REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202208181005
Maria Eliene Galdino Rodrigues
RESUMO
A família, vista como uma instituição, mudou ao longo dos anos, desde seus interesses, forma de educar e modelo. Refletindo sobre as famílias de hoje em dia percebe-se que ela está em crise, não existe um modelo padrão, contudo existe um modelo tradicional que sempre foi respeitado, aquele constituído de pai, mãe e filhos. Diante desta mudança que as famílias sofreram, a pergunta que desencadeou é a seguinte: As escolas estão preparadas para lidar com estas novas famílias? Para fundamentar a pesquisa, foram consultados os autores Philippe Ariès, Pedro Demo, António Nóvoa, José Maria de Paiva, entre outros.
Palavras – chave: Família; formação de professores; escola.
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa abordou sobre a importância da família no processo de educação escolar. O interesse pelo estudo deste tema surgiu a partir de leituras e contextos onde sempre ouvíamos queixas de gestores e professores com a falta de interesse, das famílias junto à escola, contextualizando escola e educação com o objetivo de esclarecer quais as alternativas e estratégias que a escola disponibiliza a família para seu envolvimento no processo de educação escolar.
Nos questionamos também sobre outro aspecto, qual seja, se existe correlação entre desempenho escolar dos estudantes e participação efetiva da família nas atividades propostas pela escola.
É importante abordar que se notou que os pais que mais precisariam estar presentes no âmbito escolar se ausentam sem ao menos comparecer às reuniões e eventos propostos pela escola ou até mesmo para saber como está se dando o processo de escolarização de seu filho.
Considerando no contexto escolar, boa parte destas crianças já frequentam a escola, em alguns casos específicos, estas ficam em período integral. Retornando, é na escola que estas crianças irão expor seus sentimentos, angústias e possíveis problemas, muitas vezes de mau comportamento, decorrentes de fatos que estão acontecendo em sua vida pessoal. Diante deste olhar, a escola é responsável pelos seus alunos, não só em educar, ensinando os conteúdos propostos, mas o de ter um olhar atento para possíveis mudanças de comportamento, interferindo e possibilitando que este aluno construa sua personalidade de forma digna e correta. A questão é que, quando em prática estas circunstâncias ocorrem, o professor consegue auxiliar este aluno? Sua teoria é suficiente para lidar com estas situações? Qual a postura da direção diante destes fatos? É baseado nestas questões que se ressalta a pergunta norteadora, as escolas estão preparadas para lidar com os modelos de família atual? De maneira geral, não, a escola não está preparada para lidar com esta questão. Mas por quê?
Para responder a este problema, a pesquisa será bibliográfica, baseando-se em alguns autores. É desta maneira, com o foco na família, na escola e na formação do professor que esta pesquisa se desencadeia, possibilitando um olhar crítico e uma análise dos dados obtidos.
Concluímos com as pesquisas que a escola não está satisfeita com a participação dos pais, no entanto, nos questionamos quais são as alternativas que a escola vem propiciando as famílias, o tema de pesquisa surgiu a partir de observações no ambiente escolar que nos levaram a buscar compreender o tipo de relação que existe entre escola e família e se existe implicações no desempenho escolar.
2 DOS CONCEITOS SOBRE EDUCAÇÃO/FAMÍLIA/ESCOLA
2.1 A Família e suas transformações
Compreende-se, através de relatos e observações vistos em falas de professores em momentos de realização dos estágios curriculares do curso de Pedagogia, que a estrutura familiar se mostra como um fato importante na permanência do aluno na escola, podendo evitar ou intensificar a evasão e a sua repetência escolar. No ambiente familiar, a criança aprende a resolver seus conflitos, suas emoções a lidar com as diversidades da vida.
Segundo Paulo (2010), geralmente, quando pensamos em família, vem à mente um pequeno grupo social, composto por um casal e seus filhos. Esse contexto era tão presente na sociedade que acabamos ignorando qualquer outra forma e desprestigiando outros vínculos que se formam com pessoas de fora desse quadro familiar.
Como nos relata Paulo (2010) família era vista, tradicionalmente, como um grupo de pessoas composto de pais e filhos, que apresenta uma comunidade de nome e domicílio, e é fortemente unido pela identidade de interesses e fins morais e materiais, organizado sob a autoridade de um chefe, o pater famílias.
A Constituição Federal de 1988 representou um marco na evolução do conceito de família, ao corporificar o conceito de (LÉVI-STRAUS, Apud Genofre, 1997, p. 57) , de que o traço dominante da evolução da família é sua tendência a se tornar um grupo cada vez menos organizado e hierarquizado e que cada vez mais se funda na afeição mútua. A configuração da família tradicional por vezes, era vista como algo universal, que existia dessa mesma forma desde que o homem é homem. Porém, as configurações familiares, no decorrer de sua história, fazem perceber que são tantos e tão variados os tipos de estrutura familiar, que dificilmente se pode restringir a uma definição tão simples.
Assim, Lévi-Strauss busca conceituar família como o grupo social originado em um casamento (entendido aí como união de duas ou mais pessoas), constituído pelas pessoas casadas e sua prole, cujos membros são ligados entre si por laços legais, direitos e obrigações econômicos e religiosos, direitos e proibições sexuais, e sentimentos psicológicos, tais como o amor, o afeto, o respeito, etc. (LÉVI- STRAUSS, apud PAULO, p. 9)
A vida em família e a organização familiar não fogem a essa regra. Observa-se, nas últimas décadas, que a instituição familiar vem sofrendo profundas transformações no seu modo de se estruturar e nas relações entre seus integrantes.
