REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10814880
Chiara Batista Gaia¹
Joaquim do Carmo Corrêa Braga2
Lenise Maria Da Silva Ferreira3
Laura Oliveira Viana de Aguiar4
Vanessa Batista Pacheco5
RESUMO
O presente artigo tem como principal objetivo identificar e analisar a formação do professor do AEE, analisando suas atribuições, relações e reflexões no contexto escolar e familiar desse público. Podemos considerar que o mesmo é de suma importância para instrumentalizar e operacionalizar a educação inclusiva, pois oportuniza um reconhecimento das diferenças e um estudo das barreiras que podem impedir a participação em condições de equidade por este público. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa. No que se refere à geração dos dados optou-se por três procedimentos: a leitura e análise de documentos oficiais que legitimam a função dos professores do Atendimento Educacional Especializado (AEE). Diante disto, o AEE é apresentado como um serviço de apoio nesse processo de garantia e qualidade das condições de acessibilidade nestes espaços. Nesta conjuntura, acredita-se que para fortalecer o desenvolvimento de práticas realmente inclusivas, o educador deve assumir novas maneiras de atuação, necessitando desenvolver “relações colaborativas”.
Palavras-Chave: AEE. Educação do campo. Família/escola.
1. INTRODUÇÃO
Este artigo tem como questão central a formação do professor do AEE na perspectiva da inclusão, o AEE (Atendimento Educacional Especializado) que se caracteriza como um serviço paralelo à escolarização, no qual um professor especialista irá dispor de atividades que venham desenvolver a base para construção do conhecimento proposto no ensino regular, na interface de sua atuação profissional dentro da sala de aula.
A educação especial é garantida na legislação brasileira como direito do acesso e a permanência na escola de maneira que os sujeitos sejam atendidos nas necessidades educacionais nos distintos espaços da instituição de ensino, uma vez que, a aprendizagem se efetiva quando as estratégias são facilitadoras e compreendidas pelos alunos.
Neste sentido, a luta pela inclusão escolar no Brasil tem se tornado mais notória no contexto de uma sociedade atual, com consequências positivas nas políticas públicas educacionais para a efetivação da inclusão de alunos com deficiência, ampliando a prática e a integração nos processos de formação do aprendizado, pois é preciso reconhecer que educação especial, tem um público diferente e necessita de práticas ensino adequados que possam contribuir com o saber escolar.
No Brasil o documento que rege o processo de inclusão escolar é a Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva (2008), que tem como objetivo “garantir que haja a inclusão escolar de alunos com deficiências, transtornos de desenvolvimento global e altas habilidades para que esses tenham acesso, com participação ativa, no processo de aprendizagem em qualquer nível de ensino regular”. (BRASIL, 2008, p.14).
A Constituição Federal do Brasil de 1988 universalizou a Educação para todos com direito assegurado nas políticas públicas, às pessoas com deficiência tiveram o acesso à escola com atendimento educacional especializado a fim de proporcionar para os educandos, a formação do aprendizado por meio de Políticas que venham beneficiar aqueles que têm uma deficiência e necessita de uma educação para o seu próprio desenvolvimento.
Dessa forma, o atendimento deve ser pensado de acordo com a necessidade de cada criança da escola do campo onde os desafios são constantes, e através de estímulos físicos, psicomotores, sociais e etc. O professor trabalhará de forma a facilitar a real inclusão deste estudante no ensino comum.
Ciente do papel deste serviço, podemos considerar que o mesmo é de suma importância para instrumentar e operacionalizar a educação inclusiva, pois oportuniza um reconhecimento das diferenças e um estudo das barreiras que podem impedir a participação em condições de equidade por este público. Diante disto, o Atendimento Educacional Especializado (AEE) é apresentado como um serviço de apoio nesse processo de garantia e qualidade das condições de acessibilidade nestes espaços. Nesta conjuntura, acredita-se que para fortalecer o desenvolvimento de práticas realmente inclusivas, o educador deve assumir novas maneiras de atuação, necessitando desenvolver “relações colaborativas”.
A TRAJETÓRIA DA INCLUSÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS
As pessoas com deficiências foram historicamente se constituindo como incapazes, defeituosas, problemáticas, pouco eficientes, isto lhes constituiu status inferior diante das pessoas consideradas não deficientes. Desse modo a criança deficiente foi duplamente penalizada socialmente, reforçando-se os estereótipos que a colocam numa situação de inferioridade e incapacidade diante dos adultos e das pessoas que não possuem deficiências.
