REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10660028
Cesar Sebastião da Silva1
RESUMO
O estudo aborda a relevância da continuidade de projetos e trabalhos na Polícia Militar do Estado do Paraná durante as transições de Comandos, destacando a importância da Segurança Pública para a sociedade. Identifica-se a necessidade de aprimoramento nesse aspecto, vez que a falta de continuidade pode comprometer os esforços e resultados alcançados. Propõe-se a implementação de um documento oficial que assegure a continuidade das iniciativas e projetos desenvolvidos pelos comandantes anteriores. O objetivo principal é compreender a gestão do conhecimento na instituição em seus diversos setores, considerando os desafios e oportunidades. A questão problematizada refere-se à existência desse documento e sua efetiva aplicação. Recomenda-se a criação de um documento oficial para ser adotado pela Polícia Militar do Estado do Paraná, visando garantir a continuidade e eficácia das ações. A metodologia empregada inclui pesquisa bibliográfica e uma abordagem hipotético-dedutiva. Como resultado, constatou-se a possibilidade e a necessidade de formalizar o processo de transição de comandos na Polícia Militar do Paraná.
Palavras-chave: Segurança Pública. Polícia Militar. Gestão do Conhecimento. Comandos.
ABSTRACT
The study addresses the relevance of continuing projects and work in the Military Police of the State of Paraná during Command transitions, highlighting the importance of Public Security for society. The need for improvement in this aspect is identified, as a lack of continuity can compromise the efforts and results achieved. It is proposed to implement an official document that ensures the continuity of initiatives and projects developed by previous commanders. The main objective is to understand knowledge management in the institution in its various sectors, considering the challenges and opportunities. The problematized issue refers to the existence of this document and its effective application. It is recommended that an official document be created to be adopted by the Military Police of the State of Paraná, aiming to guarantee the continuity and effectiveness of actions. The methodology used includes bibliographical research and a hypotheticaldeductive approach. As a result, the possibility and need to formalize the command transition process in the Military Police of Paraná was verified..
Keywords: Public Security. Military police. Knowledge management. Commands.
1 INTRODUÇÃO
No Brasil, a preservação da segurança da população é assegurada por meio da atuação do Estado, que possui a responsabilidade constitucional de executar medidas e estratégias destinadas a fomentar um abrangente controle social. Essa missão é cumprida mediante a concessão de estímulos positivos, visando proporcionar condições para que os cidadãos convivam harmoniosamente na sociedade.
No Paraná, há um crescente esforço para aprimorar a segurança pública e agilizar os atendimentos, priorizando a resolução rápida e eficaz das demandas da população, a fim de evitar a desproteção dos cidadãos. Reconhecendo a importância das ações realizadas e visando garantir melhorias contínuas, busca-se a perpetuação e aprimoramento das atividades já em curso.
Este estudo visa compreender como os Policiais Militares do Paraná se organizam, expandem suas ações e lidam com os desafios, especialmente no contexto de transições de comando, onde há o risco de perda de continuidade e implementação de novas diretrizes. Diante desse cenário, surge a necessidade de ampliar os mecanismos que garantam a continuidade e o aprimoramento das iniciativas já em curso.
Nesse contexto, a Gestão do Conhecimento emerge como uma ferramenta essencial para estabelecer parâmetros e promover a continuidade do trabalho dos Policiais Militares e da Polícia Ambiental do Paraná, garantindo a eficiência e a eficácia das ações voltadas à segurança pública.
Os objetivos deste estudo concentram-se em compreender a importância das ações realizadas pela Polícia Militar do Estado do Paraná no contexto da Segurança Pública, explorar a Gestão do Conhecimento na Polícia Militar e identificar os Desafios e Oportunidades nesse âmbito.
Diante desse contexto, surge a questão fundamental: Existe um documento oficial que estabeleça a continuidade do trabalho durante a transição de comando entre os Comandantes? A importância dessa continuidade transcende a esfera operacional, impactando diretamente a integração e o alinhamento das ações.
Para alcançar o propósito estabelecido no presente, este estudo empregou a metodologia da revisão bibliográfica, combinada com a pesquisa documental, utilizando abordagens dedutivas e argumentativas.
Conforme Manzo (1971, p. 32) e Trujillo (1974, p. 230), a revisão bibliográfica permite a obtenção de novos resultados ou interpretações por meio da análise de dados já conhecidos, ampliando assim o conhecimento proposto. Marconi e Lakatos (2003, p. 183) destacam que através da revisão bibliográfica, o pesquisador pode explorar todas as fontes disponíveis sobre determinado assunto, possibilitando o surgimento de novas perspectivas e permitindo revisões de materiais escritos sobre o tema.
Segundo Gil (2008), a pesquisa documental é similar à revisão bibliográfica, diferenciando-se apenas pela origem das fontes utilizadas:
“A pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A única diferença entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se baseia principalmente nas contribuições de diversos autores sobre um assunto específico, a pesquisa documental utiliza materiais que ainda não foram analisados ou que podem ser reinterpretados de acordo com os objetivos da pesquisa.”
