REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7869193
Raul Dias Kezan
RESUMO
O Brasil apresenta a maior prevalência de depressão na América Latina e a tendência é de um aumento crescente nos próximos anos. Apesar da disponibilidade de diversos tratamentos farmacológicos, o uso inadequado pode acarretar em graves problemas de saúde. Assim, há uma necessidade de incorporar terapias menos agressivas no tratamento da depressão. Uma opção é o uso da planta medicinal Hypericum perforatum, que contém compostos biologicamente ativos que agem como Inibidores Seletivos da Recaptura de Serotonina (ISRS). O objetivo deste estudo foi revisar a literatura científica para identificar os efeitos benéficos do H. perforatum no tratamento da depressão, bem como os compostos responsáveis por essa ação. A metodologia incluiu busca em bases de dados eletrônicos, livros científicos e legislação brasileira. Os resultados indicam que o uso de H. perforatum pode ser uma opção viável para tratar a depressão no Brasil. Os compostos hipericina, pseudo-hipericina e hiperforina têm mostrado resultados positivos no tratamento de depressão leve, moderada e até grave. Uma das vantagens de usar compostos de plantas medicinais é que eles tendem a apresentar menos efeitos colaterais para o organismo.
Palavras Chave: Erva, depressão, fitoterápico, Hypericum perforatum.
ABSTRACT
Brazil has the highest prevalence of depression in Latin America and the trend is for a growing increase in the coming years. Despite the availability of several pharmacological treatments, improper use can lead to serious health problems. Thus, there is a need to incorporate less aggressive therapies in the treatment of depression. One option is the use of the medicinal plant Hypericum perforatum, which contains biologically active compounds that act as Selective Serotonin Reuptake Inhibitors (SSRIs). The aim of this study was to review the scientific literature to identify the beneficial effects of H. perforatum in the treatment of depression, as well as the compounds responsible for this action. The methodology included searching electronic databases, scientific books and Brazilian legislation. The results indicate that the use of H. perforatum may be a viable option to treat depression in Brazil. The compounds hypericin, pseudohypericin and hyperforin have shown positive results in the treatment of mild, moderate and even severe depression. One of the advantages of using herbal compounds is that they tend to have fewer side effects to the body.
Keywords: Herb, depression, herbal medicine, Hypericum perforatum.
1. INTRODUÇÃO
A depressão tem sido identificada como uma das principais doenças, que pode reduzir a qualidade de vida, juntamente com o potencial de agravar a histeria no dia-a-dia. Isso pode levar a tentativas de suicídio que prevalecem nos dias de hoje; portanto, está se tornando uma das causas da mortalidade na depressão. De acordo com a OMS (2017) a depressão é um distúrbio psicológico que se origina de várias razões não especificadas. Com uma prevalência de 28,2% na população jovem e com um aumento anual de 113%, essa condição psicológica vem afetando 4,7% da população mundial atual.
A depressão é geralmente caracterizada como o comprometimento cerebral categorizado pela ausência de um comportamento positivo. Isso representa uma clara perda da presença de entusiasmo e carisma para os pertences pessoais, atividades da vida diária, bem como a participação social e a pessoa torna-se introvertida. A depressão está fortemente associada a indícios que representam suscetibilidade ao luto, rabugice e impaciência, desistências frequentes e agravamento de sentimentos muito inusitados, particularmente a presença de sentimentos de inferioridade e um estado de espírito de culpabilidade. Há perda da libido e a prostração junto com a diminuição dos movimentos do corpo e o nervosismo perceptível são mais recorrentes do que a ansiedade geral na depressão.
Durante a fase de depressão, a insônia e a anorexia foram observadas, com poucas exceções. Há também sinais de falta de autoconfiança, inutilidade, estado emocional de impotência e sentença merecida na forma de delírio ou alucinações e esforços para prejudicar a si mesmo ou qualquer tipo de suicídio. (AHMAD, 2019).
A H. perforatum (erva de São João), também é conhecida como Âmbar, Goat Weed, Hardway e outros nomes, é uma planta herbácea que possui atividade antidepressiva e ansiolítica de venda livre em qualquer idade e contém ingredientes como derivados de flavonóis, bioflavonóides, proantocianidinas, xantonas, floroglucinol e naftodiantronas. Esses estudos tiveram como objetivo testar o efeito de Hypericum perforatum em pessoas com sintomas de depressão. (PETERSON, 2022).
2. METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão sistemática de literatura direcionada para estudos brasileiros e internacionais que abordam a utilização da a erva-de-são-joão (hypericum perforatum) no tratamento da depressão e será guiada pela questão de pesquisa: “A erva de São João é eficaz no tratamento da depressão?”. O estudo obedecerá aos seguintes critérios de inclusão: estudos que abordem a utilização da erva-de-são-joão (hypericum perforatum) no tratamento da depressão que permitam acesso aos textos completos.
2.1 Procedimento de coleta e análise dos dados
A coleta de dados irá se constituir a partir de estudos publicados em base de dados eletrônicas: Lilacs (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde), Web of Science, nos portais CAPES e BVS (Biblioteca Virtual em Saúde) e na biblioteca PubMed (National Library of Medicine), e ocorrerá com busca ativa iniciada em março de 2023 com o auxílio dos seguintes descritores: ”Erva de São João”, “Depressão”, “Tratamento da depressão”.
Posterior a busca eletrônica será avaliado se os títulos dos estudos se adequam aos objetivos do projeto, após, será feita a leitura dos resumos para que por conseguinte seja feita a leitura dos artigos na íntegra. Os estudos passarão por uma avaliação de qualidade metodológica através da escala Assessment of Multiple Systematic Reviews (AMSTAR), instrumento que busca evidências de validade e confiabilidade de determinadas pesquisas. Os artigos que atenderem aos critérios de elegibilidade, irão compor um quadro de origem autoral que evidenciará os resultados e sua confiabilidade.
3.RESULTADOS
Foram encontrados 52 artigos com o tema pesquisado, sendo que, após os critérios de inclusão e exclusão de duplicatas, restaram 08 artigos que foram utilizados no presente trabalho.
Figura 1 – Seleção dos artigos. São Paulo, 2023.
4. REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 A depressão
A depressão é um transtorno de humor que pode durar semanas, meses ou até anos e que prejudica significativamente a qualidade de vida do paciente e de seus familiares. Caracterizado por sentimentos de tristeza, culpa, pessimismo, perda de apetite, dificuldade de concentração, diminuição da libido e aumento da irritabilidade, este distúrbio afeta a função da mente, distorcendo a forma como a pessoa vivencia e entende a realidade. A depressão pode surgir como um sintoma de determinada doença, coexistir com outros estados emocionais ou aparecer como causa desses sofrimentos, e pode ocorrer em todas as faixas etárias. A prevalência da população em geral de pessoas que desenvolvem algum episódio de depressão significativo em alguma época de suas vidas é de cerca de 10% a 25%. Mulheres apresentam duas vezes mais depressão que homens e adultos jovens entre 20 e 40 anos são os mais propensos a sofrerem este transtorno.
A depressão tem maior frequência entre indivíduos com menores níveis socioeconômicos, pessoas divorciadas ou separadas e, especialmente, entre viúvos recentes e aqueles que moram sozinhos. Outros fatores associados ao desenvolvimento do transtorno incluem genética, idade avançada, eventos estressantes da vida, presença de outros transtornos psiquiátricos, doenças crônicas e eventos negativos tais como dificuldades financeiras, nas relações interpessoais e ameaças permanentes à segurança do indivíduo. (HARTMANN, MENDOZA-SASS e CESA, 2017).
O diagnóstico da depressão é realizado por meio de uma entrevista clínica, na qual o profissional presta atenção às queixas relatadas pelo paciente e busca sintomas que possam estar sendo negligenciados ou não verbalizados. Além disso, é feita uma investigação sobre a história do paciente, analisando os principais sintomas, frequência e duração (CABRAL et al., 2015).
Para Lowen (1975), a relação entre energia e personalidade fica muito clara no paciente deprimido. A reserva de energia deste paciente está deprimida, ou seja, baixa. Ele geralmente tem a impressão de que lhe falta energia para começar a agir. Ele não tem energia nem mesmo para desenvolver interesse por algo. Para mim, o mais interessante nesta análise de Lowen é a relação com a erva-de-são-joão, que podemos considerar um vegetal com grande reserva de energia, que se manifesta na concentração de cor, na formação de óleos, na morfologia concentrada e na maturação que ocorre no alto verão. Ainda para Lowen (1975), acúmulo e desgaste de energia são parte de um mesmo processo, e a bioenergética trabalha com ambos para aumentar o nível energético de um organismo, possibilitar a manifestação do seu ser e para restabelecer o fluxo de sensações e sentimentos. Neste aspecto, considero importante observar que é uma relação rítmica, e não uma questão de mais ou menos energia.