Apesar dos poucos registros anteriores à Idade Média, sabe-se que na Antiguidade as crianças que nasciam com algum tipo de deficiência eram consideradas sub-humanas, eliminadas ou abandonadas à morte. Ao final da década de 60, iniciou-se o movimento pela integração social com o objetivo de “[…] inserir as pessoas com deficiência nos sistemas sociais gerais como 199 a educação, o trabalho, a família e o lazer […],6” (SASSAKI, 2010, p.31), processo este mais vivenciado na década de 80.
A sociedade em todas as culturas atravessou diversas fases no que se refere às práticas sociais. “[…] começou praticando a exclusão social de pessoas que por suas condições atípicas não lhe pareciam pertencer à maioria da população e em seguida desenvolveu o atendimento segregado dentro de instituições, passando à prática de integração social e recentemente adotou a filosofia de inclusão social para modificar os sistemas sociais gerais6”. (SASSAKI, 2010, p. 16).
No início do século XX, com a ampliação dos processos de escolarização, aumenta o interesse pelas limitações associadas às deficiências, particularmente à deficiência mental, surgindo a educação especial como tratamento dessas pessoas. Em 1948, com a declaração dos direitos humanos, apontando a “igualdade de direitos”, inicia-se a história da Educação Inclusiva, recebendo em toda sua trajetória diversas nomenclaturas: educação especial, educação inclusiva e integração.
A Constituição Federal Brasileira de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96, trouxe dispositivos para assegurar a inserção de pessoas portadoras de deficiências preferencialmente na rede regular de ensino, garantindo-lhes ainda, o atendimento educacional especializado. Além dessas leis acima citadas, é preciso destacar o Estatuto da Criança e do Adolescente, de 13 de julho de 1990; a Lei Federal Nº 7.855, de 24 de outubro de 1989 que, entre outras medidas, criou a Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência.
Sendo assim, a educação especial no Brasil, conduzida por Políticas de lutas em defesa de uma educação especializada que possa atender as necessidades educativas dos alunos nos seus diferentes níveis e modalidades de ensino, dando lhes oportunidades para aquisição dos processos formativos do aprendizado de modo que os educandos possam construir seus conhecimentos de maneira participativa e integrada.
A educação especial no Brasil é tratada na legislação educacional nas políticas de Inclusão como uma das estratégias para o acesso a todos os alunos, respeitando os níveis de aprendizagem, bem como as dificuldades, pois é necessário reconhecer as limitações que existem entre os educandos e propor condições que sejam viáveis para aquisição do aprendizado no contexto escolar, oferecendo atividades de ensino, inclusivo que atenda as demandas e necessidades de cada indivíduo na escola.
Com a política de Inclusão que uma abrangência maior no acolhimento e tratamento com os sujeitos, a Lei nº 9394/96 propõe a incluir alunos com algum tipo de deficiência na rede regular de ensino, ressaltando que dependendo do grau da deficiência o educando pode ser atendido por um profissional habilitado em determinada área de conhecimento, para acompanhar e dei suporte necessário nos processos de formação do aprendizado.
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
No processo de inclusão escolar, existem alguns alunos que necessitam de auxílio e mediação em tempo integral dentro das salas de aula. Segundo Pelosi e Nunes (2009), alunos com déficits motores e intelectuais mais graves muitas vezes não são capazes de falar para responder às solicitações do professor, não escrevem com autonomia e são dependentes em sua mobilidade e autocuidado. Contudo, esses mesmos alunos podem aprender e se expressar se lhes for oferecida maior acessibilidade.
O Atendimento Educacional Especializado (AEE) é um atendimento realizado por um professor de educação especial que busca identificar as possíveis barreiras na escola regular que impedem ou dificultam a convivência, o desenvolvimento e o ensino aprendizagem dos alunos com deficiência, transtorno no aprendizado, altas habilidades, e superlotação de acordo com as legislações vigentes educacionais.
