tanto a percepção de sigilo quanto a abertura emocional do paciente. Além disso, a pesquisa destacou que diferentes abordagens terapêuticas atribuem variadas importâncias aos aspectos do ambiente, o que sugere a necessidade de uma abordagem mais personalizada e consciente das especificidades de cada paciente. 

Portanto, evidencia-se a necessidade contínua de formação e supervisão para terapeutas, a fim de aprimorarem suas habilidades em criar e manter uma relação terapêutica eficaz. Além disso, a pesquisa sublinha a importância de futuros estudos que explorem como diferentes configurações ambientais e dinâmicas individuais entre terapeutas e pacientes influenciam os resultados do tratamento. Esta pesquisa não só contribui para o avanço do conhecimento na área terapêutica, mas também promove práticas clínicas que respeitam e valorizam a individualidade e as necessidades específicas de cada paciente, com o objetivo de maximizar os benefícios terapêuticos e promover o bem-estar geral. 

REFERÊNCIAS 

Ackerman, S. J.; Hilsenroth, M. J. A review of therapist and techniques positively impacting the therapeutic alliance. Clinical Psychology Review, p. 1-33, 2003. Doi: 10.1016/S0272-7358(02)00146-0. 

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