A IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA COM A LUDICIDADE NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS COM CÂNCER NA SEGUNDA INFÂNCIA: REVISÃO DA LITERATURA

Nilza dos Santos Reis Filha1 ; Jéssica Boaventura de Oliveira2

1 Fisioterapeuta Pós-Graduada em fisioterapia hospitalar e UTI; Pós- Graduada em fisioterapia na Saúde da Mulher e do homem; Pós-Graduanda em sexualidade humana Preceptora de estágio na Faculdade Uninassau e palestrante.

2 Fisioterapeuta Pós-graduada em Fisioterapia Hospitalar com ênfase em Terapia Intensiva; Pós- graduada em Gerontologia; Palestrante. E-mail: jbofisio@gmail.com

RESUMO

O presente estudo objetivou analisar a importância da implantação do parque terapêutico para as crianças em tratamento no Grupo de Acolhimento a Crianças com Câncer (GACC). Procurou-se propiciar um espaço lúdico de acolhimento que colaborou para minimizar as experiências negativas, pois a hospitalização pode comprometer o desenvolvimento da criança com câncer. Atualmente o câncer é compreendido como problema de saúde pública que compromete não apenas adultos como crianças. Referente às questões da temática voltada para crianças foi possível perceber os benefícios da ludicidade com o foco da fisioterapia no ambiente hospitalar. Abordou-se a importância de cada brinquedo utilizado e suas propriedades para estimular a área sensório-motora em motricidade global e motricidade fina nas crianças em desenvolvimento no estágio da segunda infância. Disto resulta a importância do brincar com as crianças com câncer em ambiente hospitalar mostrando que estas atividades são importantes para o seu desenvolvimento motor nos seus primeiros anos de vida.

Palavras-chave: Criança; Desenvolvimento motor; Câncer; Fisioterapia; Brinquedos.

ABSTRACT

The present study aimed to analyze the importance of the implantation of the therapeutic park for the children undergoing treatment in the Child Care Group with Cancer (GACC). It was sought to provide a playful space that helped to minimize negative experiences, since hospitalization could compromise the child\’s development with cancer. Cancer is now understood as a public health problem that compromises not only adults but also children. Regarding the issues of children\’s issues, it was possible to perceive the benefits of playfulness with the focus of physiotherapy in the hospital environment. The importance of each toy used and its properties to stimulate the sensory-motor area in global motricity and fine motor skills in the developing children in the second stage of childhood was discussed. This results in the importance of playing with children with cancer in a hospital environment, showing that these activities are important for motor development in the first years of life.

Key-words: Child; Motor development; Cancer; Physiotherapy; Toys.

INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, a saúde tem sido influenciada por diversos fatores: crescimento elevado da população mundial, modificações geográficas e políticas em diversos países, revolução e mudanças dos costumes pela globalização, disparo de conhecimentos pelo desenvolvimento dos meios de comunicação e o grande avanço da tecnologia na prevenção, diagnóstico e o tratamento das doenças.

O câncer é uma doença caracterizada pela capacidade de invadir outros tecidos e formar novos tumores. Geralmente, aparece em forma de células modificadas que se multiplicam rapidamente e desordenadamente em algum órgão, prejudicando o seu funcionamento, podendo espalhar-se para outros órgãos.

Ao adentrar um hospital, é normal que o paciente se sinta fragilizado, impotente, temeroso do que pode acontecer com a sua saúde, com dúvidas sobre quais sequelas poderá sofrer.

Consequentemente, a criança com câncer e sua família vivenciam situações de fragilidade física, psicológica e social. Devido ao ambiente pouco receptivo como o hospital, os fatores psicológicos que envolvem a família e a criança, como o estresse e a ansiedade no período da internação hospitalar são identificados com restringentes no cuidado que influenciam a interação do profissional com a família.

Além disso, o diagnóstico de câncer gera sentimentos próprios de sofrimento que provoca mudanças na vida das crianças e de seus familiares, por isso, os aspectos emocionais e espirituais devem ser passíveis de cuidados e intervenção.

Neste contexto, a humanização tem sido estudada no âmbito da saúde visando proporcionar um tratamento que leve em conta à totalidade do indivíduo. Pode ser definida como o resgate do respeito à vida humana, levando-se em conta as circunstâncias sociais, éticas, educacionais presentes em todo relacionamento.

É preciso que se haja uma busca para um atendimento humanizado, tanto no sistema privado de atendimento à saúde quanto no público. No tratamento das deficiências a humanização é importante, pois o vínculo estabelecido entre o profissional e os familiares influenciará nas atitudes destes frente ao indivíduo com deficiência.

Tendo em busca essa visão, O Grupo de Apoio a Criança com Câncer – GACC, inaugurada no dia 14 de julho de 2000. O GACC tem a missão promover a assistência psicossocial, médica e financeira às crianças com câncer oriundas de famílias carentes do estado Bahia. A finalidade é propiciar as condições necessárias para elas serem submetidas ao tratamento médico adequado no combate ao câncer.

É muito importante ressaltar que o desenvolvimento motor faz parte da vida do ser humano desde o seu nascimento até a sua morte. Sendo assim, evitar atrasos no desenvolvimento da criança pode evitar prejuízos no futuro quando chegar a fase adulta. Diante das debilidades que acometem a criança no período da hospitalização, sugere-se a implantação de um Parque Terapêutico a nível experimental para as crianças do Grupo de Apoio a Criança com Câncer (GACC) utilizando a fisioterapia associada ao lúdico como forma de estimular a psicomotricidade, lazer, diversão, aprendizagem significativa e construção de conhecimento através de atividades prazerosas.

MÉTODOS

Presente estudo trata-se de uma revisão de literatura no qual consiste na pesquisa de artigos científicos que descrevam sobre projetos de construção de espaços terapêuticos. Foi feito uma captação nos idiomas inglês, espanhol e português, relacionados aos temas: criança com câncer, ludicidade, desenvolvimento motor, hospitalização e espaços terapêuticos, nas bases de dados Lilacs, Bireme e Scielo. Abordou-se a importância de cada brinquedo utilizado e suas propriedades para estimular a área motoras, cognitivas, sensoriais, perceptuais, memória e inteligências nas crianças com câncer no estágio da segunda infância e utilizando as atividades lúdicas durante a internação.

Foram coletados 48 artigos, onde foram usados os seguintes critérios de inclusão e exclusão:

Critérios de inclusão: Foram selecionados 28 artigos de 2005 a 2016 que abordaram temas sobre lúdicidade no ambiente hospitalar, câncer na infância, humanização e espaços terapêuticos. Nos critérios de exclusão 20 artigos foram exclusos por não abordarem assuntos referentes ao tema e outros por serem anteriores ao ano de 2005.

CÂNCER NA INFÂNCIA

O câncer é considerado um problema de saúde pública desde 2003 pelo o INCA e está entre as dez maiores causas de mortalidade a nível mundial, segundo a Organização Mundial de Saúde (Brasil, INCA, 2011). A OMS estima que em 2030, a doença pode atingir o número de 27 milhões de casos e seja responsável por 17 milhões de mortes. Brasil, INCA 2011 apud GURGEL, LAGE (2013, p.85).

