A IMPORTÂNCIA DA LEITURA E DA ESCRITA NO ENSINO APRENDIZAGEM

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11192154


Maria Do Parto Ramalho Venâncio;
Orientadora: Ana Maria de Oliveira.


1. APRESENTAÇÃO

O presente artigo científico tem como tema A importância da leitura e da escrita no ensino aprendizagem.Pois a  leitura constante ajuda a desenvolver familiaridade com a escrita. A proximidade com o mundo da escrita, por sua vez, facilita a alfabetização e ajuda em todas as disciplinas, já que o principal suporte para o aprendizado na escola é o livro didático. Ler também é importante, porque ajuda a fixar a grafia correta das palavras.

A leitura é algo importante para a aprendizagem do ser humano, pois é através dela que podemos enriquecer e acrescentar nosso vocabulário, obter conhecimento, dinamizar o raciocínio e a interpretação. O gosto pela leitura deve ser estimulado na infância, para que a criança aprenda desde pequeno que ler é algo importante e prazeroso, assim ele será um adulto culto, dinâmico e perspicaz.

A implementação desse projeto vem favorecer significativamente o processo ensino-aprendizagem, visto que propõe a colaboração para o estímulo da leitura e escrita e, consequentemente, melhorar o desempenho dos alunos em outras disciplinas, já que a leitura está inserida em todo o processo de ensino e no dia a dia dos alunos.

Envolver os alunos cada vez mais no universo da leitura, de uma forma prazerosa, requer muita disposição e compromisso por parte daqueles que desejam construir uma sociedade mais justa e humana, enquanto aqui estamos. Estimular alguém a ler exige esforço, requer parcerias e compromisso sério por parte de todos os envolvidos no processo educacional. Por isso, tal projeto exigirá engajamento profundo de professores, alunos e pais.

2. JUSTIFICATIVA

A leitura é algo imprescindível para todos. No entanto, muitos ainda não levam a sério, pois não conseguem entender, compreender e interpretar o que leem, percebendo isso como um desafio. 

Fica claro que não é possível pensar no ensino aprendizagem desvinculado da leitura e da escrita, pois são ferramentas indispensáveis, pois compreendemos que através delas os alunos terão várias oportunidades de obter conhecimento, informação, lazer, cultura e integração social. Além disso, a leitura e a escrita são valores essenciais para o ser humano. 

Atualmente à tecnologia, o pouco acesso à leitura dentro de casa e à ausência de estímulo e incentivo em várias ocasiões causa nos alunos pouco interesse pela leitura. O resultado de tudo isso é percebido na escola como, vocabulário precário, erros ortográficos, dificuldade de compreensão e de produzirem textos e conhecimentos restritos aos conteúdos escolares.

Muitos professores reclamam do desinteresse que os alunos expressam quando a atividade envolve a leitura. Muitos alunos realizam leituras de textos sem a preocupação de entender o que estão lendo. Isso reflete negativamente no baixo rendimento do aluno e, consequentemente, na qualidade do ensino. 

Esse projeto vem com a intenção de oportunizar aos alunos condições de interação a leitura e a escrita. Sendo que a leitura traz prazer e emoção àquele que lê, enquanto que a escrita é colocar muito de quem somos e pensamos em forma de grafia. Portanto, não basta apenas ter a consciência de que a leitura e a escrita são indispensáveis à formação do aluno, mas é necessário criar condições para que o ato de ler e escrever venha se tornar uma realidade concreta na vida desse indivíduo.

Logo, o projeto justifica-se pela intenção de proporcionar o prazer da leitura e consequentemente da escrita, fazendo com que a escola esteja comprometida por despertar no aluno o interesse e o prazer pela leitura e pela escrita. Ou seja, que todos os alunos a tenham como prática no seu dia a dia para assim estimular aqueles que ainda não têm tal hábito.

3. PÚBLICO ALVO

Alunos do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental

4. MATERIAL

Livros literários e informativos, de qualidade, caixa ou armário para a organização do acervo em sala de aula.

5. OBJETIVOS

Objetivo Geral

Desenvolver uma prática pedagógica que motive os alunos ao habito de leitura, proporcionando momentos extrovertidos e agradáveis de leitura e provocando o gosto pela diversidade textual;

Objetivos Específicos

  • Estimular a leitura por prazer, por meio de atividades lúdicas;
  • Desenvolver estratégias de leitura e produção de textos; 
  • Estimular o gosto pela leitura vivenciando emoções, fantasias e imaginação, compreendendo o que se escreve para que alguém leia; 
  • Fazer com que construam o hábito de ouvir e sentir prazer nas situações que envolvem a leitura de histórias.

