REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202408171920
Ana Paula Carvalho de Lima1; Cristiane Pereira de Sousa2; Fabiana Alves de Andrade3; Graziela Rosa Lopes Souza4; Lidiane da Silva Rocha de Souza5; Luciana Castro Martins6; Roseli Aparecida Corrêa7; Maria Aparecida Alves de Jesus8; Raquel Rocha Drews Valadares9; Sirlene Santana da Silva10.
Resumo: Este artigo explora a influência da leitura e da escrita no processo de alfabetização e letramento, destacando como essas práticas são fundamentais para o desenvolvimento cognitivo e social dos indivíduos. A leitura e a escrita não são apenas habilidades técnicas, mas também práticas culturais que moldam o pensamento crítico, a compreensão textual e a capacidade de comunicação. O estudo analisa como a exposição precoce a textos variados e a prática regular de leitura e escrita contribuem para a construção do conhecimento, facilitando a alfabetização e promovendo um letramento mais amplo e significativo. Além disso, discute-se o papel dos educadores e das políticas educacionais na promoção de ambientes ricos em leitura e escrita, essenciais para o desenvolvimento pleno dessas competências. O artigo conclui que a leitura e a escrita são pilares fundamentais para uma alfabetização eficaz e para o letramento, capacitando os indivíduos a participarem de forma crítica e ativa na sociedade.
Palavra chaves: LETRAMENTO. ESCRITA. ALFABETIZAÇÃO. DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E SOCIAL.
Introdução
A leitura e a escrita desempenham papéis cruciais no processo de alfabetização e letramento, sendo elementos fundamentais para o desenvolvimento cognitivo e social dos indivíduos. Desde a infância, a exposição a textos e a prática dessas habilidades não apenas promovem a aquisição técnica da língua, mas também estimulam o pensamento crítico, a compreensão textual e a capacidade de comunicação.
No contexto educacional, a alfabetização vai além do simples ato de decifrar códigos, integrando-se ao letramento, que envolve a capacidade de interpretar e produzir significados em diferentes contextos sociais e culturais.
Este artigo busca investigar como a leitura e a escrita, quando incentivadas de maneira eficaz, contribuem para a formação de indivíduos mais críticos, reflexivos e preparados para interagir de forma ativa na sociedade. A análise aborda a importância de ambientes educacionais ricos em estímulos, o papel dos educadores e as implicações das políticas educacionais nesse processo, destacando as relevâncias dessas práticas para uma alfabetização e um letramento abrangente e significativo.
Desenvolvimento
A leitura e a escrita são habilidades fundamentais no desenvolvimento humano, desempenhando um papel central no processo de alfabetização e letramento. Essas práticas não se limitam à simples decodificação de símbolos, mas envolvem a compreensão e a produção de significados que permitem aos indivíduos interagir com o mundo de maneira crítica e reflexiva.
Por exemplo:
Quando aprendemos a andar de bicicleta, a tocar um instrumento musical, a datilografar rapidamente no computador ou mesmo a executar coisas mais simples, como amarrar os cadarços do sapato ou abotoar os botões de nossas roupas, estamos utilizando a memória de procedimentos. Ela instala-se essencialmente por meio do processo de repetição e, diferentemente da memória explícita, não se organiza em redes, mas se limita ao aperfeiçoamento ou reforço das conexões em circuitos específicos. (RAMON M. COSENZA, 2014, p. 77).
No contexto educacional, a alfabetização é a porta de entrada para o conhecimento, enquanto o letramento abrange um espectro mais amplo de competências, incluindo a capacidade de interpretar e utilizar a linguagem em diferentes contextos sociais e culturais. Este artigo explora a influência da leitura e da escrita no processo de alfabetização e letramento, analisando como essas práticas contribuem para a formação integral dos indivíduos e para sua participação ativa na sociedade. Segundo Duque et al. (2024) a alfabetização, tradicionalmente entendida como o processo de aquisição das habilidades de leitura e escrita, ganha novas camadas de complexidade na era digital, onde se faz necessário o domínio de ferramentas tecnológicas para a plena participação na sociedade contemporânea.