O câncer da criança é chamado câncer do crescimento ele é uma doença genética e é importante ressaltar que não é hereditária e na grande maioria não tem nada a ver com a mãe ou com o pai. Menos de 7% dos casos de crianças com câncer tem essa hereditariedade. No DNA que fica dentro das células são arquivadas todas as informações genéticas do indivíduo por isso, que chamamos DNA da célula. Esse DNA quando divide uma célula em duas essa fita tem que dobrar numa outra célula igual formando uma nova célula. Isso ocorre o tempo todo, células nascem e células morrem.

Segundo AZEVEDO (2011, P. 566) O câncer é uma doença que se desenvolve nos genes das células, com uma capacidade de proliferação para organizar tumores em áreas específicas do corpo humano (Yamaguchi, 1994). De acordo com Borges et al. (2006), câncer é uma denominação genética abrangendo um conjunto de múltiplas causas e alternativas de tratamento e prognóstico”.

O câncer é uma doença caracterizada pela capacidade de invadir outros tecidos e formar novos tumores. Para tanto, uma célula é considerada neoplásica quando possui especificidades como: perda do controle de proliferação e da divisão celular; imortalizarão celular; alteração cromossomial; perda das propriedades adesivas da membrana plasmática; perda da função e da capacidade de diferenciação; potencial para formar metástases e invadir tecidos vizinhos e aptidão para a formação de novos vasos sanguíneos, denominada angiogênese (BELIZÁRIO 2002 apud FREITAS et al, 2013).

Em decorrência disso a criança tem dificuldade em aceitar sua condição existencial, uma vez que esta lhe desperta sentimento de revolta, que a faz sentir-se diferente de outras crianças, em face das mudanças físicas que ocorrem em seu corpo, pois as transformações são particularmente incômodas em presença das limitações impostas pela doença. (SALES et al , 2012).

O câncer representa mais que uma dor física e um desconforto. Possui significações individuais e coletivas, influenciando nos objetivos de vida do paciente, alterando a dinâmica familiar comprometendo seu trabalho e renda. (SALES et al , 2012).

Mas, quando uma criança é diagnosticada com câncer, vislumbra-se a doença recoberta de especial crueldade, uma vez que se considera que este pequeno ser necessita de atenção e cuidados especiais, ao estar iniciando sua vida, mas a doença que induz reflexão acerca da possibilidade de morte pode interromper o seu caminhar para um futuro de sonhos e realizações. (SALES et al , 2012).

HUMANIZAÇÃO E LUDICIDADE

Humanizar é tornar humano; dar condições humana a; humanar. Tornar benévolo, afável, tratável. Fazer adquirir hábitos sociais polidos; civilizar.” (FERREIRA apud GOMES et al, p. 126).

Em face desse processo de humanização, em maio de 2000 o Ministério da Saúde regulamentou o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH) e, em 2004, substituiu o PNHAH pela Política Nacional de Humanização (PNH). A PNH é transversal, atravessam as diferentes ações e instâncias gestoras do Sistema Único de Saúde (SUS), e nesta política, humanização é entendida como valorização dos diversos sujeitos envolvidos no processo de produção de saúde: usuários, trabalhadores e gestores. Esses valores são norteados pela autonomia e pelo protagonismo dos sujeitos, a corresponsabilidade entre eles, o estabelecimento de vínculos solidários e a participação coletiva no processo de gestão (GOMES et al, 2011, p. 126).

Humanização também significa, ou precisa significar melhoria das condições de trabalho do cuidador. […] hospital cuidar para que o profissional de saúde possa desempenhar suas funções de maneira harmoniosa, sadia, sem que o estresse o afete de maneira que prejudique seu desempenho técnico, afetivo e sua saúde física e mental (GOMES et al, 2011, p. 126,127).

Segundo (Verdi, 2015) a PNH propõe o conceito de humanização que objetiva princípios e valores como a autonomia dos sujeitos e seu protagonismo, corresponsabilidade, solidariedade, defesa dos direitos dos usuários e inserção dos mesmos nas tomadas de decisão. E também, observa o ser humano como ser que constitui-se na diversidade e na concretude de suas experiências de homem, contraditório, inacabado, mas também com potencial de criação e práticas de si, na busca de novos projetos de existência.

Muitos projetos acerca de humanização estão sendo desenvolvidos no Brasil, tais como: grupo operativo com pacientes ontológicos, na pediatria e com pacientes renais (Ren-arte), e controle no nível de estresse dos funcionários por meio de massagem terapêutica. No entanto, cogita-se na humanização no conjunto de relações que se estabelecem nas instituições: profissional-paciente, recepçãopaciente, profissional-equipe, profissional-instituição e outros. (MARTIM apud GOMES et al, 2011, p.126).

Para Petri (2006) o tema humanização está relacionado com questões amplas que abrangem a operacionalização de um projeto político de saúde que se baseiam em valores como cidadania, compromisso social e a saúde com qualidade de vida, revisando práticas tradicionais até os espaços de atuação profissional onde os saberes, relações interpessoais, poderes estão presentes. Logo é necessário compreender a humanização como temática complexa que transpassa o fazer de distintos sujeitos.

A humanização depende ainda de mudanças das pessoas, na ênfase em valores ligados à defesa da vida, na possibilidade de ampliação do grau de desalienação e de transformar o trabalho com em processo criativo e prazerosos. A reforma da atenção no sentido de facilitar a construção de vínculos entre equipes e usuários, bem como no de explicitar com clareza a responsabilidade sanitária são instrumentos poderosos para mudança. (CAMPOS, 2005, p.398).

(Silva e De Marchi apud Petri, 2006, p.4) defendem saúde como resultado de gerenciamento adequado nas áreas física, emocional, social, profissional, intelectual e espiritual.

Um imenso desafio no que concerne à humanização do SUS é assegurar um exercício ético que se faz através de um método de tríplice inclusão dos sujeitos, dos coletivos umas e dos analisadores sociais. Busca-se uma ética que não se processa afastada do mundo em que vivemos com o objetivo de retirar a humanização do campo de uma moral que deve optar entre o bem e o mal, ao aprofundar os processos de produção de subjetividade. (MOREIRA et al, 2014, p. 3232)

Ao se analisar as ações de saúde da criança, entendendo esta fase da vida como ímpar onde o crescimento e o desenvolvimento estão em evidência, é possível notarmos mudanças do perfil epidemiológico que permite trazer para a realidade o surgimento da morbidade até então inatos dos indivíduos adultos (SÁ, GOMES ,2013).

De acordo com (Shaffer, 2005) a criança com doença crônica, que necessita de visitas regulares ao hospital, pode encontrar dificuldades e obstáculos na sua vida social e familiar, como, por exemplo, a restrição do convívio social, ausências escolares frequentes e aumento da angústia e tensão familiares.

