A INFLUÊNCIA DA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL GRUPAL SOBRE A MATURIDADE E INDECISÃO VOCACIONAL

THE INFLUENCE OF THE GROUP PROFESSIONAL ORIENTATION ON MATURITY AND VOCATIONAL INDECISION

LA INFLUENCIA DE LA ORIENTACIÓN PROFESIONAL GRUPAL SOBRE LA MADUREZ E INDECISIÓN VOCACIONAL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10036742


Daiane Bocard do Couto1
Carla Cristine Vicente2
Wanderson Fernandes de Souza3


RESUMO

Esse estudo avaliou a influência da orientação profissional (OP) grupal sobre a maturidade para escolha profissional e a indecisão vocacional de 78 estudantes do terceiro ano do ensino médio de três escolas de Seropédica, RJ. Os participantes foram divididos em grupo experimental (GE) que frequentou oito encontros de OP durante oito semanas e o grupo controle (GC). Todos os estudantes responderam a EMEP e a EIV, antes e depois da realização dos encontros de OP. Os resultados mostraram que o grupo experimental teve um aumento maior do nível de maturidade (t=23,2; p<0,01) e maior redução do nível de indecisão (t=7,5; p<0,01) do que o grupo controle (maturidade t=6,8; p<0,01e indecisão t=2,4; p<0,01) no mesmo espaço de tempo.

Palavras-chaves: orientação profissional; maturidade; indecisão.

ABSTRACT

This study evaluated the influence of vocational guidance (OP) on a group of adolescents. In particular, the effect on their professional choice by analyzing levels of maturity and levels of career indecision. The total group of adolescents tested were 78 students third year high school students from three different schools in Seropédica, RJ. Participants were divided into two separate groups. A control group (CG) and an experimental group (EG) who attended eight OP meetings for eight weeks. All students responded to EMEP and EIV, before and after the evaluation period in which the OP meetings took place. The results showed that the EG had a greater increase in the level of maturity (t = 23.2, p <0.01) and had a reduction in the level of indecision (t = 7.5, p <0.01) than the CG (maturity t = 6.8, p <0.01, and indecision t = 2.4, p <0.01) during the evaluation period.

Keywords: professional orientation; maturity; indecision.

RESUMEN

Esse estudo avaliou a influencia de orientación profesional (OP) grupal sobre una madurez para escolha profesional y una decisión vocacional de 78 estudiantes del tercer año y del ensino medio de las escuelas de Seropédica, RJ. Los participantes se dividieron en el grupo experimental (GE) que frecuentemente se encuentra en OP durante las semanas y en el grupo controlado (GC). Todos los encuestados respondieron a un EMEP y un EIV, antes y después de la realización de dos encuentros de OP. Los resultados mostrados en el grupo experimental teve um aumento mayor del nivel de madurez (t = 23,2; p <0,01) y reducción mayor del nivel de indecisión (t = 7,5; p <0,01) o grupo controle (maturidade t = 6,8; p <0,01e indecisão t = 2,4; p <0,01) no mesmo espaço de tempo.

Palabras clave: orientación profesional; la madurez; indecisión.

À medida que o estudante segue avançando em sua escolaridade, a pressão para tomada de decisões em relação à carreira vai ganhando força. No último censo da educação superior divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP mostra que em 2017 foram oferecidas 336 diferentes opções de cursos de graduação reconhecidos pelo Ministério da Educação – MEC. O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC disponibilizou 227 opções de cursos técnicos e 646 opções de cursos de formação inicial e continuada (FIC) ou de qualificação profissional. E, para além disso, com a evolução da tecnologia surgem diversas novas opções de carreira a cada ano.

Diante deste cenário e da enorme gama de possibilidades ofertadas, torna-se importante apoiar o estudante fornecendo-lhe ferramentas de conhecimento e informações que o auxilie e oriente em sua tomada decisão. Optar por uma carreira pode ser uma difícil tarefa para estudantes que estão enfrentando um momento de transição de fases, buscando o autoconhecimento, a construção e o fortalecimento de sua identidade. Frente a esses fatores, a Orientação Profissional (OP) pode representar um meio de fornecer suporte aos estudantes na realização de uma escolha profissional consciente e adequada ao seu projeto de vida. 

Orientação Profissional (OP)

A literatura existente sobre OP é extensa e diversificada. De acordo com Pimenta (1981), o processo de OP é um meio facilitador, que ajuda o jovem a se conhecer melhor, fornecendo aporte para que ele faça a escolha mais adequada. Para Azevedo e Santos (2000), a OP constitui-se num campo de trabalho que intervém na vida cotidiana dos seres humanos. Silva e Soares (2001) entendem OP como um “ritual moderno, cujo objetivo principal é facilitar a transição do indivíduo do mundo infantil para o mundo adulto” (p. 115), sendo útil na elaboração dos conflitos vivenciados pelos jovens quando estes passam pelo angustiante momento da escolha profissional. 

