REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12668946
Adha Carolina Maraskin¹,
Gladséia Lindner Spazzini²,
Elisangela Draghetti Schuh³,
Meire Adriana Mueller4,
Dayana Carla Cagliari Klein5
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo falar sobre a importância das TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação, qual as formas que elas auxiliam no desenvolvimento e aprendizado dos alunos. É perceptível que essas tecnologias, ao longo do tempo, não apenas revolucionaram a maneira como as informações são compartilhadas e acessadas, mas também exerceram uma influência profunda na forma como indivíduos e comunidades interagem e aprendem. Ao moldar as dinâmicas sociais e educacionais, as TICs têm se estabelecido como agentes transformadores, redefinindo os processos de ensino e aprendizagem. Além disso, o estudo ressalta os benefícios já demonstrados da incorporação das TIC no processo de aprendizagem, destacando a relevância de identificar tais vantagens no contexto do quinto ano em Santa Helena. A falta de um diagnóstico específico para este nível de ensino dificulta a identificação desses benefícios e a formulação de práticas pedagógicas eficazes que tirem máximo proveito das TIC. As contribuições deste estudo incluem a possibilidade de aprimorar a qualidade da educação no município de Santa Helena, estado do Paraná, permitindo que os educadores e leitores da pesquisa reflitam sobre as propostas que envolvem as TIC presentes nos materiais didáticos, ou sua ausência. Além disso, pode contribuir para o desenvolvimento profissional dos educadores, encorajando-os a integrar as TIC de maneira mais eficaz para aprimorar o processo de aprendizagem dos alunos.
Palavras- Chaves: Comparação. Estudo. Análise. Educação.
INTRODUÇÃO
As Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) representam um vasto e diversificado conjunto de recursos tecnológicos que não apenas possibilitam a produção, acesso e disseminação de informações, mas também facilitam a interação entre indivíduos em uma ampla gama de contextos e situações. Com o avanço contínuo da tecnologia, novas ferramentas e plataformas têm surgido, transformando-se em instrumentos essenciais na propagação do conhecimento e na promoção de conexões entre pessoas, ultrapassando as barreiras geográficas e temporais que, anteriormente, limitavam essa comunicação.
Os livros didáticos desempenham um papel crucial no contexto escolar, muitas vezes representando um dos principais recursos disponíveis para professores e alunos. Em muitas escolas, especialmente aquelas com recursos limitados, o livro didático é uma fonte essencial de conhecimento e orientação, fornecendo informações fundamentais sobre os conteúdos curriculares e servindo como base para as atividades de ensino. Além disso, os livros didáticos têm o potencial de padronizar o ensino, garantindo uma base comum de conhecimento e habilidades para todos os alunos, independentemente de suas origens socioeconômicas. Dessa forma, a qualidade e a estrutura do livro didático são de extrema importância, pois ele precisa ser claro, objetivo e bem organizado, de modo a facilitar a compreensão e a assimilação dos conteúdos pelos alunos.
A implementação das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) na educação enfrenta uma série de desafios que podem impactar sua efetividade e aceitação. Entre esses desafios, destaca-se a questão da disponibilidade de recursos financeiros adequados. A aquisição e manutenção da infraestrutura tecnológica necessária, incluindo dispositivos, software e conectividade à internet, demanda investimentos significativos, os quais nem sempre estão disponíveis nas instituições educacionais, especialmente em regiões com recursos limitados.
Diante disso o estudo aqui descrito, propõe uma análise dos materiais didáticos utilizados no quinto ano do ensino fundamental em Santa Helena, Paraná, ao longo do triênio 2023-2026, com ênfase na incorporação das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). A justificativa enfatiza a importância dessa investigação devido aos desafios complexos associados à efetiva integração das TIC na educação, especialmente em níveis de ensino específicos, como o quinto ano. A ausência de diretrizes claras e estratégias adaptadas para este contexto local representa uma lacuna que requer abordagem.