Souza afirma que, (2012) na perspectiva da humanização no atendimento à crianças, os brinquedos terapêuticos, são de fato terapêuticos quando oferecem o bem estar psicofisiológico da criança. Existem três tipos de brinquedo terapêutico: o Brinquedo Dramático que possibilita a descarga emocional, o Brinquedo Institucional favorece a criança na compreensão do tratamento e na elucidação dos conceitos errôneos. E o Brinquedo capacitador de funções fisiológicas, que desenvolve atividades em que as crianças possam melhorar ou manter suas condições físicas de acordo com suas necessidades. Sua utilização facilita uma resposta positiva durante o tratamento.

LUDICIDADE: PRINCIPAL ATIVIDADE DA SEGUNDA INFÂNCIA

O brincar favorece todos os domínios do desenvolvimento, pois através das brincadeiras a criança estimula o sentido, aprende como usar os músculos, coordena a visão com o movimento, obtém domínio sobre o corpo e adquire novas habilidades (PAPALIA, OLDS, FELDMAN,2010, p.291).

Segundo (Papalia, Olds e Feldeman, 2010, p.292) na pesquisa realizada década de 1920 por Mildred B. Parten (1932) observou seis tipos de brincadeiras ou jogos, variando do menos ao mais social e observou que a medida que a criança cresce seus jogos e tornam mais interativos e cooperativos. As categorias descritas são: comportamento de desocupação; comportamento de observação; jogos independentes solitários; jogos paralelos; jogos associativos e jogos suplementares cooperativos ou organizados.

Papalia, Olds e Feldman em 2010, afirmam que o gênero influencia o brincar na maneira que as crianças reproduzem as atividades dos adultos. Os meninos tendem a ter brincadeiras mais ativas e vigorosas reproduzindo comportamentos de dominação, status do homem adulto e geralmente são mais competitivos do que as meninas que por sua vez preferem brincadeiras mais tranquilas e harmoniosas como brincar de casinha reproduzindo o cuidado da prole.

LUDICIDADE NO AMBIENTE HOSPITALAR

Yamaguchi apud Azevedo (2011, p.566) afirma que o câncer é uma doença que se desenvolve nos genes das células com capacidade de proliferação para atingir tumores em áreas especificas do corpo humano.

De acordo com (Borges et al, apud Azevedo, 2011, p.566) câncer é uma denominação genérica, abrangendo um conjunto de doenças com múltiplas causa e alternativas de tratamento e prognóstico. As causa podem ser consideradas numa perspectiva multifatorial, englobando fatores genéticos e mudanças de hábitos de vida dos indivíduos.

Ainda segundo Borges (2011), o autor acrescenta que o câncer é a terceira causa de morte no Brasil, conforme dados epidemiológicos do INC (Instituto Nacional do Câncer) em 2008 o comportamento alimentar incorreto, o processo de envelhecimento e o stress são considerados fatores significativos a doença. Os programas de saúde pública atuam na prevenção dos fatores de risco da doença.

Conforme (Pellegrini apud Shaffer, 2005) o brincar é uma atividade profundamente agradável para as crianças. Por volta dos 2 a 5 anos o jogo de faz de conta se torna cada vez mais social e complexo. A criança associa sua gradual capacidade para o jogo social e a capacidade para compreensão para coordená-los no planejamento de suas brincadeiras de faz-de-conta, nomeando e designando papéis que cada uma irá desempenhar, apresenta roteiros e podem até para de brincar para alterá-los. Logo, nunca se pode dizer que brincar é uma atividade sem importância, mesmo que a criança brinque para se divertir e não porque estimula suas habilidades, os colegas que estão brincando indiretamente colaboram para seu próprio desenvolvimento social, intelectual e emocional, enquanto brincam.

Caires et al (2004), afirma que dentre os principais fatores de estresse identificados estão: o afastamento e separação a criança de seus principais contextos de vida (família, escola, grupo de amigos), alteração significativa de suas rotinas e a percepção de ameaça perante o desconhecido, a dor e o desconforto associados a situação clínica, tratamentos e exames.

Conforme Kumamoto e cols apud Caires (2014, p.378) as privações afetivas, cognitivas e lúdicas experienciadas pela criança acarretam, frequentemente, significativos níveis de sofrimento físico e psicológico que podem “precipitar ou agravar desequilíbrios psico-afetivos com repercussões importantes sobre a sua saúde já fragilizada”. Alterações de sono, apetite, comportamento, humor ou no seu desempenho cognitivo e social são também habitualmente registradas, podendo representar obstáculos ao tratamento à qualidade da recuperação.

Segundo Kumamoto 2014, diz que diversas abordagens buscam amenizar o impacto e os efeitos da hospitalização na criança, focando nos aspectos psicológicos e lúdicos, além do médico e farmacológico. Pois trazem incontáveis benefícios para a criança e seus cuidadores. Dentre essas abordagens estão os contadores de histórias, os palhaços de hospital e as brinquedotecas no contexto hospitalar. Referentes a intervenções lúdicas estas são utilizadas e reconhecidas. Pois por meio do brincar ocorre a integração da criança com o ambiente e brincando ela explora e conhece o mundo, aprende a manejar suas emoções e sentimentos e reconhecer os dos outros. Brincar favorece o desenvolvimento psicossocial e a saúde mental, sendo importante a presença do lúdico em contexto pediátrico.

Para Lima e Santos (2015), os profissionais de saúde que cuidam de crianças com câncer hospitalizadas, devem ter habilidades técnicas e conhecimento, a empatia e um bom relacionamento entre o profissional e o paciente, favorecendo a identificação das demandas presentes como necessidades físicas e psicossociais, e a partir daí desenvolver um projeto de cuidados adequados a sua cada indivíduo.

Segundo Depiante et al (2014), mesmo com os avanços tecnológicos frente a diagnósticos e de tratamento, referente ao conhecimento da etiologia, o câncer continua com suas causas ainda sem descoberta. O diagnóstico de câncer é repleto de sentimentos como: medo, angústias, desamparo, e o principal deles o medo de morrer. Gerando muita comoção, entretanto aproximadamente 70% dos casos apresentam boa evolução sendo tratados em centro especializados, chegando até a cura. A maior parte dos tratamentos requerem a internação da criança por longos períodos. Sendo necessária a adaptação a um novo ambiente durante um período indeterminado.

Nesse sentido, o carinho, o contato físico e a percepção que são estímulos fundamentais para a sua saúde de crianças de todas as idades, contribuem para a manutenção do equilíbrio físico e emocional tanto quanto os alimentos e os remédios. A falta desses cuidados pode até impedir a recuperação da criança, mesmo com todo o tratamento especializado oferecido (MENDES, BROCA, FERREIRA, 2009). O lúdico proporciona um desenvolvimento sadio e harmonioso, sendo uma tendência instintiva da criança. Ao brincar, a criança aumenta a independência, estimula sua sensibilidade visual e auditiva, valoriza a cultura popular, desenvolve habilidades motoras, diminui a agressividade, exercita a imaginação e a criatividade, aprimora a inteligência emocional, aumenta a integração, promovendo, assim, o desenvolvimento sadio, o crescimento mental e a adaptação social (DALLABONA, 2015).

