A DELICADA RELAÇÃO ENTRE PAIS, PRÉ-ADOLESCENTES E ADOLESCENTES NA CONTEMPORANEIDADE, SOB A ÓTICA PSICANALÍTICA

THE DELICATE RELATIONSHIP BETWEEN PARENTS, PRETEENS AND TEENAGERS IN CONTEMPORARY TIMES IN THE PSYCHOANALYTIC PERSPECTIVE

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11253272


Rosivam Batista Marinho Da Silva
Orientador: Professor Dr. Zilmar Ferreira Freitas


RESUMO

A adolescência é analisada como uma fase na qual advém um acréscimo nas confrontações entre pais e filhos. Objetivou-se, assim, perceber como se dá a delicada relação entre pais, pré-adolescentes e adolescentes na contemporaneidade, sob a ótica psicanalítica. Por meio de um questionário procurou-se conhecer como os adolescentes e pais aferem a comunicação que estabelecem entre ambos, numa escala de frequência. Este trabalho situa, também, o adolescente e sua família, no contexto histórico. Averigua o valor da relação pais/adolescente como fator de influência positiva ou negativa no processo de construção dos seus lugares. Foram investigados 50 pais e 50 mães, com filhos adolescentes com idades entre 12 e 17 anos. Aplicou-se um questionário que avaliou, separadamente, a comunicação do adolescente com a mãe e com o pai. Os resultados assinalam que a mãe é a pessoa mais solicitada para conversar, seguida pelo pai. Os adolescentes, aos olhos dos pais e das mães, têm uma boa frequência na escala de comunicação em casa. O tema abarca, ainda, o problema que os progenitores têm atualmente de adotar a sua atitude de autoridade de maneira que permita aos filhos estabelecer referências simbólicas. Finalmente, discorre a respeito da probabilidade da constituição do lugar de cada um na relação pais/filhos e sua relevância no processo de construção subjetiva.

Palavraschaves: Comunicação, Pais, Adolescência, Conflitos.

ABSTRACT

The adolescence is parsed as a phase in which comes an increase in confrontations between fathers and sons. The objective, therefore, understand how the delicate relationship between parents, pre-teens and teenagers in contemporary times, in the psychoanalytic perspective. By means of a questionnaire sought to meet as teenagers and parents assess the communication establishing between them, on a scale of frequency. This work is also a teenager and your family in historical context. Find out the value of the parent/teen relationship as positive or negative influence factor on the construction process of their places. Were investigated 50 parents and 50 mothers with teenage children aged between 12 and 17 years. Applied a questionnaire that evaluated, separately, the teenager with mom and dad. The results indicate that the mother is the most requested to talk, followed by his father. The teenagers, in the eyes of parents and mothers, have a good frequency communication range at home. The topic covers the problem parents currently have to adopt your attitude of authority in a manner that allows children to establish symbolic references. Finally, talks about the likelihood of the Constitution of each place in the relationship between parents/children and your importance in the process of subjective construction.  

 Keywords: communication, Parents, Teens, conflict.

INTRODUÇÃO

Vive-se uma delicada relação entre pais e filhos. O Brasil e o mundo têm vivido uma onda de criminalidade e violência e muitas notícias envolvem filhos que matam seus pais com requintes de crueldade. 

Cada vez mais os consultórios psiquiátricos, psicológicos, psicanalíticos e educacionais têm recebido pais e mães de adolescentes e pré-adolescentes para entender seus filhos e passarem a compreendê-los, num esforço para uma convivência harmônica familiar. São filhos com comportamentos socialmente inadequados, problemas de relacionamento interpessoal, bem como dificuldades de adequação escolar e aprendizagem, sendo que as maiores queixas se relacionam as condutas sociais impróprias e dificuldades de convívio familiar.

Muitos perguntam: o que estará acontecendo com nossos jovens? ”, mas pode-se perguntar também:O que estará sucedendo com os pais e mães que parecem encontrar-se perdidos de seu papel de educadores desses adolescentes?

” Será que são frutos de uma educação mais permissiva para precaver os “traumas” que uma criação muito repressora poderia acarretar na vida emocional dos filhos, como foi apregoado a partir da década de 60, e, que parece ter provocado uma inversão na ordem das gerações entre progenitores e filhos?

Ana Claudia Ferreira de Oliveira a este respeito, alerta:

Os pais precisam colocar limites para seus filhos crescerem. A criança é um ser com uma quantidade enorme de energia, que precisa, desde cedo, ser bem canalizada. Ela precisa aprender a gerenciar essa energia adequadamente e, para tanto, precisa de um enquadramento e um direcionamento que, principalmente, aos pais cabe dar.[1]

Assim, o presente estudo aborda sobre a Delicada Relação entre Pais e

Filhos na Contemporaneidade. A Linha de Pesquisa compreende a Psic. Com Crianças e a Psicanálise do Século XXI

Aberastury explica que os estudos de Freud sobre as crianças e os adolescentes, ocorreram a partir do entendimento de adultos, porque foi a partir destes que ele observou as origens das causas dos transtornos que se originavam na infância.[2] Dessa forma o problema de pesquisa foi: como a Psicanálise explica a relação conflituosa dos pré-adolescentes e adolescentes contemporâneos com seus pais? 

É com o complexo de Édipo, e a maneira como o pré-adolescente e o adolescente tratam com a castração, que vai formar as estruturas: neurótica, psicótica ou perversa e a partir delas é que podem aparecer psicopatologias ou não, as mais diversas, e que gerarão conflitos na relação pais e filhos.

A diferença entre a rebeldia, castração e moratória, se faz relevante uma vez que o estudo das disparidades entre estes três termos pode esclarecer melhor o que leva os pré-adolescentes e adolescentes a desenvolverem uma relação conflituosa com os pais. Determinados autores entendem que o termo rebeldia está relacionado a “problemas emocionais, carências afetivas, e necessidade de atenção; ou até por ordens mais sérias como depressão juvenil”.3 Moratória seria um “período no qual uma pessoa fisicamente adulta é impedida, um tanto artificialmente, de entrar na sociedade dos adultos.”[3] 

Outros estudiosos defendem que os dois termos acenam para os transtornos de personalidade decorrentes da castração.[4]

Quanto aos Objetivos Investigatórios:  Geral: Averiguar como a Psicanálise explica o complexo de Édipo e a castração influenciam na relação perturbadora e conflituosa entre filhos e pais contemporâneos. Específicos: Desenvolver um breve histórico, com o intuito de evidenciar a evolução do conceito de criança e adolescente ao longo do tempo; destacar qual é a importância dentro da família das figuras objetais; compreender como o Complexo de Édipo promove a castração e gera rebeldia nos pré-adolescentes e adolescentes; investigar os efeitos subjetivos exercidos pela castração na constituição da personalidade da criança e do adolescente na ótica psicanalítica.

Cada vez mais percebe-se que os psicanalistas, psiquiatras e educadores são procurados pelos pais de pré-adolescentes e adolescentes, sem saberem como proceder com seus filhos quando os mesmos apresentam problemas inadequados relacionados a:comportamento social, relacionamento interpessoal, adaptação escolar e aprendizagem. 

Esse tema surgiu a partir da realização do estágio no Curso em Psicanálise,onde foram expostas questões relacionadas às mudanças subjetivas dos pacientes, notadamente, a dos  pré-adolescentes e adolescentes em suas relações com o social, com os laços estabelecidos e com o entrosamento familiar.  

As maiores reclamações estão relacionadas aos comportamentos sociais inadequados e dificuldades de convivência familiar. Dessa forma o problema de pesquisa foi: Como o complexo de Édipo e a castração podem dificultar a relação dos pré-adolescentes e adolescentes contemporâneos com seus pais? 

Nesse contexto, o respectivo estudo apresenta-se em cinco capítulos. O primeiro alude sobre A Família na Teoria Psicanalítica, realizando alguns recortes de dados que fizeram parte da história da educação e da família. O segundo capítulo aborda sobre o histórico da evolução do conceito de pré-adolescente e adolescente ao longo do tempo. E o terceiro capítulo, trata da importância dentro da família das figuras objetais, do lugar dos pais, como eles entendem essa adolescência dos filhos em suas vidas, ou seja, a importância do estabelecimento desse vínculo entre o adolescente e os pais numa relação de construção.  No quarto capítuloaborda-se sobreos pais e os efeitos subjetivos na constituição da personalidade do adolescente. O capítulo 5 analisa como o complexo de édipo e a castração ocorrem na menina e no menino. O sexto capitulo explica qual foi e como desenvolveu-se a metodologia. No sétimocapítulo realizou-se aapresentação e análise dos dados, bem como os resultados da pesquisa.

A hipótese confirmada ao final do estudo foi que com o complexo de Édipo, e a maneira como o pré-adolescente e o adolescente tratam com a castração, é que são formadas as estruturas: neurótica, psicótica ou perversa e a partir delas é que podem aparecer psicopatologias ou não, as mais diversas, e que gerarão conflitos na relação pais e filhos.

  1. REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 A FAMÍLIA NA TEORIA PSICANALÍTICA

As áreas da psicologia e psicanálise têm ressaltado o valor da influência do ambiente na constituição de um sujeito e o tema da educação dos filhos tem merecido um maior esmero por parte de educadores, psicólogos, psicanalistas e estudiosos. Com isso, muitas são as teorias novas que surgem sobre o que fazer, como proceder, tudo na tentativa de orientar os pais nessa difícil tarefa.

Nos seus primeiros escritos Freud aborda sobre a família, e de forma relevante Freud expõe textos peculiares a respeito da família.

Freud, citado por FILHO, em seus textos a respeito da família primeva já nos assinalava para o fato de que, não obstante da seriedade do conceito complexo de Édipo, é indispensável ponderar que as partes dessa estrutura são ocupados por pais e mães, homens e mulheres “encarnados” por pais da realidade, não apenas simbólicos.[5]

Em Lacan vê-se que há demarcações, a aquisição do simbólico não cobre por completo o real, que o pai como emissário de um papel alegórico não o concebe completamente. Assim, dos papéis e dos lugares, subsídio do estruturalismo, não se pode esquecer que estes espaços são ocupados por alguns pais e mães. Por não serem abstratos, esses progenitores da realidade apresentam suas histórias, organizam-se  de um certo modo e permanecem influenciados por tradições

díspares.[6] 

Aprende-se assim, que o significado de família sob o ponto de vista da psicanálise, é produzida por mediação do complexo de Édipo e, tanto de acordo com a teoria, como no consultório, se une igualmente com a realidade familiar, complexo tema da clínica psicanalítica.

Leila Maria Ferreira Salles lembra que os adolescentes são atores sociais que interagem e reagem, negociam e redefinem a realidade onde estão inseridos.  

A autora afirma:

O exame das relações que são estabelecidas entre pares como esses dão significação à sua idade, estabelece normas e percebe a influência do gênero na construção da sua identidade, evidencia a necessidade de entender as crianças e os jovens como atores, isto é, como sujeitos e não só como sujeitadas ao processo de socialização.[7]

Salles destaca que na atualidade são dadas mais liberdade e autonomia aos jovens enquanto a autoridade e controle paternos tem diminuído.

Os métodos autoritários e diretivos de educação são criticados. Procura–se minimizar as diferenças entre as gerações e evitar que a criança seja lembrada de sua imaturidade e dependência. Exalta– se a juventude, fazendo com que os mais velhos desejem ser jovens e que as relações entre pais e filhos se transformem, com os pais perdendo a autoridade, questionando o que fazem de errado, e a criança, o adolescente e o jovem querendo apenas ter direitos.[8] 

Vê-se dessa forma que os valores sociais e morais são questionados, bem como as relações de autoridade entre pais e filhos, jovens e adultos, foram alterados em nome de uma educação mais libertária. O resultado é que se têm na contemporaneidade jovens muito cedo seguros de como precisam agir, e, de outro, a sociedade que se observa em conflito de domínio e sem saber como proceder em relação aos valores éticos que necessita seguir, o que se reflete na maneira de agir dos pais e dos educadores. 

Vejamos o que diz Salles a esse respeito:

Os pais se encontram confusos quanto às práticas educativas, não sabendo mais o certo e o errado e se devem ou não impor disciplina aos filhos. Os pais se sentem inseguros e hesitam em impor seus padrões ao mesmo tempo em que a criança e o adolescente adquirem o direito de serem respeitados nas suas exigências.[9]

Cunha e Lasch citados por SALLES, asseguram que a procura por peritos gera um domínio da existência particular e leva à gerência da educação oferecida às crianças. Os pais hesitam sobre suas regras, a respeito do que é correto e o que é inconveniente, isto é, sobre a determinação de seus modelos éticos e depositam uma certeza, que chega à dependência, nas orientações dos especialistas.[10] 

Há, hoje, um imaginário social de juventude que leva os pais a abandonarem sua autoridade e disfarçar sua idade – “meus filhos são meus amigos”. A ideologia igualitária faz com que os pais possam, agora, se apresentar como amigos, companheiros mais velhos dos filhos, se tornar colegas deles, o que se manifesta na própria aparência jovial que os pais assumem, no gosto jovem e no uso de gírias.[11][12][13]

Hoje, as famílias pregam uma igualdade entre os indivíduos e o respeito das diferenças individuais, o que torna as relações igualitárias entre os membros familiares, sem exigências entre pares. ” Não há normas rígidas de conduta e as exigências são vistas como irrealistas. A diferença é aceita e respeitada. A imposição de limites é passível de discussão.”[14]

Cunha afirma que existe hoje uma cultura do não causar conflitos, evitar o que é árduo e que os pais já não colocam o amor e disciplina na primeira pessoa, para resguardar o relacionamento de conflitos.[15]

Conforme Lasch,[16] citado por SALLES “hoje, muitas das funções assumidas anteriormente pela família estão a cargo de outras instituições, de tal forma que a escola e as profissões assistenciais têm se encarregado das funções familiares, especialmente da função de socialização da criança.”[17] 

Castro, na obra “Infância e adolescência na cultura do consumo” afirma que atualmente o adolescente e o jovem garantiram o direito de serem respeitados nas suas opções de forma que muitas vezes igualados aos adultos ou colocados de forma superior, principalmente quando trata-se do uso de tecnologias, e “O uso do computador exemplifica uma situação na qual a superioridade do adolescente é, muitas vezes, apontada.”[18]

Ainda de acordo com Castro o direito de consumir é um comportamento que tem igualado o adolescente, o jovem e o adulto. “A relação criança e adulto é intrincada pela cultura do consumo, na qual a felicidade coincide à posse de propriedades materiais.”20

Castro disserta que apesar dos objetos de consumo e o gosto sejam diferentes entre os adultos e adolescentes, eles estão sempre voltados para isso. “[…] as crianças como consumidores potenciais ou reais, como diz Castro (1998), adquirem um “tipo de cidadania” que as torna iguais ao adulto.”[19]

Oliveira, em “A delicada relação entre pais e filhos” assegura que atualmente tornou-se comum ouvir-se pais e mães dizendo que é importante a relação de amigos entre eles e os filhos, mas é preciso estar atento a esta inversão de ordem:

É muito importante que pais e mães possam ser amigos de seus filhos, mas, antes de qualquer outra coisa, por amor a seus filhos, os pais têm o dever de educá-los, de colocar limites, estabelecer proibições. O que se espera de pais amigos de seus filhos, inclusive o que os próprios filhos precisam são de pais e mães mais próximos, mais disponíveis, abertos a escutá-los, a discutir e orientá-los naquilo que eles lhes solicitarem, ou naquilo que os pais entenderem necessário fazê-lo. Mas, precisam igualmente de pais que saibam dizer não, estabelecer o que é certo e o que é errado, e quais os limites que precisam ser seriamente respeitados.[20]

Ariès também aborda sobre esta transformação na família e observa que a criança e o adolescente passaram a ser o cerne da família no final do século XIX, evento que modificou de forma radical as afinidades no seio familiar e, especialmente, as funções e desempenhos parentais.[21]

Essas modificações das funções e desempenhos parentais, descrito por Ariès torna-se perigoso uma vez que a criança, o adolescente e o jovem necessitam de adequada e segura, e não alguém que faz apenas o papel de um.

Quando os pais desempenham adequadamente suas funções funcionam como um norte para quem eles vão recorrer, ao advirem os problemas típicos da idade e os quais não sabem resolver, orientando-os, repreendendo-os e ensinandoos a respeitar a si mesmos, e aos outros, para um convívio sadio em comunidade.

Ariés explica o que ocorre quando dar-se essa inversão:

 Quando se inverte o sentido dessa relação, com os filhos colocados em um trono, ou tratados como um rei, e com os pais deixando de cumprir sua função de educadores, as crianças crescem sem orientação, sem limites, sentindo-se sozinhas e desconectadas de sua própria família, sem uma verdadeira identificação com esses pais, pois lhes faltam um modelo forte, seguro e afetivo, que elas possam admirar, seguir, amar e respeitar.24

É certo que não existem fórmula ou manual para a criação dos filhos tendo em vista que que pais, mães e filhos são distintos e únicos nas suas características de personalidade e isso implica que todos devem ser respeitados.

Segundo Oliveira conviver com os adolescentes e jovens atuais não é tarefa fácil, a convivência é marcada por conflitos quando os pais têm que dizer “não” para

alguns assuntos que podem trazer consequências para os próprios adolescentes.

Não há como ser bom pai ou boa mãe só esperando serem amados por seus filhos. É preciso, muitas vezes, suportar a frustração de ser odiado por seu filho num dado momento, para o próprio bem dele no futuro, ainda que isso, na maioria das vezes, custe muito caro aos corações dos pais e mães.[22]

Sendo assim, compreende-se que os pais necessitam perceber que não podem ser amigos dos próprios filhos, pois nesta relação de afeto acredita-se que ocorre uma interação linear, não há hierarquia e todos se manifestam do jeito que têm pretensão, algumas vezes com extremo excesso.

2 HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE PRÉ-ADOLESCENTE E ADOLESCENTE AO LONGO DO TEMPO

A organização Mundial de Saúde define a adolescência como um período biopsicossocial que abrange a segunda década da vida, ou seja, dos 10 aos 20 anos.26  No Brasil esse é o critério seguido pelo Ministério da Saúde27 e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.28  

Para o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA,29 a fase vai dos 12 aos 18 anos. De forma genérica, a adolescência principia com as modificações físicas da puberdade e finaliza com a inclusão social, profissional e econômica no mundo

adulto.