Para compreender melhor esse processo, é importante esclarecer, antes de mais nada, o que é a família e o que caracteriza, essencialmente, esse conceito. De acordo com Paulo (2010), demoliu definitivamente, as fantasias sobre família enquanto fato substancialmente natural, fundado sobre uma essência biológica […] “a família biológica é uma abstração indeterminada, sem relação mais profunda com a realidade histórica” (LÉVI-STRAUSs, apud PAULO, 2010, p. 6). Por essa perspectiva, a família seria muito mais como uma “invasão da cultura no campo da natureza” do que algo biologicamente dado.
[…] as famílias já variaram muito em sua forma e estrutura no decorrer da História, desde a época colonial, em que eram extensas, vivendo em torno da figura patriarcal, passando pela família nuclear dos séculos XIX e XX, chegando nas múltiplas possibilidades havidas no mundo contemporâneo, muitas das quais antes sequer poderiam ser imaginadas, cada vez mais a realidade parece se afastar do conceito inicial que se tinha disto que chamamos de família, exigindo que pensemos e repensemos a esse respeito, deixando de lado a situação já dada, e partindo para encontrar bases, fundamentos e balizas seguras, porém renovadas, para que, reformulando o conceito, possamos melhor regular a infinidade de tipos familiares que a cultura e os novos padrões de relações humanas vão produzindo. (PAULO, 2010, p. 35)
As transformações foram ocorrendo se elencando ao longo do tempo, com suas mudanças, especialmente nas últimas décadas. Segundo Passos (2015) embora as metamorfoses das famílias venham ocorrendo com certa rapidez, elas são fruto dos signos culturais engendrados ao longo da história. Os deslocamentos de lugares e funções de cada membro da família, assim como para a determinação de um espaço privilegiado no que diz respeito à criança têm implicações na trama familiar e afetiva que se desenrola entre os indivíduos do grupo.
As famílias tradicionais eram encontradas na Idade Média e, no antigo regime, eram compostas por muitos membros as uniões conjugais eram marcadas pela preservação do patrimônio familiar, os casamentos eram definidos pelos pais em idade precoce dos filhos prevalecendo uma visão de mundo de uma família de autoridade.
A família que é composta de pais, mães e filhos sofreu inúmeras transformações no decorrer do tempo. Ariés (1978, p. 273) aponta que no período da Idade Média não havia intimidade familiar, a vida no passado, até o século 17, era vivida em público.
De acordo com Ariés (1978, 2010) o sentimento de infância praticamente só ocorreu a partir da Renascença. Até o século XVII a criança ocupava um papel periférico na família. Segundo o autor, até a o século XVII não havia lugar para a infância no mundo ocidental, no sentido de uma particularidade infantil diferenciada do mundo adulto […] o sentido de infância só surgiu no final do século XVII, quando a criança começou a ser vista como centro do grupo familiar.
[…] a família transformou-se profundamente na medida em que modificou suas relações internas com as crianças, e começou a estabelecer um laço de intimidade com os filhos, a se preocupar com sua educação e a cultivar um sentimento de afeto para com eles. Conforme o autor, a partir da segunda metade do século 17, período em que marca o início da Idade Moderna, a aprendizagem tradicional é substituída pela escola. (Ariés 1978, p. 225)
Engels (1982) demonstra três estados do desenvolvimento da cultura, o estado selvagem, onde se predomina de produtos naturais, considerado infância do gênero humano corresponderia a formação de grupos onde cada homem pertencia a todas as mulheres e cada mulher pertencia a todos os homens. Barbárie quando nos demonstra avanços no trabalho humano, a Barbárie caracterizada pela redução do grupo a sua unidade última que é o par, ou seja, o casal. A civilização baseada no período das indústrias em um modelo de monogamia onde a dominação do homem com o objetivo dos seus filhos preserva a riqueza através da herança, essas culturas gregas romanas nos mostra uma forma de família monogâmica.
Em verdade, os estudos antropológicos mostram que a forma que a família foi assumindo atendeu a determinações históricas, devendo a família monogâmica, a sua origem, ao surgimento da ideia de propriedade na mente humana, e ao desejo do homem de transmitir seus bens a seus herdeiros legítimos, o que exigiu o estabelecimento da paternidade incontestável, só possível, pelo menos naquele tempo, com consentimento de exclusividade dos favores sexuais da mulher ao marido (PAULO, 2010, p. 15).
Assim sendo, quando a proposta é conceituar família, não é possível abrir mão de fazer uma análise das circunstâncias sócio históricas. A dimensão histórica modifica a noção de família, que deve ser relativizada conforme o contexto. Como a tantas outras instituições, a família é também produzida culturalmente, modificando sua estrutura, sua função e seu significado social conforme a época e a localidade. Mesmo a família monogâmica não se apresenta da mesma forma, em todos os lugares e em todos os tempos. (PAULO, 2010, p. 15).
Com as mudanças na sociedade, ao longo de todo tempo, não podemos mais elencar somente aquela família tradicional como é vista pela sociedade. Na atualidade, há tipos de família com suas diferentes formas, definidas por: família monoparental, quando somente tiver um ascendente, mãe ou o pai, que pode ser falecido do outro, até mesmo por separação, ou pai ou mãe solteiro. A família homo afetiva é aquela quando os dois são do mesmo sexo, homens ou mulheres, e a família clássica composta por pai e a mãe, além dos filhos aquele conceito de família tradicional.
De acordo com Louzada (2011, p. 17) se considerarmos e entendermos somente o casamento, a união estável e a família monoparental como elementos fundantes de entidade familiar, deixaremos desabrigados um enorme feixe de indivíduos, que destinam seus afetos a pessoas de sexos iguais ao seu. O modelo familiar hoje, é o da família eudemonista, onde cada cidadão é importante em sua individualidade, com o direito se ser feliz, independentemente de sua orientação sexual. Pautar direitos tendo como parâmetro o sexo a quem é destinado nosso afeto, é perverso e injusto (LOUZADA, 2011, P. 18).
