REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10895259
José Alysson de Almeida Lima1
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo basilar apresentar a importância do lúdico no ensino-aprendizagem da Educação Infantil. É relevante citar que os jogos educativos subsidiam para que os educandos possam construir o conhecimento, dando aos mesmas situações em que expressem diferentes sentimentos, e, por conseguinte, aprender a conviver harmonicamente com o outro. Partindo desta realidade, cita-se que as atividades lúdicas oportunizam a melhoria da socialização entre as crianças, fazendo com que prevaleça o trabalho em equipe e o respeito. Ademais, o uso do lúdico na sala de aula proporciona momentos de prazer, fazendo com que a criança sinta-se motivada a ultrapassar seus próprios limites, pois enquanto brinca, a criança está pensando, criando e desenvolvendo, dentre outros fatores, o pensamento lógico-dedutivo. Sobre ao procedimento metodológico desenvolvido neste estudo foi realizado a partir da efetivação de duas pesquisas distintas. A primeira foi executada mediante um levantamento bibliográfico em livros, artigos e dissertações referentes ao tema em pauta. Enquanto que a segunda foi consolidada mediante um estudo de campo, com os professores da Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Vicente Teixeira de Moura, localizada na cidade de Cedro-Ceará, no ano de 2015. De modo geral verificou-se que a brincadeira é uma linguagem natural da criança e é sumamente importante que a escola priorize atividades envolvendo a ludicidade desde a educação infantil para que o aluno tenha a possibilidade de se expressar de forma crítica e espontânea.
PALAVRAS-CHAVES: Lúdico; Aprendizagem; Educação Infantil.
ABSTRACT
This work has as a basic objective to present the importance of playfulness in the learning of early childhood education. It is relevant to mention that educational games subsidize so that the students can build knowledge, giving the same situations that express different feelings, and therefore learn to live in harmony with each other. From this fact, it is cited that play activities nurture improved socialization among children, causing to experience situations of collaboration, teamwork and respect. Furthermore, the use of playfulness in the classroom provides moments of pleasure, causing the child to feel motivated to go beyond their own limits, because while playing, the child is thinking, creating and developing, among other factors, logical thinking -dedutivo. On the methodology developed in this study was conducted from the execution of two separate surveys. The first was performed by a literature in books, articles and dissertations on the subject at hand. While the second was consolidated through a field of study, with the teachers of the School of Education and Children’s Primary Vicente Teixeira de Moura, located in Cedars-Ceará, in the year 2015. In general it was found that the joke is a natural language of the child and is extremely important that the school prioritizes activities involving the playfulness from early childhood education to the student has the possibility to express criticism and spontaneously.
KEYWORDS: Playful; Learning; Early Childhood Education.
INTRODUÇÃO
O trabalho em questão aborda sobre a importância do lúdico no ensino-aprendizagem da Educação Infantil, optou-se em priorizar essa temática porque o lúdico é um tema estudado por vários autores e constitui-se numa abordagem significativa, principalmente a luz da Educação Infantil, fase em que as crianças encontram espaço para explorar e descobrir elementos da realidade em que ela habita.
É na fase acima descrita que a criança deve ter oportunidade de viver momentos ricos e desafiadores, os quais são proporcionados pelo uso do lúdico como aparato pedagógico, desse modo, a importância dos jogos no ensino infantil vem sendo discutida amplamente, principalmente porque a criança realmente aprender brincando, a partir da intervenção do professor.
Há de assinalar que ao optar por trabalhar com o auxílio dos jogos, o docente da Educação Infantil deve levar em conta a necessidade de definir os conteúdos e as habilidades presentes nas brincadeiras e o planejamento de sua ação, para que o jogo não funcione apenas como ferramenta propícia ao lazer.
Assim, a questão investigativa deste estudo faz a seguinte indagação: Qual a real importância do lúdico para a qualidade do ensino-aprendizagem da Educação Infantil?