Para Kishimoto apud Angeli (2012, p. 263) a atividade lúdica estimula a representação e a expressão de conteúdos que invocam aspectos da realidade podendo constituir-se como intermediadora da relação da criança com o mundo externo. Ao brincar, a criança entra em contato com a realidade em uma linguagem comum a ela, facilitando sua apreensão e recriação.

Segundo (Friedman apud Lima, 2011) as atividades lúdicas permitem à criança exercitar suas capacidades, criatividades e auto-expressão, desenvolver os aspectos cognitivos, afetivos, moral e motor, além de possibilitar interações ambientais e sociais, que ajudam no seu desenvolvimento integral.

As crianças, ao brincarem, expressam experiências próprias e pessoais desenvolvendo atividade espontânea, agradável e sem objetivos definidos. Através do brinquedo, passarão a interagir com o meio e, através deste, desenvolverão sua função social. Além disso, o brinquedo contribui para o desenvolvimento global, envolvendo atividades, como a dramatização de papéis, permite o diagnóstico do conflito pelo qual a criança está passando, configurando, então, sua função curativa, funciona como “válvula de escape” e conduz à diminuição da ansiedade pela catarse emocional. Assim sendo, passa a constituir a base da técnica da psicoterapia infantil e também do brinquedo. A compreensão das necessidades e sentimentos da criança, podendo transmitir significados que ela é capaz de verbalizar (SOUZA et al, 2012).

A inclusão de brincadeiras, visando ao relaxamento da criança para a administração de quimioterapia, foi sugerida por Lohr (1998) em seu trabalho sobra a intervenção psicológica em crianças com câncer […] a autora coloca a atividade lúdica como uma estratégia congnitivo-comportamental, por meio da qual a criança com câncer pode obter um certo controle sobre a situação a ser enfrentada (MOTTA, ENUMO, 2004, p. 2).

APRENDIZADO MOTOR NA SEGUNDA INFÂNCIA

Conforme (Papalia, Olds e Feldman, 2010) os aspectos presentes no desenvolvimento físico no corpo da criança entre 03 e 06 anos de idade são crescimento muito rápido e um pouco de emagrecimento dando outra forma ao corpo e mudando a aparência tornando-se mais esguia e atlética isso ocorre a medida em que os músculos abdominais se desenvolvem e a barriga se fortalece. Nesse período observa-se que a criança fica mais forte, pois as cartilagens transformam-se em ossos e estes ficam cada vez mais rígidos para assegurar a proteção dos órgãos internos.

Para (Gallahue e Ozmun, 2005, p.17) o aprendizado é um processo interno que produz alterações consistentes no comportamento individual em decorrência da interação da experiência, da educação e do treinamento com processos biológicos. O aprendizado motor corresponde a um aspecto no qual o movimento desempenha parte principal, significando uma alteração relativamente constante no comportamento motor em função da prática ou de experiências passadas.

Conforme (Shaffer, 2005) à medida que as crianças amadurecem, sua habilidade motora se desenvolve consideravelmente. Aos 03 anos, são capazes de correr em linha reta, andar e levantar os dois pés do chão, superam pequenos obstáculos. Crianças que tem 04 anos já conseguem pular e podem pular de um pé apenas, e seguram uma bola grande com as duas mãos. Quando possuem 05 anos já conseguem mover seus braços quando correm e seu equilíbrio já está bastante desenvolvido e podem aprender a andar de bicicleta. Nesta fase estão mais propicias a se machucar, terem quedas porque se arriscam mais nas atividades. Com esse progresso ocorre o progresso das atividades motoras e o fortalecimento muscular. Os meninos e meninas são semelhantes nas habilidades físicas se diferenciam na puberdade.

Segundo (Gallahue e Ozmun, 2005) a palavra motor quando utilizada sozinha, trata de fatores biológicos e mecânicos que atuam no movimento. Entretanto a palavra motor é comumente mais usada como prefixo ou sufixo em outras palavras como: sensório-motor e desenvolvimento motor. E comportamento motor por sua vez caracteriza alterações no aprendizado e no desenvolvimento, abrangendo processos maturacionais relacionados ao desempenho motor. E desenvolvimento motor é a transformação constante no comportamento motor no decorrer do ciclo da vida. Outro conceito importante é o termo movimento que trata de mudança real observável na posição de uma ou mais partes do corpo.

Para (Oliveira, Almeida, Valentini, 2012) o corpo humano possui muitos elementos em ação e estes necessitam de um controle dinâmico para a ocorrência de movimentos. Esse controle envolve auto-organização, que está ligada às mudanças essenciais em vários sistemas do organismo humano. Nessa auto-organização, quando um sistema está sendo “perturbado” em um determinado nível, ocorre uma mudança não linear nos sistemas. Os sistemas integrados que se auto- organizam são o muscular, esquelético, o nervoso, o sensorial, o motivacional, o de memória e outros.

O desenvolvimento motor se dá com muita intensidade na infância, período em que existe uma ampla plasticidade do sistema nervoso central, possibilitando aumento nos ganhos motores e sistemas integrados. (ALMEIDA, 2004; RECH, 2005; SCHOBERT, 2008)” (OLIVEIRA, ALMEIDA, VALENTINI, 2012, p. 25). O mesmo está presente desde o nascimento e acompanha o ser humano até a morte. A contínua alteração do desenvolvimento motor ao longo da vida está estritamente ligada com a interação entre as necessidades da tarefa, a biologia do indivíduo e as condições ambientais (SANTOS, DAMASCENO, 2010, p. 177).

Este processo é considerado como um processo sequencial, contínuo e relacionado à idade cronológica, pelo qual o ser humano adquire uma enorme quantidade de habilidades motoras, as quais progridem de movimentos simples e desorganizados para a execução de habilidades motoras altamente organizadas e complexas (WILLRICH; AZEVEDO; FERNANDES, 2008, p.2).

Sabe-se que o desenvolvimento é uma contínua alteração no comportamento ao longo da vida que acontece por meio das necessidades de tarefa, da biologia do indivíduo e o ambiente em que vive. Ele é viabilizado tanto pelo processo evolutivo biológico quanto pelo social. Desta forma, considera-se que uma evolução neural proporciona uma evolução ou integração sensório-motora que acontece por meio do sistema nervoso central (SNC) em operações cada vez mais complexas (FONSECA apud ANDRADE; LUFT; ROLIM, 2004, p. 01).

Sabe-se que o surgimento de movimentos e seu posterior controle ocorrem em uma direção céfalo-caudal e próximo-distal, porém este processo se apresenta de forma linear, incluindo períodos de equilíbrio e desiquilíbrio. Apesar disso, costuma cumprir uma sequência ordenada e até previsível de acordo com a idade (WILLRICH; AZEVEDO; FERNANDES, 2008, p.2).

Em cada idade o movimento toma características significativas e a aquisição ou aparição de determinados comportamentos motores tem repercussões importantes no desenvolvimento da criança. Cada aquisição influencia na anterior, tanto no domínio mental como no motor, através da experiência e troca com o meio (FONSECA apud ANDRADE; LUFT; ROLIM, 2004, p. 01).