Segundo Paulo (2010, p.36) podemos ressaltar diversas funções e atribuições dadas à família na organização social, onde ela colabora com a sociedade, que chamamos de “base do Estado”, quais são:
I.. Função procriativa: De gerar filhos, garantindo a preservação da espécie. Esta função, entretanto, não é mais tida como essencial à concepção de família, o direito desenvolveu a concepção de paternidade socioafetiva e tem conferido, cada vez mais contundentemente, importância jurídica ao afeto.
III. Função econômica (mantenedora): De garantir a seus membros a sobrevivência e uma vida material digna, não sendo esta, obviamente, uma função apenas dessa entidade, mas também do Estado e da sociedade como um todo. Função emocional e psicológica: De fornecer a seus membros um clima de amor, segurança emocional, paz, compreensão e carinho, que proporcione a todos consolos e apoio mútuos, nas intempéries, e possibilite que alcancem a felicidade. A criança necessita das ligações afetivas estabelecidas com seus cuidadores, as quais ela não quer (não pode!) Perder.
IV. Função de desenvolvimento das potencialidades humanas: De desenvolver a personalidade e promover a dignidade de seus membros, de fornecer os cuidados essenciais para o crescimento e desenvolvimento físico, psíquico e social deles.
V. Função educativa e socializadora: De prestar ensinamentos aos filhos, transmitindo-lhes os hábitos e costumes, os conhecimentos e fundamentos necessários à vida em sociedade, possibilitando assim que a criança se aproprie do mundo à sua volta, à medida em que internaliza a cultura que a família reproduz em seu interior. Os pais são os primeiros modelos que os filhos possuem.
VI. Função de continuidade da cultura: A transmissão da cultura, com seus valores e normas, para os filhos, visando que eles se tornem capazes de sobreviver junto a outros de sua espécie, garante também a continuidade das tradições e a manutenção dessa cultura.
VII. Função de reprodução das relações sociais: Com todas as diversidades naturais e culturais existentes, a família é sempre usada para reproduzir relações sociais. Mitchell é um dos que critica a “ideia absurda de que a família possa ser isolada da comunidade, e de que suas relações internas não reproduzam, em seus próprios termos, as relações que predominam na sociedade”. Em verdade, segundo ele, “a família (…) torna-se inevitavelmente um reflexo dessa mesma sociedade”.
Muitos autores, seguindo esse raciocínio, ressaltam a função da família burguesa de propagar a submissão e subordinação de seus membros à autoridade. Nessa perspectiva, a família burguesa desenvolveria relações autoritárias em seu interior, que se articulariam dialeticamente com o autoritarismo existente na sociedade, reproduzindo esse tipo de relação em um consenso acrítico. Ela funcionaria como uma agência psicológica de internalização da submissão e da fixação da necessidade de dominação de um homem pelo outro. (PAULO, 2010, p. 41)
Podemos ressaltar que, família é uma série de relações que vai mudando ao longo do tempo através da sua constituição e preservação de cada geração, que acompanha a mudança da cultura, de geração para geração.
2.2 Educação Escolar
Saviani (1944) em sua obra “Pedagogia Histórico-Crítica: primeiras aproximações” analisa o conceito de educação e de escola com foco no conceito de trabalho. Traz ao leitor o significado da concepção educacional desta pedagogia que propõem uma interação entre conteúdo e uma realidade concreta, visando a transformação da sociedade através da ação, da compreensão do educando. Outro aspecto importante abordado por Saviani é a relação entre homem e natureza. A partir do conceito de trabalho, entendido como a ação do homem sobre a natureza, em vista de construir as condições necessárias à sua existência, o autor afirma que, diferente dos outros animais, o homem intervém sobre a natureza, adequando-a às necessidades, pois para sobreviver “o homem necessita extrair da natureza ativa e intencionalmente, os meios de sua subsistência” (SAVIANI, 1993 p.11).
Segundo Saviani (1993), a educação também é uma forma de trabalho, denominado o trabalho não-material onde se encaixam na produção de ideias, valores, conceitos entre outros. A forma de trabalho de educação é aquela dos quais o produto não se separa do produtor, se encaixando no perfil do aluno e professor.
Segundo Saviani (1993) a educação é também um fenômeno eminentemente humano, o que significa dizer que ela é, ao mesmo tempo, uma exigência do processo de trabalho, sendo ela própria um processo de trabalho.
O trabalho se instaura a partir do momento em que o seu agente antecipa mentalmente a finalidade de sua ação. Consequentemente, o trabalho não é qualquer tipo de atividade, mas uma ação adequada a finalidades. É, pois, uma ação intencional (SAVIANI, 1993, p.21)
O ser humano se diferencia dos outros animais, pois ao invés de adaptar- se a natureza como estratégia de sobrevivência, o homem transforma-a adaptando-a à suas necessidades. Ao transformar a natureza, por sua vez, o homem acaba transformando também a si próprio, visto que cria novas necessidades e novos modos de viver. O trabalho humano caracteriza-se, portanto, pela intencionalidade. Mas podemos ver que o ser humano nunca está satisfeito com suas conquistas e suas descobertas, sempre está em busca de novas descobertas para que assim possam melhorar e produzir e reproduzir coisas novas para sua vida. Assim, esse método de produzir bens necessário para viver é chamado de processo de trabalho.
Segundo Poli (2014) a educação é o processo cultural pelo qual a sociedade prepara seus membros para viver em sociedade. Como trabalho não material a educação tem a ver com ideias, conceitos, valores, hábitos entre outros. Porém do ponto de vista da educação, esses elementos não interessam por si próprios. Ao contrário, só interessam na medida em que são necessários para que sejam assimilados, em vista a constituição de uma segunda natureza nas pessoas, a natureza cultural.
