A IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL DE PSICOLOGIA HOSPITALAR NO PROCESSO DE LUTO DA FAMÍLIA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202411261246


Ester Ribeiro Silva
Maria Vitória Lustosa Ribeiro
Yasmin Oliveira Borges
Adrielly Martins Porto Netto


Resumo

O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma visão abrangente sobre a importância da psicologia hospitalar no suporte emocional das famílias em processo de luto. Foi feita uma revisão de literatura sobre a psicologia hospitalar e o processo de luto em famílias com pacientes hospitalizados. As plataformas utilizadas para esse artigo foram CAPES, SciELO e PePsic, ao todo foram lidos 10 estudos, publicados entre 2019 e 2024, que discutem a importância do profissional de psicologia hospitalar no acompanhamento familiar, pois o mesmo estará orientando e apoiando durante o processo vivenciado. Autores enfatizam que o luto é algo previsível quando se perde alguém importante, sendo uma reação de forma singular para cada um, sem ter um tempo estabelecido para terminar e nem uma rota a ser seguida. Portanto, a psicologia hospitalar é imprescindível para a humanização do cuidado nos hospitais, especialmente nos momentos de luto, contribuindo para a saúde mental e o bem-estar dos familiares. Valorizando a abordagem humanizada e especializada para lidar com o processo de luto na família.

Palavras-chave: Psicologia Hospitalar, Luto, Luto na Família, Morte, Psicólogo(a), Humanização, Assistência.

Abstract: 

This paper aims to present a comprehensive view of the importance of hospital psychology in the emotional support of families in the grieving process. A literature review was carried out on hospital psychology and the grieving process in families with hospitalized patients. The platforms used for this article were CAPES, SciELO and PePsic. In total, 10 studies were read, published between 2019 and 2022, which discuss the importance of hospital psychology professionals in family monitoring, as they will be guiding and supporting during the process experienced. Authors emphasize that grief is something predictable when someone important is lost, being a unique reaction for each person, with no set time to end or route to be followed. Therefore, hospital psychology is essential for the humanization of care in hospitals, especially in times of grief, contributing to the mental health and well-being of family members. Valuing the humanized and specialized approach to dealing with the grieving process in the family.

Keywords: Hospital Psychology, Grief, Grief in the Family, Death, Psychologist, Humanization, Assistance.

1 INTRODUÇÃO

A psicologia hospitalar desempenha um papel crucial no cuidado integral dos pacientes, contribuindo para a saúde mental durante o tratamento de doenças. Segundo Crepaldi et al. (2011), esses profissionais auxiliam os pacientes a enfrentarem o estresse e a dor associados ao processo de hospitalização. Gorayeb (2010) ressalta que a atuação da psicologia hospitalar se estende não apenas ao paciente, mas também às suas famílias, proporcionando suporte emocional em momentos difíceis. Além disso, conforme Silva (2006), a colaboração entre psicólogos e outras equipes de saúde é essencial para um atendimento eficaz, promovendo um ambiente mais acolhedor e humanizado. A importância desses serviços foi reconhecida em várias instituições ao longo das décadas, como evidenciado por Bruscato (2004), que documenta a implementação de serviços de psicologia em hospitais, reforçando a relevância dessa especialidade na promoção do bem-estar geral dos pacientes.

Sendo uma das primeiras a perceber a necessidade de uma abordagem psicológica especializada dentro dos hospitais, tanto para pacientes quanto para seus familiares, Mathilde Neder atuou principalmente nas décadas de 1960 a 1980, destacando-se ao adaptar a teoria psicanalítica ao contexto hospitalar, especialmente no trabalho com pacientes graves e seus familiares. Desenvolveu uma abordagem que considerava o impacto emocional das doenças e a experiência do adoecimento no paciente, buscando não apenas o tratamento físico, mas também o cuidado psicológico. Sua atuação foi pioneira ao perceber a necessidade de um suporte emocional durante o processo de internação, algo que ainda é fundamental na prática da psicologia hospitalar. Assim, sendo uma das responsáveis pela introdução da psicologia hospitalar como uma especialidade no Brasil, ajudando a consolidar o papel do psicólogo nos ambientes hospitalares, tanto no apoio a pacientes quanto no treinamento de profissionais da saúde para lidar com as questões emocionais dos enfermos. A influência de seu trabalho permanece até hoje, sendo referência para psicólogos que atuam em contextos de cuidado intensivo e terminal (Paula Ayub,2016). 