O desenvolvimento da pesquisa documental segue os mesmos procedimentos da revisão bibliográfica. O primeiro passo consiste na exploração das fontes documentais, que podem ser de primeira mão, como documentos oficiais, reportagens de jornal, cartas, contratos, diários, filmes, fotografias, gravações etc., ou de segunda mão, como relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas etc. (Gil, 2008, p. 51).
Considerando os métodos científicos mencionados, a investigação adotou abordagens dedutivas e argumentativas, proporcionando liberdade de dedução interpretativa e lógica, baseada em premissas.
Salmon (1978, p. 30) ressalta que a abordagem dedutiva deriva da interpretação lógica das premissas apresentadas, permitindo a apresentação de conclusões implicitamente contidas nessas premissas. Gil (2008, p. 9) descreve que o método dedutivo parte de princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis, possibilitando chegar a conclusões de maneira puramente formal, derivadas de princípios incontestáveis e evidentes.
A abordagem argumentativa, conforme Salvador (1980, p. 35), envolve a interpretação das ideias apresentadas e o posicionamento do pesquisador. Embora reflita a subjetividade do pesquisador, este deve fundamentar suas inferências de forma concreta, com base nos dados e informações coletadas.
Dessa forma o estudo pretende demonstrar que a implementação desses parâmetros de melhoria pode ser fundamental para que a população perceba o compromisso com suas necessidades de segurança, transformando o medo e o receio em confiança na proteção oferecida pelas instituições responsáveis.
2 A POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ NO CONTEXTO DA GARANTIA DA SEGURANÇA PÚBLICA
A segurança pública é essencial para garantir a ordem e proteger os direitos individuais dos cidadãos, conforme destacado por Silva (2004). Ela envolve a prevenção e o combate a ameaças que possam afetar a ordem, a liberdade e os direitos de propriedade, sendo uma responsabilidade do Estado, como ressalta a Constituição Federal de 1988.
Nesse contexto, é fundamental compreender o papel das instituições policiais, como a Polícia Militar do Estado do Paraná, na manutenção da ordem e na promoção da segurança. Através de suas atribuições, asseguram a paz social e garantem a integridade dos cidadãos e de seus bens, conforme definido na legislação.
O controle da segurança pública é crucial para garantir a eficácia e a transparência das ações governamentais no combate à criminalidade e na proteção da sociedade. Oliveira (1995) destaca a importância do controle interno e externo para prevenir desvios e garantir o uso adequado dos recursos públicos.
Esse controle envolve uma série de mecanismos, como fiscalização, monitoramento e avaliação, visando garantir a legalidade e a eficiência das atividades realizadas pelas instituições de segurança pública. A transparência e a prestação de contas são princípios fundamentais nesse processo, conforme preconizado pela Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, consignando em seu Art.15 que: “A sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público, quanto a sua administração”.
A Gestão Pública precisa ser avaliada para conhecer e dar resposta ao cidadão comum, quanto ao grau de adequação e coerência existente entre as decisões dos gestores e a eficácia, eficiência e economicidade com que foram administrados os recursos públicos para serem atingidos os objetivos e metas da organização, estabelecidos nos planos e orçamentos. (Oliveira, 1995).
Faz-se necessário, portanto, que seja realizado um exercício de controle em qualquer atividade, o qual está intrinsecamente associado ao ato de fiscalização, visando evitar desvios em relação ao padrão anteriormente definido. Caso tais desvios ocorram, os mecanismos de controle devem detectá-los e divulgá-los, proporcionando assim condições para a realização de ações corretivas (Oliveira, 1995).
Segundo Oliveira:
A expressão controle, para os leitores da obra “1984” de George Orwell, remete à imagem do Grande Irmão, personagem surrealista que invadia a privacidade das pessoas e controlava tudo, através de olhos eletrônicos presentes nos ambientes familiares, empresas, ruas, etc. (Oliveira, 1995, p. 17).
Neste sentido, Silva (2000, p. 221) também define controle como sendo: “Derivado do francês controler ou do italiano controllo, admitiu-se o vocábulo na técnica comercial para indicar inspeção ou exame, que se processa nos papéis ou nas operações, registradas a cada instante, nos estabelecimentos comerciais”.
Já para Koontz e O’Donnel:
Henri Fayol, um dos precursores da Administração, tinha entendimento sobre a função de controle como sendo a verificação se tudo corre em conformidade com o plano adotado, as instruções emitidas e os princípios estabelecidos. Tem por objetivo apontar falhas e erros para retificá-los e evitar sua reincidência. Aplica-se a tudo: coisas, pessoas, atos (KOONTZ E O’DONNEL, 1976, p. 24).
Segundo Meirelles (1995, p. 572), “Controle, em tema de administração pública, é a faculdade de vigilância, orientação e correção que um Poder, Órgão ou Autoridade exerce sobre a conduta funcional de outro”.
O controle da administração pública é exercido tanto internamente, pela própria administração, quanto externamente, por outros órgãos públicos e pelos cidadãos. Seu objetivo primordial é manter a legalidade dos atos de gestão, buscando atingir o fim e o princípio de aplicar e administrar bem os recursos públicos, mantendo transparência, dando publicidade e promovendo uma prestação de serviço público mais eficiente. Esse processo visa, sobretudo, promover a justiça social e alcançar o ideal democrático de uma nação mais igualitária e com maior respeito ao Estado Democrático de Direito.
