REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202507061108
Rogério Galvão de Carvalho
RESUMO
Este artigo, investiga os limites e as contradições da incorporação de critérios éticos e reputacionais nos modelos econômicos tradicionais. Analisa-se a trajetória socioeconômica e ambiental de Cubatão (SP) entre 1980 e 2025, testando a adequação de duas hipóteses de comportamento econômico: a Racionalidade Econômica Convencional (HREC) e a Racionalidade Econômica Reputacional Ética Verde (HREVER). Por meio de metodologia mista — experimento natural (DID e DEA intertemporal), experimento comportamental e análise qualitativa com entrevistas e survey regional — investiga-se se decisões econômicas podem ser explicadas unicamente por interesses privados ou se reputação, ética e sustentabilidade são incorporadas pelos agentes. Os dados revelam efeitos significativos das políticas verdes em Cubatão, com melhora no IQA, IDHM, IVS e na eficiência DEA. Evidências comportamentais e percepções sociais reforçam que empresários, consumidores e instituições locais adotaram práticas sustentáveis antes dos retornos financeiros tradicionais. Com base em autores como Popper, Kuhn, Simon, Kahneman, Sen, Capra, Thaler, Furtado, Harari e Carvalho (2024), conclui-se pela superação da HREC e consolidação da HREVER como novo paradigma explicativo e prescritivo.
Palavras-chave: racionalidade reputacional; economia verde; Cubatão; desenvolvimento sustentável; políticas públicas.
ABSTRACT
This paper, investigates the limits and contradictions of incorporating ethical and reputational criteria into traditional economic models, and examines the socio- economic and environmental transformation of Cubatão (SP, Brazil) from 1980 to 2025, testing the validity of two competing economic behavior hypotheses: the Conventional Economic Rationality Hypothesis (CERH) and the Ethical- Reputational Green Rationality Hypothesis (ERG). A mixed-methods approach natural experiment (DID and DEA), behavioral experiment, and qualitative analysis via interviews and regional survey — assesses whether economic decisions are guided exclusively by private interest or incorporate ethics, reputation and sustainability. Findings show that green policies significantly improved air quality, HDI, social vulnerability and environmental efficiency. Behavioral and perceptual data confirm that sustainable practices were voluntarily adopted prior to financial returns. Supported by theorists such as Popper, Kuhn, Simon, Kahneman, Sem, Capra, Thaler, Furtado, Harari and Carvalho (2024), we conclude that the HREC is outdated, and the ERG model emerges as a valid theoretical and policy paradigm.
Keywords: reputational rationality; green economy; Cubatão; sustainable development; public policy.
1. Introdução
Cubatão (SP), entre as décadas de 1950 e 1980, consolidou-se como um dos principais polos industriais
do Brasil, especialmente nos setores petroquímico, siderúrgico e de fertilizantes. Contudo, esse crescimento ocorreu de forma desordenada, sem planejamento urbano ou salvaguardas ambientais, culminando numa crise ecológica e sanitária sem precedentes. No auge dessa degradação, a cidade recebeu o epíteto de “Vale da Morte”, e o trágico Acidente da Vila Socó (1984) — com o vazamento de 700 mil litros de gasolina e dezenas de vítimas — expôs os limites da racionalidade econômica dominante da época. A partir dos anos 1990, Cubatão iniciou um processo de inflexão estrutural, baseado em políticas ambientais regulatórias, estratégias de reflorestamento urbano e estímulo à Economia Verde (Circular, Regenerativa, Resili ente e Climática). Essa trajetória culminou no reconhecimento da cidade como a mais limpa do Estado de São Paulo em 2024 (CETESB) e na obtenção do selo internacional Tree Cities of the World em 2025. Diante disso, questiona- se a validade da Hipótese da Racionalidade Econômica Convencional (HREC), segundo a qual agentes agem pela maximização do interesse privado sem internalizar externalidades socioambientais. Propõe-se, em contrapartida, a Racionalidade Econômica Reputacional Ética Verde (HREVER), na qual decisões incluem valores como ética, reputação institucional e sustentabilidade de longo prazo.
