THE INFLUENCE OF TECHNOLOGY ON EDUCATION AND THE LEARNING PROCESS: A SCIENTIFIC APPROACH.
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202504160005
Arciete Cordeiro Bonet
Drº: José Amauri Siqueira da Silva
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo analisar a influência das tecnologias educacionais no processo de ensino e aprendizagem, destacando sua importância na formação de indivíduos preparados para atuar em um ambiente de constantes inovações. A pesquisa enfatiza a necessidade de integração dos recursos tecnológicos às práticas pedagógicas, visando tornar o ensino mais dinâmico, interativo e eficaz. Para tanto, discute-se a relevância da participação de pais, alunos e professores na adaptação a esse novo contexto educacional, bem como os desafios e benefícios da implementação de metodologias inovadoras.
Palavra-chave: Tecnologia educacional; Aprendizagem digital; Inovação pedagógica.
ABSTRACT
This article aimed to analyze the influence of educational technologies on the teaching and learning process, highlighting their importance in preparing individuals to operate in an environment of constant innovation. The research emphasized the need to integrate technological resources into pedagogical practices to make teaching more dynamic, interactive, and effective. To this end, the relevance of the participation of parents, students, and teachers in adapting to this new educational context was discussed, as well as the challenges and benefits of implementing innovative methodologies.
Keywords: Educational technology; Digital learning; Pedagogical innovation.
1 INTRODUÇÃO
O avanço tecnológico tem provocado mudanças significativas em diversos setores da sociedade, e a educação não é exceção. No cenário atual, a integração de recursos tecnológicos no ambiente educacional deixou de ser um mero diferencial, tornando-se uma necessidade para a formação de indivíduos preparados para interagir de maneira eficaz com um mundo em constante transformação. O uso de ferramentas digitais no processo de ensino não só cria ambientes mais envolventes e estimulantes, como também favorece o desenvolvimento do pensamento crítico, da criatividade e da autonomia dos estudantes.
Nesse contexto, a implementação de tecnologias educacionais precisa ser cuidadosamente planejada, com a adoção de metodologias ativas que promovam o engajamento dos alunos e potencializem a qualidade do ensino. A tecnologia, quando aplicada de forma estratégica, pode transformar as práticas pedagógicas, oferecendo novas formas de aprender e ensinar, além de ampliar as oportunidades de personalização do ensino. Este artigo, portanto, busca investigar o impacto das tecnologias na educação, explorando seus desafios, benefícios e as inúmeras possibilidades que oferecem para a evolução do processo de ensino-aprendizagem, com o objetivo de proporcionar uma reflexão mais profunda sobre seu papel na formação de indivíduos preparados para os desafios do futuro.
2. METODOLOGIA
Este estudo adota uma abordagem qualitativa, centrada em uma revisão bibliográfica aprofundada. A pesquisa se baseia na análise de diversas fontes, como artigos acadêmicos, publicações científicas e documentos institucionais, que abordam a relação entre tecnologia e educação.
O principal objetivo da investigação é avaliar a eficácia das metodologias tecnológicas no ensino, analisando de que forma essas ferramentas contribuem para a melhoria da aprendizagem. Além disso, busca-se compreender os desafios enfrentados pelos educadores na adaptação a esse novo cenário pedagógico, considerando tanto as dificuldades práticas quanto as mudanças necessárias nas abordagens de ensino.
Ao explorar tanto os benefícios quanto as limitações do uso da tecnologia na educação, a pesquisa oferece uma visão crítica e abrangente sobre o tema, promovendo uma reflexão sobre os impactos dessas inovações no processo educativo.
Diante do avanço constante da tecnologia, a educação deve acompanhar essa evolução, incorporando recursos digitais que tornem o aprendizado mais dinâmico e eficiente. O uso de ferramentas tecnológicas pode transformar as aulas, tornando-as mais motivadoras, criativas e interativas, engajando não apenas os alunos, mas também educadores e responsáveis.
Seja dentro ou fora da sala de aula, metodologias inovadoras que incentivem a autonomia dos estudantes e facilitem o ensino de maneira lúdica e prática são fundamentais para impulsionar o progresso educacional e preparar os indivíduos para os desafios do mundo contemporâneo.
3. A TECNOLOGIA COMO FERRAMENTA DE TRANSFORMAÇÃO EDUCACIONAL
O avanço e a evolução tecnológica têm impactado profundamente a sociedade e, consequentemente, a educação. A incorporação de recursos digitais no ambiente escolar não apenas moderniza as práticas pedagógicas, mas também amplia as possibilidades de aprendizado, tornando-o mais dinâmico, acessível e envolvente. O uso de plataformas de ensino a distância, realidade aumentada, inteligência artificial e gamificação tem revolucionado a forma como o conhecimento é transmitido, proporcionando experiências mais interativas e personalizadas.
A aprendizagem mediada pela tecnologia permite que os alunos assumam um papel mais ativo na construção do conhecimento, favorecendo o desenvolvimento da autonomia, do pensamento crítico e da criatividade. Além disso, a diversidade de ferramentas digitais possibilita a adaptação dos conteúdos a diferentes perfis e ritmos de aprendizagem, garantindo uma abordagem mais inclusiva e eficaz. A interatividade proporcionada pelos recursos tecnológicos estimula a curiosidade dos estudantes e promove maior engajamento, tornando o processo educacional mais atraente e significativo.
A inteligência artificial, por exemplo, tem sido utilizada para personalizar o ensino, identificando dificuldades específicas de cada aluno e sugerindo atividades adequadas ao seu nível de compreensão. Já a realidade aumentada e a gamificação oferecem experiências imersivas que transformam conceitos abstratos em vivências concretas, facilitando a assimilação dos conteúdos. O ensino a distância, por sua vez, amplia o acesso à educação, rompendo barreiras geográficas e possibilitando que o aprendizado ocorra em qualquer tempo e lugar.
Contudo, para que essas inovações sejam efetivas, é essencial que sejam implementadas de maneira estratégica, garantindo o preparo adequado de educadores e a disponibilização de infraestrutura apropriada. O uso consciente e planejado da tecnologia na educação tem o potencial de revolucionar a forma como se aprende e se ensina, promovendo um ensino mais conectado às necessidades do século XXI e preparando os alunos para os desafios do futuro.
3.1 – Observações na aprendizagem tradicional e das tecnologias educacionais nas práticas pedagógicas da educação básica
A introdução de tecnologias na educação básica tornou-se essencial para atender às novas demandas da sociedade. O uso de recursos digitais, como computadores e internet, fortalece o processo de ensino-aprendizagem, ajudando alunos e professores na construção do conhecimento. No entanto, para que essas ferramentas sejam eficazes, é necessário um uso consciente e alinhado aos conteúdos trabalhados.
