REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7271863
Catarina Andrade Souza Fernandes1
Mylena Dantas da Silva2
Walquiria Lene dos Santos 3
Resumo:
Objetivo: analisar a relação entre as políticas de saúde e pessoas trans e/ou da comunidade LGBTQIA+. Trazendo um artigo de esclarecimentos e conscientização das indiferenças ocorridas em local de trabalho por conta da discriminação e/ou desconhecimento de uma política de atendimento humanizada e com empatia. Método: estudo de abordagem quantitativa por meio da pesquisa integrativa. Estão inclusos nessa pesquisa 15 artigos que foram devidamente selecionados entre os anos de 2017 e 2022, adicionados segundo a análise de conteúdo e de origem brasileira. Resultados: a partir da categoria elencada “a enfermagem no atendimento à população transexual” pode-se pensar em muitos dos fenômenos que estão relacionados com o atendimento e acolhimento que essas pessoas têm. De maneira que o acesso a um serviço de qualidade e com foco em suas necessidades se torna um impasse devido a violência estrutural e institucional existente. Onde muitas vezes há a desumanização da pessoa ou indiferença por falta de contato com temas e assuntos em questão. Conclusões: conclui-se que o atendimento e tratamento para a pessoa trans é uma prática que deve ser adquirida e instruída ainda na formação acadêmica, pois requer conhecimento específico. Assim, a enfermagem pode ser aplicada longe da discriminação e da alienação contra o dispositivo da transexualidade e/ou pessoas que se identificam com a sigla LGTQIA+.
Palavras-chave: transgênero; identidade de Gênero; Cuidados de Enfermagem; Assistência.
Abstract:
Objective: to analyze the relationship between health policies and trans people and/or the LGBTQIA+ community. Bringing an article of clarification and awareness of the indifferences that occurred in the workplace due to discrimination and/or lack of knowledge of a humanized and empathetic service policy. Method: study with a quantitative approach through integrative research. Included in this research are 15 articles that were duly selected between the years 2017 and 2022, added according to content analysis and of Brazilian origin. Results: from the category listed “nursing in the care of the transsexual population” one can think about many of the phenomena that are related to the care and reception that these people have. So that access to a quality service and focused on their needs becomes an impasse due to existing structural and institutional violence. Where there is often the dehumanization of the person or indifference due to lack of contact with themes and subjects in question. Conclusions: it is concluded that the care and treatment for the trans person is a practice that must be acquired and instructed in academic training, as it requires specific knowledge. Thus, nursing can be applied far from discrimination and alienation against the device of transsexuality and/or people who identify themselves with the acronym LGBTQIA+.
Keywords: trangender; gender identity; nursing care; assistance.
INTRODUÇÃO
Transgênero denomina um grupo diversificado de pessoas cujas identidades de gênero diferem, em diversos graus, do sexo com o qual foram designadas ao nascer (ROSA et al., 2019), ou seja, esses indivíduos não se identificam com o gênero que nasceram.
Historicamente essas pessoas fogem da curva imposta pela sociedade, sendo marginalizados e perseguidos por um padrão pré-estabelecido socialmente, com isso, os mesmos sofrem com grandes barreiras sociais e a violência do cotidiano como: abandono, prostituição e violência física, além disso, estão mais propensos para adoecimento mental podendo ser acometidos por: depressão, ansiedade, estresse pós-traumático, ideação, tentativa e suicídios. (BRASIL, 2018).
Estima-se que a população adulta que se identifica como transgêneros ou não-binários é de aproximadamente 2%, sendo 0,69% trans e 1,19% não-binário, o público chega a 3 milhões de indivíduos (AMARAL, 2021) reforçando a necessidade de políticas públicas voltadas para atender as necessidades e demandas do público: lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queers e o símbolo de “+” representa toda e qualquer outra manifestação de gênero que não está delimitada – LGBTQ+
Durante décadas foram negligenciados e ignorados, e não sendo diferente, no próprio sistema de saúde, os transexuais eram vistos como seres portadores de patologias, e apenas em maio de 2019 essa visão foi modificada, até então, os transsexuais se encontravam na classificação estatística internacional de doenças e problemas de saúde (cid) como transtorno mental, deixando essa classificação para incongruência de gênero, desta forma, quando esses indivíduos procuram o sistema único de saúde encontram profissionais despreparados, um atendimento desqualificado e com preconceitos, decorrente de uma grande carga histórica que acompanha essa população (MENDES, 2018).