Melvin e Wolkmar citados por SCHOEN-FERREIRA, AZNAR-FARIAS E SILVARES define a palavra adolescência como adolescere do latim, que denota crescer. Segundo os autores citados por SCHOEN-FERREIRA, AZNAR-FARIAS e SILVARES, a expressão adolescence foi empregada pela primeira vez no idioma inglês em 1430, aludindo às idades de 14 a 21 anos para pessoas do sexo masculino e 12 a 21 anos para as pessoas do sexo feminino.30

Philippe Ariés, historiador de nacionalidade francesa, afirma que o conceito de adolescente surgiu no século XVIII e que na Idade Média a infância não era tratada como tal. Crianças e adultos eram tratadas indistintamente. Somente no

  • A OMS ainda aceita um outro estágio –juventude – que vai dos 15 aos 25 anos, englobando o período intermediário e final da adolescência e o período inicial da vida adulta.
  • Brasil (2007a). Saúde de adolescentes e jovens. Caderneta. Disponível em:< http://port al.saude.gov.br/saude/.>Acesso:21/02/2019.
  • BRASIL, 2007b. Lei 8069 .Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) (12/07/1990) .
  • BRASIL (2007c). Lei nº. 8069, de 13 de julho de 1990. Retirado em 20/03/2007.Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm> Acesso: 10 set. 2018.
  • SCHOEN-FERREIRA, Teresa Helena; AZNAR-FARIAS, Maria e SILVARES, Edwiges Ferreira de Mattos. Psicologia: Teoria e Pesquisa. Adolescência através dos Séculos. Abr./jun. 2010, Vol. 26 n. 2, pp. 227-234. 

século XIX, segundo o autor, com o fortalecimento dos Estados nacionais e com a nova posição social das mulheres e crianças frente a industrialização, quando houve alteração da técnica e organização dos trabalhadores, mudando a relação entre os filhos e os pais. A infância passou a ser vista com mais valor e considerada um momento privilegiado da vida humana, passando os pais a vislumbrarem um futuro bom para seus filhos que eram, agora, tratados com amor. Neste período o adolescente passou a ser visto como uma figura notória, sendo que a adolescência masculina compreendia o período entre a primeira comunhão e o batizado. Ariés também destaca que ao longo do século, a adolescência passou a ser considerada um período complexo da vida, pois considerava-se uma fase de potenciais riscos para o indivíduo e para a sociedade.[23]

Assim a adolescência passou a ser pesquisada mais profundamente por médicos e educadores, a exemplo do primeiro atendimento clinico ter ocorrido na

Inglaterra a crianças que viviam em internatos. Foi o marco para a criação da Associação de Médicos de Escolas em 1884 e que em 1885 divulgou um Código de normas com a explícita finalidade de impedir a dispersão de doenças infecciosas.

Grossman, também, se referindo a temática, aduz que o primeiro livro abordando o tema adolescência data de 1904, uma obra intitulada Adolescência: sua psicologia e relação com fisiologia, antropologia, sociologia, sexo, crime, religião e educação, de G. Stanley Hall.[24]

Nesta obra o autor sugeria que o ser humana passaria por fases ou estágios semelhante a evolução humana, desde o primitivo animal até a vida civilizada, que caracteriza a maturidade. 

Grossman, cita Ariés que diz: 

As etapas de desenvolvimento descritas em sua teoria obedeceriam am padrão universal, inevitável e imutável, de forma independente do ambiente, controladas exclusivamente pela hereditariedade. Apresentava a adolescência como um período de sturm und drang (tempestade e tensão), de turbulência e transição ao status adulto final, em que os indivíduos oscilavam entre vigor e letargia. Assumiu que essa fase perigosa e trabalhosa demandava proteção.[25]

A curiosidade dos adolescentes ocorre quando surgem as transformações puberais e os desejos sexuais e se dão conta da distância que os separam da moral social do mundo dos adultos.

Grossman complementa: que ”ao longo do século XX foi consolidada a ideia da adolescência como uma etapa da vida dotada de características próprias, retentora de um estatuto legal e social. Cada vez mais os pesquisadores encaravam-na como um problema. ”[26]

Chegando ao século XXI, Grossman destaca que os adolescentes vivem em meio a “atrativos tecnológicos e de busca desenfreada de bens de consumo. A oferta é constante, mas nada é suficiente!

Para Calligaris “as crianças e adolescentes aprendem que há duas condições subjetivas para ser célebre e estimado na sociedade atual: ser desejável e invejável.”[27]

Birman analisa que existe na contemporaneidade uma ampliação da fase da adolescência, que presentemente começa precocemente do que antigamente e que se separa pelo período anteriormente chamado idade adulta. A adolescência

na atualidade tem como marcas a dissolução de certezas e um estado de abandono coletivo, que geram uma experiência complicada e plural de adolescer.[28]

2.1 A LOCUÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES NA CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO

ADOLESCENTE

O ser humano se forma através das relações que ele mantém com o mundo e com o outro. Esta relação tem início desde o nascimento com a mãe, numa relação simbiótica [29] de quem depende para suas necessidades fisiológicas e afetivas. Acontece que na relação simbiótica o bebe é o prolongamento do corpo da mãe, não existe um sujeito criança, ela própria é o desejo da mãe, mas que depois ela “o abandone”.

[…] a criança não tem relação simplesmente com um objeto que a satisfaz ou não a satisfaz, mas graças ao mínimo de espessura de irrealidade dado pela primeira simbolização, já existe um referenciamento triangular da criança, uma relação não com aquilo que traz satisfação para sua necessidade, mas uma relação com o desejo do sujeito materno que ela tem diante de si. [30]

No entanto, para se tornar sujeito, é indispensável que a criança se desfaça da simbiose e acorra a entrada de um terceiro elemento, a função materna, com a função de realizar a separação e assim o bebe não constitui mais como objeto do desejo materno. A partir daí a mãe se afasta e o bebe começa a perceber que não é extensão do corpo materno. Tal processo é denominado por vários nomes como: castração, complexo de Édipo, ideal de eu, nome-do-pai, e apesar de ter suas peculiaridades, todos permitem que o bebe se separe da mãe, condição para que haja o sujeito social.

Outro processo para o surgimento da subjetividade é a identificação, que segundo a Psicanálise, faz limite entre o individual e o social e funciona como um artifício de enlace do eu e do outro. Este movimento está ligado ao irrefletida e sua revelação tem relação com o ideal de eu.[31]

[…] . Existem momentos que não sabemos o que é nosso e o que é do outro e o que há do outro em nós. Mas temos a necessidade de construção de identidade totalizadora, ou seja, uma identidade que encerra, comportamental e conceitualmente, todos os sujeitos que constituem um determinado grupo.[32]

Os subsídios característicos do sujeito são alcançados inconscientemente, por isso, a psicanálise tem o inconsciente como a mais essencial e fundamental qualidade do indivíduo.

Dessa forma, identidade e inclusão simbólica estão inteiramente relacionadas à linguagem, pois é por ela que percebemos o mundo. Porque ao referir-se à linguagem não se pensa somente na fala, porém a toda a probabilidade de locução que o ambiente proporciona.

Os símbolos efetivamente envolvem a vida do homem numa rede tão total que conjugam, antes que ele venha ao mundo, aqueles que irão ‘em carne e osso’; trazem em seu nascimento, com os dons dos astros, senão com os dons das fadas, o traçado de seu destino; fornecem as palavras que farão dele um fiel ou um renegado, a lei dos atos que o seguirão até ali onde ele ainda não está e para-além de sua própria morte; e, através deles, seu fim encontra sentido no juízo final, onde o verbo absolve seu ser ou o condena – a menos que ele atinja a realização subjetiva do ser-para-a-morte. [33]

A astúcia do vaivém de significantes consente ao indivíduo se compreender como resultado do inconsciente. O sujeito marcha em rumo ao sentido.

Souza, afirma que a linguagem é inventada como ferramenta natural de conversação humana, que nasceu no desenvolvimento da espécie, e é tão casual como ela mesma ou algum das soluções que ela emprega para a sua salvaguarda. Em todos os espaços há linguagem e ela conservar-se em várias formas.[34]

Lacadée ao citar Freud, esclarece que a empreitada do adolescente é a de “se separar da autoridade de seus pais”, segundo ele, “um dos efeitos mais necessários, mas também um dos mais dolorosos do desenvolvimento”.[35] 

A atividade fantasmática toma como tarefa livrar-se dos pais, que de agora em diante são desdenhados, seja sob o modo de sonhos diurnos, de leituras, de escrituras de diários íntimos ou de jogos diversos; e hoje, talvez, sob o modo de provocações linguageiras.[36]

Tal tarefa tem implicações no nível da língua porque é pela autoridade da língua que continuamente se manifesta a autoridade dos pais e assim, essa língua vai ser colocada em jogo de maneira inédita.

Atualmente, bem mais forte do que no passado, a autoridade da língua não está mais no mesmo lugar; “às vezes ela está ausente e se encontra denunciada de forma ainda mais irônica, e isso porque certos jovens não tiveram a chance de receber da melhor maneira o discurso estabelecido pelo Outro, no qual eles podem situar o seu ser pulsional, que chamamos educação. ”[37]

 É preciso que os pais estejam muito sensíveis a esse encontro da língua da autoridade da transmissão e as línguas dos adolescentes, porque é aí que se joga o futuro dos registros que, de um modo ou de outro, eles precisam aprender do Outro.

O autor Lacadée   lembra que há primeiramente o exílio principal do sujeito unido ao fato de ele ter que se situar na linguagem, isto é, o par ordenado S1-S2, para dizer o que ele é.

Lacadée assegura que o deboche dos adolescentes é aquele que impugna o conhecimento do Outro (S2)[38] ante a onipotência da percepção nova, à qual estão intensamente apegados. 

Ainda de acordo com Lacadée essa base da juntura do indivíduo com a ligação social não proporciona mais o mesmo apoio para determinados adolescentes, que reivindicam uma aspiração de gozar como desejam, ou seja, a partir do jeito como escutam essas palavras (S1) sozinhas, que chegam às suas mentes. É por isso que, comumente, sem saber, e até mesmo sem o Saber, eles abdicam o discurso instituído com o qual tinham acatado desde a infância. 

O autor explica que por não poder mais achar o amparo de um discurso instituído, o jovem de nossa modernidade irônica se acha, ainda mais que outrora, sozinho perante o furo real de sua sexualidade. Daí o desafio decisivo do dever de bem-dizer o que causa a sua angústia, o que dele está à espera de tradução, ou seja, o que está articulado em S2 ao Outro do saber, por isso a obrigação de lhe proporcionar um espaço para que se institua outra vez esse laço, esse traço que o une com o Outro.

3 IMPORTÂNCIA DENTRO DA FAMÍLIA DAS FIGURAS OBJETAIS

Garcia-Roza citado por FONSECA ET AL. afirma que na teoria psicanalítica, fiel aos princípios, Freud relaciona o objeto a alguma coisa que só apresenta significação enquanto relacionado à pulsão e ao inconsciente e não no campo da consciência.[39]

Assim, o objeto passa a ser um elemento para alcançar a satisfação, sendo que esse objeto pode ser uma pessoa, objeto ou atividade, real ou imaginário. 

Segundo Fonseca et al “essa sistemática segue o modelo estrutural/ pulsional. ” [40] Os autores asseveram que para Freud o primeiro objeto na vida do bebê, que tem capacidade de satisfazer ao instinto, era o seio materno. Com o tempo, a própria genitora como pessoa constitui-se em um objeto de satisfação do instinto. Greenberg e Mitchell referenciados por FONSECA et al., ainda afirmam que, o termo ” ‘teoria das relações objetais’, em seu sentido amplo, refere-se a experimentos para responder a situação onde as pessoas interagem e reagem com objetos externos e internos, e em que medida suas relações influenciam o funcionamento psíquico. 49

Faz-se relevante descrever que os objetos internos são compreendidos como representações psíquicas de outros indivíduos que influenciam as reações, acúmenes, os estados afetivos do sujeito, chamados de aspectos internos, e as suas reações comportamentais exterioras. 

As concepções diferenciadas dos principais estudiosos do tema tornam a compreensão de “objeto” e “relações objetais” muito intricado.

Na visão psicanalítica Freud afirma que o objeto libidinal é foco da pulsão sexual, havendo ainda a finalidade de autopreservação e, tempos depois nascendo o objetivo da pulsão hostil. Ele aduz que,

Os objetos e as relações objetais são importantes primariamente como meios e veículos de descartes de pulsões libidinais e agressivas. A esse respeito, os primeiros na verdade têm um status secundário e derivado […] nós não desenvolveríamos nenhum interesse por objetos ou relações objetais e nenhuma das funções de ego de teste de realidade se os objetos não fossem necessários para gratificação das pulsões e se a gratificação imediata fosse possível […] somos forçados a nos relacionar com objetos. Mas […] o nosso interesse pelos objetos e o nosso relacionamento com eles continuam direta ou indiretamente ligados ao seu uso e à relevância na gratificação pulsional.[41]  

Sendo assim, Freud alvitrou que a “escolha objetal” advém quando os sujeitos “catexizam” [42] ou instalam energia instintiva em elementos que podem ser empregados para abrandar impulsos instituais. Já para os teóricos das relações objetais há relações interpessoais entre esses objetos, contrapondo a teoria de Freud que considerou a relação do objeto principalmente com a pulsão sexual.[43]

Assim, aprende-se que existe uma ênfase tanto no contexto social como no ambiental na construção da personalidade, cuja relevância está na interação entre mãe e filho. A constatação das relações interpessoais sugere que a constituição da individualidade na meninice se constitui mais cedo do que Freud imaginava. Schultz citado por FONSECA, assevera que as teorias das relações objetais se

caracterizam pela sua forma de integrar questões que dizem respeito à formação da personalidade buscando seus princípios na infância, desta forma, apresentam seu enfoque crucial na compreensão de que no desenvolvimento e formação da personalidade pode-se incluir a capacidade e a necessidade da criança perder o vínculo com a mãe, ou seja, o seu objeto primário, objetivando desta forma, obter uma compreensão de si própria e articular vínculos com outros objetos, que são as outras pessoas .

3.1 A MÃE NA PROPOSIÇÃO FREUDIANA

Na obra Vínculos iniciais e desenvolvimento infantil: abordagem teórica em situação de nascimento de risco, Brum e Schermann abordam sobre arelevância das primeiras relações.  Os autores explicam que numa expectativa histórica, foi localizado o princípio do estudo das iniciais relações nas teorias de Freud. Ainda de acordo com  Brum e Schermann ,Freud, em seu artigo Instintos e suas vicissitudes, defende que a criança tem precisões fisiológicas que necessitam ser atendidas, principalmente de alimentação e aconchego, e mais, que o bebê se apega a uma figura humana, nomeadamente a mamãe, por ela ser o manancial de sua satisfação.[44]  

Apreende-se a partir da teoria dos impulsos, que o atrelamento com a figura maternal é apresentado como impulso auxiliar, ou seja, que o neném se une à mamãe afetuosamente em decorrência dela ser a administradora de suas satisfações fisiológicas fundamentais. 

3.2 A MÃE NA PROPOSIÇÃO LACANIANA

A estruturação do sujeito, segundo Lacan, ocorre com a falta, pois o ato do ascendimento provoca nesta criança a pulsão como representante do biológico, a qual só pode ser abrandada por meio do outro (objeto) e esse outro, pela imitação vai registrar no filho o traço de lembrança. Assim, a mãe aleita seu bebê abrandando seu apetite (mal-estar) e ao afastar o peito (satisfação) desenvolve no filho uma crise na acepção de almejar que esse outro (mãe) almeje prover o que continuamente vai carecer. 

Jaqueline Machado Pizzuti, na sua pesquisa intitulada A Constituição do Sujeito na Psicanálise, aventa que a marca que fica pelo objeto faltante é o que desenha no inconsciente o objeto do desejo.[45]

Supõem-se que a vida psíquica do indivíduo é estabelecida por um significante e que este é estabelecido pelo mapeamento pulsional, que, ao ser compelido no corpo do bebê, ameniza a falta e faz o papel da apresentação do objeto. “A mãe ao manusear, amamentar, suprir as necessidades do infans é que vai deixar marcas.”55 

Dessa forma, afirma Pizzuti:

A pulsão, é a propulsora do desejo. Constitutivamente, o significante causador da falta vai estar sempre num lugar de objeto faltante no imaginário do bebê, enquanto o real do vazio lhe causa o desejo. No início existe um Outro, a mãe, e o desejo desta de suprir o bebê das suas necessidades de sobrevivência. É no suprir que o infans constrói a demanda. A demanda é um pedido recíproco tanto do filho à mãe quanto da mãe ao filho.56

Dessa maneira, a demanda é exposta assim como uma conexão, pois o bebê lança todos os seus anseios na mãe e ambiciona que ela os concretize.

 Pizzuti cita Lacan que afirma: o desejo é: 

[…] uma defasagem essencial em relação a tudo o que é, pura e simplesmente, da ordem da direção imaginária da necessidade – necessidade que a demanda introduz numa ordem outra, a ordem simbólica, com tudo o que ela pode introduzir aqui de perturbações.[46]

Lacan teoriza que a demanda desperta o anseio de que o filho seja aquilo que conjetura a mãe aspirar. Existe uma unicidade administrada pelo desejo e ela consente que o filho, em um primeiro período, permaneça ligado a ela como um só corpo. Nesse vínculo libidinal entre mãe e bebê são inauguradas as regiões erógenas do filho, determinadas na manipulação das partes do seu corpo pela mãe. 

Detentora desse conhecimento, a mãe investe no corpo carne, mapeando uma zona erógena no corpo do filho e o prendendo a significantes. Em outras palavras, a mãe, como Outro de elocução, vai constituindo um corpo e, ao mesmo tempo, o nomeando, dando um espaço a este pequeno ser no discurso. A genitora aleita o filho, provendo sua fome e ao mesmo tempo alojando nele o prazer. Ela proporciona ao bebê o princípio da composição psíquica, que só é possível quando o infans passa a investir em outro objeto que não só o seio materno, escolhendo uma parte de seu corpo ou qualquer outra coisa que lhe ofereça gozo. Este período é  chamado por Freud como auto erótico.[47]

Lacan afiança que “[…] não há sujeito se não houver um significante que o funde”.[48] É pelo caminho da simbolização que Lacan aclara a subjetivação do sujeito. Esse período de assujeitamento em que ainda está vinculado a mãe se transtorna. Ao perceber que aonde imperava o prazer hoje se acha a falta, é por essa articulação ocasionada pelo anseio do Outro que vai procurar alguma coisa para tornar a experimentar prazer. 