6. TEMPO DE DURAÇÃO

As ações desse artigo científico deverão ser desenvolvidas durante o ano letivo, podendo ser repetido quantas vezes quiserem.

7. CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS 

A leitura é o ato pelo qual as pessoas tendem a interpretar a diferença entre os fatos, através da leitura se compreender a diferença entre seres similares porém com histórias distintas, a leitura é o alcance do sucesso pessoal e profissional, é o local onde todos podem usufruir de suas fantasias, de suas histórias, de suas riquezas, independente da sua classe social, da sua cor, do país onde mora, neste mundo de leitores todos podem viver as mesmas aventuras, as mesma conquistas, podem alcançar para sua vida um leque de saberes particulares, resultando apenas do esforço pessoal de cada indivíduo.

A leitura é essencial para o desenvolvimento da criança, qualidade de vida, abrangência de conhecimento, de saberes adquiridos, ou seja, a leitura contribui para formar cidadãos coerentes no que diz e no que faz.

Segundo Villardi (1997) ler é construir uma concepção de mundo, é ser capaz de compreender o que nos chega por meio da leitura, analisando e posicionando-se criticamente frente às informações colhidas, o que se constitui com um dos atributos que permitem exercer, de forma mais abrangente e complexa, a própria cidadania.

A leitura trabalhada de forma correta leva o aluno a imaginar e captar suas formas, suas cores, sua beleza, sua magia, seu mundo imaginário que nele tudo é possível, toda invenção por mais surreal que seja neste mundo de leitores tudo se tem vida e continuidade.

Segundo Micheletti (2002) a leitura é um processo abrangente e complexo; é um processo de compreensão, de intelecção de mundo que envolve uma característica essencial e singular ao homem: a sua capacidade simbólica e de interação com o outro pela mediação de palavras. O ato de ler não pode se caracterizar como uma atividade passiva.

De acordo com Kleiman (1989, p. 10), “leitura é um ato social, entre dois sujeitos (leitor e autor) que interagem entre si, obedecendo a objetivos e necessidades socialmente determinados”. 

O ato de ler tem que ser algo prazeroso, a criança não deve ser forçado a isso, esse processo tem que ser desenvolvido com muito cuidado para não se tornar uma tarefa exaustiva para as crianças. Tudo que se ensinam as crianças elas tendem a tirar alguma informação, essa pode ser algo positivo ou negativo, por isso que é muito importante que os docentes saibam manusear a leitura como algo agradável, algo lúdico, que traga para o cotidiano da sala de aula um momento de desconcentração, uma aula com muita troca de conhecimento, deve ser algo que deixe o aluno a vontade, para escolher os livros que mais lhe chamam a atenção.

A leitura nos anos iniciais do ensino fundamental tem muita importância, pois a mesma irá fazer parte de todo o processo de alfabetização do aluno, neste período o aluno já sabe escrever mais nem sempre saber compreender o que está escrevendo. No ensino fundamental o professor precisa utilizar uma proposta que tenha como objetivo diminuir a codificação, com o intuito de desmembra-la, assim ira assegurar uma leitura pela qual o aluno possa entender o que está lendo.

É preciso superar algumas concepções sobre o aprendizado inicial da leitura. A principal delas é a de que ler é simplesmente decodificar, converter letras em sons, sendo a compreensão consequência natural dessa ação. Por conta desta concepção equivocada a escola vem produzindo grande quantidade de “leitores” capazes de decodificar qualquer texto, mas com enormes dificuldades para compreender o que tentam ler (PCNs, p.42).

O aluno ao entender a importância da leitura para sua vida tende a levar o hábito de ler além dos murros da escola, ele conseguira desenvolver fora da escola um compromisso com a leitura, pelo qual o aluno só terá a ganhar com isso, pois em pouco tempo de prática ele conseguira ter habilidades para interpretar textos, saberá desenvolver melhor sua escrita, irá aplicar seu vocabulário, conseguira estabelecer diálogos onde o aluno leitor terá destaque com relação aos demais, isso advém devido a aproximação que ele tem com o universo da leitura, onde se depara em constate processo de conhecimento, de contato com novos mundos, de vivenciar episódios que foram escritor através de experiências dos personagens. 

No entanto, para desenvolver este processo em sala de aula, será preciso que o professor tenha consciência da importância que a leitura trará para o desenvolvimento sócio cultural de seus alunos. Por outro lado, sabe-se que se a leitura deve ser um hábito, também deve ser para o aprendiz fonte de prazer e lazer, é interagir com o seu meio, fazendo uso da mesma. 