3.2 – As vantagens da informatização na educação
A informatização educacional oferece vantagens como desenvolvimento do raciocínio lógico, estímulo à criatividade e fortalecimento da autonomia dos estudantes. Contudo, a resistência dos docentes e a falta de capacitação podem comprometer sua implementação. Superar a “tecnofobia” e evitar a “tecnolatria” são desafios que precisam ser enfrentados para garantir o uso eficiente das tecnologias na sala de aula.
3.3 – A origem da tecnologia e suas didáticas na sala de aula
A tecnologia, entendida como um avanço técnico voltado à melhoria das atividades humanas, deve ser integrada ao ensino de forma estratégica, sem depender exclusivamente de dispositivos como celulares e tablets. O sistema educacional brasileiro precisa modernizar suas práticas pedagógicas, alinhandose às exigências do século XXI e promovendo uma educação mais dinâmica e eficaz.
3.4 – Novas expressões do mundo digital na educação
O mundo digital transformou a educação por meio da globalização e da internet, facilitando o acesso ao conhecimento. A Revolução Digital impactou a comunicação e a cultura, promovendo novas formas de aprendizado, como a educação a distância e o ensino digital. No entanto, a tecnologia por si só não garante mudanças educacionais significativas; é fundamental que professores adotem uma postura crítica e dinâmica para integrar essas ferramentas de forma eficaz.
3.5 – O que é ciberespaço?
O ciberespaço, termo cunhado por William Gibson em 1984, representa um ambiente virtual de interações e compartilhamento de informações. Na educação, ele possibilita novas formas de ensino e aprendizado, exigindo adaptação constante para acompanhar as inovações tecnológicas e integrar o digital ao ensino tradicional.
“As novas tecnologias criaram novos espaços do conhecimento. Agora, além da escola, também a empresa, o espaço domiciliar e o espaço social tornam-se educativo. Cada dia mais pessoas estudam em casa, pois podem de casa acessar o ciberespaço da formação e da aprendizagem à distância […]” (GADOTTI, 2001, p.13).
Gadotti (2001) destaca que a tecnologia ampliou o acesso à informação no ciberespaço, criando o lar em um ambiente de educação a distância. O aprendizado ultrapassa os limites físicos da escola, permitindo a exploração do conhecimento no espaço virtual e contribuindo para a construção da identidade do indivíduo. O objetivo é ensinar o uso eficiente da tecnologia para facilitar a aprendizagem de alunos, educadores e cidadãos, promovendo a inclusão digital nas escolas públicas para melhorar a qualidade da educação.
No ciberespaço e na sociedade moderna, o essencial é aprender a conhecer, selecionar informações relevantes e convertê-las em conhecimento. Para isso, o professor deve estimular a reflexão e a construção do saber, baseando-se nos quatro pilares da educação:
- Aprender a conhecer: compreender o conhecimento como um processo contínuo de descoberta, estimulando a atenção, a memória e o pensamento crítico.
- Aprender a fazer: desenvolver criatividade e adaptabilidade para solucionar problemas e alcançar objetivos de diferentes formas.
- Aprender a conviver: fomentar a empatia, o respeito e a cooperação por meio do diálogo e do trabalho em equipe.
- Aprender a ser: promover o autoconhecimento e a autonomia para o desenvolvimento pessoal e profissional.
A prática pedagógica deve integrar esses pilares, motivando um ensino dinâmico e natural, alinhado às novas tecnologias e à realidade virtual.
3.6 – O virtual
O conceito de virtual vem do latim virtualis, ligado à ideia de força ou potência. Segundo Lévy, o virtual não é o oposto do real, mas uma realidade distinta. A Realidade Virtual (RV) permite interação em ambientes simulados, facilitando o aprendizado imersivo. Kirner (1996) define a RV como uma interface que possibilita imersão e interação tridimensional, tornando a aprendizagem mais significativa. A RV difere do ciberespaço, pois envolve experiência sensorial e interativa. No ensino, a RV estimula criatividade, motivação e aprendizado individualizado. O avanço das redes digitais fortalece a cibercultura e novas formas de conhecimento.
3.6 – O significado da Cibercultura
Para Mitchell (2003), a Cibercultura surge da interação entre sociedade e tecnologia, impulsionada pela convergência entre telecomunicações e informática na década de 1970. Já Lévy (1999) a define como uma transformação da cultura tradicional, envolvendo novas técnicas, práticas e valores dentro do ciberespaço.
A Cibercultura possibilita o acesso imediato ao conhecimento, mas também traz desafios, como o excesso de informações irrelevantes e riscos sociais, como vícios em jogos online e isolamento. No entanto, permite a preservação e a disseminação das culturas no ambiente digital, beneficiando a educação.
Educar na Cibercultura exige formar indivíduos críticos e capazes de gerenciar informações (Ramal, 2002). Nesse contexto, o professor assume o papel de mediador pedagógico (Masetto, 2000), incentivando a interação e ajudando os alunos a coletar, apresentar e discutir informações de forma colaborativa.
O mediador pedagógico auxilia os alunos a desenvolverem habilidades de diálogo, cooperação, resiliência e resolução de problemas de forma consciente e flexível, promovendo a aprendizagem por meio da interação (BRASIL, 1997). Para isso, os educadores devem inovar suas aulas, tornandoas mais atrativas e eficazes, preparando os alunos para os desafios da vida e do mercado de trabalho.
Com a tecnologia integrada à educação, surgem novos métodos de ensino, permitindo o aprendizado a distância e ampliando o acesso ao conhecimento sem a necessidade de presença física constante (ASSIS, 2007). O ensino inovador, essencial em todas as áreas do saber, baseia-se na cooperação e no trabalho coletivo, exigindo do professor a criação de um ambiente favorável à aprendizagem colaborativa, levando em conta as nove inteligências de Gardner., apresentadas na Tabela 2. [GARDNER, 1994].
