A CONDUTA DO ENFERMEIRO FRENTE AO ESQUEMA VACINAL

THE NURSE’S CONDUCT IN RELATION TO THE VACCINATION SCHEDULE

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11521069


Alessandra Beatriz Da Silva Ribeiro
Byanca de Nazaré do Nascimento Costa
Jasan Camilo Ospina Gómez
Kezia Amorim Lisboa
Layla Isabella Brito Costa


Resumo

Algumas doenças ainda estão sem tratamento médico. Essas doenças podem levar a complicações muito graves, até a morte, em algumas pessoas. A vacinação não é apenas proteção pessoal, mas também proteção para as pessoas ao seu redor. Também possibilita evitar os riscos de complicações ou ser atingido novamente pela mesma doença. Além de evitar várias doenças graves e a disseminação delas, a vacinação protege pessoas que não podem ser vacinadas, por exemplo, pessoas com sistema imunológico fraco ou saúde mais frágil. Outras pessoas também podem ser alérgicas a certos componentes de uma vacina. Quanto maior a proporção de pessoas vacinadas em uma população, mais essas pessoas que não podem ser vacinadas serão protegidas. O enfermeiro, quanto profissional de saúde, deve ter claro em sua mente, a importância de conscientizar as pessoas sobre a necessidade da vacinação. Esta pesquisa, de cunho bibliográfico e qualitativo, trouxe à luz acerca das temáticas que envolvem a vacinação e seus benefícios.

Palavras-chave: Vacinação. Proteção. Saúde. Enfermeiro.

1 INTRODUÇÃO

Silveira (2019) afirma que uma vacina é um tipo de medicamento que treina o sistema imunológico do corpo para combater uma doença com a qual não havia entrado em contato antes. A vacinação é uma das maneiras mais eficazes de prevenir doenças. Uma vacina ajuda o sistema imunológico do corpo a reconhecer e combater patógenos como vírus ou bactérias, o que nos mantém a salvo das doenças que causam. As vacinas protegem contra mais de 25 doenças debilitantes ou com risco de vida, incluindo sarampo, poliomielite, tétano, difteria, meningite, gripe, tétano, febre tifoide, câncer cervical e outras.

 Talvez uma das intervenções de saúde pública de maior sucesso na história, o advento das vacinas levou à erradicação global da varíola, à erradicação quase global da poliomielite e a uma drástica diminuição da morbidade e mortalidade associadas a outras doenças infecciosas. Como resultado, muitos pais desconhecem as ameaças que essas doenças infecciosas representam para as gerações anteriores e, como tais, podem acreditar que as vacinas não são mais necessárias para seus filhos (SIQUEIRA, 2023). 

 Assim, à medida que a ciência continua avançando e enfrentando novos desafios, as pessoas não devem esquecer quantas mortes e doenças as vacinas impediram e como continuam a nos proteger de formas potencialmente devastadoras de doenças infecciosas.

 Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) em 2023, estima-se que 19,4 milhões de crianças em todo o mundo não foram atingidas com serviços de imunização de rotina, como duas doses da vacina DTP. Cerca de 60% dessas crianças vivem em 10 países: Angola, Brasil, República Democrática do Congo, Etiópia, Índia, Indonésia, Nigéria, Paquistão, Filipinas e Vietnã.

 O monitoramento dos dados nos níveis subnacionais é fundamental para ajudar os países a priorizar e adaptar estratégias de vacinação e planos operacionais para solucionar as lacunas de imunização e alcançar todas as pessoas com vacinas que salvam vidas (SÁ, 2019). 

 No entanto, mesmo com tantos dados e pesquisas disponíveis, ainda há pessoas que não acreditam nos benefícios da vacina para a proteção da saúde, e há quem pense que ela pode até mesmo comprometer o sistema imunológico e causar doenças. Sato (2019, p. 32) destaca que “o movimento anti-vacina proliferou nos últimos anos, em parte por causa de seus defensores mais veementes usando as mídias sociais para produzir informações muitas vezes enganosas”.

A recusa de vacinação aumentou no Brasil nos últimos anos, e muitos outros países também registraram proporções substanciais de pais expressando preocupações com a segurança das vacinas. Embora as autoridades de saúde afirmem que as vacinas infantis de rotina são seguras e eficazes, muitos pais nos países subdesenvolvidos, como caso do Brasil, ainda hesitam em administrá-los a seus filhos (PEREIRA, 2023).

 A vacinação hesitante é uma relutância ou recusa em vacinar-se ou em vacinar os filhos. É identificado pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) como uma das dez principais ameaças globais à saúde de 2019. O termo engloba a recusa absoluta de vacinar, atrasar vacinas, aceitar vacinas, mas permanecer incerto sobre seu uso ou usar certas vacinas,  mas não outros. Os argumentos contra a vacinação são contrariados por um consenso científico esmagador sobre a segurança e a eficácia das vacinas. 

