A IMPORTÂNCIA DA PADRONIZAÇÃO EM RELAÇÃO A QUALIDADE DAS EMBALAGENS DE COMÉRCIO EXTERIOR NO SEGMENTO DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO SIMPLIFICADA

THE IMPORTANCE OF STANDARDIZATION IN RELATION TO THE QUALITY OF PACKAGING IN FOREIGN TRADE IN THE SIMPLIFIED IMPORT AND EXPORT SEGMENT

LA IMPORTANCIA DE LA ESTANDARIZACIÓN EN RELACIÓN CON LA CALIDAD DE LOS EMBALAJES EN EL COMERCIO EXTERIOR EN EL SEGMENTO DE IMPORTACIÓN Y EXPORTACIÓN SIMPLIFICADA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202411151712


Gustavo Lourenço Cavalcante;
Milaine Cardoso Domingues;
Julio Cesar Molon Bevilaqua.


Resumo: A padronização das embalagens no comércio exterior, especialmente no segmento de importação e exportação simplificada, é um fator decisivo para garantir a qualidade e segurança das mercadorias. Este trabalho analisa a importância da padronização como uma estratégia para reduzir custos, minimizar riscos e assegurar a conformidade com as normas internacionais. Ao adotar padrões globais, as empresas podem otimizar processos logísticos, aumentar a eficiência das operações e melhorar sua competitividade no mercado internacional. A pesquisa também discute os desafios enfrentados na implementação da padronização e as inovações tecnológicas que podem auxiliar nesse processo.

Palavras-chave: Padronização, Comércio Exterior, Embalagens, Importação e Exportação Simplificada, Qualidade, Normas Internacionais.

Abstract: The standardization of packaging in foreign trade, especially in the simplified import and export segment, is a decisive factor in ensuring the quality and safety of goods. This paper analyzes the importance of standardization as a strategy to reduce costs, minimize risks, and ensure compliance with international regulations. By adopting global standards, companies can optimize logistics processes, increase operational efficiency, and improve their competitiveness in the international market. The research also discusses the challenges faced in implementing standardization and the technological innovations that can assist in this process.

Keywords: Standardization, Foreign Trade, Packaging, Simplified Import and Export, Quality, International Standards.

Resumen: La estandarización de los embalajes en el comercio exterior, especialmente en el segmento de importación y exportación simplificada, es un factor decisivo para garantizar la calidad y seguridad de las mercancías. Este trabajo analiza la importancia de la estandarización como una estrategia para reducir costos, minimizar riesgos y asegurar el cumplimiento de las normativas internacionales. Al adoptar estándares globales, las empresas pueden optimizar los procesos logísticos, aumentar la eficiencia operativa y mejorar su competitividad en el mercado internacional. La investigación también aborda los desafíos que se presentan en la implementación de la estandarización y las innovaciones tecnológicas que pueden ayudar en este proceso.

Palabras clave: Estandarización, Comercio Exterior, Embalajes, Importación y Exportación Simplificada, Calidad, Normas Internacionales.

1. Introdução

A padronização das embalagens no comércio exterior desempenha um papel crucial na garantia da qualidade e na proteção dos produtos durante as operações de importação e exportação, especialmente no contexto de operações simplificadas. No segmento de importação e exportação simplificada, onde os processos tendem a ser menos burocráticos e mais ágeis, a qualidade das embalagens tornou-se um fator essencial para evitar danos e perdas de mercadorias, além de assegurar a conformidade com as exigências internacionais (Pereira, 2021; Silva; Lima, 2022).

As embalagens desempenham um papel crucial na proteção e na integridade dos produtos durante o transporte. Entre as embalagens mais utilizadas, destacam-se as caixas de papelão, que são amplamente utilizadas devido à sua leveza e resistência, adequando-se a diversos tipos de produtos. Empresas como UPS e FedEx frequentemente utilizam caixas de papelão personalizadas para diferentes itens (UPS, 2023). As embalagens plásticas também são comumente usadas, especialmente para proteger produtos frágeis e alimentos; a DHL, por exemplo, utiliza embalagens plásticas para garantir a integridade dos produtos durante o transporte (DHL, 2023). Os paletes são comuns no transporte de mercadorias em grandes quantidades, facilitando a movimentação e o armazenamento (FedEx, 2023). Além disso, as embalagens termo-retráteis oferecem proteção contra umidade e sujeira, sendo ideais para produtos eletrônicos e alimentícios.

