REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11236747
Ana Paula De Jesus Felix Moura
Orientadora: Claudia Ebner
Introdução
O período gestacional gera uma série de mudanças no corpo e no cotidiano da mulher, alterando seu estado emocional, físico e psicológico. Por isso, a gestação necessita de ações que vão além do trabalho de parto. A presença da mulher nas consultas antes do parto visa esse acolhimento, desde o início da gravidez até o nascimento da criança saudável e a garantia do bem-estar da mão e do bebê (MIURA et al., 2019).
O período de acompanhamento do desenvolvimento da gestação que antecede o parto é conhecido na área da saúde como o período de pré-natal. Os autores Cabral, Ressel e Landerdahl (2005) definem a assistência pré-natal como a atenção que acolhe a mulher desde o início da gestação, para que o nascimento de uma criança saudável com o bem-estar da mãe e da criança.
As consultas de pré-natal ocorrem através do atendimento da gestante por um equipe de saúde multidisciplinar. Dentre os profissionais que atendem a gestante, está o profissional de enfermagem. A consulta de enfermagem é vista de forma diferente, mais humanizada, por causa do vínculo criado entre o enfermeiro e a gestante e do diálogo que existe nas consultas, sendo fundamental no cuidado dessas mulheres (FELICIANO; PRADEBON; LIMA, 2013).
Objetivos
Objetivo geral: Compreender a importância do profissional de enfermagem na atuação da atenção primária de saúde em situação de pré-natal.
Objetivos específicos:
- Estudar o processo de trabalho do profissional de enfermagem;
- Entender o período de pré-natal vivenciado pelas gestantes;
- Discutir a importância do trabalho do enfermeiro no momento do pré-natal de pacientes;
Metodologia
Esta pesquisa foi realizada através de uma revisão da bibliografia, na qual foram explorados de modo qualitativo artigos, livros, monografias e legislações.
A busca e seleção dos materiais ocorreu por meio de sites de pesquisa acadêmica como o Scielo, Periódicos Capes, Google Scholar e Lilacs, utilizando as palavras-chave: “Enfermagem”; “Pré-natal”; “Importância do enfermeiro no pré-natal”; “Enfermagem e pré-natal”, filtrando materiais que foram publicados no período de 2011 a 2021.
Resultados e Discussões
PROCESSO DE TRABALHO DA ENFERMAGEM
A enfermagem é uma prática profissional socialmente relevante, historicamente determinada e faz parte de um processo coletivo de trabalho com a finalidade de produzir ações de saúde por meio de um saber específico (FERREIRA; PÉRICO; DIAS, 2018). Isto é, a prática do serviço do profissional de saúde, é vivenciado apenas por ele dentro da equipe de saúde
PROCESSO DE TRABALHO DA ENFERMAGEM
Em geral, a atuação dos enfermeiros e enfermeiras está na articulação com os demais membros da equipe no contexto político social do setor saúde (FERREIRA; PÉRICO; DIAS, 2018). Nesse sentido, com a responsabilidade de criarem uma ponte entre médicos, familiares e pacientes.
PRÉ-NATAL
No âmbito da assistência em saúde, essas consultas que antecedem o parto, são caracterizadas como “pré-natal”, e são muito importantes não somente para orientações em relação ao parto, mas sim na prevenção e cuidado da saúde da mulher e do bebe que no período da gestação necessitam de cuidados especializados prestados pelas equipes multidisciplinares de saúde (ALVES et al., 2015).
Segundo Viellas et al. (2014) a assistência pré-natal é um importante componente da atenção à saúde das mulheres no período gravídico-puerperal. Ou seja, trata-se de um acompanhamento essencial, pois as mulheres necessitam verificar a evolução da gravides mês a mês, para que saibam como anda o desenvolvimento da gravidez, para que a qualquer alteração percebida, elas possam tomar as providencias, de acordo com as orientações profissionais adequadas.
PAPEL DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL
Duarte e Almeida (2014), destacaram que o enfermeiro é de fundamental importância para uma melhor qualidade do programa de pré-natal, sendo responsável pelo vínculo entre a gestante e o seu acompanhamento de pré-natal. Além disso, esse profissional é responsável pelas ações clínicas nas consultas, acolhem as gestantes e fazem um trabalho educacional com as mulheres, promovendo a qualidade de vida da mesma e do bebê durante a gestação.
A atuação do enfermeiro deve seguir parâmetros de cuidado humanizado, prezando sempre pela individualidade dos sujeitos no atendimento e estabelecendo com cada gestante um vínculo, de forma que reconheça suas necessidades e crie um vetor de confiança entre as partes envolvidas antes do parto (COUTINHO et al., 2014).
A atuação dos enfermeiros no pré-natal é incentivada, atualmente, pelas políticas nacionais de saúde, em função da compatibilidade dessa formação com as tendências contemporâneas de atenção a gestação, parto e puerpério (BRASIL, 2011).
Assim, a enfermagem obstétrica emerge como promotora para o alcance do desenvolvimento da saúde da mulher gestante, que visam à minoração da morbimortalidade materna e infantil, com qualificação da assistência prestada nos pontos de atenção à saúde (VIELLAS et al., 2014).
Considerações Finais
De modo geral, concluiu-se com esta pesquisa que o cuidado em enfermagem é um trabalho muito relevante na área da saúde da família, principalmente no período de pré-natal, onde a gestante e a família necessitam de orientação para o cuidado integral da saúde dos envolvidos. Assim, os profissionais realizam no pré-natal um atendimento humanizado no qual contribui para a atenção básica de saúde das famílias.
Referências Bibliográficas
ALVES, Delma Pinheiro dos Santos et al. Caracterização de gestantes em atendimento pré-natal. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, v. 13, n. 2, p. 630-638, 2015.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS).
CABRAL, F. B.; RESSEL, L. B.; LANDERDAHL, M. C. Consulta de Enfermagem: Estratégia de Abordagem à Gestante na Perspectiva de Gênero. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem. V. 9, n. 3. p. 459-465. Dez. 2005.
COUTINHO, Emília de Carvalho et al. Gravidez e parto: O que muda no estilo de vida das mulheres que se tornam mães?. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 48, n. SPE2, p. 17-24, 2014.
DUARTE, S. J. H; ALMEIDA, E. P. O papel do enfermeiro do programa saúde da família no atendimento pré-natal. Revista de Enfermagem do Centro Oeste Mineiro, v. 4, n. 1, p. 1029- 1035, 2014.
FELICIANO, N. B., PRADEBON, V. M., LIMA, S. S. Enfermagem no Pré-Natal de Baixo Risco na Estratégia Saúde da Família. Aquichán., V. 13 N. 2 – Chía, Colombia. p.261-269. Ago, 2013.
FERREIRA, Sandra Rejane Soares; PÉRICO, Lisiane Andréia Devinar; DIAS, Vilma Regina Freitas Gonçalves. A complexidade do trabalho do enfermeiro na Atenção Primária à Saúde. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 71, p. 704-709, 2018.
MIURA, Paula Orchiucci et al. A participação do pai no pré-natal: experiência de companheiros de adolescentes grávidas. GEP NEWS, v. 2, n. 2, p. 299-304, 2019.
VIELLAS, Elaine Fernandes et al. Assistência pré-natal no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 30, p. S85-S100, 2014.