A IMPORTÂNCIA DO FISIOTERAPEUTA NO PRÉ-PARTO: REVISÃO DE LITERATURA

THE IMPORTANCE OF THE PHYSIOTHERAPIST IN PREPARTUM CARE: A LITERATURE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11353470


Amanda Lima Barroso¹; Bruna de Carvalho Uchôa1; Stephany Thailla Brasil de Paula1; Orientadora: Thaiana Bezerra Duarte².


Resumo

A dor no trabalho de parto é uma experiência intensa e multifacetada que varia amplamente entre as mulheres, influenciada por fatores físicos, emocionais e culturais. O manejo eficaz dessa dor é fundamental para proporcionar uma experiência de parto mais positiva e menos traumática, destacando a importância de métodos de alívio da dor que sejam seguros, acessíveis e que respeitem a autonomia e preferências das parturientes. O objetivo desse estudo é realizar uma revisão de literatura para verificar o efeito da fisioterapia durante o TP e destacar a importância da fisioterapia no suporte as parturientes em maternidades, além de explorar os benefícios da fisioterapia para as parturientes, incluindo redução da dor, a melhora da mobilidade o apoio emocional e discutir os desafios enfrentados pelos fisioterapeutas e parturientes em maternidades, como a falta de recursos e a falta de conscientização sobre os benefícios da fisioterapia. Este estudo foi uma revisão de literatura, os artigos foram buscados nas bases Scielo, Pubmed e BVS. Foram encontrados e delineados sete artigos científicos, que evidenciaram que a fisioterapia desempenha um papel crucial no suporte às parturientes durante o trabalho de parto. As diversas abordagens fisioterapêuticas, como exercícios com bola de parto, hidroterapia, TENS, exercícios respiratórios, e técnicas de relaxamento, oferecem benefícios significativos no alívio da dor, redução da ansiedade e promoção do conforto. Esses métodos não farmacológicos complementam as intervenções médicas, proporcionando uma experiência de parto mais positiva e humanizada. Portanto, a fisioterapia deve ser considerada uma componente essencial na assistência obstétrica, contribuindo para a melhoria da qualidade do cuidado oferecido às parturientes em maternidades.

Palavras-chave: Mulheres grávidas. Parto. Fisioterapia. Pré-parto.

Abstract

Pain in labor is an intense and multifaceted experience that varies widely between women, influenced by physical, emotional and cultural factors. Effective management of this pain is essential to provide a more positive and less traumatic birth experience, highlighting the importance of pain relief methods that are safe, accessible and that respect the autonomy and preferences of women in labor. The objective of this study is to carry out a literature review to verify the effect of physiotherapy during labor and highlight the importance of physiotherapy in supporting parturient women in maternity wards, in addition to exploring the benefits of physiotherapy for parturient women, including pain reduction, improvement mobility and emotional support and discuss the challenges faced by physiotherapists and women giving birth in maternity wards, such as the lack of resources and lack of awareness about the benefits of physiotherapy. This study was a literature review, articles were searched in the Scielo, Pubmed and VHL databases. Seven scientific articles were found and outlined, which showed that physiotherapy plays a crucial role in supporting parturient women during labor. Various physical therapy approaches, such as birth ball exercises, hydrotherapy, TENS, breathing exercises, and relaxation techniques, offer significant benefits in relieving pain, reducing anxiety, and promoting comfort. These nonpharmacological methods complement medical interventions, providing a more positive and humanized birth experience. Therefore, physiotherapy should be considered an essential component in obstetric care, contributing to improving the quality of care offered to parturient women in maternity wards.

Keywords: Pregnant women. Childbirth. Physiotherapy. Pre-delivery.

1. Introdução 

A gestação e o nascimento de um filho são um episódio de suma importância na vida de uma mulher, consequentemente trazendo várias mudanças em seu corpo. O trabalho de parto (TP) é um acontecimento natural que é acompanhado por dores físicas e psicológicas, incluindo contrações uterinas, dilatação cervical, medo e ansiedade, tornando-se uma experiencia única e complexa que varia em cada mulher (Borba; Amarante; Lisboa; 2021).

O trabalho de parto consiste em um processo fisiológico dividido em duas fases: a primeira consiste em contrações uterinas, fazendo com que aconteça a dilatação progressiva do colo uterino. Na segunda fase as contrações e dilatações ficam mais intensas para expulsão do feto. A presença do fisioterapeuta tem como função de suporte monitorar as alterações físicas e bem-estar da parturiente como a do bebe, tanto na primeira quanto na segunda fase do trabalho de parto (Castro; Castro; Mendonça; 2012).