Inteligência | Características |
Linguística | Habilidade de se expressar por meio da linguagem escrita ou falada para atingir objetivos. Comum em pessoas que lidam criativamente com as palavras, usando-as para convencer indivíduos, dar explicações e lembrar informações. |
Lógicomatemática | Capacidade de domínio dos raciocínios lógico e dedutivo, e a compreensão para resolução de operações e problemas matemáticos; está associada ao pensamento científico. |
Espacial | É a capacidade de representar o mundo e o seu espaço em sua mente. Implica em sentido de orientação e direção. É o sentido da visão, mas também a habilidade de formar imagens mentais. |
Corporalcinestésica | Relacionada com o domínio dos movimentos do corpo e a agilidade de manipular objetos (bicicletas, skate…), podendo ser uma maneira eficiente de expressão. |
Musical | Aptidão de reconhecer padrões sonoros, melodias, tons e ritmos musicais, através da atuação, apreciação e composição de músicas. |
Interpessoal | Capacidade de entender as intenções e os desejos dos outro para um bom relacionamento. |
Intrapessoal | Habilidade de estar bem consigo mesmo e conseguir administrar os próprios sentimentos para alcançar objetivos pessoais. |
Naturalista | Capacidade de reconhecer o mundo da natureza: plantas, animais, rochas… |
Existencial | Questionamentos e reflexões sobre a vida, a morte e o Universo. |
Gardner defende que todos possuem potencial para desenvolver diferentes inteligências, influenciados pela genética e pelo meio. O bom professor adapta o ensino às capacidades e interesses de cada aluno, ajudandoo a compreender o mundo e enfrentar desafios. No contexto digital, Gardner observa que algumas inteligências, como a linguística e a musical, são facilmente simuladas por computadores. Na Cibercultura, alunos e professores podem atuar como pesquisadores autônomos, resolvendo problemas do cotidiano por meio da descoberta e do diálogo, combinando teoria e prática com o uso de diversas linguagens. [BEHRENS, 2000].
”A relação professor-aluno na aprendizagem colaborativa é de parceiros solidários que enfrentam desafios de problematizações do mundo contemporâneo e se apropriam da colaboração, da cooperação e da criatividade, para tornar a aprendizagem colaborativa, significativa, crítica e transformadora”. [BEHRENS, 2000, p.78]
Para consolidar a relação professor-aluno na Cibercultura, o modelo tradicional deve ceder lugar ao professor-mediador e ao aluno-pesquisador. A valorização da diversidade e originalidade torna-se essencial, recompensando indivíduos por suas ideias e atitudes criativas [LIMA, 1984]. Assim, a Cibercultura representa uma era marcada pela comunicação eletrônica e mídias digitais, impactando diretamente a educação e os processos de ensino e aprendizagem.
3.7 – Educação a distância (EAD)
A Educação a Distância (EAD) permite que os alunos estudem remotamente, acessando aulas ao vivo ou gravadas por meio da internet. Apesar da falta de interação presencial, a tecnologia possibilita avaliações, exercícios e comunicação com professores. Inicialmente vista como alternativa, a EAD se consolidou como uma modalidade de ensino essencial.
Entre suas vantagens estão a flexibilidade, permitindo que os alunos escolham horários e plataformas; a economia, reduzindo custos com mensalidades e transporte; a comodidade, possibilitando o aprendizado em casa; e a inovação, tornando as aulas mais dinâmicas.
Mill (2009) diferencia a EAD entre ensino, centrado no professor, e educação, voltada para a construção coletiva do conhecimento. Moran (2006) alerta que, apesar da flexibilidade, a EAD deve ser uma experiência enriquecedora, não um aprendizado superficial.
Educação a distância é ajudar os participantes a equilibrar as necessidades e habilidades pessoais com a participação em grupos – presenciais e virtuais – por meio da qual avançamos rapidamente, trocamos experiências, dúvidas, resultados.
As plataformas de cursos online oferecem diversas ferramentas para facilitar o ensino-aprendizagem, promovendo maior autonomia aos alunos. A tecnologia tem impulsionado o crescimento do EAD, aprimorando a experiência dos estudantes por meio de videoaulas, chats e transmissões ao vivo. Segundo Moran (2000), o professor atua como orientador, distribuindo o poder no processo educativo. Além disso, recursos como estatísticas de aula e segurança do conteúdo fortalecem essa modalidade. Grigoletto (2011) destaca que a evolução do EAD está diretamente ligada ao impacto das novas tecnologias, especialmente a internet.
3.8 – O que são aulas remotas?
As aulas remotas utilizam tecnologias para permitir a interação entre professores e alunos à distância, geralmente em tempo real, por videoconferências ou plataformas educacionais. Esse modelo oferece flexibilidade, permitindo participação de qualquer lugar e, em alguns casos, acesso a gravações.
Caracterizado pela mediação tecnológica, o ensino remoto dá mais autonomia ao aluno, conforme aponta Moran (2000) com o conceito de “distribuição do poder”. Entre as vantagens estão a flexibilidade, revisão de conteúdos gravados e personalização do aprendizado. No entanto, desafios como preparação de materiais, domínio da tecnologia e engajamento dos alunos exigem planejamento eficaz das instituições e apoio das famílias, especialmente para alunos mais jovens.
3.9 – Tecnologia e educação: Inovações para revolucionar o ensino. A tecnologia tem revolucionado o aprendizado, tornando o ensino mais dinâmico e interativo, possibilitando um ensino mais ativo e individualizado, mas exige inovação por parte dos professores, evitando métodos tradicionais. Kenski (2012) destaca a necessidade de formar cidadãos críticos diante do fluxo constante de informações.
Existem aplicativos e ferramentas mais adequados para cada área do conhecimento, dependendo do conteúdo e dos objetivos. A Tabela 3 apresenta as ferramentas mais eficazes, com base em experiências de Litwin (1997). A facilidade de acesso e publicação de documentos na internet criou novas oportunidades para a construção de um grande acervo informativo. O professor deve criar situações que favoreçam o aprendizado, evitando que o aluno se restrinja a informações superficiais, como imagens sem contexto, conforme ilustrado na Figura 4, que diferencia dado, informação e conhecimento.
De acordo com Nonaka (1994), o conhecimento pode ser tácito (baseado em experiência e ação) ou explícito (codificado e comunicado). A combinação desses dois tipos de conhecimento é essencial para o aprendizado. Isso desafia a formação docente, que precisa adaptar-se à nova dinâmica tecnológica da sociedade.
3.10 – Tecnologia versus didática de ensino tradicional.
O uso de novas tecnologias na sala de aula enfrenta resistência de alguns professores tradicionais, apesar do reconhecimento de sua importância. O papel do educador evoluiu de mero transmissor de conhecimento para mediador e aprendiz, mas muitos ainda mantêm práticas expositivas, sem incentivar a experimentação tecnológica.
A abordagem construtivista de Piaget (1975) propõe um ensino cooperativo, onde os alunos questionam, dialogam e compartilham aprendizados. A instrução auxilia na introdução de conceitos, enquanto a construção do conhecimento aprofunda a compreensão e a resolução de problemas. Sandholtz (1997) destaca que, se o foco for a memorização, a tecnologia serve para repetição; já quando prioriza a indagação e a criatividade, contribui para comunicação, colaboração e expressão.
