EDUCATION FOR THE DEAF AND ITS INCLUSION AS A PEDAGOGICAL TOOL
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102501161652
Rozinete Francisca Rezende1
Rozeni Francisca Rezende2
RESUMO: Este artigo trata-se da compreensão e analise das escolas da rede pública municipal em relação a estrutura física e equipe pedagógica capacitada para a educação de alunos com necessidades especiais na cidade de Brasil Novo, Estado do Pará, o trabalho teve como objetivo de avaliar a influência social e a demanda populacional na inclusão de estudantes surdos nas escolas, o cujo trabalho contou ainda com entrevistas aos educadores de cada escola e amparado as diretrizes da LDB (Lei de diretrizes e bases), Estatuto da criança e adolescente (ECA). Para a realização do projeto foi feito uma verificação preliminar das escolas que atendiam a alunos com necessidades especiais na época, ao qual verificar-se-ia a existência de tais trabalhos na rede pública de ensino em Brasil Novo, bem como, o atendimento aos alunos e aos seus familiares. O resultado do artigo mostrou que o sistema educacional de Brasil novo possui 109 alunos portadores de necessidades especiais, sendo 83 do ensino fundamental e 26 do ensino médio, dentre eles 3 são surdos. Dentro do município de Brasil Novo, das 28 escolas em funcionamento, somente duas oferecem o atendimento especializado e somente a escola polo do município possui sala de AEE. Em relação ao corpo técnico especializado, a cidade conta com apenas um professor de libras para atender os alunos surdos, porém, os pais e/ou familiares destes alunos ainda não recebem nenhum tipo de assistência para a prática da língua brasileira de sinais ou atendimento psicológico.
Palavras-chave: Surdos. LDB. ECA
ABSTRACT: This article is about the understanding and analysis of the schools of the municipal public network in relation to the physical structure and pedagogical team trained for the education of students with special needs in the city of Brasil Novo, State of Pará, the objective of this work was to evaluate the social influence and population demand in the inclusion of deaf students in schools, whose work also included interviews with educators from each school and supported by the guidelines of the LDB (Law of guidelines and bases), Statute of children and adolescents (ECA) . In order to carry out the project, a preliminary check was made of the schools that served students with special needs at the time, which would verify the existence of such works in the public school system in Brasil Novo, as well as the attendance to students. and their families. The result of the article showed that the educational system of new Brazil has 109 students with special needs, 83 from elementary school and 26 from high school, among them 3 are deaf. Within the municipality of Brasil Novo, of the 28 schools in operation, only two offer specialized assistance and only the center school in the municipality has an Specialized Educational Assistance room. In relation to the specialized technical staff, the city has only one teacher of pounds to attend the deaf students, however, the parents and / or relatives of these students still do not receive any type of assistance for the practice of the Brazilian sign language or psychological assistance. .
Keywords: Deaf. LDB. ECA.
INTRODUÇÃO
A escola é a concepção do individuo diante da sua sociedade, família e ser fomentador de opiniões, é ela que educa o homem para a vida e sua conduta ao longo da mesma. A escola vem nesta concepção, formar e preparar ao mercado de trabalho e principalmente no ambiente social, seja familiar ou sociedade, entretanto, as dificuldades e desafios na inclusão de pessoas com necessidades especiais entra na contra mão a idéia de direitos constituídos através do ECA, lei 8069 de 1990 e descrito por OLIVEIRA, (2009) “ a criança e o adolescente tem direito a educação, visando o pleno desenvolvimento da sua pessoa […]” e acrescenta “[…] atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede pública”.
A luta pelo direito à educação das pessoas com deficiências, no Brasil, foi intensificada ao longo da década de 1960, quando a escola pública se democratizava para a população geral, mas excluía, a priori, uma parcela da população considerada ineducável. Devido à impossibilidade de acesso em algumas escolas comuns, algumas famílias tomaram a inciativa de criar instituições especializadas filantrópicas para acolhê-las (Jannuzzi, 2004, apud Mendes).
Um ponto das várias tentativas de educar e ensinar a esta população foi a criação da língua brasileira de sinais denominadas (LIBRAS), como forma usual de comunicação entre as pessoas, no qual segundo Cavalcante (2009), a língua Brasileira de Sinais é a língua natural das comunidades surdas. Ao contrário do que muitos imaginam as Línguas de Sinais não são simplesmente mímicas e gestos soltos, utilizados para facilitar a comunicação, é reitera composta pelos níveis linguísticos: o fonológico, o sintático e o semântico.