A assistência fisioterapêutica pode auxiliar no relaxamento e conforto a parturiente sem o uso de recursos farmacológicos orientando os exercícios de respiração, movimentos para alívio da dor, mobilidade pélvica e auxiliando na progressão do TP. A presença do fisioterapeuta tem suma importância para passar confiança a parturiente e ter um autoconhecimento do seu corpo e ter um bom trabalho de parto (Borba; Amarante; Lisboa; 2021).

Entretanto, a falta de suporte fisioterapêutico adequado em maternidade pode resultar em complicações durante o TP e pós-parto, bem como em uma recuperação menos eficaz das parturientes.

Portanto, o objetivo desse estudo é realizar uma revisão de literatura para verificar o efeito da fisioterapia durante o TP e destacar a importância da fisioterapia no suporte as parturientes em maternidades, além de explorar os benefícios da fisioterapia para as parturientes, incluindo redução da dor, a melhora da mobilidade o apoio emocional e discutir os desafios enfrentados pelos fisioterapeutas e parturientes em maternidades, como a falta de recursos e a falta de conscientização sobre os benefícios da fisioterapia.

2. Materiais e métodos

Trata-se de uma revisão de literatura onde se realizou uma busca nas bases de dados: Scielo (Scientific Eletronic Library On Line), Pubmed e BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), no período de fevereiro à março de 2024, utilizando as palavras chave: mulheres grávidas, parto, fisioterapia, pré parto e os termos correspondentes em inglês pregnant woman, delivery, physioterapy e prepartum.  

 Os critérios de inclusão aplicados foram estudos de intervenções fisioterapêuticas e suporte fisioterapêutico à parturiente. Os critérios usados para exclusão destes artigos foram: estudos publicados anteriormente ao ano 2012 e estudos publicados em idiomas diferentes de inglês e português.

3. Resultados

As bases de dados PUBMED, SCIELO e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) resultaram em 196 artigos encontrados, e com a retirada dos estudos duplicados (n=13), restaram 183 resultados. Destes, foram excluídos 165 estudos, pois estavam fora de contexto (n=112) e tinham metodologia voltada para revisão bibliográfica (n=53). Os 18 estudos restantes foram elegíveis para a amostra e foram lidos de forma íntegra, foram excluídos 11, pois eram publicações anteriores à 2012 (n=5) e não estavam no idioma escolhido para este estudo (n=6). Foram incluídos sete estudos (n=7) (Figura 1).

Figura 1 – Fluxograma representando a coleta de dados

Fonte: autoria própria (2024).

Os estudos foram delineados no quadro 1, de acordo com o ano de publicação, nome dos autores, tipo de estudo, metodologia, objetivo, e principais resultados encontrados.

Quadro 1 – Delineamento dos estudos encontrados nas bases de dados.