Para que sua função seja alcançada em sua plenitude, se faz necessário um olhar inclusivo a respeito de nossas práticas e relações estabelecidas, que mediante a perspectiva inclusiva devem ir além da sala de aula e ser pautada de forma colaborativa com todos os profissionais envolvidos e também a participação da família no processo de ensino e aprendizagem desses educandos. Neste contexto, este estudo buscará refletir sobre o professor do AEE na educação.
O professor regente deve acreditar na potencialidade de todos os seus alunos e criar métodos para que todos consigam aprender, independentemente de suas diferenças e especificidades. Para isto, “é fundamental que o professor nutra uma elevada expectativa em relação à capacidade de progredir dos alunos e que não desista nunca de buscar meios para ajudá-los a vencer os obstáculos escolares.7” (MANTOAN, 2006, p.48).
Porém, muitas vezes o professor regente de sala não consegue sozinho atender a toda essa diversidade e precisa de técnicas e profissionais especializados para ajudá-lo neste desafio, pois:
Escolas de todo o mundo, impulsionadas, sobretudo pela Convenção de Salamanca, tiveram que dar conta de incluir crianças que precisavam de ajuda em classes já existentes, muitas vezes com grande número de alunos e professores, cuja formação não havia se preocupado com esses aspectos. Neste momento, a opção para muitos foi colocar um profissional especializado na sala de aula.8 (MOUSINHO, et. al., 2010, p. 2).
O interesse em pesquisar a formação do professor do AEE e a atuação do mesmo na EMEIF São Pedro está intimamente ligado à vida profissional do autor e sua atuação frente à gestão escolar. A escola fica localizada na localidade de Marinteua distrito de Vila do Carmo, Cametá-Pará, para chegar até essa localidade somente de transporte aquaviário (barco, lancha e voadeira).
A referida escola além de atender alunos da própria localidade, recebe também discentes de outras localidades próximas, se tornando assim uma escola de referência para a população ribeirinha.
As modalidades de ensino que são atendidos são desde a educação Infantil, ensino Fundamental e também ensino Médio SOME (Sistema de Organização Modular de Ensino), tendo no momento 377 alunos do Ensino Fundamental e 98 alunos do Ensino Médio.
Para o envolvimento com a temática que intitula esta proposta de pesquisa, faz-se necessário, articular de maneira integrada os elementos epistemológicos que dão base aos estudos em questão: Professor do AEE, educação do campo especificamente ribeirinha, relações interpessoais no ambiente escolar dentro e fora.
A educação especial é garantida da legislação brasileira como direito do acesso e a permanência na escola de maneira que os sujeitos sejam atendidos nas necessidades educacionais nos distintos espaços da instituição de ensino, uma vez que, a aprendizagem se efetiva quando as estratégias são facilitadoras e compreendidas pelos alunos.
Neste sentido, a luta pela inclusão escolar no Brasil tem se tornado mais notória no contexto de uma sociedade atual, com consequências positivas nas políticas públicas educacionais para a efetivação da inclusão de alunos com deficiência, ampliando a prática e a integração nos processos de formação do aprendizado, pois é preciso reconhecer que educação especial, tem um público diferente e necessita de práticas de ensino adequado que possam contribuir com o saber escolar.
Segundo a Constituição Federal brasileira de 1988 que normatiza que é dever do estado o igual acesso à educação como relata no inciso
III_ Atendimento Educacional Especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino, acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criança Autista, seguindo a capacidade de cada um, respeitando as dificuldades de aprendizagem e limitações supostas pela deficiência.9
A formação do professor do AEE em uma escola que se pauta nos princípios de uma educação inclusiva é de facilitador no processo de busca de conhecimento que parte do aluno. O professor é quem organiza situações de aprendizagem adequadas as diferentes condições e competências, oferecendo oportunidades de desenvolvimento pleno para todos os alunos.
Rezende e Pimenta (2010, p. 15) enfatizam que, “áreas de atuação do AEE, nas escolas de Ensino Regular, são psicomotricidade, arte terapia, pensamento lógico-matemático e linguagem, desenvolvidos de forma interativa, sob a coordenação de um pedagogo e professor especializado”.