Os Serviços de Psicologia Hospitalar foram estabelecidos nas décadas de 1970, 1980 e 1990, que se tornaram referência no Brasil. Em 1974, o Serviço de Psicologia do HC-FMRP-USP já estava consolidado (Gorayeb, 2010), quando, no mesmo ano, foi criado o Serviço de Psicologia do Instituto do Coração do HC-FMUSP (Romano, 1999). Em 1981, foi implementado o Serviço de Psicologia na Unidade de Pediatria do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (Crepaldi, Gonçalves, & Moré, 2011). No mesmo ano, o Serviço de Psicologia do Hospital de Base de São José do Rio Preto, localizado no interior de São Paulo, foi estabelecido por meio da iniciativa de psicólogos da Unidade de Pediatria (Miyazaki, Domingos, & Valério, 2006). Em 1982, o Serviço de Psicologia do Hospital Brigadeiro, em São Paulo, foi instituído por Heloísa Chiattone, priorizando o atendimento psicológico às crianças internadas e seus acompanhantes (Dias, M. N. Baptista, & Baptista, 2003). Em 1986, foi formalizado o Serviço de Psicologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, reconhecendo o trabalho das psicólogas que atuavam ali desde a década de 1970 (Silva, 2006). Já a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo estabeleceu o Serviço de Psicologia em 1992 (Bruscato, 2004).

A psicologia hospitalar auxilia nas fases do luto, como seus impactos influenciam no processo de lidar com a demanda. Entende como o luto afeta a saúde mental e emocional, sendo a psicologia uma ciência que lida com seres humanos e suas vidas e, consequentemente, com a morte. Especialmente, dentro da psicologia hospitalar, é necessário estar preparado para situações de finitude (Kovács, 1989).

Conforme apontado por Kramer et al (2010), pouca investigação foi realizada sobre a influência do conflito familiar e as experiências de prestação de cuidados no final de vida sobre o processo de luto dos cuidadores familiares. O luto – uma ocorrência natural e esperada diante da perda de um ente querido – é vivenciado tanto no âmbito individual quanto no contexto familiar, podendo afetar o funcionamento e a dinâmica familiar. A perda de um membro altera permanentemente o sistema integrado de relações familiares, exigindo de outros membros uma reorganização contínua.

Almeida (2000) evidencia que o psicólogo hospitalar tem papel na humanização, na elaboração da experiência vivida, atuando junto à equipe de saúde. O processo de luto é uma reação emocional natural, que afeta não só a pessoa que está passando pelo processo do luto, mas também a equipe presente. Nos hospitais, é de suma importância oferecer apoio psicológico especializado para lidar com uma perda,  para o enfrentamento dos desafios.

A atuação do psicólogo se desenvolve ao compreender e manejar os aspectos da hospitalização e do adoecimento para o paciente, além da relação com acompanhantes, ao oferecer espaço de escuta e acolhimento (Figueiredo, 2023). Neste contexto, evidenciam-se desdobramentos relativos às temáticas de perdas, morte, luto e impactos nos relacionamentos familiares e profissionais diante da internação. 