Tem-se como objetivo geral: analisar a importância do lúdico no ensino- aprendizagem da Educação Infantil, enquanto que os objetivos específicos são:Diagnosticar as vantagens do lúdico na aprendizagem da Educação Infantil; Compreender qual a função do professor na elaboração de aulas, nas quais utilizem o lúdico; Averiguar se a escola analisada prioriza o desenvolvimento de atividades com o auxílio de ferramentas lúdicas.
Sobre a estrutura lógica das ideias, esse estudo foi dividido em dois capítulos. O primeiro pontua sobre a importância do lúdico na aprendizagem em geral. O segundo instante foi reservado para o estudo de campo realizado na Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Vicente Teixeira de Moura, localizada na cidade de Cedro-Ceará, no ano em curso.
Por fim, explicitam-se as considerações finais onde especifica que é por meio dos jogos que os alunos interagem, trocando pontos de vista, isto é, pensam em uma estratégia em função de outra. Essa coordenação de pontos de vista é um processo cognitivo que contribui para o desenvolvimento do pensamento lógico, visto que o lúdico é relevante para a constituição de educandos críticos, criativos e participativos.
1 IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA APRENDIZAGEM
O capítulo um desta pesquisa discorre sobre a relevância do lúdico na aprendizagem, enfatizando o contexto histórico deste na sala de aula, além de enfocar o uso do lúdico na educação e a função do professor frente à utilização da ludicidade.
Um dos papéis fundamentais da instituição escolar continua sendo o de possibilitar aos alunos inúmeros meios facilitadores da aprendizagem. Mediante a situação ora apresentada diz-se que o lúdico é uma excelente estratégia de ensino utilizada pelo professor em prol da promoção de aulas interessantes e prazerosas, pois é imperativo o incremento de novas metodologias que atraíam os alunos e, consequentemente, aprimore o processo de ensino-aprendizagem.
Neste sentido, o uso do jogo na sala de aula significa transportar para o campo do ensino-aprendizagem condições para ampliar a construção do conhecimento, introduzindo as propriedades do lúdico, do prazer, da capacidade de iniciação e ação motivadora.
1.1 Contexto histórico do lúdico na sala de aula
Ao explanar sobre o lúdico no contexto social e histórico diz-se que este faz referência a um tipo de atividade que supõe contextos sociais e culturais, sendo que o lúdico enquanto já se fazia presente no universo criativo do homem desde os primórdios da humanidade.
Segundo Almeida (2006, p. 16):
Na Antiguidade, o brincar era uma atitude característica tanto das crianças quanto dos adultos. Para Platão, por exemplo, o ‘aprender brincando’ era mais importante e deveria ser ressaltado no lugar da violência e da repressão. Considerava ainda que todas as crianças devessem estudar a Matemática de forma atrativa, sugerindo como alternativa a forma de jogo.
Observa-se com o exposto que o jogo é apresentado como uma ferramenta eficaz frente à aprendizagem, auxiliando o aluno a construir novos conhecimentos, desenvolver sua personalidade e se relacionar bem com os demais colegas.
É oportuno frisar que povos da Antiguidade, a exemplo dos egípcios, romanos e maias já utilizavam os jogos com o objetivo que os mais jovens aprendessem valores, conhecimentos, normas e padrões de vida com a experiência dos adultos.
Na visão de Aries (2001, p. 16):
Como o trabalho não ocupava tanto tempo da sociedade antiga, adultos e crianças participavam dos mesmos jogos e diversões, os quais constituíam o momento favorável para que a sociedade estreitasse seus laços coletivos, a fim de se sentir unida. Os jogos, as brincadeiras e os divertimentos ocupavam posição bastante importante nessa sociedade.
Fica nítido com a citação em análise que o autor nos adverte também que, os jesuítas associados a outros teóricos e pesquisadores deram especial atenção aos jogos. Admitindo-os não como uma mera forma de entretenimento para gastar energia das pessoas, mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. Sobre essa temática é importante realçar:
A Companhia de Jesus, fundada por Ignácio de Loyola em 1534, compreende a grande importância dos jogos como aliados do ensino, pois verifica não ser possível nem desejável suprimi-los, mas sim introduzi-los oficialmente por meio do Ratio Studiorum. Desse modo, os jesuítas são os primeiros a recolocar os jogos de volta à prática, de forma disciplinadora e recomendada, como meios de educação tão estimuláveis quanto o estudo (ALVES, 2006, p. 17).