Oliveira e Neiva (2013) concluem que o processo de OP deve ir além de ajudar o indivíduo na sua inserção no mercado de trabalho. Deve buscar promover a flexibilização da forma como o orientando avalia descrições socialmente difundidas sobre escolha profissional e sobre as diversas carreiras. O trabalho na área de OP é entendido como um processo que promove melhoria na capacidade de discriminação e análise das variáveis envolvidas no processo de tomada de decisão em relação à carreira (Cippola, Domeniconi & Schmidt, 2017).

Esse trabalho pautou-se no modelo de Orientação Profissional Clínico proposto por Rodolfo Bohoslavsky no século XX. Bohoslavsky rompeu com o modelo psicométrico de OP predominante no mundo, que via o sujeito como objeto de sua intervenção, e apresentou ao mundo uma nova possibilidade acerca do trabalho em orientação profissional na abordagem clínica, cujo modelo teórico enxerga o indivíduo como dono de   sua própria escolha (Bohoslavsky, 1977). 

A intervenção em OP deve proporcionar ao jovem orientando um momento de reflexão, especialmente acerca do que está por trás da sua escolha (Almeida & Pinho, 2008). Oferecendo aos indivíduos padrões de mecanismos de adaptação à vida (Super & Junior, 1980). Podendo prevenir alguns transtornos na vida do adolescente, como decepções e ilusões, e favorecer a melhoria da qualidade de vida em diversos níveis (Azevedo & Santos, 2000). Segundo Ambiel, Martins e Hernández (2018) fatores como vulnerabilidade emocional, busca por autoconhecimento e insegurança acerca de conhecimento profissional é o que leva o jovem a buscar por OP.

De acordo com Neiva, Silva, Miranda e Esteves (2005), a escolha profissional é multifatorial, ou seja, não depende apenas de uma variável. Entre os fatores que os autores descrevem (políticos, econômicos, sociais, educacionais, familiares), está o fator psicológico composto, por exemplo, por interesses, habilidades, personalidade, valores, expectativas com relação ao futuro, maturidade para escolha profissional e indecisão (Neiva et al., 2005; Neiva, 2014). Dentre essas variáveis, Junqueira e Melo-Silva (2014) destacam a maturidade para escolha como um construto muito importante a ser considerado ao se tratar de escolha profissional. Assim como também, Santos (2013) destaca a indecisão vocacional. 

A partir dessas perspectivas, o presente estudo elegeu a maturidade para escolha profissional e a indecisão vocacional, como balizadores da investigação. 

Maturidade Vocacional

De acordo com Neiva et al. (2005), Melo-Silva, Oliveira e Coelho (2002) e Neiva (2003; 2014), o conceito de maturidade vocacional foi introduzido por Super (1955), como o conjunto de atitudes e comportamentos que o jovem deve realizar objetivando sua entrada no mundo profissional. Incluindo a seleção de um fazer e as atitudes a serem tomadas diante dessa decisão. Maturidade vocacional se refere a possibilidade de um indivíduo possuir atitudes e conhecimentos suficientes para realizar a escolha profissional consciente e segura.

Em relação à maturidade para escolha profissional, a literatura mostra que é possível avaliar a variação desse construto. Bardagi e Albanaes (2015) realizaram uma revisão na literatura voltada para a avaliação de intervenções de carreira no Brasil, entre os anos de 1994 a 2014. Elas encontraram dezesseis publicações que abordavam essa temática. Dentre essas publicações, seis avaliavam a evolução da maturidade para escolha profissional em programas de OP, tomando como indicativo o aumento do nível de maturidade para verificar a eficácia da intervenção. Nos seis estudos, o nível de maturidade aumentou após os estudantes passarem pela intervenção em OP (Melo-Silva et al., 2002; Nogueira, 2004; Moura, Sampaio, Gemelli, Rodrigues & Menezes, 2005; Lassance, Bardagi & Teixeira, 2009; Junqueira, 2010; Oliveira & Neiva, 2013). Outros estudos como os de Noce (2008), Esbrogeo (2008), Corlatti (2009) e Junqueira e Melo-Silva (2014) também comprovaram que os estudantes que participaram de programas de OP se tornaram mais maduros para decidirem sobre sua escolha profissional.

Indecisão Vocacional

De acordo com Lassance et al. (2009), a indecisão é um conceito multidimensional, e quando manifesto na adolescência, fase de muitas transformações, é esperado e visto como natural, em certo limite, diante de questões como a escolha da carreira. Para Silva (2004), indecisão vocacional consiste na incapacidade do indivíduo em selecionar, ou comprometer-se com um objetivo educativo ou profissional específico. Campos e Noronha (2015) apontam que o auxílio na compreensão dos fatores envolvidos na indecisão profissional é indispensável para que uma escolha segura possa ser feita pelo jovem.

