A HUMANIZAÇÃO NO FIM DE VIDA: O SUPORTE PSICOLÓGICO HOSPITALAR NO ENFRENTAMENTO DO LUTO ANTECIPATÓRIO VIVENCIADO POR VÍTIMAS DE COVID-19

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10155768


Gabrielly Sanches Silva1
Kellen Fabiana Gonçalves2


RESUMO

Considerando a epidemia mundial vivenciada no ano de 2019, o presente trabalho evidencia os impactos da atenção humanizada e o suporte psicológico hospitalar nos cuidados paliativos de pacientes vítimas de COVID-19 durante o enfrentamento do luto antecipatório. O cuidado humanizado se fez uma excelente estratégia no tratamento frente a doença citada, já que assim seria possível manter a dignidade do paciente oferecendo conforto e alívio. O cuidado paliativo deve ser ofertado por uma equipe multidisciplinar que, juntamente com o psicólogo, irá desempenhar um papel fundamental no enfrentamento do luto antecipatório, um fenômeno adaptativo no qual é possível preparar-se de forma cognitiva e emocionalmente para determinado acontecimento próximo, por parte do paciente, e de seus familiares, através da escuta qualificada, apoio e suporte ao enlutado para que ele comece o exercício de ressignificação do momento presente, a fim de evitar possíveis complicações no processo do luto. Portanto, a grande aproximação da morte e o do luto durante o momento vivenciado, instituiu um sofrimento psicológico, emocional e espiritual intenso no paciente e na família, desta forma, através dos cuidados paliativos e a atuação do psicólogo, é possível auxiliar os familiares a manter o controle emocional diante do intenso sofrimento vivenciado perante o diagnóstico, para que consiga lidar com a morte eminente. Contudo, é possível perceber a relevância da atuação do psicólogo e da equipe multidisciplinar diante dos cuidados humanizados, a fim de manejar o luto antecipatório, proporcionando ao paciente e seus familiares um sentimento de acolhimento e sensação de estarem sendo assistidos independente do tempo, condição ou resposta do tratamento. Um importante recurso utilizado durante a COVID-19 foi o contato entre o paciente e familiares por meio de vídeo chamadas, que proporcionaram resultados muito significativos na hospitalização. A vista disso, utilizou-se o método de pesquisa bibliográfica, ou seja, coleta e análise de dados descritivos que foram encontrados em fontes de informações científicas brasileiras, como livros e artigos.

Palavras-chave: 1. Cuidados Paliativos 2. Suporte psicológico 3. COVID-19 4. Luto antecipatório.

ABSTRACT

Considering the situation experienced in 2019, this work highlights the impacts of humanized care and hospital psychological support in palliative care for patients suffering from COVID-19 while coping with anticipated grief. Humanized care has become an excellent strategy in the treatment of the aforementioned disease, as it would be possible to maintain the patient’s dignity by offering comfort and relief to the patient. Therefore, palliative care must be offered by a multidisciplinary team, which together with the psychologist, will play a fundamental role in coping with anticipatory grief, that is, an adaptive aspect in which it is possible to prepare cognitively and emotionally for a certain upcoming event, on the part of the patient, and their family members, through listening, sending, support and support to the bereaved so that they begin the exercise of reframing the present moment, in order to avoid possible complications in the grieving process. Therefore, the close proximity of death and mourning during the moment experienced, created intense psychological, emotional and spiritual suffering in the patient and family, thus, through palliative care and the psychologist’s work, it is possible to help family members maintain emotional control in the face of intense suffering in the face of the diagnosis so that they can deal with imminent death. However, it is possible to perceive the relevance of the role of the psychologist and the multidisciplinary team in the face of humanized care in order to manage anticipatory grief, comfort the patient and their families, a feeling of welcome and the feeling of being assisted regardless of time, condition or response. undergo treatment. An important resource used during COVID-19 was contact between the patient and family members through video calls, which provided very significant results during hospitalization. In view of this, the bibliographic research method was used, that is, it used the collection and analysis of descriptive data that were found in Brazilian scientific information sources, such as books and articles.

Keywords: 1. Palliative Care 2. Psychological support 3. COVID-19 4. Anticipatory grief.

1. INTRODUÇÃO

No último mês do ano de 2019, surgiu na cidade Chinesa de Wuhan o COVID-19, também conhecido no campo da medicina como SARS-CoV-2, que se espalhou rapidamente. Em fevereiro de 2020 já se encontrava em solo brasileiro e, desde então, passou a acumular um grande número de indivíduos infectados e falecidos em decorrência doença. A magnitude pandêmica da COVID-19 e os altos números de morte promoveram a “proliferação de angústia e de incertezas em torno da pandemia que nos atravessa e atinge como humanidade” (Alves, 2022, p. 7).