Segundo Rosa et al. (2019) com todas essas barreiras o público transexual fica com o receio de procurar o SUS e decidem por não se cuidar, fazendo o processo de automedicação e abuso do uso de hormônios, levando ao adoecimento e complicações que não deveriam ocorrer, ainda sim, muitos recorrem por utilizar o sistema privado por encontrar muitas falhas na rede pública.
O enfermeiro tem o papel principal para mudar esse quadro, pois, em partes vai ter o primeiro e o último contato com o paciente por se encontrar tanto na atenção primária, quanto na secundária e terciária, sendo necessário então uma qualificação do mesmo para entregar, um cuidando além das doenças. Sendo necessário o escutar, acolher e humanizar, com isso tornando o enfermeiro o ponto central para a integração dessa população ao sistema de saúde, mostrando para o público LGBTQ+ que pode atender às demandas essenciais como hábitos de vida, rastreamento de doenças e tratamento (ROSA et al, 2019). A adesão do público LGBT nos serviços de saúde, conforme suas necessidades e demandas deve ser respeitado e garantido, utilizando como base a universalidade, integralidade, proteção da autonomia, igualdade, direito à informação e divulgação indispensáveis à saúde. (SES DF, 2018).
QUESTÃO NORTEADORA OU PROBLEMA
1. Qual a influência na área da saúde dos avanços das legislações que amparam o transexual?
2. Os enfermeiros estão preparados para atender o público LGBTQ+?
3. Quais são as principais dificuldades enfrentadas pelas pessoas trans quando procuram o Sistema Único de Saúde?
OBJETIVOS
Geral
Conhecer por meio da pesquisa integrativa sobre assistência de Enfermagem à população trans e/ou com variabilidade de gênero
Específicos
Compreender as terminologias adequadas utilizados para designação de gênero
Analisar as concepções acerca dos indivíduos transgênero para melhorar a assistência de Enfermagem.
Conhecer os aspectos éticos que envolvem a assistência de Enfermagem para as pessoas trans.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Histórico da população Transexual
A população transexual não surgiu a pouco tempo, porém, o termo transexual foi criado para definir e encaixar todo cidadão trans, independente desse termo, segundo a constituição federal brasileira “Todos são iguais perante a lei e, sem distinção…” (Brasil, 1998), isso significa que todos têm direito as necessidades básicas como alimentação e saúde, mas, na prática tudo se torna um pouco diferente do esperado, na questão dos direitos das pessoas transexuais algumas leias a parte tiveram que surgir nessa seção para agregar e ajudar a integração e respeito as pessoas trans, então, algumas alterações benéficas foram feitas, como a carta dos direitos do usuário de 2004 que prevê o direito de escolher o nome que preferir durante seu atendimento no SUS, e deve ser respaldado pelos profissionais que fazem o atendimento (MONTEIRO, 2019).
As regulamentações de 2008 e 2013 se tornaram uma enorme ferramenta para os trans pois faz parte do processo transexualizador que vai desde o acolhimento, com a escuta inicial, até a hormônio terapia ou cirurgias de adequação do corpo ao gênero, que modifica suas características sexuais e físicas de origem, significa a mudança tão esperada para muitos é um sonho com amparo gratuito pelo SUS (BRASIL, 2019). O acolhimento humanizado começa pela atenção básica como porta de entrada, que vai suprir algumas necessidades, porém, o trans necessita de atendimento mais especializado, sendo indispensável o uso de ambulatórios voltados especificamente nesse tipo de demanda.
Segundo o CNS (2019) existem 33 espaços com serviços para a população trans, com uma equipe multidisciplinar para atender as demandas e necessidades em ambulatórios especializados, vale ressaltar que em Brasília também pode ser encontrado o ambulatório trans, que se encontra no hospital Dia, na 508/509 sul, a importância desse tipo de tratamento e serviço é indispensável ao público LGBTQ+, e segundo um levantamento realizado pelo próprio hospital, cerca de 500 atendimentos ao público LGBTQ+ estão sendo realizados, segundo a Agência Brasília (GÓIS, 2019)
São ofertados tratamentos como “endocrinologia, enfermagem, ginecologia, psicologia, medicina de família, psiquiatria e terapia ocupacional”, desses 500 atendimentos, 207 estão na faixa etária dos 25 anos, sendo 87% dos usuários residentes do Distrito Federal (Agência Brasília, 2019). Além do ambulatório, as pessoas transexuais também têm direito a usufruir dos hospitais, que podem realizar certas ações, como cirurgias de mudança física e gênero, são responsáveis por acompanhar o desenvolvimento do paciente no pós e no pré-operatório (JORGE, 2021).