Segundo Duailibi e Silva (2014), os critérios utilizados para o diagnóstico e classificação dos estados depressivos estão presentes no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5). O DSM-5 estipula nove critérios, presentes no quadro 1, para a depressão, dos quais cinco dos seguintes sintomas devem estar presentes durante o mesmo período de duas semanas e representam uma mudança em relação ao funcionamento anterior, sendo que um deles deve ser obrigatoriamente: humor deprimido ou perda de interesse/prazer (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014).
Vale ressaltar que mesmo que o paciente preencha os critérios acima, o diagnóstico não é finalizado, pois alguns itens como avaliação do risco de suicídio, a investigação de história prévia de maníaco/hipomaníaco e a possibilidade de os sintomas serem decorrentes de outra doença associada ou efeito colateral de medicamento são indispensáveis (DSM 5ª edição, 2014).
4.2 Hypericum Perforatum
A erva-de-são-joão (Hypericum perforatum L.) é uma planta com propriedades medicinais reconhecidas por sua considerável ação psicotrópica. Estudos clínicos mostram que em casos de depressões leves e moderadas, sua eficácia curativa é equivalente à de medicamentos sintéticos (FAUST, 2000). Atualmente, as interações moleculares que ocorrem entre a Hypericum perforatum e o sistema nervoso estão bem elucidadas. Do ponto de vista da antroposofia, é importante também desenvolver uma análise interiorizada da relação entre a pessoa com depressão e a planta medicinal, ampliando o modelo molecular já conhecido. Neste trabalho, buscamos desenvolver a compreensão baseada na “imagem” a partir do estudo da planta medicinal.
A morfologia de uma planta e sua constituição química têm uma relação direta, e a coerência entre forma e substância permite que a imagem da planta forneça indicações sobre sua atuação terapêutica no ser humano. É necessário compreender o desenvolvimento da planta e seu “gesto” morfológico, qualitativamente, para inferir o efeito terapêutico no ser humano a partir desta concepção. Partimos do preceito de que cada planta traz, com sua particularidade morfológica, uma imagem de uma tendência ou aspecto específico da constituição humana. A planta é entendida como uma representação de um modo particular de relação entre o ser humano e o mundo, uma forma específica de interação entre pensar, querer e agir.
O uso de plantas com propriedades medicinais está presente desde o início da história da humanidade, com o objetivo de tratar diferentes patologias. No Brasil, a cultura empírica de usar plantas para fins terapêuticos se tornou um meio para criar medicamentos farmacêuticos (VEIGA JUNIOR et al., 2005; SANTOS e ROSITO, 2012). Estima-se que atualmente cerca de 25% a 30% das drogas farmacêuticas são obtidas a partir de compostos biologicamente ativos das plantas, de acordo com Calixto (2005).
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) define que uma planta deve apresentar substância ou classes de substâncias responsáveis por ação terapêutica para ser considerada medicinal, podendo ser em toda planta ou partes deste (BRASIL, 2010). A utilização de plantas para fins medicinais é importante por ser um produto natural e saudável, com baixo custo e eficácia (MARINHO et al., 2007). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% da população dos países em desenvolvimento utiliza práticas tradicionais para manutenção da saúde, e 85% faz uso de plantas medicinais ou preparações delas. A valorização da utilização dessas plantas é extremamente necessária, tanto para uso sanitário quanto para cuidados com a própria saúde (ROSA et al., 2011).
A espécie H. perforatum pertence à família Hypericaceae, é uma planta herbácea perene, distribuída pela Europa, Ásia, norte da África e nos Estados Unidos. É comumente conhecida como hipérico, orelha-de-gato, alecrim-bravo, arruda-de-São-Paulo, arruda-do-campo, milfurada, Erva de São João e St. John’s Wort (ALVES et al., 2014). Caracteristicamente, a planta apresenta-se glabra com tamanho médio de 50 cm, podendo atingir até cerca de 1 m. É composta por flores amarelas, pentâmeras e pequenas, nas quais pequenos pontos escuros com uma pigmentação marrom-avermelhada são observados. Cresce em áreas ensolaradas, secas e até arenosas de origem euro-asiática. Suas folhas contêm glândulas pequenas e translúcidas que lembram perfurações. Suas sementes são pequenas e alongadas de extremidades arredondadas, e quando expostas ao sol em temperaturas altas, germinam após alguns dias. O caule é arredondado e a raiz tem consistência lenhosa e resistente que com o passar do tempo, fica ainda mais lenhosa, de cor amarelo-acastanhada e sua superfície é coberta por anéis de escamas. O gênero Hypericum apresenta mais de 450 espécies, sendo a H. perforatum a mais representativa em aparência e propriedades químicas (WALZBERG, 2010; ALVES et al., 2014).
