A IMPORTÂNCIA DO PLANO DE NEGÓCIOS PARA O SUCESSO DAS MICROEMPRESAS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10048781


Reinaldo Almeida de Souza Júnior¹
Profº. Dr. Cláudio Dantas Frota²


RESUMO 

Quando se pensa em abrir uma empresa de qualquer porte, naturalmente devem-se conhecer as ferramentas administrativas que orientam como abrir um negócio e obter êxito no empreendimento. O referido trabalho busca apresentar para os microempresários como obter sucesso nos negócios futuros ao saber preparar uma ferramenta de gestão com múltiplas aplicações, como o Plano de Negócios, esse documento é um orientador para que a microempresa mantenha-se firme no seu propósito. Realizar um planejamento bem detalhado e com isso o empreendimento manterá o foco no ramo de atividade que pretende seguir. Será demonstrado neste artigo o sumário executivo, descrição da empresa, produtos e serviços, mercado e competidores, marketing e vendas, análise estratégica e plano financeiro. O Plano de Negócios como orientador permite que sejam traçados os rumos que a microempresa necessita saber. O presente artigo foi realizado por meio de uma pesquisa bibliográfica. A pesquisa bibliográfica permite uma revisão da literatura sobre as principais teorias que norteiam o trabalho científico e nisso procurou-se destacar a importância da correta elaboração do Plano de Negócios. Pretendeu-se evidenciar os procedimentos administrativos como ferramenta para o micro empreendedor. Portanto dentre as obras citadas percebeu-se a necessidade de que a correta elaboração do Plano de Negócios pode ajudar qualquer empreendedor a ter uma visão ampla do que poderá ser a sua empresa. Ficou elucidado nesse trabalho os aspectos gerais sobre o Plano de Negócios, assim como a sua elaboração e sua prática.

Palavras – chave: Ferramentas Administrativas. Empreendimento. Plano de Negócios. 

ABSTRACT 

When thinking about starting a business of any size, of course one must know the administrative tools that guide how to open a business and succeed in the enterprise. This paper seeks to present to microentrepreneurs how to succeed in future business by knowing how to prepare a management tool with multiple applications, such as the Business Plan, this document is a guide for microenterprise to remain firm in its purpose. Carry out a well detailed planning and with this the enterprise will keep the focus in the branch of activity that intends to follow. It will demonstrate in this article the executive summary, company description, products and services, market and competitors, marketing and sales, strategic analysis and financial plan. The Business Plan as a guideline allows the paths that the microenterprise needs to know. The present article was carried out by means of a bibliographical research. The bibliographical research allows a review of the literature on the main theories that guide the scientific work and in this it was tried to emphasize the importance of the correct elaboration of the Business Plan. It was intended to evidence administrative procedures as a tool for the micro-entrepreneur. Therefore among the works cited, it was realized that the correct elaboration of the Business Plan can help any entrepreneur to have a broad vision of what could be his company. The general aspects of the Business Plan, as well as its elaboration and practice, were elucidated in this work.

Keywords: Administrative tools. Development. Business Plan.

1. INTRODUÇÃO

No momento em que o País vivencia uma crise financeira atingindo todos os setores, sabemos que é nos momentos críticos que as oportunidades surgem. Segundo a pesquisa GEM projeto Global Entrepreneurship Monitor em parceria com o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), o Brasil em 2015 demonstrou a taxa de empreendedorismo de 39,3%. Conforme o estudo é o maior índice dos últimos 14 anos desde 2002 que apresentava 20,9%. As microempresas representam 99,1% dos empreendimentos formais no Brasil que geram cerca de 52,2% dos empregos com carteiras assinadas, correspondendo 20% do Produto Interno Bruto (PIB).

Quando se pensa em abrir uma empresa de qualquer porte, naturalmente devem-se conhecer as ferramentas administrativas que orientam como abrir um negócio e obter êxito no empreendimento. Pesquisas feitas por Instituições como SEBRAE apontam que a vida de uma microempresa tem duração em média de dois anos, sendo apontada a má administração e a falta de planejamento como os agentes causadores. Mediante a isso, como as microempresas devem se precaver dessas situações e aumentar a eficiência na administração dos negócios?

Certamente por meio de um bom planejamento, sendo o Plano de Negócios o mapa de percurso das Microempresas. Entretanto deve-se ter consciência que a elaboração de um plano de negócio não é uma tarefa fácil, pois exige persistência, busca de pesquisa e de muito trabalho para saber se vale a pena abrir o negócio pretendido.