Nesse contexto, a atuação da Polícia Militar do Estado do Paraná desempenha um papel fundamental na garantia da segurança pública, atuando na prevenção e repressão de crimes e na preservação da ordem social. Como instituição de poder coercitivo do Estado, suas atribuições incluem a proteção da vida, da propriedade e da integridade física dos cidadãos.
Essa responsabilidade é exercida dentro dos limites legais e em conformidade com os princípios democráticos, visando promover uma convivência pacífica e harmoniosa na sociedade paranaense. A atuação da Polícia Militar é essencial para assegurar o bem-estar e a segurança de todos os cidadãos.
No entanto, é importante ressaltar que a atuação da Polícia Militar deve estar em conformidade com os ditames legais. Assim, no contexto de sua atuação, ela está sujeita ao controle interno de suas ações, conforme as normas e regras de sua administração e do Direito Administrativo. Além disso, o controle externo é realizado por diversas instituições, incluindo o Ministério Público, as Ouvidorias e o controle social.
2.1 A GESTÃO DE CONHECIMENTO NA POLÍCIA MILITAR
Os intricados cenários da sociedade e os desafios enfrentados pelo serviço fornecido pela polícia militar, juntamente com as transformações no ambiente político e normativo a partir do final da década de 1980, conduziram de forma gradual a uma reavaliação institucional. Isso ocorreu tanto no âmbito de sua eficiência técnico-operacional quanto em termos de sua eficácia.
Buscando, dessa forma, consolidar um conhecimento gerencial e criar uma linguagem que permitisse a adaptação desse conhecimento ao contexto operacional.
Essas práticas podem ser utilizadas como ponto de partida para a análise da situação específica da Polícia Militar do Paraná.
Uma prática essencial consiste na captação e documentação do conhecimento presente dentro da organização. Isso pode ser realizado por meio de documentos, manuais, relatórios, lições aprendidas e outras formas de registro que facilitem a disseminação de informações relevantes (Lipsky, 2020, p. 34).
De acordo com Lipsky (2020): definir meios eficazes de comunicação e compartilhamento de conhecimento é crucial. Isso engloba a utilização de intranets, plataformas colaborativas, fóruns de discussão, reuniões regulares e treinamentos, com o intuito de facilitar a troca de experiências e a partilha de boas práticas entre os membros da organização (Lipsky, 2020).
Fomentar uma cultura de aprendizado contínuo é essencial para a administração do conhecimento. Isso implica incentivar a participação em programas de capacitação, treinamentos internos, workshops e outras atividades que promovam o desenvolvimento profissional e a atualização do conhecimento dos colaboradores (Lipsky, 2020).
A adoção de ferramentas tecnológicas pode facilitar a gestão do conhecimento. Sistemas de gestão de documentos, bases de conhecimento, sistemas de busca interna e outras soluções tecnológicas podem auxiliar na organização e acesso eficiente às informações relevantes (Pilotto, 2016).
Implementar programas de mentoria e coaching pode facilitar a transferência de conhecimento entre os membros da organização. Essas práticas possibilitam que colaboradores mais experientes compartilhem seus conhecimentos e experiências com membros mais novos, contribuindo para o desenvolvimento profissional e a disseminação do conhecimento organizacional (Pilotto, 2016).
As estratégias de gestão do conhecimento devem ser ajustadas às necessidades e características específicas da Polícia Militar do Paraná. Para obter informações atualizadas sobre as práticas de gestão do conhecimento adotadas pela instituição e sua eficácia, seria necessário realizar uma análise mais aprofundada da realidade da organização, por meio de pesquisas, entrevistas ou consultas internas (Silva, 2013).
As estratégias de gestão do conhecimento na Polícia Militar do Paraná devem ser adaptadas à natureza peculiar da instituição e às suas necessidades específicas. Conforme destacado por Silva (2013), alguns elementos que podem ser relevantes para a gestão do conhecimento na organização incluem:
- Inteligência policial: A gestão do conhecimento desempenha um papel crucial na área de inteligência policial, abrangendo a coleta, análise e disseminação de informações estratégicas para respaldar a tomada de decisões e ações operacionais. Estabelecer mecanismos eficazes para o compartilhamento e atualização de informações relevantes, juntamente com a capacidade de aprendizado contínuo a partir de operações e investigações, pode fortalecer a inteligência policial na organização (Skogan et al., 2014).
- Treinamento e capacitação: A gestão do conhecimento também pode ser aplicada no contexto do treinamento e capacitação dos policiais. A implementação de programas de treinamento que englobem a captura e compartilhamento de melhores práticas, lições aprendidas e conhecimento especializado contribui para o aprimoramento das habilidades e competências dos policiais, resultando em um desempenho operacional mais eficaz (Skogan et al., 2014).
Compartilhamento de experiências: É fundamental criar espaços e mecanismos para que os policiais compartilhem suas vivências e aprendizados. Isso pode ser realizado por meio de reuniões de equipe, grupos de discussão, relatórios de incidentes, entre outras formas.
