A ESCRITA DAS PALAVRAS E SUAS CONSEQUÊNCIAS NO FINAL DO ENSINO FUNDAMENTAL I

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10249041548


Marlúcia Gonçalves Miranda Correia[1]
Monique Ferreira Monteiro Beltrão[2]


RESUMO

O presente artigo propõe mostrar as contribuições da escrita no campo da aprendizagem. Também sugere uma reflexão ao leitor da importância que tem para o desenvolvimento do aluno na participação em conjunto da escola. Percebe-se que existe uma deficiência nos profissionais da educação infantil no quesito quantidade de alunos por sala. Estes professores afirmam, e de fato é real, que não dão conta de atender à inclusão das crianças com necessidades especiais. Nesta lacuna é que entra a conquista do estudante com a contribuição de uma técnica de grafia como mediação. É necessário buscar entender as dificuldades que os alunos apresentam na escrita e na interpretação e na hora de argumentar sobre um determinado assunto que na maioria das vezes eles encontram dificuldades para se expressar, e isso reflete nas avaliações. A aprendizagem com intervenções propicia ao aluno melhores condições de ensino- aprendizagem através da escrita levando o aluno a conquista do saber desde a infância na sala de aula, proporcionando seu bem-estar, bem como de todos que o rodeiam.

Palavras-chave: Escrita; Aluno; Aprendizagem; letra manuscrita; legibilidade.

ABSTRAT

This article proposes to show the contributions of writing in the field of learning. It also suggests a reflection to the reader of the importance it has for the development of the student in the joint participation of the school. It is noticed that there is a deficiency in early childhood education professionals in terms of the number of students per room. These teachers claim, and in fact it is real, that they are not able to attend to the inclusion of children with special needs. This gap is where the student’s achievement comes in with the contribution of aspelling technique as mediation. It is necessary to seek to understand the difficulties that students present in writing and interpretation and when arguing about a certain subject that most of the time they find it difficult to express themselves, and this is reflected in the evaluations. Learning with interventions provides the student with better teaching-learning conditions through writing, leading the student to the conquest of knowledge from childhood in the classroom, providing their well-being, as well as that of everyone around them.

Keywords: Writing; Student; Learning; handwritten letter; readability.

1 INTRODUÇÃO

A escrita é importantíssima para a evolução da humanidade, pois através dos registros que outras gerações se baseiam, repetem, aprimoram e vão além. De forma parecida da evolução histórica da escrita acontece com as crianças quando começam com as garatujas, rabiscos, desenhos até chegarem à escrita propriamente dita. Vale ressaltar que, a educação tem passado por uma série de transformações ao longo dos anos, mudanças estas que, interferem totalmente no seu papel, mas acaba ficando algumas lacunas entre o ideal e a existência real do ensino/aprendizagem. O fato é que muitos meninos e meninas, neste processo, tem e podem apresentar dificuldades ou até mesmo transtornos específicos de aprendizagem.

E, portanto, em todo processo que envolve o ensino e aprendizagem. Enderle (1985, p. 60).afirma que há “[…] lacunas e defasagens que carecem de soluções”.

Diante deste contexto, surge a problemática a ser investigada: existem inúmeras crianças que possuem dificuldades na aprendizagem ou transtorno de aprendizagem, principalmente no processo da alfabetização e na aprendizagem da escrita, e que muitas das vezes não é respeitada devido ao grande número de alunos na sala de aula ou por que passam desapercebidos.

Concorda-se com Cardoso e Capellini:

O processo de aquisição e desenvolvimento da escrita manual tem sido objeto de investigação de pesquisadores nacionais e internacionais há muitos anos; entretanto, tanto em âmbito nacional e internacional, o número de estudos que investigam os processos normais e desviantes da escrita manual ainda são poucos quando comparados com estudos nas áreas da leitura e ortografia (CARDOSO E CAPELLINI, 2017, p. 7).

Com a contribuição das pesquisas recentes o aluno tem conquistado o seu espaço na escola e consequentemente percebe-se uma melhoria em sua qualidade de vida.