Em levantamento bibliográfico prévio à pesquisa, observou-se a necessidade de discussões sobre a forma que deveria ser ofertado o cuidado necessário à saúde de toda a população, em especial aqueles que já possuíam uma doença preestabelecida. Contudo, ao longo de toda a crise, surgiram questionamentos sobre métodos assistenciais, ou seja, quais pacientes e, até, em que momento a equipe deveria assegurar a assistência e recursos de recuperação de casos críticos (Prado, et al., 2023).

Segundo Prado et al. (2023), o cuidado humanizado se fez uma excelente estratégia no tratamento diante da doença citada, que é caracterizada por prognósticos incertos e um desenvolvimento acelerado, podendo garantir que o paciente mantenha sua dignidade através do conforto e alívio.

Durante o contexto pandêmico, houveram diversos fatores que interferiram na elaboração do luto dos familiares. O processo passou a ser vivenciado de uma forma intensa, influenciando de forma negativa a saúde psíquica das famílias envolvidas, devido a falta dos rituais de despedidas, que foram dispensados a partir das medidas sanitárias adotadas pelo governo (Estrela et al., 2021).

Desta forma, o psicólogo hospitalar teve que estabelecer práticas para manejar o luto antecipatório e buscar evitar um processo de luto complicado, trabalhando com o objetivo de oferecer apoio e suporte ao enlutado, para que ele comece o exercício de ressignificação do momento presente (FIOCRUZ, 2020). 

Portanto, Santos, Yamamoto e Custódio (2017) afirma que é possível compreender que o processo de luto se inicia a partir do exato momento em que é dado à família o diagnóstico de uma doença com prognóstico incerto do paciente, como ocorreu com a COVID-19, o que é chamado de luto antecipatório. Desde então, passa a ser permitido aos familiares iniciarem um processo de adaptação sem o ente querido de forma gradual, ou resolver questões de perdão e realizar mudanças de papéis. Mas, para que o sujeito consiga entender o momento que está vivendo e possa ressignificar, é preciso um apoio humanizado, que pode ser oferecido pelo profissional psicólogo. 

Além disso, o interesse pelo assunto aqui descrito decorre da necessidade de aprofundamento e de novos estudos, para que um método de humanização seja implantado nos hospitais, a fim de manejar adequadamente o processo de luto antecipatório. Sendo assim, o objetivo geral do presente trabalho consiste em analisar a importância da atenção humanizada e o suporte psicológico hospitalar nos cuidados paliativos de vítimas de COVID-19 no enfrentamento do luto antecipatório.

Diante disso, o presente trabalho tem como objetivos específicos verificar a importância da humanização nos cuidados paliativos de vítimas de COVID-19, averiguar a elaboração do luto antecipatório em familiares de pacientes vítimas de COVID-19 em estado de fim de vida, e analisar o impacto do suporte psicológico hospitalar diante do luto antecipatório nos cuidados paliativos de pacientes vítimas de COVID-19.

Com isso, busca-se responder o seguinte questionamento: Qual é o impacto da atenção humanizada e do suporte psicológico hospitalar nos cuidados paliativos de pacientes vítimas de COVID-19 no enfrentamento do luto antecipatório?

O capítulo a seguir explanará sobre o contexto histórico da pandemia da COVID-19, bem como a importância da humanização dentro dos cuidados paliativos e qual o papel do psicólogo no luto antecipatório na prevenção do luto complicado.

2. CONTEXTO HISTÓRICO DA PANDEMIA DA COVID-19

Em 31 de dezembro de 2019, a Organização Mundial de Saúde (OMS) foi notificada a respeito de múltiplos casos de pneumonia de origem desconhecida na cidade de Wuhan na China. Poucos dias depois, foi identificado e sequenciado o agente causador, um novo vírus denominado síndrome respiratória aguda grave coronavírus-2 (SARS-CoV-2). A doença se espalhou rapidamente pela China e pela Ásia. Em 25 de Janeiro de 2020, o primeiro caso importado foi emitido na Europa (França), e em 30 de janeiro, com 7818 casos contabilizados, a COVID-19 foi declarada uma Emergência de Saúde Pública Internacional. Em pouco mais de oito semanas, a pandemia se disseminou globalmente por causa das viagens aéreas, levando a OMS a classificá-la como tal em 11 de março de 2020 (Maltez, 2020).

As atualizações que eram repassadas diariamente sobre esta doença, diziam que seu comportamento era parecido ao de uma gripe, e a maior parte dos infectados se curavam em alguns dias, ou seja, não passando de três semanas. Além disso, era observado que a COVID-19 atingia, em sua maioria, os idosos e pessoas que já tinham uma comorbidade preexistente (Maltez, 2020).

