A IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR NA EDUCAÇÃO INFANTIL: FUNDAMENTOS PARA A APRENDIZAGEM E O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA.

THE IMPORTANCE OF PSYCHOMOTOR DEVELOPMENT IN EARLY CHILDHOOD EDUCATION: FUNDAMENTALS FOR LEARNING AND THE INTEGRAL DEVELOPMENT OF CHILDREN.

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202503181311


Aglaunice Fátima da Silva¹; Fabrícia Aparecida Pinheiro Silva; Gislaine do Nascimento Menacho; Leyriane Aparecida Nascimento Petronilho Cruz; Maria Aparecida da Silva.


Resumo: O educador ao trabalhar com a psicomotricidade conhecerá os limites da criança, analisando através das atividades pedagógicas o comportamento, a interação e outros fatores que o professor poderá utilizar para avaliar a criança, ou seja, a avaliação será um processo constante. Algumas crianças necessitam de um tempo que deverá ser respeitado, possibilitando a construção de valores, além de estimular a exploração de movimentos que deverá iniciar desde cedo. Alguns distúrbios e dificuldades de aprendizagem poderão ser identificados através da proposta educativa, a presença e compreensão dos pais é de extrema importância, permitindo que a criança construa confiança em si.

Palavra-chave: Desenvolvimento. Infância. atividades pedagógicas. educação pré-escolar.

Abstract: The educator, when working with psychomotricity, will know the limits of the child, analyzing through pedagogical activities the behavior, interaction and other factors that the teacher can use to evaluate the child, that is, the evaluation will be a constant process. Some children need time that should be respected, enabling the construction of values, in addition to encouraging the exploration of movements that should start early. Some learning disorders and difficulties can be identified through the educational proposal, the presence and understanding of the parents is extremely important, allowing the child to build confidence in himself.

Keyword: Development. childhood. pedagogical activities. pre-school education.

1 INTRODUÇÃO

A psicomotricidade vem sendo utilizada como uma técnica de estudo entre o movimento do corpo humano, a fins de promover o processo e aspectos de comunicação do corpo favorecendo o indivíduo a reduzir a sua energia, pensar os seus gestos e aperfeiçoar as suas criatividades em seu cotidiano.

A educação infantil possui uma nova visão quando se trata ao desenvolvimento da criança na área motora, sendo essencial que possua uma percepção dos educadores mais efetiva do trabalho e desenvolvimento da psicomotricidade, adequadamente com as crianças na educação escolar inicial.

Através da motricidade o professor poderá contribuir para o desenvolvimento do corpo e da mente, trabalhar capacidades de manipulação de objetos, postura, equilíbrio, comunicação, colaboração, funcionamento do seu corpo etc., noção de lateralidade. O professor deverá ser criativo e estimular a criança a participar das atividades propostas, de forma lúdica, favorecendo algo atrativo, inovador, algo que contribua para despertar a curiosidade da criança, pois é possível percebermos que atualmente as crianças optam por tecnologias digitais, proporcionando a ficção por jogos e atividades eletrônicas.

2 A PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A psicomotricidade segundo MACHADO (2010 p. 46) surgiu como uma forma de auxílio para as atividades escolares, pois previne o surgimento de dificuldades no aprendizado, podendo também trabalhar atrasos nos aspectos afetivos, cognitivos e motor.  O autor também ressalta que na educação infantil e ensino fundamental, os jogos e brincadeiras devem estabelecer uma relação interdisciplinar sendo uma ação normal do processo de ensino e aprendizagem.

O autor ainda levanta o questionamento de recursos que contribuam para despertar o interesse ao apresentar as atividades pedagógicas a criança. Segundo o seu estudo, o professor deverá encontrar estratégias que estimule e desperte a curiosidade e interesse da criança a fim de que ela participe das aulas, sem pressionamento e desfrutando de um momento prazeroso. 

Através das brincadeiras e o mundo de faz de conta, a criança analisa a realidade e a transforma ativamente, reinventando e expressando as suas emoções, assim permitindo a construção da socialização, coordenação motora, raciocínio, percepção visual, solidariedade, construção da noção de espaço, velocidade, criatividade, improvisação, atenção etc.

Sendo assim, a PROPOSTA CURRICULAR PARA EDUCAÇÃO INFANTIL (2019 p.28) enfatiza a “relevância em promover atividades em que trabalhem os movimentos como lutar, dançar, subir, descer de árvores ou obstáculos, jogar bola, rodar bambolê etc”.  Portanto, o cuidado deverá ser tomado para não classificar as crianças em modelos de comportamento estereotipados, associados ao gênero masculino e feminino, como, por exemplo, não deixar que as meninas joguem futebol ou que os meninos rodem bambolê.

