REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202510071530
Rosimere de Andrade Farias1
Asaf Silas Nunes2
RESUMO
Este artigo aborda mulheres com diagnóstico de fibromialgia no exercício da maternidade. O objetivo do artigo é explorar como a sobrecarga materna se relaciona ao potencial aumento dos sintomas em mulheres com diagnóstico de fibromialgia, examinando diferentes perspectivas presentes na literatura. Caracteriza-se como uma revisão integrativa com abordagem qualitativa. Resultados: Ao término do artigo, pôde-se compreender melhor as repercussões da sobrecarga materna na experiência de mulheres com fibromialgia, especialmente no que se refere ao agravamento ou intensificação dos sintomas físicos e emocionais da síndrome. Concluiu-se que as manifestações dolorosas de mães que possuem fibromialgia podem possuir relação e ser potencializadas por aspectos psicológicos relacionados à sobrecarga materna juntamente com as outras diversas funções que atualmente as mulheres desempenham.
Palavras-chave: Adoecimento crônico. Fibromialgia. Maternidade.
ABSTRACT
This article addresses women diagnosed with fibromyalgia and their motherhood. The objective is to explore how maternal burden relates to the potential increase in symptoms in women diagnosed with fibromyalgia, examining different perspectives present in the literature. This is an integrative review with a qualitative approach. Results: At the end of the article, we gained a better understanding of the impact of maternal burden on the experience of women with fibromyalgia, especially regarding the worsening or intensification of the syndrome’s physical and emotional symptoms. We concluded that the painful manifestations of mothers with fibromyalgia may be related to and exacerbated by psychological aspects related to maternal burden, along with the other diverse roles that women currently perform. Keywords: Chronic illness. Fibromyalgia. Maternity.
1 INTRODUÇÃO
A fibromialgia é uma síndrome reumatológica crônica e complexa, de etiologia ainda indefinida, caracterizada por dores musculoesqueléticas difusas, fadiga, distúrbios do sono e manifestações emocionais como ansiedade, depressão e oscilações de humor. A ausência de marcadores orgânicos visíveis torna o diagnóstico difícil e, muitas vezes, tardio, comprometendo a qualidade de vida dos acometidos (Oliveira Junior; Almeida, 2018; Ponciano Aragon, 2010; Oliveira et al., 2017). Afeta cerca de 2,7% da população adulta mundial, com maior incidência entre mulheres de 35 a 44 anos (Queiroz, 2013; Pereira et al., 2009), sendo sua prevalência no Brasil estimada em 2% (Souza; Perissinotti, 2018). Para além das limitações físicas, a síndrome repercute na vida social, profissional e emocional, gerando sentimento de impotência, exclusão e descrédito (Lorente, Stefani e Martins, 2014), especialmente no exercício da maternidade, historicamente atribuído à mulher (Moura; Araújo, 2004; Scavone, 2001).
As dores, muitas vezes invisíveis e não associadas a alterações corporais ou orgânicas, variam de pessoa para pessoa e afetam diretamente a capacidade funcional (Lorente et al., 2014; Oliveira et al., 2017; Peres, 2019). Além disso, os impactos da fibromialgia nas relações sociais, no trabalho e na família, aliados à falta de tratamentos resolutivos e à vulnerabilidade social, comprometem o bem-estar dos pacientes (Oliveira et al., 2019). Assim, a compreensão da síndrome não deve se limitar ao modelo biomédico, mas, considerar também os aspectos psicológicos, sociais e culturais envolvidos no processo de adoecimento (Oliveira et al., 2017; Oliveira Junior e Almeida, 2018).
Para Iaconelli (2023), o maternalismo exaltava as virtudes privadas da domesticidade, ao mesmo tempo em que legitimava a presença das mulheres em esferas públicas como a política, a propriedade, a comunidade, o mercado e o trabalho. No entanto, essa perspectiva mantinha como ideal que a mulher só trabalhasse fora quando necessário, priorizando o cuidado com a família, o que implicava uma sobrecarga feminina.
Nos dias atuais, a maternidade é socialmente atravessada por ideais de dedicação, cuidado incondicional e disponibilidade integral da mulher para com os filhos. Mesmo com os avanços em relação à igualdade de gênero e à divisão de responsabilidades parentais, a figura materna permanece central nas exigências e expectativas sociais sobre o cuidado familiar. No entanto, esse ideal se torna especialmente desafiador para mulheres que enfrentam condições crônicas de saúde, como é o caso da fibromialgia.