O movimento de lançar o objeto e o trazer para perto de si vai marcar a criança fora do corpo da mãe, por isso: O importante não é que a criança diga as palavras FortIDa, o que, na sua língua materna, é LongeIAqui – ela as pronuncia aliás de maneira aproximativa. É que há aí, desde a origem, uma primeira manifestação da linguagem. Nessa oposição fonemática, a criança transcende, introduz num plano simbólico o fenômeno da presença e da ausência. Torna-se mestre da coisa, na medida em que, justamente, destrói. [49]

Nesta acepção, Lacan teoriza que não é a palavra que a criança tartamudeia que implica e sim o que representa o espaço da falta. Um anseio anteriormente desprazeroso pode ser modificado em algo prazeroso no sentir da criança.

Lacan reorganiza a ideia da constituição do Eu (inconsciente) e realça que o eu, é o sujeito da linguagem. E é por esta elocução que pode ser representado mediante os aspectos nos traços de memória, de signos de percepção e estes se estabelecem não na linguagem como função e sim como estrutura.

Na compreensão de Lacan, o alegórico é linguagem, ou seja, na relação do imaginário e do real, e na composição do mundo tal como ela resulta disso, tudo estar sujeito a condição do sujeito. E a condição do sujeito […] é essencialmente caracterizada pelo seu lugar no mundo simbólico, ou, em outros termos, no mundo da palavra.  

De acordo com o autor, é a relação do indivíduo com o mundo da elocução que consente a este adentrar no simbólico. A origem do sujeito é a mais pura relação do nada. Ou explicado de outra maneira, nada está ali a não ser um acumulado de células em um pedaço de carne. A palavra e o anseio intercedidos pelo outro é que fundam o sujeito. O hipotético sujeito para Lacan é aquele que ainda não foi caracterizado pelos significantes e que, ao ser atingido pela alocução do outro, desperta a pulsão. Ao libidinar o corpo, a mãe consente ao recém-nascido se pôr numa atitude objetal. “A mãe e o bebê entram numa relação narcísica em que um está para o outro no desejo de completude, cujo desejo move o filho às primeiras operações ou sistemas psíquicos.”[50]

3.3 A MÃE NA PROPOSIÇÃO MELAINE KLEIN

Fabiana Mara Esteca em sua obra “A Mãe e o Desenvolvimento Infantil nas Teorias Psicanalíticas, afirma que os Psicanalistas Winnicott, Bion, Klein e Lacan, prosseguiram com os estudos freudianos, formulando proposições próprias, sem, contudo, fugir das propostas do Freud

A teoria sobre a mãe e o desenvolvimento infantil se ampliou e os basais subsídios foi o prestígio consensual sobre os cuidados que uma criança necessita para se crescer, em todos os aspectos. 

Ao ler-se Ariés apreende-se que o bebê ou a criança, até fins do século XVIII tinham suas vidas emocionais praticamente inexistentes, porque a preocupação era tão somente mantê-los vivos e alimentando-os. Segundo o autor só passava a  ser considerado um indivíduo.[51] 

A falha neste papel maternal é assinalada por diferentes autores como culpada por problemas acentuados no desenvolvimento emocional.  Dentre estes está Melanie Klein, que traz à baila o valor das primárias relações na vida do recémnascido, voltando a atenção para o lugar da relação do bebê com sua mãe ou, mais designadamente, do bebê com o seio da mãe. 

De acordo com Esteca, a exposição de Klein a respeito da posição esquizoparanoide e da posição depressiva, enquanto dinâmicas de organização das aflições e defesas do ego, configura uma de suas mais respeitáveis subsídios à psicanálise.[52] Estas duas instâncias psíquicas são situadas na embrionária relação objetal da criança com o mundo externo, exposta pela figura materna. Seu vértice de observação, como lembra a autora, centra-se na experiência emocional, sobretudo nos elementos subjetivos que “dão o colorido dessas experiências”.[53]  

Segal, citado por Esteca aduz que a descrição da formação do aparelho psíquico proposta por Melanie Klein é feita, predominantemente, a partir da descrição dos movimentos do mundo interior na empreitada de lidar com os conflitos provocados pela ambivalência e desapontamentos, mediados pelo seio materno. Na teoria Kleiniana, a relação da criança com o corpo da mãe conforma o eixo da ação de formação simbólica e agencia as condições psíquicas para o relacionamento inicial com o mundo externo.[54]  

Pode-se afirmar que os aportes de Klein alavancaram o avanço que a proposição psicanalítica deu em direção a consideração da vida emocional na primeira infância, influenciando profundamente as formulações porvindouras dentro da proposição psicanalítica. 

Farias e Lima asseguram que para Melanie, há um exato relacionamento amoroso da mãe com seu bebê, na mulher que conseguiu apreender uma individualidade maternal. A menina, desde a infância, tem ilusões irrefletidas de que o corpo de sua mãe está repleto de bebês, postos lá pelo pênis do pai. As volições experimentadas durante a meninice continuam na fase adulta e influenciam o amor que a mulher gestante apresenta pelo filho, o que a restabelece da frustração por não ter podido ganhar um filho de seu pai, na infância. Por ter conseguido este desejo, a mulher ativa sua aptidão de amar o filho.66

Farias e Lima continuam explicando que para Klein, o abandono e a precisão de cuidados maternos por parte da criança requerem uma ampla quantidade de amor da mãe, o que vai ao encontro dos afetos amorosos e construtivos da mãe. Este desarrimo da criança desperta na mãe o anseio de reparação que decorre de origens diversas e que pode pautar- se a esse bebê aguardado, concebendo a concretização das aspirações maternos primitivos.67

66 FARIAS, Cynthia Nunes de Freitas; LIMA, Glaucineia Gomes de.   DOSSIÊ: A relação mãe criança: esboço de um percurso na teoria psicanalítica. Estilos clin. v.9 n.16 São Paulo jun. 2004. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-712820040 00100002> Acesso: 10 jan. 2019. 67  FARIAS, et al. 2004. 

4 OS PAIS E OS EFEITOS SUBJETIVOS NA CONSTITUIÇÃO DA PERSONALIDADE DO ADOLESCENTE

Personalidade é um conceito vasto e abrangente e refere-se à “coordenação constante das predisposições do sujeito das suas particularidades, motivações, valores e costumes de amoldamento ao ambiente.”[55]

4.1 O DESENVOLVIMENTO HUMANO

Segundo Mota “[…] o desenvolvimento humano envolve o estudo de variáveis afetivas, cognitivas, sociais e biológicas em todo o ciclo da vida.”[56]  Vários fatores controlam o processo do desenvolvimento do    indivíduo como hereditariedade, lugar onde a pessoa vive e maturidade. 

Feldman, ao abordar sobre o tema afirma que: “aqueles que examinam o desenvolvimento aspiram conhecer sobre as diferenças pessoais, tanto suas influências sobre o desenvolvimento quanto sua implicação. ” [57] Ainda segundo o citado autor, “[…] para os teóricos mecanicistas, o desenvolvimento é contínuo, como andar e escalar uma rampa. ” 71 

O crescimento e desenvolvimento saudável do filho dar-se com a presença e o desempenho da família em suas vidas, condições indispensáveis. 

Neste contexto para ocorrer uma boa educação aos filhos os pais precisam possuir qualidades, como saberem agir em situações específicas, como rigidez, serem imperiais e em outros momentos ficarem mais permissivos, como aduz Feldman: 

“Os pais permissivos dão a seus filhos orientação indulgente ou inconsciente e, embora carinhosos, exigem pouco deles. Por outro lado, os pais disciplinadores são firmes, determinam limites para seus filhos. ” [58]

Refletindo-se sobre as contribuições dos autores é possível concluir que os filhos, aqui em foque os adolescentes, vão se tornar adultos tendo os pais como referência. Assim, embora pareça estranho, as brincadeiras consideradas agressivas por parte do pai, podem moldar a personalidade da criança e posteriormente do adolescente, uma vez que a figura masculina serve de exemplo para os filhos apreenderem como os homens se comportam.

Sobre a importância de se ter um pai presente no seio familiar Winnicott disserta:   “[…] necessário para dar à mãe apoio moral, ser um esteio para a sua autoridade, um ser humano que sustenta a lei e a ordem que a mãe implanta na vida da criança.”[59]  

Dal-farra e Prates, citados por SANTOS E ANGONESE conceituam personalidade como:

O conjunto das características marcantes de uma pessoa; o pensar, o sentir e o agir. São todos os traços formados a partir dos genes particulares que herdamos, das situações que vivenciamos e das percepções individuais e únicas que temos. Características estas relativamente persistentes que dão consistência ao comportamento das pessoas, que pode ter influência genética em sua constituição, bem como ambiental, uma reforçando a outra.[60]  

A influência genética citada por Dal-farra e Prates, citados por SANTOS E ANGONESE, quando associada aos fatores do meio onde o indivíduo vive, pode contribuir para a formação de determinada personalidade. Entre esses fatores estão a religião, valores e ensino que recebe tudo perpetrará para que a pessoa adentre para si alguns recursos. 

Nunes, Hutz e Nunes, citados por SANTOS E ANGONESE, comentam que entre diversas doutrinas sobre a personalidade, há o modelo dos Cinco Grandes Fatores que propõe que diferentes traços de personalidade que se agrupam em cinco fatores principais:

Extroversão (sinaliza a forma como a pessoa interage com os demais e o quanto é comunicativa), 

Socialização (indica qualidade das relações interpessoais dos indivíduos), 

Realização (descreve o grau de organização, persistência, controle e motivação das pessoas),

Neuroticismo (fornece o nível de ajustamento e instabilidade emocional do sujeito) e 

Abertura a Experiências (se refere aos comportamentos exploratórios e ao reconhecimento da importância de se ter novas experiências) ( Grifo Nosso).[61]

 A partir do que foi estudado nas obras dos autores acima citados, compreende-se a importância da função paterna no ambiente familiar e na construção psíquica da personalidade dos filhos, ao torna-los aptos a se expressarem com criatividade, sem inibição. A falta dos pais pode gerar adolescentes com personalidades retraídas, hostis ou retraídos não encarando o mundo social de forma positiva comprometendo seus relacionamentos sociais.

A preocupação com a identidade torna-se mais consciente e intensa por vários fatores, entre os quais Ferreira et al., destacam: a “maturação biológica, o desenvolvimento cognitivo alcançado e as demandas sociais para comportamentos mais responsáveis”, e ainda, é a “primeira etapa da vida em que estão reunidos todos os ingredientes para a construção de uma identidade pessoal” [62]

Todo contexto de desenvolvimento como a família, a escola, a vizinhança, e os clubes, juntamente com a participação do pai, auxiliam na formação da personalidade, favorecendo o adolescente a adquirir competências e valores que tenham relevância para sua vida.[63]

4.2 O PAI NA DOUTRINA FREUDIANA

De acordo com Garcia-Roza citado por SENNA et al., a questão do Édipo e a interdição do incesto são impensáveis se não houver o pai ou, se preferirmos, a função do pai.[64] Freud confia seu segredo ao amigo Fliess, Na carta 69, onde expressa que não acredita mais na sua Neurótica.[65] 

Se até então suas análises não concluídas satisfatoriamente o levavam a atribuir atos perversos ao pai do paciente neurótico, a descoberta de que no inconsciente não existia um “signo de realidade” o impediam de distinguir uma verdade de uma ficção afetivamente investida.[66] 

Na visão de Freud aduz Senna et al., a cena de sedução poderia ter sido criada pelo paciente e aceita como acontecimento da realidade exteriora. A partir dessa hipótese Freud passou a ponderar o mundo da fantasia, continuamente irrefletido, como um fator primordial da existência psíquica, responsável pelo drama de sedução. 

Senna et al., explica que a partir daí a interpretação do drama experimentado pelo neurótico induz Freud ao descobrimento imprescindível da sexualidade pueril, achado que o leva a andar um extenso caminho até distinguir o papel estruturante do Complexo de Édipo. 

Freud propõe uma analogia entre o que encontra na ficção e o que acontece na vida psíquica dos homens. Faz uso da mitologia de Sófocles para obter uma confirmação de suas hipóteses teóricas e, em sua explicação do desejo de morte contra os pais, ele remonta à primeira escolha amorosa infantil, supondo haver uma simetria entre meninos — que têm a mãe como primeiro objeto de amor e o pai como rival — e meninas — que teriam o pai como primeiro objeto de amor e a mãe como rival.[67]

Dessa forma a teoria freudiana sobre o pai enfrenta seu primeiro impasse identificado no Complexo de Édipo, quando Freud considera “que a angústia de um

filho pela morte do pai não consegue abolir seu    júbilo por ter enfim conquistado sua liberdade. ” [68]

Na sociedade atual, os pais, segundo Freud, procuram se agarrar de forma desesperada ao resta que de uma potestas patris famílias[69] agora tristemente retrógrada.[70] Como visto anteriormente, em 1900 Freud assinalava a ambivalência do infans em relação à figura paterna e já atraía a atenção para o assunto da iminência de perda do domínio paterno.

O arremate total, retirado após a abdicação da teoria da sedução, acha-se sintetizada na história do movimento psicanalítico, a eliminação do pai como admitindo o ingresso, sem prejuízos, ao contentamento pulsional. Freud apela ao complexo de Édipo para expor uma composição principal na constituição psíquica, na construção do indivíduo, conferindo uma apreensão psicanalítica ao drama de Sófocles.

SENNA et al., citando Michel Silvestre narra que num primeiro momento, o tema do pai passa a ser organizado em volta da troca da cena de atração pelo espectro histérico, isto é, em seu papel edípico, permite apreender o Pai como concepção do irrefletido, individualmente, o do sujeito histérico, principal passo para que se possa tomar o pai como um regresso do recalcado. [71]

4.3 O PAI NA DOUTRINA LACANIANA 

No texto Os complexos familiares,[72] escrito em 1938 a família, segundo Lacan, citado por  Meseküll, está sob a o ponto de vista da psicologia, por meio da análise e da observação. Utilizando-se de conhecimentos clínicos sobre o Édipo e de análise das teorias psicanalíticas, antropológicas e sociológicas, Lacan leva a uma compreensão sobre a família e sua evolução, valendo-se, inclusive, das ideias do biólogo alemão Jakob Von Meseküll.[73] 

Comumente é dito pelos estudiosos que a influência do meio determina a relação de dependência em cada uma das espécies humanas, porém, Lacan tendo como base os estudos de Melaine Klein, avalia que em relação a família, o que é interiorizado são as representações marcadas pelo materno e pelo paterno a que se chama de imago.[74]  

Filho e Chaves citam que para Lacan a família moderna é uma retração da organização familiar, e que “seus estudos, tem por objetivo os complexos presentes no desenvolvimento em detrimento aos instintos, o que lhe permite postular, como formadores da subjetividade, o complexo do desmame; o complexo da intrusão e o complexo de Édipo.”[75]

Nos congressos As Psicoses,[76] As Formações do Inconsciente [77] e, no documento independente, O mito individual do Neurótico,  Lacan desenvolve [78] o conceito do complexo de Édipo apoiado nopapel do símbolo paterno, avultando sua relevância na constituição do indivíduo, do alegórico e do inconsciente.

Filho e Chaves afiançam que, 

é com a sua releitura revolucionária do complexo de Édipo freudiano, usando os conceitos do estruturalismo, da linguística e dos nós borromeanos, que Lacan contribui para o esclarecimento da acepção de família, agora como estrutura, ordenando a questão do falo, do Nome-do-Pai como significante da lei, e estabelecendo os registros da falta e do objeto como frustração, privação e castração.93

Sendo assim, a função paterna na teoria de Lacan é, segundo Filho e

Chaves “romper a relação especular da criança com a mãe: o falo. O pai não produz a lei, mas é o efeito dessa lei e a representa. Portanto, o Nome-do-Pai é um significante privilegiado que substitui o desejo da mãe e instaura a divisão do sujeito. ” [79]

Na ótica de Lacan, além da mãe, no seio da família há espaços ou postos de mãe, de pai e de filho, que conectados articulam a construção do indivíduo, e onde a criança tem contato com o “outro”, originalmente concebido pela mãe, pela linguagem, que ela se institui como sujeito. “Esse é o período do Édipo, em que se insere à relação dual, imaginária por excelência, uma relação ternária, figurada, instaurando o irrefletido. ” [80]  

Ainda segundo Filho e Chaves a função do pai é impedir o gozo e ele o faz através de dois impedimentos: o impedimento à criança é ela não dormir com sua mãe, e, à mãe, não reintegrarás o seu produto. Ao usar essa dupla suspensão, o pai faz a ruptura essencial entre a criança e a mãe, pois afasta a criança do circuito mãe-filho e do lugar de objeto do anseio da mãe: o falo.

Os autores citando Lacan destacam que pensar no Nome-do-Pai é fazer um significante privilegiado que substitui o desejo da mãe e instaura a divisão do sujeito, tornando-o o ser do desejo. Nesta metáfora paterna é essencial o que a mãe faz com a palavra pai, com seu comando, a forma como ela defende o Nome-do-Pai. 

Sabe-se que Lacan define o Nome-do-Pai como:

 Um nome dado à alternância da presença e da ausência da mãe. Logo, outra coisa pode ser utilizada para funcionar nesse lugar, pois a função do pai não é uma função imaginária. Isso porque há limites ao alcance do simbólico que não recobre todo o real. Portanto, o pai como representante de uma função simbólica não a representa plenamente.[81]  

Sobre a impossibilidade da feição simbólica integral do pai, descobre-se a figura do pai imaginário:

[…] A posição do pai real tal como Freud a articula, ou seja, como um impossível privador […] isso vem da própria posição. De modo algum é surpreendente que encontremos sem cessar o pai imaginário. É uma dependência necessária, estrutural de algo que justamente nos escapa o pai real. É o pai real. Está estritamente fora de cogitação defini-lo de uma maneira segura, que não seja como agente da castração.[82] 

Portanto, a diferença do pai simbólico, emissário da lei, e do pai real como atuante da castração é perceptível na teoria lacaniana, ficando evidente a precisão de alguma pessoa que execute esse corte, o qual não pode ser realizado pelo pai simbólico cuja particularidade é a ausência. É imprescindível que haja a presença, legítima, de alguém que pronuncie o Nome-do-Pai., pois sua função está relacionada a execução de sua palavra.