Compreende-se assim, que foi através desses primeiros colonizadores que a ludicidade veio unida com o folclore lusitano, tais como contos, histórias, lendas e superstições que se perpetuam pelas vozes adocicadas das negras, e também jogos, as brincadeiras de roda, festas, técnicas e valores.
Kishimoto (1997, p.15) especifica que “em virtude da ampla miscigenação étnica a partir do primeiro grupo de colonização, fica difícil precisar a contribuição especifica de brancos, negros e índios na ludicidade no Brasil”.
Mediante este contexto nasceram às primeiras construções lúdicas em algumas regiões e povos, transformando-se em brinquedos infantis e diversas outras brincadeiras que se misturaram e se tornam presentes até hoje nos dias atuais. Podendo ser construídos bem como industrializados.
Ao explanar sobre ludicidade, Kishimoto (1997, p.16) afirma que:
O jogo tem presença marcante nas diversas atividades características das civilizações antigas, das quais o mito e o culto podem ser citados como exemplos claros dessa influência. Ao criar um jogo entre fantasia e realidade, o homem primitivo procurava, através do mito, dar conta dos fenômenos do mundo. No que diz respeito ao culto, os rituais das civilizações antigas eram celebrados dentro de um espírito de puro jogo, no sentido literal da palavra, um jogo entre o bem e o mal.
Enfatiza-se, portanto que a função central reservado ao mito e ao culto nas civilizações antigas permanece intacta em diversas comunidades, nas quais o jogo representa a base moral do povo, passada de geração a geração por meio da sabedoria dos membros mais velhos dessas comunidades. Dessa forma, os padrões simbólicos de compreensão e criação são estabelecidos proporcionando instrumentos para o aprendiz.
O termo lúdico refere-se à função de brincar (de uma forma livre e individual) e jogar(no que se refere a uma conduta social que supõe regras). Assim, o jogo é como se fosse uma parte inerente ao ser humano, sendo encontrado na Filosofia, na Arte, na Pedagogia, na Poesia (com rimas de palavras) e em todos os atos de expressão (ANDRADE, 2005, p.15).
De conformidade com o exposto afirma-se que o jogo não necessita, essencialmente, de um ganhador e de um perdedor, ou seja, o emprego da atividade lúdica define-se a todo e qualquer tipo de atividade alegre e descontraída, desde que possibilite a expressão do agir e do interagir.
Mas, é preciso mencionar que embora alguns pesquisadores centralizarem a ação do lúdico na aprendizagem infantil, o adulto também pode ser beneficiado com estas atividades.
1.2 O uso do lúdico na educação infantil
Segundo pesquisadores em geral, de modo peculiar, os da área da Pedagogia, Psicologia, Linguística e Educação posicionam-se a favor no que concerne o uso de atividades lúdicas no contexto escolar, de modo especial na educação infantil.
Na acepção de Alves (2006, p. 18) o jogo é um elemento que “propiciava desenvolvimento da vida intelectual em todos os aspectos, pois produz uma excitação mental agradável e, ainda, as crianças que com ele se envolvem denotam interesse”.
Menciona-se, entretanto, que ao aplicar atividades lúdicas em sala o professor tem que ter a consciência da necessidade de fazer um planejamento prévio para poder adequar o jogo ao assunto que pretende ensinar.
Alves (2006, p. 19) informa ainda que:
Ao propor uma atividade lúdica o educador deverá analisar as possibilidades de utilização em sala de aula e também adotar critérios para analisar o valor educacional das atividades que deseja trabalhar, desse modo o professor deve ter em mente os objetivos que pretende alcançar com a atividade lúdica que ele for aplicar ou (re) elaborar, respeitando o nível em que o aluno se encontrar, o tempo de duração da atividade para que seja possível a ação, exploração e (re) elaboração.
Observa-se, assim, que a intervenção do educador deve acontecer no momento correto, estimulando-os para a análise, para que aconteça de forma efetiva a estruturação do conhecimento. Assim, o aluno poderá vivenciar, transformar e elaborar regras, assimilando o conteúdo trabalhado na sala de aula.