A adequação da embalagem é um aspecto crítico para garantir que os produtos cheguem ao seu destino sem danos. Isso envolve a escolha adequada do material, que consiste em selecionar o tipo de embalagem mais apropriado para o produto, considerando fatores como peso, fragilidade e condições de transporte. O uso de materiais de enchimento também é fundamental, pois envolve a utilização de papel bolha, espuma ou outros materiais para evitar movimentação interna e danos (Almeida, 2022). A rotulagem correta é outra prática importante, que inclui informações de manuseio e cuidados especiais na embalagem para evitar acidentes (Pereira; Sousa, 2021).

Um manual de boas práticas de embalagem pode incluir diversas orientações, começando pela avaliação do produto, que consiste em analisar as características do item para determinar a embalagem mais adequada. Em seguida, técnicas de embalagem devem ser seguidas, como envolver o produto com materiais protetores, garantir que a embalagem esteja selada corretamente e utilizar a quantidade certa de material de preenchimento para evitar movimento. Realizar testes de transporte é essencial para simular o transporte e identificar possíveis falhas na embalagem. Por fim, o treinamento de funcionários deve ser proporcionado, com formação para os colaboradores sobre técnicas de embalagem e manuseio (Santos, 2020).

O problema que se destacou nesse contexto foi a ausência de uma padronização clara e universal, o que gerou inconsistências na qualidade das embalagens, impactando diretamente na integridade dos produtos e na eficiência das operações. Essas falhas trouxeram prejuízos tanto para as empresas exportadoras quanto para os importadores, que se viram diante de perdas financeiras e reputacionais (Santos, 2020). Além disso, a falta de uniformidade nas embalagens complicou o cumprimento das regulamentações internacionais, aumentando o risco de retenções aduaneiras e multas.

A justificativa para o estudo reside na crescente demanda por operações internacionais mais ágeis e eficientes, impulsionada pela globalização e pelo aumento do comércio eletrônico transfronteiriço. A padronização das embalagens no comércio exterior simplificado tornou-se uma necessidade estratégica para reduzir custos operacionais, minimizar riscos e garantir a satisfação dos clientes ao redor do mundo (Fernandes, 2021; Almeida et al., 2023). A análise dessa padronização buscou trazer luz às melhores práticas e normativas que poderiam ser implementadas para aumentar a competitividade das empresas no cenário global.

O objetivo geral desta pesquisa foi analisar a importância da padronização das embalagens no comércio exterior simplificado, investigando como a uniformidade nos processos de embalagens poderia impactar positivamente na qualidade, segurança e conformidade dos produtos, além de propor soluções que pudessem ser adotadas para otimizar os processos de importação e exportação.

2. Fundamentação Teórica

1.1. Contextualização do Comércio Exterior Simplificado

O comércio exterior simplificado se refere a um conjunto de práticas que visam facilitar e agilizar as operações de importação e exportação, principalmente para pequenas e médias empresas. Essa modalidade de comércio exterior busca minimizar a burocracia e reduzir os custos envolvidos nas transações internacionais, promovendo a participação de um maior número de agentes econômicos no mercado global.

Conforme discutido por Amorim (2016), os processos de movimentação de mercadorias no comércio exterior envolvem diversos aspectos operacionais e a praticagem, que são fundamentais para a eficiência dessas operações. O autor destaca que, apesar da simplificação, é necessário seguir uma série de normativas e regulamentações para garantir a segurança e a conformidade dos processos de comércio internacional.

Dentro do comércio exterior simplificado, a definição e as características são marcadas pela desburocratização e a facilitação de trâmites aduaneiros, com o objetivo de proporcionar maior fluidez nas operações comerciais. Arvis et al. (2018) argumentam que a facilitação do comércio é essencial para melhorar a logística global e reduzir os entraves que prejudicam o fluxo eficiente de mercadorias entre os países.