4.4 O PAI NA DOUTRINA MELAINE KLEIN

Alencar e Moraes citam Klein ao proferir que o bebê quando lactante cria fantasias de rivalidade com seus pais (maus), e goza da probabilidade que desenvolverá e que será forte e seus pais serão fracos e envelhecidos, assim podendo alcançar a vitória, uma desforra pelas suas frustrações, porém com o crescimento do bebê, ele passa a juntar os pais bons e maus, instituindo um sentimento de dolo decorrente de suas remotas fantasias.[83][84]

Ainda de acordo com Klein o pai bom é aquele que está continuamente procurando auxiliar os filhos no seu crescimento e nas seus problemas, mas além disso está reeditando a própria infância de maneira mais aceitável; procurando melhorar/reparar o pai internalizado que foi extinguido ou abandonado em suas fantasias.[85]  

Segundo a teoria kleiniana, as crianças que não desfrutaram do aspecto da figura paterna, podem internalizar o pai mal, desencadeando o sentimento de rejeição e de preterição pela figura amada, provocando mecanismos de justificações em que quando crescida passam grande parte da vida procurando concretizações

demasiadas e inexequíveis, jamais alcançando de fato suas aspirações, desprezando, recusando e se separando de suas conquistas, assim ficaria continuamente procurando o amor que lhe escasseou na infância, buscando preencher os vácuos que não consegue suportar. Por outro lado, quando essa avidez coligada de outras saídas internas positivas, pode dar vazão a um bom crescimento próprio, impedindo projeções no próprio filho.

5 COMPLEXO DE ÉDIPO E A CASTRAÇÃO

Freud afirma que “Enquanto nos meninos, o complexo de Édipo é destituído pelo complexo de castração, nas meninas ele faz possível e é introduzido através do complexo de castração” (FREUD, 1974. p. 318). Significa que o processo de castração, segundo o autor, concebe o declínio do édipo no menino, enquanto que na menina ele agencia a sua probabilidade de início no episódio edípico. 

Entende-se a partir de Freud que inexiste uma força que permita a real decadência do complexo de édipo na garota. Isto ocorre porque o superego é a implicação final do complexo de édipo, e neste, na menina, há uma estruturação delicada no que toca a moralidade, como aclara Freud “Estando assim excluído, na menina, o temor da castração, caí também um motivo poderoso para o estabelecimento de um superego”[86]

Após análise minuciosa da teoria freudiana do Complexo de Édipo na menina, entende-se que ele é erguido a partir da modificação do objeto libidinal da mãe para o pai. A menina só ingressa no Complexo de Édipo no momento que ama o pai e abdica desse amor, dando início ao Complexo de Electra. Assim, com a castração, a menina procura o ideal do ego (eu), ou seja, o outro-narcísico limitado pela castração.

Marchiolli e Fulgêncio  acreditam que a compreensão da concepção kleiniana sobre o momento e a maneira como é vivido o Complexo de Édipo depende da sua reformulação da teoria da sexualidade, baseada nas posições esquizoparanoide e depressiva.[87] Tais posições segundo Klein, seriam formas de funcionamento das relações com os objetos e os mecanismos de defesa a eles associados, sendo que na posição esquizoparanoide “(…) o amor e o ódio, bem como os aspectos bons e maus do seio, são mantidos amplamente separados um do outro”[88] e na posição depressiva são unificados, pois “a ansiedade depressiva é intensificada (…) o bebê sente que destruiu ou está destruindo um objeto inteiro com sua voracidade e agressão incontroláveis (…) sente que esses impulsos destrutivos são dirigidos contra uma pessoa amada”[89]  

Klein destacou que o complexo de Édipo ocorria muito anteriormente ao que Freud ensinava. Klein considerou que o complexo já estaria presente por volta dos 2 ou 3 anos de idade, e que[90] deslocando-o depois para o início do segundo ano de vida e mais à frente assegura que o referido complexo já podia ser percebido no desmame, o que acarretava pelas frustrações que dele surgiam e pelas que eram geradas no treinamento dos hábitos de higiene[91] 

Marchiolli e Fulgêncio garantem que é por isso que Klein propunha alterações ao conceito de superego, porque percebia que crianças muito pequenas já propagavam a existência de um superego muito mais cruel do que o dos adultos, devido à fantasia de “punições como ser castrado, cortado em pedaços, devorado, etc.”[92]  

Ainda de acordo com   Marchiolli e Fulgêncio   em 1928, Klein escreve Estágios iniciais do conflito edipiano, no qual reitera que o início do complexo de Édipo se dá com a frustração gerada no desmame e  continua com as  “fases prégenitais do desenvolvimento”[93] quando o objeto ainda é parcial. 

Para Segal a ansiedade inconsciente é um dos pontos mais importantes do pensamento de Klein.[94] Marchiolli e Fulgêncio afirmam que em 1928, tal conceito passa a ganhar ênfase no pensamento da autora ao avaliar que, para meninos e meninas, o processo primeiro das intenções edípicas gera amplas quantidades de ansiedade, resultantes das alucinações de ataques contra o corpo da mãe, o que faz surgir uma imago de uma mãe agressiva, que “desmembra e castra.” 110

5.1 COMPLEXO DE ÉDIPO E CASTRAÇÃO NO MENINO

Freitas, em seu artigo Os Impasses da Operação de Separação na Relação Mãe-Criança numa Perspectiva Freudiana e Lacaniana, trata como o menino passa pelo complexo de Édipo e pelo complexo de castração. Freitas afirma que no “O ego e o id”[95] Freud sintetiza os eventos do triângulo edipiano, mãe, filho e pai, no menino. 

Na ótica de Lacan a tríade ou três elementos numa relação, mãe, criança e falo, o pai ingressa como um quarto membro. [96]

Em idade muito precoce o menininho desenvolve uma catexia objetal pela mãe, originalmente relacionada ao seio materno, e que é o protótipo de uma escolha de objeto (…); o menino trata o pai identificando-se com este. Durante certo tempo, esses dois relacionamentos avançam lado a lado, até que os desejos sexuais do menino em relação à mãe se tornam mais intensos e o pai é percebido como um obstáculo a eles; disso se origina o complexo de Édipo. Sua identificação com o pai assume então uma coloração hostil e transforma-se num desejo de livrar-se dele, a fim de ocupar o seu lugar junto à mãe. Daí por diante, a sua relação com o pai é ambivalente; parece como se a ambivalência, inerente à identificação desde o início, se houvesse tornado manifesta.[97]  

Freitas, adverte que o resumo de como ocorre o Complexo de Édipo precisa ser cauteloso, pois requer maiores esclarecimentos para compreender a organização dessa situação, ou seja, “como a criança consegue afastar-se da mãe e identificar-se com o pai, abandonando os seus sentimentos amorosos pela mãe e os hostis pelo pai. ” Trata-se do efeito da ameaça de castração.[98]

A autora explica que ao iniciar o período fálico, o garoto começa a interessar pelo seu órgão sexual e que apesar de não está ligado a procriação, já lhe dar sensações prazerosas, inclusive que estas sensações prazerosas possam estar ligadas a manipulação da mãe, que mesmo inconsciente deixou um registro das possíveis sensações que podem ser alcançadas nessa região. Freud faz alusão a este processo afirmando que o menino na sua “… breve florescência da atividade sexual…”[99] “volta-se a pulsão para o seu pênis e inicia assim, a prática da masturbação pela manipulação.”[100] Sobre a prática da masturbação, Freitas assevera:

 Esta prática não é bem aceita pelos adultos que, diante da percepção de que o menino está se masturbando, repreendem-no, sugerindo alguma forma de mutilação, seja da mão, seja do próprio órgão masculino. Geralmente, esta atitude é realizada pela mãe ou aquele que cuida mais frequentemente da criança, que pode por vezes referir-se a pessoas do sexo masculino como forma de reforçar a reclamação.

Este período é tão intenso em relação aos meninos, que no caso do pequeno Hans, a ameaça da castração é respondida pelo garoto da seguinte forma, segundo narração de Freud:

Aos três anos e meio, sua mãe o viu tocar com a mão no pênis. Ameaçou-o com as palavras: ‘se fizer isso de novo, vou chamar o Dr. A. para cortar fora seu pipi. Aí, com o que você vai fazer pipi ?’Hans: ‘Com meu traseiro’. [101]

O menino Hans evidencia com esta resposta que não receou a castração, pois, só depois, esta apresentará o resultado anunciado, a da iminência da castração. Estando este efeito “… proporcional ao valor conferido ao órgão, sendo extraordinariamente profundo e persistente”118  

Assim, quando o menino nota a diferença dos órgãos sexuais entre meninas e meninos, passa a buscar explicação para a ausência desse na mulher, criando “teorias”. 

Segundo Freitas, quando a criança nota a diferença dos órgãos sexuais, a criança sente-se ameaçada pelo processo de castração e da possibilidade da sua efetivação. Ela chama esse processo de retroação, ou seja, a ameaça cometida antes só tem implicação enquanto ameaça, num só depois. Freitas complementa: “No caso do complexo de castração, o que ocorre no a posteriori, que vem a ressignificar a ameaça, é a constatação da diferença anatômica entre os sexos. Em outras palavras, a ameaça pode efetivar-se. [102] Esta ideia alicerça-se em Freud que afirma: “com isso, a perda de seu próprio pênis fica imaginável e a ameaça de castração ganha seu efeito adiado”[103]  

Na obra “A dissolução do complexo de Édipo”, Freud explica como o complexo de Édipo e a Castração desenvolvem no menino o anseio de tomar o lugar do pai:

Se a satisfação do amor no campo do complexo de Édipo deve custar à criança o pênis, está fadado a surgir um conflito entre seu interesse narcísico nessa parte de seu corpo e a catexia libidinal de seus objetos parentais. Nesse conflito, triunfa normalmente a primeira dessas forças: o ego da criança volta as costas ao complexo de Édipo. (…) Equivale, (…) a uma destruição e abolição do complexo. 121

Nesta mesma obra Freud delineia como advém o alheamento da catexia libidinal encaminhada à mãe, adotada como objeto de cobiça libidinal, e como o domínio do pai é introjetada:

As catexias de objeto são abandonadas e substituídas por identificações. A autoridade do pai ou dos pais é introjetada no ego e aí forma o núcleo do superego, que assume a severidade do pai e perpetua a proibição deste contra o incesto, defendendo assim o ego do retorno da catexia libidinal. As tendências libidinais pertencentes ao complexo de Édipo são em parte dessexualizadas e sublimadas (…) e em parte são inibidas em seu objetivo e transformadas em impulsos de afeição. Todo o processo, por um lado, preservou o órgão genital – afastou o ego de sua perda – e, por outro, paralisou-o – removeu sua função. Esse processo introduz o período de latência, que agora interrompe o desenvolvimento sexual da criança.[104]  

Conclui-se assim, que a saída do Complexo de Édipo, pela sua destruição, permite ao menino a constituição do superego, a identificação com o pai e a segurança do seu órgão presente. Apesar disso, há um custo, que é o seu afugentamento das atividades sexuais. A partir de agora o menino precisa voltar sua pulsão para o saber da cultura e por ora, não para o saber da sexualidade humana, e este saber da cultura, de determinada forma, já se perpetrava pela norma do pai, ao exercer a lei contra o incesto, desconhecido da criança até que alguma pessoa lhe apregoe.

5.2 COMPLEXO DE ÉDIPO E CASTRAÇÃO NA MENINA

Rubim e Souza, asseguram que Freud na investigação a respeito da sexualidade feminina, deparou-se com vários obstáculos e imprecisões relacionados ao Complexo de Édipo feminino, uma vez que a presença do pênis no menino e a falta na menina assinalam a fundamental diferença do complexo de castração nos dois gêneros.[105]

Freud em Sexualidade feminina, segundo Rubim e Souza fez advertências sobre a duração pré-edipiana da menina com a mãe, dizendo ser longa e da vivência de uma etapa de competitividade com o pai.  Ele resume esta fase da seguinte forma: “Durante esta fase o pai de uma menina não é para ela muito mais do que um rival causador de problemas, embora sua hostilidade para com ele jamais alcance a rivalidade característica dos meninos”.[106]

Freud citado por RUBIM e SOUZA assegura que para a menina o processo é distinto porque o menino não necessita se desprender do objeto feminino para que no futuro opte por um objeto amoroso do sexo oposto, já a menina precisa se desligar do objeto feminino concebido em primeira instância pela mãe. Ou seja, afirma Freud: “À mudança em seu próprio sexo deve corresponder uma mudança no sexo de seu objeto” [107]

Dessa forma Freud inicia uma investigação mais profunda para explicar como ocorria o desligamento da mãe na menina, melhor explicando, como o complexo de Édipo era dissociado, além de compreender também, como a menina faz a escolha de um objeto amoroso masculino.

Para Freud o complexo de Édipo é o resultado final do processo de castração, que apesar de seus reflexos serem diferentes no menino e na menina, mas que ambos inicialmente creem que não há diferença na anatomia dos dois sexos, ou seja, homens e mulheres possuiriam órgão sexual masculino. 126

Continuando a análise da teoria freudiana, é a partir das experiências sexuais infantis que meninos e meninas vão descobrir que os meninos possuem pênis e ela não e passando a acreditar que ela é a única criança nesta situação.  Freud afirma que esta menina, decepcionada, passa a responsabilizar a sua mãe, e mesmo resistente, aceita este fato.

“Ao final desta primeira fase de ligação com a mãe, emerge outro motivo mais forte para a menina se afastar dela, a censura por a mãe não lhe ter dado um pênis, isto é , de tê-la trazido ao mundo como mulher”[108]  Acontece, porém, diz Freud, que depois a menina percebe que a mãe e demais adultos do sexo feminino também não têm pênis, então ela se afasta da mãe (castrada) que passa a ser depreciada pela filha.

Freud, em 1925 acrescenta que o menino tarda para aceitar a castração, a menina, no entanto, se vê forçada a admitir sua castração mais ligeiramente. Percebendo que o homem é o detentor do falo, passa a vê-lo como superior, mas não aceita o fato de não ter um pênis um dia, então passa a invejar o órgão masculino.[109]

Freud classifica como uma “descoberta decepcionante” e a partir daí a sexualidade feminina pode enveredar por triplo caminho: Desta forma, a partir de sua descoberta decepcionante, a sexualidade da menina poderá trilhar três caminhos. 
No primeiro, frustrada pela comparação com os meninos, a menina cresce insatisfeita com seu clitóris e abandona sua atividade fálica e sua masculinidade. No segundo, ela agarra-se à sua masculinidade ameaçada e até uma idade tardia é movida pela esperança de conseguir um pênis. Esperança esta, que se torna um objetivo e que faz surgir a fantasia de ser um homem. Freud denomina este segundo caminho de complexo de masculinidade, que nas mulheres explicaria uma escolha homossexual manifesta.

Se seu desenvolvimento seguir o terceiro caminho, a meninaatingirá a atitude feminina normal final, tomando então o pai como objeto amoroso. Assim, como indica Freud: “O relacionamento dela com o mãe foi o original, tendo a ligação com o pai sido construída sobre ele”.[110]

Levando em consideração os relatos de suas pacientes histéricas que descreviam um forte desejo sexual por seus pais, Freud conclui que ao se afastar da mãe, a menina transmite ao pai sua introdução na vida sexual. Ele afirma ainda, que não pode concluir veementemente sobre a sexualidade feminina, porém, assegura que meninas e meninos, com certeza estão sujeitas as mesmas forças libidinais, sendo que ambas as forças seguem o mesmo curso e tem o mesmo desfecho: a ligação objetal com o sexo oposto.[111]

De acordo com Freud, pode-se afirmar somente que através das catexias libidinais em relação a mãe, a menina passa uma etapa negativa de Complexo de

Édipo, para só então inserir-se na positiva e assim Freud deposita no Complexo de Édipo o resultado final de um processo demorado criado pela influência do complexo de castração.

 “O complexo de castração tem efeito mais tardio no menino e ocorre quando este se lembra das ameaças de castração realizadas por seus pais frente às suas manipulações auto eróticas (atividades masturbatórias).”[112]

 Rubim e Souza asseguram que tal como acontece com as crianças meninas nas experiências infantis, também ocorre com os meninos, ou seja, ao verem o órgão sexual das meninas de sua idade, comprovam que elas, ao contrário

do que acreditavam, não possuem pênis, não se conformam e sustentam a fantasia de que as meninas possuem um pequeno pênis que um dia irá crescer.[113]

Quando percebe que sua mãe, uma adulta também é desprovida de pênis, o menino se vê angustiado, pois relembra as ameaças de castração feitas por seus pais diante de sua atividade masturbatória. Sob efeito da angústia, o menino aceita então a interdição da mãe enquanto objeto sexual e reconhece a lei paterna, no intuito de conservar seu pênis. Esta interdição que só é possível pelo efeito do complexo de castração, que destrói o complexo de Édipo nos meninos.

Desta forma, o término do complexo de castração é também para o menino o término do complexo de Édipo. Na menina como já vimos, este processo ocorre de forma oposta, já que o complexo de castração inaugura seu complexo de Édipo.[114]

A partir da consulta da obra de Rubim e Souza, além das obras originais de Freud conclui-se que a castração detém uma imensa implicação sobre o narcisismo, isso porque o falo é avaliado como parte capital da imagem do eu e sua retirada colocaria em perigo esta imagem, estabelecendo uma ferida narcísica tanto para os homens como para as mulheres.

6 METODOLOGIA

O desenvolvimento do presente trabalho partiu de estudos sobre as teorias e técnicas da psicanálise no Curso de Doutorado em Psicanálise, pela qual buscouse perceber a escala de frequência na relação entre PAI X FILHOS e MÃES X FILHOS na Contemporaneidade. 

Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva, desenvolvida a partir de um estudo bibliográfico. Também se classifica como uma pesquisa de campo, visto que foi aplicado um questionário a população de 50 pais e 50 mães.