Avaliando o papel importante das emoções e da memória na atenção, e o quanto é imprescindível a atenção na aprendizagem, sublinhamos o valor do significado no processo de aprendizagem. A memória está vinculada ao sistema límbico que está diretamente ligado as emoções. Geralmente armazenamos o que é emocionalmente relevante, ou necessário para a sobrevivência. Por meio da ligação entre o lobo límbico com o córtex pré-frontal, estamos inclinados a programar e planejar com base no que sentimos e no que nos foi vivido, porque essa região frontal é responsável pela nossa subjetividade, significados e valores. Logo é mais fácil apender o que nos é relevante e possui um significado (ANDRADE; LUFT; ROLIM, 2004).

Construímos e planejamos o movimento baseados nas nossas motivações e valores e o aprendizado, desde a primeira reação ao estímulo, depende disto. Como o aprendizado depende da atenção, e esta está associada com aquilo que nos é importante, o significado influenciará no grau de atenção (GRAY et al., apud ANDRADE; LUFT; ROLIM, 2004, p. 01).

Durante os dois primeiros anos, são muitas as aquisições motoras da criança. Essas aquisições permitem uma independência cada vez maior para explorar o mundo, o que é fundamental para o seu desenvolvimento psíquico, sensorial e cognitivo. A sequência no desenvolvimento postural obedece sempre à mesma ordem: primeiro o bebê controla o pescoço, em seguida e sucessivamente com e sem apoio, senta-se, ergue-se e anda. Variações culturais no manejo do bebê modificam os períodos das fases, mas não a sua sequência. O comportamento motor pode também variar de acordo com o grupo cultural, sendo influenciado pelo ambiente e pela relação entre mãe e filho (CASTANHO, BLASCOVIASSIS, apud MOREIRA et al 2010, p.28).

A aprendizagem se caracteriza como a mudança de comportamento que torna possível a plasticidade dos processos neurais da cognição. Discorrendo que a aprendizagem motora é complexa e compõe em sua maioria as áreas corticais de associação, se faz necessário entender o funcionamento neurofisiológico na maturação de dar bases teóricas para estruturar o plano de ensino que favorece as fases de desenvolvimento neural da criança, aumentando assim o aprendizado. (ANDRADE, LUFT, ROLIM, 2004).

Para melhor compreender a aprendizagem sob a ótica da maturação nervosa, é necessário saber como o comportamento acontece a fim de investigar os processos neurais de mudança dele. De maneira geral, existem duas abordagens básicas pra explicar o comportamento. A primeira é a abordagem comportamental, ou de estímulo resposta, desenvolvida por Skinner, que acredita ser possível a redução de todo comportamento a um modelo matemático de conexões de estímulo-resposta, de forma que conhecimento do estímulo permite predizer a resposta. Este modelo funciona com animais, mas com humanos parece muito simplista. (ANDRADE; LUFT; ROLIM, 2004 p.03).

Andrade et al (2004) consideram que a região que planeja o movimento, também é aquela que controla os comportamentos sociais e os valores pessoais, a intenção do movimento e o seu significado farão diferença na construção do gesto. A motivação e a intencionalidade farão com que o planejamento motor ocorra de maneira diferente e também que a reação a determinado estímulo seja diferente dependendo do significado pessoal atribuído a ele.

A criança é suscetível aos estímulos vindos do ambiente, o que torna essencial e oportuna as várias formas de movimentos que possam garantir o desenvolvimento e o crescimento adequados, pois proporcionam competências para ela corresponder às suas necessidades e às de seu meio (SACCANI et al, apud OLIVEIRA, ALMEIDA, VALENTINI, 2012).

Neste contexto estão incluídos jogos, práticas culturais e brinquedos disponíveis à criança, os quais exercem grande influência no desenvolvimento de suas habilidades motoras e, principalmente, no incentivo dos pais nesse processo (RODRIGUES et al, OLIVEIRA, ALMEIDA, VALENTINI, 2012).

Uma das características essências de gestos, movimentos e atitudes da criança é sua espontaneidade e sua naturalidade. Toda manifestação contrária – inibição, rigidez, tensões desnecessárias, incoordenação, arritmia, sincinesias são expressões de dificuldade que a criança apresenta na organização de sua personalidade. (LE BOULCH, 2001).

A mãe e/ou o cuidador deve observar seu filho, analisar se ele está interagindo com o meio em que está inserido, estimulá-lo e providenciar que lhe sejam oferecidos brinquedos ou equipamentos capazes de ajudá-lo em seu desenvolvimento (RODRIGUES; GABBARD; AHMED, apud OLIVEIRA, ALMEIDA, VALENTINI, 2012).

As atividades motoras finas ou refinadas como desenhar imagens, segurar lápis, abotoar a roupa, envolvem mãos-olhos o que permite a criança a preferência por usar uma das mãos dependendo de qual hemisfério do cérebro será predominante (esquerdo/direito) e assumirem responsabilidade pelo cuidado pessoal. Nesse período de aquisições de habilidades motoras as crianças mesclam habilidades que já possuem com habilidades que estão adquirindo para desenvolver habilidades mais complexas. Essas combinações de habilidades são conhecidas como sistemas de ação (PAPALIA, OLDS, FELDMAN, 2010).

Segundo os autores é possível notar que nesse período as crianças se expressam bastante por meio da arte. E as mudanças no desenho apontam para um amadurecimento cerebral como também muscular. Passando de desenhos abstratos com rabiscos e zigue-zagues para desenhos reais, demonstrando a capacidade representacional da criança.

Ainda segundo os autores uma das teorias de desenvolvimento humano, a teoria psicossocial fase-estágio de Erik Erikson. O desenvolvimento psicossocial ocorre quando o indivíduo é modificado por seu desenvolvimento psicomotor e por sua educação motora ao longo do viver. Considerando a tabela de estágios de Erik Erikson a segunda infância classifica-se no terceiro estágio chamado iniciativa versus culpa. A Iniciativa acontece no início da infância, quando as crianças são desafiadas a adotar comportamentos socializados mais objetivos e responsáveis.

Para Le Boulch (2001) é possível observar mudança significativa nesse período onde o aprendizado por insight é predominante, ocorrem aquisições novas que aperfeiçoam a atividade prática, o que possibilita o aumento da plasticidade da função de ajustamento e a curiosidade no ambiente. Nessa fase é necessário ter um adulto por perto, para oferecer conselhos úteis e dar limites a atividade da criança. Ocorre também a imitação diferida as crianças reproduzem os modelos ausentes.

A lateralidade é função da dominância, tendo um dos hemisférios à iniciativa da organização do ato motor, que incidirá no aprendizado e na consolidação das práticas. Esta capacidade funcional, suporte da intencionalidade, será desenvolvida de maneira fundamental nessa época da atividade de investigação durante a qual a criança vai confrontar-se em seu meio. (LE BOULCH (2001, p. 94).

CLASSIFICAÇÃO DOS BRINQUEDOS

Segundo (MICHELET, 1998) esta classificação foi instituída num longo processo e sua elaboração é o resultado de uma longa experiência, para apresentar melhor o alcance e o funcionamento desta visão do brinquedo por meio da atividade da criança.