A educação inclusiva é uma importante ferramenta na adição das pessoas com necessidades especiais, principalmente para a criança, isto é, o envolvimento social e psicológico em espaços ditos educativos como a escola.
É nesta concepção que o papel do professor ao perceber e compreender a dinâmica da criança surda pode criar dinâmicas e formas para o melhor entendimento ao estudante, auxiliado por outros alunos e proporcionar uma interação entre as mesmas.
As medidas pedagógicas na escola são difíceis sem a participação de todas as esferas da entidade educacional como descrito por Souza, (2002):
A educação especial não mais pode ser olhada como um sistema paralelo à educação geral e sim dela faça parte como um conjunto de recursos pedagógicos e de serviço de apoio, que facilitem a aprendizagem de todos esses alunos incluídos no ensino regular.
Com base em SOUZA (2002), a educação de surdos foi marginalizada e conferida no preconceito e na desigualdade social. Ao notar estes aspectos, a inclusão destas pessoas na educação começou a ser modificada com a adição da Declaração de Salamanca em 1990 p.2 que diz que “o surdo deve ser inserido de fato, para que possa ter sua cidadania respeitada”.
Após a Declaração de Salamanca os parâmetros e políticas a inclusão escolar obtiveram mais amplitude e caracterizado um esforço mundial para a entrada de pessoas surdas nas escolas.
Segundo SOUZA, (2002) a educação de surdos no ensino regular proporcionará “[…] determinante para o seu desenvolvimento enquanto partícipe de um contexto sócio-cultural, pois valida o comprometimento do real propósito escolar” e explica “já que implica grandes dificuldades de interação devido o comprometimento da perda auditiva, pois esta acarreta pouca ou nenhuma socialização com as pessoas ouvintes e, portanto, necessitam de intervenções pedagógicas, familiares e sociais para ser agradável, necessária e socializadora, sua participação com o mundo que o cerca.”
Portanto, a educação para surdos é uma meta a igualdade de direitos e ações concretas e continuas a espaços na sociedade, ao lazer, a emprego e principalmente a dignidade de ser humano.
Para a realização do projeto foi feito uma verificação preliminar das escolas que atendiam a alunos com necessidades especiais na época, ao qual verificar-se-ia a existência de tais trabalhos na rede publica de ensino em Brasil Novo, bem como, o atendimento aos alunos e aos seus familiares.
Durante o processo do projeto houve a formação de cronograma e em seu corpo estruturou-se a ordem do andamento do trabalho, a estes foram traçadas etapas que são: levantamento bibliográfico, leitura de obras, entrevista, tabulação de dados, analise de dados, elaboração do trabalho e revisão do trabalho.
O trabalho também investigou a educação de surdos e a ação efetiva da educação inclusiva na quebra do modelo tradicional imposto pelas escolas na rede privada e pública de Brasil Novo.
O surdo e o mundo: desafios para vida Discente
Imagine você sendo surdo e ver as pessoas ao seu redor e não dizer não poder ouvir, comunicar-se apenas com os dedos e tentar ler os lábios das pessoas. A percepção na situação hipotética acima ganha mais abrangência quando a crianças nesta condição, em fase de crescimento e participando de escolas da rede publica de ensino.
A vida de pessoas com necessidades especiais é um desafio principalmente pelo preconceito muitas vezes nascida nas escolas, Segundo OLIVEIRA (2010) apud BREGANTINI (2001) reitera que inserir o aluno surdo não garante integração na rede escolar, vista que os poucos recursos e conhecimentos são escassos e assim não garantem a permanência dos alunos.
A participação da família e essencial no ensino-aprendizagem auxilia na interação ao espaço educacional, e a mesma propiciam meios para a socialização do individuo a sociedade com instrumentos pedagógicos que facilitem a aprendizagem do aluno e interação entre si.
O discurso que é propagado em torno destas questões, onde cabe a escola “normal” na educação de surdos? Porque não encaminhar a escolas de tratamento especial?, em virtude dos vários problemas estruturais e de comunicação. Muitas hipóteses são reveladas e discutidas em relação à inclusão destes alunos como a importância essencial da família no ensino-aprendizagem sendo tanto positivas quanto negativas como destacado por PIRES (s/d):
O discurso pedagógico geralmente está relacionado com as interferências sócio-afetivas do aluno, onde as causas apontadas do fracasso são situações do contexto familiar, como superproteção dos pais, falta de estímulos, pobreza, falta de conhecimento dos pais sobre a LS, remetendo a estes o impedimento do processo de ensino-aprendizagem.