Este projeto terá como objetivo geral mostrar a importância do Plano de Negócios para as microempresas e com isso conseguirem sucesso no ramo pretendido. E para que o mesmo seja atingido temos como objetivos específicos:

  • Demonstrar aspectos gerais do Plano de Negócios;
  • Elaborar o Plano de Negócios;
  • Colocar o Plano de Negócios em prática

O referido trabalho busca apresentar para os microempresários como obter sucesso nos negócios futuros ao saber preparar uma ferramenta de gestão com múltiplas aplicações, como o Plano de Negócios, esse documento é um orientador para que a microempresa mantenha-se firme no seu propósito. Realizar um planejamento bem detalhado e com isso o empreendimento manterá o foco no ramo de atividade que pretende seguir. Será demonstrado neste artigo o sumário executivo, descrição da empresa, produtos e serviços, mercado e competidores, marketing e vendas, análise estratégica e plano financeiro.

2. REVISÃO DA LITERATURA

Com a intenção de atingir os objetivos deste estudo, bem como os resultados alcançados, fez-se necessário a utilização de base teórica afim de que possamos apresentar alguns conceitos de principais autores sobre a elaboração do Plano de Negócios.  

2.1. O que é Plano de Negócios?

O Plano de Negócios como orientador permite que sejam traçados os rumos que a microempresa necessita saber. Antes de tudo devemos conhecer o que significa o plano de negócio:

É um documento que contém a caracterização do negócio, sua forma de operar, suas estratégias, seu plano para conquistar uma fatia do mercado e as projeções de despesas, receitas e resultados financeiros. (CÉSAR SALIM et al, 2003, p. 3).

Como um instrumental poderoso traça um retrato fiel do mercado, do produto e das atitudes do microempreendedor, propiciando segurança para quem quer iniciar ou abrir um negócio com total êxito ou promover inovações em seu negócio. 

Figura 1 – Buscando o modelo do negócio e o ajuste do produto ao mercado

Resultado de imagem para modelo plano de negócios

Fonte: Blog do Nei

2.2. Tipos de negócios

Primeiro deve-se definir qual é o negócio da microempresa, o que ela será. Poderá ser de Prestação de Serviços, Indústria, Agropecuária e por fim de Comércio.

No que se diz a respeito à Prestação de Serviços, tem como característica fazer algo para o cliente mediante remuneração, qualquer pessoa pode abrir uma empresa de prestação de serviços basta ter experiências, talento ou alguma habilidade específica, porém algumas empresas precisam de profissionais qualificados por exercer atividades profissionais regulamentadas, tais como Contadores, Advogados, Engenheiros, Corretores e etc. Empresas de Indústrias trabalham transformando matérias primas em produtos acabados, por meio de máquinas ou artesanalmente. 

A Empresa de Agropecuária, suas principais atividades são cultivo do solo para a produção de vegetais ou criação e tratamento de animais.

Empresa de Comércio vendem mercadorias diretamente ao consumidor no caso sendo Comércio Varejista. E tem aquelas que compram do fabricante para vender no varejo que são Atacadistas.

2.3. Natureza Jurídica de uma Empresa

Para que uma empresa seja constituída o primeiro passo a se fazer é definir sua forma jurídica. De acordo com o manual Como Elaborar um Plano de Negócios do SEBRAE, as formas jurídicas mais comuns para as micro e pequenas empresas são:

Microempreendedor Individual – MEI: pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário. Sua inscrição é feita gratuitamente pela internet (www.portaldoempreendedor.gov.br).

Empresário Individual: pessoa física que exerce atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Responde com o seu patrimônio pessoal pelas obrigações contraídas pela empresa.

Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI: empresa constituída por uma única pessoa, titular da totalidade do capital social. A empresa responde por dívidas apenas com seu patrimônio, e não com os bens pessoais do titular.

Sociedade Limitada: sociedade composta por, no mínimo, dois sócios, pessoas físicas ou jurídicas. A responsabilidade de cada sócio é limitada ao valor de suas cotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. (ROSA, 2013, p.29)

Para que se possa abrir uma nova empresa deve-se consultar um contabilista para que se busque a forma jurídica mais adequada de constituir a nova empresa.