Diante do exposto e dos elementos teóricos analisados, a hipótese defendida neste artigo é que a fibromialgia, em mulheres em exercício da maternidade pode estar relacionada a uma sobrecarga emocional decorrente das múltiplas exigências sociais e subjetivas associadas ao papel materno. Sendo assim a sobrecarga não se limita apenas ao acúmulo de tarefas domésticas e as responsabilidades com os filhos, envolve também as expectativas culturais e ideários sociais vinculados ao modelo de boa mãe – que demandam da mulher um bom desempenho quase integral em diferentes esferas da vida. Todos esses fatores, aliados à vivência subjetiva de cada mulher, podem reforçar sentimentos de insuficiência, culpa e esgotamento, favorecendo a manifestação ou potencialização dos sintomas dolorosos e psicossomáticos característicos da fibromialgia. Compreendendo que o adoecimento pode estar atrelado a uma rede complexa que integra não só as dimensões biológicas, bem como, as psicológicas e sociais, tornando de extrema importância enxergar a maternidade nesse grupo como um campo de tensões que compromete a saúde dessas mulheres.
Este artigo é importante por apresentar-se como uma modesta contribuição na tarefa de explorar o assunto e partiu de uma experiência particular da pesquisadora que despertou interesse teórico sobre a temática da sobrecarga materna em mulheres com fibromialgia. Investigar essa realidade é importante não apenas para o campo acadêmico, mas se torna fundamental para que a Psicologia se debruce sobre a experiência subjetiva dessas mulheres, como também para a formulação de políticas públicas e estratégias de cuidado que reconheçam as especificidades dessas mulheres, contribuindo para a promoção de saúde, bem-estar e equidade de gênero, além de ampliar o olhar clínico e social sobre os impactos da fibromialgia na vida das mulheres, mães com adoecimento crônico.
Desta forma, o objetivo do artigo é explorar como a sobrecarga materna se relaciona ao potencial aumento dos sintomas em mulheres com diagnóstico de fibromialgia, examinando diferentes perspectivas presentes na literatura.
2 METODOLOGIA
O artigo tem objetivo exploratório com abordagem qualitativa, realizado por meio de uma breve revisão integrativa. Para a realização deste, foi necessário recorrer às divulgações disponíveis, tanto na literatura científica quanto naquelas encontradas nos diferentes portais eletrônicos, ressaltando-se os trabalhos recentemente defendidos nas universidades brasileiras, a respeito da temática. As buscas foram feitas por base de dados online: Scielo, Redalyc, PubMed/MEDLINE e Pepsic/BVS. Os descritores utilizados nas buscas foram “fibromialgia”, “maternidade”, “mulher”. Foram selecionadas as publicações derivadas de pesquisas que contemplavam de maneira direta o tema em pauta e que foram publicadas, em português, inglês ou espanhol, em base de dados científicos. Os textos completos das referências selecionadas foram submetidos a leituras direcionadas à extração de informações sobre as mulheres, a fibromialgia e a maternidade.
3 FIBROMIALGIA
A fibromialgia caracteriza-se com uma síndrome reumatológica crônica que pode acometer pessoas de ambos os sexos e faixas etárias distintas, sendo que mulheres adultas são significativamente as mais afetadas na faixa etária entre 35 a 44 anos. O diagnóstico é feito tão somente por avaliação clínica, o que pode subnotificar inúmeros casos da doença (Queiroz, 2013; Pereira et al., 2009).
De acordo com a Classificação Internacional de Doenças da OMS – CID-11, a Fibromialgia – identificada como Dor Difusa Crônica ou Síndrome da Fibromialgia recebe o código MG30.01 (OMS, 2022). Com base nos dados oferecidos pelo site oficial da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), a fibromialgia está entre as patologias reumatológicas mais frequentes, afetando 2,5% da população mundial, podendo causar grande impacto na saúde das mulheres, visto a prevalência especial nas mulheres entre trinta e cinquenta anos (SBR, 2022).