Isso porque a natureza humana não é dada ao homem no seu nascimento, mas sim é por ele produzida sobre a base da natureza biofísica. Em outras palavras, aquilo que não é garantido ao homem (pela natureza biofísica), deve ser construído historicamente pelos seres humanos. Ou seja, aquilo que não é garantido ao ser humano ao nascer deve ser construído historicamente pelos próprios seres humanos, por meio do processo de educação. Assim o trabalho educativo se torna o ato de produzir, direta e intencionalmente em cada indivíduo, a humanidade historicamente construída.
Saviani (1993) questiona sobre a possibilidade de uma teoria de educação que possa captar criticamente a escola como instrumento capaz de construir a superação da marginalidade. Para isso é preciso se conquistar um tratamento diferenciado a respeito da diferenciação entre cada um e os diferentes ritmos de aprendizagem no sentido de suprir a carência desses educandos.
[…] se a educação não se reduz ao ensino, é certo, entretanto, que ensino é educação e, como tal, participa da natureza do fenômeno educativo. Assim a atividade de ensino, a aula, por exemplo, é alguma coisa que supõem ao mesmo tempo na presença do professor e a presença do aluno[…] (SAVIANI, 1993p.16)
A respeito das frases apresentadas, ou seja, o ato de dar aula é impartível da construção desse ato e de seu consumo. Com isso a aula é conduzida e consumida ao mesmo tempo, aula essa produzida pelo mediador e consumida pelo aluno. A escola deve estar em consonância com sua função formadora de um indivíduo crítico para que possa lidar com todas as situações que possam surgir em sua vida.
Paulo Freire (1999 p,18) diz que:
a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda se a opção é progressista, senão se está a favor da vida e não da morte, da equidade e não da justiça, do direito e não do arbítrio, da convivência com o diferente e não de sua negação, não se tem outro caminho senão viver a opção que escolher.
Sendo assim, Paulo Freire nos mostra que a educação sozinha não irá para a frente, não irá se transformar muito menos a sociedade que para isso as duas precisam estar andando em uma linha só. Nesta perspectiva o objeto da educação se torna, de um lado, a identificação dos elementos culturais que necessitam ser assimilados pelo ser humano para que ali se tornem humanos e, ao mesmo tempo, definir formas mais adequadas para atingir tais objetivos.
No entanto, esse processo deve ser contínuo sendo repetido a cada novo indivíduo que nasce e se torna parte da sociedade. Inicia-se no espaço doméstico, nos primeiros anos, onde a criança aprende alguns conhecimentos e hábitos para uma vida, a começar pela fala, cuidados com a higiene entre outros. Para Gonçalves (1994) a criança quando nasce é a mais vulnerável das espécies mais que, no entanto, é o mais cheio de possibilidades, pois, vive em transformações que permitem o processo de aprendizagem.
Ainda segundo o pensamento de Libâneo (1999): “A educação é um fenômeno social e universal necessário à existência e funcionamento de todas as sociedades. […] Não há sociedade sem prática educativa nem prática educativa sem sociedade” (LIBÂNEO, 1994,p.16).
É neste sentido que Saviani (1993) aponta que não há como a sociedade humana existir sem que haja práticas educativas que preparem seus membros para a vida social, por meio da construção dessa segunda natureza em cada um dos seus membros. Verifica-se que não tem sentido pensar na existência de processos educativos separados de uma sociedade que as necessite. Ainda na linha de pensamento de Saviani (1993) a educação não se reduz ao ensino, mas sim participa da natureza própria do fenômeno educativo, pensa ser possível mostrar as considerações gerais, a própria formação pedagógica através da escola é um indício da especificidade da educação, ou seja, se a educação não fosse dotada de uma identidade própria seria impossível a sua institucionalização.
A escola, por sua vez, é uma instituição cujo papel é a socialização do saber sistematizado, não porque o mesmo tenha um valor em si próprio, mas enquanto um elemento indispensável à concretização da natureza humana em cada ser humano. É importante também ter presente que a escola tem a ver com o conhecimento científico e não com a mera opinião. Isso significa dizer que é a partir do saber sistematizado que se organiza o currículo (POLI, 2014, p.7)
A escola então tem a ver com o problema da ciência, o saber metódico, sistematizado, escola esta que existe para possibilitar a aquisição dos instrumentos que propicie acesso ao saber, as atividades da escola devem se organizar a partir disso.
Compreende-se que” […], para existir, na escola não basta a existência do saber sistematizado. É necessário viabilizar as condições de sua transmissão e assimilação[…]” (SAVIANI 1999, p.23) é neste sentido que saber dosar no espaço escolar é muito importante.
Segundo Libâneo (1994) o ensino se dá com a transformação e desenvolvimento dos domínios de conhecimentos e habilidades dos alunos, aumentando suas capacidades intelectuais, considerando os níveis de conhecimento que o aluno já possui. Porém o autor nos diz na maioria das vezes que a escola se limita a apenas transmitir conhecimento, repetir exercícios de memorização, o que torna a aprendizagem do aluno muito limitada.
A atividade de ensinar é vista, comumente, como transmissão da matéria aos alunos, realização de exercícios repetitivos, memorização de definições e fórmulas. O professor “passa” a matéria, os alunos escutam, respondem o “interrogatório” do professor para reproduzir o que está no livro didático, praticam o que foi transmitido em exercícios de classe ou tarefas de casa e decoram tudo para a prova. […] (LIBÂNEO 1994, p 78).
No entanto, o autor coloca que, na maioria das vezes, o foco da escola se restringe a transmitir conhecimentos, repetir exercícios de memorização, o que torna a aprendizagem do aluno muito limitada.
[…] o professor “passa” a matéria, os alunos escutam, respondem o “interrogatório” do professor para reproduzir o que está no livro didático, praticam o que foi transmitido em exercícios de classe ou tarefas de casa e decoram tudo para a prova. […] (LIBÂNEO 1994, p 78).