2.4. Quem são as pessoas que terão acesso ao plano de negócios?

A quem se destina o plano de negócios? Muitos pensam que o que o plano de negócios destina-se somente aos investidores e aos bancos, porém enganam-se. De acordo com Dornelas (2005, p.100), vários são os públicos-alvo de um plano de negócios, dentre eles, pode citar:

Mantenedores das incubadoras (Sebrae, universidades, prefeituras, governo, associações etc): para outorgar financiamentos a estas.

Parceiros: para definição de estratégias e discussão de formas de interação entre as partes.

Bancos: para outorgar financiamento para equipamentos, capital de giro, imóveis, expansão da empresa etc.

Investidores: empresas de capital de risco, pessoas jurídicas, bancos de investimento, angels, BNDES, governo etc.

Fornecedores: para negociação na compra de mercadorias, matéria-prima e formas de pagamento.

A empresa internamente: para comunicação da gerência com o conselho de administração e com os empregados (efetivos e em fase de contratação).

Os clientes: para venda do produto e/ou serviço e publicidade da empresa.

Sócios: para convencimento em participar do empreendimento e formalização da sociedade.

Então podemos dizer que o plano de negócios interessa a todos os stakeholders, que seriam as pessoas interessadas e envolvidas na empresa. 

2.5. Elaborando o plano de negócios eficiente

Para que o plano de negócios seja lido e apreciado por investidores, precisa que seja bem elaborado e para que isso ocorra devemos utilizar boas estratégias para elaboração do mesmo. O ideal é colocar um Sumário Executivo, para que os sócios e os investidores tenham uma visão geral e clara do que se trata a sua implantação. Segundo Dornelas (2005, p. 126), “O Sumário Executivo é a principal seção de seu plano de negócios e deve expressar uma síntese do que será apresentado na sequência, preparando o leitor e atraindo o mesmo para uma leitura com mais atenção e interesse”.

Por mais que o Sumário Executivo apareça no início do Plano de Negócios ele deve ser feito por último, pois por se tratar de um resumo ficará bem mais fácil de fazê-lo depois do texto básico está pronto.

2.5.1. Composição do Sumário Executivo

O Sumário Executivo não pode ser longo demais, pois deixará de ser objetivo tornando-se uma leitura cansativa. Deve atender os seguintes aspectos, conforme nos orienta Dornelas (2005, p. 127), “Para auxiliar na preparação do Sumário Executivo, procure responder às seguintes perguntas”:

O quê?  Qual o propósito do seu plano?

             O que você está apresentando?

             O que é a sua empresa?

             Qual é seu produto/serviço?

Onde?   Onde sua empresa está localizada?

             Onde está seu mercado/clientes?

Por quê? Por que você precisa do dinheiro requisitado?

Como?  Como você empregará o dinheiro na sua empresa?

             Como está a saúde financeira de seu negócio?

              Como está crescendo sua empresa (faturamento dos últimos três anos etc.)?

Quanto?   De quanto dinheiro você necessita?

               Como se dará o retorno sobre o investimento?

Quando?  Quando seu negócio foi criado?

                Quando você precisará dispor do capital requisitado?

                Quando ocorrerá o pagamento do empréstimo obtido?

Portanto o Sumário Executivo deve ser escrito ao público alvo, focando nos assuntos que mais interessam aos leitores.

2.5.2. A Descrição da Empresa

Está seção tem como ponto forte fazer um breve resumo da empresa, apresentá-la, contando um pouco seu histórico e status atual, deve-se enfatizar qual é o negócio, Produto/Serviço que será comercializado, os proprietários da empresa, a forma jurídica, gastos iniciais de abertura e operações nos primeiros meses e o local onde vai funcionar a empresa.

2.5.3. Descrição dos Produtos e Serviços

Esta seção vai detalhar os produtos ou serviços que o micro empreendimento pretende vender. De acordo com César Salim et al, (2003, p. 62), “Os pontos importantes que constituem o capítulo PRODUTOS E SERVIÇOS  do Plano de Negócios são”:

  1. Descrever, com clareza, cada um dos serviços e produtos que a empresa vende.
  2. Descrever seu mercado e as principais necessidades detectadas com os clientes que poderão ser resolvidas com as soluções oferecidas pela empresa.
  3. Quem são os competidores? Comparar sua solução, seus produtos e serviços com os oferecidos pelos competidores. Quais são os benefícios que fazem seus produtos e serviços serem mais vantajosos que os dos competidores?
  4. Definir como vai ser o material usado para apoiar a venda de seus produtos e serviços.
  5. Analisar os custos para o fornecimento de seus produtos e serviços e os preços que podem ser praticados no mercado.
  6. Avaliar as margens que podem ser praticadas nas vendas de seus produtos e serviços.
  7. Analisar a questão tecnológica envolvida com seus produtos e serviços: qual tecnologia usada e o seu grau de atualidade e volatilidade; qual a proteção legal de seus produtos (direitos de propriedade)?
  8. Definir a visão futura de seus serviços e produtos: como devem se desenvolver, qual a evolução das necessidades do mercado, de seus concorrentes, da demanda, de segmentos específicos do mercado, da própria tecnologia adotada.