Fernandes (2020) aponta que o Luto é uma resposta esperada e natural que se tem ao sofrer uma perda muito significativa. Essa perda pode causar um desequilíbrio tendo a necessidade de encontrar um novo norte, pois não há preparação para isso, mesmo sabendo que é inevitável. É preciso uma readaptação à nova realidade, e isso será um desafio, pois é um momento de vulnerabilidade, paralisando com muita fragilidade as famílias. As perdas produzem dor e muita reflexão. O luto é singular e único, e com isso não tem um período estipulado para terminar e não há um roteiro a ser cumprido. Quando o familiar entra nesse período, inicia-se um processo de mudança, pois a despedida de situações, momentos ou pessoas, transforma-os e não deixa outra alternativa, senão experienciar o luto. É um processo natural e essencial para que sejam capazes de se reconstruir, reorganizar diante do rompimento de um vínculo. O luto pode ser amargo, mas necessário para que de maneira saudável os familiares consigam seguir em frente.

A morte de um familiar pode ser processo de dor intensa, e que pode levar a alterações na estrutura e funcionamento da família. Tende a afetar todos os seus membros, obrigando-os a se reorganizarem enquanto indivíduos e enquanto sistema. Contudo, embora sofrendo a perda de uma mesma pessoa, cada familiar reagirá de forma diferente, ou seja, mesmo que estejam vivendo um luto no plural, ele será experimentado de modo bastante singular por cada membro (Klein, 2021). 

Nesse contexto, percebe-se que a  assistência psicológica se revela de com significativa importância. O acompanhamento do profissional de psicologia hospitalar nesse primeiro contato pode auxiliar a pessoa enlutada a compreender e expressar suas emoções, a lidar com sentimento de culpa e remorso, a preservar uma conexão simbólica com o ente querido. O profissional de saúde mental também pode oferecer estratégias específicas para enfrentar períodos particularmente difíceis.

2 MÉTODOS

2.1 PROCEDIMENTOS

Realizou-se uma revisão de literatura do tipo narrativa para a investigação da temática. Segundo Rother (2007) esse tipo de revisão são publicações amplas, apropriadas para descrever e discutir o desenvolvimento ou o “estado da arte” de um determinado assunto, sob ponto de vista teórico ou contextual. Apresentam-se, a seguir, as seguintes fases para a elaboração do estudo: (1) Formulação da pergunta; (2) localização dos estudos; (3) avaliação crítica dos estudos; (4) coleta de dados; (5) análise, apresentação e interpretação de dados.

3 COLETA DE DADOS

Para o levantamento do tema foram consultados bases de dados SciELO, PePsic e CAPES. Todas essas bases de dados se deram pelo uso de forma virtual.

A definição das pesquisas foi descrita de forma com base no tema escolhido sendo usada as palavras chaves morte, luto, psicologia hospitalar, luto na família, psicólogo(a), humanização e assistência. Para esse trabalho acadêmico que foi analisado por três acadêmicas com ajuda da orientadora. Foram considerados os estudos no idioma em português, entre o período de 2019 até 2024. Delimitou-se por considerar o estado da arte mais recente.

Os critérios utilizados e escolhidos para o tema deste artigo foi para apresentar a importância em ter um acompanhamento de um profissional em psicologia durante a etapa do luto dos familiares dentro do hospital tendo a perda de um ente querido. Foram encontrados artigos com definição ao tema, sendo escolhidos alguns depois de terem sido analisados com foco no assunto escolhido para este artigo. 

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os 10 estudos analisados no CAPES tiveram publicações nos anos de 2019 até 2022. Sendo todos esses nacionais, escritos na língua portuguesa do Brasil. As pesquisas foram focadas na área de psicologia hospitalar com ênfase no luto familiar nuclear ou extenso.

Os estudos analisados tinham em comum o luto, porém vivenciado em diversas áreas da psicologia hospitalar, nenhum semelhante ao outro. Falavam do luto ao se tornar mãe, o luto de famílias que tinham filhos com câncer, câncer materno e a compreensão da criança, rituais de despedida e o manejo do luto, atuação do psicólogo frente aos familiares de pacientes com morte iminente, entre outros.

As teorias de Fernandes (2020) e Klein (2021) se complementam quando relatam que a família terá de se reorganizar e reconstruir diante do rompimento de um vínculo. Complementam-se também quando relatam que o luto é algo singular, onde cada experiência é vivenciada de uma forma diferente de uma pessoa para outra. 