O autor afirma ainda que no decurso de seus trabalhos o ICCP (International Council for Children\’s Play) definiu critérios relativos a quatro qualidades fundamentais conforme as quais o brinquedo pode ser analisado: O valor funcional, o valor experimental, o valor de estruturação e o valor de relação. Dentre eles destacamos os principais nesse projeto.

O valor funcional: É caracterizado pelas qualidades intrínsecas do brinquedo (dado retomado em parte pelas normas de segurança). Isto é válido para todo objeto visual, mas como o brinquedo se destina a seres em desenvolvimento, seu valor funcional diz respeito à sua adaptação ao usuário.

O valor experimental: Diz respeito àquilo que a criança pode fazer ou aprender com seu brinquedo, em todos os níveis: fazer ruído, rodar, encaixar, construir, medir, classificar. Engloba todas as caixas de conteúdo técnico ou científico (por exemplo, a maleta de médico, a montagem de modelos reduzidos) e os jogos didáticos.

O autor acrescenta que a classificação leva em consideração os dois aspectos complementares: a classificação por famílias de brinquedos e a classificação psicológica. Salienta-se que foi utilizado a classificação psicológica no desenvolvimento corporal que apresenta os seguintes itens:

Motricidade global: Andar, equilíbrio, coordenação geral e balanceamento. Motricidade fina: Preensão, coordenação, consciência, controle, precisão, rapidez, habilidade, aptidão.

Organização espaço-temporal: Esquema corporal, lateralidade, orientação, transposição, escala, registro temporal, cronologia. Movimento: Equilíbrio, rapidez, força, resistência, agilidade, controle.

DESCRIÇÃO DOS BRINQUEDOS

Os brinquedos utilizados no projeto Desenvolvimento de um Parque Terapêutico para o Grupo de Apoio a Criança com Câncer (GAAC) foram:

• A Amarelinha é uma forma de brincar que desenvolve habilidades fundamentais como o uso da consciência e organização corporal, o equilíbrio, desenvolvimento da coordenação fina promovendo a capacidade de se equilibrar ou saltar em um pé só trazendo uma percepção do tempo e espaço e estimulando desenvolvimento dos músculos da perna, braço e quadril.

• O brinquedo Trio Animais ajuda a desenvolver sua coordenação motora, sua força, sua percepção visual e habilidade para escolha de acordo com a cor. Ensinando a criança a brincar com regras, tempo e espaço.

• A Bola de futebol estimula o desenvolvimento de habilidades motoras grossas dos músculos das pernas, troncos e braços, pois são usados durante a corrida, o pulo e o chute. Desenvolve a sociabilidade da criança trabalhando em grupo permitindo a compreensão como a criança toma consciência do seu corpo e seus limites.

• O Dado e a boneca Sophia permite a criança desenvolver suas habilidades construindo ou desconstruindo o que o brinquedo oferece com uma expressividade mostrando um comportamento significante. Estimula a coordenação motora fina, visual, lateralidade, tonicidade, atenção e preensão manual utilizando os pequenos músculos do nosso corpo.

• O Boliche permite a compreensão da forma como a criança toma consciência do seu corpo em tempo e espaço para atingir o seu alvo a alcançar o máximo de pontos. Estimula a percepção da lateralidade, coordenação, visão, tato e equilíbrio. Este brinquedo promove a extensão e força do braço para arremessar a bola, controle de tronco e membros inferiores promovendo a tonificação muscular.

• O Bambolê estimula o equilíbrio, coordenação motora, controle muscular e tempo. Relaciona a ação de acordo com espaço para desenvolver o movimento desejado. Incita a criança a desafiar seus limites mantendo-o em contato com o seu corpo pelo máximo de tempo.

• A Corda melhora a coordenação motora e equilíbrio para pular ou saltar em um pé só. Promove o raciocínio espacial e temporal. Desenvolve a sociabilidade para trabalhar em grupo e a assimilação rítmica.

• O Lego promove o desenvolvimento da criança de todas as idades. Estimula a concentração, a criatividade, a motricidade fina, o espaço, o tempo e a sociabilidade. Estimula a criança a pensar, criar, estimular o contraste mentalmanual onde à mente pensa e a mão produz.

• O Jogo Dominó Animais Zoológicos estimula a concentração, a capacidade motora visual e fina, percepção de espaço e tempo.

A IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA NO ESPAÇO LÚDICO

Leite, Sandoval (2003) apud Freitas et al (2013), O lúdico é de origem latina, sua palavra “ludus” significa “jogos” e brincar”. A ludicidade não pode ser vista apenas como diversão e sim como uma necessidade do ser humano em qualquer faixa etária.

A ludicidade é uma atividade de entretenimento, que produz sensação de prazer, alegria e felicidade nas pessoas envolvidas. Nesse sentido incutir nas crianças noção de aprender pode ser divertido e ou sem dor, trazendo para as crianças uma melhor forma de expressar e melhorar o seu humor.

Segundo (Friedman apud Lima, 2011) as atividades lúdicas permitem à criança exercitar suas capacidades, criatividades e auto-expressão, desenvolver os aspectos cognitivos, afetivos, moral e motor, além de possibilitar interações ambientais e sociais, que ajudam no seu desenvolvimento integral.

Carvalho, Begnis (2006), mesmo a criança doente, ela sente a necessidade de brincar expondo suas emoções, medos e o que sente através dos brinquedos usando a sua imaginação para criar um ambiente diferente do qual se encontra onde possa trazer conforto e refúgio.

O ambiente hospitalar traz para criança medo e insegurança por estarem longe de sua família, amigos e seu ambiente familiar. Ela se sente impotente diante da situação tendo que se submeter a processos invasivos e dolorosos, conviver com pessoas estranhas, paredes lisas e aparelhos hospitalares trazendo para elas dor e angustia.

O uso do lúdico é capaz de transformar o ambiente hospitalar, assim como proporcionar condições para minimizar os danos psicológicos e a elaboração psíquica de vivencias do cotidiano. Quando utilizado em procedimentos terapêuticos, como por exemplo, os invasivos e que causam dor, ele prepara melhor a criança, auxiliando no processo de resiliência . É ainda uma estratégia adequada para auxiliar no enfrentamento de todo o processo de hospitalização (DEPIANTI,et al, 2014).

Conforme Kumamoto e cols apud Caires (2014, p.378) as privações afetivas, cognitivas e lúdicas experienciadas pela criança acarretam, frequentemente, significativos níveis de sofrimento físico e psicológico que podem “precipitar ou agravar desequilíbrios psico-afetivos com repercussões importantes sobre a sua saúde já fragilizada”. Alterações de sono, apetite, comportamento, humor ou no seu desempenho cognitivo e social são também habitualmente registradas, podendo representar obstáculos ao tratamento à qualidade da recuperação.

Segundo Connolly (2000) apud Oliveira, Almeida e Valentini (2012), O corpo humano possui muitos elementos em ação e estes necessitam de um controle dinâmico para a ocorrência de movimentos. Esse controle envolve auto-organização, que está ligada às mudanças essenciais em vários sistemas de organismo humano. Nessa auto-organização, quando um sistema está sendo “perturbado” em um determinado nível, ocorre uma mudança não linear nos sistemas.