Para isso deverá ser sugerida e incentivada o mais cedo possível para o indivíduo por seus pais e familiares através de contos, histórias, cantigas e brincadeiras que possam contribuir com o desenvolvimento do processo de construção da mesma. Isto pode acontecer se seus pais e familiares tiverem o hábito de praticar a leitura em casa e incentivá-las a praticar este hábito, pois a escola não é o único local de aprendizagem.

O gosto pelos livros não é coisa que apareça de repente na vida da criança. É necessário ajudá-la a descobrir o que eles lhe podem oferecer. Cada livro pode trazer uma ideia nova, ajudar a fazer uma descoberta importante e ampliar o horizonte da criança. Aos poucos ela ganha intimidade com o objeto livro. Uma coisa é certa: as histórias que os pais e filhos veem juntos formam a base do interesse em aprender a ler e gostar dos livros.

O professor como facilitador da aprendizagem da leitura, deve procurar conhecer a realidade do aluno para á partir desta buscar novas metas que o ajudará a interpretar de forma organizada os conhecimentos que o aprendiz traz consigo para a sala de aula. Porém, é partindo dessas iniciativas que o professor criará situações de ensino que possa levar o educando a avançar no processo de construção da leitura, intervindo como mediador diante deste processo.

É importante salientar que para que o professor do ensino fundamental possa desenvolver em seus alunos uma boa competência leitora, o gosto de ler e o hábito de ler, é necessário ele ser um conhecedor de textos infantis, um apaixonado por livros e acima de tudo gostar de ler, demonstrando para seus alunos o contato com livros, jornais, chamando a atenção do aluno para o mundo letrado em que está inserido e promovendo a leitura tanto na sala de aula como fora dela de outros textos como placas, letreiros, cartazes e etc. Assim a criança perceberá que a leitura não é algo chato, limitado a escola, mas que está presente em todo o contexto de comunicação.

A maior dificuldade que os professores encontram para executarem a prática docente de leitura, durante o processo de ensino-aprendizagem está no fato de que a escola prioriza a escrita em detrimento da leitura. Na verdade, a leitura no começo da vida escolar é tão importante quanto a produção livre de um texto.

O aluno durante a vida escolar é mais explorado em relação ao que escreve, ficando a leitura um pouco de lado. O que acontece é que a escola ao avaliar o aluno usa a escrita como critério, pois é bem mais fácil encontrar o certo e o errado na escrita do que na leitura. Nessa situação a escrita tem poder maior por conta da avaliação escolar.

Segundo Cagliari (2003) é essencial a vinculação da escola com as questões sociais e com os valores democráticos não só do ponto de vista da seleção e tratamento das leituras como também da própria organização escolar. A leitura como objeto da aprendizagem deve se relacionar com a realidade dos sujeitos envolvidos, fazendo-se necessário que o aluno passe a ler, além dos textos, o seu mundo.

Ler é básico para o progresso na aprendizagem de qualquer assunto: velocidade e fluência para ler são essenciais. Há um processo cíclico na leitura fluente, rápida e eficiente: a criança que lê com desenvoltura se interessam pela leitura e aprenderá mais facilmente, e a criança interessada em aprender se transformará num leitor capaz.

Como não se trata de um ato instintivo, mas pelo contrário, de um hábito a ser gradativamente adquirido, é preciso que se dê desde o início ao aprendiz da leitura o objeto a ser lido (livro, revistas ou jornal), respeitando o seu nível de aprendizado. A leitura também deve ser fonte de prazer e nunca uma atividade obrigatória cercada de ameaças e castigos, encarada como uma imposição do mundo adulto. Para se ler é preciso gostar de ler.

Para se tornar um leitor capaz e proficiente, será preciso ter uma boa motivação, principalmente por parte dos professores na escola, uma vez que muitas vezes a escola e o ambiente onde a criança tem oportunidade de conviver com recursos e matérias que envolvem leitura como: livros, revistas cartazes, panfletos, jornais e outros meios que podem facilitar e contribuir com o processo de desenvolvimento da leitura.

Segundo Silva (1985) o processo de leitura apresenta-se como uma atividade que possibilita a participação do homem na vida em sociedade, em termos de compreensão do presente e passado e em termos de possibilidades de transformação cultural. 

Portanto, nas atividades de leitura para alunos dos anos iniciais do ensino fundamental o professor tem que compreender que alfabetizar é levar o aluno a entender o que ler, de maneira que o ato de alfabetização não se resuma a um adestramento as técnicas mecânicas de leitura.

8. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

  • 1° ano

Os alunos trabalharão com Literatura Infantil. Os alunos juntamente com a professora, farão a leitura da capa do livro, retirando informações sobre a referência bibliográfica do mesmo: Titulo do livro: Nome do autor Nome do ilustrador Nome da editora A professora fará uma orientação prévia sobre este trabalho oral: postura, entonação de voz, seriedade, leitura fluente. Os alunos que não souberem ler receberão uma página do texto para acompanhar a leitura. Os alunos poderão sentar-se em circulo no chão, em cadeiras dispostas. 

A professora inicia a leitura da história, porém não termina, instigando assim a curiosidade das crianças. Eles levarão para casa uma cópia da história e pedirão aos pais que terminem de contar fazendo com que os mesmos participem do desenvolvimento da leitura de seus filhos. Após esta etapa serão desenvolvidos vários exercícios relacionados com o texto 

Na próxima etapa os alunos farão a dramatização da história. Divididos em grupos, cada equipe ensaiara com a coordenação da professora a encenação e apresentarão para as demais salas. A equipe que melhor se destacar apresentará para os pais. Depois de realizado a encenação trabalhar-se-á a escrita. As crianças reproduzirão com suas palavras a história que leram. Os que não souberem escrever serão auxiliados pela professora ou por colegas já alfabetizados.

  • 2° ano

Os alunos desenvolverão as seguintes atividades com livros de literatura: 

  • Leitura de textos literários feita pela professora; 
  • Comentar sobre a importância da leitura e os tipos de textos; 
  • Colocar os livros a disposição dos alunos para que escolham o que mais lhe chamar atenção; 
  • Pedir que os alunos leiam junto com os pais; 
  • Comentar sobre o que entenderam sobre a história que leram
  • Trabalhar na oralidade os textos lidos 
  • Permitir a troca dos livros entre os alunos;
  • Procurar palavras desconhecidas no dicionário; ✓ Cada aluno ira confeccionar um livro da história lida
  • Fazer a exposição dos livrinhos para as demais turmas.

3° ano

Os alunos começarão escolhendo livros de seu interesse, com desenhos coloridos e atrativos. Depois de cada livro lido os alunos preencherão uma ficha de leitura. Em cada troca de livros será sorteado um aluno que irá contar a história que leu com suas palavras, para que a professora analise sua interpretação, vocabulário e entendimento da história. 

  • Dar acesso ao aluno as diferentes leituras da internet através de jogos e sites educativos.
  • Confecção de mural usando recortes, colagem desenhos e pintura sobre a estória lida; 
  • A professora distribuirá vários trechos de histórias conhecidas para que os mesmos identifiquem e completem.

4° ano

No primeiro momento os alunos serão divididos em duplas, cada dupla escolhe um livro de literatura para ser lido. Após a leitura decidirão juntos uma parte da história para dramatizarem em forma de maquete. As duplas confeccionarão a maquete com a parte principal da história lida num segundo momento apresentarão a história para os demais alunos da escola. .

  • 5° ano

Será desenvolvido um ensaio e apresentação de teatro com fábulas. Os alunos serão divididos em grupos, escolherão e farão o estudo e análise da fábula por eles escolhida. Cada grupo opta em apresentar com fantoches, máscaras, roupas ou outro material de sua criatividade que caracterizem os personagens. No dia marcado, apresentarão para os colegas de sala e logo em seguida para as demais turmas. Um dos alunos falará sobre a moral da história.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e linguística: pensamento e ação no magistério. 10. ed. São Paulo: Scipione, 2003.

KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor. Campinas: Pontes, 1989.

MICHELETTI, Guaraciaba. Teoria e prática da leitura. In: Coletânea de textos didáticos. Componente curricular Leitura e elaboração de textos. Curso de Pedagogia em Serviço. Campina Grande: UEPB, 2002. 

PCN´s. Parâmetros Curriculares Nacionais. Língua Portuguesa.

PEREIRA, E. J; Frazão. G. C;Santos. L. C. Leitura Infantil: O valor da leitura para formação de futuros leitores. Janeiro 2012.

ROCCO, Maria Thereza Fraga. A importância da leitura na sociedade contemporânea e o papel da Escola nesse contexto. Série ideias, n.13.Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, 1994.

SENNA, Luiz Antônio Gomes. Letramento: princípios e processos. Ed. Ibpex. Curitiba – PR. 2007.

VILLARDI, Raquel. Ensinando a gostar de ler e formando leitores para a vida. Rio de Janeiro: Qualitymark, Ed. 1997.

ZILBERMAN, Regina. Leituras. 2006. Ed. Carlos Neri e Eduardo Trindade / Estação Gráfica. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/2006/leituras1.pdf. Acesso em 12 de novembro de 2020.