Entre os estudos brasileiros que utilizaram a Escala de Indecisão Vocacional (Teixeira & Magalhães, 2001), Lassance et al. (2009) avaliaram o resultado produzido por uma intervenção de OP no nível de indecisão dos estudantes participantes. Verificaram que após a participação no programa de OP, o nível de indecisão dos estudantes reduziu significativamente. E, assim, concluíram que a intervenção foi positiva.

Teixeira e Magalhães (2001) em seu estudo de validação da Escala de Indecisão Vocacional, também puderam observar que estudantes que passaram por um programa de intervenção em OP tiveram seus escores de indecisão reduzidos. E ainda puderam constatar que, quando comparados os escores de um grupo de estudantes que procuraram voluntariamente por uma intervenção em OP com um grupo de estudantes aleatórios que não buscavam por OP, os escores dos que buscaram OP foram significativamente mais elevados. Após a intervenção, os escores dos dois grupos não apresentaram diferença significativa.

Sendo assim, o presente estudo objetivou avaliar a influência de uma intervenção de OP realizada em grupo sobre a maturidade para a escolha profissional e a indecisão vocacional de estudantes do último ano do ensino médio considerando a diferença dos três perfis das escolas abordadas: federal, estadual e particular. É possível encontrar na literatura uma série de estudos que mediram a maturidade e a indecisão para avaliar a eficiência de uma intervenção de OP. Esse trabalho, por sua vez, ampliou ainda mais a análise e verificou como os estudantes de diferentes tipos de escola reagem a intervenção de OP e identificou quais as categorias e subcategorias avaliadas pelas escalas precisam ser melhor desenvolvidas na intervenção. .

MÉTODO

Participantes

Participaram do presente estudo 78 estudantes do terceiro ano do ensino médio, oriundos de três escolas distintas localizadas no Município de Seropédica – RJ, com idades entre 16 e 20 anos (M=17,3 anos), sendo 44 (56,4%) do sexo feminino e 34 (43,6%) do sexo masculino. Do total de participantes, 24 (30,8%) estudavam em escola federal, 34 (43,6%) estudavam em escola particular e 20 (25,6%) em escola da rede pública estadual. Os estudantes foram divididos em dois grupos: 36 (46,2%) compuseram o grupo experimental (grupo que participou da intervenção de OP) e 42 (53,8%) o grupo controle (não participaram da intervenção de OP). Essa divisão foi feita mediante sorteio ou candidatura voluntária a participação em um dos grupos específicos. Dos estudantes que compunham o grupo experimental, 14 (38,9%) eram da escola federal, 14 (38,9%) eram da escola particular e 08 (22,2%) eram da escola pública estadual. Do grupo controle, 10 (23,8%) eram da escola federal, 20 (47,6%) da escola particular e 12 (28,6%) da escola pública estadual.

Instrumentos

Para coleta de dados foram utilizados dois instrumentos: (1) Escala de Maturidade para Escolha profissional – EMEP (Neiva, 2014) e (2) Escala de Indecisão Vocacional – EIV (Teixeira & Magalhães, 2001).

(1) A Escala de Maturidade para Escolha ProfissionalEMEP (Neiva, 2014) é um instrumento desenvolvido para avaliar os níveis de maturidade profissional em estudantes a partir do nono ano até universitários em reorientação. Essa é uma escala multifatorial composta de duas dimensões: Atitudes frente à escolha profissional e Conhecimentos necessários à escolha profissional. Cada uma dessas dimensões se dividem e dão origem a cinco subescalas: Determinação, Responsabilidade e Independência que se referem à Atitude. E Autoconhecimento e Conhecimento da realidade que se referem à Conhecimentos.

A EMEP é uma escala tipo Likert de cinco pontos, sendo 1 equivalente a nunca, 2 = raramente, 3 = às vezes, 4 = frequentemente e 5 = sempre, na qual o objetivo do respondente é avaliar a frequência com que atua ou pensa, de acordo com cada enunciado. É composta por 45 itens, divididos em 23 de ordem positiva e 22 de ordem negativa. Que geram seis pontuações brutas, referentes a cada subescala e a escala total. Sendo a pontuação máxima de 225 pontos. Os resultados se dão em sete faixas de classificação: Muito Inferior (I-), Inferior (I), Médio Inferior (MI), Médio (M), Médio Superior (MS), Superior (S) e Muito Superior (S+). Suas características psicométricas verificadas no estudo de validação (Neiva, 1998) possuem níveis adequados de consistência interna (alfa de Cronbach) entre 0,77 e 0,91. E está aprovada pelo Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI).

