A IMPORTÂNCIA DA CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL PARA O MANEJO ADEQUADO DA DOR

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7998208


Jéssica França Mendonça1; Bruna Sampaio Tavares2; Jéssica Almeida Cruz3; Gabrielle Nepomuceno da Costa Santana4; Carolina Silva de Paula5; Camila Mendes Ferrari6; Alessandra Maria de Lima Bandeira7; Juliana Gil Dantas Marques da Rocha8; Giovanna Leite Cavalcanti Olímpio9; Jiliélisson Oliveira de Sousa10; Nefertiteh França Quaresma Bidá11; Luiza Helena da Paixão Cabral12; Marcela Rodrigues Nogueira Carvalho13; Lara Vento Moreira Lima14; Letícia de Mello Rocha15; Fernanda Fabíola Santos de Lima16; Tiago Fernando Hansel17


Resumo

A dor é um dos sintomas mais comuns nas mais diversas enfermidades. Acompanha o homem desde o início dos tempos e é descrita pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) como: “Uma experiência sensorial e emocional indesejada associada com lesão real ou potencial do tecido, ou descrita em termos de tal dano”. O objetivo deste artigo é expor por meio de uma revisão bibliográfica a importância do profissional de saúde estar continuamente capacitando-se para um melhor manejo da dor. Metodologia: Trata-se de uma revisão Bibliográfica, com recorte temporal de preferência dos últimos 5 anos, optando-se pelo uso de artigo científicos disponíveis na íntegra de forma gratuita, em português, inglês ou espanhol. Além disso,  o método de inclusão também dava ênfase ao manejo adequado da dor, assuntos fora da temática proposta foram excluídos, bem como artigos muito antigos. Resultados: A identificação da queixa álgica e das consequências da dor aguda para a recuperação do paciente deve ser uma preocupação do enfermeiro. Conclusão: O presente artigo mostrou a importância da capacitação e estudo contínuo dos enfermeiros para o adequado manejo da dor. Além disso, fica notório que os procedimentos realizados para amenizar a dor dão um melhor prognóstico ao paciente. Ainda, necessita de um olhar minucioso dos profissionais sobre suas condutas e que para além dos instrumentos existem outras maneiras de prestar uma assistência humanizada.

Palavras-chave: Pandemia. Percepção da dor; Cuidados de enfermagem; Dor aguda; Dor crônica.

Introdução

     A dor é um dos sintomas mais comuns nas mais diversas enfermidades. Acompanha o homem desde o início dos tempos e é descrita pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) como: “Uma experiência sensorial e emocional indesejada associada com lesão real ou potencial do tecido, ou descrita em termos de tal dano”. A dor também é subjetiva, sendo aquilo que a pessoa que a sente diz que é, e existindo sempre que a pessoa assim o disser. Entretanto, a impossibilidade do indivíduo expressar-se verbalmente não nega a possibilidade do mesmo estar experienciando a dor e necessitar de seu tratamento e alívio (BLASI et al., 2015).

    Apesar da equipe de enfermagem relatar que avalia a dor, poucos profissionais fazem uso de uma escala de avaliação padronizada. A falta de tempo para realizar a avaliação da dor e a incompreensão dos parâmetros de avaliação pelo paciente são citadas como as principais dificuldades em se estimar a dor. Outro ponto onde os profissionais encontram dificuldade é na avaliação da dor na criança, pois para se obter uma avaliação consistente é preciso estar apto a utilizar a escala de dor de acordo com a faixa etária em que a criança se encontra. Outra situação que interfere no controle da dor associa-se ao emprego de analgésicos, visto que questões administrativas das instituições e o desconhecimento ou mitos dos profissionais de saúde em relação à terapia analgésica, impedem o tratamento adequado da dor (NASCIMENTO et al., 2011).

   A identificação da queixa álgica e das consequências da dor aguda para a recuperação do paciente deve ser uma preocupação do enfermeiro. As lacunas de conhecimento sobre avaliação e manejo da dor e a falta de sistematização destes cuidados contribuem para a subnotificação e tratamento inadequado, apesar das diversas ferramentas de avaliação e manejo disponíveis. A revisão da literatura que analisou estudos sobre os registros de dor pós-operatória no contexto hospitalar mostrou que a qualidade dos registros de enfermagem sobre a dor são insuficientes, afetam a tomada de decisão clínica e prejudicam a continuidade do cuidado (GIMENES et al., 2020).