No Brasil, a Confederação Nacional da Indústria (CNI, 2022) aponta que os padrões digitais no comércio internacional são uma das principais estratégias para aumentar a competitividade das exportações brasileiras. Esses padrões incluem a digitalização de documentos e o uso de tecnologias avançadas para monitoramento e controle das mercadorias ao longo de toda a cadeia de suprimentos.

As normativas e regulamentações no comércio internacional são estabelecidas por diversas entidades, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), que criou o Acordo sobre Facilitação de Comércio (OMC, 2017). Esse acordo visa simplificar, harmonizar e modernizar os procedimentos aduaneiros, facilitando a integração de economias emergentes no mercado global.

No Brasil, a CNI (2016) ressalta os desafios enfrentados pelas exportações brasileiras devido aos altos custos e encargos associados aos órgãos anuentes no comércio exterior. A implementação de novas normativas, como o Programa Operador Econômico Autorizado, também tem mostrado impactos positivos na economia brasileira, conforme apontado por Ferraz (2018), que destaca uma maior eficiência nos processos de fiscalização e liberação de mercadorias.

Com o avanço da globalização, o impacto nas operações simplificadas de comércio exterior tornou-se cada vez mais significativo. O comércio global passou por uma transformação nos últimos anos, impulsionado pela digitalização e pela maior interconexão entre os países. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (2018), a competitividade das exportações brasileiras depende, em grande parte, da capacidade de adaptar as operações às demandas internacionais.

A globalização criou oportunidades para as pequenas e médias empresas, que, por meio do comércio exterior simplificado, puderam acessar mercados internacionais de maneira mais competitiva. Contudo, Oliveira (2021) adverte que, apesar das facilidades, é fundamental que as empresas estejam atentas às normas e padrões estabelecidos para evitar problemas como retenção de mercadorias, multas ou até a perda de clientes no exterior.

O impacto da globalização também pode ser observado na crescente necessidade de padronização e conformidade com as regulamentações internacionais, como é destacado no Plano de Trabalho do Comitê Nacional de Facilitação de Comércio (CONFAC, 2017). A integração econômica global exige que os países adotem práticas que garantam a segurança, qualidade e rastreabilidade dos produtos comercializados, algo que tem sido facilitado pela adoção de tecnologias digitais e pela harmonização de procedimentos.

Portanto, a contextualização do comércio exterior simplificado revela que, apesar das facilidades introduzidas por essa modalidade, ainda existem muitos desafios a serem enfrentados, especialmente em termos de normatização e competitividade global. A literatura revisada demonstra a importância de equilibrar a simplificação das operações com o cumprimento das regulamentações internacionais, promovendo, assim, uma maior inserção das empresas no mercado internacional de forma segura e eficiente.

2.2. A Importância da Padronização de Embalagens

A padronização de embalagens no comércio internacional é um fator essencial para garantir a eficiência e a segurança nas operações de movimentação de mercadorias entre diferentes países. A padronização refere-se à adoção de normas e diretrizes comuns que visam uniformizar processos, produtos e serviços. No contexto das embalagens, isso significa estabelecer dimensões, materiais, formas e resistências que sejam aceitos internacionalmente, proporcionando uma maior facilidade no manuseio, transporte e armazenamento de mercadorias.

De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (2022), a padronização no comércio exterior tem como objetivo central minimizar as inconsistências nos processos de logística e assegurar que os produtos cheguem ao destino sem danos, respeitando as exigências de cada país e promovendo a competitividade no mercado global.

As vantagens da padronização no comércio internacional são inúmeras. Entre os principais benefícios, destaca-se a redução de custos operacionais, uma vez que a uniformização das embalagens permite otimizar o espaço de transporte e armazenamento, facilitando também o processo de rastreamento e controle das mercadorias.

Segundo Arvis et al. (2018), a padronização também melhora a previsibilidade nas operações, já que todas as partes envolvidas na cadeia logística sabem exatamente o que esperar em termos de embalagem, transporte e manuseio. Além disso, a adoção de padrões internacionais proporciona maior confiabilidade para os clientes, que passam a ter garantias de que os produtos adquiridos estarão protegidos adequadamente durante todo o percurso de exportação e importação.