(2) A Escala de Indecisão Vocacional – EIV (Teixeira & Magalhães, 2001) é um instrumento que avalia o construto da indecisão vocacional de uma maneira geral, levando em consideração os aspectos de insegurança, ambivalência e ansiedade que podem estar envolvidos no processo da tomada de decisão quanto à escolha profissional. Seu objetivo é quantificar o nível de indecisão, independentemente dos fatores qualitativos que caracterizam o fenômeno. O estudo de validação desse instrumento (Teixeira & Magalhães, 2001) indica que a escala é capaz de diferenciar níveis de indecisão entre aqueles estudantes que procuram orientação profissional e os que não procuram, além de detectar alteração no nível de indecisão após a realização de OP. A EIV apresentou um índice de consistência interna (alpha de Cronbach) de 0,86, o que estatisticamente satisfatório. 

Ela é composta por sete itens, cujo sistema de resposta é no modelo Likert de 5 pontos, na qual os estudantes avaliam o quanto cada item descreve ou não seu estado no momento. Sendo 1 correspondente a afirmação: A frase é totalmente falsa a meu respeito. E 5 = A frase é totalmente verdadeira a meu respeito. Sendo possível também usar os números intermediários 2, 3 e 4. Para se chegar ao escore total somam-se todos os pontos marcados em cada item, o resultado pode variar de 5 a 35 pontos. Quanto maior a pontuação obtida, maior o grau de indecisão.

Procedimentos 

Inicialmente essa pesquisa foi submetida ao comitê de ética da UFRRJ, que aprovou sua realização e gerou o processo nº 23083.008555/2016-06. Em seguida três escolas foram selecionadas para participação e os diretores responsáveis assinaram o termo de autorização. Uma palestra intitulada Como realizar escolhas foi ministrada em cada escola, e ao término foi feito o convite para que os estudantes presentes respondessem voluntariamente as escalas usadas na pesquisa e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Aos que possuíam menos de 18 anos, foi solicitado autorização dos responsáveis. 

Após o preenchimento dos instrumentos, foi perguntado aos estudantes quem gostaria de participar de um grupo de orientação profissional. Entre todos que se voluntariaram foi feito um sorteio que selecionou os participantes do grupo experimental. Os demais compuseram o grupo controle da pesquisa. Até esse ponto, se caracteriza o momento 1 (M1) da pesquisa. 

Em seguida, iniciaram-se os três grupos de OP, um em cada escola. Os três grupos foram conduzidos pela mesma facilitadora. Os encontros aconteceram uma vez por semana, com duração de noventa minutos. Aconteceram oito encontros. Após o término dos encontros, foi realizado um contato com todos os estudantes que participaram do M1, para preenchimento das escalas novamente. Os estudantes que participaram do grupo experimental responderam as escalas ao final do oitavo encontro. Já os estudantes que compuseram o grupo controle, responderam em sala, após uma aula. Esse ponto marca o momento 2 (M2) da pesquisa. Foram utilizados nessa pesquisa, apenas os dados dos estudantes que participaram dos dois momentos, M1 e M2.

Após a coleta dos dados foi realizado o tratamento estatístico das duas escalas aplicadas, utilizando o software SPSS, versão 20. O tratamento incluiu a descrição e comparação entre os grupos experimental e controle de cada escola. E a comparação dos resultados mensurados nos diferentes momentos da investigação (M1 e M2). 

Intervenção: O grupo de OP.

Foi montado um programa de OP onde se utilizou técnicas já publicadas e outras que foram desenvolvidas pela própria equipe de pesquisadores. Esse programa é composto por oito encontros, divididos em quatro etapas: 

Primeira etapa – Formação do Grupo: Essa etapa foi composta por um encontro, cujo objetivo foi à integração dos participantes, a formação de vínculos, a criação do sentimento de pertencimento e concepção de um ambiente seguro. Foram utilizadas dinâmicas de grupo que promoveram reflexões sobre o processo de OP grupal e ao final foi realizado um contrato verbal valorizando a importância do sigilo das informações compartilhadas no grupo, acordos sobre faltas e atrasos e o respeito mútuo. Foram utilizadas as técnicas Confecção de Crachás (adaptado de Serrão & Baleeiro, 1999); Bingo das Profissões (adaptado de Militão & Militão, 2000); Construção da Máquina (Serrão et al., 1999); Boneco do Medo e das Expectativas (adaptado de Serrão et al., 1999); 

Segunda etapa – Autoconhecimento: Composta por dois encontros, onde foram utilizadas técnicas de dinâmica de grupo e exercícios individuais. O objetivo foi levar o orientando a refletir sobre suas características pessoais, identificar suas crenças e o que as norteiam, assim como também, reconhecer suas habilidades e interesses. As técnicas utilizadas foram: João Bobo (Serrão et al., 1999); Autobiografia direcionada (adaptado de Esbrogeo, 2008); Baralho das Profissões (Frota, Ribeiro & Seregatte, 2016); Trabalhador, empresa e crise (adaptado de Militão & Militão, 2000); Como escolho escolher (Serrão et al. 1999); Curtograma (Spaccaquerche & Fortim, 2009).