Na educação infantil é fundamental o trabalho da coordenação motora, das atividades lúdicas, o brincar direcionado, o resgate das brincadeiras antigas, fazer o brinquedo com a ajuda da criança, dentre outros, contribuem diretamente no desenvolvimento da escrita.

Diante disso, Cardoso e Capellini (2017, p. 21) afirmam que “as habilidades percepto-viso-motoras são importantes e podem ser consideradas preditoras para o desempenho da escrita”.

Portanto, é indispensável que sejam trabalhadas capacidades que venham a auxiliar a criança no processo de aprendizagem escrita para que possam desenvolver e/ou obter significativo progresso neste processo da escrita e não deixar lacunas durante a etapa de aprendizado.

Considerando essa observação no que tange as habilidades, de acordo com Duarte (2015, p. 108) “para facilitar a aprendizagem, cabe ao educador verificar antes de passar à etapa seguinte se a criança adquiriu os conceitos inicialmente trabalhados para constituir uma base sólida para o processo de desenvolvimento psicomotor”.

Ao final do ensino fundamental I, espera que a escrita legível passa a ser possível a todos, devido a prática e acumulação de experiências.

Num estudo efetuado no ano de 2022, nem todos melhoram significativamente o seu desempenho na escrita.

2 METODOLODIA

Em função da natureza deste estudo será utilizada a pesquisa bibliográfica para embasamento teórico, utilizando de autores renomados na área que tratam do assunto como forma de buscar subsídios para o estabelecimento de concepções teóricas condizentes com as exigências atuais no campo da educação:

[…] a pesquisa bibliográfica busca a resolução de um problema (hipótese) por meio de referenciais teóricos publicados, analisando e discutindo as várias contribuições científicas. Esse tipo de pesquisa trará subsídios para o conhecimento sobre o que foi pesquisado, como e sob que enfoque e/ou perspectivas foi tratado o assunto apresentado na literatura científica (BOCCATO, 2006, p. 266).

Será utilizado resultados de uma pesquisa de campo para apresentar o contexto real das aprendizagens e dificuldades especificas na escrita do alfabeto com alunos da rede pública e particular de ensino de Linhares-ES.  

E, à luz dos resultados trazidos, verifica-se, no que tange teoria e prática, de acordo com o artigo de Ferraço e Carvalho que:

Como dito, em nossas pesquisas com os cotidianos, a teoria está na prática como a prática está na teoria, visto que são inerentes uma à outra, pois a teoria permanece sempre latente como uma névoa que comporta o virtual, enquanto a prática expressa o atual, mas uma não poderia existir sem a outra. (FERRAÇO; CARVALHO, 2005, p. 05).

O ponto de partida que gerou a intencionalidade desta pesquisa teve como base atendimentos individualizados realizados em consultório neuopsicopedagógico em que observou-se a intensa dificuldade dos atendidos na construção da escrita e que pode refletir até a vida adulta, impactando-o direto e/ou indiretamente em sua vida social.

E esta pesquisa se justifica por apresentar resultados de uma técnica que fora aplicada e colabora para o desenvolvimento da escrita, uma vez que, a mesma, em consultório resultou, de maneira considerável, a aprendizagem de todos os atendidos, como é possível perceber nos casos que abaixo serão apresentados.

A presente pesquisa tem como objetivo apresentar resultados de um trabalho desenvolvido por meio de uma técnica especifica de grafia que, de maneira significativa, facilita a aprendizagem do registro das letras, representando assim; a evolução crítica do sujeito sobre a função social da escrita e que em muito contribui para amenizar e até mesmo solucionar muitos problemas relacionados com a escrita do alfabeto.

O tema tem cunho relevante na área do conhecimento educacional tendo em vista diversas dificuldades apresentadas durante o atendimento individualizado realizado em consultório.