Os jogos trabalhados e desenvolvidos para a relação de alunos surdos e não surdos são importantes neste contexto, pois estimulam os estudantes sendo mais dinâmico e não expondo a dificuldade natural das pessoas que apresentam grau de surdez. Entre estas questões OLIVEIRA (2010) apud GIOCA (2001) diz:
Os jogos favorecem o domínio das habilidades de comunicação, nas suas várias formas, facilitando a auto-expressão. Encorajam o desenvolvimento intelectual por meio do exercício da atenção, e também pelo uso progressivo de processos mentais mais complexos, como comparação e discriminação; e pelo estimulo à imaginação. Todas as vontades e desejos das crianças são possíveis de serem realizados através do uso da imaginação, que a criança faz através do jogo.
Para usar de forma positiva a existência de alunos surdos nas escolas pode ser explorada várias opções como o teatro mudo, projetos de inclusão e confecção de livros em braile entre outros, ou seja, eventos e pequenas ações são notadamente possíveis de ser feita basta ter força de vontade e perseverança.
O uso de tecnologias educacionais e digitais é outra ferramenta para a inclusão de alunos com necessidades especiais, é de fato, um auxilio ou medida que pode facilitar o acesso, comunicação e desenvolvimento. De acordo com ARCOVERDE (2006) explica:
A escrita, através da Internet, possibilita ao surdo escrever o português e pensar em português, fazendo uso social da linguagem escrita incorporada a uma necessidade discursiva. Neste sentido que enfatiza as tecnologias digitais permitem aos surdos, assim como aos ouvintes, introduzirem-se, espontaneamente, na língua que estão usando para se comunicar e, inscrevendo-se numa atividade enunciativo-discursiva, ressignificar sua escrita fazendo um uso social da linguagem.
Diante disso, todas as formas de aprendizagem para os surdos e qualquer outra situação de necessidade especial são importantes e conforme adquiridas permitem a socialização destas pessoas ao convívio social e escolar, encorajam o pensamento de uma sociedade igualitária livre de preconceitos e exclusão.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Sabemos que a política de Educação Especial no Brasil, que se organizava para poucos alunos em escolas especiais e classes especiais, ou seja, num modelo de sistemas ou vias paralelas de educação, passou a priorizar a escolarização em classe comum, com apoio do denominado “atendimento educacional especializado” (AEE) ofertados em “sala de recurso multifuncional” (SRM) ou em “centros de atendimento educacional especializado” (CAEE) (MEC 2007, 2008).
Essas mudanças no campo da política de Educação Especial municipal, desde seu início, provocaram fortes tensões que ainda se mantêm entre aqueles que apontam para a necessidade de uma mudança radical no modo de escolarizar todos os alunos do Público Alvo da Educação Especial nas classes regulares de escolas comuns, e outros que recomendam uma aproximação mais cautelosa, pautada em mudanças fundamentadas em análises empíricas e em considerações históricas. No cerne deste debate, encontra-se, entre outras coisas, a definição do papel das instituições especializadas nas políticas públicas de educação inclusiva, desde propostas mais radicais que defendem sua extinção para impedir a segregação escolar, passando por outras mais.
Nesse contexto de especialidades inclusivas o ensino da língua brasileira de sinais (Libras) na escola além de ser uma educação inclusiva, é responsável pela formação de alunos surdos no país, criando novas possibilidades para essas crianças, de acordo com o Censo IBGE de 2020, o número de brasileiros com deficiência auditiva era de mais de 10 milhões de pessoas, o que significa mais de 5% da população brasileira, dos quais 2,7 milhões possuem surdez profunda, e, por isso não escutam absolutamente nada, mas, embora se fale muito na atualidade a respeito de inclusão social e acessibilidade, a comunidade surda enfrenta muitas dificuldades no que diz respeito a comunicação e educação, sendo discriminadas e excluídas do contexto social. Em Brasil Novo, por exemplo, a comunidade surda enfrenta os desafios para inclusão da sua língua materna e quando a ela tem acessa fica restrito apenas á própria comunidade, ou seja, não tem interprete de libras para a interação social ou participação de debates educativos ou socias, fazendo-se necessário um implementação didática principalmente para o processo de ensino e aprendizagem e as intermediações de ensino feitas pelo professor através das suas práticas pedagógicas. A atividade do docente no contexto escolar também deve considerar uma finalidade social de suas atividades e trabalhar os conteúdos de acordo com a realidade do aluno e o fazer refletir criticamente sobre ela (Libâneo 2013).