O público LGBTQ+ vem conquistando seus direitos, com passos lentos e curtos, mesmo com algum tipo de amparo pela saúde pública, muitos ainda não reconhecem seus direitos ou tem os mesmos negligenciados, sendo assim, necessário relembrar que os transexuais fazem parte do grupo mais vulnerável e propício à violência, sendo que quase metade dos assassinatos ocorrem no Brasil, demonstrando mais uma vez a negligência e despreparo da sociedade como um todo para com o cuidado das minorias. (NOGUEIRA, 2018)
2.1.1 Classificação da população TRANSEXUAL
A população transgênero ou trans pode se identificar por: homem- trans, mulher- trans, homem, mulher ou não-binário além de outros termos. O não-binário e aquele indivíduo que não se percebem pertencentes a um tipo de gênero exclusivamente, podendo transitar ou ao não ao gênero feminino ou masculino. Já no âmbito da saúde, antes do ano de 2018 a população transexual era classificada no CID (classificação internacional de doenças) como um transtorno mental devido ao pouco ou nenhum conhecimento aprofundado sobre o público em foco. Em 2022 esse quadro foi modificado e a transexualidade passou a constar como incongruência de gênero, (BARRETO, 2022) uma conquista adquirida por meio da luta do movimento LGBTQ+. Contudo, a população LGBTQI+ prefere abster-se de rótulos impostos pela sociedade como forma de classificação.
Alguns termos que podem ser encontrados Trans ou transexual: indivíduo que não se identifica com o gênero que foi imposto ao nascer. Gênero fluido: indivíduo que flui de um gênero a outro. Mulher trans: pessoa que foi classificada como homem ao nascer, mas se identifica ou vive como mulher. Homem trans: pessoa que foi classificada como mulher ao nascer mas se identifica ou vive como homem. Não binário: indivíduos que não se percebem pertencentes apenas ao gênero feminino e masculino. Não-op: indivíduo que vive como homem ou mulher, mas não pretende fazer qualquer tipo de cirurgia genital (TEIXEIRA, 2021).
2.1.2 Políticas públicas para o público LGBTQ+
A implementação de políticas públicas para o público LGBTQ+ e importante, pois garante respeito e visibilidade para o grupo como: A carteira de nome social, um decreto de 2009, que permite que a pessoa tenha o reconhecimento de seu gênero, e que seja respeitado o seu nome social, essa implementação permite que ocorra uma maior adesão do público LGBTQ+ no sistema de saúde (MONTEIRO, 2019).
E para incentivar e assegurar os direitos e adesão de novas políticas públicas, em 2016 foi implantado o Comitê de Saúde Integral da População LGBTQ+, com esse comitê, os ambulatórios foram feitos com atendimento especializado e com especialistas em diversas áreas para atender as demandas necessárias. (SILVA et al., 2020).
Ainda sobre políticas públicas em 2008, o ministério da saúde formalizou diretrizes éticas e técnicas direcionadas ao processo transexualizador no SUS. São reunidos diversos métodos e estratégias para garantir o processo transexualizador, que compreende a mudança nas características sexuais do indivíduo, essa diretriz é necessária e importante para a população LGBTQ+, pois trata-se de um método que garante o direito do usuário do sistema único de saúde a uma vida digna (POPADIUK et al., 2017).
2. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
Estudo de abordagem quantitativa por meio da pesquisa integrativa.
A pesquisa integrava tem por objetivo a síntese de conhecimento e a inserção da aplicabilidade de resultados de estudos significativos na prática, e para realização desse estudo se faz necessária a realização das etapas a seguir:Elaboração da pergunta norteadora, Busca ou amostragem na literatura e Coleta de dados (SOUZA, 2010).
Foi realizada uma busca de artigos referente aos últimos 10 anos, sendo pesquisados em base de dados na Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Eletronic Library Online (SCIELO). Foram utilizados os seguintes descritores em Ciência da Saúde (DECS): Pessoas Transgênero; Identidade de Gênero; Cuidados de Enfermagem.