A leitura é uma das principais ferramentas para a alfabetização, servindo como o meio pelo qual os indivíduos começam a compreender e interpretar o mundo ao seu redor. Duque et al. (2024) argumentam que o letramento, compreendido como a capacidade de usar a leitura e a escrita de forma crítica e eficaz em diversos contextos, adquire uma nova dimensão na era digital, exigindo que os indivíduos sejam capazes de navegar, interpretar e produzir conteúdo em múltiplas plataformas digitais.
Outrossim, desde os primeiros anos de vida, a exposição a livros e histórias estimula a imaginação, enriquece o vocabulário e desenvolve habilidades cognitivas essenciais, como a memória e a concentração. A leitura frequente permite que as crianças construam uma base sólida para o aprendizado da escrita e o desenvolvimento do letramento. A prática regular da leitura não apenas melhora a fluência na decodificação de palavras, mas também amplia a compreensão textual, permitindo que os leitores identifiquem nuances, inferências e contextos implícitos nas narrativas. Duque et al. (2024) afirmam que a alfabetização no contexto contemporâneo exige uma abordagem que vá além da simples decodificação de palavras, integrando práticas de letramento que levem em conta as múltiplas linguagens e contextos sociais nos quais os indivíduos estão inseridos.
Além disso, a leitura crítica desenvolve a capacidade de questionar e refletir sobre os conteúdos, formando leitores mais engajados e capazes de interpretar diferentes tipos de textos, desde os literários até os científicos. De acordo com Duque et al. (2024) a era digital impõe desafios significativos tanto para a alfabetização quanto para o letramento, uma vez que as práticas pedagógicas devem ser adaptadas para garantir que os alunos não apenas adquiram as habilidades básicas de leitura e escrita, mas também desenvolvam a capacidade de compreender e interagir criticamente com as informações digitais.
Assim como a leitura, a escrita é uma habilidade indispensável para o processo de letramento. A escrita não é apenas a transcrição de palavras, mas uma forma de expressão que permite a organização do pensamento e a comunicação de ideias de maneira clara e coerente. (CASTRO, 2001) Durante o processo de alfabetização, a escrita ajuda os alunos a fixar o conhecimento adquirido por meio da leitura e a desenvolver uma compreensão mais profunda da linguagem.
A prática da escrita contribui para o desenvolvimento de habilidades cognitivas, pois requer que os indivíduos reflitam sobre suas próprias ideias e as organizem de forma lógica e estruturada. (MONTEIRO, 2002) Além disso, a escrita oferece uma plataforma para a criatividade e a expressão pessoal, permitindo que os alunos explorem diferentes formas de linguagem e experimentem com estilos e gêneros textuais diversos.
A leitura e a escrita são práticas interdependentes que, quando desenvolvidas em conjunto, promovem um letramento mais completo e significativo. O letramento envolve não apenas a capacidade de ler e escrever, mas também a habilidade de utilizar essas competências de maneira crítica e eficaz em diferentes contextos sociais. Ao longo do processo de alfabetização, a integração de práticas de leitura e escrita possibilita que os alunos construam uma compreensão mais profunda da linguagem e de seu uso prático.
No ambiente escolar, é essencial que os educadores promovam atividades que incentivem a leitura e a escrita de forma integrada, criando um ambiente rico em estímulos que favoreça o desenvolvimento dessas habilidades. Estratégias como a leitura compartilhada, a escrita criativa e a análise de textos de diferentes gêneros são fundamentais para que os alunos compreendam a relação entre leitura, escrita e o mundo ao seu redor.
A influência da leitura e da escrita no processo de alfabetização e letramento é inegável. (VEIGA, 2001) Essas práticas são essenciais para o desenvolvimento de competências linguísticas, cognitivas e sociais, formando indivíduos capazes de participar ativamente na sociedade. A promoção de ambientes educacionais que valorizem e integrem a leitura e a escrita é fundamental para assegurar que todos os alunos alcancem um letramento pleno e significativo. O desafio está em garantir que essas práticas sejam acessíveis e estimulantes para todos, contribuindo para a formação de cidadãos críticos, reflexivos e preparados para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo.
Conclusão
A leitura e a escrita são pilares fundamentais no processo de alfabetização e letramento, atuando como forças motrizes no desenvolvimento cognitivo, social e cultural dos indivíduos. Por meio da leitura, os alunos adquirem não apenas a habilidade de decodificar palavras, mas também a capacidade de compreender e interpretar o mundo ao seu redor.