O trabalho realizado aborda o problema de maneira qualitativa, busca os objetivos de maneira exploratória envolvendo, conforme citado acima, um levantamento bibliográfico e, como instrumento de coleta de dados utiliza a análise do desenvolvimento da aprendizagem da escrita do alfabeto no intuito de apontar a importância da observação da temática.

Salienta-se que, o breve estudo dos casos de “Robson” e “Davi”, contempla relevantes contribuições que trazem no processo de ensino aprendizagem da escrita do alfabeto.

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 A CRIANÇA E A APRENDIZAGEM

A criança tem a capacidade por si só de aprender muitas coisas, também através da interação social e mediação, mas algumas como o ambiente similar, não conseguem se desenvolver da mesma forma, neste caso, estas necessitam de um auxílio específico que possibilita compreender a aprendizagem, ressaltando os aspectos desde as questões neurológicas e biológicas, até a cognição.

Para Relvas (2014, p. 19) “a inteligência é uma capacidade intrínseca do humano, pois somos os únicos animais capazes de desenvolver potencialidades a partir dos desejos subjetivos, relacionados aos nossos interesses, prazeres e recompensas”.

O tratamento é muito mais eficaz quando os pais ou responsáveis, escola, e outros profissionais envolvidos na educação das crianças estão de “mãos dadas” em volta de um objetivo comum.

Então, em cada etapa do desenvolvimento deve-se buscar uma parceria efetiva com os pais.

Vale ressaltar que, indubitavelmente, uma das principais coisas que a criança precisa desenvolver para que tenha bons resultados no seu aprendizado é o autocontrole, pois, de acordo com a afirmação de Caldeira (1998) a pessoa precisa manter seu equilíbrio bio-psicomotor para relacionar-se bem com o ambiente, com as outras pessoas e consigo próprio.

Posto esta questão e roborando o assunto que tange o aprendizado, assinala-se o que bem expõem Acampora e Acampora (2016):

A modificação das sinapses, isto é, das conexões entre neurônios no cérebro, é a base do aprendizado. Conforme algumas ficam mais fortes e outras mais fracas, a modificação sináptica remodela os circuitos entre neurônios é, com isso, o comportamento. A modificação sináptica pode ser observada assim que um novo comportamento é aprendido e, por isso, é um processo rápido que acontece durante toda a vida humana. O aprendizado depende de prática e motivação, pois é um processo direcionado pelo uso bem-sucedido. Quanto mais se pratica, mais chance o cérebro tem de reforçar as modificações sinápticas que constituem o que está sendo aprendido. Quanto mais se pratica, mais importância se dá ao aprendizado e, portanto, mais facilmente acontecem as modificações sinápticas do aprendizado (Acampora; Acampora, 2016, p. 81).

Dessa forma, o indivíduo necessita para obter os níveis desejados de interesse, atenção e memória, uma postura correta, musculatura e mente relaxados.

Neste sentido, a criança precisa estar bem nos aspectos de corpo e mente para compreender seus pensamentos adquirindo assim saúde mental e bem-estar e isto envolve o desenvolvimento motor da mesma, ou seja, a psicomotricidade.

Enfatizando o assunto, oportuno se faz mencionar, conforme afirma Duarte, que:

Atualmente, os estudos ultrapassam os problemas motores e abrangem os diversos aspectos da psicomotricidade como as ligações com a linguagem, a lateralidade, a estruturação espacial, a orientação temporal e as dificuldades escolares de crianças de inteligência normal, trazendo a relação existente entre o gesto e a afetividade, por exemplo, a diferença que se percebe no caminhar de uma criança segura de si e de uma criança tímida (DUARTE, 2015, p. 21).

3.1 A ESCRITA, BREVE ESTUDO DE CASO: ROBSON E DAVI

Os principais transtornos da escrita que ocasiona o baixo desenvolvimento escolar na aprendizagem do alfabeto maiúsculo e minúsculo, estar relacionado a escrita. Vejam no caso do Robson.

Fonte: Trabalho realizado pela autora em consultório neuropsicopedagógico.