6.1 PESQUISA QUALITATIVA

A pesquisa qualitativa como metodologia é a que melhor se amolda à investigação em psicanálise, especialmente quando o alvo do estudo é a subjetividade, decisivamente se encontra com a epistemologia qualitativa, como forma de edificar uma ciência que convenha às reivindicações do estudo da complexidade do indivíduo. 

González Rey certifica que a ampliação de uma epistemologia para os procedimentos enredados na constituição teórica das configurações mais intricadas que hoje se associam à representação do objeto da psicologia, entre elas a subjetividade, ordena identificar e atender as obrigações epistemológicas subjacentes a essa constituição.[115]  

Minayo explana que:

A pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. [116]

Compreende-se assim, que todas esses aspectos estão submersos num enredamento próprio ao movimento ativo de relação entre o que os indivíduos ajuízam, experimentam, discorrem e a conjuntura da vida social que causa essas representações.[117]

6.2 PESQUISA DESCRITIVA

A utilização da pesquisa descritiva objetivou realizar o estudo, a análise, o registro e a interpretação do fenômeno sem a intervenção da pesquisadora. Tem como finalidade observar, registrar e analisar os fenômenos ou sistemas técnicos, sem, contudo, entrar no mérito dos conteúdos.

 Com esse tipo de investigação a pesquisadora procurou, apenas, descobrir a frequência com que o diálogo entre PAI x filho, MÃE x filho e vice-versa acontecem, sem intervir na relação dialógica dos pesquisados.

Nesse processo procurou-se, através deste tipo de pesquisa, à identificação, registro e análise das características, fatores ou variáveis que se relacionam com o fenômeno estudado. A pesquisa descritiva pode ser percebida como um estudo de caso onde, após o levantamento de dados, é concretizada uma apreciação das relações entre as variáveis para uma futura, aqui voltada para uma análise dos efeitos resultantes da falta de diálogo entre os adolescentes, pais e mães. 

Gil, assevera que a pesquisa descritiva pode surgir sob diferentes tipos: documental, estudos de campo, levantamentos, entre outros, desde que se examine a correspondência de, no mínimo, duas variáveis. Espontaneidade: o pesquisador não intervém na realidade, tão-somente analisa as variáveis que, diretamente, estão ligadas ao fenômeno; Naturalidade: os acontecimentos são observados no seu habitat natural; Vasto grau de generalização: as conclusões levam em conta o conjunto de variáveis que podem estar correlacionadas com o objeto da investigação.[118]  

6.3 UNIVERSO DA PESQUISA

Foram pesquisadas 50 famílias, sendo que as 50 mães e os 50 pais responderam a um questionário semelhante que mostrava a escala da relação entre PAI X FILHOS e MÃES X FILHOS. As famílias participantes da pesquisa não são de pessoas conhecidas da pesquisadora. Logo, a pesquisadora não conhece a priori a organização e a dinâmica familiar.

O instrumento utilizado foi um questionário autoaplicável, contendo perguntas fechadas de escolha simples, que avaliavam como se dava a comunicação do PAI e da MÃE com o adolescente e vice-versa, mostrando a importância que ambos atribuíam à comunicação familiar. Para a coleta dos dados foi solicitada a autorização da administração (síndico), para que ele por meio do email dos moradores do condomínio, averiguasse quais famílias da torre C gostariam de participar da pesquisa. A escolha da torre c explica-se pela acessibilidade célere aos apartamentos para recolher as respostas no dia acertado e disponibilidade de horários.

As profissões dos pesquisados não foram destacadas na pesquisa, uma vez que o estudo visava exclusivamente a relação pais x filhos, sem levar em consideração o estresse que cada uma pode desencadear, deixando este item para uma futura pesquisa.

A renda das famílias não foi especificada, porém, sabe-se que o padrão da moradia é destinado a família de classe média alta, pois os valores dos apartamentos são a partir de 500.000,00.

A escolha das famílias foi feita aleatoriamente, indo a cada apartamento da torre e identificando famílias com adolescentes, dispostas a participarem da pesquisa. Foram deixados os questionários no dia 15 de novembro de 2018 e recolhidos, conforme combinados com todos, no dia 30 do mesmo mês. Todas as famílias pesquisadas possuíam filhos entre 12 e 17 anos.

6.4 LOCAL DA PESQUISA

O presente trabalho procurou refletir sobre a Delicada Relação entre Pais e Filhos na Contemporaneidade, e para alicerçar o estudo buscou-se aplicar um questionário que mede a escala de Comunicações entre Pai e Filho adolescente, segundo respostas do PAI e também da MÃE.

Foi escolhido como população pesquisada 50 famílias do Condomínio Bonavita, torre C, situado à Av. Vereador Juliano da Costa Marques, 877, Jardim

Aclimação, Cuiabá – MT, representado na figura 1.

Figura 1- Condomínio Residencial Bonavita.

Fonte: Site Bonavita (2017)

7 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS

Visando responder ao problema da pesquisa como o complexo de Édipo e a castração podem dificultar a relação dos pré-adolescentes e adolescentes contemporâneos com seus pais, foi formulado um questionário único que mostrasse, através das respostas, a Escala de Comunicações entre Pai e Filho adolescente, segundo o PAI e segundo a MÃE, numa frequência média compreendida entre: Nunca; uma vez por ano; uma vez por mês; uma vez por semana; Várias vezes por semana; Todo Dia

Dá carinho ao seu filho?

Expõe sentimentos positivos em relação às atitudes de seu filho?

Estabelece limites ao seu filho?

Mantem dialogo com seu filho?

Proporciona ajuda ao seu filho quando precisa?

Pergunta para seu filho sobre aspectos do dia a dia?

Expressa suas opiniões a seu filho?

Enaltece seu Filho?

Indaga seu filho sobre o que aconteceu na escola?

Você promete algo a seu filho e cumpre a promessa?

Expressa seus sentimentos negativos às atitudes de seu filho?

Desafia suas regras (Desobediência)?

Além de perceber o grau da relação entre PAI e Filho, foi solicitado ainda que o Pai falasse da relação do FILHO com o PAI, respondendo as questões que se seguem.

SEU FILHO………….

Busca conversar com você?

Dá carinho (abraços, beijos)?

Diz as coisas boas e ruins ocorridas com ele em relação a escola?

Solicita que você faça algo por ele?

Faz perguntas referentes seu dia a dia?

Faz elogios a você?

Pede para que você ajude em alguma atividade (Acadêmica ou não)?

Expressa Desejos e Preferencias, dando razões para suas ações e posições?

Desafia suas regras (Desobediência)?

7.1 ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS

Primeiramente, apresenta-se uma apreciação descritiva dos efeitos, de como se institui a comunicação do (a) adolescente com seu pai e mãe, a fim de avaliar a constância das conversas, o grau de entendimento e o grau de integração que os adolescentes notam em cada personagem a partir do critério coerência entre discurso e atitudes.

7.1.1 Dados Relacionados ao Pai

Os pais de adolescentes muitas vezes sentem-se impotentes, pois mais conscienciosos que têm sido na educação de seus filhos adolescentes, têm enfrentado muitos desafios. A imagem abaixo, figura 1, se torna cada vez mais rara, mas não menos necessária. Diversos pais enfrentam imensas dificuldades durante a adolescência dos seus filhos, ” uma crise, um ano infernal, ou na melhor das hipóteses, um número infinito de preocupações com riscos e perigos reais.”[119]

Dessa maneira, sabendo que os adolescentes aprendem o que vivenciam e não nos problemas, o estudo procurou saber do PAI e da MÃE como se relacionam com seus filhos adolescentes, e assim compreender como surgem os conflitos decorrentes de suas tentativas de independência e construção de suas identidades, na preparação para a vida adulta.

Figura 2- Diálogo entre Pai e Filho Adolescente

    Fonte: Juliana Falcã <https://vilamulher.com.br/>

A pesquisa aplicada para pais e mães de adolescentes também teve como intuito perceber qual dos dois tem melhor comunicação com seu filho ou se ambos se comunicam igualmente, e assim entender porque muitas vezes o adolescente

tem uma preferência, como Pick e Palos nesta perspectiva averiguaram que há uma diferença expressiva no jeito pelo qual a mãe e o pai se comunicam com seus filhos.

Gráfico 1- Comunicação entre pai e Filho adolescente, segundo o PAI

Fonte: Material produzido pela pesquisadora (2019)

A análise das respostas do questionário aplicado aos pais mostra, através do gráfico 1 que os 50 pesquisados apresentam uma escala diferenciada de diálogo com seus filhos, mostrando que a profissão ou outro fator podem interferir na construção de uma relação saldável e necessária entre pais x filhos.

Assim, analisando as perguntas e o número daqueles que responderam com que frequência média se nunca; uma vez por ano; uma vez por mês; uma vez por semana; várias vezes por semana ou todo dia, tem-se os seguintes resultados: O número dos que dão carinho ao seu filho (a) adolescente várias vezes por semana são 40 e dos que todo dia dá carinho são 10. Coverman e Sheley  perceberam, em suas pesquisas na década de 60, que os homens gastavam tão-somente quinze minutos diurnos nos cuidados aos filhos.[120] Demo abaliza que de lá até os dias atuais, a participação masculina tornou-se mais ativa, especialmente entre os pais com menos de 30 anos de idade ou com filhos pequenos. Entretanto, ele mesmo distingue que as modificações não têm sido as aguardadas, apesar que  tende a aumentar, com os filhos adolescentes ganhando mais atenção do que quando criancinhas.[121]

 Perguntado se o PAI impõe limites para seu (a) filho (a), 40 disse que sim, estabelece limites pelo menos 1 vez por mês e 10 afirmaram por limites uma vez por semana.    Segundo Neves, ser ou não flexível com os filhos adolescentes é um ponto que está no foco da conjuntura atual da família. A autora afirma que a família remota conjecturava um modelo de submissão dos filhos em que a opinião e as aspirações dos filhos não eram avaliadas como relevantes. Os pais julgavam o que seria melhor para todos e aos filhos competia fazer a vontade deles. Atualmente, a autora assevera que: “As discussões em torno do respeito à individualidade têm sido, de certa maneira, compreendidas pelas famílias como permissividade, gerando esse tipo de conflito no choque entre famílias que agem de uma ou de outra forma.”[122]

O que a autora nos ensina é que há, na atualidade, uma transformação de conceitos e percepções nessa área que está gerando novas formas na subjetividade social.

Já para Outeiral, na questão do limite, é preciso que se ofereça ao adolescente um ambiente abrigado, mas onde ele possa mexer-se, de forma a realizar suas tarefas psíquicas e desenvolver sua personalidade. Isso vai se traduzir em respeito a esse período de vida do filho, dando-lhe sustento para desempenhar seu direito de ir e vir no espaço social com as limitações próprias de sua idade.[123]

Um ponto muito importante para compreender a escala da relação entre PAI e FILHO é saber se o pai mantém um diálogo aberto com o seu filho adolescente, e para essa pergunta 30 afirmaram que várias vezes por semana conversam com seus filhos e 20 asseguram que diariamente dialogam com seus filhos. González Rey afirma que é no lar que se aprende a lidar com os sentimentos, educando a sensibilidade, desenvolvendo a subjetividade, dando um sentido subjetivo positivo à capacidade de amar. Essas possibilidades ocorrem, segundo o autor por um  processo dialético de escuta e atenção entre os sujeitos.143

Foi perguntado também, se proporciona ajuda ao seu filho, quando solicitado. 20 responderam que várias vezes por semana têm atendido os filhos em alguma coisa que eles solicitam e 30 asseveram que fazem isso diariamente. Neves assegura que quando conversamos, lemos, escutamos nossos interlocutores, trocamos ideias, vemos televisão, ouvimos rádio, acessamos a Internet, nos organizamos socialmente por meio da linguagem, a qual é idealizada em três extensões: como representação do mundo e do pensamento, como instrumento de comunicação e como forma de ação e interação.[124]

Questionou-se na questão 5 se o pai pergunta para seu filho sobre aspectos do dia a dia. Foram obtidas as seguintes respostas: 40 marcaram que várias vezes por semana e 10 disseram que todo dia procuram saber aspectos do dia-a-dia dos seus adolescentes. Para González Rey, “o conceito de sentido subjetivo

fundamenta uma concepção histórico-social de subjetividade”, que envolve tanto o sujeito individual, como o espaço social, no qual o sujeito se move, se inclui, se constitui e se ressignifica invariavelmente.[125] 

Expressa suas opiniões ao seu filho adolescente? Dos 50 pais pesquisados, 40 afirmaram que várias vezes por semana compartilham suas opiniões e 10 disseram fazer isso todos os dias. Tal constatação mostra-se positivo, pois segundo Cooper “a unidade familiar nuclear burguesa tornou-se, neste século, a forma extrema e mais aperfeiçoada de não-encontro”.[126] A presença da internet e da capacidade dos membros da família terem acesso a celulares, computadores, jogos, entre outros, tem levado famílias a não compartilham as experiências do dia a dia que tanto poderiam enriquecer as relações. Há um afastamento das pessoas mesmo convivendo no mesmo lar, e perante quadros como esses, é relevante que as famílias sejam movidas a uma ponderação a propósito da necessidade de dividirem suas experiências individuais, com o objetivo de conhecerem-se, ajudarem-se, respeitarem-se, amarem-se.

Sabe-se que a adolescência é repleta de insegurança, mas também de motivação e sonhos. Uma forma de dar segurança aos adolescentes é valorizar seus atos positivos. Perguntou-se então, se os pais enalteciam seus filhos. Dos 50 pais, 30 asseguraram que pelo menos uma vez por semana; 10 disseram toda semana e 10 garantem que todo dia enaltecem seus filhos adolescentes, valorizando suas ações e ideias positivas. Rey reafirma que o diálogo é a excepcional maneira de validar a particularidade dos sujeitos envolvidos em junções institucionais, porque por meio dele os sujeitos manifestam, de forma distinta e ativa,

seus entendimentos sobre um determinado assunto, surgindo, dessa forma, diversas opções a partir da troca de conceitos, da força das fundamentações implicadas, da lógica dos assuntos expostos e do clima proporcionado pelo diálogo, o qual é terminante para a formulação das escolhas ante a circunstância que suscitou a discussão.[127]

Indaga seu filho sobre o que aconteceu na escola? Para esta pergunta os 50, por unanimidade disseram que sim. Sabe-se que nesta fase, a adolescência, os amigos, os grupos têm grande importância porque os adolescentes passam a ver os pais como “caretas” e os amigos como os “antenados” e isto traz preocupação para o pai devido a grande possibilidade de seu filho se envolver em confusões no ambiente escolar ou outro. Segundo Outeiral, a convivência com o grupo constitui um dos mais importantes processos de identificação dos adolescentes fora da família. A identidade infantil e o papel sócio familiar da infância vão sendo substituídos durante um novo processo de identificação com os pares que representam um refúgio para o momento de insegurança gerado pela necessidade de abandono da identidade infantil.[128] Também, González Rey aborda esse tema: “o grupo, portanto, exerce uma nova função socializadora. As relações que vão se transformando em sistemas de sentido para o sujeito originam-se no encontro com o outro e constituem sua história de vida.”149

Outra pergunta feita aos pais foi: Você promete algo a seu filho e cumpre a promessa? 40 asseguraram que pelo menos uma vez por mês fazem promessas e cumprem e 10 garantiram que essas promessas e cumprimentos das mesmas, ocorrem diariamente. Atualmente, com a presença exacerbada dos meios de comunicação seja pela internet, televisão, celulares, etc, os pais têm cada vez mais recebido dos filhos, pedidos para obter produtos e serviços oferecidos pela rede mundial de computadores e muitas vezes esses pais prometem adquirir para compensar até a ausência pelo trabalho que desempenha. As promessas também podem ser em relação a viagens, concessões nos horários de sair com os amigos, de dormir e tantas outras situações diárias. Muitos conflitos entre filhos e pais relacionam-se as promessas não cumpridas entre ambos.

A pesquisa procurou saber se os pais expressavam seus sentimentos negativos às atitudes de seu filho. Foram obtidos os seguintes resultados: Dos 50 pais pesquisados, 30 assinalaram que pelo menos uma vez por semana; 10 marcaram que várias vezes por semana e 10 apontaram que todo dia expressavam seus sentimentos negativos às atitudes de seus filhos. “Há hoje uma valorização da presença do pai na vida dos filhos, que sugere o aparecimento de nova concepção de paternidade, que incorpore valores distintos dos de gerações anteriores.”[129]

Inquire seu filho sobre seus amigos? 40 pais falaram que pelo menos uma vez por semana e 10 assinalaram que várias vezes por semana perguntam aos filhos sobre os amigos. É importante citar novamente González Rey que resume: “o grupo, portanto, exerce uma nova função socializadora. As relações que vão se transformando em sistemas de sentido para o sujeito originam-se no encontro com o outro e constituem sua história de vida. ” Sabe-se da grande influência dos amigos na vida dos adolescentes. A socialização que ajuda a constituir a história de vida dos adolescentes, quando não acompanhados pelos pais pode levá-los a caminhos não almejados pela família, trazendo grandes prejuízos a todos.

Percebe-se diante das respostas dos pais que a adolescência continua sendo a fase mais difícil para os pais lidarem com seus filhos. Nesta fase o adolescente busca sua identidade, independência, debates, oposição e mudanças.

A procura pela identidade é a principal culpada pelo conhecido “processo de identificação”, onde o (a) jovem busca identificar-se com seu grupo de amigos, colegas e ídolos.  O sujeito deixou de ser criança, mas também não é um adulto.

Outeiral afirma que a tarefa básica da adolescência é o processo de independentização dos pais, reiterando, no entanto, que a independência é algo que nunca se atinge totalmente. Parece haver ambiguidade de significado nessa afirmação, pois se a independência nunca é atingida, pela própria necessidade de convivência social, é difícil a concepção de independência na relação adolescente/pais. Parece não ser uma época de suficiente maturação emocional para a ideia de independência. [130]  Neste sentido, a pesquisa confirma que a relação FILHO (A) ADOLESCENTE X PAI é repleta de situações que podem gerar conflitos constantes entre os mesmos, visto que a dinamicidade da vida exige situações que colocam ambos frente a frente para ponderarem sobre as melhores decisões para resolverem os obstáculos que advêm diariamente.