A composição química de H. perforatum apresenta grande variedade de metabólitos secundários. Análises químicas e ensaios biológicos levaram à determinação de vários compostos ativos nos extratos, em diferentes partes da planta. A concentração e proporção dos diferentes constituintes na planta estão relacionadas às condições ambientais, período da colheita, condições da coleta, condições de armazenamento e outros fatores que afetam os níveis de metabólitos secundários (ALVES, 2001).
As preparações mais comuns de H. perforatum utilizadas são extratos hidroalcoólicos, utilizando as partes aéreas da planta. Estes contêm pelo menos dez diferentes tipos de compostos bioquímicos, tendo sido identificada a presença das seguintes substâncias: naftodiantronas (Hipericina, Ciclopseudohipericina, isohipericina, Protohipericina), Flavonoide (Hiperosina, Rutina e Canferol), Floroglucinois (hiperforina e adiperforina), xantonas entre outros, contudo, acredita-se que as principais responsáveis pela ação antidepressiva são a Hiperforina e Hipericina, que são as mais estudadas (CHIOVATTO et al.,2011; GALEOTTI, 2017).
A Hypericum perforatum é uma planta medicinal que possui ação psicotrópica reconhecida. Estudos clínicos indicam que, em casos de depressão leve e moderada, sua eficácia terapêutica equivale à de medicamentos convencionais. Na Alemanha, em 1997, foi o antidepressivo mais prescrito, com 3,7 milhões de receitas, quatro vezes mais do que a quantidade prescrita para a fluoxetina, representando mais de 25% do total dos antidepressivos prescritos (WALZBERG, 2010).
A análise de preparações farmacêuticas contendo H. perforatum revela a presença de diversos constituintes, como a hiperforina, hipericina e diferentes flavonoides. Sua eficácia não se baseia apenas em um de seus metabólitos, mas sim no conjunto deles. Portanto, o efeito antidepressivo do extrato não depende exclusivamente da presença de hiperforina ou hipericina, mas da presença de seus diferentes constituintes químicos (PETZSCH, 2009; ROZICKI, PERGHER, BATTISTA, 2014). Quanto ao seu mecanismo de ação, segundo a literatura, a H. perforatum está envolvida na inibição de MAO, COMT (Catecol O-Metiltransferase), na inibição da recaptação de GABA (Ácido gama-aminobutírico), na modulação da produção de citocinas (inibição da expressão da interleucina-6), expressão de receptores serotoninérgicos e o eixo hipotálamo-pituitário-adrenal.
Assim, o efeito farmacológico mais provável ocorre através de várias vias de sinalização distintas (ALVES et al., 2014; CHIOVATTO et al., 2011). A planta possui uma variedade de metabólitos secundários, cada um com possíveis atividades farmacológicas, contendo substâncias ativas capazes de desempenhar outras atividades além do efeito antidepressivo. Apesar de a H. perforatum ter se tornado muito popular como uma alternativa eficaz no tratamento da depressão leve e moderada e de os estudos farmacológicos terem se concentrado principalmente nessa atividade, a planta possui várias outras bioatividades, como ansiolítica, sedativa, nootrópica, antiesquizofrênica, atividades anticonvulsivantes, antibacteriana, antiviral, anti-inflamatória, renoprotetor, cicatrizante, antioxidante, antinociceptiva e analgésica (ALVES et al., 2014; GALEOTTI, 2017).
4.3 Hypericum perforatum e Depressão
Diversos estudos buscaram descrever os compostos presentes nos fitoterápicos à base de Hypericum perforatum L., uma vez que a ação fitoterapêutica das plantas medicinais está estritamente relacionada à presença dos compostos metabólicos vegetais, os quais são principalmente resultantes do metabolismo secundário. Os extratos retirados da parte superior da planta contêm pelo menos dez tipos diferentes de compostos bioquímicos, incluindo naftodiantronas (Hipericina, Ciclopseudohipericina, isohipericina, Protohipericina), flavonoides (Hiperosina, Rutina e Canferol), floroglucinóis (hiperforina e adiperforina), xantonas, entre outros. No entanto, acredita-se que as principais responsáveis pela ação antidepressiva sejam a hiperforina e hipericina, além de serem também as mais estudadas (CHIOVATTO et al., 2011).