Para oportunizar à criança a sua expressão corporal e o seu desenvolvimento motor, é preciso garantir a diversificação dos movimentos e o aumento da complexidade, levando em consideração o desenvolvimento e a aprendizagem da criança em determinado momento. Mas é preciso superar a visão de que o desenvolvimento motor é um processo natural e progressivo, que acontece sem a necessidade da promoção de situações de aprendizagem e de desenvolvimento. PROPOSTA CURRICULAR PARA EDUCAÇÃO INFANTIL (2019 p.29)

É importante ressaltar que durante a execução das práticas, o professor deverá ficar atento para que não aconteça rotulações entre o grupo que conseguiu finalizar a brincadeira e os que não conseguiu finalizar ou alcançar a proposta.

O professor proporciona através das intervenções pedagógicas, que a criança estabeleça a descoberta de inumeradas situações aos quais desconhecia ao entrar em contato com ambiente escolar. O educador deve tomar alguns cuidados, e considerar que algumas crianças são diferentes entre si, respeitando as necessidades de cada um.

Desde pequenas, reconhecer a valorização de seu esforço e comentários a respeito de como estão construindo e se apropriando desse conhecimento são atitudes que as incentivam e situam com relação à própria aprendizagem. É sempre bom lembrar que seu empenho e suas conquistas devem ser valorizados em função de seus progressos e do próprio esforço, evitando colocá-las em situações de comparação.

Os pais também possuem um papel fundamental nesse processo pois, pode estimular desde cedo a coordenação motora da criança, através do movimento de girar as mãos, fazer biquinhos com a boca, estimular a criança a engatinhar, e a dar os seus primeiros passos. Ao ingressar na fase escolar, os pais devem incentivar os seus filhos a participar de atividades propostas pelo professor, se necessário, os pais também podem participar das brincadeiras

3 JOGOS E BRINCADEIRAS COMO RECURSO PEDAGÓGICO

A palavra jogos seguindo o Dicionário Aurélio é definida como “distração, passatempo, divertimento”, porém, para JESUS (2010 p.32) é compreendido que a aprendizagem ocorre através de brincadeiras e jogos lúdicos sendo possível identificar que a criança desenvolve a curiosidade, a iniciativa e a autoconfiança, além de proporcionar a concentração, o aprendizado, desenvolvimento da linguagem e do pensamento.

 As brincadeiras e jogos são estimuladores da motivação, cognição, afeição e criatividade e constituem atividades primárias que trazem grandes benefícios do ponto de vista físico, intelectual e social.

É relevante ressaltar que as brincadeira não devem ser vistas como apenas um passatempo, sem nenhum objetivo a ser alcançado, pois possui um papel fundamental no desenvolvimento, promovendo processos de socialização, a descoberta do mundo, além de desenvolver habilidades na criança de forma lúdica, pois através do ato de brincar ocorre a socialização com outras crianças, desenvolve a motricidade fina e grossa, a mente, a criatividade, a valorização das suas próprias conquistas sem cobrança respeitando os seus limites.

Sendo assim,

É preciso que o professor tenha consciência que na brincadeira as crianças recriam e estabilizam aquilo que sabem sobre as mais diversas esferas do conhecimento, em uma atividade espontânea e imaginativa. Nessa perspectiva não se deve confundir situações nas quais se objetiva determinadas aprendizagens relativas a conceitos, procedimentos ou atitudes explícitas com aquelas nas quais os conhecimentos são experimentados de uma maneira espontânea e destituída de objetivos imediatos pelas crianças. Pode-se, entretanto, utilizar os jogos, especialmente aqueles que possuem regras, como atividades didáticas. É preciso, porém, que o professor tenha consciência que as crianças não estarão brincando livremente nestas situações, pois há objetivos didáticos em questão. (RCNEI vol. 01 p.29 1998)

A observação do educador deve ser constante, pois a partir da percepção dos desenvolvimentos da criança é possível conhecer as necessidades, avanços e identificar expressões de sensações, que ela demostrará no decorrer de cada proposta. 

Os professores devem possuir o cuidado e conhecimento com a escolha dos diferentes tipos de jogos e brincadeiras que podem ser inseridos no contexto escolar, principalmente atentando-se aos objetivos que poderão ser alcançados.  Deve haver a estimulação do desenvolvimento das habilidades do seu aluno, estando sempre ao seu lado, participando, contribuindo, mediando e orientando-o nas atividades.

Uma vez que os jogos são considerados um recurso pedagógico indispensável, pois contribui no processo da construção dos conhecimentos da criança, não esquecendo da importância da socialização através da interação com parceiros em brincadeiras de faz de conta, respeitando as características pessoais e das pessoas que convive relacionando a gêneros, etnia, peso, estatura.