Por tanto, nesta seção deve-se listar os produtos e os serviços que a empresa vai vender ou prestar serviços.

2.5.4. Análise de mercado

Uma das etapas mais importante na elaboração do Plano de Negócios, pois permite identificar a necessidade e a demanda do mercado. De acordo com César Salim et al, (2003, p. 72) “Uma análise de mercado que integra o Plano de Negócios demonstra que o empreendedor está atento às variáveis do mercado, e não se baseia apenas na sua boa ideia”. Portanto é necessário que se faça a pesquisa com base sobre alguns fatores, conforme nos orienta Dornelas que um bom roteiro de análise das oportunidades e riscos do mercado pode ser apresentado a seguir:

  1. Identificar as tendências ambientais ao redor do negócio (oportunidades e ameaças), de ordem demográfica, econômica, tecnológica, política, legal, social e cultural.
  2. Descrever o setor onde seu negócio está inserido: qual é o tipo de negócio, tamanho do mercado atual e futuro (projetado), quais são os segmentos de mercado existentes, qual o seu segmento específico e quais as tendências desse segmento, qual o perfil dos consumidores.
  3. Analisar os principais competidores: descrição de seus produtos/serviços, posicionamento no mercado, suas forças e fraquezas, práticas de marketing utilizadas (política de preços, canais de distribuição, promoção), fatia de mercado que domina e participação de mercado (market share).
  4. Efetuar comparação com os competidores: mostrar quais os seus diferenciais em relação aos principais competidores (aqueles com os quais sua empresa compete diretamente, de forma mais acirrada). (DORNELAS, 2005, p.143)

Portanto “uma boa análise de mercado pode ser feita por meio de gráficos e tabelas, permitindo visualizar a comparação entre mercados e continuamente atualizar os dados da análise para que não fiquem obsoletos (DORNELAS, 2005)”.

Figura 2 – Análise de Mercados

Fonte: Dinâmica Consultoria

2.5.5. Marketing e vendas

A empresa irá trabalhar os 4 P’s de marketing e com isso conseguirá atingir os objetivos e as metas desejadas. Os 4 P’s são: produto, preço, praça e propaganda. 

Como bem nos orienta Marcelo Alves de Barros, no modelo de Plano de Negócios, a respeito da Política de Preços:

Que valores nossos clientes estão dispostos a pagar? 

Que valores nossos clientes estão pagando hoje? 

O que eles recebem pelo que eles pagam hoje? 

De que forma eles estão pagando? 

De que forma eles preferem pagar? 

Quanto cada modelo de pagamento deles contribui para o alvo do empreendimento? 

Lembre-se que preço e pagamento depende do serviço personalizado, do tipo de cliente e do volume do uso. Exemplos de modelos de pagamento são: por uso, por licença, por viagem, por homem-hora. (BARROS, s.d., p.10)

A política de preços permite definir a lucratividade de um produto, segmentar um mercado.

Figura 3 – Marketing e Vendas

Fonte: Página da GV Display

2.5.5.1. Ações de Marketing e Vendas

O empreendedor para que possa buscar estratégias de marketing para atingir os objetivos da empresa deverá responder as seguintes perguntas conforme nos orienta Marcelo Alves de Barros:

Por meio de quais canais os clientes potenciais desejam ser encontrados? 

Como os estamos encontrando agora? 

Como os diferentes canais atuais estão integrados? 

Quais deles funcionam melhor? 

Quais deles tem relação custo-benefício melhor? 

Como integramos estes canais com as rotinas e ambientes dos clientes potenciais? 

Como criamos imagem do produto/serviço? 

Como ajudamos os clientes a avaliar o produto/serviço? 

Como facilitamos a vida dos clientes na hora de comprar o X? 

Como facilitamos o uso do produto/serviço? 