Para Rampinelli e Moreira (2025) a fibromialgia é uma síndrome caracterizada por dores crônicas sem causalidade orgânica mensurável, o que faz dela um desafio para o sujeito acometido pela dor, assim como para quem se propõe a tratá-la. Pessoas com fibromialgia necessitam de um tratamento conduzido por uma equipe multidisciplinar e elaborado conforme as peculiaridades individuais (Freitas; Peres, 2017). Albrecht et al. (2019), definem a Fibromialgia como sendo uma dor ainda pouco compreendida, caracterizada por dores musculoesqueléticas generalizadas, fadiga, sono não reparador, dificuldades de memória e atenção, com causa ainda desconhecida, mas, com indícios de anormalidades na função química molecular do sistema nervoso central (SNC).
A etiologia da síndrome é desconhecida, devido a isso, há falta de diagnósticos e tratamentos específicos, o que prejudica a qualidade de vida de pessoas diagnosticadas. Dentre os vários sintomas estão incluídas dores musculoesqueléticas crônicas, cefaleia, insônia, ansiedade, depressão, fadiga generalizada, alterações cognitivas, redução da atenção e mudanças de humor, bem como, é observado o surgimento de pontos dolorosos à palpação, denominados tender points, que geram dores musculoesqueléticas difusas, crônicas e “invisíveis”, pois não causam alterações corporais (Ponciano Aragon, 2010; Oliveira et al., 2017; Oliveira Junior; Almeida, 2018; Lorente et al., 2014; Oliveira et al., 2019).
De acordo com os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) do Ministério da Saúde da Secretaria de Atenção à Saúde, a Fibromialgia atinge cerca de 8% da população geral, e é acompanhada por dor crônica, promovendo sintomas como: fadiga, distúrbio do sono, disfunção cognitiva e episódios depressivos, apresentando-se predominantemente em mulheres possivelmente devido aos mecanismos hormonais (MS, 2012).
Devido a urgência da temática, em novembro de 2021, foi sancionada a Lei nº 14.233, na qual foi instituído o Dia Nacional de Conscientização e Enfrentamento da Fibromialgia, o que dá maior visibilidade ao tema, e reforça a importância da atualização dos profissionais de saúde para o manejo clínico adequado. O objetivo da sanção desta lei é aumentar a visibilidade da síndrome da fibromialgia, promover a conscientização da população e dar suporte às pessoas que vivem com esta condição.
4 ABORDAGEM PSICOLÓGICA DA FIBROMIALGIA
Não é possível separar a mente do corpo de um indivíduo, assim, é necessário entender e abordar de forma holística e integrada o ser humano, validando seus aspectos biológicos, psíquicos, sociais, ambientais, espirituais entre outros. Nesse sentido, a psicanálise contribuiu e contribui para a construção de saberes, a fim de entender e tratar as condições dolorosas do corpo humano provenientes do psíquico (Trajano, 2022).
O autor William Motsloy (1818) afirmou que quando o sofrimento não pode ser expresso em lágrimas pelos olhos, ele é expresso pelo choro de outros órgãos do corpo, demonstrando uma realidade nem sempre aceita e observada, que quando o ser humano está sofrendo psicologicamente, e não consegue expressar-se e extravasar e curar tal sofrimento, as partes físicas do corpo manifestam essa dor em forma de doença. Assim, é a relação entre emoções e o corpo, antecipando a ideia de dores psicossomáticas. O acompanhamento psicológico é imprescindível para investigar o que o corpo quer dizer.
O tratamento da fibromialgia deve seguir uma abordagem multidisciplinar, incluindo o acompanhamento psicológico, pois, visto que se sugere que a dor seja a manifestação sensitivo-sensorial que mais aproxima as experiências corporais das psíquicas, e vice-versa, assim, a dor é a expressão de um mecanismo mental e físico de defesa (Tostes, 2022). E, um olhar pautado na perspectiva psicanalítica vai além da queixa inicial, desdobrando-se para uma investigação e tratamento de possíveis transtornos de humor que podem se relacionar à síndrome (Avelino, 2014). O fato de lidar com um tratamento multidisciplinar e muitas variáveis, desde a dor até consequências socioeconômicas, limitações físicas e perda de autonomia, deixa os pacientes mais vulneráveis ao estresse e este, deve portanto, ser considerado pelo olhar do psicólogo, pois, quando em níveis elevados, o paciente pode apresentar piora nos sintomas e levar a quadros depressivos e ansiosos (Monteiro, Oliveira e Oliveira, 2021).
