THE IMPORTANCE OF NURSING CONSULTATION IN THE EARLY DIAGNOSIS OF ASD: INTEGRATIVE REVIEW.
LA IMPORTANCIA DE LA CONSULTA DE ENFERMERÍA EN EL DIAGNÓSTICO PRECOZ DEL TEA: REVISIÓN INTEGRATIVA.
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202410141606
Giovana Schulz Vieira Ferreira1
Yzabella Rodrigues de Pádua2
Amanda Ouriques de Gouveira3
Resumo
Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por prejuízos na comunicação social e comportamentos repetitivos. A consulta de puericultura é fundamental para acompanhar o desenvolvimento infantil nos primeiros anos de vida. Objetivo: Enfatizar a importância do acompanhamento nas consultas de puericultura para o diagnóstico precoce do TEA. Método: Revisão Integrativa da Literatura (RIL), com busca realizada de 20 de março a 10 de maio de 2024 nas bases LILACS, BDENF, IBECS, MEDLINE e SciELO. Resultados: Foram identificados 73 estudos. Após a triagem, 5 artigos com metodologia sólida, resultados eficazes e conclusões consistentes foram selecionados. Estudos que abordavam apenas conceitos e terminologia foram descartados. Conclusão: A análise dos dados confirmou o papel crucial da enfermagem no diagnóstico precoce do TEA, ressaltando a importância da consulta de puericultura para identificar sinais e realizar avaliações detalhadas, promovendo melhor prognóstico e qualidade de vida. A consulta de puericultura realizada por profissionais capacitados permite a detecção precoce de sinais do TEA e avaliações aprofundadas quando necessário, reforçando o papel essencial do enfermeiro no cuidado integral à criança.
Palavras-Chaves: Enfermagem; Puericultura; Saúde da criança; Autismo.
INTRODUÇÃO
O Transtorno do Espectro Autista (TEA), anteriormente conhecido como autismo, é um conjunto de transtornos do neurodesenvolvimento que se caracteriza por prejuízos na comunicação social e padrões de comportamentos restritos e repetitivos. Foi descrito pela primeira vez em 1943 por Leo Kanner e em 1944 por Hans Asperger (Miliauskas,2024).
O TEA é causado por uma combinação de fatores genéticos e ambientais, sendo a influência genética predominante. Mais de mil genes estão correlacionados ao transtorno, o que explica a diversidade de manifestações no espectro autista. Alguns fatores específicos como prematuridade, idade dos pais e tratamento com ácido valproico durante a gestação podem estar relacionados ao surgimento do autismo, mas não são regras absolutas. É importante destacar que a interação entre esses fatores pode levar ao desenvolvimento do TEA em alguns indivíduos (Borges,2018).
Nos Estados Unidos da América, estima-se que 1 em cada 44 crianças apresentem transtorno do espectro autista aos 8 anos de idade. No Brasil, não há estudos epidemiológicos que determinem essa prevalência, mas considerando a porcentagem mundial, calcula-se que cerca de 4,84 milhões de brasileiros possam ter esse transtorno. Infelizmente, muitos ainda enfrentam tratamentos inadequados, caracterizados pela ineficácia (Brasil,2022; Padron,2022).
A consulta de puericultura é essencial para acompanhar de perto o crescimento e desenvolvimento das crianças nos primeiros dois anos de vida. É um acompanhamento periódico que visa garantir a saúde, prevenir doenças e identificar precocemente qualquer problema que possa afetar o desenvolvimento saudável dos pequenos. Sendo possível durante o seu acompanhamento detectar sinais de TEA em crianças com menos de 2 anos de idade, como falta de interesse em interagir, dificuldade de contato visual e comportamentos repetitivos. Outros sinais incluem desorientação ao ser chamado pelo nome, dificuldade em seguir objetos e déficits sensoriais (Zanardo,2017; Murari,2014).
Durante as atividades externas de atendimento de puericultura, foi observado que acompanhar o desenvolvimento e os sinais de alerta para o Transtorno do Espectro Autista (TEA) torna-se desafiador sem instrumentos e métodos adequados. Por esse motivo, tornou-se necessário buscar na literatura ferramentas que auxiliem na identificação do TEA.