Ao incentivar o compartilhamento de experiências, a organização pode aproveitar o conhecimento tácito de seus membros, prevenir a repetição de erros e identificar boas práticas que possam ser replicadas (Skogan et al., 2014).
Cultura organizacional: A gestão do conhecimento está intrinsecamente ligada à cultura organizacional. A Polícia Militar do Paraná deve promover uma cultura que valorize a aprendizagem, a colaboração e o compartilhamento de conhecimento. Isso pode ser estimulado por meio de reconhecimento e recompensas para aqueles que contribuem ativamente com o compartilhamento de conhecimento, assim como por uma liderança que promova uma mentalidade aberta e receptiva à inovação e à melhoria contínua (Steensma, 2016).
As práticas de gestão do conhecimento na Polícia Militar do Paraná devem ser adaptadas às suas necessidades e contextos específicos. Através da identificação e implementação de práticas eficazes, a instituição pode potencializar seu desempenho organizacional, melhorando a eficiência, eficácia e a capacidade de resposta aos desafios enfrentados na segurança pública (Steensma, 2016).
Além disso, conforme Valla (2014), a Polícia Militar do Paraná pode contemplar as seguintes práticas adicionais de gestão do conhecimento:
Cooperação interdepartamental: Fomentar a colaboração e o intercâmbio de conhecimento entre diferentes departamentos e unidades dentro da organização pode ser altamente benéfico. Isso engloba a criação de grupos de trabalho multidisciplinares, a realização de reuniões periódicas de compartilhamento de informações e a implementação de plataformas digitais para facilitar a troca de conhecimentos e experiências entre os setores.
Estímulo à inovação: A gestão do conhecimento pode servir como catalisador para a inovação dentro da Polícia Militar do Paraná. Incentivar os colaboradores a compartilhar ideias, propor soluções e buscar constantemente novas abordagens contribui para a melhoria contínua e o desenvolvimento de práticas mais eficazes. A organização pode estabelecer mecanismos para a captação e avaliação de ideias, bem como para a implementação de projetos inovadores (Valla, 2014).
Análise de dados e informações: A utilização de tecnologias de análise de dados e informações pode ser um aspecto relevante na gestão do conhecimento. Ao coletar, processar e analisar dados provenientes de diversas fontes, como registros de ocorrências, dados estatísticos e feedback dos usuários, a Polícia Militar do Paraná pode obter insights valiosos que orientam a tomada de decisões estratégicas e a identificação de áreas de aprimoramento (Chandler, 2014).
Alianças externas: Colaborar com outras instituições, universidades, centros de pesquisa ou entidades pertinentes pode representar uma estratégia efetiva para reforçar a gestão do conhecimento na Polícia Militar do Paraná.
Essas parcerias propiciam a troca de conhecimentos, a realização de estudos conjuntos e o acesso a expertise externa, ampliando, assim, a capacidade de aprendizagem e inovação da organização (Williamson; Chandler, 2014).
2.2 DESAFIOS E OPORTUNIDADES DA GESTÃO DO CONHECIMENTO NA POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ
Na Polícia Militar do Paraná, assim como em qualquer outra organização, a gestão do conhecimento enfrenta desafios e apresenta oportunidades singulares. Uma cultura hierárquica e tradicional pode representar um obstáculo à implementação de práticas de gestão do conhecimento. É fundamental superar resistências e promover uma mudança cultural que valorize a colaboração, o compartilhamento de conhecimento e a busca contínua por aprendizado (Paraná, 2022).
A Polícia Militar do Paraná lida com uma considerável quantidade de informações sensíveis e confidenciais. Assegurar um acesso adequado e seguro a essas informações, ao mesmo tempo em que promove o compartilhamento de conhecimento, é um desafio que exige políticas claras e soluções tecnológicas eficientes (Paraná, 2022).
Capacitação e conscientização: Em muitas situações, os colaboradores podem não estar plenamente cientes da importância da gestão do conhecimento ou de como contribuir efetivamente para o processo. Investir em programas de capacitação e conscientização é fundamental para garantir que todos compreendam os benefícios da gestão do conhecimento e estejam dispostos a participar ativamente (Paraná, 2022).
A Polícia Militar do Paraná enfrenta o desafio da rotatividade de pessoal e aposentadorias, fatores que podem resultar na perda de conhecimento crítico. Tornam-se necessárias a implementação de estratégias de retenção de conhecimento, como programas de mentoria, documentação de boas práticas e compartilhamento de experiências, a fim de preservar o conhecimento organizacional (Paraná, 2022).
A Polícia Militar do Paraná conta com policiais que possuem ampla experiência e conhecimento prático. A gestão do conhecimento representa a oportunidade de capturar e compartilhar esse conhecimento tácito, permitindo que seja aproveitado por outros membros da organização (Strauhs et al., 2012).
A prática da gestão do conhecimento viabiliza a análise e a aprendizagem a partir de operações e incidentes anteriores. Isso capacita a Polícia Militar do Paraná a identificar melhores práticas, lições aprendidas e áreas de aprimoramento, contribuindo para elevar a eficácia e a eficiência das operações futuras (Strauhs et al., 2012).