Para Trajano (2022) a saúde mental é extremamente importante para o acompanhamento de pessoas que possuem dores crônicas, principalmente as sem uma causa orgânica efetivamente estabelecida e definida, o que representa a maior parte dos casos, pois, uma vez que, não existe um fator único no adoecimento.
Ali et al. (2018) reforçam a ligação dos aspectos psíquicos com a fibromialgia. Os autores demonstraram a importância de intervenção e rede de apoio em mulheres com a síndrome no estudo que objetivou avaliar o impacto da intervenção da enfermagem no controle da dor e de sintomas depressivos nas pacientes e, concluíram que existe forte relação entre a diminuição dos sintomas da fibromialgia com a diminuição de sintomas depressivos, bem como, diminuição dos casos de depressão moderada e muito grave após diminuição de sintomas.
O principal resultado da revisão bibliográfica realizada por Nieto (2015) que investigou o impacto biológico de técnicas baseadas no modelo de apego e seu papel nos processos de resiliência foi que um vínculo instável tem relação psicopatológica com o estresse crônico e desta forma, existe relação entre estresse constante e fibromialgia, o que bem demonstra a questão materna com suas atribuições e responsabilidades diante dos filhos, da família e do trabalho o que geraria insegurança, medo, sentimento de insuficiência e, consequentemente, a resposta das dores e preocupações psicológicas, aparecem no corpo em forma de dores físicas.
5 O PAPEL SOCIAL DA MATERNIDADE E OS IMPACTOS DA FIBROMIALGIA EM MULHERES MÃES
Historicamente, a mulher desempenha papel fundamental no lar, na criação e educação dos filhos. A ideia de parentalidade impregnada socialmente desde o século XVIII, resume-se na figura materna e seu bebê, sendo a mãe, quando não a única, a principal responsável pela criação e cuidado dos filhos, condenando-lhe o lugar de fonte inesgotável de cuidado, desconsiderando a prioridade e relevância do papel paterno no contexto familiar do cuidado com os filhos (Iaconelli, 2023).
O cuidado materno primário, segundo Winnicott (1950) consiste em uma sensibilidade acurada da mãe cuidar dos seus bebês, um conhecimento intuitivo, no qual a mesma apresenta um desinvestimento no seu próprio ser, voltando-se única e exclusivamente aos cuidados do bebê. Para o autor, o conhecimento científico, como terceira pessoa na relação mãe/bebê, que saberia a forma “correta” de educar uma criança poderia, contemporaneamente, culminar em sofrimento psicológico para a mãe (Winnicott, 1950). Contudo, na atualidade, é fundamental o apoio às mães no desempenho da maternidade, diante das inúmeras outras funções que são desempenhadas pela mulher além do cuidado dos filhos, ou seja, o desenvolvimento pessoal e profissional da mulher.
Os avanços alcançados pelas lutas feministas que culminaram com a independência social e econômica das mulheres, também, desencadearam em atuais processos maternos solitários e desassistidos, mantendo e sustentando o modelo tradicional que aponta para a maternidade individual, dificultando as negociações necessárias para o compartilhamento das obrigações da experiência materna a fim de se obter apoio familiar na tarefa do cuidar (Iaconelli, 2023).
Nos dias atuais, observa-se que as mães se encontram sobrecarregadas, pois, o modelo maternal tradicional não mais se enquadra às necessidades da vida contemporânea, na qual as mães desempenham outras funções, além de cuidar dos filhos. Assim, torna-se necessário um modelo de sociedade com mais cooperação e menos individualista, buscando uma parentalidade plural e compartilhada para evitar a sobrecarga, o sofrimento e aliviar a pressão sobre as mães (Iaconelli, 2023).
A figura e papel da mulher era associada à procriação e essencial ao âmbito familiar e tal concepção do ser feminino ainda significa assumir um papel de mãe amorosa e sempre presente no lar, impregnando a noção de maternidade ideal, no qual as mulheres estão predeterminadas a cuidar os filhos e os homens pertencentes às vivências do cotidiano social, tidas como mais essenciais (Coutinho; Menandro, 2009). A maternidade continua nos dias atuais, sendo socialmente atravessada por ideais de dedicação, cuidado incondicional e disponibilidade integral da mulher para com os filhos. Mesmo com os avanços em relação à igualdade de gênero e à divisão de responsabilidades parentais, a figura materna permanece central nas exigências e expectativas sociais sobre o cuidado familiar. No entanto, esse ideal se torna especialmente desafiador para mulheres que enfrentam condições crônicas de saúde, como é o caso da fibromialgia.