Diante do exposto, fica evidente a importância de se familiarizar com as ferramentas empregadas na detecção do Transtorno do Espectro Autista (TEA) na infância. Trata-se de uma área de estudo que ainda requer aprofundamento, visando um diagnóstico precoce que permita intervenções adequadas para lidar com essa situação. Nesse sentido, é essencial compreender o papel do enfermeiro na identificação precoce do TEA. Tendo como objetivo principal enfatizar a importância do acompanhamento dessas consultas no diagnóstico precoce do TEA, e como objetivo específico descrever a atuação do enfermeiro na identificação dos sinais do autismo durante a consulta de enfermagem.
MÉTODOS
Este estudo consiste em uma Revisão Integrativa da Literatura (RIL), cujo objetivo é reunir e analisar os resultados de estudos previamente publicados sobre determinado tema. Dessa forma, busca-se fornecer um acesso mais amplo ao conhecimento científico e embasar as decisões dos profissionais em evidências sólidas (Mendes, 2008).
A classificação da qualidade de evidência pode ser dividida em cinco etapas distintas: 1) formulação e identificação do problema, buscando garantir a definição de propósitos na coleta de dados; 2) busca na literatura de forma estratégica; 3) avaliação dos dados, procurando a qualidade metodológica e o valor das informações nos artigos; 4) análise dos dados, incluindo a forma de expressão, paridade e conclusões dos dados; e 5) apresentação dos resultados, a qual sintetiza as descobertas e as suas implicações para a pesquisa (Hopia; Latvala; Liimatainen, 2016).
Este estudo foi direcionado a partir da seguinte questão norteadora: no rastreamento dos sinais precoce do TEA em crianças quais os indicadores identificados na consulta de enfermagem? A elaboração da mencionada questão foi fundamentada na estratégia PICo, na qual o ‘P’ refere-se à pessoa, população ou problema, o ‘I’, à intervenção estudada ou interesse e o ‘Co’ ao contexto demonstrado no quadro 1.
Deste modo, para preencher a estratégia selecionada, adotou-se os Descritores de Ciências da Saúde (DeCS): “Transtorno do Espectro Autista”; “Saúde da Criança”; “Cuidados de Enfermagem” ; “ Triagem”. Destaca-se que, a fim de ampliar a variedade de artigos encontrados, os termos alternativos relacionados no DeCS foram incluídos.
Os descritores foram combinados utilizando os operadores booleanos OR e AND durante o processo de busca nas bases de dados, com o objetivo de ampliar a abrangência da pesquisa e selecionar os artigos mais relevantes sobre o tema em questão.
A pesquisa foi realizada de 20 de março a 10 de maio de 2024. utilizando as seguintes bases de dados, via Biblioteca Virtual em Saúde: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Banco de Dados em Enfermagem (BDENF), Índice Bibliográfico Español en Ciencias de la Salud (IBECS), Medical Literature Analysis and Retrievel System Online (MEDLINE) e Scientific Electronic Library Online (SciELO).
Os critérios de inclusão foram artigos publicados em português, espanhol e inglês; sendo selecionados artigos primários, disponíveis na íntegra, dentro do recorte temporal de publicados nos anos de 2018 a 2024, e que respondessem à questão norteadora e ao objetivo do estudo. Os critérios de exclusão foram descartados artigos de revisão, teses, dissertações, trabalhos de conclusão de curso, artigos duplicados.
A quantidade de artigos disponíveis em cada base de dados e via biblioteca virtual em saúde varia de acordo com a combinação dos descritores de ciências da saúde utilizados. Este cruzamento de informações permite uma análise mais precisa e abrangente dos estudos disponíveis conforme o Quadro 3.
A análise dos dados foi conduzida utilizando a técnica de análise de conteúdo de Bardin, a qual se destaca por sua abordagem metodológica específica na organização e interpretação das informações comunicadas, visando uma compreensão mais aprofundada dos significados e especificidades presentes nos dados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram removidos 20 estudos por serem duplicados entre as bases de dados, 23 por título e resumo não correspondentes a pesquisa, 20 estudos que não respondiam à questão de pesquisa e 5 estudos secundários de revisão integrativa e bibliográficas, restando 5 amostra de estudos final, conforme a figura 1 Fluxograma identificação, seleção e inclusão de publicações na amostra na revisão integrativa.
