A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA EMPRESARIAL

THE RELEVANCE OF FINANCIAL EDUCATION IN BUSINESS MANAGEMENT

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202505272032


Maria Júlia Nogueira Carvalho¹
Vânea Duarte Nunes da Silva²
Edilon Mendes Nunes³


Resumo

O presente artigo tem como objetivo analisar a importância da educação financeira empresarial, considerando seu impacto na gestão organizacional, na produtividade dos colaboradores e na resiliência frente aos desafios econômicos. Trata-se de um estudo de natureza bibliográfica, fundamentado em contribuições teóricas de autores nacionais e internacionais que discutem a evolução da educação financeira desde sua aplicação individual até o contexto corporativo. O levantamento foi realizado a partir de bases acadêmicas como Scielo, Google Scholar, JSTOR e outras fontes especializadas, com foco em obras e artigos sobre gestão financeira, capacitação de gestores e educação financeira nas organizações. Os resultados demonstram que a incorporação da educação financeira à cultura empresarial favorece a tomada de decisões estratégicas, a sustentabilidade econômica, a inovação e a resiliência diante de crises. Constatou-se que gestores e colaboradores financeiramente capacitados tendem a promover maior eficiência operacional, melhor aproveitamento de recursos e melhoria no clima organizacional. No entanto, a pesquisa também evidencia desafios como a resistência à mudança, a falta de formação técnica e a escassez de políticas públicas voltadas à formação continuada. Conclui-se que a educação financeira empresarial representa um diferencial competitivo e uma necessidade urgente para o fortalecimento das micro e pequenas empresas no cenário contemporâneo.

Palavras-chave: Educação Financeira. Gestão organizacional. Economia Empresarial.

1 INTRODUÇÃO

A educação financeira tem se consolidado como um componente essencial na formação de indivíduos e na estruturação de organizações economicamente sustentáveis.

Inicialmente vinculada à gestão das finanças pessoais e domésticas (Lusardi & Mitchell, 2011), sua aplicação tem se expandido para o ambiente escolar e, mais recentemente, para o contexto corporativo, revelando-se um instrumento estratégico para a saúde financeira e a sustentabilidade dos negócios (Peter & Palmeira, 2013; Olivieri, 2013). Nesse cenário, destaca-se a crescente importância da educação financeira empresarial, especialmente para micro e pequenas empresas, que representam a base da economia brasileira, mas frequentemente enfrentam dificuldades de sobrevivência no mercado competitivo.

A ausência de conhecimentos técnicos em finanças, aliada à carência de políticas públicas de capacitação, tem sido apontada como uma das principais causas da fragilidade dessas empresas, comprometendo a gestão do fluxo de caixa, a tomada de decisões estratégicas e a capacidade de enfrentar crises (Cerbasi, 2016; McMahon & Holmes, 1991; Zaborovskaya & Trofimova, 2022). Embora existam iniciativas como a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), sua implementação no setor empresarial ainda é incipiente, sobretudo entre empreendedores de regiões periféricas, que enfrentam maior escassez de recursos e informação.

Nesse contexto, a presente pesquisa tem como objetivo analisar a importância da educação financeira empresarial, considerando seu impacto na gestão organizacional, na produtividade dos colaboradores e na resiliência frente aos desafios econômicos. A escolha pelo recorte empresarial justifica-se pela necessidade de ampliar o debate sobre a formação financeira como parte da estratégia de desenvolvimento das organizações, conforme sugerem autores como Silva et al. (2018), Rosini et al. (2015) e Pinheiro & Hossoé (2024).

A relevância do tema reside, portanto, na urgência de fomentar uma cultura de educação financeira que ultrapasse o campo individual e se incorpore à prática cotidiana das empresas, contribuindo para decisões mais conscientes, uso eficiente dos recursos e fortalecimento do tecido empresarial brasileiro. Esta pesquisa se propõe, assim, a reunir e analisar contribuições teóricas que sustentem a construção de um olhar ampliado sobre a educação financeira no ambiente corporativo, com foco na realidade das pequenas empresas.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 

A educação financeira, inicialmente voltada ao indivíduo e à família, tem sido amplamente discutida como ferramenta essencial para o desenvolvimento da autonomia e da cidadania. Autores como Lusardi e Mitchell (2011) apontam que o letramento financeiro é determinante para decisões cotidianas como consumo, poupança, investimentos e aposentadoria, refletindo diretamente na qualidade de vida. No contexto brasileiro, essa perspectiva é reforçada por autores como Olivieri (2013), que defende a educação financeira como um processo contínuo e formativo, que deve ser estimulado desde a base educacional.