Souza e Godinho (2020) afirmam que a hipericina é um metabólito secundário do Hypericum perforatum L. e possui efeitos antidepressivos confirmados, atuando na inibição da enzima monoamina oxidase (MAO), responsável pelo catabolismo das aminas biogênicas, responsáveis pela degradação de neurotransmissores. O potencial da hipericina também foi destacado em outros trabalhos (ZIRAK et al., 2019; KHOLGHI et al., 2022). Além disso, a hipericina tem outras atividades farmacológicas, como antiviral, antirretroviral, antibacteriano e antitumoral, inibindo o crescimento de uma variedade de células neoplásicas. Esta última ação também é atribuída à hiperforina, outro componente responsável pela atividade antidepressiva relatada pelo Hypericum perforatum L. (ALVES et al., 2014).
No entanto, apesar de ser considerado um fitoterápico eficaz no combate à depressão e de ter algumas vias prováveis de atuação descritas, seu mecanismo de ação não é totalmente elucidado. A hipótese mais aceita aponta que esse fitoterápico causa a inibição da recaptação de monoaminas (noradrenalina, serotonina e dopamina), gerando a manutenção desses neurotransmissores em níveis adequados na fenda sináptica para propagar os impulsos nervosos, importantes no combate aos sintomas da depressão (SOUZA; GODINHO, 2020).
Butterweck (2003) confirma esses dados e assegura que, embora este fitoterápico tenha sido submetido a extensos estudos científicos na última década, ainda existem muitas questões em aberto sobre sua farmacologia e mecanismo de ação. No entanto, os resultados obtidos através do estudo realizado pela autora sugerem que a inibição da MAO é o principal mecanismo de ação antidepressiva do extrato de Hypericum perforatum L. O referido estudo destaca a hipericina como um inibidor da MAO, corroborando com Chiovatto et al. (2011) que propõem que a Hypericum perforatum usada a 900 mg de 1 a 3 vezes ao dia, proporciona uma queda inicial na recaptura da serotonina, noradrenalina e dopamina e atua inibindo a MAO.
Os estudos realizados por Kholghi et al. (2022) e Zirak et al. (2019) demonstraram que, além de induzir efeitos antidepressivos, o uso do Hypericum perforatum L., sobretudo guiado pela ação de seus dois componentes ativos – hiperforina e hipericina, mostraram-se eficazes em diferentes transtornos psiquiátricos e de humor, como transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e transtornos de ansiedade. Os autores também apontam a eficácia e segurança da utilização deste fitoterápico.
Um outro componente do Hypericum perforatum L. foi objeto do estudo de Tian et al. (2014). Os autores desenvolveram um estudo com camundongos estressados com o objetivo de compreender a atividade antidepressiva da Adhiperforina e chegaram à conclusão de que este novo composto apresenta atividade tipo antidepressiva robusta em vários modelos animais validados, o que pode estar relacionado aos seus efeitos inibitórios. No entanto, apesar dos seus resultados significativos nos animais testados, os autores afirmam que tal componente merece maior investigação.
Cabe destacar que, de acordo com Singer et al. (2011), o uso do Hypericum perforatum L. apresenta várias vantagens sobre os antidepressivos sintéticos geralmente prescritos para tratar a depressão. Os autores corroboram com as informações apresentadas anteriormente quanto à segurança e eficácia e destacam nos resultados da sua pesquisa que efeitos colaterais como, por exemplo, disfunção sexual não foram relatados. Segundo os autores, isso é de grande importância, principalmente porque um paciente diagnosticado e tratado, na maioria das vezes, é surpreendido com o ressurgimento dos sintomas depressivos, por isso é importante que o tratamento ofertado lhe proporcione o maior conforto possível.