Outeiral esclarece que os conflitos nascem das tentativas por parte do adolescente visando estabelecer uma comunicação que abram caminho para sua maturidade. Esses conflitos surgem como recursos de defesa a favor de sua maturidade. Acontece, porém, que a contestação deixa de ser proveitosa e habitual, quando vira uma rebeldia recorrente, capaz de intervir gravemente na rotina do adolescente, originando danos, tumultos e rompendo com todos os caminhos de entendimento com a família.

7.1.2 Dados Relacionados ao Pai sobre o FILHO 

Com o intuito de compreender como se dá a relação dialógica entre FILHO  e PAI, foi solicitado que o PAI respondesse algumas questões para avaliar-se a escala de comunicação entre eles, condição que vai retratar se há temas que podem desencadear conflitos entre ambos.

Assim, o gráfico 1 A, abaixo, mostra o número de pais que assinalaram a forma como seus filhos adolescentes se comportam em relação a eles, com qual frequência e sobre o que dialogam.

Gráfico 1 A – Informações da frequência do diálogo do Filho com o Pai

Fonte: Material produzido pela pesquisadora (2018)

Na primeira pergunta procurou-se saber se o filho procurava conversar com o pai. Dos 50 pesquisados 40 assinalaram que os adolescentes várias vezes por semana, buscavam conversar sobre assuntos diversos.10 pais confirmaram que todo dia seus filhos adolescentes procuram conversar. De acordo com Costa, neste momento muito importante para os adolescentes, “os pais devem ouvir o filho, mas sem invadir o seu espaço. Devem monitorizar as atividades, mas sem interferir nelas, dado que parece ser a afirmação do poder que evoca reações negativas.[131][132][153]

Perguntou-se se seus filhos adolescentes davam carinho, distribuindo abraços, beijos e afagos aos seus pais, e o número dos afirmaram fazer carinhos aos seus pais todo dia são 30 e os que davam carinho várias vezes durante a semana são 20. “Palavras de amor e carinho sempre caem bem. Um “eu te amo” dos pais vale mais que mil presentes.”[133]

Como foi perguntado ao estudar a escala de relacionamento dos pais com os filhos, perguntou-se se os filhos expõem as coisas boas e ruins ocorridas com ele em relação aos amigos, e as respostas foram as seguintes: 40 assinalaram que todo dia os filhos contam para os pais as coisas ruins e boas que acontecem com eles em relação aos amigos. Já os que expõem várias vezes por semana, são 10. A falta de diálogo entre pais e filho pode ter consequências sérias porque quando não são ouvidos, os adolescentes transformam em atos e os seus cuidadores têm que ter uma acentuada astúcia para apreender essa mensagem quase subliminar que este filho adolescente está querendo comunicar. “Nem sempre isso é fácil, principalmente nesse mundo agitado e cheio de atividades em que se vive. Não há tempo. ”[134]

Na questão 4 perguntou-se: Diz as coisas boas e ruins ocorridas com ele em relação a escola? 30 pais apontaram que uma vez por semana os seus filhos procuram-nos para falar as coisas que ocorrem no ambiente escolar. 10 informam que várias vezes por semana e 10 pais não quiseram responder. Segundo Costa, “em relação à escola os pais devem acompanhar o filho, mas sem invadir o seu espaço. Devem monitorizar as atividades, mas sem interferir nelas, dado que parece ser a afirmação do poder que evoca reações negativas”.

Como foi questionado ao Pai, também foi perguntado se o filho adolescente solicitava que o pai fizesse algo por ele. 40 pais afirmaram que uma vez por semana os filhos adolescentes solicitavam alguma coisa para os pais fazerem para eles e 10 apontaram várias vezes faziam algo solicitado por seus filhos. Ainda de acordo com Costa “Partilhar com o adolescente tarefas, jogos, passeios, algo que lhe agrade, e durante esses momentos falar e acima de tudo escutar (escuta ativa) o que o adolescente tem para dizer, sem preconceitos, sermões ou juízos de valor. ” 

Faz perguntas referentes seu dia a dia? Dos pais pesquisados 40 asseveraram que pelo menos uma vez por semana seus filhos perguntam sobre o dia a dia dos pais e 10 marcaram que estas perguntas sobre o dia a dia dos pais ocorrem várias vezes por semana. Na opinião de Costa e este interesse dos filhos sobre os pais é extremamente saudável e aconselha: ” pelo menos uma vez por dia, a família deve partilhar uma refeição, em que a televisão, os telemóveis e afins estejam desligados, de modo a que cada um fale do seu dia, das suas preocupações, dos acontecimentos felizes, ou seja, comuniquem. ”

Na questão 7 perguntou-se: seu filho adolescente faz elogios a você? 40 pais assinalaram que sim, os filhos fazem elogios várias vezes por mês e 10 afirmaram que os filhos faziam carinho neles pelo menos uma vez por semana. A constância destes momentos levanta uma preocupação por ser consideravelmente esparso. Vive-se uma conjuntura criada pela tecnologia que tem afastado cada vez mais as pessoas, principalmente os membros da família, fato que tem aprofundado a distância entre no seio familiar.

Pede para que você ajude em alguma atividade (Acadêmica ou não)? Nesta pergunta tivemos as seguintes respostas:40 afirmaram que pelo menos uma vez por mês os filhos os procuram pedindo ajuda para o desenvolvimento de alguma atividade escolar ou não. 10 assinalaram que essa ajuda é solicitada por seus filhos pelo menos uma vez por semana. “Partilhar com o adolescente tarefas, jogos, passeios, algo que lhe agrade, e durante esses momentos falar e acima de tudo escutar (escuta ativa) o que o adolescente tem para dizer, sem preconceitos, sermões ou juízos de valor, ” afirma Costa.

Perguntou-se ainda, se os filhos expressavam desejos e preferências, dando razões para suas ações e posições. Do total dos pais pesquisados,30 asseguraram que pelo menos uma vez por semana; 10 sustentaram que várias vezes por semana e 10 afirmaram que todo dia. Costa assegura da importância do diálogo entre adolescentes e adultos: “é importante que os jovens falem com os adultos, que ouçam outras opiniões que não as dos pares, que partilhem problemas, mas também sonhos, aspirações… que comuniquem. ”

Por último foi perguntado: seu filho (a) desafia suas regras (Desobediência)? 30 pais disseram que sim, pelo menos uma vez por ano.10, uma vez por mês e 10, uma vez por semana.  Costa adverte que isto pode ocorrer quando “a exigência em demasia, a rigidez, a falta de flexibilidade e de compreensão torna o adolescente revoltado e sem vontade de comunicar. A complexidade da relação entre adolescente e pai é tanta que se o pai for “demasiado tolerante e flexível pode, por contrário, levá-lo a pensar que é pouco importante, que ninguém se preocupa com ele. ”

7.2 ESCALA DE FREQUENCIA DA COMUNICAÇÂO ENTRE MÃE E FILHO, SEGUNDO A MÃE.

7.2.1 Escala de Comunicações entre Mãe e Filho, segundo A MÃE.

Após analisar-se as respostas que os pais deram sobre sua relação com seu (sua) filho (a) adolescente e como ele via seu (sua) filho (a) em situações semelhantes, a pesquisa procurou, também, analisar a escala de comunicações entre MÃE e FILHO (A), segundo o olhar da MÂE.

Foram aplicadas as mesmas perguntas dirigidas aos PAIS em relação aos seus filhos e aos FILHOS em relação aos PAIS, porém, desta feita o objetivo foi perceber como a MÃES se relaciona com seus FILHOS e como elas vêm seus Filhos na relação com ela.

Sabe-se que a adolescência é um período em que uma montagem[135] é desconstruída, onde a dúvida sobre o ser é reavivada e o fundamento especular (os pais) deixa expor suas fraquezas.

Figura 3- Diálogo entre filha e Mãe

A finalidade foi observar se há diferenças entre as relações do pai e da mãe sobre o (a) filho (a) que possam ser geradores de conflitos no instante em que o (a) adolescente opta por aquele que dá mais abertura para dividir suas alegrias, dúvidas, angustias, inseguranças, relações amorosas, medo, entre outros.

No gráfico 2 estão compiladas as respostas das mães que responderam ao questionário. Para a primeira pergunta, dá carinho ao seu filho? 40 mães disseram que várias vezes por semana demonstram carinho por seu filho (a) e 10 afirmaram que os gestos de carinho para seus (suas) filhos (as) ocorrem todo Dia. A criança no seu desenvolvimento, institui com o pai e, notadamente com a mãe um vínculo imprescindível, até mesmo para sua sobrevivência física. A dependência afetiva, sobretudo entre pais e filhos, é a garantia para um apropriado crescimento da criança, que descobre então, na família, a segurança sócio afetiva.[136]

Expõe sentimentos positivos em relação às atitudes de seu filho? As que responderam uma vez por mês foram 40 mães e as que afirmaram expor seus sentimentos uma vez por semana, foram 10. Neste sentido, Box lembra que é através da evitação das questões conflitivas e dolorosas que se sabota ou impedese o crescimento e criatividade.[137]  

Estabelece limites ao seu filho? Esta pergunta é importante, porque o estabelecimento de limites para os adolescentes, principalmente na atualidade, gera consideráveis conflitos. 30 mães abalizaram que várias vezes por semana precisam colocar limites e 20 responderam que necessitam pôr limites para os filhos, todo dia. Na obra “Os adolescentes aprendem o que vivenciam”, Dorothy Law e Rachel

Harris, Advertem: Nós achamos que podemos controlar os adolescentes com uma longa lista de regras. Tudo para “o próprio bem deles”. Mas, infelizmente, isso não funciona. Sem percebermos, a cada ano que passa, eles se tornam mais sofisticados na arte de driblá-las.”[138]

Perguntado para as mães se mantém diálogo com seu filho? Percebeu-se que 20 assinalaram manter um diálogo aberto várias vezes por semana;20 asseguraram que dialogam com seus filhos todo Dia e 10 não quiseram respondera. Lacan teoriza que “mediante o instrumento da linguagem instaura-se um certo número de relações estáveis, no interior das quais 14 certamente pode inscrever-se algo bem mais amplo, que vai bem mais longe do que as enunciações efetivas. ” [139]

Para compreender se a mãe, mesmo no corre-corre do dia, proporciona ajuda ao seu filho quando precisa, as que afirmaram várias vezes por semana, foram 20. Mas é interessante notar que 30 mães proporcionam ajuda aos seus filhos adolescentes, todo dia. Soifer, por sua vez escreve que no relacionamento pais-filhos, o uso abusivo da identificação-projetiva delega aos filhos situações emocionais que os pais mesmos não puderam assumir, ou seja, os filhos são sobrecarregados com os conflitos não-resolvidos por seus pais e que inclui os seus irmãos.161

Perguntou-se para as mães: Pergunta para seu filho sobre aspectos do dia a dia? 40 mães marcaram que várias vezes por semana e 10 assevera que faz isso todo dia 10. Aberastury, aborda a respeito sobre este tipo de diálogo dizendo que permite há pouca eficiência do conselho, o qual pode ser entendido por: ato de dar explicações sobre como sentem, pensam e agem as crianças e adolescentes, acompanhadas de enumeração sobre atitudes mais adequadas para propiciar o seu desenvolvimento [140]

Expressa suas opiniões a seu filho? Para esta pergunta 40 revelam que sim, várias vezes por semana e 10 marcaram que todo dia. Kancyper ensina que  compreender e aceitar que a diferença entre pais e filhos e entre irmãos não é negativa e que, pelo contrário, constitui o fundamento que preserva o sujeito da alienação tanta parental-filial como fraterna, tem uma conotação afirmativa – e incontestável – para plasmar a identidade e poder mantê-la em todas as etapas da vida.[141]  

O ser humano, em especial o adolescente, precisa de incentivo, palavras de coragem para continuar a realizar suas atividades diárias com disposição e motivação. Perguntou-se, portanto, as mães se as mesmas enalteciam seus Filhos (as). Obteve-se as seguintes respostas: 30 afiançaram que sim e várias vezes por semana. As que enalteciam seus adolescentes todo dia foram 10.Law e Harris explicam que “o papel como pais é estimular nossos filhos a assimilar o conceito de responsabilidade, mais do que controla-los, discipliná-los ou puni-los por suas falhas.”[142]

Indaga seu filho sobre o que aconteceu na escola? Aquelas que responderam, várias vezes por semana, foram a totalidade, 50. Waddell escreve sobre a interação ao referir-se aos processos dinâmicos que servem de base para os laços estruturais mais evidentes em dada família, ou seja, o grupo familiar é caracterizado pela natureza das interações entre seus membros individuais.[143]

Você promete algo a seu filho e cumpre a promessa? Uma vez por mês 40 Uma vez por semana10. Law e  Harris advertem que “as vezes, os pais fazem promessas impensadas porque é a solução mais fácil naquele momento[…] ceder por desespero pode ter como consequência uma decepção maior no futuro.”[144]

                                   

As    mães,    são    naturalmente    mais    preocupadas e expressam constantemente os pensamentos negativos quando os filhos fazem algo que não lhes agradam. Assim, procurou-se saber, no total das 50 mães a frequência com que elas se expressavam com os filhos a esse respeito: Expressa seus sentimentos negativos às atitudes de seu filho? 30 garantiram que uma vez por semana; 10 garantiram que expressam várias vezes por semana e as que diariamente expressam seus sentimentos negativos são 10. Law e Harris lembram que” se quisermos que nossos filhos conversem conosco, precisamos criar uma atmosfera acolhedora em casa. É importante que se sintam à vontade para nos contarem o que estão fazendo e para nos usarem como balão – de- ensaio.”[145]

No processo de independência do adolescente, quando ele começa a sair da Moratória[146] que lhe é imposta e desafia suas regras que para as mães é desobediência. Então 40 mães disseram que uma vez por semana e 10 assinalaram que várias vezes por semana. Calligaris cita que “nossos adolescentes amam, estudam, brigam, trabalham. Batalham com seus corpos, que se esticam e se transformam. Lidam com as dificuldades de crescer no quadro complicado da família moderna.”169

Além de procurar perceber o grau da relação entre MÃE e Filho, foi solicitado ainda que a MÂE falasse da relação do FILHO com ela, respondendo as questões que se seguem.

Gráfico 2 – Comunicação entre Mãe e Filho adolescente, segundo o MÃE

Fonte: Material produzido pela pesquisadora (2018)

7.2.2 Informações da MÃE sobre o FILHO

SEU FILHO………….

A literatura traz constantemente o debate da relação mãe-filho, mostrando que muitas vezes, compete a ela a culpabilidade por uma série de adversidades que pode acometer as crianças. O bem-estar e o equilíbrio emocional e econômico da mãe é o alicerce para o estabelecimento de uma boa relação mãe-filho. Descontentamentos maternos e condutas instáveis são impressos aos filhos, ainda que silenciosamente. (Figura 3).

O (a) adolescente que vive num lar onde tem liberdade de crescer respeitado e num diálogo constante, tende a ter uma passagem para a vida adulta com equilíbrio e sucesso.170 

Figura 4- O bem-estar e o equilíbrio emocional da mãe é o alicerce para o estabelecimento de uma boa relação mãe-filho.

Lilian Monteiro (2017)

A partir dessa realidade, procurou-se saber a frequência do diálogo do filho com a mãe.  Busca conversar com você? 40 mães assinalaram que os filhos conversam várias vezes por semana; O número dos que conversam com suas mães todo dia são 10. Recorrendo a Freudem seu texto “Romances Familiares”, aprendese sobre como é dolorosa a passagem da adolescência e da grande importância do desligamento dos pais. Ele escreve que só os que conseguem passar por esse processo podem seguir, pela necessidade do confronto do ideal que tinha deles e da realidade, em busca de outros modelos e formar novos conhecimentos independentes das crenças de seus pais.[147]

A realidade da maioria das mães atuais é repleta de obrigações no lar e no mercado de trabalho. Com o intuito de saber como ocorre as relações de carinho entre filho e mãe, perguntou-se se eles davam carinho (abraços, beijos), com qual frequência. Os resultados apontam que os filhos que dão abraços e beijos nas suas mães várias vezes por semana, foram 20; e os que tem gestos de carinho todo dia, são 30. No que diz respeito ao papel da mãe, Grzybowsky cita que pesquisas indicam que, apesar de a mulher ter ingressado no mercado de trabalho, aumentado seu número de atividades fora do lar e seu poder econômico, o dever doméstico e, principalmente, o cuidado e educação dos filhos ainda são funções desempenhadas principalmente por ela.[148][149].Law e Harris também dão suas contribuições afirmando que para se tornarem adultos amorosos, os adolescentes necessitam de cuidado e atenção todos os dias. “Isso dará a segurança de serem amados[…] os adolescentes aprendem sobre o amor através da forma como manifestamos esse sentimento na família.”[150]

Expõe as coisas boas e ruins ocorridas com ele em relação aos amigos? Com essa pergunta o estudo procurou saber se os filhos têm um diálogo aberto com sua mãe sobre o que ocorre de bom ou ruim no grupo de amigos que ele pertence e com qual frequência. Os adolescentes que expõem várias vezes por semana são 10 e os que expõem sobre o que ocorre nos seus grupos de amigos todo dia, são 40. De acordo com Freud, o anseio pela excelência perdida se evidencia na atitude de alguns pais que se acham “sob a compulsão de atribuir todas as perfeições ao filho – o que a observação sóbria não permitiria – e a ocultar e esquecer todas as deficiências dele.” [151]

Uma das marcas do bom relacionamento entre pais e filhos é o fato dele contar coisas relacionadas a sua vida até quando envolvem assuntos ligados a escola. Então perguntou-se: Diz as coisas boas e ruins ocorridas com ele em relação a escola? 30 mães apontaram que seus filhos diziam as coisas que ocorriam na escola uma vez por semana;10 várias vezes por semana e Todo Dia, 10. “Ela deve lhes dar o desejo de viver e devia oferecer-lhes apoio e amparo numa época da vida em que as condições de seu desenvolvimento os compelem a afrouxar seus vínculos com a casa dos pais e com a família. ” [152]

Apesar do período da adolescência ser aquele em que o garoto e a garota buscam suas independências, ainda precisam da ajuda dos pais para determinados assuntos e tarefas. Porém, quando a relação não é ideal, uma simples tarefa pode se tornar um empecilho pelos mesmos não terem liberdade para procurarem os pais. Sendo assim, perguntou-se: seu filho (a) solicita que você faça algo por ele? 40 mães disseram que seus filhos as procuram uma vez por semana e 10 várias vezes por semana.  ”Se perguntarmos a nossos filhos[…] se precisamos comparecer a todos os seus jogos ou apresentações, eles provavelmente responderão: ‘claro que não’. ‘Não seja ridículo’. Não acredite neles.”[153] As autoras explicam que quanto mais os adolescentes crescem, mais fica difícil para eles admitirem que precisam de nós.