Para a operacionalização do estudo, Foi realizado o cruzamento dos descritores na referida base de dados associado ao operador booleano and. Os seguintes cruzamentos foram realizados: Pessoas and Transgênero; Identidade de Gênero and Cuidados de Enfermagem. Transgênero and cuidados de Enfermagem. Como critérios de inclusão foram incluídos os artigos publicados entre os anos de 2017 a 2022, artigos com texto completo, descritos em língua portuguesa. Como critérios de exclusão, foram excluídos artigos que não estão relacionados com os objetivos propostos, estudos anteriores ao ano de 2017, descritos em língua estrangeira. Os dados foram analisados e agrupados para melhor visualização, usando a ferramenta Word.
3. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Dos quinze artigos selecionados, 04 foram de 2019, 05 foram de 2020, 04 foram de 2021 e 02 foram de 2022. Sendo possível então a análise e a integração dos artigos com as perspectivas dos autores. Possibilitando a relação com este estudo, através das análises.
AUTOR E ANO | OBJETIVO | ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À POPULAÇÃO TRANS E/OU COM VARIABILIDADEDE GÊNERO | PRINCIPAIS RESULTADOS | CONCLUSÃO |
Nathália Leal Silva, Rafael Oliveira Pitta Lopes, Graziele Ribeiro Bitencourt, Hércules Rigoni Bossato, Hércules Rigoni Bossato e Márcia Assunção Ferreira; 2020. | Analisar o conceito de identidade social da pessoa transgênero e elaborar um diagnóstico de enfermagem relacionado à identidade social da pessoa transgênero. | O artigo vem introduzir o conceito de idade social que deve advir do enfermeiro para um melhor atendimento da pessoa transgênero. | Das 6.847 produções, 10 Identificaram-se os atributos críticos, antecedentes e consequências para a identidade social da pessoa transgênero. | A identidade social estabelece relação com a saúde, e diagnóstico de enfermagem proposto e fortalece o sentido de pertença das pessoas transgênero, potencializando seus direitos como cidadãos. |
Laio Magno, Luis Augusto Vasconcelos da Silva, Maria Amélia Veras, Marcos Pereira- Santos e Ines Dourado; 2019. | Examinar como o estigma e a discriminação interagem com papéis de gênero para colocar as mulheres transgênero em uma posição de risco de infecção pelo HIV. | O artigo vem associar que o estigma, todos os preconceitos e discriminação que recaem sobre as mulheres trans permite uma maior vulnerabilidade ao HIV. | Observou-se um crescimento no número de publicações nos últimos anos, com um pico em 2016. | O exame dos artigos analisados permite destacar que o estigma relacionado à identidade de gênero, bem como a discriminação e a violência têm sido apontados como elementos estruturantes da vulnerabilidade ao HIV entre mulheres transgênero. |
Filipe Levy Leite Visgueira, Suzanne Raquel Silva Chaves, Luiza Ivete Vieira Batista e Maria das Dores Sousa Nunes; 2021. | Analisar o conhecimento dos acadêmicos de Medicina de uma Instituição de Ensino Superior sobre identidade de gênero. | O artigo traz a reflexão sobre os preconceitos e negligências que podem ocorrer no atendimento médico de uma pessoa pela sua identidade de gênero.Influenciando diretamente no diagnóstico do mesmo. | Dos participantes, 67,21% e63,11%desconheciam o conceito de mulher transgênero heterossexual e de homem transgênero homossexual, respectivamente; 67,21% e61,47%apresentaram respostas inadequadas quanto ao exame ginecológico em | A maioria dos estudantes desconheceu conceitos relacionados àIdentidade de gênero. |
Fernanda Karla Nascimento, Roberta Alvarenga Reis, Alexandre Saadeh, Fran Demétrio, Ivaneide Leal Ataide Rodrigues, Sueli Aparecida Frari Galera e Claudia Benedita Dos Santos; 2020. | Descrever atributos associados à Qualidade de Vida de crianças adolescentes transgêneros brasileiros segundo sua própria percepção. | O artigo traz uma perspectiva da qualidade de vida de jovens entre 8 e 18 anos de idade. Inspirando. A reflexão do comportamento e modo de vida dos mesmos. | A vivência de preconceito e discriminação foram atributos negativos associados à Qualidade de Vida da população trans. | Foi possível identificar o núcleo familiar como o principal meio de suporte social das crianças e adolescentes transgêneros. |