A integração das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) nos livros didáticos de Ciências do quinto ano do ensino fundamental no município de Santa Helena, Paraná, durante o período de 2023-2026, é um aspecto crucial para o avanço da educação. Contudo, a falta de uma abordagem adequada para incorporar essas tecnologias pode resultar em sérias consequências para o processo de aprendizagem dos alunos. A ausência de integração das TIC nos materiais didáticos pode limitar o acesso dos estudantes a recursos educacionais modernos, comprometendo seu desenvolvimento cognitivo e habilidades digitais, o que os coloca em desvantagem no mundo contemporâneo cada vez mais digitalizado. Sousa (2016) contribui que “As TICs são ferramentas que podem ser associadas ao ensino-aprendizagem, ampliando as possibilidades pedagógicas, pois “possibilitam o armazenamento, distribuição e acesso às informações independentemente do local onde estejam situados professor e aluno” (Sousa, 2016 p.20 ).
Além disso, a não inclusão adequada das TIC nos livros didáticos de Ciências do quinto ano pode afetar a qualidade do ensino e a eficácia das aulas ministradas pelos professores. Sem acesso a recursos digitais relevantes e atualizados, os educadores podem enfrentar dificuldades em engajar os alunos e tornar as aulas mais dinâmicas e interativas. Isso pode levar a um ambiente de aprendizado desmotivador, no qual os estudantes não conseguem desenvolver plenamente suas habilidades e competências necessárias para enfrentar os desafios futuros. Sousa (2016) salienta que ao incorporar as TICs em sua metodologia “isso não significa, porém, que o docente deva abandonar as antigas metodologias, mas sim incorporar essas novas ferramentas para facilitar e enriquecer o aprendizado, visto que, neste século, o perfil dos alunos e as demandas do mercado de trabalho estão em constante mudança.” (Sousa, 2016 p.20 ).
A pesquisa sobre a integração das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) nos livros didáticos de Ciências do quinto ano do ensino fundamental, fornecidos por três editoras participantes do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) do Brasil no período de 2023-2026, é crucial devido a diversas causas que levam a essa problemática. Primeiramente, as TIC desempenham um papel fundamental no contexto educacional contemporâneo, proporcionando recursos interativos e atualizados que podem enriquecer o processo de ensino-aprendizagem. No entanto, a falta de integração adequada dessas tecnologias nos materiais didáticos pode resultar em uma desconexão entre o conteúdo apresentado nos livros e as necessidades dos alunos, comprometendo assim a eficácia do ensino.
Apontamos como ponto crucial, a identificação da presença e a forma como que se estabelece a perspectiva de interação entre o leitor e o livro didático, a partir do uso das TDIC. Dessa forma, os autores identificaram dois tipos de interação: interna (a partir do uso do livro, por meio de símbolos gráficas, imagens com ou sem uso prático e textos escritos) e a externa (sem o uso do livro, por meio de referências externas como links para web sites, livros, filmes, e também pela realização de atividades práticas). Assim, cada uma dessas interações identificadas tinham um objetivo claro, sendo que a interna visa desenvolver o conhecimento através da leitura e visualização no próprio livro didático; e a externa, através de buscas ou atividades fora do livro, embora seja orientada por este. (Sobrinho Júnior & Mesquita, 2022 p.128)
Além disso, a ausência ou insuficiência de integração das TIC nos livros didáticos de Ciências do quinto ano pode ser atribuída a uma possível falta de atualização por parte das editoras. Com o rápido avanço tecnológico, é essencial que os materiais educacionais acompanhem essas mudanças para fornecer uma experiência de aprendizagem relevante e envolvente. No entanto, a falta de investimento em pesquisa e desenvolvimento por parte das editoras pode resultar em livros desatualizados e incapazes de atender às demandas educacionais contemporâneas, perpetuando assim a defasagem tecnológica nas salas de aula. Pereira destaca em seu estudo que:
A inserção dos recursos tecnológicos na sala de aula requer um planejamento de como introduzir adequadamente as TICs para facilitar o processo didático-pedagógico da escola, buscando aprendizagens significativas e a melhoria dos indicadores de desempenho do sistema educacional como um todo, onde as tecnologias sejam empregadas de forma eficiente e eficaz.(Pereira, 2016 p.05).