Segundo Libâneo (1994), uma das principais funções do ensino é a transmissão e assimilação de conteúdos sistematizados, baseados na ciência e nas experiências sociais da humanidade que, na mesma perspectiva do autor são habilidades e hábitos relacionados aos conhecimentos que são métodos e processos de aprendizagem e de estudo, além de convicções e atitudes, modos de agir, sentir e pensar o mundo. Sem esses conhecimentos o educando não conseguirá inserir-se na sociedade, nem terá independência de pensamento. Cabe ao professor mediar esse conhecimento de maneira que transforme o educando.
Nenhuma criança nasce com essas capacidades cognoscitivas prontas e acabadas. Elas vão-se desenvolvendo no decorrer da vida e, particularmente, no decorrer do processo de ensino, pois podem ser aprendidas no processo de assimilação de conhecimentos. (LIBÂNEO 1994, p 84).
A criança não aprende tudo em uma aula. Algumas conseguem aprender mais rapidamente e outras necessitam de mais tempo, contudo segundo Libâneo (1994) por vezes a escola exige da criança apenas a memorização de determinados conteúdos. Isso, no entanto, não significa que aprenderam pois segundo o autor o conhecimento só se constrói quando o estudante move suas próprias energias cognoscitivas estabelecendo relações entre os conteúdos estudados e o seu cotidiano.
2.3 A família no processo escolar/relação família e escola
Atualmente discute-se muito sobre qual o verdadeiro e real papel da escola, qual é o papel da família nesta questão educacional da criança. É importante ressaltar que o papel da escola é pedagógico, mas como nós trabalhamos em um ambiente coletivo e integrado com a sociedade, não há como não trabalhar na formação moral e ética dos nossos alunos, sendo assim isso faz parte de um dos objetivos da escola mesmo sabendo que a primeira instituição é a família.
A partir de comentários de professores e gestores de escolas pudemos observar que a escola e a família constituem dois contextos de desenvolvimento fundamentais para a trajetória de vida do ser humano, os laços afetivos tanto na escola como na família permitem que os indivíduos lidem com conflitos, aprendendo a resolver os problemas do dia a dia.
O papel da escola então torna-se de grande importância, como sendo uma das poucas instituições capazes de contribuir na formação integral do aluno, nos fatores sociais emocionais é claro, em primeiro lugar, educacionais que é a grande função da escola. Portanto, a família deve escolher bem esta instituição, o lugar que ela quer que o filho aprenda, o lugar que ela quer que o filho construa e mantenha essas relações afetivas e educacionais, porque só assim pode haver uma relação de confiança entre a escola e a família.
A parceria da família com a escola sempre será de suma importância para o sucesso da educação, portanto, pais e professores necessitam ser grandes e fieis companheiros nessa caminhada de formação educacional do indivíduo.
Em conversa com alguns professores e gestores de escolas percebeu-se que, na sua opinião, os fatores socioeconômicos e familiares interferem no rendimento escolar dos alunos, mas as relações de proximidade da família com os objetivos da escola podem diminuir esses efeitos, fazendo com que a criança/aluno se torne mais participativo melhorando seu rendimento escolar. É compromisso da família acompanhar o processo educativo vivido pelos seus filhos, dialogando com a escola e assumindo assim suas responsabilidades que ali lhe são dadas.
De acordo com Bhering, Siraj-Blatchford (1999) a influência da família está relacionada com a contribuição na formação do desenvolvimento educacional do filho. A família deve mostrar interesse, valorizar aquilo que o filho vem se comprometendo com a escola, cultivar uma cultura familiar que favoreça a aprendizagem também dos conceitos, o que eles aprendem na escola que eles vivenciem em casa, a criança precisa saber o que tem sentido por que eu uso o que eu aprendo na escola, o que eu vou aprender na minha família na minha sociedade.
A ligação entre escola e família é um fator essencial para o indivíduo, pois são essas duas ligações que respondem por preparar o indivíduo para conviver e atuar na sociedade, o envolvimento das famílias na escola é de extrema importância, gerando assim efeitos positivos tanto nos pais como nos profissionais de mediação, nas escolas e na sociedade.
A família tem um papel importante na modificação da conduta de seu filho com o meio social. É a partir daí que a criança adquire conhecimentos para interagir em diferentes ambientes, independente da cultura e suas regras pois é a família que é responsável por educar os indivíduos para conviver em sociedade (GUZZO, TIZZEI, 2007).
Segundo (Guzzo e Tizzei, apud Fraga 2013, p. 42) “A família representa um ambiente extremamente importante para o desenvolvimento da criança, porque é o primeiro sistema em que o ser humano se insere na sociedade, por meio do qual começa a estabelecer seu vínculo com o mundo”.
Conforme (Rubinstein apud Fraga 2013, p. 2) o aprendizado que a escola propicia aos alunos não é apenas o conhecimento social, mas também os valores e ideais. A escola é onde acontece a continuidade dos princípios que são adquiridos ainda na família, assim a escola permanece encarregada a receber e orientar os alunos juntamente a educação da família, para que assim andem juntas com a intenção de formar um indivíduo no meio social.
De acordo com (Cardoso 2009, apud Fraga 2013, p.2), o papel da escola vem sendo relacionado nas questões de relação sociais e nos valores compete à escola tornar assim a criança um cidadão capaz de exercer a sua cidadania, e também reconhecer seus direitos e deveres enquanto sujeito.
Em conformidade com o parágrafo anterior, família e escola devem sim educar e trabalhar como equipe para que assim propiciem para o sujeito maior segurança para enfrentar as dificuldades que ali os rodeiam. Com isso entende- se que tanto o acompanhamento familiar pode interferir no desempenho da criança. Sendo assim, mostra-se necessário trazer a participação dos responsáveis.