Terceira etapa – Conhecendo as profissões: Essa etapa contou com três encontros e objetivou facilitar ao orientando conhecer sobre o mundo do trabalho, tomar contato com as profissões, aprofundar conhecimento sobre as profissões com as quais foi se identificando. Também foram utilizadas técnicas de dinâmicas de grupo e instrumentos específicos da área de OP. Foram utilizadas as técnicas Pense Rápido (Técnica Desenvolvida pela Equipe da Pesquisa-TDEP); Jogo da Memória das Profissões (TDEP); Nome, Profissão e Movimento (adaptado de Serrão et al. 1999); Jogo das Profissões (Bertelli, 2007); Profissão que não me convém (adaptado de Spaccaquerche & Fortim, 2009); Escala de Auto Avaliação (TDEP); Critérios para escolha profissional (Neiva, 2015).

Sobre as técnicas sinalizadas com a sigla TDEP: (1) Pense Rápido foi uma técnica que buscou identificar respostas automáticas dos participantes. Na qual quatro perguntas foram feitas e eles deveriam responder a primeira coisa que lhes viessem à cabeça: Que profissão eu gosto? Que profissão eu não gosto? Que profissão eu tenho dúvida? E que profissão eu não conheço? (2) No Jogo da Memória das profissões os estudantes deveriam encontrar os pares das cartas de profissão idênticas. A cada carta que viravam liam as informações contidas sobre aquela profissão. Se formassem o par similar, o estudante pontuava. Se não, deveria escolher entre uma das duas profissões para interpretar seu exercício; (3) A Escala de Auto Avaliação é composta de uma lista com vinte características que os adolescentes deveriam dizer o quanto possuíam de cada uma, marcando uma escala de 0 a 10; 

Quarta etapa – Elaboração do projeto de futuro: Essa foi à última etapa e englobou os dois últimos encontros. Seu objetivo se manteve em realizar uma junção das características pessoais, dos gostos e das habilidades dos orientandos com as características das profissões. Promover uma compreensão realista do que é possível e a identificação do que precisa ser desenvolvido. Assim como também, oferecer suporte para realização da escolha profissional e preparar o grupo para o encerramento do trabalho. As técnicas utilizadas foram: Lista de perguntas de Bohoslavsky (Bohoslavsky, 1977); Despedida no Aeroporto (adaptado de Spaccaquerche & Fortim, 2009); Carta para o futuro (Serrão et al. 1999); O Certificado (TDEP); Sacola Mágica (Militão & Militão, 2000); Presente Mágico (Militão & Militão, 2000);

Na técnica O Certificado, os estudantes deveriam preencher as lacunas utilizando todas as informações adquiridas sobre si ao longo de todo processo de OP, desencadeando o reconhecimento da sua escolha profissional.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados da comparação das médias de Indecisão e Maturidade (total e subcategorias) dos grupos controle e experimental, antes e depois da intervenção (tabela 1) mostram que o grupo controle iniciou o estudo mais maduro (M=153,5; p<0,05) e menos indeciso (M=19,1; p<0,05) do que o grupo experimental (maturidade M=139,3; p<0,05 / indecisão M=24,6; p<0,05). Assim como também apresentou maior índice de determinação (M=36,4; p<0,05) do que o grupo experimental (M=27,4; p<0,05). A participação voluntária dos estudantes pode ter influenciado esse resultado. Alguns participantes se voluntariaram para participar dos dois grupos e outros se dispuseram a participar somente do grupo controle. 

Após a intervenção os estudantes do grupo experimental que estavam menos maduros, mais indecisos e menos determinados do que os do grupo controle, se equipararam estatisticamente em todos os aspectos mensurados: maturidade total (GE: M=162,5 e GC: M=160,3; p<0,05), determinação (GE: M=38,5 e GC: M=38,4; p<0,05), responsabilidade (GE: M=37,5 e GC: M=35,8; p<0,05), independência (GE: M=27,8 e GC: M=28,7; p<0,05), autoconhecimento (GE: M=24,5 e GC: M=25,3; p<0,05), conhecimento da realidade (GE: M=34,0 e GC: M=32,2; p<0,05) e indecisão (GE: M=17,1 e GC: M=16,7; p<0,05). Tendo ainda suas médias se mostrado superiores nas subcategorias determinação, responsabilidade e conhecimento da realidade, assim como também em relação a maturidade total e indecisão, indicando um avanço dos estudantes do grupo experimental, pois antes da intervenção todas as suas médias se encontravam abaixo das do grupo controle. 