Como valorizamos o cliente após a compra? (BARROS, s.d., p.10)

2.5.5.2. Canais de Distribuição (Praça)

De acordo com Dornelas (2005, p. 152), “Os canais de distribuição envolvem as diferentes maneiras que a empresa pode adotar para levar o produto até o consumidor”. Portanto o empreendedor deverá se preocupar como os serviços e os produtos deverão chegar ao consumidor final. Como nos orienta Marcelo Alves de Barros o empreendedor deve seguir arrisca algumas dicas:

Domínios, Marcas e Patentes 

Estratégias e Metas de Promoção e Vendas 

Equipe e metas de vendas 

Equipe e de Relacionamento com o cliente 

Projeção de Resultados de Vendas (BARROS, s.d., p.10)

Para que possa acompanhar os rendimentos o empreendedor deverá fazer um cronograma de atividades de marketing e vendas e com isso poderá visualizar de forma bem rápida o andamento do seu negócio. 

2.5.5.3 Análise estratégica

Esse termo é utilizado pelos empreendedores para que saibam agir numa negociação, de forma subjetiva, a análise estratégica ajuda o empreendedor a entender de forma minuciosa a atual situação do seu negócio e procurar melhores alternativas ou meios para que os objetivos e metas possam ser alcançados.

Para que se possa iniciar o planejamento estratégico, deve definir a visão, missão da empresa e pela análise S.W.O.T (Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats), que seriam as oportunidades e ameaças – meio externo e forças e fraquezas meio interno, junto com a definição dos objetivos e metas, facilitando as buscas pela melhor estratégia. Como nos relata Dornelas:

No plano de negócios deve ser dada ênfase à análise dos ambientes externo e interno, onde se medem os riscos inerentes ao negócio, as oportunidades de mercado identificadas, os pontos fortes da empresa (seus diferenciais) e, ainda os seus pontos fracos (onde a empresa precisa melhorar). Só depois de uma análise ambiental criteriosa é que a empresa poderá estabelecer seus objetivos e metas, bem como as estratégias que implementará para atingi-los. (DORNELAS, 2005, p. 154)

2.5.5.4 Análise SWOT

Tem como objetivo analisar os pontos fortes e fracos de uma empresa, para que se tenha uma visão geral do que se deve melhorar ou ajustar para que a mesma continue eficiente e competitiva no mercado.

A Análise S.W.O.T. é feita sempre de forma quadrantes, ou seja, em quatro quadrados iguais. Dentro de cada quadrado é posto em análise os pontos positivos e negativos para implantação do negócio. A palavra S.W.O.T é a sigla inglesa que Significa:  Strengths – forças , Weaknesses – fraquezas, Opportunities – oportunidades, Threats – ameaças. Conforme o Quadro 1 a seguir:

Quadro 1- Check list de pontos fortes e fracos

Fonte: (ROSA, 2013, p. 109).

2.5.6. Planejamento Financeiro

Considerados por muitos como a parte mais difícil de um Plano de Negócios. Pois tudo que foi pensado e colocado no Plano dever ser vista agora em números, desde investimentos, gastos com marketing, despesas com vendas, gastos com uso pessoal, custos fixos e variáveis, projeção de vendas e entre outros. De acordo com Dornelas (2005, p. 162) “Os principais demonstrativos a serem apresentados em um plano de negócios são: Balanço Patrimonial, Demonstrativo de Resultados e Demonstrativo de Fluxo de Caixa”. Esse último o fluxo de caixa deve ser detalhado mensalmente. 

2.5.6.1. Balanço patrimonial

O balanço patrimonial tem como objetivo demonstrar a posição financeira, contábil e econômica de uma empresa. O balanço é constituído de duas colunas sendo o Ativo e a outra o Passivo e patrimônio líquido. O Ativo representa os bens e direitos de uma empresa. O Passivo representa as exigibilidades e obrigações e o Patrimônio Líquido representa os recursos do proprietário aplicado numa empresa, ou seja, é o resultante do total do ativo com o total do passivo.

Quadro 2- Balanço Patrimonial

  Fonte: (DORNELAS, 2005, p. 164).

2.5.6.2. Demonstração de Resultados

De acordo com Dornelas (2005, p. 165) “A demonstração do resultado é uma classificação ordenada e resumida das receitas e das despesas da empresa em determinado período”.

Quadro 3- Demonstrativo de Resultados

Fonte: (DORNELAS, 2005, p. 165).