A participação das famílias na vida escolar de seus filhos é comentada por muitos professores em rodas de conversas, são dadas como fatores importantes para o rendimento do estudante em sua vida escolar. Para Bastos (2001), a escola apresenta a preocupação de levar conhecimento científico ao aluno, dando continuidade e complementando a educação familiar.
Fraga (2013) baseado em Anastácio (2009) na educação deve haver conhecimento, e empenho por parte da família em saber o que está ocorrendo dentro dos muros da escola, reconhecer e estimular o aprendizado de seus filhos, colaborando então para sua carreira educacional.
Porém não é isso que observamos em escolas que temos um contato maior com os professores. As manifestações espontâneas de muitos professores indicam que as famílias não estão participando do cotidiano escolar dos seus filhos e consequentemente influenciam negativamente no seu desenvolvimento dentro de sala de aula. Os profissionais da educação buscam estratégias para trazer as famílias para que se envolvam mais no processo de aprendizagem através de reuniões, atividades de integração dos pais e filhos. Porém nem sempre os pais comparecem aos eventos.
Para que haja essa interação dos pais juntamente com a escola é necessário que a escola tenha essa iniciativa de convidá-los e uma das formas utilizadas pela escola para que os pais estejam participando da vida escolar das crianças é o tema de casa, sendo uma resposta para que os pais percebam as dificuldades e o rendimento de seus filhos.
Para Carvalho (2004 apud Fraga 2013, p.2), o dever de casa não apenas afeta o trabalho docente, mas a vida do estudante fora da escola em sua rotina familiar, promovendo assim uma aproximação familiar entre família, aluno e escola. Por tanto, como importante componente de interação entre família.
No mesmo caminho, Carvalho ainda coloca que “o sucesso escolar depende em grande parte, do apoio direto e sistemático da família, que investe nos filhos, compensando tanto dificuldades individuais quanto deficiências escolares”. (CARVALHO, 2000, p.144).
[…] o desempenho das crianças na escola depende, em grande parte, mas não exclusivamente, da participação e colaboração dos pais. Portanto as escolas devem buscar formas de parcerias com as famílias de seus alunos, para que juntos possam desenvolver uma educação proveitosa e de qualidade. (FRAGA, 2013. p.06)
Para Ribeiro e Lomônaco (2002 apud Fraga 2013, p.5), a estratégia mais adequada e eficaz para ganhar a confiança das famílias é abordar assuntos relacionados com a vida escolar de seus filhos, escutar e debater propostas que venham a esclarecer assuntos para os dois lados tanto escola quanto família.
Diante disso, Fraga (2013) ressalta a importância da parceria entre as duas partes que são responsáveis pela educação das crianças na sociedade deve ser colaborativa para que juntas possam desenvolver estratégias para uma educação de qualidade.
Conforme Guzzo e Tizzei (2007, p 54), […] a família e a escola representam importantes contextos que contribuem para o desenvolvimento da criança, seja de forma positiva ou negativa, principalmente, na forma de integração que ambos funcionam.
É inevitável a percepção de que, ao longo dos anos, a família vem forçando diversas circunstâncias transferindo para a escola a tarefa de formar, educar porém essa situação não mais se sustenta. É preciso que trouxemos a família para junto com a escola e que ela possa colaborar de forma clara e objetiva no processo de educar, ou seja que compartilhe junto com a escola a responsabilidade e não transferi-las para terceiros
Segundo Paulo Freire (1999), a mudança é uma constatação natural da cultura e da história, o que ocorre é que há etapas, nas culturas, em que as mudanças se dão de maneira acelerada, é que se verifica hoje. As revoluções tecnológicas encurtam o tempo entre uma e outra mudança.
Sendo assim a escola quer uma maior aproximação com as famílias na busca por mecanismos que favoreça e enriquecem o trabalho, em favor de uma atuação que conscientize as pessoas tanto da escola, quanto da própria família com o intuito de uma maior capacidade de dar respostas a essa sociedade.
Segundo Paro (1997) o autor que realizou um estudo sobre o papel da família no desenvolvimento escolar de alunos do ensino fundamental – a escola deve utilizar todas as oportunidades de contato com os pais, para passar informações relevantes sobre seus objetivos, recursos problemas e também as questões pedagógicas. Com isso, a família poderá se sentir comprometida com a melhoria da qualidade escolar, com o desenvolvimento de seu filho como ser humano.
Freire (1999) deixa claro o que quer dizer, para que se tenha uma maior apropriação no enfrentamento dessas questões socioeducativas no conjunto movimento social o ideal é que a família, juntamente com a escola, se construam metas de formas claras e objetivas com o intuito de que ao aluno haja uma segurança em sua aprendizagem fazendo com que de forma clara ele venha a se construir como cidadãos críticos capazes resolver complexidades que ali lhe são dadas.
Assim, a escola precisa propiciar atividades com propósitos e intencionalidades para assim estar atraindo a família para junto no ambiente escolar, construindo novas oportunidades com clareza para que ali sejam desenvolvidas uma educação de qualidade, sustentada pelos dois vínculos da criança, criando assim uma relação.
Toda pessoa tem o direito a educação, é evidente que os pais também possuem o direito de serem senão educados ou mesmo informados no tocante a melhor educação a ser proporcionada a seus filhos (Piaget, Revista mundo jovem apud, 2007 p.50)
Compreende-se que desta forma a interação e o vínculo escola e família é essencial para que ambas conheçam suas realidades e vivências buscando assim caminhos que permeiam facilitar sua comunicação entre as partes, para o sucesso educacional do aluno e filho.