Não há divergências na teoria desses dois autores mencionados anteriormente, pois elas se completam e explicam como o luto é doloroso e diferente para cada ser humano envolvido. Para Ribeiro et al (2022), de acordo com Freud, o luto é identificado como um desligamento de vínculos, já para Lacan o luto ainda provoca suporte e preservação na perda. Sendo assim, para os dois autores o luto é visto de formas diferentes, sendo para Freud a perda do objeto podendo ser substituído por outro, e para Lacan em manter os laços com o objeto. Apresentando oposições na forma de luto para cada um, onde um diz sobre colocar outro no lugar da perda e o segundo fala sobre manter aquelas lembranças e laços com esta perda.

Quanto a importância da presença do profissional de psicologia, Ribeiro (2018) ressalta que o psicólogo realizará o acompanhamento familiar, orientando e apoiando durante o processo de luto. Souza (2021) destaca a importância do profissional auxiliar através da escuta e do acolhimento. 

Além dos familiares, Almeida (2000) realça que o luto afeta também a equipe que está presente durante o processo. Já Fernandes (2020) enfatiza que o é um processo previsível quando a perda é de alguém importante e próxima. Contudo, enfatiza ser uma reação singular para cada indivíduo, sem ter um tempo estabelecido para terminar e nem uma rota a ser seguida. Sendo assim, ao juntar a ideia dos autores supracitados, é possível observar e compreender que o luto para cada um é de uma forma diferente e podendo afetar a todos ao redor da pessoa que faleceu sem precisar ser um familiar. 

Quanto ao manejo do atendimento para crianças sobre o luto, Lora (2022) destaca o quanto é preciso de manejo no luto com crianças para contribuir no crescimento de situações emocionais para encarar essas experiências. Pois, a compreensão sobre a morte de acordo com cada idade tende a ser diferente para cada criança. O autor destaca a diferença das percepções sobre o luto de acordo com cada idade. Aos 3 anos, a morte para criança é vista como uma ausência e acreditam que a situação pode ser revertida; já entre 3 aos 5 anos, ainda existe a fantasia sobre a morte, sendo evitado o pronunciamento da palavra “morte”, por medo de atrair esta situação caso aconteça com alguém mais uma vez; as crianças de 5 a 10 anos já conseguem entender melhor, percebendo que é algo definitivo e inevitável, mas ainda assim isso não significa que ela saiba encarar os seus sentimentos. 

É importante saber como fazer o manejo com as crianças neste momento, o autor Lora (2022) cita sobre como se deve conduzir a criança neste momento, sendo com clareza, honestidade, muita sensibilidade, acolhimento, escuta ativa e empatia.  Escolhendo um local apropriado para falar, comentando sobre os momentos bons que a criança e o ente querido tiveram e ressaltando que todas as memórias estarão sempre no coração e nos sentimentos.  

Aguiar (2022) cita sobre o processo do luto definindo como uma elaboração de um trabalho de ajustamento de perda, que provoca sofrimento, que possui a capacidade de achar alguma esperança, conforto e alternativas de vida. Esse processo ajuda em diferentes fases, sendo a aceitação, reconhecimento, ajustamentos em diferentes níveis, ajustar emocionalmente aqueles que não estão mais presentes, compreender emocionalmente a perda. A autora cita um exemplo do que pode ser usado quando for comunicar sobre uma perda de forma antecipatória, usando o protocolo SPIKES, tendo como objetivo principal a escuta, transmitir informações médicas de forma compreensível, dar suporte, desenvolver um plano de tratamento com paciente e familiares. 