Robson, sempre estudou em escola pública, obteve notas na média, e ao termino do ensino médio parou de estudar. Ao fazer o acompanhamento neuropsicopedagógico e melhorando sua escrita, o mesmo retornou aos estudos e atualmente faz faculdade de Educação Física. O mesmo disse: “eu tinha uma letra garranchada, na minha cabeça não era importante, eu só queria mesmo era terminar o ensino médio e parar de estudar, tinha vergonha da minha letra, minha mãe chegou a comprar um caderno de caligrafia, mas eu não aprendia a escrever. Ao aprender com uma técnica de grafia, realizada no atendimento em consultório, fiquei impressionado com os detalhes das letras, eu podia sim ter uma letra legível, que é uma coisa fácil e que eu não dava tanta importância. Levei para a vida a aprendizagem e hoje não passo mais vergonha, fico mais à vontade para escrever qualquer coisa e em qualquer lugar. Percebi que ocorreu uma mudança drástica e, então meu desejo é que todas as crianças também tivessem a mesma oportunidade que eu tive de aprender uma letra que dá para ler, é um método do milagre”.

Percebe-se, com este relato do aprendente Robson que partindo de um trabalho que envolve a melhoria do desempenho na escrita e evolução cognitiva, temos que o aprendente:

tomando consciência do seu ‘poder aprender’, atingindo ao máximo de seu potencial, desenvolvendo o ‘aprender a aprender’, o ‘prazer em aprender’ e construindo o verdadeiro ‘desejo de aprender. […] O sujeito aprendiz fica consciente de suas possibilidades nesse processo, de sua própria autoria. Tal construção levará à melhoria, ao crescimento do autoconceito, da autoimagem, da autoestima (WEISS 2015, p. 11).

Portanto, a figura abaixo vem evidenciar, a exemplo, a evolução da escrita de uma criança de 14 anos, de escola particular, depois da aplicação de uma técnica específica de escrita em um atendimento individualizado realizado em consultório neuropsicopedagógico, demonstrando que, para este imediato progresso de aquisição da escrita, de acordo com o que nos aponta Duarte (2015, p. 81) “é proporcionando estímulos que o indivíduo se torna apto para lhe dar com desafios da vida, trabalhando o conjunto de habilidades do esquema corporal […]”.

E, portanto, logo se entende que aprendizagem é, de acordo com o que nos aponta Barbosa

[…] um processo no qual o aprendiz possui uma participação intensa sobre seu próprio aprendizado, articulando cognição e afeto e garantindo que o conhecimento seja desejado e, por isso, aprendido. Além disso, garante que o aprendiz se desenvolva para cada vez mais aprender em níveis de maior complexidade” (BARBOSA, 2012, p. 14).

Fonte: Trabalho realizado pela autora em consultório neuropsicopedagógico.

Davi, estudou a vida toda em escola particular, e com 14 anos escrevia o nome próprio com letra manuscrita minúscula, e então assim ele relatou: “antes eu me sentia um analfabeto com minha letra, quando aprendi a escrever fiquei muito feliz, queria aprender todas as letras logo, minha letra ficou fácil de entender, queria tanto voltar a estudar, pois ficou fácil demais escrever, antes eu não tinha vontade nenhuma de estudar por causa da minha letra que era muita feia. Logo nos primeiros momentos que na escola comecei a escrever com letra bonita, recebi elogios da minha professora. Ela me disse: que letra boa! Como conseguiu aprender a escrever com esta letra bonita tão rápido? Respondi que aprendi com uma técnica no consultório, e que estou muito feliz, e agora posso passar o meu dever de casa para meus amigos, os colegas de sala conseguem ler minhas atividades, me sinto muito bem, muito mais tranquilo”.

Como se pode notar, nas imagens acima temos dois aprendentes de 14 e 19 anos, respectivamente, que antes de uma intervenção não haviam compreendido convenções da língua escrita, tais como: linearidade, legibilidade e compreensão da letra manuscrita minúscula e maiúscula.