Ressalta-se que neste caso a mediação é preponderante, tornando-se eficaz a partir do momento que o professor domina o conteúdo, visto que por meio desta interferência o professor poderá propor uma atividade lúdica com objetivos concretos, além do simples gosto de brincar, ou seja, ele poderá estimular o cognitivo dos seus alunos, respeitando os limites, a socialização, a criatividade destes.
No entender de Kishimoto (1997, p.17) “a atividade lúdica pode ter função de motivação e suscitação do desejo de aprender, que é algo que todos os professores têm o desejo de despertar em seu aluno, mesmo sabendo que é uma tarefa difícil devido à diversidade de pensamento e interesse”.
Mas, é necessário que o professor elabore atividades as quais privilegiem os conhecimentos prévios dos alunos em relação aos conteúdos de aprendizagem, fazendo com que esses sejam significativos. Portanto, cabe ao educador saber e compreender, para agir de modo eficaz, seduzindo o aluno a participar com entusiasmo das atividades que envolvem a ludicidade, pois as mesmas são inegavelmente relevantes para a promoção de aulas promotoras de sucesso na transmissão dos conteúdos curriculares.
As referências ao uso do jogo no ensino infantil nos últimos anos têm sido constante. Os congressos brasileiros sobre jogos realizados na Universidade de São Paulo, em 1989 e em 1990, já faziam referência ao jogo na educação infantil (KISHIMOTO, 1997, p.17).
É consenso que a ludicidade pode ser trabalhada em qualquer modalidade de ensino. Mas, este estudo busca enfatizar sobre o uso dos recursos em apresso no processo de ensino-aprendizagem da Educação Infantil.
1.3 O papel do professor frente ao lúdico
O professor tem papel resolutivo frente à utilização do lúdico na sala de aula, pois “por meio da ludicidade o ser humano desenvolve e exercita sua memória, seu raciocínio, sua capacidade de percepção, sua criatividade e sua autonomia” (KISHIMOTO, 1997, p.18).
Neste sentido, o docente deve compreender que o jogo é capaz de reduzir a baixa autoestima, fator relevante para o sucesso na aprendizagem, pois o aluno, mesmo após as atividades as quais se usam o jogo, ele sentirá como membro do grupo e nele se fortalecerá.
A partir dessa premissa, o espaço lúdico serve para enriquecer o ambiente educativo, proporcionando a construção de conhecimentos por meio de uma atuação ativa, crítica e criativa por parte dos alunos e dos professores, uma vez que o uso de jogos no ensino infantil tem como meta fazer com que os estudantes tenham interesse de aprender.
Mas é verdade que os docentes da Educação Infantil necessitam atentar para:
[…] às capacidades de seus alunos para selecionar e deixar à disposição materiais adequados. O material deve ser suficiente tanto quanto à quantidade, como pela diversidade, pelo interesse que despertam pelo material de que são feitos. Lembrando sempre da importância de respeitar e propiciar elementos que favoreçam a criatividade das crianças, pois uma observação atenta pode indicar o professor que sua participação seria interessante para enriquecer a atividade desenvolvida, introduzindo novos personagens ou novas situações que tornem o jogo mais rico e interessante para as crianças, aumentando suas possibilidades de aprendizagem. (PIAGET, 1998, p.16).
Nota-se que o docente deve ter consciência de trabalhar o lúdico conforme a faixa etária dos alunos e as suas realidades sociais e cognitivas. Para Vygotsky (1989) “as maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade”.
Dentre os recursos lúdicos que o professor pode utilizar, deve ser escolhido àqueles que têm os significados delineados nas ideias de Piaget (1998, p.16):
O jogo deve ser para dois ou mais jogadores, sendo, portanto, uma atividade que os alunos crianças realizam juntos;
O jogo deverá ter um objetivo a ser alcançado pelos jogadores, ou seja, ao final, deverá haver um vencedor;
Violação representa uma falta; havendo o desejo de fazer alterações, isso deve ser discutido com todo o grupo e, no caso de concordância geral, podem ser impostas ao jogo daí por diante;
No jogo deve haver a possibilidade de usar estratégias, estabelecer planos, executar jogadas e avaliar a eficácia desses elementos nos resultados obtidos, isto é, o jogo não deve ser mecânico e sem significado para os jogadores. A existência de todas as características mencionadas, especialmente as referentes às regras, caracteriza os jogos em grupo, ou sociais, e é a forma mais avançada e complexa de jogo.