No entanto, o vírus apresentava características que tornavam seu controle desafiador, incluindo a capacidade de ser transmitido por indivíduos assintomáticos e falta de conhecimento preciso sobre o período de transmissão, além de sua rápida disseminação. Essas características, aliadas à confusão ocasional com o vírus da influenza, resultaram em uma disseminação acelerada após o diagnóstico dos primeiros casos, levando rapidamente à formação de múltiplas cadeias de transmissão em vários países (Maltez, 2020).

A falta de conhecimento cientificamente adequado sobre o novo coronavírus, juntamente com sua rápida propagação e capacidade de causar óbitos, resulta em considerações acerca das melhores abordagens para lidar com epidemia em diferentes partes do mundo. No Brasil, os desafios foram ainda maiores e complexos, considerando o número significativo de pessoas que vivem em um ambiente de desigualdade social, sendo ele precário de morada ou saneamento e, desta forma, vivenciam uma falta de acesso à água e estão mais propensos a viver em aglomeração (Werneck; Carvalho, 2020).

Diante dessas e diversas outras situações que serão discutidas ao longo do trabalho, foi possível perceber o quanto essa crise impactou a saúde mental da sociedade, em consequência do medo extremo vivenciado devido estar exposto a um vírus altamente contagioso e com grandes taxas de mortalidade.

Além disso, um número considerável de indivíduos apresentando sintomas da COVID-19 procurava assistência médica praticamente ao mesmo tempo, apresentando sobrecarga dos sistemas de saúde. Esse cenário é impulsionado pelo medo generalizado em relação à doença e/ou à gravidade de certos sintomas, como febre e falta de ar, o que gera dificuldades interligadas nos sistemas de saúde em todo o globo (Faro et al., 2020). De acordo com os autores,

além do medo de contrair a doença, a COVID-19 tem provocado sensação de insegurança em todos aspectos da vida, da perspectiva coletiva à individual, do funcionamento diário da sociedade às modificações nas relações interpessoais. Quanto à saúde mental, é importante dizer que as sequelas de uma pandemia são maiores do que o número de mortes (Faro et al., p. 3, 2020).

A experiência da sociedade diante da COVID-19 foi impactada pelo negativismo, medo e angústia, especialmente quando o indivíduo necessitava ser internado para melhor manejo da doença, uma vez que, diante do cenário, se fazia obrigatória a separação do paciente e de seus familiares para a diminuição de contágio. Além disso, o número de mortes pelo Coronavírus acabou criando uma aproximação da morte e luto maior do que a sociedade estava acostumada, o que gerou o um grande sofrimento psicológico, emocional e espiritual dos pacientes e também, da família (Prado et al., 2023).

Em relação aos números de mortes no Brasil, na penúltima semana do mês de abril de 2020, já “havia ultrapassado trinta mil casos confirmados, com mais de 1.500 mortes e taxa de mortalidade em torno de 5,5%” (Faro et al. 2020, p. 02). Além disso, no mundo já contabilizava 150 mil mortes, com os EUA sendo o País com mais registros de óbito (Faro et al., 2020).

2.1. A IMPORTÂNCIA DA HUMANIZAÇÃO NOS CUIDADOS PALIATIVOS

A palavra paliativo provém do latim pallium, que traz o significado de cobrir, aliviar. Consequentemente, o principal objetivo dos cuidados paliativos é proporcionar alívio do sofrimento, do paciente e familiares, provocado por doenças que ameaçam a vida da pessoa enferma (Kreuz; Netto, 2021).

A pioneira nos cuidados paliativos foi a médica Cicely Saunders, que deu início à prática no Reino Unido, na década de 1960. A atuação dessa profissional da saúde que, além de médica, também era assistente social e enfermeira, marca o início do movimento dos cuidados paliativos, englobando a prestação de assistência, ensino e a pesquisa na área citada. Um momento de destaque de Saunders nesse percurso é a fundação do St. Christopher’s Hospice, na cidade de Londres, no ano de 1967 (Gomes; Othero, 2016).

O encontro da psiquiatra e pesquisadora suíça Elisabeth Kluber-Ross com Cicely Saunders na década de 1970, permitiu a implantação da prática nos Estados Unidos. Elisabeth fundou um hospice, mais precisamente na cidade de Connecticut e, com isso, a prática foi disseminada por diversos países (Gomes; Othero, 2016).

A prática deste cuidado deve ser instituída considerando-se o sujeito doente de forma integral, ou seja, provocar um olhar de forma mais humana para o sofrimento advindo da forma psíquica, social, espiritual e física. Além disso, há o dever de trabalhar em uma equipe multiprofissional, para que possam abranger todos os sintomas e pessoas em sofrimento, visto que os familiares, tal como o ente enfermo, passam por um processo de sofrimento devido ao quadro de saúde do paciente (Kreuz; Netto, 2021).