Assim sendo, o professor do AEE é parte fundamental na inclusão, mas de modo algum é o único responsável por efetivá-la. É preciso que a cultura escolar esteja aberta para práticas escolares e que as ações pedagógicas reforcem diariamente a atuação desse profissional, dando apoio e suporte pedagógico. É válido ressaltar que existem outros profissionais importantes no trabalho educativo com alunos com algum tipo de deficiência, tais como fonoaudiólogo, psicólogo, psicopedagogo, intérprete de Libras, educador físico, revisor de Braile, etc.
O atendimento educacional especializado – AEE tem como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas.
Esse contexto nos direcionou para algumas questões de estudo pertinentes, tais como: quem são os professores atuantes no AEE? Qual a formação desses profissionais? Como se dá a atuação desses profissionais na rede pública de ensino da cidade de Cametá, tendo como foco da pesquisa a localidade de Marinteua, zona ribeirinha do município? Como esses professores se representam enquanto profissionais de Atendimento Educacional Especializado? Quais os discursos produzidos no ambiente escolar sobre a atuação dos professores do Atendimento Educacional Especializado AEE?
As leituras dos aspectos legais do Atendimento Educacional Especializado (AEE) nos permitem compreender a atuação dos professores do AEE como um direito as Leis seguradas pela LDB Nº 9394/96 regulamentada e sistematizada pela Resolução do Conselho Nacional e da Câmara de Educação Básica nos dizeres do Art. 18 que diz:
§ 3º Os professores especializados em educação especial deverão comprovar:
I formação em cursos de licenciatura em educação especial ou em uma de suas áreas, preferencialmente de modo concomitante e associado à licenciatura para a educação infantil ou para anos iniciais do ensino fundamental.
II complementação de estudos ou pós-graduação em áreas específicas da educação especial, posterior à licenciatura nas diferentes áreas de conhecimento para atuação nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio;
§4º Aos professores que já estão exercendo o magistério devem ser oferecidas oportunidades de formação continuada, inclusive em nível de especialização, pelas instâncias educacionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios10. (BRASIL, p. 20)
Os documentos legais também enfatizam que para o professor do AEE o Ministério da Educação (MEC) possa viabilizar o funcionamento de uma sala de recurso para que o professor do AEE possa realizar o atendimento a esses alunos. Os professores do AEE são mediadores com competências para lidar com o diferente, trabalhar em equipe e ser colaborativo com professores especialistas. Tais pressupostos legais e teóricos deixam evidente que o foco do AEE é atender pedagogicamente os alunos com deficiência, seja na sala de aula comum em consonância com o professor ou em salas de recursos.
Embora a preocupação com a formação dos professores do AEE tenha ganhado atenção diferenciada nos últimos anos, havendo um investimento e valorização de especializações e formações continuadas, persiste ainda o desafio desse profissional em efetivar seus conhecimentos no ambiente escolar. No ambiente escolar, quase sempre esse sujeito é confundido com um professor de reforço.
No Brasil, os estudos sobre formação de professores que tem ganhado bastante espaço nas teorias educacionais são os de Pimenta (2002). Está autora explica que as lutas e buscas pela inovação dos cursos de formação inicial e continuada de professores começaram na década de 1960. No entanto, os discursos sobre uma educação para todos não previam a inclusão de Pessoas Com Deficiências (PCD), pois se falava de diferenças de gênero, raças, crédulos e classes sociais, mas não enfatizava o direito e a necessidade de uma construção de uma educação escolar inclusiva.
Sem uma formação que prepare e capacite os professores para a realização de práticas de ensino inclusivo, todo o discurso legal não será executado e ficará apenas na legalidade. Segundo Correia (2008) a atuação profissional na educação inclusiva necessita de:
Uma formação específica de educadores, professores e auxiliares, que lhes permita perceber minimamente as problemáticas de seus alunos e que tipos de estratégias devem ser considerados para lhes dar resposta e que papel devem desempenhar as novas tecnologias no fazer docente e nos processos de aprendizagem. (p. 28).
A educação deverá visar que cada aluno chegue a essa autonomia. (MIZUKAMI, 1986, p.71). Nesse sentido, a escola e seus currículos precisam ser diferentes do que propõe a educação tradicional. Sua atuação deve ser mais ampla e complexa, considerando o contexto histórico e político da sociedade e os interesses, tendo como base uma pedagogia emancipadora, que provoque nos sujeitos o espírito crítico a reflexivo, comprometendo-se com uma ação transformadora.