É dever de o professor incutir no aluno que estudar pode ser divertido e que o uso do lúdico na Educação Infantil possibilita momentos gratificantes de aprendizagem, sendo que nesta perspectiva, é função o professor apropriar novas práticas metodológicas, inserindo então atividades lúdicas no processo-aprendizagem.
Alves (2006, p. 19) destaca que:
O filósofo norte-americano Jolm Derrey (1859-1952), ao criticar veemente a obediência e a submissão até então cultivadas nas escolas, propõe uma aprendizagem por meio de atividades pessoais do aluno, com que o jogo é o elemento desencadeador desse ambiente fértil ao aprendizado, sendo, portanto, diferente das referências abstratas distintas, pelas quais as crianças não se motivam. Ressalta ainda que os esforços dos reformadores, o crescente interesse pela psicologia infantil e a experiência direta nas escolas fizeram com que os programas e cursos de estudos sofressem profundas modificações. Pela experiência praticada, ficou demonstrado que o trabalho com jogos impulsiona naturalmente as crianças, que vão à escola com alegria, além de manter a disciplina facilitando o aprendizado.
Perante a opinião do autor constata-se que a ludicidade é uma atividade que tem valor educacional intrínseco, mas além do valor ora descrito, o lúdico tem sido utilizado como recurso pedagógico. Mas, de nada adianta o uso do lúdico, se estes não forem muito bem explorados. Dessa feita, o professor tem que estar seguro quando for aplicar qualquer recurso pedagógico, deve ter seus objetivos muito bem definidos e total clareza dos passos a serem direcionados, mas, o educador precisa também ser suficientemente criativo no decorrer do processo, para despertar o interesse e a curiosidade do aluno pelo assunto e pela atividade que será aplicada.
2 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO E ANÁLISE DOS DADOS
O capítulo dois desta pesquisa ficou destinado para a descrição dos resultados obtidos no estudo de campo, onde são tecidas informações sobre a instituição escolar em análise, a metodologia efetuada e a discussão dos dados obtidos.
Menciona-se que para a efetiva confecção deste estudo, realizou-se uma pesquisa bibliográfica e uma pesquisa de campo, onde se obtiveram informações significativas para a qualificação deste artigo que teve como base a Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Vicente Teixeira de Moura.
2.1 Perfil da escola pesquisada
A Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Vicente Teixeira de Moura é sediada no município de Cedro-Ceará, sendo mantida administrativamente pela Secretaria de Educação da cidade ora especificada. Atualmente oferta duas modalidades de ensino: Ensino Fundamental I e II.
A escola tem como proposta a construção de uma gestão pautada no espírito participativo e democrático, visto que todos os segmentos que a compõe têm direito de expor suas opiniões desde que sestas venham proporcionar a qualidade do ensino-aprendizagem.
Sobre a proposta pedagógica da Escola Vicente Teixeira de Moura é articulada por uma concepção pedagógica de ensino onde o aluno é o centro, partindo de uma análise críticas das realidades sociais, embasada numa concepção de que a educação é um processo de vida e não uma preparação para a vida futura e que a escola deve representar a vida presente, pois as atividades de aprendizagens devem ter significado e interesse para os alunos no momento em que se desenvolvem, e não ser justificadas apenas pela sua legada relevância para estudos futuros.
Portanto, a instituição em epígrafe busca entender o aluno enquanto um ser social, cultural e psicológico, situado histórico e geograficamente, em pleno processo de aprendizagem e desenvolvimento de suas potencialidades sócias afetivas, físicas e cognitivas.