Perguntado se os filhos fazem perguntas referentes ao dia a dia das mães, 40 mães disseram que eles fazem uma vez por semana e Várias vezes por semana 10. Nossos padrões de comunicação, construtivos ou destrutivos tornam-se modelos para os jovens. ”[154] “[…] é importante que cresçam com um modelo positivo de comunicação, para que possam se relacionar com aqueles que amam e trata-los com respeito.”[155]

Seus filhos fazem elogios a vocês? Foi outra pergunta respondida pelas mães.40 disseram que seus filhos adolescentes fazem elogios uma vez por mês e10 mães marcaram que seus filhos fazem elogios uma vez por semana. Coopersmith diz que as Mães de filhos com elevada autoestima tendem a ter relações mais positivas e a possuir maior equilíbrio, fornecendo respostas claras aos filhos e favorecendo sua independência. Mães de crianças de baixa autoestima tendem a ser emocionalmente instáveis.[156]  

A questão dos estudos é um ponto que pode ser estressante para o adolescente não ouvido por seus pais. Portanto, para que o garoto e a garota peçam ajuda nos trabalhos acadêmicos, seus pais precisam ser acessíveis e compreensíveis. Dessa forma, na pergunta: Pede para que você ajude em alguma atividade (Acadêmica ou não)? 40 mães disseram que seus filhos pedem uma vez por mês e 10 uma vez por semana. É “precisamente o desejo que move a função do conhecimento.”[157]  

Na pergunta: Expressa Desejos e Preferencias, dando razões para suas ações e posições? 30 mães apontaram que uma vez por semana; 10 várias vezes por semana e Todo Dia 10. Coopersmith, expõe a importância desse relacionamento para a vida dos filhos. Afirma que adolescentes de média e baixa AE-Autoestima o definem pelas tensões e conflitos, acarretando incerteza e competição. Por parte dos pais, esse ambiente pode gerar sentimentos de ambivalência e culpa, e por parte da criança, esta pode se considerar a responsável pela discórdia entre eles, sentindo-se rejeitada ou culpada.[158]

Os pais, como visto anteriormente no questionário aplicado, tem tendência a verem o processo de independência do adolescente como rebeldia,[159] e desobediência. Então perguntou-se as mães se seus filhos: Desafia suas regras (Desobediência)?30 asseveraram que sim, uma vez por ano; 10 uma vez por mês e uma vez por semana 10. Como se diz hoje, eles se procuram e eventualmente se acham. Mas, além disso, eles precisam lutar com a adolescência, que é uma criatura um pouco monstruosa, sustentada pela imaginação de todos, adolescentes e pais.

Um mito, inventado no começo do século XX, que vingou sobretudo depois da Segunda Guerra Mundial. 184

Gráfico 2 A– Informações da frequência do diálogo do Filho com a Mãe

Fonte: Material produzido pela pesquisadora (2018).

De acordo com os resultados da pesquisa e da literatura a respeito do tema, pode-se conjecturar acerca de como os pais de adolescentes compreendem o diálogo entre os seus filhos adolescentes, avaliando a escala de frequência de diálogo que ambos (Pai, Mãe e Filhos) atribuem a esse procedimento.

 Partindo-se da maneira como os pais aferem a comunicação que mantêm com seus filhos adolescentes, percebeu-se que 25% afirmam que compartilham várias vezes por semana os assuntos sugeridos no questionário. Os que compartilham os assuntos elencados no questionário com seus filhos uma vez por semana, são 25%; Os pais que dividem os temas constantes no questionário todo dia, são 35%; Os pais que só discutem os temas sugeridos, uma vez por semana são 10%.  O número dos pais que optaram por não responder sobre os itens Nunca e Uma vez por ano foram 5%.

Ao analisar-se os dados da avaliação que os pais fazem sobre a frequência de diálogo com seus filhos adolescentes, apreende-se: 35% defende que seus filhos lhes procuram várias vezes por semana para dialogar sobre vários temas sugeridos no questionário; A porcentagem de filhos que procuram seus pais todo dia para conversar sobre assuntos diversos sugeridos no questionário, são 20%; Os adolescentes que procuram seus pais para conversar uma vez por semana, são 35%; para manter-se uma conversa pelo menos uma vez por mês sobre assuntos sugeridos na pesquisa, são 15%. Para as frequências Nunca e Uma vez por ano, não houveram respostas.

Foi perguntado a mãe a frequência do diálogo com seu filho adolescente, com a aplicação do mesmo questionário aplicado aos pais. Assim, as mães que asseguraram estabelecer um diálogo várias vezes por semana com seus filhos adolescentes, foram 45%; aquelas que assinalaram todo dia tecer um diálogo sobre vários assuntos com seus adolescentes são 45%; As mães que assinalaram ter um diálogo uma vez por semana com seus adolescentes, são 25% e as que dialogam sobre múltiplos assuntos sugeridos na pesquisa uma vez por mês são 15%. Também as mães não apresentaram respostas para as frequências Nunca e Uma vez por ano.

Ao analisar-se os dados da avaliação que as mães fazem sobre a frequência de diálogo dos seus filhos adolescentes com a mesma, percebe-se: 35% mães disseram que os filhos procuram dialogar com elas várias vezes por semana; 25%  asseguraram que os seus filhos procuram-nas  todo dia; 35% das pesquisadas apontaram que os adolescentes as procuram para dialogar numa frequência de uma vez por semana; O número dos filhos adolescentes, segundo a mãe que procuramnas uma vez por mês são 15%; A porcentagem de 30%foram das mães que afirmaram que seus filhos adolescentes procuram-nas uma vez por ano; O item Nunca, não foi marcado por nenhuma mãe.

Estas informações vêm confirmar a pesquisa realizada por  Pick & Palos, de que  a mãe é mencionada, pela maior parte dos adolescentes, como um dos progenitores com quem os adolescentes mais dialogam, sendo considerada muito coerente e detentora de ampla habilidade de entendimento.[160]  

Esses dados também colaboram para a confirmação do clássico papel da mãe de cuidadora e mediadora das relações familiares. 

Ao contrário do que foi analisado sobre o diálogo dos adolescentes com as mães e vice-versa, os adolescentes aludem que dialogam numa frequência menor com o pai, o que ratifica estudos atuais  de Wagner e Rodrigues.[161] 

Nota-se que, a despeito do pai estar exercendo seus papéis com mais propriedade e assiduidade nos dias atuais, inda ocupa, de maneira geral, um espaço ligeiramente restrito na vida do adolescente no que se refere aos assuntos mais particulares e de contato íntimo. Esta diferença da relação dialógica entre pai e filhos adolescentes, pode estar conexa ao posto tradicionalmente conferido ao pai, de disciplinar e prover as necessidades domésticas em detrimento de uma maior cobrança de envolvimento com assuntos afetuosos. 

Contudo, a despeito de os adolescentes e pais reconhecerem que não conversam entre si tão frequentemente o pai é apontado como coeso em seu discurso e atitudes. Pode-se verificar, ainda que o pai, ainda que não tenha um diálogo frequente com o adolescente, é avaliado de forma positiva. 

De acordo com o tipo de relação que se institui entre o adolescente e seu pai, a mãe adentra no ambiente familiar como quem provê a baixa constância de conversa com o pai. 

De maneira genérica, as respostas dadas por pai, mãe e filhos adolescentes sugerem que o diálogo que instituem com suas famílias é adequada, contradizendo a visão, por vezes preconceituosa, que agrega a adolescência a dificuldades e desordens familiares. 

A explicação, portanto, para a rotulação do adolescente como rebelde, como descontente com tudo e com todos que o rodeiam, estaria expressando a busca de diálogo com os pais, cujo comportamento contestatório estaria intrínseco ao processo de constituição de sua própria identidade. 

A partir desta teoria é possível afirmar que o crescimento do jovem alude em contrariar, às vezes de maneira intensa, a autoridade paterna, para, a partir daí, conhecer–se a si mesmo como um sujeito exclusivo e distinto. Ajustar este procedimento sugere reorganizar o ambiente doméstico de maneira a ampliar as fronteiras da liberdade individual, sem que seja afetada a autoridade dos pais. Os conflitos inerentes a fase da adolescência, podem causar a perda da referência do que é papel e função familiar, então os pais precisam conservar a capacidade de dialogar com equilíbrio e sem censuras, num ambiente de segurança e limites.

De acordo com os dados colhidos a partir da pesquisa foi possível constatar que existe uma diferença significativa na escala de frequência pela qual a mãe e o pai se comunicam com seus filhos e dos filhos em relação ao diálogo que tecem com os pais, os dados revelaram que, tanto do ponto de vista da mãe quanto dos filhos, a mãe é quem se comunica melhor com os filhos adolescentes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As relações entre pai, mãe e os filhos adolescentes demonstram que entre ambos, em situações sugeridas no questionário aplicado, ocorre numa escala frequente. Os assuntos que constaram no questionário são abertamente comentados através de diálogos entre pais e filhos, sugerindo que os sentidos subjetivos se configuram por meio de experiências saudáveis de encontro entre os pais e adolescentes. 

No convívio familiar a influência mútua que se dar em diferentes escalas de frequência, coimo foi comprovada na pesquisa, juntamente com os diálogos que envolvem temas relacionados aos pais e filhos, abarcando assuntos do dia – a – dia de ambos, permitem ao adolescente dar significado às suas várias experiências e ir se formando como sujeito.

É possível, com os resultados desta pesquisa, apreender a importância do sentimento, o afeto, de um pai para com seu filho e a acuidade para a criação e desenvolvimento da personalidade.

 A família hodierna apresenta-se multiforme e em constante modificação. Implantada na sociedade, é caracterizada pelos valores morais, éticos, culturais, econômicos, sociais e políticos de sua época. Porquanto a história da família não é unidimensional, a trajetória é cheia de rupturas e continuidades. Dessa forma, o que é inaceitável em um dado período, depois, pode ser acolhido e benquisto pela sociedade. A modernidade estabeleceu na família a probabilidade de relacionamentos mais pessoais e afetivos. 

A entrada das mulheres no mercado de trabalho as inseriu no domínio público, e hoje, homens e mulheres são provedores de seus lares, o que exige dos seus pais, conciliar os cuidados com os filhos e promover situações para partilhar com seus filhos adolescentes, tarefas acadêmicas, conselhos sobre os amigos, acontecimentos na escola, estresse no trabalho, entre outros.

Novos modelos de relacionamento familiar que existem na contemporaneidade, tende a acarretar problemas na educação dos filhos; a ansiedade com o desenvolvimento dos adolescentes, com a forma de como educálos e orientá-los e os modos de conduzi-los com segurança rumo a uma fase adulta saudável nunca esteve tão presente nas discussões, científicas ou não, como nos dias de hoje.

Avaliando que o adolescente cresce na conjuntura familiar e nela conservase por um tempo que tem se distendido cada vez mais, torna-se primordial apreciar a condição familiar e o meio social nos estudos sobre adolescência porque, a humanidade continua depositando na instituição familiar a base de sua segurança e conforto, o que por si só é um identificador da valorização da família na conjuntura do desenvolvimento humano, a despeito de toda a alteração pela qual tem incidido nessa instituição.

Os resultados mostraram que, tanto do ponto de vista das mães quanto dos pais, a mãe é quem se comunica mais e com maior frequência com os filhos adolescentes,[162]

Discorrer sobre Sexualidade Infantil e também da competitividade presente no Complexo de Édipo deveria ser simples atualmente, diante de todo progresso da sociedade, mas ainda são raros os sujeitos que aceitam arrazoar a respeito disso, ou ainda entender sobre o tema, não é simples compreender um pai ponderando sobre o filho com hostilidade ou com despeito, mas é expressivo entender que isto é natural e que, mesmo o filho sendo agressivo com o progenitor, há amor, há admiração presente nesta relação.

Passar por essa etapa de modo profícuo é basilar, para desenvolvimento da personalidade do adulto. Para os psicanalistas, o complexo de Édipo é a fundamental linha de referência da psicopatologia.

Contudo, as pessoas ajuízam que o Complexo de Édipo é genuinamente unido à mãe, analisando-a como imprescindível para a passagem desta zona erógena, até mesmo nós próprios, porém na verdade é o oposto disso: o pai durante o Complexo de Édipo apresenta maior relevância para o garoto, é a etapa em que o pai se revela influente, abandonando o papel de figurante da ação e começando a ser o ator principal.

Assim, é importante que a mãe exerça sua função na convivência familiar, sabendo que este é o período de afastamento, é hora do filho se tornar um indivíduo singular, e não mais parte da mãe. O pai cumpre o papel de regra neste processo, pois deseja outra vez a mãe para ele, entretanto, o episódio só se torna bemsucedido quando a mãe concorda com o pai na vista do filho, fazendo-o entender que o pai tem motivo, o pai é a lei do lar.

Ao final do estudo foi confirmado que o complexo de Édipo, e a maneira como o pré-adolescente e o adolescente tratam com a castração, é que surgem as neuroses e perturbações e a partir delas é que podem surgir psicopatologias ou não, as mais distintas, e que provocarão tumultos na relação pais e filhos.

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APÊNDICES

APÊNDICE  1–A Solicitação de Pesquisa 

ERICH FROMM WORLD UNIVERSITY MIESPERANZA INTERNATIONAL PROGRAMA DE CONCENTRAÇÃO: PSICANÁLISE- PSICOLOGIA-FILOSOFIA CONTEMPORANEIDADE

  Rio de Janeiro, 27 de setembro de 2018

Senhor (a) administrador (a) do Condomínio Residencial Bonavita

 Por meio desta apresentamos o (a) acadêmico (a) ROSIVAM BATISTA MARINHO DA SILVA do Curso de Doutorado em Psicanálise, devidamente matriculado (a) nesta Instituição de ensino, que está realizando a pesquisa intitulada A Delicada Relação entre Pais, e Adolescentes na Contemporaneidade, sob a Ótica Psicanalítica. O objetivo do estudo é averiguar como o complexo de Édipo e a castração podem tornar a relação entre filhos e pais contemporâneos numa relação perturbadora e conflituosa.

 Na oportunidade, solicitamos autorização para que realize a pesquisa através da coleta de dados (questionário) com 22 perguntas que serão respondidas por pais e mães, acadêmicos do curso de Pedagogia das Faculdades Evangélicas Integradas Cantares de Salomão.

Queremos informar que o caráter ético desta pesquisa assegura a preservação da identidade das pessoas participantes.

Uma das metas para a realização deste estudo é o comprometimento do pesquisador (a) em possibilitar, aos participantes, um retorno dos resultados da pesquisa. Solicitamos ainda a permissão para a divulgação desses resultados e suas respectivas conclusões, em forma de pesquisa, preservando sigilo e ética, conforme termo de consentimento livre que será assinado pelo participante. Esclarecemos que tal autorização é uma pré-condição.

Agradecemos vossa compreensão e colaboração no processo de desenvolvimento deste (a) futuro (a) profissional e da pesquisa científica em nossa região. Em caso de dúvida você pode procurar a coordenação do MIESPERANZA INTERNATIONAL pelo telefone: (28) 352 92005 ou pelo e-mail: spm@miesperanza.org.br.

              Atenciosamente,

Dr. Zilmar Freitas

Coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Psicanálise

APÊNDICE 2-Termo de Autorizaçao para Realização da Pesquisa

TERMO DE AUTORIZAÇAO PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA

Eu, ZILMAR FERREIRA FREITAS, diretor presidente da Associação Educacional Cultural e Assistencial Miesperanza, RG  N° 04493977-5  do  Detran, 

CPF  N°  513526807-34, AUTORIZO    o   nome   de,  Rosivam Batista Marinho da Silvaacadêmica  do Doutorado  em Psicanalise  – Pesquisadora Acadêmica,  a realizar  Pesquisas  Acadêmicas:  realizar observação  e/ou  entrevista  e/ou aplicar  questionário,   com os pais,  mães, e pais do Condomínio Bonavita, em CuiabáMT. 

 0 Projeto de Pesquisa da referida Acadêmica de Doutorado, tem como título A Delicada Relação entre Pais e Pré-Adolescentes e Adolescentes na Contemporaneidade sob a Ótica Psicanalítica.

O objetivo   do estudo é averiguar como a Psicanálise explica a relação perturbadora e conflituosa entre filhos e pais contemporâneos.

Queremos   informar   que o  caráter   ético  desta  pesquisa   assegura   a  preservação   da identidade   das  pessoas   participantes,   a  privacidade  das  pessoas   citadas   nos   documentos institucionais   e/ou  contatadas   diretamente,  de  modo   a  proteger   suas  imagens,  bem  como garantem   que  não  utilizarão   as  informações  coletadas   em  prejuízo  dessas  pessoas  e/ou  da instituição- ,   respeitando  deste  modo   as  Diretrizes   Éticas   da  Pesquisa   Envolvendo   todas   as pessoas, e obedecendo as disposições  legais  estabelecidas  na Constituição Federal  Brasileira, artigo 5°, incisos Xe XIV e no Novo Código Civil, artigo 20.

Uma das metas para a realização deste estudo e o comprometimento do pesquisador em possibilitar, aos participantes, um retorno dos resultados   da pesquisa.    Solicitamos   ainda a permissão   para a divulgação   desses resultados e suas respectivas conclusões, em forma de pesquisa, preservando sigilo e ética, conforme termo de consentimento livre que será assinado pelo participante.   

Esclarecemos que tal autorização e uma pré-condição.

Agradecemos vossa compreensão e colaboração no processo de desenvolvimento deste futuro profissional e da iniciação a pesquisa cientifica em nossa região.

Em caso de dúvida       você   pode procurar a coordenação do· MIESPERANZA INTERNATIONAL UNIVERSITY pelo telefone (28) 352 92005 ou pelo e-mail: SPM(auniesperanza.org. br.