A tecnologia faz parte da vida do aluno tanto fora quanto dentro da escola. O professor deve aproveitar esse conhecimento prévio, orientando-o a filtrar, analisar e criticar as informações de diferentes mídias. Segundo Oliveira (2001), o uso das tecnologias na educação exige esforço contínuo dos professores para transformá-las em ferramentas que melhorem o processo de ensino-aprendizagem.
3.11 – Tecnologia a serviço da aprendizagem
A tecnologia desempenha um papel essencial no ensino, especialmente na Matemática, onde programação e robótica já estão integradas ao aprendizado. A BNCC incentiva essa abordagem, exigindo que educadores se adaptem a novas linguagens pedagógicas.
A introdução de recursos tecnológicos torna as aulas mais interativas e envolventes, diversificando métodos de ensino e estimulando a participação ativa dos alunos. Ferramentas multimídia, como vídeos e simulações, facilitam a compreensão de conceitos abstratos, enquanto plataformas colaborativas incentivam criatividade e pensamento crítico. Além de dinamizar o ensino, a tecnologia permite personalizar a aprendizagem, ajustando conteúdos às necessidades individuais dos alunos. Recursos de inteligência artificial analisam o desempenho e sugerem materiais específicos, tornando a educação mais acessível e eficiente.
Ao integrar estrategicamente essas inovações, educadores ampliam as possibilidades de ensino, proporcionando uma experiência mais inclusiva, motivadora e alinhada às exigências da sociedade atual.
3.12 – Vantagens das tecnologias educacionais para a aprendizagem dos alunos da educação básica de Manaus – AM
A cultura digital educativa nas escolas, integrando ferramentas tecnológicas, é essencial para o protagonismo do aluno. Novas práticas pedagógicas são necessárias para maximizar as oportunidades de reflexão, levando em consideração as potencialidades e limitações das tecnologias. O avanço tecnológico nos últimos anos contribuiu significativamente para a expansão do conhecimento humano. Cabe à escola e aos professores adotar métodos mais eficazes para preparar os alunos para a sociedade do conhecimento, como destaca Coutinho (2011). Moran (2009) ressalta que o educador deve ajudar o aluno a selecionar e compreender informações de forma significativa, e as tecnologias ampliam o acesso ao conhecimento, superando barreiras físicas. Assim:
As tecnologias de comunicação não substituem o professor, mas modificam algumas das suas funções. A tarefa de passar informações pode ser deixada aos bancos de dados, livros, vídeos, programas em CD. O professor se transforma agora no estimulador da curiosidade do aluno por querer conhecer, por pesquisar, por buscar, a informação mais relevante. Num segundo momento, coordena o processo de apresentação dos resultados dos alunos. Depois, questiona alguns dos dados apresentados, contextualiza os resultados, os adapta à realidade dos alunos, questiona os dados apresentados. Transforma informação em conhecimento e conhecimento em saber, em vida, em sabedoria o conhecimento com ética. (MORAN, 2009, p.25).
Atualmente, os alunos têm maior acesso à tecnologia, e as escolas precisam estar preparadas para integrar essas ferramentas, ampliando as oportunidades de aprendizado. Como destaca Vandresen (2011, p. 12658):
“Crianças, adolescentes e jovens frequentam os bancos de nossas escolas e universidades. Fazem parte do sistema educacional e constituem a denominada geração multitarefa, ou seja, veem TV, ouvem música, usam notebook, tecla o celular, tudo ao mesmo tempo”.
As tecnologias começaram a transformar a sociedade e, especialmente, a comunidade educacional, tornando as informações mais acessíveis e facilitando a aprendizagem de alunos e professores. No entanto, muitos educadores ainda não utilizam essas ferramentas de forma eficaz, limitando-se a usá-las apenas para leitura e fala de textos. As tecnologias devem ser vistas como um meio de aprimorar a metodologia de ensino, tornando as aulas mais significativas. A resistência ao seu uso está, em grande parte, na falta de preparo e motivação dos professores. Vandresen (2011) destaca a importância de os docentes se apropriarem das tecnologias como aliadas em sua prática pedagógica. O ensino com tecnologias digitais pode aumentar a motivação, proporcionar feedback personalizado e promover uma interação mais dinâmica entre professor e aluno, tornando o ambiente educacional mais atrativo e inspirador.
As Tecnologias possibilitam a diversificação de atividades propostas, mudanças metodológicas e nos recursos selecionados, criam novos cenários que facilitam a aprendizagem, e ‘tornam a escola atrativa, atual e enquadrada nesta nova era da informação e da comunicação, a era da geração multimídia’ (SANTOS, 2008).
As tecnologias educacionais têm o potencial de transformar a educação, pois favorecem o ensino-aprendizagem e motivam a construção do conhecimento pelos alunos, atribuindo significado ao conteúdo abordado.
É de fato que as escolas não são o único local onde os alunos estão aprendendo, se preparando para o mercado de trabalho e para a sociedade do conhecimento, mas é dela a obrigação de motivar o aluno a muito desses objetivos, a escola deve inserir o aluno no âmbito digital, facilitando a utilização das tecnologias por estes alunos, para que a partir do momento que eles se desliguem do âmbito escolar consigam adquirir competências para utilizar essas tecnologias no seu dia-a-dia.
3.12.1 – Vantagens e desvantagens das tecnologias educacionais
Verifica-se que as tecnologias educacionais, facilitam o ensino-aprendizagem do aluno, fazendo com que ele se motive mais facilmente a aprender, pois o aluno já está inserido em um mundo tecnológico, fazendo com que uma aula com uma metodologia educacional tecnológica seja um diferencial para a compreensão de certos conteúdos por esse público jovem conectado. Na Tabela 5, exemplificam-se as vantagens e desvantagens, do uso das tecnologias educacionais, inseridas no âmbito educacional.