Nesse sentido, a proposta de inserção da educação financeira no ensino básico tem ganhado força. Peter e Palmeira (2013) defendem sua implementação como disciplina escolar desde as séries iniciais, como forma de formar cidadãos mais conscientes e preparados para lidar com os desafios econômicos do cotidiano. Alinhada a essa proposta, a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), implementada pelo governo brasileiro, visa promover uma cultura de planejamento e de uso responsável dos recursos financeiros em todas as fases da vida, incluindo o ambiente de trabalho.

À medida que a educação financeira se amplia, seu foco deixa de ser apenas o indivíduo para abranger também o contexto organizacional. De acordo com Silva et al. (2018), a capacitação financeira dentro das empresas impacta diretamente na produtividade, no clima organizacional e na saúde financeira da organização. Essa diferença é evidente quando comparamos empresas que implementam práticas de educação financeira com aquelas que não o fazem, como demonstrado na Tabela 1:

Tabela 1 – Diferenças observadas entre empresas com e sem práticas de educação financeira

INDICADORESCOM EDUCAÇÃO FINANCEIRASEM EDUCAÇÃO FINANCEIRA
Controle de fluxo de caixaEficienteInexistente ou falho
Tomada de decisãoBaseada em dados e planejamentoIntuitiva ou desinformada
EndividamentoControladoAlto ou desorganizado
Produtividade dos colaboradoresMaiorReduzida
SustentabilidadeAltaBaixa
Fonte: Autores, 2025.


A transição para a educação financeira empresarial revela a importância de formar gestores com competências sólidas em finanças. Valinkevych e Orlova (2019) argumentam que, em um cenário cada vez mais digitalizado e competitivo, o domínio das finanças torna-se um diferencial estratégico para empreendedores. No Brasil, Cerbasi (2016) popularizou essa discussão ao mostrar como o desconhecimento de conceitos financeiros básicos compromete decisões cruciais, como o controle de fluxo de caixa e os investimentos, levando muitos negócios ao fracasso.

A educação financeira tem se tornado um tema de crescente relevância no cenário contemporâneo, especialmente no que se refere à sustentabilidade dos pequenos negócios. Sua importância vai além da compreensão de conceitos básicos de finanças, pois capacita os empresários a gerir seus recursos de maneira eficiente, planejar investimentos, controlar custos e mitigar riscos financeiros, garantindo maior segurança e estabilidade no ambiente empresarial (Pinheiro & Hossoé, 2024).

Mais do que um conhecimento técnico, a educação financeira deve ser entendida como um processo contínuo de aprendizagem, fundamental para o desenvolvimento da capacidade crítica e analítica dos gestores. A habilidade de tomar decisões conscientes sobre a administração dos recursos financeiros impacta diretamente não apenas o sucesso do negócio, mas também a qualidade de vida dos empreendedores e colaboradores, permitindo um equilíbrio entre os objetivos profissionais e pessoais (Olivieri, 2013).

Ao iniciar um empreendimento, o empresário geralmente assume múltiplas funções, o que exige um domínio amplo de diversas áreas, incluindo a gestão financeira. O desconhecimento nesse campo pode comprometer o planejamento estratégico e dificultar a sobrevivência do negócio, uma vez que muitos empreendedores falham por não possuírem conhecimentos adequados sobre fluxo de caixa, controle de despesas e investimentos sustentáveis (Cerbasi, 2016).

No âmbito corporativo, a educação financeira desempenha um papel fundamental no crescimento e na competitividade das empresas. Gestores financeiramente capacitados são capazes de tomar decisões mais informadas e estratégicas, o que contribui para a sustentabilidade do negócio em médio e longo prazo. Além disso, uma boa gestão financeira permite a redução de desperdícios, o melhor aproveitamento dos recursos e a identificação de oportunidades para inovação e expansão (Almeida & Silva, 2022).