As dores e limitações provenientes da síndrome, dificultam e podem impossibilitar algumas ações e vivências da maternidade, causando sofrimento, frustração, sensação de impotência e culpa nas mães, que muitas vezes não possuem uma rede de apoio para auxiliá-las tornando a maternidade um desafio diário (Dias, 2021).
A sobrecarga maternal em mulheres diagnosticadas com fibromialgia, interfere nas queixas e sintomas que apresentam, sejam de ordem física ou emocionais tais como: ansiedade; dor nos ombros, coluna, braço, peito e tornozelo; dores generalizadas; enxaqueca; tendinite; estresse; insônia; fibromialgia; esquecimento; apneia do sono; asma; hipertensão; colesterol; tireoide; e melanoma no olho (Montenegro, 2018). Consequentemente, essas dores crônicas dificultam e por vezes impossibilitam as jornadas de trabalho, sejam elas, domésticas, assalariadas ou relacionadas à maternidade, o que acaba ocasionando uma sensação de sobrecarga e culpabilização por não conseguirem realizar essas atividades que, foram naturalizadas à figura feminina, jornadas exaustivas e se é esperado que as mesmas cumpram essas expectativas (Zanello, 2018).
A discussão do compromisso delegado à mulher de cuidar dos filhos e prover a gestão do lar ao tempo em que está inserida no mercado de trabalho é necessária e relevante, em especial, no caso das mulheres, mães, funcionárias, donas de casa entre outras funções desempenhadas por uma única mulher que possuem fibromialgia.
6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Na Tabela 1, é apresentado um panorama de algumas literaturas estudadas:
Tabela 1 ─ Panorama descritivo das referências selecionadas


Org.: A autora (2025)
Os autores estudados são unânimes em afirmar a escassez de trabalhos que abordem a fibromialgia relacionada aos aspectos psicológicos, sendo bem mais comuns serem encontrados estudos relacionados aos aspectos médicos. Os achados dos autores também não são consensuais em afirmar uma relação direta da piora dos sintomas da fibromialgia quando em exercício da maternagem, contudo, Pinho e Araujo (2012) defendem a associação de transtornos mentais comuns em mulheres com sobrecarga doméstica, o que a nosso ver poderia estar relacionado às dores e sintomas depressivos em alguns casos de pacientes com fibromialgia.
Nesse sentido, o trabalho de Dias (2021) que analisou os desafios e as demandas da maternidade no contexto da fibromialgia, objetivando compreender as vivências da maternidade em mulheres com a síndrome e como o adoecer pode influenciar negativamente ou positivamente a experiência de ser mãe, apontou que as participantes do estudo, não tinham apoio familiar e precisaram buscar cuidados multidisciplinares, uma vez que, as práticas medicamentosas não melhoraram as dores e estavam influenciando na maternidade, interferindo nas atividades diárias da casa e do trabalho. A autora concluiu que uma rede de apoio da família e o tratamento multidisciplinar por profissionais de saúde são fundamentais para que as mulheresmães possam enfrentar os desafios da síndrome na construção da maternidade.
Essa percepção de Dias (2021) valida os achados de Freitas et al. (2017) que defendem que uma boa rede de apoio social parece contribuir positivamente na saúde física e mental dos pacientes. Nesse mesmo sentido, Monteiro, Oliveira e Oliveira (2021) afirmam que a precária divisão de tarefas nos lares brasileiros, reforçada pelos problemas sociais, culturais e de gênero, dificultam a proteção da dor em mulheres e na realidade de “mães-solo”.