Outro ponto relevante é que a padronização de embalagens pode facilitar o cumprimento de regulamentações internacionais. Em muitos casos, produtos que não seguem padrões específicos de embalagem são retidos nas alfândegas, gerando atrasos e custos adicionais para as empresas. Conforme Ferraz (2018), a implementação de padrões globais para embalagens não só acelera os trâmites aduaneiros como também contribui para o fortalecimento das relações comerciais entre os países, à medida que as transações se tornam mais seguras e eficientes. Para o Brasil, que busca aumentar sua competitividade no mercado internacional, a padronização de embalagens aparece como uma estratégia fundamental para alavancar as exportações e garantir que os produtos brasileiros atendam às exigências de mercados externos.

Apesar das vantagens, a padronização de embalagens enfrenta diversos desafios e barreiras, especialmente no segmento de comércio exterior simplificado. Um dos principais obstáculos é o custo inicial de adaptação às normas internacionais, que pode ser elevado, principalmente para pequenas e médias empresas. Amorim (2016) observa que, embora a padronização traga benefícios a longo prazo, o investimento necessário para implementar mudanças nas embalagens e nos processos logísticos pode desmotivar algumas empresas, que acabam optando por soluções mais baratas, mas menos eficientes e seguras.

Além disso, o segmento simplificado do comércio exterior é marcado por uma grande diversidade de produtos e mercados, o que dificulta a criação de um padrão único que atenda a todas as necessidades. Conforme destacado pela CNI (2016), as especificidades de cada setor e a variedade de exigências dos diferentes mercados internacionais tornam a padronização um processo complexo, que requer ajustes e adaptações constantes. Outro desafio enfrentado é a resistência de alguns mercados em adotar padrões internacionais devido a questões culturais, legais ou econômicas, o que pode dificultar a harmonização dos processos de embalagens em nível global.

Por fim, a padronização de embalagens no comércio exterior simplificado também enfrenta barreiras relacionadas ao avanço tecnológico. Enquanto alguns países já adotam tecnologias avançadas para monitoramento e controle das embalagens, como etiquetas eletrônicas e sensores de temperatura, outros ainda dependem de métodos tradicionais e menos eficientes. Oliveira (2021) destaca que a falta de acesso a essas inovações pode limitar a capacidade das empresas em cumprir com as normas internacionais e se adaptar às novas exigências do mercado global.

A padronização de embalagens no comércio internacional simplificado é uma estratégia essencial para garantir a qualidade, segurança e eficiência nas operações de importação e exportação. No entanto, apesar de suas muitas vantagens, ela ainda enfrenta desafios significativos, especialmente no que diz respeito ao custo de adaptação, à diversidade de mercados e à implementação de novas tecnologias. Assim, é necessário que as empresas, especialmente as pequenas e médias, busquem formas de superar essas barreiras, adotando gradualmente padrões internacionais que possam garantir sua competitividade no cenário global.

2. Método

A revisão da literatura foi conduzida com o objetivo de reunir e analisar as principais contribuições acadêmicas e teóricas sobre a importância da padronização de embalagens no comércio exterior simplificado. Inicialmente, foram identificados os principais conceitos relacionados à padronização, qualidade de embalagens e regulamentações internacionais que regem o transporte de mercadorias em operações de importação e exportação. A literatura consultada abordou diversos aspectos da padronização, destacando sua relevância para a otimização de processos logísticos e redução de custos operacionais, especialmente no contexto do comércio exterior simplificado, onde a agilidade e a conformidade são essenciais.

Os estudos revisados mostraram que a falta de uniformidade nas embalagens utilizadas em operações internacionais acarretou uma série de problemas, como danos aos produtos, retenções aduaneiras e multas. Além disso, a literatura revelou que a padronização não apenas assegurou a integridade dos produtos, mas também facilitou o cumprimento das normas internacionais, permitindo uma maior eficiência nas operações de transporte e armazenamento. A análise dos artigos e relatórios indicou que a padronização das embalagens esteve diretamente relacionada à melhoria da qualidade do serviço prestado e à competitividade das empresas no mercado global.