A interdependência entre esses elementos pode ser visualizada no ciclo a seguir, que demonstra como a educação financeira impacta diferentes aspectos da gestão empresarial de maneira contínua:

Figura 1 – Ciclo de Impactos da Educação Financeira na Gestão Empresarial

Fonte: Adaptado de Pinheiro & Hossoé (2024); Almeida & Silva (2022); Rosini et al. (2015).

Mais recentemente, Pinheiro e Hossoé (2024) demonstram, por meio de uma revisão sistemática, que a educação financeira empresarial é um dos pilares para a sustentabilidade de pequenos negócios. Segundo os autores, empresários capacitados tomam decisões mais estratégicas, mitigam riscos e ampliam as chances de crescimento do negócio. Essa conclusão é corroborada por Almeida e Silva (2022), que destacam que empresas com cultura financeira bem desenvolvida são mais resilientes frente às crises. McMahon e Holmes (1991), por sua vez, já apontavam desde os anos 1990 que práticas de gestão financeira eficazes são essenciais para a longevidade das pequenas empresas.

A educação financeira, conforme definida por Peter e Palmeira (2013), é a capacidade de um indivíduo fazer julgamentos bem informados e decisões efetivas sobre o uso e gerenciamento de seu dinheiro. No contexto corporativo, essa habilidade se estende a todos os atores sociais envolvidos, desde o principal gestor até o consumidor final. A educação financeira não é restrita às decisões administrativas, mas abrange a atuação de todos os stakeholders, impactando diretamente a saúde financeira da organização (Silva et al., 2018).

Uma boa gestão financeira pode, especificamente, ajudar as pequenas empresas a evitar problemas de liquidez, que são comuns nesse segmento, e a tomar decisões de investimento mais informadas, minimizando os riscos e garantindo maior estabilidade (McMahon & Holmes, 1991). A capacidade de negociar eficazmente com stakeholders e de gerenciar as relações financeiras externas também é essencial para a sustentabilidade no longo prazo, especialmente em um mercado competitivo (Valinkevych & Orlova, 2019).

Além disso, a relação entre a gestão financeira organizacional e a saúde financeira dos stakeholders é clara e harmônica. Essa interdependência é tão importante quanto qualquer outra, com a diferença de que seus efeitos podem se manifestar em prazos curtos, médios e longos, influenciando diretamente o desempenho e a estabilidade do negócio (Rosini et al., 2015).

Entretanto, os pequenos negócios enfrentam uma série de desafios financeiros, como o acesso limitado ao crédito e a gestão inadequada do fluxo de caixa. Muitas vezes, a falta de experiência em gestão financeira por parte dos proprietários leva a decisões mal informadas, resultando em sérios problemas de liquidez e endividamento excessivo, o que pode comprometer a viabilidade do negócio (Pinheiro & Hossoé, 2024; Zaborovskaya & Trofimova, 2022).

A Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) destaca que apenas 16% dos colaboradores são financeiramente capacitados, enquanto 84% enfrentam dificuldades para lidar com o dinheiro. A implementação de programas de educação financeira nas empresas pode reduzir o absenteísmo, diminuir a rotatividade e aumentar a produtividade, beneficiando tanto a organização quanto seus funcionários.

Dessa forma, investir na educação financeira empresarial não é apenas uma estratégia para evitar dificuldades econômicas, mas um diferencial competitivo que fortalece a gestão, impulsiona a produtividade e contribui para o desenvolvimento sustentável das organizações. Empresas que incorporam essa cultura em seu dia a dia tendem a apresentar maior resiliência diante de crises e desafios do mercado, garantindo sua permanência e crescimento no setor em que atuam.

3 METODOLOGIA 

Este estudo configura-se como uma pesquisa de natureza bibliográfica, com enfoque qualitativo, voltada à análise e interpretação de diferentes perspectivas teóricas sobre a educação financeira, com ênfase na sua aplicação empresarial. A investigação teve como objetivo aprofundar a compreensão da evolução conceitual da educação financeira desde sua abordagem voltada ao indivíduo e ao contexto escolar, até sua consolidação como ferramenta estratégica na gestão e sustentabilidade de pequenos negócios.

A escolha pela metodologia bibliográfica justifica-se pela necessidade de reunir, sistematizar e discutir criticamente contribuições de autores clássicos e contemporâneos que abordam a educação financeira em diferentes contextos, como Lusardi e Mitchell (2011), Olivieri (2013), Peter e Palmeira (2013), Silva et al. (2018), Cerbasi (2016), entre outros. Essa abordagem permitiu estabelecer um panorama teórico coerente e articulado com a prática empresarial.