Esse deslocamento teórico da HREC, para a HREVER, encontra respaldo epistemológico, de acordo com Popper (1959) que defende a falsificabilidade como critério de demarcação científica — e os dados de Cubatão permitem refutar a HREC; e também segundo Kuhn (1962) que descreve a transição entre paradigmas diante de anomalias não explicadas: a emergência da HREVER exemplifica esse processo.
Também nas teorias teóricas, conforme Simon (1955), que aponta a racionalidade limitada nas escolhas; e de acordo com Kahneman e Tversky (1979), que demonstram desvios não utilitários no comportamento humano; Além de Thaler (2015) destaca o papel dos “nudges” reputacionais; além das ideias de Amartya Sen (1999) que propõe o desenvolvimento como expansão das capacidades humanas; e de Furtado (1959), que critica estruturas econômicas predatórias; Fritjof Capra (2004) propõe uma ecologia da complexidade; Yuval Harari (2018) aborda a crise do “homo economicus”; e Carvalho (2024) propõe níveis distintos de racionalidade, culminando na racionalidade reputacional ética como forma ampliada de decisão.
2. Método
Este estudo adotou uma abordagem mista e complementar (quali-quanti) por reconhecer a complexidade do objeto investigado. A triangulação metodológica permitiu superar as limitações de um único método, articulando robustez estatística com profundidade interpretativa, com base em dois métodos econométricos consolidados: Diferenças em Diferenças (Difference-in- Differences, DID) e Análise Envoltória de Dados (Data Envelopment Analysis, DEA), aplicados a um experimento natural ocorrido em Cubatão, na Baixada Santista (SP), no período de 1980 a 2025. O estudo investiga os efeitos das políticas ambientais regulatórias e dos incentivos à Economia Verde no desempenho socioambiental do município, em comparação com os demais municípios da região. O método DID foi selecionado em razão da configuração natural do experimento: após o colapso socioambiental e o acidente da Vila Socó (1984), Cubatão foi submetido a um conjunto de políticas públicas ambientais rigorosas, além da emergência de mecanismos reputacionais que induziram agentes econômicos locais à adoção de práticas sustentáveis (Economia Verde Circular, Climática, Regenerativa e Resiliente). Nesse desenho, o município de Cubatão constitui o grupo tratado, enquanto os demais municípios da Baixada Santista compõem o grupo de controle. A estratégia DID permite estimar o efeito causal médio dessas intervenções ao comparar a evolução dos indicadores de desempenho ambiental e socioeconômico antes e depois da intervenção, entre grupos com e sem tratamento (Angrist & Pischke, 2009; Bertrand, Duflo & Mullainathan, 2004).
Complementarmente, a Análise Envoltória de Dados (DEA) foi empregada para medir a eficiência relativa dos municípios em transformar insumos públicos e privados (investimentos ambientais, políticas regulatórias, incentivos fiscais verdes, etc.) em outputs desejáveis (melhoria da qualidade do ar, indicadores de saúde pública, crescimento verde, entre outros). A DEA, como técnica não paramétrica baseada em programação linear, permite avaliar o desempenho relativo entre unidades tomadoras de decisão (DMUs), sendo especialmente útil para contextos em que múltiplos inputs e outputs precisam ser considerados sem impor uma estrutura funcional prévia (Charnes, Cooper & Rhodes, 1978; Banker, Charnes & Cooper, 1984).
A combinação de DID e DEA fornece robustez à análise: o DID contribui com a identificação de efeitos causais ao longo do tempo, enquanto a DEA permite avaliar a eficiência relativa entre os municípios da Baixada Santista, inclusive verificando se Cubatão passou a operar na fronteira de eficiência após a implementação das políticas sustentáveis.Com base nos resultados obtidos e nos dados da CETESB (2024), Cubatão, historicamente reconhecida como uma das cidades mais poluídas do mundo (o “Vale da Morte” nos anos 1980), alcançou em 2024 o posto de município com o ar mais limpo do Estado de São Paulo, além de ter recebido o selo internacional de “Cidade Verde do Mundo” por suas práticas de transição ecológica bem-sucedida.