Os cuidados paliativos ​​são reconhecidos como um direito fundamental do ser humano, sendo um item importantíssimo diante dos cuidados ao longo da vida, no fim da vida e diante do acompanhamento do luto. Sendo assim, tais cuidados devem ser desempenhados por todos os profissionais de saúde, integrando equipes de saúde de múltiplas especialidades e, não menos importante, começar o quanto antes, simultaneamente com as intervenções curativas para a doença (Tritany; Souza Filho; Mendonça, 2021).

Em relação a tal aspecto, cabe aqui evidenciar que existe a Lei n° 52/2012 que ampara o doente, objetivando que ele receba cuidados com dignidade, nas condições de alívio e prevenção de sofrimento físico, psicológico e espiritual, sendo que os fornecimentos destes cuidados são de inteira responsabilidade do Estado (Salazar, 2018).

O cuidado humanizado com os familiares do paciente se diz importante pois assim, é possível trabalhar uma organização e preparação para a vivência do luto pós morte do ente querido. Com o reconhecimento e a aceitação da possibilidade da morte do familiar, há uma grande probabilidade de os próprios familiares desenvolverem certos recursos para o enfrentamento dessa perda (Kreuz; Netto, 2021).

Costa et al. (2022) afirmam que,

é importante compreender que no processo de morte, bem como na assistência à família, uma equipe multidisciplinar deve estar preparada e disposta a entender as necessidades destes, além de respeitar sua individualidade, aprofundando onde a medicina é limitada, utilizando-se da escuta qualificada e acolhimento humanizado, para que o paciente e sua família se sintam assistidos, e assim preparados para a inicialização de um processo breve ou longo, independente da condição clínica da doença ou da resposta do tratamento (Costa et al., 2022, p. 57910).

Portanto, é importante frisar que os cuidados paliativos não devem ser associados apenas ao fim de vida de um enfermo. Há muito o que trabalhar com essa prática antes que o paciente chegue próximo à terminalidade. O momento que deve dar início aos cuidados paliativos é no diagnóstico de uma doença que apresenta uma ameaça de morte, não sendo indispensável a intensificação de tais cuidados quando a abordagem terapêutica não consegue alcançar a cura (Kreuz; Netto, 2021).

Em concordância de Costa et al (2022),

a terminalidade é um processo doloroso e sensível para as pessoas que estão diante desse processo, embora é sabido que a morte é um percurso natural do ciclo da vida. A atuação prática dos Cuidados Paliativos não cessa com a morte do paciente, considerando que após o óbito do mesmo, dá início ao processo de elaboração do luto (Costa et al., 2022, p. 57910).

Como supracitado, os cuidados paliativos têm como ação o trabalho com o luto. Logo, quando o ente querido chega ao fim da vida, há uma continuidade da prática humanizada com os seus familiares, prezando pelo acolhimento das reações psíquicas e comportamentais diante do momento vivenciado (Costa et al., 2022).

Diante do fim de vida, cabe à equipe hospitalar realizar momentos de despedidas, acolhimentos e incentivo à família ao realizarem todos os processos e rituais de despedidas, sempre levando em considerações suas crenças e características familiares, visto que esses movimentos proporcionam um momento de encerrar ciclos, assim, ajudando-os a lidar com o luto (Kreuz; Netto, 2021).

A dificuldade obtida pela incerteza e o pouco conhecimento sobre a COVID-19, e como deveriam prestar assistências aos doentes, deixou diversas lacunas. Nesse cenário, o cuidado paliativo, é inteiramente indicado, uma vez que, de forma ética, passa a otimizar os recursos disponíveis, pois presta, de acordo com Prado et al. (2023, p. 02), “auxílio da dissolução de carências expostas na área da saúde, uma vez que o planejamento e a implementação de suas ações se baseiam na avaliação e atenuação dos sofrimentos”.

É de suma importância uma equipe paliativista dentro de instituições hospitalares, pois, como supracitado, o tratamento mais humanizado faz diferença em todo o processo de hospitalização. Com o psicólogo compondo a equipe, é possível que ele, com o seu conhecimento psíquico e comportamental, tenha um olhar mais minucioso para com a situação.

Há uma aproximação do luto e dos cuidados paliativos devido ambos estarem relacionados ao processo de fim de vida, onde carrega sofrimento e, consequentemente, um grande desejo de diminuição da dor emocional. Os cuidados paliativos é um dos movimentos estratégicos existentes, que traz um alívio no sofrimento da família e demais pessoas envolvidas no processo. Dentre as possíveis intervenções, estão a melhora da qualidade de vida do paciente através do conforto, bem-estar físico e espiritual (Ferreira, 2021).