Ao professor cabe criar condições para que os alunos superem a situação atual vivenciada pela realidade social e também pelas condições orgânicas ou transtornos provocados por patologias de ordem sensorial, intelectual, comportamental ou física. Na escola que assume a perspectiva inclusiva, todo professor deverá buscar despertar e desenvolver competências e propor conteúdos compatíveis com as experiências vividas pelos alunos para que atribuam significado aos conteúdos, objetivando participação ativa nos processos.
Nesse sentido a efetivação da inclusão não é definida apenas pelo professor do AEE, mesmo porque, espera-se que nas salas de recursos estejam juntamente com esse professor outros profissionais que possam ajudar em questões mais específicas e peculiares. Silva e Arruda (2014) também atentam para essas questões:
O professor por mais inclusivo que ele seja não consegue incluir o aluno sozinho, a participação de todos é importante e fundamental para um melhor desenvolvimento dentro da comunidade. É necessário tanto a escola como os centros de apoio possam mudar o pensamento no que fazer para quem fazer e como construir uma sociedade inclusiva, usando sua técnica junto com materiais oferecidos pela escola ou instituição, o professor pode repensar sua prática pedagógica junto com toda a equipe escolar. (p.22).
Nesta perspectiva, este estudo traz como resultado uma diferença existente dentro do contexto escolar entre profissionais do AEE e professores de sala de aula ditos normais, onde se percebe que o professor da sala do Atendimento Educacional Especializado traz consigo uma formação especifica para atuar no campo educacional ou busca formações para que possa estar contribuindo arduamente com seus alunos com deficiência, enquanto que os profissionais da sala regular não possui formação adequada para atender esse público e ainda muitos deles ficam retraídos na busca de formação para contribuir com esses educandos.
Consideramos que independe da necessidade, a inclusão de alunos com deficiência se caracteriza pela integração em sala de aula da rede regular de ensino, porem a constituição de 1988 e a Lei nº 9394/96, concebe com direito no atendimento educacional que remete para os educandos o desenvolvimento de habilidades capacidades cognitivas, permite a elevação do ensino dando condições de igualdade para todos no tratamento de formação do aprendizado.
No entanto a própria Lei ressalva que havendo aluno (a) com um grau profundo de deficiência a escola terá um profissional especializado na área de conhecimentos para orientar e auxiliar nas atividades de ensino, visando com isso superar, os desafios, tanto de aprendizagem quanto de relações pessoais que envolvem a comunidade escolar.
Segundo as diretrizes operacionais da educação para o Atendimento Educacional Especializado (AEE) na educação básica, regulamentado pelo decreto nº 6.057, de 18 de setembro de 2008, considera que Atendimento Educacional Especializado tem como função “identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos na aprendizagem, levando em conta suas limitações nas atividades de ensino.
Entendemos que este atendimento é realizado na escola, prioritariamente, na sala de recursos multifuncionais da própria instituição ou outra escola de ensino regular, no contra turno quando possível, essa escolarização segundo as políticas públicas de educação, pode também ser em centro de atendimento educacional especializado público ou privado sem fins lucrativos, conveniados com secretaria de educação.
Consideramos que a partir da Lei Brasileira da Inclusão Lei 13.146 de 2015 no artigo 28, fica determinado que é responsabilidade do poder público para o público alvo da educação especial profissionais de apoio escolar, dando a ele assistência e auxiliando o estudante nas atividades de ensino, cooperando com a formação dos processos de aprendizado.
Com educação inclusiva as crianças com deficiências tem o direito garantido por Lei, acesso ao ensino e a cultura escolarizada, constituindo com o processo e ação, a Inclusão educacional traz diversos desafios para as atividades pedagógicas, pois exige acolhimento, reconhecimento, valorização e estímulo que permite que aluno seja visto, como sujeito capaz de lançar-se para realizar experiências que possam atribuir sentido para sua existência a partir das articulações com os conhecimentos e práticas sociais do cotidiano.
A política de inclusão no Brasil tem como objetivo segundo a Lei 13.146 de 2015.
Superar os desafios do espaço escolar, melhorar os aspectos físicos da instituição de ensino que envolva a educação inclusiva na escola pública, oferecendo atendimento educacional especializado, com professor auxiliar que ajude nas necessidades de formação dos alunos.