Assim, a BNCC (2017) propõe que o ensino, esteja relacionado a situações didáticas que permitem ao estudante reavaliar seus conhecimentos e adequá-los aos saberes científicos, promovendo situações em que os alunos possam: observar o mundo a sua volta e questioná-lo, planejar e executar atividades como experimentos e leituras, elaborar explicações, resolver problemas cotidianos por meio de ferramentas e conhecimentos diversificados, apresentar dados e resultados de investigação, participar de discussões cientificas com professores e a comunidade em geral, bem como desenvolver ações para melhorar a qualidade de sua própria vida e de toda a sociedade.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) já destacava em seu artigo primeiro sobre a educação nos diversos meios sociais:
A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais (BRASIL, 1996 p.01).
Neste sentido, é crucial fomentar um ensino voltado para a tecnologia, pois vivemos em uma era onde a tecnologia está presente em todos os aspectos de nossas vidas. Um ensino entusiasmado e eficaz nesse sentido pode abrir portas para o futuro dos alunos, capacitando-os a entender e utilizar ferramentas tecnológicas de forma criativa e produtiva. Além disso, ao integrar a tecnologia ao processo de aprendizagem, os alunos podem desenvolver habilidades e competências essenciais para o seu futuro, como pensamento crítico, resolução de problemas, colaboração e comunicação.
Ao tornar o ensino de tecnologia empolgante e relevante, os educadores podem inspirar os alunos a explorar novos horizontes, estimulando sua curiosidade e motivando-os a buscar conhecimento além da sala de aula. Dessa forma, investir em um ensino voltado para a tecnologia não apenas prepara os alunos para os desafios da atualidade, mas também os capacita a se tornarem agentes de mudança e inovação em suas comunidades e no mundo.
O que importa fomentar, e desde o início da escolaridade, é a curiosidade natural dos alunos e o seu entusiasmo pela Ciência/Tecnologia e, para tal, uma perspectiva sistêmica do conhecimento é a mais indicada. Em particular, para os mais novos, trata-se de explorar os seus saberes do dia a dia como ponto de partida, já que é por aí que os alunos mais facilmente podem reconhecer os contextos e história pessoal a que eventualmente estão ligados e, consequentemente, aumentar a sua motivação. Trata-se pois de contextualizar e humanizar a Ciência escolar (não confundir com banalizar) para que mais facilmente e mais cedo se desperte o gosto pelo seu estudo. Uma tal abordagem implica uma disponibilidade científica acrescida por parte dos professores.(Cachapuz et al., 2004 p.368)
Neste sentido, Albuquerque & Ferreira (2019) descrevem sucintamente como ocorre o funcionamento do programa que rege a avaliação dos livros didáticos no Brasil:
Os livros inscritos no programa passaram a ser submetidos a um trabalho de análise e avaliação pedagógica, realizado por um grupo de pesquisadores e professores de instituições universitárias e de redes públicas de ensino, aos quais cabe a tarefa de estabelecer critérios, julgar a qualidade e recomendar/excluir os manuais didáticos a serem usados no Ensino Fundamental. Os livros didáticos são avaliados a cada três anos e, aqueles recomendados para serem usados pelos professores, passam a compor o Guia de Livros Didáticos, que auxiliam os docentes na escolha dos livros. (Albuquerque & Ferreira, 2019, p.252)
Entretanto, alguns autores criticam a elaboração e avaliação dos livros didáticos disponibilizados para as redes de ensino. De encontro a isso, Munakata (2012) destaca:
No Brasil, a relação entre o Estado e o mercado de livros didáticos é, atualmente, mediada pelo Programa Nacional de Livro Didático (PNLD), criado em 1985, pelo qual o governo compra os livros solicitados pelos professores para serem distribuídos a todos os alunos das escolas públicas. É esse Programa o responsável pelas cifras astronômicas, apresentadas acima. A partir de 1996, instituiu-se a avaliação prévia, pela qual os livros didáticos inscritos no Programa passaram a ser examinados por especialistas. Somente os livros que obtivessem o parecer favorável poderiam ser escolhidos pelos professores. Não é impossível que tal situação tenha incentivado a produção de livros direcionada não diretamente aos professores e aos alunos, mas aos avaliadores, geralmente recrutados da universidade e, segundo a crítica corrente, nem sempre habituados às práticas de sala de aula (Munakata, 2012 p. 61)
Diante do que nos expõe o autor supracitado faz-se necessário a análise de materiais didáticos como livros utilizados para ensino no meio escolar, visto que muitas vezes se conteúdo é voltado para avaliadores ao invés de estar condizente com a realidade das salas de aula.