Quando a comparação é feita em relação ao mesmo grupo em momentos distintos, verifica-se que os participantes do grupo experimental obtiveram progresso significativo (p<0,05) em todas as áreas investigadas após participar do grupo de OP (intervenção) proposto: maturidade total (M=139,3 > M=162,5; p<0,05), determinação (M=27,4 > M=38,5; p<0,05), responsabilidade (M=34,4 > M=37,5; p<0,05), independência (M=25,2 > M=27,8; p<0,05), autoconhecimento (M=22,1 > M=24,5; p<0,05), conhecimento da realidade (M=30,1 > M=34,0; p<0,05) e indecisão (M=24,6 > M=17,1; p<0,05). A intervenção em OP favoreceu assim, o desenvolvimento da maturidade para a escolha profissional dos estudantes e reduziu o grau de indecisão para realização desta. Evidenciando ainda que ao final da intervenção os estudantes encontravam-se mais determinados, responsáveis e independentes, apresentando maior nível de autoconhecimento e mais conhecimento da realidade profissional. O que sugere maior aptidão para realizarem sua escolha.

O grupo controle, por sua vez, não progrediu significativamente em nenhuma das áreas analisadas. Obteve aumento na média da maturidade total (M=153,5 > M=160,3; p<0,05), da determinação (M=36,4 > M=38,4; p<0,05), de autoconhecimento (M=23,4 > M=25,3; p<0,05) e diminuiu sua média de indecisão (M=19,1 > M=16,7; p<0,05). Sugerindo assim que, naturalmente, à medida que o tempo agiu sobre os adolescentes, eles tenderam a amadurecer para realizar escolhas, incluindo a profissional. 

Este estudo corrobora a efetividade das intervenções psicológicas na área de OP em melhorar o nível da maturidade geral e da indecisão para escolha profissional, quando comparados a outros estudos que utilizaram os mesmos instrumentos (Teixeira et al., 2001; Melo-Silva et al., 2002; Esbrogeo, 2008; Lassance et al., 2009; Junqueira, 2010; Oliveira et al., 2013; Junqueira et al., 2014). 

Assim como nos trabalhos de Melo-Silva et al. (2002), Lassance et al. (2009) e Junqueira et al. (2014), nesse estudo encontramos aumento significativo nas subcategorias da maturidade, após a intervenção. Mesmo quando as subcategorias não evoluíram de forma significativa, o resultado geral da maturidade total não foi afetado. Acerca dessa questão, Junqueira et al. (2014) afirmam que deve ser considerado que cada subcategoria abarca um conjunto de fatores afetivos e cognitivos que compõe a maturidade, mas que, apesar de interligados, diferenciam-se quanto a sua especificidade.

Na tabela 2, é possível observar a amplitude da variação das médias de maturidade (geral e subcategorias) e indecisão. Nota-se que a despeito do grupo controle ter apresentado evolução crescente em suas médias, as variações se mostram bem abaixo das do grupo experimental. No mesmo intervalo de tempo, o grupo que passou pela intervenção teve um aumento no seu nível de maturidade para escolha profissional três vezes maior do que o grupo controle (GE: t=23,2 e GC: t=6,8; p<0,01). Assim como também, o nível de indecisão para escolha profissional do grupo experimental reduziu três vezes mais do que os dos estudantes que não participaram da intervenção em OP (GE: t=7,5 e GC: t=2,4; p<0,01).

Em relação às subcategorias da maturidade, o aumento significativo no grupo experimental foi sempre maior do que no grupo controle: Determinação (GE: t=11,1 e GC: t=2,0; p<0,01), responsabilidade (GE: t=3,2 e GC: t=0,3; p<0,05) e conhecimento da realidade (GE: t=3,9 e GC: t=0,8; p<0,05). Esses resultados evidenciam que os participantes que vivenciaram a intervenção psicológica de OP se desenvolveram mais no mesmo espaço de tempo que os participantes do grupo controle, ou seja, a intervenção de OP desempenhou um papel acelerador da evolução de todos os constructos analisados. 

Na literatura não foram encontrados estudos que trabalharam com grupo controle em relação à maturidade (geral e subcategorias). Impossibilitando assim a correlação com resultados de outros trabalhos. Em relação à indecisão, o estudo de Teixeira et al. (2001) utilizou um grupo controle e encontrou resultados semelhantes aos que encontramos. Os autores relataram também que o grupo experimental iniciou a investigação mais indeciso do que o grupo controle, mas após a intervenção se igualaram estatisticamente.

A tabela 3 apresenta a comparação das médias de maturidade (geral e subcategorias) e indecisão das três escolas nos dois momentos investigados, a fim de clarificar onde realmente as mudanças ocorreram efetivamente. 