Cruz e Riera (2016) ressalta a importância da comunicação entre os profissionais e o paciente usando o protocolo SPIKES na aceitação ao tratamento. Já os autores Lino et al (2011) comentam sobre a didática clara que o protocolo SPIKES possuiu. Troiani (2022) alerta que, embora as notícias não vão se modificar ou se tornar melhores, o protocolo SPIKES, possibilita transmitir conforto, apoio e esperança tanto para o paciente quanto para os familiares.  A evolução da comunicação de más-notícias que foi feito através do protocolo em que  “preza pela revelação da verdade na transmissão de informações psicologicamente dolorosas ao paciente e família de forma humanizada, buscando fortalecer o vínculo e amenizar os impactos na transmissão dessas informações” (Martins et al., 2023, p. 1)

A autora Aguiar (2022) ainda cita que existe também o luto parental que é aquele onde os pais perdem seus filhos, sendo uma experiência de forma singular e complexa, tendo a mediação de diversos fatores na sua efetivação, dentre eles o rompimento do seguimento cronológico da morte. O papel que o filho desempenhava na família, os planos que foram elaborados para esse ente querido, o vazio físico e existencial que fica na família, o motivo e as circunstâncias da morte, a idade do filho, a proximidade e propriedades da relação entre os pais e o filho. Tendo também o luto em situações de mortes inesperadas, ou seja, é aquela perda em que ninguém teve como se preparar de forma cognitiva e emocional. Esse tipo de luto ocorre sem sinal ou aviso prévio, na perspectiva do ciclo vital natural. Um outro fator de complicação é o estado em que fica o corpo da pessoa morta, em que pode ser uma forte influência nas memórias e lembranças. 

Alguns autores consideram ainda a especificidade de perdas singulares. Emilia (2020) cita sobre as perdas referentes a hospitalização, sendo a perda da saúde (limitações físicas, perda da condição de sadio), internação (perda da rotina habitual), consequências do tratamento (efeitos colaterais, mutilação, dor, desconforto) e a morte. 

Portanto, se faz importante oferecer apoio emocional, respeitar as diferentes formas de demonstração de sentimento, se necessário manter a aproximação física sem invadir espaço, amparo físico, considerar os aspectos sociais e espirituais, a escuta ativa, incentivar a presença de outros familiares e homenagens, oferecer informações claras e precisas. 

5 CONCLUSÃO 

A partir da análise realizada, conclui-se que a psicologia hospitalar é essencial no suporte emocional das famílias em processo de luto. Os profissionais de psicologia hospitalar oferecem uma abordagem humanizada e especializada possibilitando uma compreensão mais profunda das emoções, fornecendo estratégias para enfrentar esse momento de forma saudável. Os estudos desenvolvidos reforçam que o luto é uma experiência única vivenciada de forma singular por cada indivíduo. A revisão de literatura realizada demonstrou a importância da atuação do psicólogo hospitalar no acompanhamento familiar durante o processo de luto, ajudando a compreender e expressar emoções, lidar com sentimentos difíceis e promover a reorganização familiar.

Este estudo reafirma a importância da psicologia hospitalar no apoio emocional aos familiares durante o processo de luto, especialmente no contexto hospitalar. A atuação do psicólogo hospitalar, ao oferecer suporte emocional especializado, proporciona um espaço de escuta, acolhimento e orientação, fundamental para a reorganização familiar e para a compreensão das emoções associadas à perda. 

A literatura revisada, composta por artigos e estudos recentes, confirmam que a presença do psicólogo hospitalar é essencial para o manejo do luto, principalmente nas fases iniciais da perda, quando os sentimentos de culpa, remorso e tristeza são mais intensos. Assim, o trabalho do psicólogo hospitalar é não apenas de escuta, mas também de acolhimento, ajudando os enlutados a lidar com o impacto emocional da perda e a encontrar maneiras de reconstruir suas vidas. Existe certa dificuldade nesse campo de estudo, especialmente no que diz respeito ao processo de luto familiar. Há limitações na área de pesquisa sobre esse tema, com poucos artigos disponíveis a respeito.

Destaca-se a importância da continuidade do investimento em pesquisa e capacitação de profissionais da saúde para o manejo do luto no ambiente hospitalar para garantir um atendimento psicológico de qualidade e para promover um emocional mais saudável para todos os envolvidos. Nesse ínterim, sugere-se novos estudos empíricos a fim de compreender a realidade atual, bem como desenvolver estratégias de enfrentamento. 

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