CONCLUSÃO
Este estudo propôs refletir acerca do processo de inclusão, especificamente do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e a maneira pela qual o mesmo está acontecendo, pois, incluir tem como objetivo a construção de uma escola acolhedora, onde não existam critérios ou exigências de natureza alguma, nem mecanismos de seleção ou discriminação para o acesso e a permanência com sucesso de todos os alunos na escola.
Pensar na inclusão de pessoas com deficiência no espaço escolar é pensar sobre o conteúdo ensinado e a forma como este é ensinado. É reconhecer a importância de um ensino de qualidade e não somente a ampliação de vagas ou medidas paliativas,
Percebe-se também que os desafios são constantes, pois a falta de conhecimento por parte dos pais é muito elevada e isso faz com que a inclusão de fato não acontece como deveria, onde ocorre a situação de que os familiares não aceitam que seus filhos sejam diagnosticados como pessoas com deficiência e ainda não aceitam ser acompanhados por profissionais capacitados, tornando-se o processo de ensino aprendizagem dentro do ambiente escolar desses alunos muito irrelevante quando se trata de inclusão.
Neste sentido a igualdade real como discute Ross (1998), requer também a real participação da pessoa com ou sem deficiência na sociedade, e isto perpassa pela acessibilidade, entendida não apenas como o acesso aos espaços físicos, arquitetônicos, mas também ao trabalho, as tecnologias, a Web, a saúde, a cultura, ao lazer, a uma educação de qualidade, ou seja, aos seus direitos enquanto cidadão.
Nesta perspectiva cabe aos educadores e debaterem criticamente os serviços oferecidos no interior da escola, considerando as relações estabelecidas entre trabalho e práticas educativas. Isto inclui um olhar crítico direcionado às práticas pedagógicas realizadas nas Salas de Recursos e em demais atendimento oferecidos pelo Atendimento Educacional Especializado (AEE), vislumbrando as contribuições, ou não, à aprendizagem e ao desenvolvimento de alunos com deficiências, que fazem uso deste serviço denominado pelo Estado de apoio à inclusão escolar.
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1 Graduação em Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade Federal do Pará (2006) E Graduação em Letras/ Língua Portuguesa pelo Centro Universitário Internacional. Especialização em Educação Especial e Inclusiva (UNIASSELVI) (2015). Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Educação pela Faculdade de Ciências Sociais Interamericana – FICS.
2 Graduação em Licenciatura Plena em Pedagogia pela (UNIASSELVI). Graduação em Licenciatura Plena em Educação Física (UEPA). Especialista em Gestão, Administração e Supervisão escolar. (UNIASSELVI). Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Educação pela Faculdade de Ciências Sociais Interamericana – FICS.
3 Graduação em Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade Federal do Pará (2004). Especialização em Docência no Ensino Superior (UFPA), Psicopedagogia (UNIMETA-AP) e Mestrado em Educação pela Universidade Federal do Pará (2011). Atuo como Coordenadora do Curso de Pedagogia na Faculdade de Castanhal (FCAT) e professora orientadora no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Educação pela Faculdade de Ciências Sociais Interamericana – FICS.
4 Graduação em Licenciatura Plena em Letras/ Português pela Universidade Federal do Pará. Especialista em Linguagem e Educação em Psicopedagogia (UNIASSELVI). Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Educação pela Faculdade de Ciências Sociais Interamericana – FICS
5 Graduação em Licenciatura Plena em História pela Universidade Federal do Pará (2012) e Graduação em Licenciatura em Pedagogia pela (UNIASSELVI) (2023). Especialista em Educação Especial e Inclusiva (2016). Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Educação pela Faculdade de Ciências Sociais Interamericana – FICS.
6 SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. 7ed. Rio de Janeiro: WVA, 2006.
7 Maria Teresa Eglér Mantoan. INCLUSÃO ESCOLAR O que é? Por quê? Como fazer?: Coordenador da coleção: Ulisses F. Araújo 1ª edição. 2006.
8 Mousinho Renata et al. Mediação escolar e inclusão: revisão, dicas e reflexões. 2010, vol.27, n.82, pp. 92-108. ISSN 0103-8486.
9 BRASIL. Diretrizes Operacionais da educação especial para o atendimento educacional especializado na educação básica. MEC, SEESP, 2008.