Atualmente, os professores e estudantes têm acesso a uma vasta gama de recursos educacionais, que vão muito além dos tradicionais livros didáticos. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) incentivam os educadores a utilizarem uma abordagem diversificada, integrando materiais como jornais, revistas, computadores e filmes nas práticas de ensino.
MÉTODOS E RESULTADOS OBTIDOS
Foram selecionados três livros de ciências que são disponibilizados para escolha na rede municipal de ensino, sendo eles: “Bem-me-quer”, “Da escola para o mundo”, “Eu gosto de ciências”. O livro “Bem-me-quer” é uma produção da Editora Brasil, escrito por Katia Mantovani formada em ciências biológicas. Foi editado e produzido em São Paulo no ano de 2021. O livro da coleção “Da escola para o mundo” é uma produção da Editora Scipione escrito por Vivian Lavander Mendonça e Tereza Costa, ambas bacharéis e licenciadas em Ciências biológicas. É a primeira edição, produzida em São Paulo no ano de 2021. O livro “Eu gosto de ciências” é uma produção da Editora Praxis. Dos autores Cesar da Silva Júnior, Sezar Sasson, Paulo Sérgio Bedaque Sanches, Sonelise Auxiliadora Cizoto, Débora Cristina de Assis Godoy. Todos com formações variadas como: Ciências biológicas, Física, Pedagogia e História. A obra é do ano de 2021, primeira edição na cidade de São Paulo.
Realizou-se observação minuciosa das atividades propostas nos livros e sua relação com as TIC. Cada livro selecionado foi examinado detalhadamente para identificar as atividades propostas relacionadas às tecnologias da informação e comunicação (TICs). Foi verificado como essas atividades são apresentadas, quais recursos são utilizados e como são integrados ao conteúdo pedagógico.
Com base na análise dos dados, serão tiradas conclusões sobre a presença e impacto das TICs nos materiais didáticos e sua relevância para o aprimoramento da qualidade da educação. Após serão propostas reflexões sobre práticas pedagógicas que possam promover uma integração mais efetiva das TICs no ensino fundamental, levando em consideração as características e necessidades específicas da comunidade escolar. Essas etapas detalhadas garantirão uma abordagem sistemática e rigorosa da pesquisa, permitindo uma análise aprofundada da incorporação e eficácia das TICs nos livros didáticos e nas aulas do quinto ano do ensino fundamental em Santa Helena, Paraná.
Para o desenvolvimento da análise do livro didático será estabelecido algumas categorias de análise, sendo elas: 1- Identificação das TIC presentes nos livros, 2- abordagem pedagógica está sugerida na TIC, 3- contextualização da TIC na temática, 4- interatividade da TIC com os alunos, 5- acessibilidade da TIC aos estudantes, 6- qualidade do conteúdo, 7- métodos avaliativos ou devolutiva ao estudante.
No que diz respeito a primeira categoria de análise, Identificação das TIC presentes nos livros, será identificado em cada um dos livros e quantificado as propostas em que as TICs aparecem como sugestão de uso ou estão envolvidas na temática abordada. Foi considerado como TIC: Hardware (todos os dispositivos físicos utilizados para processar, armazenar e transmitir informações, como computadores, tablets, smartphones, câmeras digitais, etc.), software (programas e aplicativos utilizados para realizar diversas tarefas, como processamento de texto, edição de imagem e vídeo, simulações científicas e outro.), internet: (rede global que permite o acesso a de informações e recursos, incluindo websites, plataformas de aprendizagem online, ferramentas de busca, etc.), recursos digitais educacionais: (materiais educativos desenvolvidos especificamente para serem utilizados em ambientes digitais, como vídeos, animações, jogos e simulações interativas.), comunicação online (ferramentas e plataformas utilizadas para comunicação em tempo real, como e-mail, mensagens instantâneas, videoconferências, fóruns online, redes sociais.), plataformas de ensino e aprendizagem (sistemas online projetados para facilitar a entrega de conteúdo educacional, interação entre alunos e professores.),tecnologias de laboratório (equipamentos e softwares utilizados em laboratórios para realizar experimentos científicos, como sensores, medidores digitais, software de análise de dados, etc.)