No fichamento foram evidenciadas as informações referentes a cada autor como: Autor (Ano) Título, Tipo de estudo, Resultados e Conclusão. De acordo com a Tabela 1 de artigos selecionados em análise.
Figura 1– Fluxograma
Durante análise de conteúdo, foram estabelecidas as seguintes categorias com o intuito de facilitar a compreensão do tema e a síntese das evidências encontradas a produção acerca da importância da consulta de puericultura no diagnóstico precoce do TEA: Categoria 1 – Detecção precoce do TEA durante consulta de enfermagem; Categoria 2 – Conhecimento do enfermeiro acerca do TEA.
Categoria 1 – Detecção precoce do TEA durante consulta de enfermagem
Conforme estabelecido no artigo 6º da portaria nº 1.130, de 5 de agosto de 2015 da PNAISC, o parágrafo III destaca a importância da promoção e acompanhamento do crescimento e desenvolvimento integral da criança. Isso envolve a vigilância e estímulo do pleno desenvolvimento, com foco especial no “Desenvolvimento na Primeira Infância (DPI)”, por meio da atenção básica à saúde, seguindo as diretrizes da “Caderneta de Saúde da Criança”. Além disso, são realizadas ações de apoio às famílias para fortalecer os vínculos familiares (Brasil, 2015).
Dentre todos os profissionais da saúde que trabalham no acompanhamento de crianças com autismo, cabe ao enfermeiro a importante responsabilidade de identificar os sinais e sintomas que possam indicar a condição. Com seu papel fundamental como o primeiro contato e aquele que passa mais tempo com o paciente, o enfermeiro atua como o elo de ligação entre a família e os demais profissionais da equipe de saúde (Araújo CM, et al., 2019)
De acordo com Pitz et al. (2021), durante as consultas de puericultura, as profissionais utilizam diferentes métodos para avaliar os sinais de risco no desenvolvimento das crianças. Além da observação cuidadosa, também contam com o relato dos pais e a análise da carteira de vacinas, que apresenta os marcos do desenvolvimento de acordo com a idade. Essas ferramentas auxiliam no diagnóstico precoce de possíveis problemas e na garantia de um acompanhamento adequado para o pleno desenvolvimento infantil.
O estudo de Melo (2017), refere que o diagnóstico precoce do TEA é fundamental para minimizar prejuízos na pessoa, devido à capacidade de plasticidade neuronal dos neurônios. A captação de padrões de comportamento e regeneração dos neurônios afetados são inversamente proporcionais ao crescimento da criança, resultando em maior resistência ao desenvolvimento cognitivo com o passar do tempo. Identificar precocemente possibilita a implementação de intervenções mais eficazes, uma vez que o cérebro está mais receptivo à mudança, resultando na redução dos sintomas e do atraso no desenvolvimento causados pelo transtorno.
As investigações mostram que o Transtorno do Espectro Autista pode se manifestar em crianças com idades entre 6 e 18 meses. Durante esse período, é possível observar comportamentos e características que podem estar relacionados ao TEA, embora o diagnóstico definitivo só possa ser feito após os 3 anos de idade. Dessa forma o enfermeiro desempenha papel fundamental na identificação de sinais de alerta durante exames de rotina, vacinações e consultas de puericultura (Setúbal, 2018).
Corrêa. (2022) destacou que sinais de atraso na comunicação ou comportamento podem ser observados antes dos nove meses de idade, tais como a falta de contato visual, a falta de resposta ao próprio nome, desinteresse por outras crianças, dificuldade em apontar ou mostrar objetos e falta de atenção compartilhada. Esses achados ressaltam a importância de utilizar ferramentas de triagem para identificar precocemente sinais de Transtorno do Espectro Autista, a fim de promover o desenvolvimento desse bebê, especialmente nos primeiros três anos de vida.