Durante a revisão, foram analisados estudos de casos que ilustraram como a padronização de embalagens impactou positivamente diferentes setores da economia, desde o setor alimentício até o de tecnologia. Empresas que adotaram práticas padronizadas relataram uma redução significativa nos danos durante o transporte, bem como uma melhoria na percepção de qualidade pelos clientes. Adicionalmente, a revisão apontou que as regulamentações internacionais, como as normas ISO e os requisitos de embalagens específicas para determinados produtos, desempenharam um papel crucial no sucesso das operações de comércio exterior simplificado.

A pesquisa na literatura também indicou a importância das inovações tecnológicas no processo de padronização. O desenvolvimento de novas tecnologias de embalagens, como materiais mais resistentes e sistemas de monitoramento durante o transporte, foi citado como uma solução eficaz para garantir a qualidade e segurança dos produtos.

Essas inovações contribuíram para minimizar os riscos associados ao transporte internacional e permitiram que as empresas atendessem às crescentes demandas do comércio global, especialmente no contexto do comércio eletrônico transfronteiriço. Por fim, a revisão da literatura evidenciou que a padronização das embalagens no comércio exterior simplificado não foi apenas uma necessidade operacional, mas uma estratégia competitiva que contribuiu para a sustentabilidade das empresas no mercado internacional.

3. Resultados e Discussões

A comparação entre operações com e sem padronização revela diferenças significativas em termos de eficiência, qualidade e resultados. Em operações com padronização, as empresas seguem normas e diretrizes previamente estabelecidas, o que assegura que as embalagens utilizadas nas exportações e importações atendam às exigências internacionais. Isso permite maior agilidade nos processos logísticos e aduaneiros, pois a uniformidade das embalagens reduz os erros e facilita o manuseio das mercadorias.

Segundo Amorim (2016), a padronização não apenas garante a conformidade com as regulamentações, mas também proporciona um controle mais eficiente sobre a qualidade e a integridade dos produtos durante o transporte. Por outro lado, operações que não seguem padrões padronizados tendem a enfrentar maiores desafios, como a retenção de mercadorias em alfândegas, danos a produtos durante o transporte e custos adicionais decorrentes da inadequação das embalagens.

O impacto da padronização na redução de custos e riscos é outro aspecto fundamental para as empresas que atuam no comércio exterior. A adoção de embalagens padronizadas permite otimizar o espaço no transporte, reduzindo os custos logísticos e de armazenamento. Além disso, a uniformidade das embalagens minimiza os riscos de danos às mercadorias, o que contribui para a redução de perdas financeiras.

Arvis et al. (2018) apontam que a previsibilidade proporcionada pela padronização é crucial para reduzir a exposição das empresas a riscos operacionais, uma vez que os processos se tornam mais previsíveis e menos propensos a erros. Ademais, a padronização ajuda a evitar multas e penalidades decorrentes do não cumprimento de normas internacionais, o que é um problema recorrente em operações sem padronização.

Para melhorar os processos de padronização de embalagens, diversas soluções foram propostas na literatura. Entre elas, destaca-se a implementação de padrões globais que contemplem as necessidades específicas de cada setor. Ferraz (2018) sugere que a criação de um marco regulatório que harmonize as normas nacionais com os padrões internacionais pode ser uma solução eficaz para promover a padronização no comércio exterior. Além disso, a capacitação das empresas para adequar suas operações às exigências internacionais é essencial para superar as barreiras e desafios mencionados anteriormente. Nesse sentido, a Confederação Nacional da Indústria (2022) destaca a importância de políticas públicas voltadas para a simplificação dos processos de exportação e importação, incentivando a adoção de práticas padronizadas pelas empresas brasileiras.

Com base nas propostas de melhoria, surgem também recomendações específicas para a padronização de embalagens. Uma recomendação central é o investimento em tecnologias que auxiliem no controle e monitoramento da qualidade das embalagens, garantindo que elas atendam aos padrões internacionais. Além disso, Oliveira (2021) sugere que as empresas adotem práticas de rastreamento digital de embalagens, como o uso de sensores e etiquetas eletrônicas, para assegurar a integridade das mercadorias durante o transporte. A criação de alianças entre empresas e associações do setor também foi apontada como uma estratégia eficaz para promover a adoção de padrões comuns, reduzindo os custos de adaptação e facilitando a integração das empresas no mercado internacional.