Dentre os achados de Freitas e Peres (2017) que buscaram por meio de uma revisão da literatura, abordar a fibromialgia sob a ótica psicanalítica, destaca-se que os mesmos ressaltaram a pesquisa de Ponciano Aragon (2010) a qual defendeu que a fibromialgia é expressão contemporânea concebida como expressão de sofrimento e está relacionada a dificuldades no processo de integração entre o soma e os afetos decorrentes do holding materno, ou seja, uma desapropriação de ritmos próprios de alguns pacientes gerando uma despersonalização que mobilizariam agonias primitivas onde o corpo passaria a algo desvinculado das experiências subjetivas. Nesse sentido, o cuidado, a segurança, a proteção, bem como, o suporte e oferecimento de um ambiente seguro e protetor ao bebê pela mãe, faria que a mesma se desconectasse do próprio corpo, fomentando sintomas destituídos de sentido e o sofrimento. A observação do autor corrobora com o sentido psicanalítico defendido por Winnicott, sobre a função da mãe em sustentar e propiciar segurança e sustentação à criança. Por fim, Freitas e Peres (2017) destacam que o estágio atual do conhecimento científico em torno da fibromialgia sob a ótica psicanalítica, não está suficientemente clara afirmando que a síndrome poderia ser reduzida a uma variante da histeria revestida de processos subjetivos contemporâneos ou, se possuiria um caráter transnosográfico inscrito em diferentes estruturas psíquicas, contudo, os autores observaram a recorrência da associação entre a fibromialgia e vivências traumáticas, em especial, as que têm relação com sexualidade.
De acordo com Macêdo (2020), a dor pode fazer o papel de mecanismo defensivo corporal com o objetivo de manter o mínimo de organização do funcionamento mental. Neste sentido, a dor pode ser entendida como um recurso do corpo para sustentar a mente quando ela já não dá conta sozinha, ao invés de um colapso psíquico, ela manifesta no corpo a tensão emocional.
Ao vivenciar situações dolorosas, sem possuir uma boa estrutura psíquica, o indivíduo ao invés de superar a turbulência que está vivendo, pode inconscientemente atuar em seu próprio prejuízo. Neste contexto, se considerados os desafios, as exigências e a sobrecarga materna no mundo contemporâneo, surgem as dores intensas e migratórias da fibromialgia, manifestando no corpo, as dores existenciais (Kotaka, 2007).
Para fins de tratamento da doença, Monteiro, Oliveira e Oliveira (2021) evidenciam a importância de um olhar integral e um acompanhamento multidisciplinar, incluindo a Psicologia, para melhor adesão ao tratamento, melhor manejo de dificuldades e comorbidades impostas pela doença a fim de que o paciente possa lidar com desafios da síndrome, reduzindo os impactos da enfermidade, promovendo saúde mental e mais qualidade de vida corroborando com os achados de Besset et al. (2016) que defendem que o sucesso do tratamento da fibromialgia depende da avaliação de áreas além da medicina, destacando a relevância dos elementos psíquicos e que os mesmos não podem ser negligenciados devido ao entrelaçamento da síndrome com os traumas, estados emocionais e a experiência subjetiva do paciente.
O estudo de Pinho e Araújo (2012), associa o desenvolvimento de transtornos mentais comuns ao gênero feminino, afirmando que a tripla jornada de trabalho é um propulsor para sintomas psicológicos, sendo estes: angústia, insônia, irritabilidade, dificuldade de concentração, dentre outras queixas psicossomáticas. A ideia dos autores.
Freitas et al. (2017) defendem que as pacientes com menor apoio social tem piores índices de depressão, afeto negativo e sensibilidade a dor e destacaram que o suporte social contribui com a melhora mental e física na fibromialgia. Esse aspecto relaciona-se direta ou indiretamente com o defendido por Pinho e Araujo (2012), Monteiro, Oliveira e Oliveira (2021) sobre a sobrecarga feminina e a precária divisão de tarefas presentes nos lares brasileiros, o que causa estresse às mães, desencadeando quadros ansiosos e depressivos, potenciais causadores de processos inflamatórios no organismo que, por sua vez, ratificam as conclusões de Kotaka (2007) quando afirma que as dores existenciais (psicológicas) são manifestadas em dores corporais (físicas).
7 CONCLUSÕES
A maternidade por si só é um desafio às mulheres na vida contemporânea. Antes a função da mulher era tão somente cuidar da casa e dos filhos. Após a conquista de direitos, vieram com eles, outras diversas obrigações e cobranças e, a mulher foi sendo sobrecarregada por mais funções. Atualmente, muitas mulheres realizam jornada dupla de trabalho, que engloba o trabalho assalariado, os cuidados com a casa, com a família e, em especial, o cuidado, a criação e a educação dos filhos. Essa ambivalência no papel da mulher evidencia um modelo social que urgentemente precisa ser repensado, o qual não apenas reconheça os direitos femininos, mas também ofereça condições reais para que esses direitos possam ser exercidos sem sacrifícios à saúde, ao corpo e à subjetividade.