Vantagens | Desvantagens |
Permite que o professor mostre várias formas de captar e mostrar o mesmo objeto, representando-o sob ângulo e meios diferentes: pelos movimentos, cenários, sons, integrando o racional e o afetivo, o dedutivo e indutivo. | Há facilidade de dispersão. Muitos alunos se perdem no emaranhado de possibilidades de navegação. Não procuram o que está combinado deixando-se arrastar para áreas de interesse pessoal. |
Facilita a motivação dos alunos, pela novidade e pelas possibilidades inesgotáveis de pesquisa. | O professor deve estar atento, pois a navegação pode se tornar mais atraente que a interpretação do conteúdo. |
O professor consegue com que o aluno desenvolva a aprendizagem cooperativa, a pesquisa em grupo, a troca de resultados. A interação bem sucedida aumenta a aprendizagem. | Em alguns casos há uma competição excessiva, monopólio de determinados alunos sobre o grupo, fazendo se necessário uma maior atenção pelo professor para esses casos. |
Emerge uma necessidade de formação continuada para os professores. Como forma de apoio aos professores, para que possam não apenas receber um novo recurso na escola, mas poder também conhecer suas potencialidades e utilizá-las para que o processo de ensino e aprendizagem. | O computador não é por si mesmo portado de inovação nem fonte de uma nova dinâmica do sistema educativo. Poderá servir e perpetuar com eficácia sistemas de ensino obsoletos. Poderá ser um instrumento vazio em termos pedagógicos que valoriza a forma obscurece o conteúdo e ignora processos. |
Oferece meios de atualizar rapidamente o conhecimento, estender os espaços educacionais, ampliar oportunidades onde os recursos são escassos. | Alguns docentes apontam as tecnologias educacionais, como gerador de algum mal-estar, como o medo de sua substituição pela máquina. |
A relação desigual com a tecnologia pode ser positiva, pois professores motivados a inovar incentivam a colaboração e solidariedade dos alunos. | Os docentes acham que têm pouco tempo para capacitação e atualização, para a utilização das tecnologias educacionais dentro de sala de aula. |
A oportunidade de estar em contato, ainda que virtual, com comunidades de outros estados ou até mesmo país, pode facilitar os jovens a entender e aceitar realidades, culturas e modo de viver diferentes dos seus. | Alguns docentes acreditam que, utilizando as tecnologias nas suas aulas, eles podem perder o controle da situação, já que os estudantes podem ter acesso prévio ao material a ser estudado. |
Mudar a ênfase de um currículo formal e impessoal para exploração viva e empolgada por parte dos estudantes. | A maior dificuldade do docente é adaptar sua prática quando o uso do computador diverge da concepção educacional da escola. |
Fonte: (Barreto, 2004; Moran 2007; Moran, 2009; Papert, 1994; Querte, 2004; Santos, 2004).
A implementação das tecnologias educacionais enfrenta desafios como a falta de infraestrutura, a necessidade de capacitação docente e a resistência à inovação. A desigualdade de acesso compromete a aplicabilidade das ferramentas tecnológicas, criando disparidades no aprendizado. Além disso, muitos professores não recebem treinamento adequado, o que pode levar ao uso ineficaz da tecnologia. A resistência à mudança também dificulta a adoção de novas metodologias. Superar esses desafios exige investimentos em modernização, formação docente e políticas educacionais que integrem efetivamente a tecnologia ao ensino.
3.13 – BNCC: a atual proposta para educação brasileira
A BNCC, homologada em 2017, estabelece competências essenciais para todos os alunos da Educação Básica no Brasil, focando em igualdade, diversidade e equidade. Ela orienta os currículos escolares e enfatiza a importância do conhecimento, pensamento crítico, cultura digital e cidadania. A BNCC visa formar cidadãos críticos e participativos, promovendo um aprendizado colaborativo e personalizado, com o uso de tecnologias digitais.
3.13.1 – A cultura digital no desenvolvimento das competências da BNCC
A BNCC destaca a tecnologia como competência essencial, visando capacitar os alunos para usar tecnologias de forma ética, crítica e reflexiva. A cultura digital no currículo escolar prepara os alunos para o futuro digital, transformando o educador em curador e o aluno em autor do conhecimento, com aprendizado personalizado e desenvolvimento de competências digitais. curiosidade no Ensino Infantil, o uso responsável no Ensino Fundamental, e o protagonismo no Ensino Médio. A BNCC destaca o letramento digital e o pensamento computacional, preparando os alunos para os desafios digitais. A implementação eficaz depende da infraestrutura escolar, capacitação de professores e planejamento pedagógico adequado.
3.13.2 – A BNCC e as Tecnologias na sala de aula
A BNCC integra a cultura digital como competência essencial, promovendo o uso ético e qualificado das tecnologias. Ela busca desenvolver a
3.13.3 – A evolução da Cultura Digital no mundo
A BNCC busca integrar as tecnologias digitais ao currículo, seguindo exemplos de países como Inglaterra, Portugal e Austrália. A transformação curricular proposta reflete a necessidade de preparar os alunos para a sociedade digital, com países de bons resultados educacionais adotando currículos nacionais bem definidos.
3. 14 – Contexto histórico educacional brasileiro
O uso das tecnologias em sala de aula foi criticado no Brasil pela falta de diretrizes. A história educacional pode ser dividida em três fases: Educação Tradicional (até 1930), Escola Nova (1930-1964) e ensino tecnicista (1985 até hoje). A BNCC reformula as políticas educacionais, incluindo as tecnologias como parte essencial da formação cidadã.
3.14.1 – A Inserção das Tecnologias Digitais no Ensino do Brasil
Desde a década de 1970, o Brasil investe em políticas públicas para integrar tecnologias digitais na educação, com a criação de programas como o PRONINFE e o Proinfo. Em 2007, o PROUCA foi lançado, proporcionando laptops para alunos. Apesar dos avanços, a falta de formação contínua dos professores e de recursos adequados comprometeram os resultados.
3.14.2 – A Inserção das Tecnologias Educacionais no Estado do Amazonas
O Governo do Amazonas tem avançado na integração das tecnologias nas escolas estaduais, com a distribuição de computadores e tablets, além da criação de plataformas como Saber+ e o projeto Amazonas+ Conectado. No entanto, o sucesso dessas iniciativas depende da capacitação contínua dos professores para integrar as tecnologias efetivamente.
3.14.3 – A inserção das tecnologias educacionais nas Escolas de Manaus
Os Telecentros em Manaus são espaços públicos gratuitos que promovem a inclusão digital e qualificação profissional, vinculado às escolas municipais. Eles ajudam a reduzir desigualdades sociais, ampliando o acesso ao conhecimento e fortalecendo a identidade no espaço virtual, como destaca Gadotti (2001).
“As novas tecnologias criaram novos espaços do conhecimento. Agora, além da escola, também a empresa, o espaço domiciliar e o espaço social tornam-se educativo. Cada dia mais pessoas estudam em casa, pois podem de casa acessar o ciberespaço da formação e da aprendizagem à distância […]” (GADOTTI, 2001, p.13).