Portanto, a equipe de enfermagem deve estar apta para o manejo e registro correto da dor. Cada paciente tem uma demanda particular e há estratégias para amenizar os sintomas relatados, como por exemplo: analgésicos, escalas da dor e correta administração dos medicamentos prescritos. Assim, o objetivo deste artigo é expor por meio de uma revisão bibliográfica a importância do profissional de saúde estar continuamente capacitando-se para um melhor manejo da dor. 

Metodologia

Trata-se de uma revisão Bibliográfica, com recorte temporal de preferência dos últimos 5 anos, optando-se pelo uso de artigos científicos disponíveis na íntegra de forma gratuita, em português, inglês ou espanhol. Além disso,  o método de inclusão também dava ênfase ao manejo adequado da dor, assuntos fora da temática proposta foram excluídos, bem como artigos muito antigos.

Resultados e Discussão

As dificuldades mais evidenciadas são relativas à percepção, valorização da expressão de dor e ao registro no prontuário. Para que a equipe de enfermagem avalie e quantifique a dor de modo adequado, é importante sensibilizá-la para o problema e incluir as competências de identificação, mensuração, registro e manejo em sua formação continuada. Os profissionais precisam estar capacitados para empregar as escalas de dor, de acordo com a condição clínica e as possibilidades de comunicação do paciente. O manejo adequado da dor deve ser uma prioridade no planejamento terapêutico. O reconhecimento e o tratamento preventivo ou precoce da dor evitam o aumento de sua intensidade, o que tornará mais difícil seu manejo (SANTOS; MARANHÃO, 2016).

É estimado que 80% dos pacientes não recebem o tratamento adequado para sua dor em alguns setores hospitalares. Além disso, o custo da internação hospitalar se torna exorbitante quando a dor não é tratada de forma adequada. Entre os profissionais de saúde, exalta-se o papel do enfermeiro no gerenciamento da dor, enfatizando atividades tais como explorar e valorizar a queixa de dor; coletar dados sobre fatores agravantes, antecedentes pessoais e familiares; investigar o desconforto causado pela dor; e utilizar-se de instrumentos que podem auxiliar na sua mensuração e avaliação, intervindo de maneira eficaz na qualidade da analgesia (TAETS, 2022).

      A boa assistência aos pacientes com dor resulta, além dos aspectos humanitários envolvidos, em: a) racionalização dos recursos disponíveis relacionados ao diagnóstico, tratamento e visitas ao sistema de saúde; b) redução de incapacidades e de absenteísmo decorrentes da dor; c) racionalização na utilização dos recursos públicos envolvidos na assistência à saúde e dos gastos relacionados às repercussões psicossociais e econômicas decorrentes da inadequada abordagem dos pacientes com dor; d) diminuição significativa das taxas de morbidade e de mortalidade e do tempo de permanência dos pacientes no hospital (FREITAS, 2013).

    Preocupados com a avaliação da dor, a Joint Comissionon Accreditation on Heathcare Organizations (JCA HO), a American Pain Society (APS) e a Organização Mundia da Saúde (OMS) propuseram a implementação sistemática de rotinas de avaliação, registro e controle da dor a serem incorporados pelos profissionais médicos e de enfermagem como a rotina de verificação de sinais vitais (pressão arterial, pulso, temperatura e respiração). Considerando-se, assim, a dor como o quinto sinal vital desde 2003. Por esse motivo é necessário aprimorar os conhecimentos nas condutas terapêuticas a fim de oferecer melhor condição de vida, considerando que ao vivenciar a dor oncológica o ser se torna frágil, necessitando de uma atenção especial dos profissionais de saúde (DE AQUINO TAVARES et al., 2021).

   Embora existam instrumentos, protocolos, manuais, e legislações que orientem e sistematizam os cuidados prestados pelos profissionais da saúde, a avaliação da dor ainda é um desafio, tendo em vista principalmente a falta de conhecimento, habilidade técnica e, sobretudo sensibilidade para com o indivíduo a ser cuidado. Para o enfermeiro, a avaliação e a mensuração de dor são indispensáveis e úteis em todas as etapas do cuidado e da produção de conhecimento , com isso surgiu o objetivo de conhecer as medidas adotadas pelo enfermeiro para aliviar a dor da vítima de trauma. Entre as virtudes que o enfermeiro deve desenvolver na emergência estão; identificar a queixa álgica e fatores que contribuem para a melhora ou piora da mesma, a verificação das repercussões da dor no funcionamento biológico, emocional e comportamental do indivíduo, a escolha de tratamento adequado e a repercussão da eficácia das terapêuticas utilizadas (SALVARO et al., 2021).