Murari e Micheleto (2018) em seu estudo, tem percepção que uma atualização nas diretrizes do Protocolo poderia enriquecer as oportunidades de atuação dos profissionais de UBS na detecção precoce de sinais do TEA, considerando a infraestrutura já estabelecida que garante o acompanhamento de cuidadores e crianças desde o início da vida.
No Brasil, a avaliação do desenvolvimento infantil é facilitada pela Caderneta de Saúde da Criança (CSC), um recurso essencial para garantir cuidados abrangentes. Em sua terceira edição, a CSC agora inclui o “Checklist Modificado para Autismo em Crianças Pequenas: versão revisada e consulta de seguimento (M-CHAT-R/F)”, uma ferramenta útil para profissionais de saúde na Atenção Primária à Saúde (APS). Os pais ou cuidadores são responsáveis por preencher o checklist durante a consulta (Brasil; Conasems, 2022; Nascimento et al., 2018.)
Alves et al. (2023) ressalta em seu estudo que dentro dos obstáculos para identificar os sinais e sintomas do TEA, destaca-se a escassez de treinamento e de materiais especializados que promovam a utilização de ferramentas facilitadoras para o diagnóstico precoce do autismo. Além disso, a crença de que não cabe ao enfermeiro a identificação dos sinais e sintomas do TEA também representa um obstáculo para a detecção precoce e intervenção por parte desse profissional de saúde. É essencial rever essas práticas e proporcionar aos enfermeiros as habilidades e recursos necessários para contribuírem de forma eficaz no diagnóstico e acompanhamento do autismo.
Na investigação de suspeitas de TEA, é relatado por alguns profissionais a prática de buscar a opinião de outros especialistas, demonstrando assim a importância de uma abordagem mais abrangente e cuidadosa com a família.
Após a triagem, caso sejam identificados sinais que apontem para o autismo, é essencial encaminhar a criança para uma avaliação diagnóstica abrangente. Nesse processo, é fundamental analisar minuciosamente as características de linguagem, cognição, habilidades sensoriais e adaptativas. Para garantir a precisão do diagnóstico, é necessário realizar uma avaliação detalhada, por meio de diversos encontros e conversas com os pais, a fim de evitar possíveis equívocos (Possami,2021).
Como já mencionado anteriormente, a identificação precoce desempenha um papel crucial no acompanhamento do desenvolvimento infantil. Entre os primeiros sinais e o estabelecimento do diagnóstico, há uma jornada complexa a ser percorrida. É fundamental proceder com cautela para evitar diagnósticos equivocados, já que diagnosticar corretamente é uma tarefa árdua e sensível. Um equívoco nesse processo pode abalar a estrutura familiar e prejudicar o desenvolvimento saudável da criança. É essencial adotar uma abordagem profissional ao comunicar os resultados.
Categoria 2 – Conhecimento do enfermeiro acerca do TEA.
Para desempenhar seu papel com excelência, o enfermeiro deve possuir o conhecimento necessário para identificar com precisão os sinais durante a consulta de enfermagem. É fundamental que sua abordagem seja sempre profissional e focada no bem-estar do paciente.
A respeito da importância do papel do enfermeiro na consulta de puericultura de alta qualidade, onde profissionais competentes são fundamentais para identificar os sinais de Transtorno do Espectro Autista TEA e garantir um diagnóstico precoce para o paciente. (Camelo et al., 2021).
Nascimento et al., (2018) em pesquisa relata que a mídia televisiva desempenhou um papel significativo na formação da percepção dos entrevistados em relação ao Transtorno do Espectro Autista, transmitindo conceitos e imagens relevantes. Além disso, a internet foi identificada como uma fonte importante de informação, sendo utilizada como recurso para esclarecer dúvidas e auxiliar no desempenho profissional diário.
Os profissionais da saúde reconhecem a relevância da triagem precoce e a praticidade que o instrumento de triagem oferece. A utilização dos instrumentos para triagem do Transtorno do Espectro Autista é de extrema importância como recurso essencial no monitoramento do crescimento infantil durante as consultas de puericultura (Pitz; Gallina; Schultz, 2021).