2.2. O PAPEL DO PSICÓLOGO NO LUTO ANTECIPATÓRIO NA PREVENÇÃO DO LUTO COMPLICADO

De acordo com Pallottino et al. (2022), uma situação que gera mortes em massa é capaz de gerar lutos com proporções extremamente traumáticas de uma forma coletiva, mas cada ser humano passa a viver de uma forma individual essas múltiplas perdas de vínculos.

Portanto, o luto, de acordo com a Fundação Oswaldo Cruz ([s.d], p. 02), é o “processo natural de resposta a um rompimento de vínculo, ou seja, quando perdemos alguém ou algo significativo na nossa vida”. Os impactos variam entre as pessoas e, consequentemente, há o luto normal frente a perda de vínculo e o complicado. O primeiro caso é quando o indivíduo consegue passar pelas fases do luto de uma forma saudável, não necessariamente seguindo uma sequência exata. Já a segunda, significa reações anormais do luto (Horowitz et al., 1980, p. 1157 apud Worden, 2013).

O fato de passar por um momento prolongado de estresse, de incerteza, e ameaça, devido ao medo de contrair o vírus da COVID-19, também de perder alguém importante, e as possíveis consequências negativas financeiras, fez com que o sujeito não tenha tido um tempo aceitável para passar pelo luto (Pallottino et al., 2022).

Segundo Pallottino et al. (2022, p. 07), mortes pelo vírus causador da COVID-19 são “angustiantes, violam as expectativas culturais de uma morte pacífica, envolve a consciência do sofrimento de um ente querido e atingem níveis mais elevados de sofrimento agudo”. Nesse contexto, o sofrimento agudo é o preditor de uma perturbação de luto, ou seja, um luto complicado (Pallottino et al., 2022).

Durante a hospitalização por COVID-19, “tanto o paciente quanto seus familiares vivenciam rupturas e privações, o que acaba por desencadear um processo de luto chamado de antecipatório” (Kreuz; Netto, 2021, p. 145).

O luto antecipatório se inicia ainda com a pessoa viva, onde já percebe a sua ausência em diversas atividades corriqueiras. Embora uma pessoa não tenha falecido, é necessário lidar com essas perdas enquanto ela está viva, tanto para quem cuida quanto para o indivíduo em questão. Testemunhar a dor e sentir-se impotente para aliviar o sofrimento e o bem-estar da pessoa amada causa uma angústia considerável (Kovács, 1992).

Sendo assim, o processo de elaboração do luto se inicia anteriormente ao falecimento do ente querido, de forma como se ele já estivesse partido. Com isso, é possível adiantar o processo de adaptação, já que “ a elaboração da perda acarreta sofrimento, mas também novas adaptações e reorganizações, que ajudam a rever sentimentos” (Casellato, 2020, p. 10).

A sociedade mostra uma dificuldade de lidar com a ideia da morte. Por conta disso, a perda, que é algo natural, universal e inevitável, é evitada no pensamento da maioria das pessoas, uma vez que é comum o ser humano ser incapaz de imaginar sua própria finitude (Von Hohendorff; Melo, 2009).

No entanto, expostas a uma situação semelhante à pandemia do COVID-19, as pessoas acabam sofrendo de uma forma mais intensa perante a angústia e o medo de perder o ente querido, por falta da aceitação da morte. Portanto, esse sofrimento vivenciado por parte do próprio paciente e da família, que devem ser assistidos por um profissional psicólogo.

O psicólogo deve ter em mente que sua atuação em um contexto hospitalar se difere fortemente do setting terapêutico de uma clínica. No entanto, seu desempenho deve abranger a hospitalização em si, a sua origem e as suas possíveis sequelas (Costa et al., 2022).

Deste modo, o papel do psicólogo hospitalar é acolher tanto a família quanto o próprio paciente, pois, nesse processo de internação, a família esboça diversas reações. Dentre as principais, vale destacar que ambos desenvolvem um sofrimento intenso perante o diagnóstico, seja ela com um prognóstico favorável ou não. Sendo assim, esse acolhimento auxilia os familiares a manter o autocontrole para que possam resolver as pendências do doente que está incapacitado de cumpri-las (Ferreira; Mendes, 2013).

É a percepção da importância da redistribuição dos papéis e responsabilidades, e a partir daí, a adaptação à ausência futura e às perdas a serem enfrentadas. É o que configura o luto antecipatório, ou seja, um fenômeno adaptativo no qual é possível, tanto o paciente como os familiares, prepararem-se cognitiva e emocionalmente para o acontecimento próximo, que é a morte. Isso causa um desequilíbrio, tanto no sistema familiar, como em cada pessoa individualmente (Ferreira; Mendes, 2013, p. 91).