Comparando os grupo de cada escola, a despeito da primeira análise geral (tabela1) ter mostrado que com a passagem do tempo os estudantes do grupo controle aumentaram suas médias de maturidade total, determinação, autoconhecimento e diminuíram a indecisão, a tabela 4 mostra que apenas participantes da escola federal apresentaram diferença significativa nesses campos, maturidade total (M=157,2 > M=168,5; p<0,01), da determinação (M=34,6 > M=39,8; p<0,01) e diminuiu sua média de indecisão (M=19,9 > M=14,8; p<0,01), exceto em autoconhecimento. Não tendo os participantes do grupo controle das escolas particular e estadual diferido significativamente com a passagem do tempo.

Entretanto, quando analisados os resultados do grupo experimental, que na análise geral (tabela 1) apresentou avanço em todas as categorias e subcategorias avaliadas, também se confirmou aumento das médias de todas as categorias e subcategorias com variações entre as escolas:

– Subcategoria determinação – As três escolas investigadas obtiveram aumento significativo de suas médias nessa categoria após a intervenção: federal (M=24,9 > M=38,6; p<0,01), particular (M=31,3 > M=40,9; p<0,01) e estadual (M=25,1 > M=34,4; p<0,01), sugerindo que a intervenção de OP foi capaz de melhorar a determinação para a escolha profissional dos participantes, ou seja, elevou o nível de definição e a segurança dos estudantes em relação a escolha profissional, conforme apontado por Neiva (2014). 

– Subcategoria responsabilidade – O grupo da escola particular que participou da intervenção progrediu significativamente (M=33,5 > M=36,9; p<0,01). Destacando assim, que os estudantes melhoraram seu grau de responsabilização e preocupação com sua escolha profissional, melhorando no campo de empreendimento de ações para efetivação de suas decisões acerca da profissão (Neiva, 2014). 

– Subcategoria independência – O avanço significativo foi vivenciado pelos estudantes da escola federal (M=22,4 > M=27,3; p<0,01), que tiveram a oportunidade de trabalhar no grupo de intervenção a realização de escolhas independentes e livres de influências de outras pessoas (Neiva, 2014). 

– Subcategoria autoconhecimento – O grupo da escola estadual que participou da intervenção progrediu significativamente (M=20,1 > M=25,6; p<0,01), indicando assim que, a estimulação dos estudantes para que eles avaliassem o quanto conhecem os diferentes aspectos pessoais que devem ser considerados para embasar a escolha da profissão foi alcançado com êxito. E esses fatores podem ser os seus interesses, valores, características pessoais e habilidades (Neiva, 2014). 

– Subcategoria conhecimento da realidade – O grupo da escola federal se destacou nessa subcategoria aumentando sua média significativamente (M=31,8 > M=37,8; p<0,01). É possível considerar que após a OP os estudantes fizeram contato com o conhecimento da realidade educativa e socioprofissional, tornando-se competentes para avaliarem o quanto conhecem sobre os diversos aspectos práticos que estão envolvidos na escolha da profissão pretendida, como por exemplo: mercado de trabalho, instituições de ensino, faixa salarial (Neiva, 2014). 

Categoria maturidade total – Os grupos de escola federal (M=139,9 > M=169,9; p<0,01) e da escola particular (M=143,6 > M=161,5; p<0,01), após a intervenção, aumentaram suas médias significativamente. Corroborando o alcance do objetivo da intervenção de OP em elevar o nível de maturidade para realização da escolha profissional. É valido ainda pontuar que apesar do resultado do grupo experimental da escola estadual não ter sido significativo, houve aumento na média do grupo no que tange a maturidade geral.

Categoria Indecisão – As três escolas investigadas obtiveram redução significativa de suas médias nessa categoria após a intervenção: federal (M=26,5> M=17,1; p<0,01), particular (M=23,3 > M=15,8; p<0,01) e estadual (M=23,6 > M=19,2; p<0,01). O que indica que a intervenção de OP foi capaz de favorecer uma redução progressiva da indecisão em relação a escolha da profissão futura, à medida que promoveu o acesso as informações e esclarecimentos necessários. Na tabela 4 estão expostas as variações das médias de maturidade (geral e subcategorias) e indecisão dos grupos controle e experimental de cada um dos três tipos de escola investigados no presente estudo. Os maiores valores de variação correspondem as variações do grupo experimental. Esse resultado mostra que no mesmo espaço de tempo, houve avanços e retrocessos distintos, indicando um progresso maior no desenvolvimento do grupo experimental. 

Em relação às escolas, a que mais variou positivamente foi a federal no grupo experimental, que conseguiu avançar 22,57 pontos na média da maturidade geral, num universo de 180 pontos no total da EMEP. 

A respeito da determinação, os estudantes do grupo experimental da escola federal continuaram apresentando a maior variação da média, tendo evoluído 13,64 pontos positivamente, num universo de 40 pontos, o que demostrou que a determinação foi a subcategoria que o grupo experimental da escola federal mais desenvolveu na intervenção. Quanto à responsabilidade, as variações foram menores, e foi o grupo experimental da escola particular que apresentou a maior variação na média, tendo se desenvolvido 3,42 pontos, num universo de 40 pontos. Resultado que sugere que a subcategoria responsabilidade foi a melhor desenvolvida no grupo experimental da escola particular. Já sobre a independência, as variações continuaram a ser mais discretas, e novamente o grupo experimental da escola federal apresentou maior variação da média, crescendo 2,30 pontos, num universo de 32 pontos.