Nesse contexto, os Telecentros configuram-se espaços para o exercício da cidadania, através dos quais é possível:
- Fazer uso de tecnologias digitais para solução de problemas, contribuindo para o desenvolvimento integral;
- Fortalecer o desenvolvimento de habilidades técnicas, possibilitando a inserção no mercado de trabalho ou geração de renda;
- Fomentar a educação através do acesso à informação e possibilitar a construção do conhecimento;
- Fortalecer a autoestima com o desenvolvimento de suas próprias capacidades e do trabalho cooperativo e cursos diversos;
- Realizar atividades socioculturais para mobilização para divulgação de conhecimento;
- Fazer cursos na modalidade a distância;
- Promover o fortalecimento de grupos menos favorecidos, como: grupo de jovens, grupo de mulheres, principalmente, as vítimas de violência doméstica, entre outros;
- Preparar-se para concursos;
- Estimular a comunicação e a cultura, através de diferentes formas de expressão: criação de jornal comunitário, rádio online, criação de páginas, criação de jogo, etc. (BRASIL, 2010, p. 2-5).
Os Telecentros foram instalados em escolas públicas municipais, com a primeira unidade inaugurada em 2012, na Escola Municipal Madre Tereza de Calcutá, no bairro Nova Floresta, Zona Leste. A escola atende cerca de 1.080 alunos do Ensino Fundamental e EJA, nos três turnos. Sob a coordenação da SEMED, os Telecentros passaram a ser regulamentados pela Portaria nº 0894/2014, publicada no Diário Oficial de Manaus.
Espaços públicos localizados nas Escolas da Rede Municipal de Ensino, com computadores conectados à internet para promover um ambiente adequado à realização de oficinas e atividades socioeducativas e referência para que a inclusão digital combata a desigualdade tecnológica e o analfabetismo digital, diminuindo o alto índice de exclusão digital (MANAUS, 2014, p. 8).
O funcionamento destes espaços nas escolas municipais de Manaus observa os seguintes princípios:
a) os Telecentros serão utilizados por professores e alunos devidamente assessorados por formadores especialistas da Gerência de Tecnologia Educacional;
b) além dos discentes e professores, a comunidade também participará das atividades desenvolvidas nos Telecentros, desde que acompanhadas pelos coordenadores locais de acordo com o cronograma de utilização;
c) para o cadastro é necessário que o cidadão esteja portando RG e/ou CPF para efetivá-lo, destacando que menores de 18 anos deverão estar acompanhados dos seus responsáveis;
d)comunitários menores de 10 anos só poderão adentrar nos Telecentros devidamente acompanhados dos pais ou responsáveis e;
e) o horário de atendimento ficará fixado em local visível aos professores, alunos e comunitários (MANAUS, 2014, p. 8).
Os Telecentros oferecem infraestrutura com computadores, projetor multimídia, quadro branco, televisor e mobiliário, sendo gerenciados por um servidor público indicado pelo gestor escolar e aprovado pela Gerência de Tecnologia Educacional. Esse coordenador deve ter conhecimentos básicos de informática e disponibilidade de 40 horas semanais. No entanto, até o final de 2016, 108 escolas ainda estavam sem coordenador, especialmente nas zonas Leste e Rural. A administração desses espaços cabe à DGTI, responsável pela seleção dos coordenadores e pela formação continuada em Tecnologias Digitais.
3.15 – A implementação das práticas pedagógicas nos Telecentros das Escolas de Manaus – AM
Desde 2014, o projeto de formação continuada em Tecnologias Digitais para docentes de Telecentros visa promover o uso eficaz das tecnologias e o desenvolvimento da capacidade de resolver problemas. Nos anos anteriores (2012 e 2013), o foco foi nas orientações administrativas individuais, devido ao número limitado de Telecentros.
A formação contínua é essencial, pois o aprendizado é um processo permanente (DEMO, 2011; IMBERNÓN, 2006; NÓVOA, 2009). Para os professores, esse tipo de aprendizado é crucial, envolvendo tanto o desenvolvimento pessoal quanto o aprimoramento da escola como ambiente de crescimento. O contexto dinâmico facilita esse aprimoramento constante (IMBERNÓN, 2006; NÓVOA, 2009).
Ao planejar a formação de professores para o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), é fundamental compreender que o objetivo da educação digital é permitir que tanto alunos quanto professores manipulem e recriem conhecimentos de forma crítica, com foco no desenvolvimento da cidadania (GHEDIN, 2009). Isso inclui o desenvolvimento de competências digitais básicas, isto é,
[…] conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes (incluindo, portanto, habilidades, estratégias, valores e consciência) que são necessários ao usar as TIC e meios de comunicação digitais para executar tarefas; resolver problemas; comunicar; gerenciar informações; colaborar; criar e compartilhar conteúdo; e construir o conhecimento de forma eficaz, eficiente, de forma adequada, de forma crítica, criativa, de forma autônoma, de forma flexível, de forma ética, reflexivamente para o trabalho, o lazer, a participação, a aprendizagem, a socialização (FERRARI, 2012, p. 3 – 4).
A capacitação dos educadores, especialmente por meio dos Telecentros, é essencial para a integração eficaz das tecnologias educacionais no ensino. As formações são complementares aos programas de educação formal e visam melhorar o uso pedagógico das tecnologias, como o Scratch e o Hotpotatoes. A formação inclui módulos e capacitações e ocorre em diferentes formatos, como em polos e oficinas em serviço. O uso de tecnologias no ensino básico, impulsionado pela revolução tecnológica, visa promover o protagonismo dos alunos e enriquecer o aprendizado, com a escola utilizando tanto o ensino presencial quanto o virtual. O Brasil, por meio do Plano Nacional de Educação, busca incorporar as tecnologias de forma pedagógica no processo educativo.
Desenvolver tecnologias pedagógicas que combinem, de maneira articulada, a organização do tempo e das atividades didáticas entre a escola e o ambiente comunitário, considerando as especificidades da educação especial, das escolas do campo e das comunidades indígenas e quilombolas (BRASIL, 2014, Meta 1, Estratégia 2.6).
O conceito de tecnologia educacional envolve a utilização de recursos tecnológicos para aprimorar métodos de ensino, promovendo o desenvolvimento e o acesso à informação. De acordo com Bunge apud Cupani (2004, p. 03), tecnologia é definida como “a técnica de base científica” e refere-se ao campo do conhecimento que envolve o design de artefatos, sua realização, operação, manutenção e monitoramento, com base no conhecimento científico. Em resumo, a tecnologia é o estudo científico do artificial, englobando objetos, estados ou circunstâncias úteis, que têm sido aplicados em diversos setores da sociedade.
3. 16. O Histórico das Tecnologias
A tecnologia, presente em todos os aspectos da vida, tem evoluído rapidamente, transformando a maneira de viver e pensar, como apontado por Lévy (1999). Esse avanço foi acelerado no século XX.