As brincadeiras de faz-de-conta, os jogos de construção e aqueles que possuem regras, como os jogos de sociedade (também chamados de jogos de tabuleiro), jogos tradicionais, didáticos, corporais etc., propiciam a ampliação dos conhecimentos infantis por meio da atividade lúdica. (RCNEI vol. 01 p.28 1998)

Desse modo, salientar o objetivo das regras nas brincadeiras e jogos se faz de suma importância, pois através do mesmo, o professor deverá abordar que as regras também são inseridas na sociedade, mantendo a ordem e disciplina permitindo boa convivência.

4 SUGESTÕES DE JOGOS E BRINCADEIRAS

Os educadores podem usar de toda a sua criatividade para criar outros jogos e até mesmo modificar ou adaptar os jogos sugeridos, permitindo assim um ambiente diferenciado e acolhedor respeitando as necessidades dos seus alunos. Sendo assim, JESUS (2010 p.71) enfatiza que os professores não devem se acomodar no método tradicional e estar aberto para novas inovações e mudanças de padrões de conduta, possibilitando criar novos procedimentos pedagógicos que contribuam no processo de ensino e aprendizagem da criança.

A autora nos apresenta algumas brincadeiras muito conhecidas por fazerem parte da cultura popular, que podem ser trabalhadas em sala de aula, estimulando a motricidade de modo geral, além de trabalhar raciocínios, coletivo, equilíbrio, noção de espaço, autonomia e agilidade, sendo elas:

Tabela 1 – Corrida ao Contrário

Fonte: JESUS, Ana Cristina Alves de

Tabela 2 – Tá Quente…Tá Frio!

Fonte: JESUS, Ana Cristina Alves de

Tabela 3 – Colocando o rabo no elefante

Fonte: JESUS, Ana Cristina Alves de

Tabela 4 – Enchendo Garrafas

Fonte: JESUS, Ana Cristina Alves de

Tabela 5 – Caça ao Tesouro

Fonte: JESUS, Ana Cristina Alves de


5 METODOLOGIA

O presente artigo é pautado na pesquisa bibliográfica, com o objetivo de apresentar aspectos que contribuam para instigar os movimentos através da ação. O método de estudo utilizado é baseado na pesquisa explicativa.

Conforme Gil (2002 p.42) essas pesquisas têm como preocupação central identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A criança ao ingressar na escola estará em processo de descoberta constantemente pois parte delas possuem o primeiro contato com o lúdico na escola.  O professor deve estimular a criança a participar das atividades motoras, sempre incentivando e respeitando o tempo que necessitará para absorver o objetivo da brincadeira. É necessário também que o mediador passe segurança aos pais e as crianças a fim de construir uma socialização entre ambos, pois a contribuição dos pais nesse processo promoverá a confiança do aluno quanto dos pais.  O cuidado também deve existir com a escolha do ambiente que será aplicado a ludicidade, pois o objetivo é promover o aconchego, desse modo, a criança ao se sentir confiante interagirá com os conteúdos apresentados.

A ludicidade pode ser trabalhada de inúmeras formas, não devendo fugir do objetivo a ser alcançado ao apresentar a brincadeira. A psicomotricidade deve ser estimulada no ambiente escolar, uma vez que é possível perceber a existência da carência dessa ciência no espaço escolar.  O professor deve se preocupar com a qualidade dos métodos que serão aplicados e não com a quantidade de atividades, pois para a criança o ato de brincar vai mais além do que uma brincadeira sem fundamento.

O professor pode influenciar a vida do aluno de muitas formas, portanto, não deve apenas brincar de ser professor e ministrar aulas sem objetivos e de forma desorientada, além de ensinar com amor é necessário que haja um planejamento pedagógico adequado levando em consideração as habilidades que a criança alcançará. 

7 REFERÊNCIAS

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa.  4. ed. – São Paulo : Atlas, 2002.

INFANTIL. PROPOSTA CURRICULAR PARA EDUCAÇÃO – Editora Aprende Brasil Ltda 2019. Disponível em https://drive.google.com/file/d/1VoMa7yqvT81ZGucNnC6GwUNDdVgTlqK-/view > acesso em 10 de março de 2025.

JESUS, Ana Cristina Alves de. Como aplicar jogos e brincadeiras na educação infantil. Rio de Janeiro: Brasport, 2010.

MACHADO, José Ricardo Martins. Recriando a Psicomotricidade/José Ricardo, Marcus Vinicius- Rio de Janeiro: Sprint, 2010.

REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL /Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998.


¹Licenciada em Pedagogia pela UNEMAT, Pós-graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional-FAPAN, Professora na rede Municipal de Cáceres. E-mail: Aglaunice.fatima@gmail.com