Erin Ziegler, Marian Luctkar-Flude, Benjamin Carroll, Jane Tyerman, Lillian Chumbley e Chris Shortall; 2021. | Desenvolver e implementar uma ferramenta educacional online para atender a uma demanda na Educação de enfermagem a respeito do conceito de humildade cultural e sua aplicação às consultas e cuidados de saúde da população LGBTQIA+ | O artigo contribui para o melhor desempenho do enfermeiro ao atender uma pessoa que se identifica como LGBTQIA+. Trazendo orientações para a melhorar a postura e a compreensão do enfermeiro para com o paciente. | O Kit de Ferramentas de Enfermagem para Orientação Sexual eIdentidade de Gênero foi criado para a promoção da humildade cultural naprática de enfermagem. | O inovador kit de ferramentas educacionais online pode ser usado para promover o desenvolvimento profissional de enfermeiros e outros profissionais da saúde. |
Eduardo Sodré de Souza e Luiza Hiromi Tanaka; 2021. | Analisar as representações sobre o cuidado em saúde prestado às pessoas trans em situação de rua. | O artigo traz a reflexão sobre a necessidade de aumentar o entendimento e o cuidado específico do enfermeiro em relação às necessidades específicas de saúde das pessoas trans em situação de rua | O cuidado em saúde foi representado pelas dimensões técnica, relacional, estrutural e cidadania. | – |
Eduardo Sodré de Souza e Luiza Hiromi Tanaka; 2021.Eduardo Sodré de Souza e Luiza Hiromi Tanaka; 2021. | Analisar as representações sobre o cuidado em saúde prestado às pessoas trans em situação de rua. | O artigo traz a reflexão sobre a necessidade de aumentar o entendimento e o cuidado específico do enfermeiro em relação às necessidades específicas de saúde das pessoas trans em situação de rua. | O cuidado em saúde foi representado pelas dimensões técnica, relacional, estrutural e cidadania. | Evidenciou-se a necessidade de ampliar concepções e práticas sobre o cuidado emsaúde para satisfazer as necessidades em saúde específicas das pessoas trans em situação de rua. |
Izabel Cristina Brito da Silva, Ednaldo Cavalcante de Araújo, Alef Diogo da Silva Santana, Jefferson Wildes da Silva Moura, Marclinei de Nóbrega de Andrade Ramalho e Paula Daniella de Abreu; 2022. | Identificar evidências científicas sobre as violências de gênero perpetradas contra mulheres trans. | O artigo causa uma reflexão sobre a violência de gênero perpetrada contra mulheres trans. Trazendo empatia e mais sensibilidade. | A amostra final, composta por 16 artigos, identificou violências de gênero diversas: sexual, física, verbal, entre outras. | A mulher trans sofre violências e exclusões sociais decorrentes de estigmas e discriminações pela identidade de gênero que resultam em danos à saúde além da física. |
Jedison Feliciano Silva Gabriela Maria Cavalcanti Costa; 2020. | descrever as práticas assistenciais de atenção à saúde direcionadas a lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. | E possível refletir sobre a fragilidade das práticas assistenciais de atenção à saúde relacionadas às minorias sexuais e de gênero. Que sofrem preconceitos no próprio SUS. | foram incluídos 14 artigos. A maioria dos artigos versava sobre a trajetória dos indivíduos no interior dos serviços de saúde, evidenciando limitações e obstáculos na utilização destes. | A partir dos dados levantados, foi possível incitar uma reflexão sobre a fragilidade das práticas assistenciais de atenção à saúde relacionadas às minorias sexuais e de gênero. |
Mariana Rigolon Diene Monique Carlos Wanderlei Abadio de Oliveira Natalia Rejane Salim; 2020 | compreender as histórias de vida e o itinerário de travestis e transexuais nos serviços de saúde. | Pode-se afirmar que a falta de preparo dos profissionais também está relacionada a não possuírem nenhuma disciplina sobre gênero e sexualidade ou mesmo discussões sobre o tema durante sua formação, o que leva a um total desconhecimento e a atitudes preconceituosas. | emergiram dois temas: 1) gênero e sexualidade nas histórias de vida; e2) as trajetórias nos serviços de saúde. Estes revelaram os desafios no processo de reconhecimento da identidade de gênero perante a família e sociedade. | demonstrou-se que a História Oral pode ampliar o conhecimento, especialmente, sobre as histórias de vida e trajetórias nos serviços de saúde de travestis e transexuais; além disso, foram oferecidas informações que podem auxiliar gestores e profissionais de saúde na tomada de decisão ou no cuidado em relaçãoa essas pessoas. |