Na fase inicial da aprendizagem do processo alfabético da escrita é importante intervir na, de acordo com Soares (2022, p. 119) “[…] aprendizagem, atuar na zona de desenvolvimento proximal, acompanhando as capacidades disponíveis em cada momento do desenvolvimento da criança, até que ela atinja condições cognitivas e linguísticas para compreender e se apropriar plenamente do sistema alfabético”.
Na imagem acima percebe-se que “Davy e Robson”, uma vez acompanhados e de forma individualizada, compreenderam as convenções  básicas da escrita; forma sistemática, conhecimento e reconhecimento das letras.

Para tanto, para que o aprendente não chegue a estas idades mencionadas acima com dificuldades na escrita, é importante saber que “[…] muito embora a aprendizagem implícita desempenhe um papel no desenvolvimento da competência ortográfica, o ensino explícito também é importante” (TREIMAN, 2020, p. 252). O que implica em verificar como a criança aprende e como a ortografia lhe fora ensinada.

Posto isto, necessário se faz explanar brevemente que, a deficiência do ensino para a aquisição e desenvolvimento da escrita torna-se um problema educacional grave em que as dificuldades que venham a surgir na educação infantil e não sanadas podem se estender até a vida adulta. E, por meio de uma técnica especificamente desenvolvida na construção do alfabeto, esta passa a ser uma ferramenta imprescindível na aprendizagem significativa do sujeito, possibilitando ao mesmo, a vivência e formação crítica do papel social da leitura e escrita, ou seja, uma mudança intelectual. Haja vista que, adquirir conhecimento de como representar a linguagem falada por meio de sinais gráficos, de acordo com Treiman (2020, p. 245) “[…] é importante para ter sucesso no mundo atual, e a ortografia é uma parte importante da escrita”. 

Assim sendo, para se adquirir habilidade e competência em escrever é necessário o conhecimento das convenções da linguagem escrita. Até porque, conforme Soares:

há estatísticas que comprovam que as taxas de insucesso escolar crescem ao longo do ensino fundamental a partir do 3° ano: alunos não conseguem avançar para o próximo ano letivo, ou avançam sem habilidades básicas de leitura e de escrita (SOARES, 2022, p. 10).

Com a pesquisa de campo, será possível evidenciar o que de fato leva o aluno a chegar ao 5º ano do Ensino Fundamental I não alfabetizado, e a quantificar quantos chegam com a letra ilegível e esta forma de escrever pode se estender até a sua vida adulta, caso não haja uma intervenção, causando um desconforto não só para o mesmo, mas para os professores e familiares que também não sabe como lidar no dia a dia com esse aluno.

Quantos traumas se desenvolve quando o aprendente começa a fazer a letra cursiva sem nenhuma técnica e levando essa dificuldade para o resto da vida. Escrever “[…] letras com segurança depende do nível de desenvolvimento motor da criança: destreza manual, coordenação de movimentos das mãos e dos dedos […]”. Ao iniciar o processo de aprendizagem do uso do alfabeto para a escrita “[…] é importante desenvolver de forma sistemática o conhecimento e reconhecimento das letras” (SOARES, 2022, p. 67-68).

Corroborando com o entendimento do autor supracitado, Relvas afirma que:

A eficácia emocional da criança se relaciona com a percepção da própria capacidade de lidar, monitora, manejar e mudar sentimentos adversos que inibem a persistência da busca de um objetivo. Ela pode experimentar sentimentos e pedir ajuda, o que torna um aprendiz mais eficiente (RELVAS, 2017, p. 76).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Buscou-se com a presente pesquisa apresentar a evolução nas aprendizagens da escrita do alfabeto, por meio do breve estudo de caso supracitado de Robson e Davi, com o objetivo de demonstrar que, a partir de um trabalho significativo e ou intervenção, é possível diminuir e até mesmo sanar as dificuldades apresentadas na aprendizagem da escrita.