É fundamental que o conhecimento sobre o Transtorno do Espectro Autista seja aprofundado e discutido no ambiente acadêmico, visando a preparação dos futuros profissionais para uma abordagem completa e abrangente em suas práticas profissionais. Dessa forma, futuros profissionais capacitados serão capazes de referenciar após detectar alguma alteração e encaminhá-la para profissionais especializados. Ao compreender melhor as necessidades e desafios enfrentados por indivíduos com TEA, esses futuros profissionais poderão oferecer um suporte mais adequado e eficaz, contribuindo para uma abordagem mais inclusiva e empática em suas práticas profissionais.
Soeltl et. al, 2021 do panorama exposto em seu estudo, constata-se que a compreensão dos profissionais de enfermagem sobre os Transtornos do Espectro Autista é limitada, revelando uma falta de preparo e confiança ao lidar com essas crianças. Desde a sua formação, não há uma abordagem adequada desse tema, o que pode impactar diretamente na qualidade do cuidado prestado.
Apesar de ser um assunto de grande relevância e de ampla abrangência, ainda não existe um suporte adequado para a efetiva aplicabilidade durante as consultas de puericultura. Nascimento et al. (2018) em estudo refere que durante a análise de algumas consultas, foi notado que a maioria dos entrevistados deixava em branco a seção da caderneta da criança destinada à detecção precoce dos sinais e sintomas do TEA.
De acordo com Alves et al. (2023) apesar de ser uma condição comum de desenvolvimento, os profissionais de saúde da atenção primária frequentemente identificam lacunas no diagnóstico precoce do Transtorno do Espectro Autista. Para garantir uma avaliação de qualidade no TEA, é fundamental que o profissional esteja não apenas bem capacitado, mas também tenha acesso à infraestrutura necessária. A abordagem deve ser sempre feita de forma profissional, garantindo resultados precisos e eficazes.
Vieira et al. (2019) afirma que os profissionais enfrentam obstáculos ao realizar a consulta de puericultura devido a ambientes inadequados, que carecem de estruturas físicas adequadas e de materiais e equipamentos suficientes. Isso dificulta a avaliação do crescimento e desenvolvimento infantil.
Este estudo corrobora com Silva et al (2020) que destaca os inúmeros enfermeiros atuam em condições precárias, frequentemente em espaços exíguos que mal comportam macas e materiais indispensáveis para as consultas. Quando disponíveis, tais espaços muitas vezes não oferecem condições adequadas, prejudicando a realização eficaz das consultas. Além disso, há escassez de materiais utilizados nos atendimentos, bem como de equipamentos essenciais para a avaliação das crianças.
CONCLUSÃO
Conclui-se que, após a análise e a discussão dos dados obtidos, o objetivo e a questão norteadora deste estudo foram atingidos, uma vez que se identificou o papel da enfermagem frente ao diagnóstico do TEA e a importância da consulta de puericultura no diagnóstico precoce.
A consulta de puericultura, realizada por profissionais capacitados, possibilita a observação de sinais e sintomas que podem indicar a presença do TEA, bem como a realização de avaliações mais aprofundadas quando necessário. Dessa forma, a atuação do enfermeiro nesse contexto se mostra crucial para o acompanhamento e cuidado integral da criança, contribuindo para um melhor prognóstico e qualidade de vida.
Além disso, a importância da qualificação profissional na área da saúde é essencial para identificar precocemente os sinais e sintomas do TEA, permitindo um acompanhamento adequado e personalizado para cada indivíduo. Profissionais capacitados são capazes de oferecer suporte e orientação às famílias, contribuindo para a inclusão e desenvolvimento pleno das pessoas com TEA na sociedade.
Faz-se necessário investir em estudos primários sobre o Transtorno do Espectro Autista para desenvolver estratégias de intervenção mais eficazes, melhorar a qualidade de vida e promover a inclusão social dessas pessoas. Essas pesquisas também são fundamentais para atualizar práticas clínicas e educacionais relacionadas ao TEA, contribuindo para uma sociedade mais inclusiva.
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1https://orcid.org/0000-0003-4373-4007
2https://orcid.org/0009-0001-5173-5408
3https://orcid.org/0000-0002-6874-8352