Autor/ AnoTipo de EstudoObjetivoMetodologiaResultados
Borba, Amarante e Lisboa 2021Pesquisa Qualitativa ExploratóriaAvaliar a perspectiva de mulheres no pós-parto em relação à assistência fisioterapêutica recebida durante o trabalho de parto12 pacientes envolvidas e submetidas às técnicas de exercícios de mobilidade pélvica, posturas verticalizadas.Na percepção das mulheres no pós-parto, a assistência fisioterapêutica desempenha um papel importante na redução da dor e da ansiedade, contribuindo para o seu apoio emocional e promovendo o relaxamento durante o trabalho de parto.
Daniel, Benson e Hoover 2021Pesquisa Exploratória ProspectivaDeterminar a eficácia de uma unidade de estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) para melhorar o manejo da dor no trabalho de parto272 pacientes envolvidas no estudo. As técnicas não farmacológicas para alívio da dor no parto incluíram a aplicação da estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS).Os principais achados indicaram uma redução significativa nas pontuações de dor após a aplicação da TENS. A maioria das mulheres concordou que a TENS ajudou a gerenciar a dor no início do trabalho de parto, recomendaria a TENS para o gerenciamento da dor no início do trabalho de parto e usaria a TENS novamente.
Benfield, Heitkemper e Newton 2018Pesquisa Exploratória ProspectivaExplorar as experiências de mulheres grávidas com relação ao banho, banho durante o trabalho de parto e crenças culturais sobre o banho.41 participantes submetidas ao banho associado à hidroterapia.Os principais achados não apoiaram a visão de que o banho está associado a crenças culturais identificáveis; ao invés disso, sugerem que o banho é uma medida de autocuidado utilizada pelas mulheres.
Yuksel et al. 2017Ensaio Clínico RandomizadoDeterminar se exercícios respiratórios para mulheres grávidas durante o segundo estágio do trabalho de parto têm efeitos benéficos na dor materna.250 mulheres grávidas em dois grupos: grupo de intervenção (GI) e grupo controle (GC). O GI recebeu uma sessão de treinamento em exercícios respiratórios e realizou esses exercícios durante o segundo estágio do trabalho de parto, enquanto o GC não recebeu nenhum treinamento em exercícios respiratórios.Os exercícios respiratórios com inspiração e expiração profundas em mulheres grávidas são eficazes na redução da percepção da dor do trabalho de parto e na redução da duração do segundo estágio do parto.
Abreu et al. 2013Pesquisa QualitativaObservar a visão das parturientes com relação à assistência fisioterapêutica no trabalho de parto e parto.25 pacientes envolvidas. As técnicas não farmacológicas utilizadas incluíram respiração fisiológica, mobilidade no leito e massoterapia.A atuação do fisioterapeuta durante o trabalho de parto e parto foi bem recebida pelas parturientes, contribuindo para a redução da percepção de dor, além de aumentar a sensação de segurança e conforto durante o processo.
Leung et al. 2013Série de casosAvaliar a eficácia de um programa de exercícios com bola de parto conduzido por fisioterapeutas no alívio da dor, cuidados psicológicos e facilitação do processo de trabalho de parto.203 mulheres chinesas admitidas na enfermaria de parto para parto vaginal espontâneo. Os fisioterapeutas ensinaram exercícios com bola de parto em grupos ou individualmente por 30 minutos.Os principais achados mostraram diferenças estatisticamente e clinicamente significativas na intensidade da dor nas costas, nos níveis de estresse e ansiedade, bem como no nível de pressão sobre o abdômen inferior antes e depois dos exercícios. O exercício com bola de parto pode ser um meio alternativo de aliviar a dor nas costas e a dor do trabalho de parto na enfermaria de parto, e pode diminuir o consumo de petidina em mulheres em trabalho de parto.
Castro, Castro e Mendonça 2012Pesquisa QualitativaAvaliar os efeitos de uma abordagem de fisioterapia no período pré- parto e propor um protocolo de intervenção com base na Escala Analógica Visual (EAV) de dor.10 pacientes envolvidas. EAV 1-3: Cinesioterapia, técnicas de respiração, relaxamento e estimulação da caminhada. EAV 4-7: Massoterapia, técnicas de respiração, relaxamento e estimulação da caminhada. EAV 8-10: Técnicas de respiração, relaxamento e estimulação transcutânea elétrica.  Não houve aumento da dor até uma hora após a intervenção, o que foi considerado positivo, uma vez que, devido à expansão crescente, espera-se um aumento da dor.

Fonte: autoria própria (2024).

No total, 813 pacientes participaram dos estudos encontrados, sendo que o estudo de Daniel, Benson e Hoover (2021) foi o estudo com maior amostra (n=272), e o estudo de Castro, Castro e Mendonça (2012) foi o estudo com a menor amostra (n=10) (Gráfico 1).

Gráfico 1 – Número de pacientes participantes do estudo.

Fonte: autoria própria (2024).

Os estudos foram realizados em diversos países, um em Hong Kong (Leung et al., 2013), dois nos Estados Unidos (Benfield; Heitkemper; Newton, 2018; Daniel; Benson; Hoover, 2021), um na Turquia (Yuksel et al., 2017), e três no Brasil (Borba; Amarante; Lisboa, 2021; Castro; Castro; Mendonça, 2012; e Abreu et al., 2013) (Gráfico 2).

Gráfico 2 – Porcentagem de países onde os estudos ocorreram.

Fonte: autoria própria (2024).

4. Discussão

O estudo de Leung et al. (2013), teve como objetivo avaliar a eficácia de um programa de exercícios com bola de parto, conduzido por fisioterapeutas, no alívio da dor, cuidado psicológico e facilitação do processo de parto em uma maternidade de um hospital regional. Participaram mulheres chinesas admitidas para parto vaginal espontâneo no Hospital Kwong Wah, Hong Kong, entre abril e agosto de 2012. Os exercícios com bola de parto foram ensinados em grupo ou individualmente por 30 minutos. Foram medidos a intensidade da dor do parto, dor nas costas, frequência da dor do parto, níveis de estresse e ansiedade, e pressão subjetiva sobre o abdômen inferior antes e depois dos exercícios, utilizando escalas visuais analógicas. 