Danilo Fagundes Rosa Marcos Vinícius de Freitas Carvalho Nayla Rodrigues Pereira Natalia Tenore Rocha Vanessa Ribeiro Neves Anderson da Silva Rosa; 2019. | Descrever e analisar a produção científica nacional e internacional sobre assistência de Enfermagem à população trans e/ou com variabilidade de gênero. | o desconhecimento acerca da população trans por parte dos(as) enfermeiros(as) acarreta a invisibilidade das necessidades de saúde dessa população e também causa prejuízos aos cuidados de Enfermagem que devem ser prestados a ela | Pessoas trans não têm encontrado respostas às suas demandas de saúde, são vítimas de preconceitos e violências nos serviços e procuram atendimento em casos extremos de adoecimento. | Compreender suas necessidades é imprescindível para construir saberes e práticas que fundamentem a assistência de Enfermagem. |
Nizar Amin Shiha de Elisângela Maia Pessoa Fabiane Ferreira da Silva; 2021. | O presente artigo apresenta resultados de pesquisa que buscou investigar como os serviços de saúde podem (in) visibilizar atendimento ao público LGBTQIA+. | Diante desta pesquisa, fica constatado que os serviços de saúde ainda não possuem estrutura e/ou profissionais capacitados para trabalhar a diversidade sexual no seu todo. Sendo assim, respondendo ao problema de pesquisa do estudo | O presente artigo apresenta resultados de pesquisa que buscou investigar como os serviços de saúde podem (in) visibilizar atendimento ao público LGBTQIA+. | Diante desta pesquisa, fica constatado que os serviços de saúde ainda não possuem estrutura e/ou profissionais capacitados para trabalhar a diversidade sexual no seu todo. Sendo assim, respondendo ao problema de pesquisa do estudo. |
Renato Canevari Dutra da Silva Ana Bárbara de Brito Silva Fernanda Cunha Alves Kemilly Gonçalves Ferreira Lizza Dalla Valle Nascimento Maryanna Freitas Alves Carla bianca Cabral de Jesus Canevari; 2022 | Reflexões bioéticas sobre o acesso de transexuais à saúde pública | o despreparo técnico-científico dos profissionais de saúde no acolhimento, tratamento e oferta dos procedimentos transgenitalizador es aos transexuais é fator limitante para o acesso desse público ao SUS. | Os resultados mostram que as dificuldades encontradas são: hostilidade no atendimento; desrespeito ao nome social; despreparo técnico- científico dos profissionais; dificuldade de acesso aos procedimentos transgenitalizadore s; e preconceito. | A maior dificuldade enfrentada por transexuais no acesso ao sistema público de saúde brasileiro é a falta de aceitação nos centros de atendimento, que resulta em discriminação, preconceito e hostilidade. |
Denise Garrido de Carvalho Braz Maycon Barros Reis Ana Lúcia de Moraes Horta Hugo Fernandes; 2020. | Analisar as vivências familiares durante o processo transexualizador de um de seus integrantes | O processo transexualizador no Sistema Único de Saúde deu-se por meio de políticas públicas que asseguram o direito ao acompanhamento especializado para as mudanças almejadas, incluindo o direito à cirurgia de redesignação sexual. | No processo de análise das narrativas, foram identificadas categorias: “mudanças do corpo como vivência de todos”, “medo do preconceito e da violência”, “busca de escuta e tratamentoespecializado”. | As dificuldades encontradas pelos indivíduos e familiares são enfrentadas com a busca de ajuda especializada ainda escassa. |
Juliana Spinula dos Santos Rodrigo Nogueira da Silva Márcia de Assunção Ferreira; 2019. | Refletir sobre as abordagens da saúde da população LGBTI+, a Atenção Primária à Saúde e a Enfermagem no cuidado a esta população | enfermeira responsabiliza-se por realizar e supervisionar o acolhimento, assim como realizar a estratificação de risco, em qualquer etapa do ciclo de vida do indivíduo. | Nas equipes de Saúde da Família, as enfermeiras devem conhecer as principais demandas dessa população. A reorientação institucional da APS impõe novos desafios à efetivação do direito à saúde da população LGBTI+. | Considerando que a população LGBTI+ está, também, sob a responsabilidade da Enfermagem no âmbito da APS, cabe a esta categoria profissional prestar assistência integral com vistas à minimização das desigualdades sofridas por esta população. |
Análise do quadro
Os artigos pesquisados demonstraram que a carência de conhecimento sobre as necessidades da população trans leva a falta de preparo dos profissionais, ocasionando a uma assistência desqualificada, regada de preconceitos e hostilidades.