Ao fomentar a gestão do conhecimento, a organização promove a inovação e a adaptação a novos desafios. O compartilhamento de ideias, o estímulo à criatividade e a utilização de tecnologias avançadas de análise de dados podem resultar em soluções inovadoras e eficazes para enfrentar problemas e demandas emergentes (Gariba Júnior, 2011).
A prática da gestão do conhecimento oferece a oportunidade de estimular a colaboração entre diferentes setores e unidades da Polícia Militar do Paraná. Essa colaboração possibilita a troca de conhecimentos, experiências e perspectivas, resultando em soluções mais abrangentes e integradas para os desafios enfrentados (Gariba Júnior, 2011).
Uma administração eficaz do conhecimento proporciona informações relevantes e atualizadas para respaldar a tomada de decisões estratégicas e operacionais. Isso viabiliza uma análise mais fundamentada e decisões mais informadas, ampliando a eficácia e a eficiência das ações da Polícia Militar do Paraná (Barbosa, 2018).
Aproveitar essas oportunidades e superar os desafios exige um comprometimento sólido por parte da liderança, investimentos em tecnologia e infraestrutura adequadas, além de uma cultura organizacional propícia ao compartilhamento e à colaboração.
Ao adotar essas medidas, a Polícia Militar do Paraná pode fortalecer sua capacidade de aprendizado e inovação, resultando em um desempenho organizacional aprimorado e uma maior eficácia no cumprimento de sua missão de garantir a segurança pública (Barbosa, 2018).
A implementação de sistemas de informação e tecnologias de gestão do conhecimento pode aprimorar a eficiência e a eficácia da organização. Contudo, é essencial garantir a integração adequada dessas ferramentas com os sistemas existentes, além de promover a capacitação dos colaboradores para utilizar essas tecnologias de maneira efetiva (Destefani, 2022).
A implementação de práticas de gestão do conhecimento exige uma abordagem cuidadosa de gestão da mudança. É imperativo envolver e engajar os colaboradores em todos os níveis da organização, comunicando de forma clara os benefícios e objetivos da gestão do conhecimento, além de fornecer suporte e recursos adequados durante o processo de transição (Destefani, 2022).
Devido à natureza sensível das informações na Polícia Militar do Paraná, é crucial assegurar a segurança da informação ao longo de todo o processo de gestão do conhecimento. Isso inclui o estabelecimento de políticas e procedimentos adequados de segurança, a implementação de sistemas de controle de acesso e a conscientização dos colaboradores sobre a importância da proteção das informações (Frederickson et al., 2022).
A gestão do conhecimento deve ser continuamente avaliada e monitorada para garantir sua eficácia e identificar áreas de melhoria. Métricas e indicadores podem ser estabelecidos para mensurar o impacto das práticas de gestão do conhecimento no desempenho organizacional e na obtenção de resultados. Com base nessa análise, ajustes e melhorias podem ser implementados para otimizar os processos de gestão do conhecimento.
(Frederickson et al., 2022).
Enfrentar esses desafios e aproveitar as oportunidades oferece à Polícia Militar do Paraná a possibilidade de cultivar uma cultura de aprendizado e colaboração, impulsionando o desempenho organizacional e fortalecendo sua capacidade de resposta aos desafios da segurança pública. A gestão do conhecimento pode tornar-se um elemento estratégico para a organização, permitindo sua adaptação às mudanças e constante inovação para enfrentar os desafios em um ambiente em constante evolução (Kobashi; Tálamo, 2013).
Além disso, é crucial ressaltar a necessidade de uma liderança comprometida com a gestão do conhecimento na Polícia Militar do Paraná. Os líderes devem estabelecer uma visão clara, definir metas e objetivos relacionados à gestão do conhecimento e fornecer o suporte necessário para sua implementação. Devem também incentivar a participação ativa dos colaboradores, reconhecendo e recompensando o compartilhamento de conhecimento e a colaboração (Kobashi; Tálamo, 2013).
A colaboração com instituições de ensino, centros de pesquisa e outras organizações representa uma oportunidade valiosa para a Polícia Militar do Paraná. Por meio de parcerias externas, a organização pode acessar conhecimentos especializados, compartilhar experiências e participar de projetos conjuntos de pesquisa e desenvolvimento. Essa colaboração pode proporcionar novas perspectivas, metodologias e abordagens para a gestão do conhecimento, contribuindo para o fortalecimento da Polícia Militar como instituição (Lipsky, 2020).
A gestão do conhecimento desempenha um papel crucial no aprimoramento do desempenho operacional da Polícia Militar do Paraná, proporcionando uma série de impactos positivos quando implementada de maneira eficaz (Silva, 2013).
Ao fornecer informações relevantes, atualizadas e confiáveis para apoiar a tomada de decisões operacionais, a gestão do conhecimento capacita a organização a tomar decisões mais embasadas e estratégicas. O compartilhamento de boas práticas, lições aprendidas e conhecimentos especializados entre os membros agiliza as operações, permitindo acesso rápido a informações relevantes e atualizadas, reduzindo o tempo de resposta e aumentando a eficiência na execução das atividades operacionais (Skogan et al., 2014).