Na segunda categoria de análise, abordagem pedagógica está sugerida na TIC, foi analisado como as TIC são incorporadas ao conteúdo didático. Verificando se são utilizadas como ferramentas de apoio à aprendizagem, como fontes de informação, para interação entre o grupo ou para práticas experimentais. No que tange a terceira categoria, contextualização da TIC na temática, foi observado em que contexto as TIC são utilizadas. Perguntando-se se elas são integradas de forma contextualizada, relacionando-se com os conteúdos científicos apresentados, ou são utilizadas de forma isolada a temática estudada.
Na quarta categoria, interatividade da TIC com os alunos, avaliou-se o nível de interatividade proporcionado pelas TIC, perguntando-se de os recursos permitem a participação ativa dos alunos, como protagonistas na utilização da TIC ou são apenas espectadores. A quinta categoria, acessibilidade da TIC aos estudantes, Verificou se a TIC é acessível a todos os alunos e a escola. Isso incluiu considerar aspectos como disponibilidade de equipamentos, acesso à internet e adequação para alunos com necessidades especiais.
A sexta categoria, qualidade do conteúdo, analisou a qualidade e das informações fornecidas por meio das TIC, verificando se estão alinhadas com os padrões científicos e se são atualizadas. Por fim a sétima categoria, métodos avaliativos ou devolutiva ao estudante, observou se as TIC são utilizadas para fornecem uma devolutiva ao aprendizado do aluno ou avalia o seu progresso de aprendizagem.
Após coletar dados sobre a presença e eficácia das TICs nos livros didáticos do quinto ano foi utilizado procedimentos específicos de análise qualitativa. Esta análise foi conduzida por meio de um protocolo de observação que considerou sete categorias estabelecidas previamente. Essas categorias incluíram itens relacionados à presença e abordagem das TICs nas atividades propostas nos livros, bem como à qualidade e adequação dessas propostas aos objetivos educacionais.
Os dados coletados foram organizados em categorias relevantes, como a frequência e a qualidade das atividades relacionadas às TICs em cada livro didático, e a possibilidade de implementação em sala de aula considerando a realidade local. O quadro de análise das categorias está apresentado nos apêndices, juntamente com a maneira de classificação de cada categoria.
Após a realização da análise dos três livros de ciências supracitados os dados foram tabulados em quadros de modo a permitir a melhor visualização dos resultados obtidos. Cada quadro comtemplou a análise de: página, tipo de abordagem, contextualização, interação, acessibilidade, qualidade e avaliação.
O livro “Bem-me-quer mais” apresentou 10 propostas que envolviam TIC, os resultados podem ser conferidos no quadro 1.
Quadro 1 – Análise do livro: “Bem-me-quer mais”
N* | TIC – página | Tipo de abordagem | Contextualização | Interativo | Acessível | Qualidade | Avaliação |
30 | FFA e FI | Sim | Não | Sim | Sim | Não | |
46 | FFA e FI | Sim | Não | Parcial | Parcial | Não | |
62 | FFA e FI | Sim | Não | Parcial | Parcial | Não | |
103 | FFA | Parcial | Parcial | Sim | sim | Sim | |
108 | FFA e FI | Sim | Não | Sim | Parcial | Não | |
128 | FFA e FI | Sim | Não | Sim | Parcial | Não | |
146 | FFA e FI | Sim | Não | Sim | Sim | Não | |
146 | FFA e FI | Sim | Não | Sim | Sim | Não | |
172 | FFA e FI | Sim | Não | Sim | Sim | Não | |
172 | FFA e FI | Sim | Não | Sim | Sim | Não |
O livro “Eu gosto de ciências” apresentou 8 propostas que envolviam TIC, os resultados podem ser conferidos no quadro 2.