Comparativamente a outros tratamentos convencionais, Chiovatto et al. (2011) conduziram uma pesquisa com o objetivo de avaliar a efetividade e aceitação do Hypericum perforatum L. em comparação com a fluoxetina, que também é utilizada no tratamento da depressão. Os resultados indicaram que todos os estudos foram unânimes em relação à aceitação superior do Hypericum em comparação à fluoxetina, ou seja, os pacientes que usaram o Hypericum aderiram melhor ao tratamento. Esses mesmos estudos concordaram com a segurança do Hypericum, evidenciando efeitos colaterais comparáveis ao placebo e menores do que aqueles associados à fluoxetina, que pode causar sonolência, boca seca, sudorese e náuseas. Os autores destacaram que o maior risco associado ao uso do Hypericum é a possibilidade de interação medicamentosa, tornando-se necessário informar o médico sobre o seu uso (CHIOVATTO et al., 2011).
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em pesquisa realizada por Eatmadnia et al (2019), foi testado o efeito de H. perforatum em ondas de calor, sintomas da menopausa e depressão em mulheres na pós-menopausa através de um estudo controlado e randomizado, foi realizado em 80 mulheres na pós-menopausa com idades entre 45-60 em Izeh, Irã. Dois grupos receberam 270-330 μg de H. perforatum (n = 40) ou placebo (n = 40) comprimidos três vezes ao dia durante dois meses.
Setenta mulheres completaram o estudo e cinco mulheres de cada grupo retiraram o estudo. A frequência e intensidade das ondas de calor e a pontuação da escala de Kupperman diminuíram significativamente no grupo H. perforatum em relação ao grupo controle (p < 0,001). Além disso, a intensidade da depressão diminuiu significativamente no grupo H. perforatum em comparação com o grupo controle. Ao final do estudo, 80% das mulheres do grupo intervenção não apresentavam depressão em comparação com apenas 5,7% no grupo controle (p < 0,001). (EATMADNIA, 2019).
Em outro estudo realizado por Ahmad (2019), a erva ‘H. perforatum’ foi utilizada como amostra, enquanto o medicamento alopático Fluoxetina [HCL] 20 mg (Floxac® 20mg Comprimidos) foi selecionado como controle no estudo. O ‘H. perforatum’ foi utilizado em infusão oral, ou seja, em 1 xícara; 200mg de ‘H. perforatum’ uma vez ao dia. Considerando os resultados de utilidade de custo e a análise de impacto orçamentário juntamente com a economia acumulada real projetada, a utilização da fitoterapia à base de H. perforatum mostrou-se mais benéfica fármaco economicamente do que a terapia à base de fluoxetina para o tratamento da depressão na população da cidade de Karachi. (AHMAD, 2019).
Em estudo de Pierro (2018), o tratamento com C-Hp não demonstrou eficácia após 6 meses e eficácia parcial (P<0,05) após 12 meses. O tratamento com MF-HP demonstrou resultados altamente significativos (P <0,01) em 6 e 12 meses. A análise do coeficiente de redução mensal demonstrou que o tratamento com MF-Hp foi duas vezes mais eficaz que o tratamento com C-Hp (0,96 versus 0,48). Não foram relatados efeitos colaterais.
Chiovatto et al. (2011) conduziram uma revisão sistemática com 5 estudos comparando o Hypericum perforatum com a fluoxetina em pacientes com depressão leve a moderada. Dos 5 estudos selecionados, 4 mostraram uma melhora significativa na doença com o uso do extrato da planta, com menos efeitos adversos, enquanto um estudo não encontrou diferença entre a erva e o medicamento convencional. Os autores sugerem que o Hypericum perforatum, quando usado na dose de 900 mg de 1 a 3 vezes ao dia, tem um efeito inicial de redução na recaptura de serotonina, noradrenalina e dopamina, além de inibição da monoaminoxidase (MAO), semelhante aos efeitos da fluoxetina de 20 mg uma vez ao dia, mas com menos efeitos colaterais e menor risco de dependência.
Kasper et al. (2006) compararam duas doses diferentes de Hypericum perforatum em um estudo clínico de 6 meses, a fim de determinar a dosagem mais eficaz para o tratamento. Os pacientes foram divididos aleatoriamente em dois grupos e receberam comprimidos contendo 600 mg de erva, uma vez por dia antes de dormir (grupo 1) ou duas vezes ao dia antes do almoço e antes de dormir (grupo 2). Ao final do estudo, utilizando a escala de Hamilton (HAMD-17), foi observado que ambos os grupos apresentaram poucos efeitos colaterais e boa resposta ao tratamento, mas os pacientes do grupo 1 tiveram melhores resultados. De acordo com Manneal et al. (2010), em um estudo clínico duplo-cego com pacientes com sintomas moderados de depressão recorrente por pelo menos 3 meses, um grupo recebeu placebo e o outro Hypericum perforatum por 8 semanas.