Outro ponto que deve ser mencionado é o fato que a E.M.E.I. F. Vicente Teixeira de Moura julga relevante explicitar a concepção de aprendizagem onde o aluno constrói conhecimentos na interação com o meio sociocultural que o constitui e que por ele é constituído, onde essas interações ocorrem entre os próprios alunos e destes com os educadores envolvidos na prática pedagógica.
Alusivo à metodologia de ensino é referendada pela LDB n° 9.394/96 onde se volta para a formação do cidadão, assegurando-lhe o desenvolvimento da capacidade de aprender a compreensão do ambiente natural, social e de valores voltados para o fortalecimento dos veículos familiares, considerando os interesses e motivação dos alunos e, por conseguinte, garantindo as aprendizagens essenciais para a formação de cidadãos autônomos, críticos e participativos, capazes de atuar com competência, dignidade e responsabilidade na sociedade em que vive.
O processo avaliativo da unidade escolar em análise é contínuo, sendo que os aspectos qualitativos sobrepõem aos quantitativos. No que diz respeito ao planejamento pedagógico da escola em questão é efetuado de forma conjunta, apontando-o como um processo político importante, pois funciona como um aparato a mais no intuito de aprimorar a qualidade do ensino-aprendizagem.
Ademais, cita-se que o Projeto Político Pedagógico da Vicente Teixeira de Moura é confeccionado em consonância com os anseios de toda à comunidade a que presta serviços, na qual se incluem: professores, alunos, pais, funcionários, membros do núcleo gestor e representantes da sociedade civil, onde a proposta pedagógica da escola prioriza a formação cidadã plena do aluno.
2.2 Procedimentos metodológicos
Sobre o procedimento metodológico desenvolvido na presente pesquisa, é de natureza qualitativa e descritiva, tendo como suporte o levantamento teórico utilizado e a pesquisa de campo. Através desta última, permitiu-se coletar dados por meio da realização de um questionário junto aos sujeitos da pesquisa, isto é, dez professores da instituição escolar ora mencionada.
Referente à abordagem desenvolvida neste estudo foi à qualitativa, que pode ser vislumbrada como:
Atividade da ciência, que visa à construção da realidade, preocupando-se com as ciências sociais em um nível de realidade que não pode ser quantificado, trabalhando com o universo de crenças, valores, significados e outros construtos profundos das relações que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis (MINAYO, 2010, p.15).
Compreende-se, assim, que a pesquisa qualitativa subsidia o pesquisador a ir além de concepções iniciais e a gerar ou revisar estruturas teóricas, ao passo que tal pesquisa oferece descrições ricas sobre uma determinada realidade.
Alusivo ao método de abordagem usado na investigação em apreço foi o hipotético-dedutivo, que, na compreensão de Gil (1995, p. 132), “é considerado lógico por excelência, sendo historicamente relacionado com a experimentação, motivo pelo qual é bastante usado no campo das pesquisas das ciências naturais”.
Ressalta-se que o método hipotético dedutivo não se limita à generalização empírica das observações realizadas, podendo-se, através dele, chegar à construção de teorias e leis.
Partindo deste princípio, utilizou-se a pesquisa bibliográfica e o estudo de campo, onde a primeira consolidou-se a partir da leitura de material já publicado, tais como livros, revistas, jornais, teses e dissertações sobre o assunto em pauta. A pesquisa bibliográfica teve como objetivo conhecer as diferentes contribuições científicas disponíveis sobre o tema em análise. Ela deu suporte a todas as fases da pesquisa, uma vez que auxiliou na definição do problema, na determinação dos objetivos, na fundamentação da justificativa da escolha do tema, dentre outros.
Já a segunda pesquisa, isto é, o estudo de campo, possibilitou uma análise da situação real vivenciada na Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Vicente Teixeira de Moura, realizada a partir da formulação de seis questões claras e objetivas sobre a temática abordada neste trabalho. O universo da pesquisa refere-se a uma amostra de dez professores da unidade educacional pesquisada.
2.3 Análise e discussão dos dados obtidos na pesquisa
Neste item apresentam-se os gráficos em que foram contextualizadas as respostas do questionário, com a sua respectiva análise.