Quadro 2 – análise do livro: “Eu gosto de ciências”
N* | TIC – página | Tipo de abordagem | Contextualização | Interativo | Acessível | Qualidade | Avaliação |
31 | FI | Sim | Não | Parcial | Sim | Não | |
45 | FAA e FI | Sim | Não | Sim | Sim | Não | |
61 | FAA e FI | Sim | Não | Sim | Sim | Não | |
85 | FAA e FI | Sim | Não | Sim | Sim | Não | |
101 | FAA e FI | Sim | Não | Sim | Sim | Não | |
119 | FAA , FI e PE | Sim | Sim | Sim | Sim | Sim | |
157 | FAA e FI | Sim | Parcial | Sim | Sim | Não | |
171 | FAA e FI | Sim | Não | Sim | Sim | Não |
O livro “Da escola para o mundo” apresentou 3 propostas que envolviam TIC, os resultados podem ser conferidos no quadro 3.
Quadro 3 – Análise do livro: “Da escola para o mundo”.
N* | TIC – página | Tipo de abordagem | Contextualização | Interativo | Acessível | Qualidade | Avaliação |
86 | FAA | Sim | Sim | Sim | Sim | Sim | |
95 | FAA e FI | Sim | Não | Sim | Sim | Não | |
167 | IG e PE | Sim | Sim | Sim | Sim | Sim |
Todos esses resultados são analisados e apresentados em gráficos e tabelas posteriormente, possibilitando a discussão a respeito do que foi obtidos pela análise dos livros de ciências disponibilizados ao quinto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Assim, é fundamental reconhecer que as TICs não são apenas ferramentas tecnológicas, mas sim catalisadores de mudanças sociais e educacionais, proporcionando novas oportunidades e desafios que permeiam os mais variados aspectos da vida contemporânea. Neste contexto, torna-se imprescindível analisar de maneira abrangente e detalhada o papel desempenhado por essas tecnologias, especialmente no âmbito educacional, visando compreender como elas têm sido integradas e exploradas.
Destaca-se assim que é fundamental que o aluno precisa assumir o papel de protagonista em seu próprio processo de aprendizagem e se sinta integrado ao ambiente educacional. Quando os estudantes estão ativamente envolvidos em sua própria educação, tornam-se mais motivados, engajados e responsáveis pelo seu progresso acadêmico. Isso implica não apenas em receber informações passivamente, mas em participar ativamente das atividades de aprendizagem, questionar, explorar e aplicar o conhecimento de maneira significativa em sua vida cotidiana.
REFERÊNCIAS
Albuquerque, E. B. C. de, & Ferreira, A. T. B. (2019). Programa nacional de livro didático (PNLD): mudanças nos livros de alfabetização e os usos que os professores fazem desse recurso em sala de aula. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas Em Educação, 27(103), 250–270. https://doi.org/10.1590/s0104-40362019002701617
BRASIL. (1996). _ Diário Oficial. Ministério de Educação e Cultura. LDB – Lei No 9394/96., 248.
Cachapuz, A., Praia, J., & Jorge, M. (2004). Da educação em ciência às orientações para o ensino das ciências: um repensar epistemológico. Ciência & Educação (Bauru), 10(3), 363–381. https://doi.org/10.1590/s1516-73132004000300005
Munakata, K. (2012). O livro didático como mercadoria. Pro-Posições, 23(3), 51–66. https://doi.org/10.1590/s0103-73072012000300004
Pereira, B. T. (2016). Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação. Revista Cesumar – Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, 20(2), 1–25. http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1381-8.pdf
Sobrinho Júnior, J. F., & Mesquita, N. A. D. S. (2022). Perspectivas quanto a presença das tecnologias digitais nos livros didáticos de ciências do Plano Nacional do Livro Didático – PNLD 2020. Amazônia: Revista de Educação Em Ciências e Matemáticas, 18(40), 123–139. https://doi.org/10.18542/amazrecm.v18i40.11664
Sousa, L. C. (2016). A TIC na educação: Uma grande aliada no aumento da aprendizagem no brasil. Revista Eixo, 5(1), 19–25. http://revistaeixo.ifb.edu.br/index.php/RevistaEixo/article/view/315%0Ahttps://doi.org/10.19123/eixo.v5i1.315