Atenciosamente

APENDICE 3- Questionário Aplicado aos Pais

ERICH FROMM WORLD UNIVERSITY MIESPERANZA INTERNATIONAL PROGRAMA DE CONCENTRAÇÃO: PSICANÁLISE- PSICOLOGIA-FILOSOFIA CONTEMPORANEIDADE

Doutoranda: Rosivam Batista Marinho da Silva

Título da Pesquisa:  A DELICADA RELAÇÃO ENTRE PAIS E PRÉ-ADOLESCENTES E ADOLESCENTES NA CONTEMPORANEIDADE, SOB A ÓTICA PSICANALÍTICA

Escala de Comunicações entre Pai e Filho adolescente, segundo O PAI.

ITEM                                                                                         FREQUÊNCIA MÉDIA 
 NuncaUma vez por anoUma vez por mêsUma vez por semanaVárias vezes por semanaTodo Dia
VOCÊ……..      
1 Dá carinho ao seu filho?   101525
2 Expõe sentimentos positivos em relação às atitudes de seu filho?   35105
3 Estabelece limites ao seu filho?    10 40
4 Mantem dialogo com seu filho?      
5 Proporciona ajuda ao seu filho quando precisa?   202010
6  Pergunta para seu filho sobre aspectos do dia a dia?  301010 
7 Expressa suas opiniões a seu filho?   3020 
8 Enaltece seu Filho?  301010 
9  Indaga seu filho sobre o que aconteceu na escola?   3020 
10 Você promete algo a seu filho e cumpre a promessa?    50 
11 Expressa seus sentimentos negativos às atitudes de seu filho?    4010
12  Inquire seu filho sobre seus amigos?  4010  
  SEU FILHO………….        
1 Busca conversar com você?   103010
2 Dá carinho (abraços, beijos)?    3515
3 Expõe as coisas boas e ruins ocorridas com ele em relação aos amigos? 30 20  
4 Diz as coisas boas e ruins ocorridas com ele em relação a escola? 4010   
5 Solicita que você faça algo por ele?  4010  
6 Faz perguntas referentes seu dia a dia? 4010   
7 Faz elogios a Você?  40  10
8 Pede para que você ajude em alguma atividade (Acadêmica ou não)?  4010  
9 Expressa Desejos e Preferencias, dando razões para suas ações e posições?   301010  
10 Desafia suas regras(Desobediência)?    101030 

APENDICE 4- Questionário Aplicado as Mães

PROGRAMA DE CONCENTRAÇÃO: PSICANÁLISE- PSICOLOGIA- FILOSOFIA CONTEMPORANEIDADE

Doutoranda: Rosivam Batista Marinho da Silva

Título da Pesquisa: A DELICADA RELAÇÃO ENTRE PAIS E FILHOS NA CONTEMPORANEIDADE SOB, A ÓTICA PSICANALÍTICA

Escala de Comunicações entre Pai e Filho, segundo A MÃE.

ERICH FROMM WORLD UNIVERSITY MIESPERANZA INTERNATIONAL

ITEM                                                                                         FREQUÊNCIA MÉDIA 
 NuncaUma vez por anoUma vez por mêsUma vez por semanaVárias vezes por semanaTodo Dia
VOCÊ……..      
1 Dá carinho ao seu filho?    4010
2 Expõe sentimentos positivos em relação às atitudes de seu filho?  4010  
3 Estabelece limites ao seu filho?    3020
4 Mantem dialogo com seu filho?    2020
5 Proporciona ajuda ao seu filho quando precisa?    2030
6  Pergunta para seu filho sobre aspectos do dia a dia?    4010
7 Expressa suas opiniões a seu filho?    4010
8 Enaltece seu Filho?      
9  Indaga seu filho sobre o que aconteceu na escola?    50 
10 Você promete algo a seu filho e cumpre a promessa?  4010  
11 Expressa seus sentimentos negativos às atitudes de seu filho?   301010
12  Inquire seu filho sobre seus amigos?   4010 
  SEU FILHO………….        
1 Busca conversar com você?    4010
2 Dá carinho (abraços, beijos)?    2030
3 Expõe as coisas boas e ruins ocorridas com ele em relação aos amigos?    1040
4 Diz as coisas boas e ruins ocorridas com ele em relação a escola?   301010
5 Solicita que você faça algo por ele?      40    10 
6 Faz perguntas referentes seu dia a dia?   4010 
7 Faz elogios a Você?  4010  
8 Pede para que você ajude em alguma atividade (Acadêmica ou não)?  4010  
9 Expressa Desejos e Preferencias, dando razões para suas ações e posições?     301010
10 Desafia suas regras(Desobediência)?   301010  

[1] Ana Claudia Ferreira de Oliveira é Psicóloga Clínica, Psicoterapeuta Psicanalista e Advogada em São Paulo/Brasil. Colunista e colaboradora em temas de qualidade de vida, saúde, comportamento e educação do jornal ´Folha da Cidade´ e Rádio ´Nova Regional FM´, ambos do interior de São Paulo, 2007. Disponível em:<http://www. psicologia.pt/artigo s/ver_opiniao.php? codigo=aop0092> Acesso 10 ag. 2018.

[2] ABERASTURY, A. Grupos de Orientação de mães. In: ABERASTURY, A. Psicanálise da Criança teoria e técnica. 5. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987. p. 249 â 265. 3    CALLIGARIS C. A adolescência. São Paulo: Publifolha, 2000.   

[3] CALLIGARIS C, 2000.   

[4] MOREIRA, Jacqueline de Oliveira; BORGES, Adriana Araújo Pereira. A castração e seus destinos na construção da paternidade. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pc/v22n2/06.pdf> Acesso: 13 set. 2019.

[5] FILHO, João Gualberto Teixeira de Carvalho e CHAVES. Wilson Camilo. A Acepção de Família na Teoria Psicanalítica: Sigmund Freud, Melaine Klein e Jacques Lacan. Barbarói, Santa Cruz do Sul, N.41, p.<100-118>, jul. /dez. 2014.

[6] LACAN, J. O seminário, livro 17: o avesso da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1992.

[7] SALLES, Leila Maria Ferreira. Infância e adolescência na sociedade contemporânea: alguns apontamentos. Departamento de Educação, Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista. Av. 24 A, n.1515, Bela Vista, 13506–900, Rio Claro, SP, Brasil. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-166X2005000100005> Acesso: 10 set. 2018.

[8] SALLES, Leila Maria Ferreira. Infância e adolescência na sociedade contemporânea: alguns apontamentos. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103166X2005000100005> Acesso: 10 set. 2018

[9] SALLES, Leila Maria Ferreira. Disponível em:<http://www .scielo.b r/scielo. php?script=sci_artte xt&pid=S0103-166X2005000100005> Acesso: 10 set. 2018.

[10] CUNHA, M.V. (1997). A desqualificação da família para educar. Cadernos de Pesquisa, 102, 46– 64.         

[11] Cunha, M.V. (1997), pp. 46–64.         

[12] Lasch, C. (1991). Refúgio num mundo sem coração. A família: santuário ou instituição sitiada? (p.139). Rio de Janeiro: Paz e Terra.

[13] Lasch, C. (1991), p.139. 

[14] SALLES, Leila Maria Ferreira. Infância e adolescência na sociedade contemporânea: alguns apontamentos. Departamento de Educação, Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista. Av. 24 A, n.1515, Bela Vista, 13506–900, Rio Claro, SP, Brasil. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-166X2005000100005> Acesso: 10 set. 2018

[15] CUNHA, M.V. A desqualificação da família para educar. Cadernos de Pesquisa, 1997.

[16] LASCH, C. (1991), p.139. 

[17] SALLES, Leila Maria Ferreira. Disponível em:< http://www.scielo.br/scielo.php ?script=sc i_arttext&pid=S0103-166X2005000100005> Acesso: 10 set. 2018.

[18] CASTRO, L.R. Infância e adolescência na cultura do consumo. Rio de Janeiro: Nau, 1998.  20  CASTRO, L.R., 1998.

[19] CASTRO, L.R., 1998.

[20] OLIVEIRA,Ana Claudia Ferreira de. A delicada relação entre pais e filhos.Psicóloga Clínica, Psicoterapeuta Psicanalista e Advogada em São Paulo/Brasil. Colunista e colaboradora em temas de qualidade de vida, saúde, comportamento e educação do jornal ´Folha da Cidade´ e Rádio ´Nova Regional FM´, ambos do interior de São Paulo,2007, Disponível em:<http://www. psicologia.pt/artigos/ver_opiniao.php?codigo=aop0092> Acesso: 18 ag. 2018.

[21] Ariès, P. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: Zahar editores,1978. 24  Ariès, P.1978.

[22] OLIVEIRA,Ana Claudia Ferreira de. A delicada relação entre pais e filhos. Psicóloga Clínica, Psicoterapeuta Psicanalista e Advogada em São Paulo/Brasil. Colunista e colaboradora em temas de qualidade de vida, saúde, comportamento e educação do jornal ´Folha da Cidade´ e Rádio ´Nova Regional FM´, ambos do interior de São Paulo,2007. Disponível em:<http://www.psicologia.pt/artigos/ver_opiniao.php?codigo=aop0092> Acesso: 18 ag. 2018.

[23] Áries P. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1981.

[24] GROSSMAN, Eloisa. A construção do conceito de adolescência no Ocidente. Revista Oficial do Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente / UERJ Vol. 7 nº 3 – Jul/Set – 2010. 32   GROSSMAN, 2010.

[25] GROSSMAN, Eloisa. A construção do conceito de adolescência no Ocidente. Revista Oficial do Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente / UERJ Vol. 7 nº 3 – Jul/Set – 2010.

[26] GROSSMAN, 2010.

[27] CALLIGARIS C. A adolescência. São Paulo: Publifolha, 2000.   

[28] BIRMAN, J. Tatuando o desamparo. In: Cardoso, M.R. Adolescentes. São Paulo: Escuta, 2006.

[29] Há a crença de que um é parte do corpo do outro. O bebê depende totalmente da mãe. A partir de Lacan, utilizamos o termo função materna para diferenciar a pessoa mãe biológica e aquele que assume esta posição maternal, pois para a Psicanálise o indivíduo é sempre revelado a partir de uma posição.

[30] Lacan, 1999, p. 232.

[31] De acordo com Freud, o Ideal de eu é o que resta da formação do superego na relação com o mundo. É a maneira ideal que o sujeito acredita que deva responder ao mundo, como se este lhe obrigasse a algo.

[32] SOUZA, Elizandra. A Linguagem e seus efeitos na constituição do sujeito. III Simpósio Nacional Discurso, Identidade e Sociedade (III SIDIS) Dilemas e Desafios na Contemporaneidade. Disponível em: <https://www.iel.unicamp.br/sidis/anais/pdf/SOUZA_ELIZANDRA.pdf> Acesso: 12 ag. 2018.

[33] Lacan, J. (1998a). O estádio do espelho como formador da função do eu. In J. Lacan, Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar p. 280.

[34] SOUZA, Elizandra. A Linguagem e seus efeitos na constituição do sujeito. III Simpósio Nacional Discurso, Identidade e Sociedade (III SIDIS) Dilemas e Desafios na Contemporaneidade. Disponível em: <https://www.iel.unicamp.br/sidis/anais/pdf/SOUZA_ELIZANDRA.pdf> Acesso: 12 ag. 2018.

[35] LACADÉE, Philippe. A Clínica da Língua e do Ato nos Adolescentes. Disponível em: http://www8.tjmg.jus.br/presidencia/programanovosrumos/pai_pj/revista/edicao02/7.pdf> Acesso: 28 jan. 2019.

[36] LACADÉE, Philippe. Acesso: 28 jan. 2019.

[37] Lacadée, Philippe. Acesso: 28 jan. 2019.

[38] Esse S2, chamado por Lacan o “Saber”, constitui um dos desafios fundamentais do questionamento da adolescência. Esse par ordenado S1-S2 é igualmente o que chamamos “a língua elevada”.

[39] FONSECA, Alexandre Barbosa da, JÚNIOR, Marinaldo Barbosa dos Santos, DUARTE, Paula Fernanda Alves, DELEVATI, Dalnei. Psicanálise e as Relações Objetais. Cadernos de Graduação – Ciências Biológicas e da Saúde. Maceió, v. 1, n.3, p. 57-66, nov. 2013.

[40] FONSECA, 2013.  49   FONSECA, 2013.

[41] Freud, S. (1989). O eu e o isso. In S. Freud, Obras completas de Sigmund Freud (Vol. 19, pp. 166). Buenos Aires: Amorrortu. (Trabalho original publicado em 1923)

[42] Processo pelo qual a energia libidinal disponível na psique é vinculada à representação mental de uma pessoa, ideia ou coisa ou investida nesses mesmos conceitos. Juntamente com o conceito de libido, Sigmund Freud dedicou-se a definir a catexia. ROUDINESCO, E. & PLON, M (1998).

[43] FONSECA,2013.

[44] Freud, S. Os instintos e suas vicissitudes. Ed. standard das obras de Freud. 1915, v. 14.1913). Completas de Sigmund Freud. (V. VII, p. 117-230). Rio de Janeiro: Imago. 1976. (Texto original publicado em 1905).

[45] PIZZUTI, Jaqueline Machado Pizutti. A Constituição do Sujeito na Psicanálise. Ijuí, RS. 2012, p.7. 55  PIZZUTI,2012, p.8. 56  PIZZUTI,2012, p.9.

[46] Lacan,1999, p. 96.

[47] Freud, S. Os instintos e suas vicissitudes. Ed. standard das obras de Freud. 1915, v. 14.1913). Completas de Sigmund Freud. (V. VII, p. 117-230). Rio de Janeiro: Imago. 1976. (Texto original publicado em 1905).

[48] Lacan,1999, p. 195.

[49] Lacan, 1994, p. 200. 

[50] Lacan, 1994, p. 200.

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[65] Freud, S. Cartas de Freud a Fliess Carta 69. [Viena, 21 de setembro de 1897].

[66] SENNA, BAR, Alba; Clara; GOMES, Marcia Gaspar; GUILHON, Margarida; KUPFERBERG, Marylink. O pai na psicanálise.  Primórdios-CPRJ, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 91-116, 2010. Disponível em: < http://cprj.com.br/primordios/91-116_o_pai_na_psicanalise.pdf> Acesso: 30 jan. 2019.

[67] SENNA, 2010. p. 91-116.

[68] SENNA, et al. 2010(1900),

[69] Patria potestas, (latim: “poder de um pai”), no direito da família romana, poder que o chefe masculino de uma família exercia sobre seus filhos e seus descendentes mais remotos na linhagem masculina, qualquer que fosse sua idade, bem como sobre aqueles trazido para a família por adoção. Esse poder significava originalmente não apenas que ele tinha controle sobre as pessoas de seus filhos, chegando mesmo a ter o direito de infligir pena de morte, mas que ele sozinho tinha quaisquer direitos no direito privado. Assim, as aquisições de uma criança tornaramse propriedade do pai. Fonte: Enciclopédia Britânica,2018. Disponível em:< www.britannica.com>. Acesso: 20 set. 2018.

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[71] SENNA, et al. 2010

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[74] Imagem idealizada de alguém que se forma no inconsciente, durante a infância, sendo mantida com o mesmo aspecto e conservada da mesma forma durante a vida adulta; Lembrança de alguém, carregada de valor afetivo, idealizada na infância. Fonte: Dicionário Online da língua Portuguesa. Disponível em:< https://www.dicio.com.br/imago/> Acesso: 24 set. 2018.

[75] FILHO e CHAVES 2014, p.108.

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[78] Lacan, Jacques. O mito individual do Neurótico (1952-1953/2008) Tradução: Claudia Berliner Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008 93  FILHO e CHAVES 2014, p.109.

[79] FILHO e CHAVES 2014, p.109

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[81] CHAVES, W. C., 2002.

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[85] ALENCAR, M. L. de. & MORAES, R. C. P .2017.   

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[89] Klein, 1952/1991, p.73.

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[92] Klein, (1927a) “Simpósio sobre análise de crianças”, p.164-196 p.182.

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[100] FREITAS, Leandra Castro Carrera. 2006. 

[101] Freud, S. (1980). Dois verbetes de enciclopédia. A teoria da libido. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, trad., Vol. 18, pp. 285-312). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1923a), p. 17). 118  Freud, 1908/1980, p. 220.

[102] FREITAS, Leandra Castro Carrera. 2006.

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[108] Freud, S. ”Sexualidade feminina” (1931).

[109] Freud, S. (1980). A negativa. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, trad., Vol. 19, pp. 293-300). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1925).

[110] Freud, S. Sexualidade Feminina (1931) vol. XXI

[111] Freud, S. Sexualidade Feminina (1931) vol. XXI

[112] RUBIM, Luiza; SOUZA, Carolina Apolinário de. Complexo de Édipo Feminino. Laboratório de Ensino. Disponível em:<http://www.isepol.com/laboratorio/disciplinas/laboratorio1/disc2_edipo feminino.html> Acesso: 12 jan. 2019.

[113] RUBIM; SOUZA. Disponível em:<http://www. isepol.com/laboratorio/disciplinas/laboratorio1/dis c2_edipo feminino.html> Acesso: 12 jan. 2019.

[114] RUBIM; SOUZA. Disponível em:<http://www.isepol.com/laboratorio/disciplinas/laboratorio1 /disc2 _ edipo feminino.html> Acesso: 12 jan. 2019.

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[135] Devido ao desmoronamento da consistência parental imaginária do Outro e à modificação da imagem do corpo, a identificação especular vacila, devendo ser reformulada, a partir de uma posição nova, onde o Outro e o objeto têm um novo valor psíquico.  Por um lado, esta apropriação explica os conflitos entre o adolescente e seus pais: a imagem que ele lhes “dá”, o tom que ele “toma” para se dirigir a eles perturbam o que a infância havia organizado do laço familiar. “Olhe para você”, “Escute-se” estas censuras que, às vezes, os adultos lançam ao adolescente traduzem bem, involuntariamente, o que está em jogo. (ROTILI,2012, p.26).

[136] FARIAS, Patrícia Cardozo de. Pai e Filho: Uma Relação de Afeto. Florianópolis, 2000. Disponível em: < Http://Tcc.Bu.Ufsc.Br/Ssocial289143.Pdf> Acesso: 7 fev. 2019.

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[153] LAW, e HARRIS,2005, p.156.

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Tese submetido à ERICH FROMM WORLD UNIVERSITY, para obtenção do grau de Doutorado em Psicanálise Contemporânea. Linha de Pesquisa: Freud e a psicanálise do século XXI