A IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL NA PREVENÇÃO DE ERITROBLASTOSE FETAL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11373813


Julia Gabriela Serafim Melo1; Julia Bardi2; Marília Liduarío3; Prof. Dr. Djalma Roque Lessa4; Prof. Attilio Brisighelli Neto5; Prof. Gilberto Romani6; Prof. Dr. César Alex de Oliveira7


RESUMO:

O presente artigo tem como intuito a orientação a respeito da importância do pré natal bem feito na prevenção e diagnóstico da doença hemolítica perinatal, a eritroblastose fetal. 

A eritroblastose fetal, também conhecida como doença hemolítica perinatal (DHPN), é decorrente da incompatibilidade do fator Rh, ou seja, da proteína presente na hemácia. A condição acontece quando o organismo materno, produz anticorpos contra o feto, levando a destruição das hemácias do mesmo, podendo conduzir a uma anemia severa. Ademais, a patologia pode gerar icterícia, hepatomegalia e esplenomegalia, edema generalizado, e morte, durante a gestação ou após o parto. 

Diante desse cenário, é fundamental, os trabalhadores da área da saúde realizarem um bom e eficiente acompanhamento das gestantes, desde a concepção até o parto da criança.  

PALAVRAS-CHAVE: eritroblastose fetal, doença hemolítica perinatal, pré natal 

ABSTRACT:

This article aims to provide guidance regarding the importance of good prenatal care in the prevention and diagnosis of the perinatal hemolytic disease, fetal erythroblastosis.

Fetal erythroblastosis, also known as perinatal hemolytic disease (PNDH), is due to the incompatibility of the Rh factor, that is, the protein present in red blood cells. The condition occurs when the mother’s body produces antibodies against the fetus, leading to the destruction of the fetus’s red blood cells, which can lead to severe anemia. Furthermore, the pathology can cause jaundice, hepatomegaly and splenomegaly, generalized edema, and death, during pregnancy or after childbirth.

Given this scenario, it is essential for health care workers to carry out good and efficient monitoring of pregnant women, from conception to childbirth.

KEYWORDS: erythroblastosis fetalis, perinatal hemolytic disease, prenatal care

INTRODUÇÃO:

A eritroblastose fetal é um tipo de hipersensibilidade, ou seja, uma patologia na qual há uma resposta exacerbada e/ou mal direcionada contra as hemácias do feto, destruindo-as. Nesse caso, uma hipersensibilidade do tipo II, onde existirá uma resposta de produção de anticorpos de classe IgM e IgG contras as células vermelhas do sangue do feto. A maioria dos casos de DHPN, ocorre pela mãe possuir Rh- e o pai Rh+, e dessa forma o feto adquire o Rh+, como o do pai. Dessa forma o sistema imunológico da mãe produz anticorpos anti-D, contra o Rh do feto.

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Entretanto, essa produção se inicia logo após a primeira exposição ao antígeno D, ou seja, geralmente ocorre a partir da segunda gestação. Assim, os anticorpos produzidos pela mãe, por serem anticorpos do tipo IgG, conseguem atravessar a barreira placentária e realizar a hemólise no feto.  

Nesse cenário é importante a realização de um acompanhamento da gestante antes, durante e após a concepção. A identificação da eritroblastose fetal é feita pela identificação do grupo sanguíneo materno e o teste de Coombs, que consiste na avaliação da presença de anticorpos que podem causar danos a células vermelhas e desencadear doenças. 

Dentre as técnicas, evidencia-se a cordocentese com determinação de hemoglobina, que consiste na coleta de sangue do feto, a partir do cordão umbilical, para detecção de patologias. Existe também a amniocentese, um exame invasivo, que colhe o líquido amniótico, e é importante sempre avisar aos pais, que os exames correm o risco de perda gestacional. Atualmente, tem-se aplicado uma técnica, conhecida como Dopplervelocimetria, um método mais seguro, eficaz e não invasivo, capaz de detectar anemia no feto. 

Diante disso, caso seja confirmado a incompatibilidade do fator Rh, os profissionais de saúde que acompanham a gestante, devem orientá-la e começar o tratamento, que consiste em medicamentos que reduzem a produção de anticorpos contra o Rh+ do feto, ou mesmo transfusão de eritrócitos in útero, ou antecipação do parto. 

A exsanguineotransfusão, ou seja, substituição do sangue do recém-nascido, é indicada quando não se tem resposta terapêutica, e ela garante uma correção da anemia e redução da bilirrubina.

OBJETIVO:

Salientar a importância do pré-natal como acompanhamento ativo da gestante e do feto para prevenção da doença hemolítica perinatal e suas complicações. E com esse estudo influir e capacitar todos funcionários da rede assistencial em saúde, para saberem como agir ao se deparar com esse complexo cenário. 

METODOLOGIA:

O presente estudo é constituído por uma pesquisa explicativa da necessidade de acompanhar as gestantes integralmente a fim de evitar complicações fetais graves, como a eritroblastose fetal. Além de analisar as estratégias de manejo utilizadas, como tratamento intrauterino, transfusão fetal e acompanhamento materno-fetal. Para isso foi feita uma revisão de literatura. 

RESULTADOS:

Foi identificado que a avaliação da presença de anticorpos maternos deve ser feita no início da idade gestacional para evitar a utilização de métodos invasivos como a amniocentese e possivelmente uma transfusão intra-útero de alto risco. Dessa forma a gestante identificada de antemão pelo teste de Coombs poderá receber a imunoglobulina anti-D e ser sensibilizada antes da destruição das hemácias fetais. 

CONCLUSÃO:

A partir disso pode-se concluir que meios de prevenção da doença hemolítica perinatal possuem maior eficácia quando introduzidos na atenção primária à gestante assim como nas mulheres em idade fértil. Isso pode ser realizado nas formas de campanhas em saúde e na capacitação dos profissionais em contato com esse grupo, a fim de elucidar dúvidas e direcionar para o tratamento correto. 

REFERÊNCIA: 

DA PAZ SILVA FILHO, Paulo Sérgio et al. Doença hemolítica do recém-nascido (eritroblastose fetal): do diagnóstico ao tratamento. Research, Society and Development, v. 11, n. 4, p. e25911427377-e25911427377, 2022.

DA SILVA, Mikaíla Luana Alves; DA SILVA, José Onício Rosa; MELO, Hugo Christiano Soares. Eritroblastose fetal: diagnóstico e aspectos imunológicos. 2016.

DOS SANTOS, Elizamara Guimarães; DE JESUS PEREIRA, Josiane; DE AZEVEDO VILLARINHO, Arielly Cristina. Eritroblastose fetal: Atuação do SUS. Episteme Transversalis, v. 12, n. 2, 2021.

TARELLI, Camila Alquati et al. Eritroblastose fetal: uma atualização da literatura. CEP, v. 95020, p. 472.


1julia.serafim@mail.usf.edu.br 
2julia.bardi@mail.usf.edu.br 
3marilia.gomes@mail.usf.edu.br
4Liga de Pediatria
5Liga de Medicina Fetal
6Liga do Riso
7Professor auxiliar