A utilização de tecnologias e inovações aplicadas à qualidade das embalagens tem se mostrado um diferencial importante no comércio exterior. Novas soluções, como embalagens inteligentes, capazes de monitorar a temperatura, a umidade e a integridade dos produtos em tempo real, estão transformando a forma como as mercadorias são transportadas e armazenadas. Ferraz (2018) destaca que o uso dessas tecnologias pode ajudar a reduzir ainda mais os riscos de danos aos produtos e melhorar a eficiência dos processos logísticos. Além disso, a automação dos processos de embalagem, com o uso de robótica e inteligência artificial, tem permitido a criação de soluções personalizadas que atendem às necessidades específicas de cada setor, garantindo a padronização e a qualidade das mercadorias.

O alinhamento com normas e padrões internacionais é outro aspecto crucial para garantir a competitividade das empresas no mercado global. Conforme ressaltado pela Organização Mundial do Comércio (OMC, 2017), o cumprimento das normas internacionais é fundamental para evitar barreiras comerciais e garantir que os produtos possam circular livremente entre os países. Nesse contexto, a adoção de padrões globais, como as normas ISO, tem sido uma prática comum entre as empresas que buscam aumentar sua participação no comércio exterior.

A Confederação Nacional da Indústria (2018) enfatiza que a padronização é uma forma de garantir que os produtos brasileiros atendam às exigências dos mercados internacionais, aumentando sua aceitação e competitividade. Por fim, o alinhamento com as normas internacionais também facilita a integração das empresas em cadeias globais de valor, permitindo que elas aproveitem as oportunidades geradas pela globalização e pelo crescimento do comércio eletrônico.

Em suma, a padronização de embalagens no comércio exterior é um elemento chave para a redução de custos, mitigação de riscos e aumento da competitividade das empresas. As inovações tecnológicas e o alinhamento com padrões internacionais são fatores que impulsionam a adoção dessas práticas, tornando o comércio mais eficiente e seguro. As empresas que investem na padronização conseguem obter melhores resultados operacionais e se posicionam de forma mais competitiva no cenário global.

4. Considerações Finais

A padronização das embalagens no comércio exterior, especialmente no segmento de importação e exportação simplificada, é fundamental para garantir a qualidade, segurança e eficiência nas operações logísticas internacionais. Ao adotar padrões específicos para as embalagens, as empresas conseguem otimizar processos, reduzir custos operacionais e minimizar os riscos de danos às mercadorias durante o transporte. Além disso, a padronização facilita o cumprimento das normas internacionais, o que contribui para a fluidez nos trâmites aduaneiros e a aceitação dos produtos nos mercados globais.

A padronização também desempenha um papel crucial na melhoria da competitividade das empresas, permitindo que estas se posicionem de forma mais estratégica no cenário internacional. Com embalagens que seguem padrões globais, as mercadorias se tornam mais confiáveis e seguras, elevando a satisfação dos clientes e diminuindo os índices de devolução ou perdas. O uso de tecnologias avançadas associadas à padronização contribui para a inovação e para o controle da qualidade, tornando os processos mais ágeis e precisos.

No entanto, a implementação de uma padronização eficaz ainda enfrenta desafios, principalmente no que diz respeito ao custo de adaptação, à diversidade de mercados e às barreiras tecnológicas. Superar essas dificuldades requer um esforço conjunto entre empresas, associações setoriais e governos, que devem criar políticas e incentivos para facilitar a adoção de padrões internacionais.

Em conclusão, a padronização de embalagens no comércio exterior simplificado é uma estratégia essencial para garantir a qualidade das mercadorias, reduzir os custos e os riscos envolvidos, além de aumentar a competitividade no mercado global. A adoção de soluções tecnológicas e o alinhamento com normas internacionais são passos fundamentais para consolidar essa prática e assegurar o sucesso nas operações de importação e exportação

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