Fomentando uma cultura de aprendizado contínuo na organização, a gestão do conhecimento possibilita o compartilhamento de experiências, erros e acertos. A Polícia Militar do Paraná pode aprender com situações passadas, buscando constantemente melhorias em práticas e processos operacionais, resultando em um ciclo de aprimoramento contínuo que impulsiona o desempenho operacional (Skogan et al., 2014).
Além disso, a gestão do conhecimento estimula a inovação e a adaptação a novos desafios operacionais. Ao compartilhar ideias, conhecimentos e perspectivas, a organização pode explorar novas abordagens, desenvolver soluções criativas e responder de forma eficaz às demandas em constante evolução. A inovação resultante da gestão do conhecimento impulsiona a eficácia das operações da Polícia Militar do Paraná (Steensma, 2016).
O acesso ao conhecimento acumulado permite evitar erros já cometidos anteriormente e prevenir o retrabalho. Aprendendo com experiências passadas, a Polícia Militar do Paraná pode identificar e corrigir falhas, implementar melhores práticas e reduzir a ocorrência de erros operacionais, resultando em uma execução mais efetiva de suas atividades (Steensma, 2016).
A gestão do conhecimento fomenta a cooperação e o trabalho em equipe na Polícia Militar do Paraná, possibilitando o compartilhamento de conhecimentos, experiências e recursos entre os membros. Isso fortalece a colaboração entre os diferentes setores e unidades da organização, facilitando a coordenação e a sinergia entre as equipes operacionais (Valla, 2014).
Esses impactos da gestão do conhecimento no desempenho operacional são fundamentais para garantir uma atuação mais eficaz, eficiente e adaptativa da Polícia Militar do Paraná. Através do compartilhamento estratégico do conhecimento, a organização pode elevar seu nível de excelência operacional, promovendo a segurança pública de maneira mais efetiva e contribuindo para o bem-estar da sociedade como um todo (Valla, 2014).
A gestão do conhecimento, ao proporcionar acesso rápido a informações relevantes e o compartilhamento de boas práticas, capacita a organização a responder de maneira ágil e eficiente a situações emergenciais, crises ou eventos imprevistos, garantindo a segurança da população (Williamson; Chandler, 2014).
Além disso, a gestão do conhecimento oferece oportunidades para o desenvolvimento contínuo das competências dos colaboradores, aprimorando suas habilidades e conhecimento técnico por meio do compartilhamento de conhecimentos, treinamentos e programas de capacitação (Williamson; Chandler, 2014).
Incentivando a exploração e adoção de novas tecnologias no contexto operacional, a gestão do conhecimento permite que a organização busque soluções tecnológicas inovadoras, como sistemas de monitoramento avançados, ferramentas de análise de dados e inteligência artificial, para aprimorar sua capacidade de coleta, análise e compartilhamento de informações operacionais (Chandler, 2014).
Contribuindo para o desenvolvimento de uma inteligência organizacional robusta, a gestão do conhecimento permite à Polícia Militar do Paraná antecipar tendências, identificar padrões e compreender o contexto operacional, proporcionando uma tomada de decisão mais estratégica e embasada (Paraná, 2022).
Vale destacar que a gestão do conhecimento não é um processo estático, mas sim contínuo e adaptativo. A organização deve estar aberta à aprendizagem, ao feedback dos colaboradores e às mudanças necessárias para aprimorar sua capacidade operacional. Dessa forma, a gestão do conhecimento se torna um ciclo de melhoria constante, impulsionando o desempenho operacional da Polícia Militar do Paraná (Paraná, 2022).
2.3 AS ORGANIZAÇÕES MILITARES E A PASSAGEM DE FUNÇÕES
As instituições policiais militares, fundamentais para a segurança pública no Brasil, confrontam desafios constantes tanto operacionais quanto estratégicos. A passagem de funções de Comandos é um processo fundamental para a manutenção da hierarquia e da eficiência operacional. Esse procedimento envolve a transição de um militar para uma nova posição de responsabilidade e autoridade dentro da estrutura organizacional. No contexto das Polícias militares, esse processo deve ser regido por normas e procedimentos específicos, visando garantir a continuidade das operações e a preparação dos militares para os desafios inerentes às novas funções.
No meio dessas dinâmicas, a transição de liderança emerge como um momento crucial, delineando a mudança de comando e a continuidade institucional.
As organizações policiais militares, devido à sua natureza, operam em ambientes complexos e dinâmicos. A passagem de função, para além de um simples ato protocolar, desempenha um papel vital na garantia da continuidade operacional e no alinhamento estratégico da instituição.
Segundo Souza (2015), a passagem de função nas organizações militares brasileiras é uma prática rotineira, baseada em critérios como capacidade técnica, experiência, liderança e habilidades interpessoais. O autor ressalta que esse processo é fundamental para o desenvolvimento profissional dos militares e para o bom funcionamento das unidades militares.