Conclusão

      O presente artigo mostrou a importância da capacitação e estudo contínuo dos enfermeiros para o adequado manejo da dor. Além disso, fica notório que os procedimentos realizados para amenizar a dor dão um melhor prognóstico ao paciente. Ainda, necessita de um olhar minucioso dos profissionais sobre suas condutas e que para além dos instrumentos existem outras maneiras de prestar uma assistência humanizada.

Referência

BLASI, Débora Guedelha et al. Avaliação e manejo da dor na criança: percepção da equipe de enfermagem. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, v. 36, n. 1Supl, p. 301-310, 2015. Disponível em:https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/seminabio/article/view/18491 Acesso em: 16 Maio 2023. 

DE AQUINO TAVARES, Aldenice Tomaz et al. Manejo da dor oncológica pela equipe de enfermagem. Research, Society and Development, v. 10, n. 11, p. e472101119854-e472101119854, 2021. Disponível em:https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/19854 Acesso em: 16 Maio 2023.

FREITAS, Gabriel Rodrigues Martins de. Conhecimento de profissionais de saúde sobre o manejo da dor e uso de opióides em pediatria. 2013. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/174534 Acesso em: 16 Maio 2023.

GIMENES, Amanda Brassaroto et al. O registro da dor aguda em pacientes hospitalizados. BrJP, v. 3, p. 245-248, 2020. Disponível em:https://www.scielo.br/j/brjp/a/wSpBF6zTp9BqTynC3CgzZnn/abstract/?lang=pt Acesso em: 16 Maio 2023.

NASCIMENTO, Leonel Alves et al. Manejo da dor e dificuldades relatadas pela equipe de enfermagem na administração de opióides. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 13, n. 4, p. 714-20, 2011. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/fen/article/download/10432/10222 Acesso em: 16 Maio 2023.

SALVARO, Maria Salete et al. O Enfermeiro no Manejo da Dor a Vítima de Trauma Ortopédico. Inova Saúde, v. 11, n. 1, p. 43-65, 2021. Disponível em:https://periodicos.unesc.net/ojs/index.php/Inovasaude/article/view/4859 Acesso em: 16 Maio 2023.

SANTOS, Jerusa Pereira; MARANHÃO, Damaris Gomes. Cuidado de Enfermagem e manejo da dor em crianças hospitalizadas: pesquisa bibliográfica. Rev. Soc. Bras. Enferm. Ped, v. 16, n. 1, p. 44-50, 2016. Disponível em:https://journal.sobep.org.br/article/cuidado-de-enfermagem-e-manejo-da-dor-em-criancas-hospitalizadas-pesquisa-bibliografica/ Acesso em: 16 Maio 2023.

TAETS, Christian Marx Carelli. Identificação de dor por enfermeiros em pacientes adultos em terapia intensiva: estado da arte no Brasil. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Enfermagem)-Instituto de Enfermagem, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Macaé, 2022. Disponível em:https://pantheon.ufrj.br/handle/11422/18629 Acesso em: 16 Maio 2023.


1Graduanda em Psicologia pela UEPB

2Graduanda em Medicina pela FPS

3Graduada em Psicologia pela UNAMA

4Especialista em Saúde da Família pela Favene

5Graduada em Enfermagem pela UNESA

6Graduanda em Medicina pela FMO

7Graduanda em Medicina pela FMO

8Graduanda em Medicina pela  UNIFIP

9Graduanda em Medicina pela UNIFIP

10Graduado em Medicina pela UFP

11Graduanda em Psicologia pela FCR

12Graduada em Enfermagem pela UNESA

13Graduanda em Medicina pela Uninovafapi

14Graduada em Medicina pela UniEvangelica

15Graduanda em Medicina pela Uninassau

16Graduanda em Medicina pela Unifacisa

17Pós Graduado em Psicopedagogia Institucional e Clínica pela Faculdade São Braz