As famílias juntamente com a escola exercem papéis fundamentais para desenvolvimento da criança e assim constroem pilares no desempenho escolar. Porém para que a escola conheça a família é preciso que a mesma abra suas portas e garanta sua permanência. A escola deve sempre envolver a família de seus alunos em atividades escolares, não apenas para falar dos problemas, mas para ouvi-los e assim construir um vínculo realizado pela escola envolvendo projetos, festas etc.
E neste sentido, o mundo de hoje está vivenciando um período de grandes transformações, transformações estas difíceis de serem aceitas ou até mesmo de serem compreendidas. A família deve se demonstrar presente em diversos momentos da vida escolar de seu filho, implicando assim no envolvimento, comprometimento e colaboração, é importante lembrar e se atentar para as dificuldades não só cognitivas, mas também comportamentais. Nesta perspectiva, a família deve estar pronta para intervir quando for preciso visando o bem de seus filhos. Para Tiba (1996, p.178)
É dentro de casa na socialização familiar, que um filho adquire, aprende e absorve a disciplina para um futuro próximo, ter saúde social […] A educação familiar é um fator bastante importante na formação da personalidade da criança, desenvolvendo sua criatividade, ética e cidadania refletindo diretamente no processo escolar.
Verifica-se que por mais que percebam os problemas das famílias e por consequência dos educandos, se não ocorrer um interesse dos dois lados em tentar solucionar os tais problemas nada valerá, impedindo que a escola e o professor possam juntos construir uma intervenção para o tal sucesso do educando.
O interesse e a participação familiar são fundamentais. A escola necessita saber que é uma instituição que completa a família, e que ambos precisam ser um lugar agradável e afetivo para os alunos/filhos. Os pais e a escola devem ter princípios muitos próximos para o benefício do filho/aluno (Tiba, 1996 p.140)
Segundo Veneza (1987) as transformações em nossa sociedade vieram para dar a divisão de responsabilidades, hoje a nossa sociedade não é mais uma sociedade contemporânea a família não se torna mais a única responsável pelo desenvolvimento da educação escolar das crianças.
Tais transformações ocorridas na família e na escola distribuíram suas atribuições de cada uma delas, Segundo ASSIS (1994, p. 130) é papel da escola “ […] promover o desenvolvimento do indivíduo, tornando-o capaz de enfrentar múltiplas situações […] ” ele aponta também que a escola é uma das coisas mais importantes da sociedade.
Os pais e educadores não podem perder de vista que as transformações pelas quais passa a família continua sendo a primeira fonte de influência no comportamento, toda aprendizagem começa em casa, em meio à família e de maneira informal, mas marcante de aquisição de conhecimento que seguirá ao longo da vida.
A parceria família e escola sempre será fundamental para o sucesso da educação de todo indivíduo, portanto pais e educadores necessitam ser grandes e fiéis companheiros nessa nobre caminhada da formação educacional do ser humano. É preciso, portanto, que a família, seja a composição que cumpra os seus deveres e a escola faça valer sua proposta pedagógica como meta, para que ambos possam atingir seus objetivos na formação dos alunos.
Quando a família se envolve, o aproveitamento escolar é maior. Essa participação pode acontecer incentivando a leitura e a escrita, acompanhando a lição de casa, indo às reuniões de pais etc. Mas para que essa junção aconteça, uma como suporte da outra é necessário que cada uma assume seu importante papel na formação integral do aluno e do filho. O que já se sabe, no entanto, é que a participação dos pais é fundamental, se não decisiva, para um bom rendimento escolar.
Nenhum outro fator tem tanto impacto para o progresso de um aluno quanto a interferência adequada da família. E isso se faz sentir, positivamente, por todo a vida adulta, a participação das famílias na vida escolar de seus filhos, sobretudo, nos primeiros anos do ensino fundamental, é destacada como estratégia importante de apoio à aprendizagem.
Segundo Itamar Melo, quando os pais estimulam o aprendizado e participam da vida escolar de seus filhos, as crianças se alfabetizam com facilidade, conseguem notas melhores.
Portanto, família e escola são distintos, porém os dois tem uma finalidade, ambos tem a responsabilidade de educar as crianças sendo que esta educação será mais eficaz quanto mais em sintonia as duas partes estiverem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A articulação da sociedade e escola mostra-se uma tarefa difícil, mas possível, conforme nos permitiu o entendimento feito por vários autores. Cabe à maior responsabilidade escolar propor práticas e estratégias que possam envolver a sociedade/pais, família a participar da vida escolar da criança filho/aluno. Família e escola têm uma importância em comum, ambas trabalham na perspectiva de preparar o indivíduo para a sociedade formando assim seus futuros cidadãos. Para Santo (2008), por parte da escola deve existir o respeito pelos conhecimentos e valores que os tipos de preconceito e favorece a participação dos componentes da instituição familiar em diferentes oportunidades, estimulando o diálogo com os pais possibilitando-lhes, também, obter um ganho enquanto sujeitos interessados em evoluir e aperfeiçoar como seres humanos e cidadãos compromissados com a transformação da realidade. Esta pesquisa tem um campo muito grande a ser explorado, achamos sim que se deve sim ter mais trabalhos referentes ao tema família e escola pois esta relação é de suma importância na vida escolar das crianças e família presente na escola facilita na organização do processo escolar das crianças.
A pesquisa foi de suma importância em nossas vidas, pois este tema é muito falado em nosso ambiente de trabalho, a relação família e escola vem a cada dia mais ganhando voz e nos levando a querer construir e continuar está relação. A pesquisa em si nos mostrou a grande importância que família e escola proporcionam para as crianças. O tema é de grande relevância para nós que iremos atuar em escolas e com isso, diversos meios, e técnicas para junto com a família construir mecanismos para melhor envolvimento família, escola e criança.