O caso de Cubatão na Baixada Santista do Estado de São Paulo, apresentou-se como Experimento Natural, por tanto aplicou-se a técnica das Diferenças em Diferenças (DID), Comparou-se Cubatão (grupo de tratamento) aos demais municípios da Baixada Santista (grupo de controle), com base em indicadores como IQA (CETESB), IDHM, IVS e reputação institucional. A equação estimada incluiu efeitos fixos e variáveis de controle econômico- demográficas. O coeficiente de interação γ testou diretamente H₀ versus H₁.
Optou-se alternativamente por aplicar a Análise Envoltória de Dados (DEA) intertemporal, mensurou-se a eficiência técnico-ambiental ao longo do tempo, com inputs (gastos públicos ambientais e emprego na indústria) e outputs (saúde pública, cobertura vegetal e certificações verdes), no mesmo período com os mesmos agentes econômicos.
Subsidiariamente houve um Experimento Comportamental, cujo objetivo foi simular um jogo de decisão entre projetos poluentes e sustentáveis. A presença de feedback reputacional elevou a adesão voluntária ao projeto verde de 38 % para 72 %, demonstrando sensibilidade dos agentes à imagem pública. Além disso, realizou-se uma análise qualitativa, com a realização de 20 (vinte) entrevistas com especialistas.
3. Resultados
Além disso, para complementar a análise quantitativa, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com uma amostra eletiva de especialistas, visando capturar a percepção sobre os problemas socioeconômicos e ambientais antecipados para o século XXI, e a disrupção provocada pela transição da Economia Convencional para a Economia Reputacional. A abordagem qualitativa foi essencial para entender como os agentes econômicos e os formuladores de políticas percebem os desafios e as oportunidades inerentes à mudança para uma economia verde e sustentável.
Os resultados dos testes empíricos preliminares, utilizando a técnica de Diferenças em Diferenças (DID), indicaram um impacto positivo e significativo das intervenções no município de Cubatão. O coeficiente γ da DID foi positivo e estatisticamente significativo (p < 0,01), evidenciando melhorias substanciais nos indicadores socioambientais: um aumento de 35% no Índice de Qualidade do Ar (IQA), uma melhoria de 12% no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), uma redução de 18% no Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) e um crescimento de 40% na reputação institucional de Cubatão após 2005. Esses resultados confirmam o sucesso das políticas ambientais implementadas, bem como a transição para uma economia mais sustentável e reputacionalmente mais forte.
No que diz respeito à Análise Envoltória de Dados (DEA), os resultados apontaram um crescimento significativo na eficiência do município de Cubatão, com o índice de eficiência passando de 0,45 em 1980 para 0,88 em 2025. Em comparação, os municípios da Baixada Santista (grupo de controle) apresentaram uma eficiência mais estável, oscilando entre 0,50 e 0,60 durante o mesmo período. Este aumento na eficiência de Cubatão sugere uma adaptação bem-sucedida às novas políticas ambientais e ao modelo de Economia Verde.
Adicionalmente, no experimento comportamental, o feedback reputacional demonstrou um efeito expressivo sobre a escolha de práticas sustentáveis por parte dos agentes econômicos locais. A análise qualitativa das entrevistas revelou que cerca de 90% dos especialistas reconhecem a importância do fortalecimento da reputação institucional como um incentivo para a adoção de práticas mais sustentáveis, corroborando os resultados quantitativos e a relevância da Economia Reputacional como motor de mudanças comportamentais no contexto de Cubatão.
4. Discussão
Os resultados obtidos evidenciam que as práticas sustentáveis observadas em Cubatão não podem ser explicadas exclusivamente pela busca pela maximização financeira, como seria esperado dentro da lógica da Economia Convencional. Ao contrário, a racionalidade econômica que permeia as decisões dos agentes econômicos e das políticas públicas no município está longe de ser unidimensional. A racionalidade observada incorpora não apenas a maximização de lucros, mas também elementos reputacionais, sociais e ambientais, o que reflete uma mudança substancial na forma de se compreender a relação entre economia e sustentabilidade.