A pesquisa foi realizada com base em fontes secundárias, incluindo livros, artigos científicos, relatórios técnicos e documentos oficiais, com especial atenção às publicações voltadas à gestão financeira em pequenas empresas, capacitação de empreendedores e colaboradores, e os impactos da educação financeira sobre o desempenho organizacional. O levantamento bibliográfico foi feito por meio de buscas sistemáticas em bases acadêmicas como Google Scholar, Scielo, JSTOR, ResearchGate e outras plataformas especializadas.

Durante essa etapa, foram utilizadas palavras-chave como: “educação financeira empresarial”, “gestão financeira em pequenas empresas”, “literacia financeira”, “educação financeira organizacional”, “impactos da educação financeira na produtividade”, entre outras variações correlatas. A seleção dos materiais priorizou autores com reconhecimento nas áreas de administração, finanças, economia e educação, buscando garantir uma fundamentação sólida e interdisciplinar para a discussão proposta.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados desta pesquisa reforçam a relevância da educação financeira como elemento estratégico para a sustentabilidade dos pequenos negócios. A análise da literatura evidencia que, embora o conhecimento sobre finanças seja amplamente reconhecido como essencial, sua implementação prática nas organizações ainda enfrenta diversos desafios, especialmente relacionados ao baixo nível de capacitação dos gestores e colaboradores. Essa lacuna tem impacto direto tanto na saúde financeira das empresas quanto na qualidade de vida dos sujeitos envolvidos em sua gestão (Olivieri, 2013; Pinheiro & Hossoé, 2024).

A trajetória conceitual da educação financeira, conforme discutida neste estudo, mostra que ela evoluiu de um foco estritamente individual como no caso das práticas voltadas à organização financeira pessoal (Lusardi & Mitchell, 2011)  para dimensões mais amplas e coletivas, como a formação cidadã nas escolas (Peter & Palmeira, 2013) e, mais recentemente, a sua incorporação ao ambiente empresarial. Neste contexto, Pinheiro e Hossoé (2024) destacam que a educação financeira empresarial vai além da simples compreensão de conceitos básicos, sendo uma ferramenta indispensável para a tomada de decisões estratégicas, controle de custos, mitigação de riscos e planejamento de investimentos.

Os dados extraídos da literatura analisada indicam que pequenas empresas com gestores capacitados financeiramente tendem a apresentar maior estabilidade operacional e melhores índices de crescimento sustentável. Esse resultado encontra respaldo nas observações de McMahon e Holmes (1991), que já apontavam, desde os anos 1990, a importância de práticas adequadas de gestão financeira como diferencial de sobrevivência para pequenas empresas. Por outro lado, a ausência de conhecimento técnico em áreas como fluxo de caixa e investimentos sustentáveis compromete a continuidade de muitos empreendimentos, contribuindo para situações recorrentes de endividamento e falência (Zaborovskaya & Trofimova, 2022).

A análise dos resultados também revela que a educação financeira não deve ser restrita à figura do gestor. Conforme defendido por Silva et al. (2018), é fundamental que os colaboradores também sejam incluídos em programas de capacitação, pois o domínio de habilidades financeiras pessoais influencia diretamente o desempenho no ambiente de trabalho. Essa perspectiva é reforçada por dados da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), que indicam que a inclusão da educação financeira no cotidiano das empresas pode reduzir significativamente o absenteísmo, aumentar a produtividade e melhorar o clima organizacional.

A integração entre educação financeira e sustentabilidade organizacional também foi uma constante nos achados deste estudo. Rosini et al. (2015) destacam que há uma correlação direta entre uma gestão financeira sólida e a saúde dos stakeholders, o que se traduz em maior coesão interna, inovação e capacidade de enfrentar crises. Essa visão holística foi confirmada ao se observar que empresas com cultura financeira consolidada tendem a apresentar maior resiliência e maior engajamento dos colaboradores.

Contudo, a pesquisa também evidencia obstáculos estruturais e culturais que dificultam a implementação da educação financeira nas pequenas empresas. A resistência dos empresários à mudança, a escassez de recursos financeiros e a ausência de políticas públicas voltadas à formação contínua são fatores que limitam a efetividade dessas iniciativas. Ainda que existam esforços institucionais, como a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), sua penetração nas realidades regionais e empresariais permanece restrita, especialmente em contextos periféricos.