Comparando o estudo de Leung et al. (2013), com o estudo de Benfield, Heitkemper e Newton (2018), ambos investigam métodos não farmacológicos para aliviar a dor e promover o relaxamento durante o trabalho de parto, mas utilizam abordagens e contextos diferentes. 

O estudo de Benfield, Heitkemper e Newton (2018), sobre hidroterapia destaca que, embora muitas mulheres usem o banho para alívio de dor e relaxamento, apenas uma pequena porcentagem utilizou este método durante partos anteriores, e não foram encontradas associações significativas com crenças culturais específicas. 

Daniel, Benson e Hoover (2021) investigaram a eficácia da estimulação nervosa elétrica transcutânea (TENS) para o alívio da dor e a satisfação das pacientes durante o trabalho de parto. Utilizando um design prospectivo e amostra por conveniência, o estudo incluiu 272 mulheres, onde 263 tiveram suas dores avaliadas antes e depois da aplicação do TENS. Os resultados mostraram uma redução significativa nos escores de dor após a aplicação do TENS (7,09 vs. 6,74, p = 0,02). Além disso, 78% das mulheres relataram que o TENS ajudou a gerenciar a dor do início do trabalho de parto, e 80% recomendariam o TENS para este propósito.

Por outro lado, o estudo de Yuksel et al. (2017) focou na eficácia dos exercícios respiratórios durante a segunda fase do trabalho de parto. Este ensaio clínico randomizado envolveu 250 mulheres, divididas em grupo de intervenção (IG) e grupo controle (CG). O IG recebeu treinamento de exercícios respiratórios, enquanto o CG não. Os resultados mostraram que o IG teve escores de dor menores (88,2 ± 6,3 vs. 90,5 ± 7,0, P < 0,001) e uma duração reduzida da segunda fase do trabalho de parto (369,6 ± 92,0 s vs. 440,7 ± 142,5 s, P < 0,001). As pontuações de APGAR no primeiro minuto foram semelhantes entre os grupos.

O estudo de Daniel, Benson e Hoover (2021) sugere que o TENS pode ser uma opção eficaz e de baixo custo para as mulheres gerenciarem a dor no início do trabalho de parto, promovendo uma sensação de controle e possivelmente permitindo que permaneçam em casa por mais tempo. Em comparação, o estudo de Yuksel et al. (2017) mostra que os exercícios respiratórios podem não apenas reduzir a percepção da dor, mas também encurtar a duração da segunda fase do trabalho de parto. Enquanto o TENS atua como uma distração física e sensorial, os exercícios respiratórios oferecem uma abordagem mais centrada na modulação do ritmo e controle respiratório.

O estudo de Borba, Amarante e Lisboa (2021), buscou entender a percepção das puérperas sobre a assistência fisioterapêutica recebida durante o trabalho de parto. Com base em entrevistas abertas com 12 mulheres, foram identificadas três ideias centrais: experiência do parto, assistência fisioterapêutica e fisioterapia para alívio da dor. As puérperas relataram que a assistência fisioterapêutica desempenhou um papel importante na redução da dor e da ansiedade, além de fornecer suporte emocional e promover relaxamento. A análise de conteúdo indicou que a fisioterapia é percebida como benéfica no contexto do trabalho de parto.

O estudo de Castro, Castro e Mendonça (2012), avaliou os efeitos da intervenção fisioterapêutica pré-parto em dez parturientes usando a Escala Visual Analógica (EVA) para dor. Foi proposto um protocolo de intervenção baseado nos níveis de dor relatados: EVA 1-3: cinesioterapia, técnicas respiratórias, relaxamento e estímulo à deambulação; EVA 4-7: massoterapia, técnicas respiratórias, relaxamento e estímulo à deambulação; EVA 8-10: técnicas respiratórias, relaxamento e eletroestimulação nervosa transcutânea.

Os resultados mostraram uma leve redução nos escores de dor (de 8,8 para 8,2 na EVA), mas sem significância estatística. No entanto, a ausência de aumento da dor durante a intervenção foi considerada positiva, sugerindo que a fisioterapia pode ajudar a estabilizar a percepção de dor durante o trabalho de parto (Castro; Castro; Mendonça, 2012).