Na questão número um procurou saber se os professores pesquisados planejam suas aulas inserindo recursos lúdicos. A pesquisa demonstrou que 100% dos pesquisados assinalaram a opção sim. Como pode ser analisado no gráfico um abaixo.
GRÁFICO 01
FONTE: QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PROFESSORES.
De conformidade com o exposto encontra-se a ideia Almeida (1995, p.41) ao frisar que “a educação lúdica contribui e influencia na formação da criança, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integrando-se ao mais alto espírito democrático enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. A sua prática exige a participação franca, criativa, livre, crítica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e modificação do meio”.
A pergunta dois questionou sobre a frequência que os professores pesquisados trabalham com o uso de jogos em sala de aula, quatro deles disse que mensalmente; enquanto que um assinalou o item semanalmente. Veja os dados no gráfico dois.
GRÁFICO 02
FONTE: QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PROFESSORES.
Observa-se, portanto que os respondentes da pesquisam usam o lúdico em sala de aula apenas mensalmente, esse fato poderia ser revisto, pois trabalhar a ludicidade com as crianças é muito importante.
O professor deve valorizar o lúdico na educação infantil visto que o brincar facilita a aprendizagem nos seus mais diversos campos, como a afetividade, a psicomotricidade, a sociabilidade, a solidariedade e a cognição. Os educadores infantis devem transformar o brincar em atividade pedagógica para que como mediadores, experimentem o verdadeiro significado da aprendizagem com desejo e prazer (NEGRINE, 1994).
No quesito número três, objetivou saber se os pesquisados têm acesso a suportes bibliográficos ou outro material que aborda sobre o uso de jogos educativos, todos foram unânimes ao optar o item sim, como pode ser constatado no gráfico três.
GRÁFICO 03
FONTE: QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PROFESSORES.
Verifica-se, assim, que os educadores da escola pesquisada têm acesso a referenciais teóricos sobre o uso da ludicidade na sala de aula.
Conforme os respondentes desta pesquisa, quatro deles informaram que quando usam o lúdico em sala de aula, explicam as principais regras e o objetivo do jogo aos seus alunos, mas um deles disse que faz essa explanação apenas às vezes. Verifique no gráfico quatro abaixo.
GRÁFICO 04
FONTE: QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PROFESSORES.
A quinta pergunta objetivou saber se os professores pesquisados percebem se os seus alunos demonstram interesse em participar das atividades as quais se utilizam o lúdico. Os dados foram unânimes ao passo que todos assinalaram o item positivo, como pode ser visto no gráfico cinco.
GRÁFICO 05
FONTE: QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PROFESSORES.
Sobre essa temática Dallabona e Mendes (2004) indicam que a educação mediante atividades lúdicas demanda o ato consciente e planejado para resgatar a satisfação e o interesse do aluno. Para tanto, o educador deve repensar sua prática pedagógica, visando inserir atitudes que prezem pela reconstrução do pensamento e da maneira de perceber e compreender o conhecimento, cabendo ao profissional, o compromisso de modificação e transformação por meio da interação com os discentes.
A sexta e última questão investigou se os professores pesquisados priorizam a realidade cognitiva dos seus alunos na hora de desenvolver atividades tendo o lúdico como ferramenta. A resposta novamente foi unânime, ao passo que todos assinalam o item sim, como pode ser analisado no gráfico seis abaixo.
GRÁFICO 06
FONTE: QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PROFESSORES.
A partir dos dados em questão constata-se que os sujeitos da pesquisa, ou seja, os professores da Escola de Ensino Infantil e Fundamental Vicente Teixeira de Moura têm consciência de selecionar os recursos lúdicos conforme o nível de conhecimento dos seus discentes.
De modo geral constatou-se que os professores pesquisados detêm e planeja na sua proposta de ensino atividades relacionadas ao lúdico, priorizando a realidade cognitiva dos seus alunos, com o objetivo de qualificar o processo de ensino-aprendizagem, como também, de fazer com que os seus discentes aprendam de forma prazerosa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao consumir este estudo verificou-se que no contexto atual cresce em nosso país a preocupação em torno da qualidade do ensino-aprendizagem, sendo que no âmago dessas discussões, entram em cena as dificuldades dos alunos frente à apreensão dos conteúdos. Partido deste pressuposto os professores devem adotar metodologias diversificadas para inovar as suas aulas.