Quanto ao autoconhecimento, o grupo experimental da escola estadual apresentou maior variação da média, conseguiram progredir em 5,50 pontos, em um universo de 28 pontos, sugerindo um maior desenvolvimento dessa subcategoria. Considerando o conhecimento da realidade, mais uma vez o grupo experimental da escola federal mostrou maior variação da média, evoluindo 5,92 pontos, em um universo de 40 pontos. Em relação a Indecisão, o grupo experimental da escola federal apresentou maior variação negativa da média, regredindo 9,35 pontos, em um universo de 28 pontos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No início do estudo o grupo controle estava mais maduro e menos indeciso que o grupo experimental. Assim como também mais determinado para escolher a profissão. No final os dois grupos estavam estatisticamente equivalentes em todos os aspectos mensurados. Concluímos que após a intervenção de OP o grupo experimental aumentou seu nível de maturidade e reduziu seu nível de indecisão, equiparando-se com o grupo controle. Sendo assim, a intervenção de OP assumiu uma função de nivelamento dos estudantes inseridos em diferentes contextos.

Após a intervenção em OP o grupo controle e o grupo experimental fizeram avanços significativos nos mesmos construtos e subcategorias: Maturidade geral, indecisão, determinação, responsabilidade e conhecimento da realidade. Mas a diferença se deu no quanto cada grupo avançou. Os estudantes que participaram da intervenção de OP tiveram um aumento significativo e maior em seus níveis de maturidade e redução de indecisão, do que os estudantes do grupo controle em um mesmo espaço de tempo. Atribuindo assim a intervenção de OP a função de aceleradora do desenvolvimento dos construtos mensurados.

A despeito de se confirmar que ao participar da intervenção de OP os níveis de maturidade e indecisão para escolha profissional melhoram, foi visto também que cada escola teve uma postura diferente ao vivenciar o processo de OP. O grupo experimental de cada escola trilhou seu próprio caminho até alcançar o objetivo que foi comum a todos. Determinação e indecisão foram os dois constructos mais bem trabalhados pela intervenção de OP aplicada, tendo todos os grupos de todas as escolas progredido. Além desses dois constructos, os participantes da escola federal que passaram pela intervenção conseguiram melhorar em independência, conhecimento da realidade e maturidade geral. Sendo necessário, nessa escola em específico, aperfeiçoar a intervenção para trabalhar mais as áreas da responsabilidade e autoconhecimento. 

Na escola particular, além dos construtos acima citados, os participantes também tiveram progresso em responsabilidade e maturidade geral. Sendo importante trabalhar mais a fundo a independência, o autoconhecimento e o conhecimento da realidade nesse grupo ao longo a intervenção. 

A escola estadual foi a escola com o menor número de categorias que evoluíram. Porém, foi também a escola com o menor número de participantes no grupo experimental, o que pode ter influenciado na estatística dos resultados desse grupo. Além das categorias que melhoraram em todas as escolas, também fez progresso em autoconhecimento. Se tornando necessário desenvolver um pouco mais a responsabilidade, a independência e o conhecimento da realidade na intervenção.

Como fatores limitantes desse estudo destaca-se o período que foi realizado a coleta de dados que por conta do tempo limitado e um atraso no calendário das escolas, a intervenção de OP não pode acontecer no primeiro semestre do ano como previsto no cronograma da pesquisa. Sendo o segundo semestre mais atarefado para os estudantes do terceiro ano (Enem, formatura, encerramento um ciclo, passeios, feiras). Assim como também termos tido que trabalhar com voluntários não aleatorizados no grupo experimental, o que fez com que o grupo experimental tivesse pior nível de maturidade e maior nível de indecisão que o grupo controle na primeira coleta de dados.

Como contribuições para futuros estudos nessa área sugere-se a inclusão de uma terceira fase na pesquisa, onde se possa verificar quais as escolhas os estudantes realmente fizeram e como estão lidando com elas.

Para finalizar, destaca-se a Orientação Profissional como uma ferramenta válida no complexo processo do desenvolvimento humano, capaz de gerar efeitos preventivos a desgastes emocionais oriundos de escolhas não assertivas e prover mudanças por meio da reflexão e da aquisição de informações.

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1Psicóloga e Mestre em Psicologia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, Brasil
Este artigo é parte da Dissertação de Mestrado desenvolvida por Daiane Bocard do Couto no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. E recebeu apoio financeiro da CAPES

2Professora Associada da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, Brasil

3Professor Adjunto da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, Brasil