Com a presente pesquisa conclui-se que a escrita está presente desde o início da humanidade e que, ao longo desta aprendizagem, nem todos os sujeitos atendidos aprimoram a prática da escrita da mesma forma, ou se desenvolvem com mesmo êxito. Alguns tem dificuldades na grafia, outros já possuem transtornos de aprendizagem. E a intervenção por meio de uma técnica de potencialização da grafia vem para buscar amenizar ou até mesmo eliminar problemas com a aprendizagem e desenvolvimento da formação das palavras e, consequentemente na escrita das mesmas. 

Vale lembrar que, dentre outros conceitos de técnica, de acordo com Williams (1992) este procedimento

[…] é uma habilidade particular ou a aplicação de uma habilidade. Um invento técnico é, em consequência, o desenvolvimento da dita habilidade ou o desenvolvimento ou a invenção de um de seus engenhos (WILLIAMS 1992, p. 184 apud ALVES, 2003, p. 63).

No que se refere a técnica desenvolvida, para efeito da análise da presente pesquisa, “Contentemo-nos, por ora, com a perspectiva de sensibilizar o estudante, o começo para o despertar de novos rumos e medidas que levem a alternativas concretas” (ENDERLE, 1985, p. 60).

Nem todos aprendentes aprimoram a prática da escrita da mesma forma, ou se desenvolvem com mesmo êxito. Alguns tem dificuldades na grafia, outros já possuem transtornos de aprendizagem. Mas independente do problema, poderá ser amenizado ou até mesmo eliminado com a intervenção da potencialização da escrita do alfabeto.

Esta pesquisa não tem o intuito de esgotar a discussão sobre a escrita das palavras no final do ensino fundamental I, ao contrário, recomenda-se esse tema como perspectiva para novas pesquisas e propõe-se aos demais pesquisadores, sobretudo da área da educação, encontrar respostas às várias perguntas acerca da importância do significativo ensino-aprendizagem da escrita do alfabeto e as possíveis dificuldades que podem ocorrer no seio deste processo.

REFERÊNCIAS

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SOARES, Magda. Alfabeletrar: toda criança pode aprender a ler e escrever. – 1. ed., 4ª reimpressão. – São Paulo: Contexto, 2022. 352 p.:il.

TREIMAN, Rebecca. Aprender a escrever palavras. Revista Current Directions in Psychological Science. Learning to write words. Current Directions in PsychalScience,29(5),521-526. 2020

WEISS, L. M.L. Intervenção psicopedagógica nas dificuldades de aprendizagem escolar/ coordenação Alba Weiss. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2015.168p. :21cm ISBN 978-85-7854-355-6


[1] Acadêmica do curso de Mestrado e Doutorado em Ciências da Educação da faculdade EBWU – EMIL BRUNER WOERD UNIVERSITY. Profª. Doutoranda Marilúcia Gonçalves Miranda Correia, Acadêmica do curso de Doutorado em Ciências da Educação da faculdade EBWU – EMIL BRUNER WOERD UNIVERSITY, Pedagoga pela Faculdade Pitágoras de Linhares–ES (2013) Especialista em Psicopedagogia – Faculdade Pitágoras de Linhares–ES (2014) Especialista em Neuropsicopedagogia Clínica- Faculdade de Ciências, Educação, Saúde, Pesquisa e Gestão- CENSUPEG- São Fidélis- RJ (2019) Membra da Diretoria Do Instituto Pestalozzi de Linhares-ES (2022).

[2] Profª. Drª. Monique Ferreira Monteiro Beltrão – Orientadora da EBWU. Pedagoga pela Universidade Celso Lisboa RJ. (1993), Psicopedagoga pela Universidade Estadual de Minas Gerais. U.E.M.G. (1998). Especialista em Direito Educacional no Processo Ensino Aprendizagem – Faculdades Clarentianas S.P. (1995). Mestrado em Educação e Psicologia pela Universite Libre Des Sciences De L’homme de Paris – França (2012) e Doutorado em Ciência de La Educacion pela Universidade Autônoma de Assunção – U.A.A. em Assunção Py (2017). Revalidação no Brasil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.