De acordo com Oliveira (2018), a passagem de função também é uma oportunidade para a transmissão de conhecimentos e valores organizacionais. Durante esse processo, os militares que assumem novas funções recebem orientações e treinamentos para se adaptarem ao novo cargo e compreenderem as expectativas e objetivos da organização.
Como destacou Jacques, “a transição de comando é um momento que impacta diretamente a cultura organizacional, a coesão da tropa e a eficácia das operações” (Jacques, 2017).
Compreender a relevância desse processo é essencial para fortalecer as bases institucionais, pois as ações desenvolvidas pela Polícia Ambiental, como uma atividade especializada voltada à preservação do meio ambiente, assumem grande importância na continuidade dessas operações para alcançar os objetivos de sua atuação (Jacques, 2017).
No entanto, refletindo-se de acordo com Jacques, 2017, a passagem de função não está isenta de desafios, sendo a perda de conhecimento organizacional um dos problemas prementes. A saída de líderes experientes pode resultar em lacunas críticas de expertise e insights estratégicos, comprometendo a capacidade da instituição de enfrentar os desafios contemporâneos. Surge, assim, a problemática central: como assegurar que o conhecimento acumulado não se perca durante a transição de comando?
Para as organizações policiais militares, a gestão do conhecimento transcende a mera prática administrativa; ela se configura como uma ferramenta estratégica que impacta diretamente a eficácia operacional e a capacidade de resposta em cenários desafiadores. Alguns aspectos cruciais ressaltam a importância dessa abordagem:
Tomada de Decisões Estratégicas: Conforme destacado por Almeida (2012), a gestão do conhecimento proporciona a base necessária para tomadas de decisões mais informadas e estratégicas. Em organizações policiais militares, onde a rapidez e precisão nas decisões são cruciais, essa capacidade é vital.
Preservação do Conhecimento Institucional: Como enfatizado Abreu (2015), a gestão do conhecimento é um meio eficaz para preservar o conhecimento institucional, especialmente em organizações sujeitas à rotatividade de pessoal.
Nas organizações policiais militares, onde a experiência prática é inestimável, a preservação desse conhecimento é crucial.
Inovação e Adaptação: ressalta que a gestão do conhecimento é um facilitador da inovação, capacitando as organizações a se adaptarem às mudanças e promoverem práticas mais eficientes (Vargas, 2012).
Em um ambiente dinâmico como o das organizações policiais militares, a capacidade de inovação é um diferencial estratégico. Em relação a troca de passagem de função, a documentação e Transferência de Responsabilidades: Conforme enfatizado por Vieira (2015), é imperativo documentar minuciosamente as responsabilidades inerentes ao cargo, assegurando uma transição clara e eficaz. A transferência de responsabilidades deve ser conduzida com transparência e organização, garantindo a continuidade das operações.
Briefings e Orientações de Albertin (2012), destaca a importância de fornecer briefings detalhados e orientações ao sucessor, proporcionando uma compreensão abrangente das dinâmicas operacionais e estratégicas. Esses encontros são cruciais para alinhar expectativas e assegurar uma transição suave.
Integração com a Equipe: A integração efetiva com a equipe é fundamental. Como abordado por Lordello (2011), é necessário construir vínculos com a equipe, estabelecendo uma transição que promova a continuidade das relações de confiança e colaboração.
3 A FORMALIZAÇÃO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO NAS PASSAGENS DE COMANDO NA PMPR
A formalização da gestão do conhecimento nas passagens de comando na Polícia Militar do Estado do Paraná desempenha um papel crucial no aprimoramento do desempenho organizacional, facilitando a disseminação e compartilhamento de informações relevantes. Essa prática contribui para o desenvolvimento de melhores práticas e para a contínua capacitação dos colaboradores, resultando em operações mais eficazes e processos mais eficientes.
A gestão do conhecimento assume uma importância ainda maior em organizações que enfrentam desafios complexos, como é o caso da Polícia Militar do Paraná, que lida com questões específicas relacionadas à segurança pública. Nesse contexto, a obtenção de informações atualizadas, a capacidade de aprender com experiências passadas e a disseminação eficiente do conhecimento adquirido são elementos cruciais para aprimorar o desempenho organizacional.
Assim, examinar a importância da gestão do conhecimento nesse contexto específico pode proporcionar insights valiosos para aprimorar a eficácia e a eficiência da Polícia Militar do Paraná.
A formalização da gestão do conhecimento na Polícia Militar do Paraná ocorre por meio da integração dessa prática ao plano estratégico da instituição e pela definição e aplicação de normas específicas para sua implementação. A Portaria do Comando Geral nº 273 de 8 de março de 2022, que aprovou o plano estratégico da Polícia Militar do Estado do Paraná, incorpora a gestão do conhecimento como uma ferramenta essencial para o alcance dos objetivos institucionais.
Além disso, as normas de aplicação da gestão do conhecimento estabelecem os procedimentos e diretrizes para a coleta, armazenamento, organização, disseminação e uso do conhecimento dentro da instituição. Documentos como a Diretriz nº 004/2000-PM3, a Diretriz nº 005/2001-PM3 e a Diretriz nº 001/2023 são exemplos de regulamentações relacionadas à gestão do conhecimento na Polícia Militar do Paraná.