A partir daí o censo escolar brasileiro começou a registrar um aumento contínuo e expressivo de matrículas em escolas comuns e, em Brasil novo, cidade com pouco mais de 15 mil habilitantes não foi diferente, hoje o sistema público de ensino conta com 109 alunos portadores de necessidades especiais, sendo 83 do ensino fundamental e 26 do ensino médio, dentre eles 3 são surdos.
Dentro do município de Brasil Novo, das 28 escolas em funcionamento, somente duas oferecem o atendimento especializado e somente a escola polo do município possui sala de AEE. Em relação ao corpo técnico especializado, a cidade conta com apenas um professor de libras para atender os alunos surdos, porém, os pais e/ou familiares destes alunos ainda não recebem nenhum tipo de assistência para a prática da língua brasileira de sinais ou atendimento psicológico.
Essas estatísticas demonstram que apesar de haver uma iniciativa por parte do poder público na área educacional para a inclusão de surdos, muito ainda falta ser feito, uma vez que o ensino de libras deverá ser implantado para todos os alunos com objetivo do entender e fazer entender todos os membros sociais, ou seja, não somente de surdo para surdo, mas a comunidade como todo, sendo essencial adotar estratégias para que os surdos consigam ter mais opções de lazer e cultura usando a Libras como principal recurso de comunicação.
Sabemos que a escola é a base do conhecimento e revela ao ser humano uma gama de informações, esta deve ser a construtora, criadora e de pensamento, deve ser livre de preconceitos e exclusão. O modelo supracitado no parágrafo anterior é um sonho de realidade, isto é, a forma correta de se imaginar a escola, porém é sabiamente visível hoje que existe o posicionamento incorreto em relação aos estudantes com necessidades especiais.
É fato que falta políticas adequadas das secretarias educacionais, secretarias e assessorias pedagógicas no cumprimento das leis impostas ao beneficio dos portadores de alguma necessidade, também a precariedade estrutural das escolas e a pouca existência de recursos tanto financeira quanto de tecnologias educacionais reforça o quadro de abandono e principalmente a diminuição da permanência destes alunos.
Enfim, os grandes desafios da sociedade como um todo é superar o imenso preconceito diante de pessoas com necessidades especiais, sendo nosso foco de pesquisa os alunos surdos na rede publicam de ensino.
REFERÊNCIAS
ARCOVERDE, Rossana. Tecnologias digitais: novo espaço interativo na produção escrita dos surdos. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v26n69/a08v2669.pdf. Acesso em 15 de abril de 2021.
CALVANTE, Janaina; OLIVEIRA, Keilani; REZENDE, Rozinete. A educação inclusiva para surdos em Brasil Novo. Universidade federal do Pará-Altamira. Faculdade de Inglês-2009.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Surdos. Disponível em : < https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=281783> Acesso em 19 de abril de 2021.
LIBÂNEO, J. C. Didática. 2 ed. São Paulo. Cortez, 2013. Libâneo, J. C. Didática: velhos e novos temas. Edição do autor, 2002.
MENDES, E. G. (2019). A política de educação inclusiva e o futuro das instituições especializadas no Brasil. Arquivos Analíticos de Políticas Educativas, 27.
OLIVEIRA, Emanoelly. Jogos na educação de surdos: proposta de uso de objetos de aprendizagem. Disponível em http://dmd2.webfactional.com/media/anais/JOGOS-NA-EDUCACAO-DE-SURDOS-PROPOSTA-DE-USO-DE-OBJETOS-DE-APRENDIZAGEM.pdf. Acesso em 7 de abril de 2021.
PIRES, Cleidi; EDER, Marenize. Educação de surdos e fracasso escolar. Disponível em http://www.pedagobrasil.com.br/educacaoespecial/educacaodesurdos.htm. Acesso em 04 de abril de 2021.
SOUZA, Ely; MACÊDO, Josenete. Inclusão social do surdo: um desafio à sociedade, aos profissionais e a educação http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/monografias/inclusao_social_do_surdo.pdf. Acesso em 08 de janeiro de 2021.
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