O despreparo dos profissionais da área da saúde, tal falta de conhecimento técnico– científico corrobora com a busca pelos serviços do SUS por parte da população trans, que optam por não utilizar o mesmo, pois os profissionais desqualificados e sem conhecimentos entregam um acolhimento regado de preconceitos, além disso, o enfermeiro que vai ter o primeiro contato com o usuário, sendo o mesmo responsável por auxiliar e transmitir todas as informações sobre o processo transexualizador. (SILVA et al., 2022).
Por ser o primeiro contato do paciente, é importante que o enfermeiro se responsabilize pelos cuidados em todas as etapas da vida. Supervisionando o processo de prevenção e tratamento. Desta forma é necessário que o mesmo realize uma assistência de qualidade e humanizada, sendo sempre informado sobre as demandas e necessidades da população trans que busca pelo sistema único de saúde. (SPINULA et al., [s.d.]).
Com todas essas questões, as políticas públicas que garantem o ingresso ao processo transexualizador no SUS, disponibilizam um acompanhamento especializado para as mudanças. Tais políticas públicas sobre o processo transexualizador deveriam garantir o direito a cirurgia de redesignação de sexual, porém, quando avaliado na prática, a população trans e suas famílias encontram barreiras ocasionadas pela falta de informação, e despreparo sobre as demandas da população trans, não respeitando o uso do nome social e errando pronomes, essas ações levam o indivíduo á buscar por tratamentos como o uso de hormônios sem o conhecimento especializado dos proficiência, podendo ocasionar um adoecimento mental e físico.(BRAZ et al., 2020).
A População trans carece de cuidados básicos com uma equipe multiprofissional, realizando consultas e atendimento, porém, pessoas trans ou com variabilidade de gênero necessitam de um atendimento especializado focado em suas demandas como é o caso do uso de hormônios ou de cirurgias. Nesse contexto o enfermeiro desempenha um papel fundamental nos cuidados, sendo o contato inicial e o final em serviços da atenção básica ou hospitalar. Exercendo papel de promoção de saúde, prevenção de doenças ou agravos. Para tais ações e preciso que os profissionais se qualifiquem para entregar um atendimento de humanizado, respeitando o nome social e os pronomes que o indivíduo se identifica (ROSA et al., 2019).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa visou, desde o início identificar a importância do atendimento realizado pela equipe de enfermagem para com a população transexual, com foco na influência que a equipe profissional exerce em relação à adesão da população aos serviços de saúde, a preparação da equipe frente ao atendimento do público LGBTQIA+ (com foco nos transexuais e transgêneros) e as dificuldades que encontradas por tal população durante a busca pela assistência de saúde, alcançando assim os objetivos propostos.
Através da pesquisa foi-se possível aprofundar o conhecimento acerca do que é a população transexual e transgênero, assim como suas necessidades gerais e específicas, respondendo as questões norteadoras propostas.
Os aspectos éticos apresentados que são respaldados por lei reforçam a previsão de um intermediário que coloque em prática de forma humanitária o que é de direito da população em questão, onde tal intermediário seja o enfermeiro que se apresenta em todos os níveis de assistências previstos pelo sistema único de saúde (SUS).
A mediação entre a lei e a assistência poderá ser praticada através do respeito, empatia, e profissionalismo acima de qualquer estigma deixado por sociedades antecedentes e também pela busca de conhecimento acerca dos termos usados para designação de pessoas trans, que por consequência acolherá e aumentará a busca por todos os serviços disponíveis que o sistema único de saúde oferece.
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1, 2Graduandas do Curso Enfermagem, do Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos – Uniceplac.
3Professora do Curso Enfermagem, do Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos – Uniceplac.