Neste sentido, os ganhos advindos dos movimentos sociais feministas abriram a porta para a liberdade e a autonomia da mulher, no entanto é necessário problematizar que essa emancipação foi de encontro a um modelo capitalista fonte de novas pressões para elas, se transformando em uma porta giratória de exigências, onde a mulher não trocou um fardo já vivido na domesticidade e maternagem por uma vida mais livre, e sim ela acumulou fardos. A maioria das mulheres nessa situação de mães, donas de casa e empregadas encontram-se sobrecarregadas, além da sobrecarga física, pela sobrecarga emocional. No caso de mães que possuem fibromialgia, a questão é ainda mais delicada, devido às dores, muitas vezes incapacitantes causadas pela doença, o que dificulta a maternagem e as atividades diárias, reforçando as considerações de Dias (2021).
A fibromialgia tem sido objeto de crescente interesse em diversas áreas, além da Medicina e da Psicanálise, objetivando o aprimoramento da qualidade de vida dos pacientes, mobilizando a sociedade e impulsionando pesquisas e iniciativas políticas para visibilizar esse sofrimento ainda tão velado. No caso de mulheres e mães com a síndrome, torna-se ainda mais urgente um olhar humanizado devido à sobrecarga da maternidade. A dificuldade de diagnóstico demonstra a necessidade de se buscar e produzir conhecimento e realizar pesquisas a respeito da síndrome, a partir de diferentes áreas e linhas teóricas para um tratamento adequado do paciente com fibromialgia e consequentemente, o alívio das dores e do sofrimento.
Foi possível observar na literatura sobre o assunto que a dor física pode ser entendida como reflexo das dores psíquicas das pacientes. No caso das mães com fibromialgia, a angústia, o medo, a sobrecarga em si da maternidade, das questões familiares, das questões do trabalho apresentam-se em forma de dores no corpo, insônia, cansaço, fadiga, rigidez muscular entre outros sintomas, por vezes, incapacitantes.
Assim, como resposta ao objetivo proposto nesta pesquisa, concluiu-se que as manifestações dolorosas de mães que possuem fibromialgia podem estar relacionadas, bem como, os sintomas serem potencializados por aspectos psicológicos relacionados à sobrecarga materna juntamente com as outras diversas funções que atualmente as mulheres desempenham e assim, a experiência de ser mãe é negativamente influenciada pela síndrome. A literatura estudada não afirma a relação direta da sobrecarga materna com o aumento significativo das dores e manifestações psicossomáticas da fibromialgia, contudo, após as leituras entendemos que existe tal relação e potencial influência na criatividade psicossomática das mulheres nessa condição de doença e também, como observado nos trabalhos de Dias (2021) e de Iaconelli (2023), os quais retratam a sobrecarga materna.
Os estudos selecionados ratificam que para sucesso do tratamento da fibromialgia é necessária uma abordagem multiprofissional com profissionais de fisioterapia, psiquiatria e reumatologia, destacando a relevância dos elementos psíquicos sem negligenciá-los devido ao entrelaçamento da síndrome com os traumas, estados emocionais e a experiências subjetivas do paciente, sendo importante, o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento adequadas às necessidades e contexto de cada pessoa.
No caso de mães que possuem fibromialgia, se faz necessário um modelo de sociedade mais cooperativo e menos individualista para evitar a sobrecarga, o sofrimento e aliviar a pressão sobre estas.
Compreender a síndrome de fibromialgia é dar voz e visibilidade a uma dor incompreendida, velada, de difícil elucidação, é propor acolhimento às pessoas que vivem com dores crônicas, persistentes e por vezes despersonalizantes.
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1Acadêmica do curso de Psicologia do Centro Universitário Campo Real, Guarapuava – PR, Brasil. E-mail: psi-rosimerefarias@camporeal.edu.br
2Professor orientador do curso de Psicologia do Centro Universitário Campo Real, Guarapuava – PR, Brasil. E-mail: prof_asafnunes@camporeal.edu.br