Neste estudo clínico, foi empregado o extrato seco de Hypericum perforatum L, administrado na dose de 300 mg/d. Ao final do estudo, constatou-se uma eficácia superior nos participantes que utilizaram a erva, com baixo índice de efeitos colaterais, comprovando a ação benéfica da planta em comparação aos participantes que receberam apenas o placebo sem propriedades terapêuticas. Todos os participantes foram submetidos a uma avaliação utilizando a Escala de Hamilton para Depressão (HAMD-17) a fim de confirmar a eficácia do tratamento. Em outro estudo, Rapaport et al. (2011) utilizaram a Escala de Avaliação de Hamilton para Depressão, classificando como depressão leve os pacientes que obtiveram pontuações entre 10 e 17 pontos.
Foram utilizados extrato seco de Hypericum perforatum em comprimido (810 mg/d) e citalopram em comprimido (20 mg/d). Ambos demonstraram efeito antidepressivo, mas a erva apresentou menos efeitos adversos em comparação ao medicamento convencional, que provocou efeitos colaterais em 60% dos participantes. Seifritz et al. (2016) utilizaram a mesma escala de Hamilton para avaliar o nível de depressão dos pacientes, diagnosticando-os com distúrbio depressivo moderado. Neste estudo, foram comparados os sintomas e efeitos dos participantes que utilizaram extrato seco de Hypericum perforatum (900 mg/d) e paroxetina (20 mg/d). Ao final do estudo, os autores descreveram que o fitoterápico apresentou maior potencial de tratamento, com menos efeitos colaterais.
Poucos estudos fornecem dados sobre tratamento a longo prazo com o uso da erva, por isso, Sarris et al. (2012) apresentaram informações de um estudo complementar já conduzido pelo próprio autor, envolvendo Hypericum perforatum, sertralina e placebo, na fase moderada e aguda da doença. Constatou-se que, após um período maior de tratamento, os participantes que utilizaram sertralina na dose de 100 mg três vezes ao dia apresentaram mais efeitos colaterais. Por outro lado, o extrato de Hypericum perforatum em dose de 500 mg três vezes ao dia, utilizado por um período maior, não provocou grandes complicações, apresentou baixa reincidência e melhores respostas ao tratamento, de acordo com a Escala de Hamilton para Depressão (HAMD-17), mas sem alteração significativa no período de fase aguda da doença.
O autor Singer et al (2011) selecionou participantes aptos à pesquisa, todos acompanhados por psicólogos e classificados com o CID-10 em estágio de depressão leve e moderada. A maioria dos participantes do estudo era do sexo feminino, totalizando 71,4%. Após avaliação clínica, observou-se melhora significativa nos participantes que utilizaram cápsulas contendo Hypericum, administradas na dose de 900 mg/dia.
A espécie Hypericum perforatum possui em sua composição diversos grupos aos quais se atribui ação antidepressiva. São metabólitos secundários classificados como antraquinonas/naftodiantronas (hipericina), derivados de floroglucinol (hiperforina), flavonoides, biflavonas, xantonas, óleos voláteis, vitamina C, cumarinas, taninos e carotenóides. No entanto, os principais compostos com ação antidepressiva são a hipericina e hiperforina (NAZIRI et al., 2012). Segundo Russo e colaboradores (2014), a hipericina atua na inibição da Monoamino oxidase (MAO), enzima que estimula a desaminação oxidativa, enquanto o segundo composto, hiperforina, age bloqueando a recaptação de serotonina, noradrenalina e dopamina, modulando o humor.
Os estudos fisiopatológicos da depressão apontam que indivíduos podem apresentar alterações em fatores endócrinos e exócrinos em seus quadros clínicos. Os fatores exócrinos afetam diretamente o equilíbrio no humor, sono, capacidade de foco e apetite. Já as manifestações de desequilíbrio em fatores endócrinos podem comprometer distúrbios cardiovasculares, cerebrovasculares, metabólicos, pulmonares e sintomas como dores crônicas (PERITO, 2012). Além disso, os pacientes com alterações endócrinas possuem redução da enzima MAO, diminuindo o estímulo dos neurotransmissores na fenda pré e pós-sináptica, o que pode levar a distúrbios psiquiátricos em geral, incluindo a depressão. Os antidepressivos aumentam os estímulos dos neurotransmissores que compõem esse sistema – noradrenalina, dopamina e serotonina – auxiliando na inibição da recaptura destes pela membrana pós-sináptica, com o intuito de modular fatores como humor, sono e ansiedade, trazendo melhora ao paciente (PERITO, 2012).