REFERÊNCIAS
ASSIS, Nízia de. Revendo o meu fazer sob uma perspectiva teórico-prática. In: GRINSPUN, Mirian P. S. Zippin (Org.).
BARRETO, de Sá Sigueira Elba. Bons e maus alunos e suas famílias, vistos pela professora de 1° grau, São Paulo. 1981.
BARROS, A. J. P; LEHFELD, N. A. S. Projeto de pesquisa: propostas metodológicas. 3.ed. Petrópolis: Vozes, 1990
BHERING, Eliana; SIRAJ-BLATCHFORD. Iram. A relação escola-pais: um modelo de trocas e colaboração. Cadernos de Pesquisa. São Paulo, n.106, mar. 1999 páginas 191-216. Disponível em http://dx.doi.org/10.1590/S0100-15741999000100010
DMITRUK, Hilda Beatriz (Org.). Cadernos metodológicos: diretrizes do trabalho científico. 8. ed. Chapecó: Argos, 2012.
ESTEVÃO, Edna Aparecida Dos Santos. A importância da participação familiar no rendimento escolar da criança. Disponível em: http://www.redentor.inf.br/ arquivos/pos/publicacoes/04122012Edna%20Aparecida%20Estevao%20-%20TCC.pdf.
ESTEVÃO, Edna Aparecida Dos Santos. A importância da participação familiar no rendimento escolar da criançal. 2013. Disponível em: http://www.redentor.inf.br/ arquivos/pos/publicacoes/04122012Edna%20Aparecida%20Estevao%20-%20TCC.pdf. Acesso em: ago de 2022.
FARIA FILHO, Luciano M. Para entender a relação escola-família: uma contribuição da história da educação. São Paulo em Perspectiva, v. 14, n. 2, p. 44-50, abr./jun. 2000.
FRAGA, Fernando Rocha. A participação dos pais no processo de escolarização dos filhos. Psicologia Escolar. Publicado na Edição de: Agosto de 2013. Disponível em;https://psicologado.com/atuação/psicologia-escolar/a-participacao-dos-pais-no-processo-de-escolarizacao-dos-filhos
FRAGA, Rocha Fernanda. A Participação dos Pais no Processo de Escolarização dos Filhos. Ano 2013. Acesso em: https://psicologado.com/atuacao/psicologia-escolar/a-participacao-dos-pais-no-processo-de-escolarizacao-dos-filhos
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários a prática educativa. 11 ed. Rio de Janeiro; Paz e terra, 1999.
GONÇALVES, Tida Lima; GONÇALVES, Ernesto Lima. Educação : a família desafiada. São Paulo: Paulus, 1994.ISBN 85-349-0182-1.
GUZZO, R. S. L; TIZZEI, R. P. Olhar sobre a criança: perspectiva de pais sobre o desenvolvimento. In: GUZZO R. S.L, et al. Desenvolvimento infantil: família, proteção e risco. Campinas, SP: Alínea, 2007.p.35-57.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1996.
MALAVASI, Maria Marcia Sigrist. M291 p Os pais e a vida escolar dos filhos / Maria Marcia Sigrist Malavazi. — Campinas, SP: [s.n.],2000. MORAES, Roque. Análise de conteúdo. Revista Educação, Porto Alegre, v. 22, n. 37, p. 7-32, 1999
Paro, Vitor Henrique. Qualidade de ensino, a contribuição dos pais. Xamã, 126 p.
PAULO, Beatrice Marinho. Em busca do conceito de família: desafio da contemporaneidade. Disponível em: http://www.rkladvocacia.com/arquivos/artigos/art_srt_arquivo20100324154756.pdf . Publicado em 24 de março de 2010. Acessado Ago de 2022.
POLI, Odilon Luiz. Introdução geral aos estudos sobre trabalho e educação no Brasil. Chapecó, SC: UNOCHAPECÓ virtual, 2014.
POLONIA, Ana da Costa; DESSEN, Maria Auxiliadora. Em busca de uma compreensão das relações entre família e escola. Psicologia Escolar e Educacional [Maringá], v 9, n. 2, p 303-312, 2005. Revista da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE). Disponível em http://www.scielo.br/pdf/pee/v9n2/v9n2a12
RICHARDSON, Roberto J. Pesquisa Social: métodos e técnicas. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2014
ROSSO, José Ademir; SERPE, Bernardete Machado. FAMÍLIA, A PROTAGONISTA NO DISCURSO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA SOBRE AS DIFICULDADES ENCONTRADAS NO TRABALHO PEDAGÓGICO EM SALA DE AULA. Anais do Ix ANPED SUL 2012. Caxias do Sul 29/07 a 01/08/2012. (16p).Disponível em http://www.portalanpedsul.com.br/admin/uploads/2012/Psicologia_da_Educaçao/Trabalho/06_26_38_3234-6850- 1-PB.pdf
SAVIANI, Dermeval, 1944. Pedagogia histórico-Crítico: primeiras aproximações. Demerval Saviani 7:ed, SP: Autores associados, 2000.
SIMIONATO, Marlene Aparecida W.; OLIVEIRA, Rachel Gusmão. Funções e transformações da família ao longo da história Encontro Paranaense de Psicopedagogia – ABPppr – nov./2003. Disponível em http://www.institutounipac.com.br/aulas/2012/1/UBSOC05N1/000229/000/func%C3%B5es%20e%20transforma%C3%A7%C3%B5es%20da%20fam%C3%ADlia%20ao%20longo%20da%20hist%C3%B3ria.pdf
TIBA, Içami. Disciplina, limite na medida certa. São Paulo: Gente, 1996.
VARANI, A.; SILVA, D. C. A relação família-escola: implicações no desempenho escolar dos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, v. 91, n. 229, p. 511-527, set./dez. 2010. Disponível em: http://rbep.inep.gov.br/index.php/RBEP/article/view/1643/1364