Neste sentido, crianças com desenvolvimento motor atípico, ou que se apresentam com risco de atrasos, merecem atenção e ações específicas, já que os problemas de coordenação e controle do moimento poderão se prolongar até a fase adulta. Além disso, atrasos motores frequentemente associam-se a prejuízos secundários de ordem psicológica e social, como baixa auto-estima, isolamento, hiperatividade, entre outros (WILLRICH, AZEVEDO, FERNANDES,2008, p.2).

Conforme (Shaffer, 2005) à medida que as crianças amadurecem, sua habilidade motora se desenvolve consideravelmente. Aos 03 anos, são capazes de correr em linha reta, andar e levantar os dois pés do chão, superam pequenos obstáculos. Crianças que tem 04 anos já conseguem pular e podem pular de um pé apenas, e seguram uma bola grande com as duas mãos. Quando possuem 05 anos já conseguem mover seus braços quando correm e seu equilíbrio já está bastante desenvolvido e podem aprender a andar de bicicleta. Nesta fase estão mais propicias a se machucar, terem quedas porque se arriscam mais nas atividades. Com esse progresso ocorre o progresso das atividades motoras e o fortalecimento muscular. Os meninos e meninas são semelhantes nas habilidades físicas se diferenciam na puberdade.

Segundo Burnes e Macdonld (1999) apud Fujisawa e Manzini (2006), o brincar deve ser utilizado ao máximo, em todos os procedimentos, como uma estratégia útil para incentivar a participação da criança na realização das atividades desejadas na fisioterapia. Dessa forma, os jogos e as brincadeiras podem estar presentes tanto na avaliação, quanto nos atendimentos de fisioterapia.

A criança é suscetível aos estímulos vindos do ambiente, o que torna essenciais e oportunas as várias formas de movimentos que possam garantir o desenvolvimento e o crescimento adequados, pois proporcionam competências para ela corresponder às suas necessidades e às de seu meio (SACCANI et al, apud OLIVEIRA, ALMEIDA, VALENTINI, 2012).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através deste estudo, constatou que o uso de brinquedos associado à fisioterapia é bastante eficaz na recuperação da criança com câncer no período do tratamento. O hospital por ser um ambiente tenso e com regras transmite para a criança medo e insegurança provocando nelas um comportamento diferente e agressivo devido às limitações do que é permitindo ou não.

Esta técnica do brinquedo terapêutico promove a interação da criança com os profissionais da área de saúde deixando-os menos tensos e assustados com a presença deles no ambiente hospitalar. Acreditamos que explorar o lúdico com as crianças com câncer pode ser uma estratégia positiva contribuindo melhor na aceitação da hospitalização e em sua recuperação. Promove também a interação da criança com a família no momento de laser deixando o ambiente mais familiar e menos tenso.

A partir dos resultados obtidos nesta pesquisa, confirmamos a necessidade de um espaço lúdico direcionado à fisioterapia voltado para a criança com câncer que se encontra hospitalizada com o objetivo de continuar o seu desenvolvimento cognitivo e motor mesmo com algumas limitações.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Alexandre; LUFT, Caroline di B.; ROLIM, Martina K. S. O desenvolvimento motor, a maturação da áreas corticais e a atenção na aprendizagem motora. Digital – Bueno Aires – Año 10 – Nº 78 – Noviembre de 2004. Disponível em: http: www.efdeportes.com/Revista Acesso em: 12 de fevereiro de 2016.

ANGELI, Andrea do A.C.; LUVIZARO, Nathália A.; GALHEIGO, Sandra M.; O cotidiano, o lúdico e as redes relacionais: a artesania do cuidar em terapia ocupacional no hospital. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/icse/v16n40/aop1612.pdfAcesso em: 02 de fevereiro de 2016.

AUGUSTO, Viviane G., et al. Promoção de saúde em unidades básicas: análise das representações sociais dos usuários sobre a atuação da fisioterapia. Ciência & Saúde Coletiva, 16(Supl. 1):957-963, 2011. Disponível em: http://search.proquest.com/openview/5f123432002d9532bdc11d4601fb00f1/1.pdf?pq -origsite=gscholar&cbl=2034998 Acesso em: 02 de fevereiro de 2016.

ASSIS, Silvana M. B.; VIANNA, Denise L.; PEIXOTO, Beatriz de O. Reflexões sobre o crescimento da fisioterapia e sua contribuição para a área dos distúrbios do desenvolvimento. Cadernos de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, São Paulo, v.10, n.1, p.32-36, 2010. Disponível em: Acesso em: [02 de fevereiro de 2016.]

AZEVÊDO, Adriano Valério dos Santos. O brincar da criança com câncer no hospital: análise da produção científica. Revista Estud. psicol. (Campinas) vol.28 no.4 Campinas Oct./Dec. 2011. Disponível em: http: //www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-166X201100040001. Acesso em: 01 de abril de 2016.

BERGAN C; Bursztyn I; Santos MCO; Tura LFR. Humanização: representações sociais do hospital pediátrico. Ver. Gaúcha Enferm. Porto Alegre (RS) 2009 dez;30(4):656-61.Diponível em: http://www.scielo.br/pdf/rgenf/v30n4/a11v30n. Acesso em: 02 de fevereiro de 2016.

BISPO, José Patrício J. Formação em fisioterapia no Brasil: reflexões sobre a expansão do ensino e os modelos de formação. Hist. cienc. saudeManguinhos [online]. 2009, vol.16, n.3, pp. 655-668. ISSN 1678-4758. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v16n3/05.pdf Acesso em: 02 de fevereiro de 2016.

BORGES, Emnielle Pinto. Benefícios das atividades lúdicas na recuperação de crianças com câncer. Junho de 2008. São Paulo. Boletim Academia Paulista de Psicologia. Disponível em Acesso em 22 de novembro de 2015. CAIRES, S. & cols. Palhaços de hospital numa pediatria. Psico-USF, Bragança Paulista, v. 19, n. 3, p. 377-386, set./dez. 2014. Disponível em: www.scielo.com.br. Acesso em: 22 de novembro de 2015.

CARVALHO, Alysson Massote; BEGNIS, Juliana Giosa. Brincar em unidade de atendimento pediátrico: aplicações e perspectivas. Disponivel em http://www.scielo.br/pdf/pe/v11n1/v11n1a13. Acesso em 11 de Outubro de 2016.

CAMPOS, Wagner G. de. Humanização na saúde: um projeto em defesa da vida? Interface – Comunic, Saúde, Educ, v.9, n.17, p.389-406, mar/ago 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/%0D/icse/v9n17/v9n17a16.pdf Acesso em: 04 de fevereiro de 2016.

DALLABONA, Sandra R., MENDES Sueli M. S.; O lúdico na educação infantil: jogar, brincar, uma forma de educar. Revista de divulgação técnico, 2004 – posuniasselvi.com.br Disponível em: http://www.posuniasselvi.com.br/artigos/rev04- 16.pdf Acesso em: 02 de fevereiro de 2016.