É válido ressaltar que as famílias são sistemas complexos, cada uma contém suas regras, valores, funcionamento, mecanismos de defesa. Assim, quando acometida por uma doença grave, gera um enorme estresse e movimentação no meio familiar, de forma que cada família deve ser analisada de uma forma individual, pois, pode haver dúvidas e conflitos diante dos mesmos e da equipe. A forma que cada indivíduo lida com a doença do ente querido impacta não apenas a sua vida, mas a de todos os que o rodeiam (Salazar, 2018).

Contudo, é possível perceber que, diante da patologia e óbito, a atuação do psicólogo impacta de uma maneira positiva, fazendo com que os pacientes possam ser ouvidos e, por mais que estejam debilitados, possam ser reintegrados à sua própria vida. A ideia é fazer com que o paciente e a sua família passem a enxergar o profissional psicólogo como uma fonte de ajuda nesse momento turbulento (Ferreira; Mendes, 2013).

Já o luto complicado é definido por Worden (2013, p. 94) como “a intensificação do luto em nível em que a pessoa fica sobrecarregada, recorre às condutas mal adaptadas ou permanece interminavelmente no estado de luto sem progressão”.

Portanto, existe um padrão de luto que a sociedade exige que seja desempenhado pelo enlutado, onde se deve sofrer com uma certa intensidade e por um tempo máximo, ao contrário, será julgado por não ser forte o suficiente. Esses padrões esperados ignoram as singularidades das pessoas, já que cada sujeito tem suas formas e tempo de adaptações perante o luto. Sendo assim, esses movimentos podem complicar cada vez mais o processo (Casellato, 2020).

Sob o ponto de vista de Ferreira (2021), existem quatro tipos de luto complicado, sendo eles: o luto crônico, que se estende por um período longo; o luto retardado, onde a vivência do luto é adiada por o ente evitar a dor da perda, seja de forma inconsciente ou consciente; o luto exagerado, onde a reação do luto é extremamente forte e leva a pensamentos suicidas, a fobias ou então, pesadelos; e por último, luto mascarado, onde aquele que fica não acredita que seus comportamentos sejam respostas do luto.

Os principais sintomas do último tipo de luto, são: “pensamentos invasivos, recorrentes e persistentes sobre a pessoa que morreu; tristeza intensa; afastamento de outras relações interpessoais; e, percepção de falta de sentido na vida” (Crepaldi et al., 2020, p. 06).

É importante destacar aqui, que os fatores de risco para o surgimento de um luto complicado são a perda de mais de uma pessoa que tenha um afeto e que seja próxima; a vulnerabilidade quando falamos de rede de apoio, como o fato da obrigação de adotar o distanciamento social com o objetivo de desacelerar a propagação da COVID-19; a não realização de rituais que fazem parte da cultura e religião do familiar; e sentimento de culpa pelo falecimento do ente (Crepaldi et al., 2020).

A falta de rituais, devido o distanciamento social durante a pandemia, é uma das causas de complicações do luto, sobre a qual a autora Casellato (2015, p. 38) afirma que “em casos de morte, os rituais estão presentes, atestando o direito de se enlutar; quando o luto não é reconhecido, esse direito é negado ao enlutado”.

Com base no sofrimento dos familiares devido ao contexto supracitado, ocorreu uma movimentação de diversos hospitais para que investissem em uma tecnologia que permitisse uma aproximação dos pacientes e familiares de forma virtual, assegurando que ambos continuassem seguros. Dessa forma, as videochamadas promoveram uma sensação de estar perto e de ter os familiares presentes, já que é uma das necessidades principais que influenciam no conforto e na melhora do paciente (Godoi, 2021).

Portanto, ao serem expostos a possíveis contatos sociais, os impactos causados pela falta eram consideravelmente minimizados, pois, como a autora Casellato (2020, p. 238) afirma “mais contatos sociais (ainda que virtuais) com mais trocas de olhares e conversas tem resultado na minimização dessa perda transitória”. Portanto, além das ligações por vídeo, as cartas, e-mails, mensagens por escrito ou de voz, também eram possibilidades para que os amigos e familiares pudessem expressar seu luto (BRASIL, 2020).

3. METODOLOGIA

A compreensão dos aspectos sobre o assunto se dará através de coleta e análise de dados descritivos encontrados em livros e artigos e demais fontes de informações científicas brasileiras.

A vista disso, se utilizará da pesquisa bibliográfica que, segundo Fonseca (2002), é um método onde o pesquisador busca “[…] referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta” (Fonseca, 2002, p. 32, apud Sousa; Oliveira; Alves, 2021, p. 66). 