O estudo de Abreu et al. (2013) examinou a visão de 21 parturientes sobre a assistência fisioterapêutica durante o trabalho de parto e parto, realizado entre outubro de 2008 e fevereiro de 2009. Dentre as participantes, cinco receberam assistência fisioterapêutica contínua, que incluía respiração fisiológica, mobilidade no leito e massoterapia. As mulheres relataram que a assistência fisioterapêutica foi bem recebida, ajudando a reduzir a percepção de dor e aumentando o conforto e a sensação de segurança.

Borba, Amarante e Lisboa (2021) e Abreu et al. (2013), utilizaram métodos qualitativos com entrevistas abertas para entender as percepções das parturientes, enquanto Castro, Castro e Mendonça (2012) adotaram um método quantitativo com uma amostra menor, focando na medição objetiva da dor usando a EVA.

Todos os estudos indicaram uma percepção positiva da intervenção fisioterapêutica no alívio da dor. Borba, Amarante e Lisboa (2021) relataram redução da dor e ansiedade com base nos relatos das mulheres, enquanto Castro, Castro e Mendonça (2012) mostraram uma estabilização da dor sem aumento durante a intervenção. Abreu et al. (2013), também observaram uma redução na percepção da dor e aumento do conforto.

Em Borba, Amarante e Lisboa (2021), a assistência fisioterapêutica foi vista como benéfica para a redução da dor e ansiedade, fornecendo suporte emocional. Abreu et al. (2013), também destacaram a boa recepção das técnicas fisioterapêuticas pelas parturientes, contribuindo para o conforto e bem-estar. Castro, Castro e Mendonça (2012) focaram mais na análise quantitativa da dor, mostrando uma tendência positiva, embora não estatisticamente significativa.

Assim, ambos os métodos oferecem benefícios distintos e complementares na gestão da dor durante o trabalho de parto, sublinhando a diversidade de abordagens não farmacológicas disponíveis para melhorar a experiência do parto.

5. Conclusão

Este estudo teve como objetivo realizar uma revisão da literatura para verificar o efeito da fisioterapia durante o trabalho de parto (TP) e destacar a importância do suporte fisioterapêutico às parturientes em maternidades. A análise dos estudos revisados oferece uma visão abrangente sobre a eficácia das diferentes intervenções fisioterapêuticas no alívio da dor e na melhoria do conforto durante o TP.

Os estudos destacaram a importância do envolvimento ativo das parturientes e da aplicação de métodos não farmacológicos para proporcionar um trabalho de parto mais confortável e menos estressante. Assim também, sugerem a necessidade de maior conscientização e aceitação de métodos alternativos de alívio da dor, como a hidroterapia, que também promove relaxamento e redução da ansiedade.

Notou-se ainda, que a aplicação do TENS proporciona uma sensação de controle, permitindo que as mulheres permaneçam em casa por mais tempo durante o início do TP, o que pode contribuir para uma experiência de parto mais positiva, assim como os exercícios que reduzem a percepção da dor, mas também encurtaram a duração dessa fase, demonstrando a importância da modulação do ritmo respiratório no manejo da dor e na eficiência do processo de parto.

Este estudo evidenciou que a fisioterapia desempenha um papel crucial no suporte às parturientes durante o trabalho de parto. As diversas abordagens fisioterapêuticas, como exercícios com bola de parto, hidroterapia, TENS, exercícios respiratórios, e técnicas de relaxamento, oferecem benefícios significativos no alívio da dor, redução da ansiedade e promoção do conforto. Esses métodos não farmacológicos complementam as intervenções médicas, proporcionando uma experiência de parto mais positiva e humanizada. Portanto, a fisioterapia deve ser considerada uma componente essencial na assistência obstétrica, contribuindo para a melhoria da qualidade do cuidado oferecido às parturientes em maternidades.

Referências

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¹Discentes do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Norte – UNINORTE.
²Doutorado em Reabilitação e Desempenho Funcional, Docente do Curso de Fisioterapia e Fonoaudiologia do Centro Universitário do Norte – UNINORTE e do Curso de Medicina da Afya Faculdade de Ciências Médicas Itacoatiara.
Endereço: Av. Djalma batista, 122 chapada/ Manaus/AM/ cep: 69040-10 (92) 3212-5000.