DEPIANTI, B. R. J., et al. Nursing perceptions of the benefits of ludicity on care practices for children with cancer: a descriptive study. Online braz j nurs [online]. 2014, vol.13, n.2, pp. 158-165. Disponível em: http://www.revenf.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676428520140002000 05 Acesso em: 03 de fevereiro de 2016.

FREITAS, Alana; et al. A importância da ludicidade e influência na melhoria da saúde do paciente oncológico infantil hospitalizado. Disponível em: http://www.fjn.edu.br/revistaeciencia/artigos/artigo4.pdf.Acesso em 11 de Outubro de 2016.

FUJISAWA, Dirce Shiuko; MANZINI, Eduardo José; Formação acedêmica do fisioterapeuta: a utilização das atividades ludicas nos atendimentos de crianças. Proffessional training in physiotherapy: the use of play active in thetreatmentofchildren.Disponivel em:www.scielo.br/pdf/rbee/v12n1/31985.pdf. Acesso em 12 de Outubro de 2016.

GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 2. ed. São Paulo: Phorte Editora Ltda, 2005.

GOMES, Ilvana Lima V. Humanização na Produção do cuidado à criança hospitalizada: Concepção da equipe de enfermagem. Trab. Educ. Saúde Rio de Janeiro, n.1 125-135 mar/jun 2011. Disponível em: http://www.revista.epsjv.fiocruz.br/upload/revistas/r336.pdfAcesso em: 02 de fevereiro de 2016.

GURGEL, Luciana Araújo, LAGE, Maria Vieira. Atuação psicológica na assistência à criança com câncer: da prevenção aos cuidados paliativos. Revista de Psicologia, Fortaleza, v. 4 – n. 1, p. 83-96, jan./jun. 2013 Disponível em: http://200.129.29.202/index.php/psicologiaufc/article/view/793 Acesso em: 01 de abril de 2016.

LE BOULCH, Jean. O desenvolvimento psicomotor: do nascimento aos 6 anos. Ed. Artes Médicas, Porto Alegre, 1982. LIMA, Mayara Barbosa Sindeaux. Descrição e Avaliação das Brinquedotecas Hospitalares em Belém. 1° Ed. Disponível em http://www.ufpa.br/ppgtpc/dmdocuments/MESTRADO/DissertMayara%20Lima2011.p df Acesso em 25 de Outubro de 2015.

LIMA, Kálya Y. N. de ; SANTOS, Viviane E. P. O lúdico como estratégia no cuidado à criança com câncer. Rev Gaúcha Enferm. 2015 jun;36(2):76-81.Versão on-line Português/Inglês: www.scielo.br/rgenfwww.seer.ufrgs.br/revistagauchadeenfermagem. Acesso em: 03 de fevereiro de 2016.

MARQUES, Amélia Pasqual; SANCHES, Eugênio Lopes. Origem e evolução da Fisioterapia: aspectos históricos e legais. Fisioterapia e Pesquisa, [S.l.], v. 1, n. 1, p. 5-10, dez. 1994. ISSN 2316-9117. Disponível em: . Acesso em: 03 fev. 2016. doi:http://dx.doi.org/10.1590/fpusp.v1i1.75027.

MENDES, Livia R.; BROCA Priscila V.; FERREIRA, Maria A. A Leitura mediada como estratégia de cuidado lúdico: Contribuição ao campo da enfermagem fundamental.Esc Anna Nery RevEnferm 2009 jul-set; 13 (3): 530-36. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ean/v13n3/v13n3a11 Acesso em: 02 de fevereiro de 2016.

MICHELET, André Classificação de jogos e brinquedos A Classificação I.C.C.P. Disponível em: http://abrinquedoteca.com.br/pdf/47ain.pdfAcesso em: 01 de abril de 2016.

MOREIRA, Helenara S. B, LIMA, Andréa C. de; VILAGRA, José M.; MELIN, Mariana B. Um olhar da fisioterapia no atraso do desenvolvimento motor em creches públicas. Revista Varia Scientia v.09, n.15, p. 27-34, 2010. Disponível em: http://erevista.unioeste.br/index.php/variascientia/article/view/3916/3031 Acesso em: 13 de fevereiro de 2016.

MOTTA, Alessandra B.; ENUMO, Sônia R. F. Brincar no hospital: estratégia de enfrentamento da hospitalização infantil. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 9, n. 1, p. 19-28, 2004 Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pe/v9n1/v9n1a04. Acesso em: 02 de fevereiro de 2016.

OLIVEIRA, Sheila M.S. de; ALMEIDA, Carla S. de; VALENTINI, Nádia C.; Programa de fisioterapia aplicado no desenvolvimento motor de bebês saudáveis em ambiente familiar. Rev. Educ. Fís/UEM, v. 23, n. 1, p. 25-35, 1. trim. 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/refuem/v22n1/a03v22n1.pdf Acesso em : 02 de fevereiro de 2016.

PAPALIA, D.E.; OLDS S.W.; FELDMAN R.D. Desenvolvimento Humano. Ed Porto Alegre: AMGH, 2010. PETRI, Fernanda C. História e interdisciplinaridade no processo de humanização da fisioterapia. Dissertação de Mestrado. Disponível em: http://cascavel.ufsm.br/tede/tde_arquivos/27/TDE-2006-12-12T063743Z279/Publico/Fernanda.pdf Acesso em: 03 de fevereiro de 2016.

REBELATTO, José R., BOTOMÉ, Sílvio P. Fisioterapia no Brasil. Fundamentos para uma ação preventiva e perspectivas profissionais. 2ª Edição Ed. Manole, S. Paulo, 1999.

SÁ, Miriam R.C de. GOMES, Romeu. A promoção da saúde da criança: a participação da Fisioterapia. Ciência & Saúde Coletiva, 18(4):1079-1088, 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v18n4/21.pdf Acesso em: 02 de novembro de 2015.

SHAFFER, David R. Psicologia do Desenvolvimento Infância e Adolescência. Ed. Thomson, São Paulo, 2005.

SOUZA, Luís S. et al. O Brinquedo Terapêutico e o lúdico na visão da equipe de enfermagem. J Health Sci Inst. 2012;30(4):354-8 Disponível em: http://189.2.156.229/comunicacao/publicacoes/ics/edicoes/2012/04_outdez/V30_n4_2012_p354a358.pdf Acesso em: 02 de fevereiro de 2016.

WILLRICH, Aline, et al. Desenvolvimento motor na infância: influência dos fatores de risco e programas de intervenção. Disponível em: http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2009/RN%202009%201/226%20.pdf Acesso em: 02 de fevereiro de 2016.

VERDI, Marta; MATIAS, Claudia Maria S.; FINKLER, Mirelle. A dimensão éticoestético-política da Humanização do SUS: estudo avaliativo da formação de apoiadores de Santa Catarina (2012-2014) Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, 24(3):363-372, jul-set 2015. Disponível em: http://scielo.iec.pa.gov.br/pdf/ess/v24n3/v24n3a03.pdf Acesso em: 02 de fevereiro de 2016.