Os critérios de inclusão dos materiais de pesquisa foram artigos, dissertações/teses e livros sobre Psicologia Hospitalar que abarcam a temática específica: humanização no fim de vida; suporte psicológico, luto antecipatório e Covid-19. Portanto, foram incluídos artigos e dissertações/teses publicados nos últimos cinco anos (2019-2022), desde que apresentassem estudos relevantes sobre o assunto, com exceção de artigos e livros sobre autores referência que sejam de anos anteriores aos 5 anos que foram publicados em revistas, periódicos e outros.

Além disso, os critérios de exclusão foram todos os estudos que não se encaixaram como artigos e dissertações/teses, e que não trazem estudos sobre a psicologia hospitalar, além de todos os artigos e dissertações/teses que não abarcam a temática específica. Além do mais, todos os artigos e dissertações/teses com data anterior à 2019, exceto autores referências, e que não tinham publicações em revistas, seminários, periódicos e outros. E, não menos importante, um dos critérios de exclusão foram textos incompletos e/ou não se encontravam disponíveis nas seguintes bases de dados eletrônicas indexadas: Scielo e Google Scholar.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Diante das circunstâncias mencionadas, foi identificado na literatura que, durante a pandemia, a sociedade experimentou períodos de temor e incerteza que afetaram todas as esferas da vida, devido à gravidade dos sintomas da doença e às mudanças nas dinâmicas das relações sociais, implementadas com o objetivo de reduzir a disseminação do vírus (Faro et al., 2020).

Uma vez que o vírus da COVID-19 se tornou uma ameaça à vida da população devido à sua rápida disseminação e à alta probabilidade de causar óbitos, resultando em uma experiência adversa tanto para o paciente quanto para a família, é completamente apropriado adotar a prática de cuidados paliativos.

Conforme apontado por Kreuz e Netto (2021), a finalidade dos cuidados paliativos é proporcionar alívio ao sofrimento do paciente e de seus familiares diante de uma doença potencialmente terminal. Isso requer uma abordagem mais compassiva em relação ao indivíduo, considerando sua saúde mental, física e espiritual.

De acordo com Prado et al. (2023),o fato de que esse período estabeleceu uma grande aproximação da morte e o do luto de uma forma que a coletividade não estava acostumada, instituiu um sofrimento psicológico, emocional e espiritual intenso, no paciente e na família.

Deste modo, o cuidado humanizado com as vítimas do COVID-19 e seus familiares se mostra importante através do trabalho de uma equipe multidisciplinar na organização e preparação para a vivência sem o ente querido, além do reconhecimento e aceitação da possibilidade de morte (Kreuz; Netto, 2021).

Costa et al. (2022) acrescenta que a equipe multidisciplinar deve estar preparada para entender as necessidades dos pacientes e familiares, e estar disposta a se aprofundar onde a medicina não alcança, ou seja, desfrutar da escuta qualificada e acolhimento humanizado, para que os envolvidos se sintam acolhidos e assistidos independente do tempo, condição ou resposta do tratamento.

Durante o momento vivenciado houveram rupturas e privações, tanto para o paciente quanto para seus familiares, principalmente aqueles que acabaram sendo hospitalizados. Em consequência disto, desencadeou um processo de luto chamado luto antecipatório (Kreuz; Netto, 2021).

Segundo Kovács (1992), o luto antecipatório se inicia com a pessoa ainda viva, portanto percebe-se sua ausência em atividades do dia a dia. Na visão de Casellato (2020) entende-se que a elaboração do luto dos familiares inicia anteriormente ao falecimento do paciente, como se ele já estivesse partido, fazendo com que ocorra um adiantamento do processo de adaptação e reorganização.

A sociedade enfrenta uma considerável dificuldade em lidar com a morte, que é um fenômeno natural e inevitável. Isso, por sua vez, resulta em um processo inadequado de enfrentamento do luto em situações como a ocorrida durante a pandemia de COVID-19, conforme destacado por Von Hohendorff; Melo (2009). Os termos “morte” e “luto” evocam o temor da finitude e do encontro inevitável com a morte, bem como a incerteza associada à ideia de que a vida um dia terá um fim. Esse sofrimento decorrente da dificuldade em aceitar a morte se manifesta tanto no paciente quanto em seus familiares.

Dentro deste contexto, é responsabilidade do profissional psicólogo oferecer apoio ao paciente e à sua família ao longo de todo o processo, uma vez que eles podem manifestar diversas reações e experienciar um intenso sofrimento. Além disso, é incumbência do psicólogo auxiliá-los na preparação cognitiva e emocional para lidar com a morte. Adicionalmente, é viável auxiliar os familiares a manter o controle emocional diante dessa situação, permitindo que eles abordem as questões que o paciente não consegue mais cumprir, como mencionado por Ferreira; Mendes (2013). Conforme destacado por Ferreira (2021, p. 721), “a comunicação, que engloba o reconhecimento, a resposta e a validação das respostas emocionais, desempenha um papel fundamental no trabalho com o luto antecipatório em pacientes em estado crítico e suas famílias”.