A escrita, por sua vez, permite a organização do pensamento, a expressão criativa e a comunicação eficaz. Quando integradas, essas práticas potencializam o letramento, capacitando os indivíduos a utilizarem a linguagem de forma crítica e significativa em diferentes contextos.
Promover um ambiente educacional que valorize e incentive a leitura e a escrita é essencial para garantir que o processo de alfabetização não se limite à aprendizagem técnica, mas se expanda para um letramento mais amplo, capaz de formar cidadãos conscientes e engajados. Portanto, o investimento em práticas pedagógicas que favoreçam essas habilidades desde a infância é crucial para o desenvolvimento de uma sociedade mais equitativa e informada.
Conclui-se que a influência da leitura e da escrita vai além do domínio linguístico, abrangendo a formação integral do ser humano e sua capacidade de interagir de maneira crítica e ativa no mundo contemporâneo.
Referencial Bibliográfico
BARLOW, Michel. Avaliação escolar: Mitos e Realidades. Porto Alegre: Artmed, 2006.
BLIN, Jean-François. Classes difíceis. Ferramentas para prevenir e administrar os problemas escolares. Porto Alegre: Artmed, 2005.
CAMPOS, D. M. S. Psicologia da aprendizagem. 41. ed. Petrópoles: Vozes, 2014.
CAREY, B. Como aprendemos: a surpreendente verdade sobre quando, como e por que o aprendizado acontece. Tradução de Christiane Simyss. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
CARLINI, Alda Luíza et al. Os procedimentos de ensino fazem a aula acontecer. São Paulo: Avercamp, 2004.
CASTRO, Amélia Domingues de. Ensinar a ensinar. São Paulo: Thomson Learning; Pioneira, 2001.
DAMÁSIO, A. A estranha ordem das coisas. São Paulo: Companhia das Letras, 2018. ISSN: 2358-8829 2358-8829
DUQUE, R. de C. S.; XAVIER, R. M. L.; SILVA, J. S.; SOUSA, T. S. R.; LOUREIRO, V. J. S. (Org.). Práticas Inovadoras na Educação: Letramento e Inclusão no Contexto Digital. São Paulo: EBPCA – Editora Brasileira de Publicação Científica Aluz, 2024.
DUQUE, A. et al. IA na Formação Docente Era Digital SIM. Editora Amplamente, 2024. ISBN: 978-65-89928-44-7.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2011.
MONTEIRO, M. I. Práticas alfabetizadoras: contradições produzindo sucesso e fracasso escolar. Araraquara: Junqueira e Marin, 2002.
PLATÃO. A República. Brasília: Editora Kiron, 2012.
RAMON M. COSENZA, L. B. G. Neurociência e educação: como o cérebro aprende. Porto Alegre: Artmed, 2014.
VEIGA, Ilma Passos Alencastro (Org.). Didática: O ensino e suas relações. Campinas, SP: Papirus, 2001.
1Graduação em: Pedagogia. Professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade Rondonópolis, Mato Grosso.
2Graduação em: pedagogia. Especialista em: ABA e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Dianópolis, Tocantins.
3Graduação em: Pedagogia. Professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade Rondonópolis, Mato Grosso.
4Graduação em: Pedagogia. Professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade Rondonópolis, Mato Grosso.
5Graduação em: Pedagogia. Especialização em: Atendimento Educacional Especializado e Educação Especial. Professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade Rondonópolis, Mato Grosso.
6Graduação em: Pedagogia. Especialização em: Psicopedagogia Institucional, Clínica e Educação Especial. Professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade Rondonópolis, Mato Grosso.
7Graduação em: Pedagogia. Especialista em: Psicopedagogia. Professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade Rondonópolis, Mato Grosso.
8Graduação: Pedagogia; Especialização em: Apoio Educacional Especializado e professora/coordenadora pedagógica na Rede Municipal de Ensino Público na cidade Rondonópolis, Mato Grosso.
9Graduação em: Pedagogia; Especialista em: Psicopedagogia Clínica e Institucional/ Neurociência Aplicada a Aprendizagem/ABA e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade Rondonópolis, Mato Grosso.
10Graduação em: Pedagogia. Especialização em: Psicopedagogia Clínica e Institucional. Professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade Rondonópolis, Mato Grosso.