Dessa forma, os resultados sugerem que, para além da conscientização sobre a importância do tema, é necessário fomentar políticas integradas que incentivem práticas educativas contínuas no ambiente corporativo. A consolidação da educação financeira empresarial requer ações coordenadas entre setor público, iniciativa privada e instituições formadoras, com vistas a construir ambientes organizacionais mais saudáveis, sustentáveis e preparados para os desafios econômicos contemporâneos.

Além das análises teóricas realizadas, os principais impactos da educação financeira empresarial podem ser sintetizados graficamente, conforme evidenciado no Gráfico 1. O gráfico ilustra como a capacitação financeira influencia diferentes dimensões organizacionais, como a tomada de decisões estratégicas, a sustentabilidade do negócio, a inovação e a resiliência diante de crises. Observa-se que os impactos mais expressivos ocorrem em aspectos diretamente relacionados à gestão e à continuidade do empreendimento, reafirmando o papel essencial da educação financeira como diferencial competitivo e elemento estruturante na saúde financeira das pequenas empresas.

Gráfico 1 – Impactos da Educação Financeira Empresarial segundo a literatura

Fonte: Autores, 2025.

Diante do exposto, observa-se que a educação financeira empresarial se configura não apenas como uma ferramenta de gestão, mas como um elemento estruturante para o fortalecimento das pequenas empresas frente aos desafios econômicos e operacionais. Sua adoção sistemática contribui para a construção de uma cultura organizacional mais consciente, estratégica e resiliente, promovendo maior equilíbrio financeiro, engajamento dos colaboradores e capacidade de inovação. Assim, os achados desta pesquisa corroboram a importância de políticas públicas, programas educacionais e ações institucionais que estimulem a capacitação financeira contínua como parte integrante da sustentabilidade e competitividade no ambiente empresarial contemporâneo.

5 CONCLUSÃO

A presente pesquisa confirma que a educação financeira empresarial é um instrumento essencial para a sustentabilidade, a competitividade e o crescimento dos pequenos negócios. Constata-se que o domínio de práticas financeiras fortalece a capacidade decisória dos gestores, contribui para a redução de desperdícios, e possibilita um uso mais racional dos recursos, promovendo equilíbrio entre rentabilidade e responsabilidade organizacional.

Verifica-se que a implementação de uma cultura de educação financeira amplia a eficiência das empresas, estimula o engajamento dos colaboradores e melhora a qualidade das relações com os stakeholders. Observa-se que o conhecimento financeiro aplicado à gestão empresarial favorece a identificação de oportunidades de expansão, inovação e adaptação frente a mudanças de mercado, elementos indispensáveis à sobrevivência de pequenas empresas.

Identifica-se, ainda, que apesar do avanço conceitual sobre a temática, a efetivação da educação financeira no ambiente empresarial ainda é limitada, especialmente em contextos com menores níveis de acesso à informação e recursos. Tal realidade reforça a importância de políticas públicas mais eficazes, programas de formação continuada e o estímulo à inclusão da educação financeira como parte estruturante da estratégia organizacional.

A educação financeira, ao extrapolar o campo individual e alcançar o nível empresarial, deixa de ser apenas um saber técnico para se tornar um diferencial competitivo. Sua consolidação nas pequenas empresas representa um passo necessário para o desenvolvimento de empreendimentos mais conscientes, sustentáveis e preparados para enfrentar os desafios econômicos contemporâneos. A promoção de ambientes empresariais financeiramente educados contribui não apenas para o sucesso dos negócios, mas também para o fortalecimento do tecido econômico e social.

REFERÊNCIAS

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¹Discente do Curso Superior de Bacharelado em Administração do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá – IFAP Campus Laranjal do Jari. E-mail: mariajulianogueira095@gmail.com;
²Discente do Curso Superior de Bacharelado em Administração do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá – IFAP Campus Laranjal do Jari. E-mail: vaneaduarte18@gmail.com;
³Docente do Curso Superior de Bacharelado em Administração do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá – IFAP Campus Laranjal do Jari. E-mail: edilon.nunes@ifap.edu.br.