3. 16.1 – As Primeiras Imagens
17.000 a.C.: Pinturas na Gruta de Lascaux, França.
3000 a.C.: Surgimento da escrita na Mesopotâmia.
2000 a.C.: Criação do alfabeto fenício.
Século XII: Copistas produzem livros para a nobreza e o clero.
Século XV: Invenção da imprensa por Gutenberg.
3. 16.2 – A Fotografia e o Cinema
1839: Niépce e Daguerre criam a fotografia.
1872: Muybridge estuda a locomoção de animais com múltiplas fotografias.
1892: Marey desenvolve o cronofotógrafo.
1895: Primeira projeção cinematográfica pelos Lumière.
1920: Surge o cinema sonoro.
3.16.3 – A Ampliação das Comunicações
Século 1876: Bell cria o telefone.
XIX: Invenção do telégrafo e telefone.
1906: Primeira transmissão de voz via rádio AM.
1923: Fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro.
1933: Paul Nipkow introduz a televisão.
3.16.4 – Os Satélites e Alta Definição
1957: Lançamento do satélite Sputnik.
Anos 80: Revolução na comunicação via satélite e TV interativa.
3. 16.5 – O Registro dos Sons e Imagens
A introdução de registros magnéticos transforma o rádio e a TV, aprimorando qualidade de som e imagem.
3. 16.6 – O Mundo Zero e Um
1930: Surge a indústria de informática com a HP.
1950-70: Desenvolvimento das linguagens de programação.
1969: A Internet conecta redes globais.
3.16.7 – Da Multimídia à Multimídia
A combinação de recursos como CD-ROM, TV interativa e registros digitais resulta na multimídia, integrando diversas formas de comunicação.
3.16.8 – O Computador
A computação estuda o uso do computador como ferramenta para processamento de informações, surgindo para facilitar o controle e organização de dados.
3.16.9 – As Primeiras Máquinas
1642: Pascal inventa a primeira máquina de somar.
1673: Leibniz aprimora a máquina de Pascal para multiplicações.
1801: Jaquard introduz cartões perfurados para programação.
1859: Babbage cria a máquina diferencial, precursora dos computadores modernos.
1890: Hollerith desenvolve cartões perfurados para processar dados.
1946: ENIAC, o primeiro computador eletrônico digital, é criado.
1951: Início da 1ª Geração dos Computadores com o UNIVAC e IBM 701.
3.16.10 – A informática no dia a dia
A informática está presente em diversos aspectos da vida cotidiana, muitas vezes sem que percebamos:
Em casa: telefones, computadores, eletrodomésticos, TV, jogos eletrônicos, relógios digitais, câmeras fotográficas, entre outros.
Na rua e na administração pública: controle de semáforos, transportes, pagamentos de contas e impostos.
Nos bancos: movimentação bancária via internet e cartões.
Na educação: modernização do ensino, promovendo interatividade, individualização e novas posturas pedagógicas.
3.16.11 – O Computador como Máquina de Ensinar
O computador reproduz métodos tradicionais de ensino de forma digital, incluindo:
Tutoriais: instrução programada, similar ao ensino tradicional, mas de alto custo.
Exercício e prática: reforço de conteúdos por meio da repetição.
Jogos educacionais: aprendizado exploratório, mas a competição pode desviar o foco pedagógico.
Simulação: modelagem de situações reais para experimentação e análise.
3.16.12 – O Computador como Ferramenta Educacional
O aprendizado ocorre pela execução de tarefas no computador, como:
Aplicativos educacionais: editores de texto, planilhas, gráficos e bancos de dados.
Resolução de problemas: modelagem e teste de soluções por meio de programação.
Produção musical: aprendizado pela criação e experimentação sonora.
Controle de processos: compreensão e gerenciamento de sistemas dinâmicos.
Comunicação: redes de computadores facilitam o acesso e o compartilhamento de informações.
3.17. – Tecnologias Educacionais como Potencializadoras do Ensino
A sala de aula tornou-se um espaço de interatividade e conectividade, exigindo a integração equilibrada de tecnologias no cotidiano de alunos, professores e gestores. Essas inovações visam aprimorar o ensino e a aprendizagem de forma eficaz e acessível.
Neste contexto, aparece um novo formato de educação, no qual giz, quadro e livros não são mais os únicos instrumentos para dar aulas que os professores possuem, necessitando assim desenvolver um conjunto de atividades didático-pedagógica a partir das tecnologias disponíveis na sala de aula e as que os alunos trazem consigo(RAMOS, 2012).
3.17.1 – As Tecnologia na Educação: Impactos e Benefícios
O uso de tecnologias digitais na educação transforma o ensino, tornando-o mais dinâmico e acessível. A escola deve acompanhar essa evolução para engajar os alunos e evitar a evasão. O professor deixa de ser o único detentor do conhecimento e passa a atuar como mediador, promovendo a autonomia do estudante no processo de aprendizagem.
3.17.2- Benefícios da Tecnologia na Educação
Protagonismo do aluno: O acesso fácil à informação permite que os estudantes busquem conhecimento de forma independente, tornando-se mais ativos no aprendizado.
Aproximação professor-aluno: A tecnologia cria conexões dentro e fora da sala de aula, favorecendo a colaboração e o ensino conjunto.
Estímulo à curiosidade e interação: Ambientes digitais tornam as aulas mais atrativas e interativas, incentivando a participação até dos alunos mais tímidos.
Agilidade nas atividades: Ferramentas digitais otimizam o tempo de pesquisa e realização de tarefas, beneficiando professores e alunos.
Maior atenção e motivação: Aulas dinâmicas, com múltiplos recursos tecnológicos, aumentam o interesse e a concentração dos estudantes.
Inclusão e respeito às diferenças: A tecnologia permite a personalização do ensino, atendendo alunos com diferentes necessidades.
Motivação e alto desempenho: O uso de jogos, desafios e atividades interativas torna o ambiente escolar mais atrativo e produtivo.
A tecnologia reduz barreiras no aprendizado e exige inovação constante dos professores. Mais do que conhecer as ferramentas digitais, é essencial integrá-las ao ensino para preparar os alunos para a realidade do mundo conectado.
3.18 – Ferramentas de Tecnologia Educacional Utilizadas
A evolução da tecnologia na educação se reflete na adaptação dos métodos de aprendizagem à nova realidade tecnológica. O Brasil já conta com 120 milhões de pessoas conectadas à Internet, e em 2018, investimentos de U$16,3 bilhões em tecnologias educacionais reforçam essa transformação. O uso de tecnologias, como a Internet, propicia uma dinâmica educacional mais interativa, desafiando as instituições e os professores a ajustarem suas práticas pedagógicas.