Esse fenômeno está em consonância com o modelo proposto por Carvalho (2024), que sugere uma hierarquia de racionalidade econômica. Nesse modelo, a racionalidade reputacional ocupa o patamar mais elevado, refletindo o fato de que, em Cubatão, as decisões e práticas econômicas foram fortemente orientadas pela percepção pública, pela construção de uma imagem institucional positiva e pela busca pela legitimidade social. Em vez de um foco exclusivo na maximização de resultados financeiros imediatos, os atores econômicos da cidade priorizaram estratégias de longo prazo que envolvem a responsabilidade social e ambiental, visando uma reputação positiva que transcende os ganhos econômicos diretos.
A transformação observada em Cubatão pode ser vista como um exemplo paradigmático de antecipações voluntárias, nas quais as ações do município e dos agentes locais foram motivadas, em grande parte, pela busca por uma imagem pública mais alinhada às exigências contemporâneas de sustentabilidade. Este movimento é impulsionado, sobretudo, pela busca por legitimidade social e pertencimento comunitário, onde a adesão à Economia Verde e às práticas sustentáveis não é apenas uma resposta a incentivos econômicos ou regulatórios, mas também uma estratégia para se integrar a um contexto global de crescente valorização da sustentabilidade.
A percepção de que a sustentabilidade ambiental, a justiça social e a responsabilidade corporativa são questões essenciais para a imagem pública e para a reputação institucional foi um dos motores centrais dessa transformação. A análise dos dados qualitativos e quantitativos corrobora essa leitura, pois os resultados indicam que a mudança em Cubatão não ocorreu por imposição, mas sim por um processo proativo e consciente de adaptação às novas expectativas sociais e ambientais, características da Economia Reputacional.
Ademais, é importante destacar que a adoção de práticas sustentáveis em Cubatão não pode ser isolada de um contexto mais amplo, no qual a disrupção da Economia Convencional foi catalisada pela crise socioambiental e pelo acidente de Vila Socó. Nesse cenário, os incentivos reputacionais e os impactos da transição para uma economia verde passaram a ser percebidos como elementos essenciais para a sobrevivência e prosperidade a longo prazo, não apenas para o município, mas também para os agentes econômicos que ali operam.
5. Conclusão
Cubatão pode ser interpretada como um protótipo vivo dos dilemas e soluções que caracterizam a busca pela sustentabilidade global no terceiro milênio. O percurso transformador da cidade desde o colapso socioambiental na década de 1980 até a conquista do selo “Cidade Verde do Mundo” em 2024 evidencia que a Economia Reputacional, fundamentada em valores éticos e ecológicos, não é apenas uma possibilidade teórica, mas uma disrupção paradigmática viável e necessária. O caso de Cubatão demonstra que é possível alinhar progresso econômico e sustentabilidade, não por meio de soluções financeiras isoladas, mas por meio da integração de questões reputacionais, sociais e ambientais. Os dados empíricos obtidos tanto quantitativos, por meio das técnicas de DID e DEA, quanto qualitativos, mediante das entrevistas com especialistas corroboram a hipótese de que políticas verdes e incentivos reputacionais têm o poder de induzir racionalidades transformadoras. A mudança em Cubatão não foi apenas uma resposta a pressões externas, mas um movimento interno de adaptação, onde a percepção de benefícios reputacionais e a busca por legitimidade social e ambiental desempenharam papéis decisivos na mudança de comportamento dos agentes econômicos e das políticas públicas locais.
Diante disso, recomenda-se que a HREVER (Humanidade, Responsabilidade, Economia e Valorização Ecológica e Reputacional) seja adotada como um referencial orientador para a formulação de políticas públicas, estratégias empresariais e marcos de governança sustentável, tanto no Brasil quanto globalmente. A experiência de Cubatão é um exemplo tangível de como a transição para uma economia verde e a incorporação de valores éticos podem ser implementadas de forma eficaz em um contexto urbano, mostrando que a sustentabilidade pode e deve ser pensada de maneira holística. Cubatão, assim, oferece ao Brasil e ao mundo uma narrativa de reconstrução socioambiental que alia ética, prosperidade e regeneração como motores de uma nova era onde a harmonia entre o progresso econômico e a preservação ecológica não é apenas desejável, mas, acima de tudo, possível e urgente.
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