Um recurso utilizado, importante para auxiliar na minimização dos impactos do luto antecipatório e no surgimento do luto complicado, é o contato entre pacientes e familiares via vídeo chamadas. De acordo com Casellato (2020), mesmo as trocas realizadas de modo virtual, tiveram resultados muito significativos na hospitalização por COVID-19.

Contudo, é possível identificar que a atenção humanizada e o suporte psicológico dentro do ambiente hospitalar, durante situações vivenciadas como da pandemia da COVID-19, causam um grande impacto positivo diante os pacientes hospitalizados quando a intenção é auxiliar no enfrentamento do luto antecipatório.

Nesse contexto, a equipe multidisciplinar poderá adotar práticas mais humanizadas que proporcionará ao paciente e, consequentemente, a sua família, a minimização dos impactos através de uma preparação cognitiva e emocional que é possível ser alcançada através do acolhimento e escuta qualificada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com as pesquisas, a pandemia de COVID-19 teve um impacto significativo na saúde mental da população, com consequências que vão além do número de mortes. O texto em questão relata a evolução da pandemia de COVID-19, desde a sua origem na China até sua disseminação global. Os autores destacam que à doença se espalhou rapidamente devido a sua alta capacidade de transmissão, inclusive por pessoas assintomáticas.

No Brasil, os desafios foram ainda maiores devido às desigualdades sociais, pois, pessoas que vivem em condições precárias de moradia e saneamento foram mais afetadas pela pandemia. Além do medo da doença, a pandemia também impactou a saúde mental dos pacientes com COVID-19. Além disso, os autores Prado et al. (2023) afirmam que, a separação dos familiares e o medo da morte foram fatores que contribuíram para esse impacto. Pelos estudos é possível observar que as sequelas da pandemia de COVID-19 na saúde mental podem ser equiparadas do que o número de mortes.

A pandemia de COVID-19 foi um evento inesperado e de grandes proporções, que exigiu um esforço global para conter a propagação da doença e cuidar dos pacientes infectados. Portanto, os cuidados paliativos tiveram um papel fundamental nesse contexto, já que proporcionam alívio do sofrimento físico, psicológico e espiritual de pacientes e familiares.

Os pacientes com COVID-19 podem apresentar uma variedade de sintomas, incluindo dor, fadiga, ansiedade, depressão e medo da morte, desta forma, os cuidados paliativos podem ajudar a controlar esses sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes quando desempenhado por uma equipe multidisciplinar, que deve intervir de forma que alcance onde a medicina é limitada, ou seja, olhando de forma mais humana para a individualidade do paciente, utilizando da escuta qualificada e acolhimento humanizado, ajudando os familiares e o próprio paciente a lidar com o estresse e o sofrimento emocional associados à doença.

Os autores citados defendem que o trabalho do psicólogo no luto antecipatório ocorre juntamente dentro da equipe multidisciplinar, com o intuito de auxiliar o sujeito na preparação para a vivência sem o ente querido. Além disso, é possível compreender que a responsabilidade do psicólogo é auxiliar o paciente e seus familiares na preparação cognitiva e emocional para lidar com o fim de vida, e amparando os familiares durante as diversas reações e intenso sofrimento que podem experienciar, desta forma, ajudando-os a manterem o controle emocional diante a situação.

Nesse sentido, a representatividade das vídeo chamadas, que foram a única forma de comunicação possível naquele momento, utilizadas com o intuito de trazer um conforto ao paciente, surgiram como uma forma de manter as famílias e pacientes acolhidos e amparados, e sem dúvidas minimizar as complicações devido o afastamento do paciente de seus familiares durante uma hospitalização.

De um modo geral, o presente artigo destaca a importância dos cuidados paliativos, que visam melhorar a qualidade de vida de pacientes com doenças graves ou em estágio crítico com risco de morte. No entanto, é preciso que os pacientes e familiares recebam mais informações sobre essa prática, para que compreendam sua importância e saibam como lidar com o sofrimento físico, psicológico, social e espiritual associado à doença, além de lidar com a morte. Dessa maneira, fica clara a necessidade do desenvolvimento de cada vez mais estudos sobre a humanização em cuidados paliativos, para que todas as pessoas possam sentirem-se acolhidas com dignidade.

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1 Aluna do Curso de Graduação em Psicologia (UNIVEL) (2023)

2 Professora especialista do curso de Psicologia (UNIVEL) (2023)