3.18.1 – Kahoot – O Kahoot é uma ferramenta interativa de origem norueguesa que utiliza jogos para engajar alunos no aprendizado. Permite ao professor criar atividades como quizzes, discussões e enquetes para promover a participação ativa. Suas modalidades incluem:
- Quiz: Questionários de múltipla escolha com feedback imediato e relatórios de desempenho.
- Discussion: Perguntas com múltiplas respostas, estimulando opiniões rápidas dos alunos.
- Survey: Permite sondar a turma sobre temas específicos.
- Jumble: Uma versão que desafia os alunos a ordenar respostas corretamente.
O Kahoot torna a aprendizagem mais envolvente e pode ser usado para revisão de conteúdos, discussões ou avaliação.
3.18.2 – Google Classroom – Lançado em 2014, o Google Classroom é uma ferramenta gratuita que facilita a interação entre professores e alunos. A plataforma permite criar turmas, compartilhar documentos, atribuir tarefas e promover discussões de maneira simples e intuitiva. Ela integra recursos do Google Apps for Education, como Gmail, Drive e Docs, e visa otimizar o tempo de aprendizagem e a comunicação no ambiente escolar:
Fácil de configurar: os professores adicionam alunos diretamente ou compartilham um código com a turma para que os alunos se inscrevam. A configuração leva poucos minutos.
Poupa tempo: o simples fluxo de trabalho digital permite que o professor crie, revise a avalie tarefas rapidamente em um só lugar.
Melhora a organização: os alunos visualizam todas as tarefas em uma página específica e todo o material didático é arquivado automaticamente em pastas do Google Drive.
Aprimora a comunicação: Sala de aula permite que o professor envie comunicados e inicie discussões instantaneamente. Os alunos compartilham recursos entre si ou respondem a perguntas no fluxo.
Acessível e seguro: assim como o restante dos serviços do Google Apps for Education, a Sala de aula não inclui anúncios e jamais utiliza o conteúdo do professor ou os dados dos alunos para fins publicitários. Além disso, ele é gratuito para escolas (GOOGLE, 2014, p. 2).
A tela principal do Google Sala de Aula, chamada mural, se assemelha a uma linha do tempo de redes sociais, permitindo a postagem de informações, links, vídeos do YouTube e anexos do Google Drive. Lançada em 2014, a plataforma facilita a comunicação e organização de atividades educacionais, sendo acessível a instituições com uma conta Google.
Na aba “Pessoas”, o professor pode gerenciar os alunos, convidando-os pelo código da turma ou e-mail, e definir permissões de interação. A tela “Pendências” organiza as atividades a corrigir, permitindo atribuir notas e visualizar as já corrigidas. O professor pode, ainda, corrigir atividades, visualizar o progresso dos alunos e enviar mensagens sobre as notas.
3.18.3 – GOOGLE FORMS – O Google Forms é uma ferramenta gratuita oferecida pelo Google para a criação de pesquisas, questionários e formulários de registro, sendo útil tanto em contextos acadêmicos quanto em outras áreas. Embora não tenha sido especificamente desenvolvido para o ambiente escolar, sua flexibilidade o torna uma ferramenta versátil para os educadores, permitindo a criação de avaliações, coletas de feedback e organização de atividades. De acordo com Bijora (2018), o Google Forms permite a criação de diferentes tipos de perguntas, como múltipla escolha, questões discursivas e avaliações numéricas, o que o torna uma solução eficiente para diversas finalidades educacionais. Ele otimiza o tempo dos docentes, especialmente em atividades objetivas, já que corrige automaticamente as respostas e fornece feedback imediato aos alunos. No entanto, para questões abertas, o professor ainda precisa realizar uma análise manual.
A plataforma também permite a personalização dos questionários, incluindo a adição de cores, imagens, vídeos e diversos tipos de perguntas. Além disso, ela gera gráficos automáticos que ajudam os professores a visualizar rapidamente o desempenho da turma, permitindo ajustes na prática pedagógica. Para um diagnóstico preciso, é importante que o professor crie questões inéditas, evitando respostas baseadas em pesquisas superficiais na internet. Quando bem utilizado, o Google Forms oferece benefícios tanto para o trabalho docente quanto para o processo de aprendizagem dos alunos, proporcionando uma avaliação mais eficiente e personalizada.
18.4 – WHATSAPP ALIADO A EDUCAÇÃO – O WhatsApp é um aplicativo de mensagens que permite a troca de textos, áudios, vídeos e documentos gratuitamente, além de chamadas e criação de grupos, com uso facilitado pela sincronização automática dos contatos (Alencar et al., 2015).Na educação, destaca-se como ferramenta pedagógica por sua popularidade e acessibilidade, promovendo interação entre professores e alunos, debates e troca de informações acadêmicas (Paiva et al., 2016; Honorato & Reis, 2014). Pesquisas indicam que seu uso amplia o engajamento estudantil, tornando o aprendizado mais dinâmico e flexível (Kaieski, Grings & Fetter, 2015; Pereira, Pereira & Alves, 2015).
Autores como Neri (2015) e Araújo & Bottentuit Junior (2015) ressaltam seu potencial didático e sua capacidade de tornar as aulas mais atrativas. Apesar de desafios como a organização de discussões complexas, o WhatsApp é um recurso valioso para a comunicação e permanência dos alunos nos estudos. Mais do que simplesmente integrar novas ferramentas ao ambiente escolar, é necessário repensar a educação de forma ampla, promovendo uma cultura de inovação que valorize a autonomia dos estudantes e torne o conhecimento mais acessível e significativo. Somente assim será possível construir um sistema educacional que prepare os indivíduos não apenas para os desafios do presente, mas também para um futuro em constante evolução.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A incorporação da tecnologia na educação tem se mostrado um elemento essencial para a evolução das práticas pedagógicas, tornando o aprendizado mais dinâmico, interativo e alinhado às exigências da sociedade atual. O uso de metodologias inovadoras, apoiadas por ferramentas digitais, não apenas amplia as possibilidades de ensino, mas também fortalece o protagonismo dos alunos, preparando-os para um mundo em constante transformação. No entanto, essa revolução tecnológica na educação só será verdadeiramente eficaz se houver um compromisso coletivo. Educadores, gestores e toda a comunidade escolar precisam atuar em conjunto para garantir que a tecnologia seja implementada de maneira estratégica, com infraestrutura adequada, formação docente contínua e metodologias que realmente potencializem o processo de ensino e aprendizagem.
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