2.5.6.3. Fluxo de Caixa

O fluxo de caixa nada mais do que as entradas e saídas dos recursos financeiros de uma empresa. Indicando como será o saldo de caixa para o período projetado. De acordo com Dornelas (2005, p. 167) “Trata-se de uma ferramenta estratégica que auxilia o empreendedor no gerenciamento e no planejamento das ações que serão tomadas no dia-a-dia e no futuro da empresa”.        

Figura 4- Projeção do Fluxo de caixa

Fonte: (BARROS, s.d. , p.13)

2.5.7. Colocando o Plano de Negócios em prática

Em busca de financiamento para abrir um negócio o empreendedor utiliza o Plano de Negócio como seu cartão de visitas. No Brasil não existe uma política de apoio à micro pequena empresa, mas, porém existem alternativas para que se possa por o Plano de Negócios em prática. O empreendedor pode buscar parcerias por meios de Agencia de Fomentos de seu Estado, ou por meio de Fornecedores, Parceiros estratégicos entre outros. Outra alternativa é “por meio de Programas de Governos que destinam recursos a fundo perdidos as empresas por meio de um custo subsidiado, muito abaixo do praticado no mercado”.(DORNELAS, 2005)

Portanto, com o Plano de Negócios elaborado o empreendedor começará a buscar estratégias para o financiamento do seu negócio e com isso iniciar o novo empreendimento.

3. METODOLOGIA DA PESQUISA

O presente artigo foi realizado por meio de uma pesquisa bibliográfica. A pesquisa bibliográfica permite uma revisão da literatura sobre as principais teorias que norteiam o trabalho científico. Tal revisão pode ser por meio de livros, artigos, períodicos, sites da Internet entre outras fontes. Conforme nos esclarece Lakatos, (2010, p.166),

A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc., até meios de comunicação oral: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, quer publicadas, quer gravadas.

Portanto neste trabalho procurou-se destacar a importância da correta elaboração do Plano de Negócios. Pretendeu-se evidenciar os procedimentos administrativos como ferramenta para o micro empreendedor.

4. RESULTADOS ALCANÇADOS 

Neste trabalho procurou-se evidenciar a importância de se fazer o Plano de Negócios, para que o empreendedor saiba utilizá-lo e por em prática no seu novo negócio e com isso ter um direcionamento certo sobre o que pretende conquistar no mercado. No decorrer deste trabalho vimos que nos foi apresentado o que é o sumário executivo, a descrição da empresa, os produtos e serviços, o marketing e as vendas, a análise estratégica e o plano financeiro. Portanto dentre a obra citada percebeu-se a necessidade de que a correta elaboração do Plano de Negócios pode ajudar qualquer empreendedor a ter uma visão ampla do que poderá ser a sua empresa. Ficou elucidado nesse trabalho os aspectos gerais sobre o Plano de Negócios, assim como a sua elaboração e sua prática. 

5. REFERÊNCIAS

BARROS, Marcelo Alves de. Modelo de Plano de Negócio. Fundação Parque Tecnológico da Paraíba: Paraíba, s.d.

DE AZEVEDO ROCHA, Guilherme. A importância do Plano de Negócio. Anais de Tecnologia, Engenharia e Gestão 2.1 (2016): 24.

DORNELAS, José Carlos Assis. Transformando ideias em negócios. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

DORNELAS, J.C.A. Capacitação dos Gerentes de Incubadoras na Elaboração e Utilização do Plano de Negócios como uma Estratégia para se Disseminar seu Conceito junto às Empresas Incubadas. /submetido ao IX Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas, Porto Alegre- RS, set. 1999a/.

DORNELAS, J.C.A. Plano de Negócios: Estrutura e Elaboração. Apostila. São Carlos – SP. maio. 1999b.

GREATTI, Ligia; PREVIDELLI, José de Jesus. “O uso do plano de negócios como instrumento de análise comparativa das trajetórias de sucesso e de fracasso empresarial.” Anais do Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (2004). 

MARCONI, Maria de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2010.

MACEDO, Mariano de Matos et al. Global Entrepreneurship Monitor: Empreendedorismo no Brasil. Curitiba: IBQP, 2015.

ROSA, Cláudio Afrânio. Como elaborar um plano de negócio. SEBRAE: Brasília, 2013.

SALIM, Cesar Simões et al. Construindo planos de negócios: todos os passos necessários para planejar e desenvolver negócios de sucesso. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.


¹naldojunior4@gmail.com

²claudiodantasfrota@gmail.com