A dosagem do fitoterápico varia, mas não afeta o índice terapêutico. Nos estudos, observou-se a eficácia da Hypericum perforatum, mesmo em comparação com medicamentos convencionais, apresentando melhores respostas ao tratamento, baixa reincidência da doença e menores efeitos colaterais.
Em geral, os estudos ocorreram por um período de 4 a 12 semanas, com administração de 1 a 3 vezes ao dia, dependendo da dose prescrita aos participantes. No entanto, aqueles que usaram apenas uma vez ao dia obtiveram melhores resultados. O Memento Fitoterápico (2016) afirma que a forma farmacêutica para o tratamento com Hypericum perforatum consiste em cápsulas e comprimidos contendo extrato seco e tintura. Este manual, disponível como um documento oficial brasileiro, alerta sobre possíveis cuidados na utilização do extrato da erva devido ao uso inadequado, o que pode levar a efeitos adversos como reações alérgicas, fadiga, agitação, irritações gastrointestinais e sensibilidade fotossensibilizante.
Além dos possíveis desconfortos, a erva pode interagir com várias classes de medicamentos, como Ciclosporina, Anticoagulantes, Anticoncepcionais, Cumarinicos, Digoxina, Inibidores da protease, Transcriptase reversa e Teofilina. Essas interações são resultado de alterações nas isoenzimas do citocromo P450, que modulam o metabolismo de várias substâncias e podem aumentar as excreções dos medicamentos no organismo, diminuindo seu efeito ou aumentando o potencial de ação, causando toxicidade (BRASIL, 2020). Para o uso adequado, recomenda-se o uso de Hypericum perforatum sob prescrição médica, para garantir o tratamento correto e evitar possíveis interações medicamentosas ou reações adversas ao tratamento (MEMENTO FITOTERÁPICO P.55 1 EDIÇÃO 2016).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que, em 2030, a depressão será uma das doenças que mais afetam a população mundial (OMS 2011). De acordo com a Secretaria de Vigilância em Saúde (2021), a taxa de suicídio no Brasil entre 2010 e 2019 foi de 112.230, caracterizando uma das principais causas de mortalidade relacionada à depressão. Dada essa definição, a revisão da literatura abordou uma alternativa de tratamento eficaz com o uso de Hypericum perforatum, que tem menores efeitos colaterais e baixa dependência ao tratamento.
CONCLUSÃO
A espécie Hypericum perforatum pode ser utilizada no tratamento de depressão leve a moderada. Os efeitos dos compostos biologicamente ativos da planta sobre o organismo são conhecidos e a administração deste pode sanar problemas de saúde pública, tais como diminuição de prescrições de antidepressivos químicos sintéticos e redução de índices sobre a superdosagem desses medicamentos. Concluiu-se que a erva de São João é eficiente no tratamento da depressão, tanto em relação ao benefício quanto ao custo. Nas mulheres, o tratamento com H. perforatum é uma forma eficaz de reduzir as ondas de calor, os sintomas da menopausa e a depressão em mulheres na pós-menopausa.
Comparando com a Fluoxetina e outros antidepressivos, o tratamento com H. perforatum demonstrou ter mais beneficência e não maleficência, pois não causa efeitos colaterais, além da equidade no preço para a população em situação de vulnerabilidade. Em relação ao uso de MF-HP e C-Hp, foi concluído que o extrato de hipericão multi-fracionado tem melhores resultados clínicos em indivíduos com depressão sem determinar um risco aumentado de toxicidade ou tolerabilidade reduzida.
Assim, o Hypericum perforatum é um fitoterápico que, como observado na literatura, apresenta comprovada ação no controle da depressão leve e moderada, apresentando eficácia e segurança semelhante aos antidepressivos sintéticos. Entretanto, seu uso deve ser cauteloso pois apresenta efeitos adversos e interações medicamentosas
Em contrapartida, os estudos sobre a planta em função da depressão são escassos e pouco atuais, gerando inconsistências, sendo necessário maior aprofundamento. O uso racional do fitoterápico depende de fatores como análise de possíveis interações medicamentosas e efeitos adversos, por esse motivo, haverá necessidade de obter um acompanhamento médico e farmacêutico, para evitar esses problemas e proporcionar tratamento eficaz e seguro
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