Constata-se, portanto, que os recursos lúdicos são ferramentas favoráveis para a qualidade do ensino-aprendizagem, ao passo que deixa o educando mais próximo do docente, além de proporcionar o aprimoramento do pensamento abstrato, a relação interpessoal e o interesse em aprender aprendendo.
Cita-se, portanto, que o uso da ludicidade nas aulas da Educação Infantil em conjunto com outros recursos metodológicos pode oferecer um grande contributo ao ensino-aprendizagem, ao passo que os jogos educativos têm como objetivo estimular de forma efetiva a aprendizagem, desenvolvendo competências necessárias aos alunos. Dentre essas competências, pode-se mencionar o desenvolvimento do raciocínio lógico, da criticidade e da interpretação que são fatores necessários para uma significativa compreensão dos conteúdos.
Se utilizado de modo correto e contextualizado com os conteúdos curriculares o uso da ludicidade na sala de aula promoverá a motivação dos alunos para o aprendizado. Mas para isso é fundamental que o professor possa conhecer as potencialidades e as limitações pedagógicas envolvidas.
Particularmente na escola em estudo observou-se que os professores em conjunto com o núcleo gestor desenvolvem um trabalho pedagógico o qual privilegia os recursos lúdicos como um dos caminhos viáveis para a qualidade do ensino-aprendizagem no que concerne a Educação Infantil, fazendo com que os alunos tenham interesse em aprender aprendendo, ou seja, sendo sujeito ativo do seu conhecimento.
Menciona-se, por fim, que os objetivos propostos nesta pesquisa foram atingidos, pois o lúdico tem papel sumamente significante na qualidade da educação, sobretudo, na primeira etapa da educação básica, isto é, no Ensino Infantil.
REFERÊNCIAS
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ANDRADE, C. J. de. Educação Infantil: muitos olhares. São Paulo: Cortez, 2005;
ARIÉS, P. História da criança e da família. Trad. De Dora Flaksmam. Rio de Janeiro: Zahar, 2001;
DALLABONA, Sandra Regina. MENDES, Sueli Maria Schimitt. “O lúdico na educação infantil: jogar, brincar, uma forma de educador” In:Revista de divulgação técnico-científica Vol. 1 n. 4 – jan.-mar./2004;
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social.São Paulo: Atlas, 1995;
KHISHIMOTO, T. M. O jogo e a educação infantil.São Paulo: Pioneira, 1997;
KISHIMOTO, T. M. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 2000;
MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010;
PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro, Rio de Janeiro: Zahar, 1998;
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.
APÊNDICE
QUESTIONÁRIO APLICADO NA PESQUISA
O questionário em pauta é destinado a uma amostra de dez professores da Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Vicente Teixeira de Moura, localizada na cidade de Cedro-Ceará, no ano em curso, objetivando analisar a importância do lúdico na aprendizagem da Educação Infantil.
01 Ao planejar suas aulas você da prioridade a atividades com o auxílio de recursos lúdicos?
( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes
02 Qual frequência que você incorpora as ferramentas lúdicas nas suas aulas?
( ) Semanalmente ( ) Mensalmente ( ) Trimestralmente
03 Você tem acesso a suportes bibliográficos ou outro material que aborda sobre o uso de jogos educativos?
( ) Sim ( ) As vezes ( ) Nunca
04 Quando você utiliza o lúdico em sala de aula, explica as principais regras e o objetivo do jogo aos seus alunos?
( ) Sim ( ) As vezes ( ) Não
05 Você acha que os seus alunos demonstram interesse em participar das atividades que tem a ludicidade como subsídio?
( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes
06 Na hora de escolher a atividade lúdica a ser trabalhada na sala de aula, você das prioridade ao nível cognitivo de seus alunos?
( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes
1 Aluno do Curso de Especialização em Educação Infantil e Ensino Fundamental pela FAIBRA – Faculdade Integrada do Brasil. alyssonlim@hotmail.com