A formalização da gestão do conhecimento não apenas promove a eficiência operacional e a tomada de decisões embasadas, mas também contribui para o desenvolvimento profissional e a capacitação contínua dos membros da instituição. Valorizando a aprendizagem organizacional, a PMPR fortalece sua capacidade de adaptação às mudanças e de enfrentamento dos desafios no contexto da segurança pública.
No entanto, é importante ressaltar que, apesar da formalização da passagem de comando ser um procedimento já adotado em diversos estados brasileiros, como Minas Gerais, por meio da Resolução nº 5064 de 11 de fevereiro de 2021, no Paraná essa prática ainda não é regulamentada de forma explícita.
A implementação da formalização do processo de transição na passagem de Comando seria altamente benéfica, pois garantiria a continuidade das políticas e estratégias da instituição, preservando o conhecimento e o legado das realizações anteriores.
Vislumbra-se que a implementação da formalização dos atos de transição de Comando na Polícia Militar pode trazer benefícios significativos para a organização. Conforme destacado por Oliveira (2010), a adoção de mecanismos formais de transição de comando é fundamental para garantir a estabilidade e a continuidade das ações realizadas pelas organizações policiais. Ao formalizar esse processo, a instituição cria um banco de dados das ações realizadas por cada Comandante nas diversas funções desempenhadas, permitindo o registro e a preservação do conhecimento adquirido ao longo do tempo.
Além disso, conforme ressaltado por Silva (2018), a formalização da passagem de comando propicia aos demais oficiais o acesso a boas práticas que podem ser adaptadas às diversas realidades nas diferentes regiões do Estado. Isso significa que a formalização não apenas garante a continuidade das políticas e estratégias da instituição, mas também promove a disseminação do conhecimento e o compartilhamento de experiências bem-sucedidas entre os membros da corporação.
Portanto, ao implementar a formalização dos atos de transição de Comando, a Polícia Militar do Estado do Paraná estaria não apenas garantindo a continuidade das ações realizadas, mas também fortalecendo a capacidade de aprendizado e adaptação da instituição diante dos desafios enfrentados no contexto da segurança pública.
Assim, a formalização da gestão do conhecimento na Polícia Militar do Estado do Paraná deve ser um processo contínuo e dinâmico, acompanhando as transformações internas e externas e promovendo a inovação e a excelência na prestação de serviços à sociedade paranaense.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reconhece-se que a política de segurança pública constitui um processo amplo e eficaz que engloba diversas iniciativas governamentais e comunitárias, visando à proteção tanto do indivíduo quanto da sociedade como um todo. Seu propósito é aprimorar a equidade no que diz respeito a punições, recuperação e tratamento daqueles que transgridam a lei, ao mesmo tempo em que garante direitos e cidadania para todos. Enquanto direito fundamental, à segurança pública torna-se indispensável à cidadania, estando ambas intrinsecamente ligadas. A ausência de segurança compromete a plena fruição dos direitos da cidadania e das liberdades públicas.
A gestão do conhecimento transcende a mera operacionalidade; trata-se de abordagem estratégica que capacita as organizações policiais militares a enfrentarem os desafios em um ambiente dinâmico e em constante evolução. Desde a coleta e armazenamento de informações até o compartilhamento eficaz e ético, cada etapa desse processo contribui para a construção de uma sólida base de conhecimento organizacional.
Ao refletir sobre a importância contínua da gestão do conhecimento nas organizações policiais militares, reconhecemos que o sucesso operacional não se limita a equipamentos avançados ou treinamentos intensivos, mas também está intrinsecamente ligado à capacidade de aproveitar a experiência coletiva, lições aprendidas e insights estratégicos. A gestão do conhecimento não é apenas uma prática isolada, mas sim um compromisso contínuo com a aprendizagem, inovação e eficiência.
Nas organizações policiais militares, onde a tomada de decisões rápidas e informadas é crucial, a gestão do conhecimento emerge como um catalisador para a excelência. A habilidade de acessar rapidamente informações relevantes, aprender com experiências passadas e adaptar-se a novos cenários é um diferencial significativo em um ambiente operacional desafiador.
Conclui-se, portanto, que a gestão do conhecimento não é apenas uma prática a ser implementada, mas uma mentalidade a ser cultivada. À medida que as organizações policiais militares enfrentam novos desafios e demandas, a gestão do conhecimento permanece como um investimento estratégico no fortalecimento da resiliência, eficácia operacional e, acima de tudo, na preservação da segurança pública.
Nesse sentido, instiga-se as organizações policiais militares a abraçarem a gestão do conhecimento como uma aliada indispensável, um instrumento dinâmico que capacita não apenas as operações diárias, mas também a construção de um legado de excelência e profissionalismo. Que a gestão do conhecimento seja mais do que uma prática; que seja uma promessa renovada de enfrentar o futuro com sabedoria, aprendendo com o passado e construindo um caminho de sucesso para as organizações policiais militares.
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1Oficial da Polícia Militar do Paraná, no posto de Capitão, graduado em Direito pelo Centro de Ensino Superior – CESUL, Mestre em Direito pela Universidade Paranaense- UNIPAR