 A hesitação resulta de debates públicos em torno das questões médicas, éticas e legais relacionadas às vacinas . A hesitação da vacina decorre de vários fatores importantes, incluindo a falta de confiança de uma pessoa (desconfiança da vacina e / ou provedor de saúde), complacência (a pessoa não vê a necessidade da vacina ou não vê o valor da vacina) e a conveniência (acesso a vacinas) Larson (2020).  Existe desde a invenção da vacinação e é anterior à cunhagem dos termos “vacina” e “vacinação” por quase 80 anos. As hipóteses específicas levantadas pelos defensores da vacinação foram alteradas ao longo do tempo.

 Diante da fundamental importância da vacinação, sobretudo em crianças e do papel do profissional de enfermagem na saúde preventiva, pressupõe-se que a exposição de informações e fatos sobre a importância da imunização e as consequências da não imunização, podem vir a criar uma consciência critica nos pais e familiares das crianças, provocando até um impulso social destas informações e possivelmente, diminuindo a mentalidade errônea de que a vacinação não teria tantos benefícios ou até traria malefícios à saúde das crianças.

 Considerando os indiscutíveis benefícios trazidos pelas vacinas e a crescente onda dos movimentos anti-vacina, surgiu a indagação, qual o papel do enfermeiro na conscientização da vacinação infantil?  

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Vacina e Vacinação: Definições

A história das vacinas não começou com a primeira vacina – o uso de Edward Jenner de material de pústulas da varíola para proteger contra a varíola. Pelo contrário, começa com a longa história de doenças infecciosas em seres humanos e, em particular, com os primeiros usos do material da varíola para fornecer imunidade a essa doença (FERNANDES, 2019).

 Existem evidências de que os chineses empregaram inoculação de varíola (ou variolação, como era chamado o uso de material de varíola) já em 1000 Era Comum. Foi praticado também na África e na Turquia, antes de se espalhar pela Europa e pelas Américas (OLIVEIRA, 2019).

 As inovações de Edward Jenner, iniciadas com o uso bem-sucedido de material de varíola em 1796 para criar imunidade à varíola, rapidamente tornaram a prática generalizada. Seu método passou por mudanças médicas e tecnológicas nos próximos 200 anos e acabou resultando na erradicação da varíola (SANTOS, 2020).

 A vacina contra a raiva de Louis Pasteur, de 1885, foi a próxima a causar impacto nas doenças humanas. E então, no início da bacteriologia, os desenvolvimentos se seguiram rapidamente. Antitoxinas e vacinas contra difteria, tétano, antraz, cólera, peste, febre tifóide, tuberculose e outras foram desenvolvidas na década de 1930 (SANTOS, 2020).

Para Mituza (2019, p. 71) “o meio do século XX foi um tempo ativo para a pesquisa e desenvolvimento de vacinas”. Os métodos para o cultivo de vírus em laboratório levaram a descobertas e inovações rápidas, incluindo a criação de vacinas para a poliomielite. Os pesquisadores atacaram outras doenças comuns da infância, como sarampo, caxumba e rubéola, e as vacinas para essas doenças reduziram bastante a carga da doença.

 Técnicas inovadoras agora impulsionam a pesquisa de vacinas, com tecnologia de DNA recombinante e novas técnicas de entrega, levando os cientistas a novas direções. As metas de doenças se expandiram e algumas pesquisas de vacinas estão começando a se concentrar em condições não infecciosas, como dependência e alergias (HENRIQUES, 2022).

 Mais do que a ciência por trás das vacinas, esses cronogramas abrangem também aspectos culturais da vacinação, desde o assédio precoce a varioladores de varíola (veja a intimidação de um ministro proeminente descrito na entrada da Epidemia de Varíola de Boston em 1721) até o estabelecimento de mandatos de vacinação, até o efeito da guerra e agitação social em doenças evitáveis por vacina. Edward Jenner, Louis Pasteur e Maurice Hilleman, pioneiros no desenvolvimento de vacinas, também recebem atenção especial (FERNANDES, 2019).

A vacina é entendida como qualquer preparação destinada a gerar imunidade contra uma doença, estimulando a produção de anticorpos. Pode ser, por exemplo, uma suspensão de microrganismos mortos ou atenuados, ou produtos ou derivados de microrganismos (FERREIRA, 2021). O método mais comum de administração de vacinas é a injeção, embora algumas sejam administradas por via oral. As vacinas são usadas para fortalecer o sistema imunológico e prevenir doenças graves e com risco de vida (VARELLA, 2020).

 As vacinas “ensinam” o corpo a se defender quando microrganismos, como vírus ou bactérias o invadem, a vacina age da seguinte forma:

  • As vacinas o expõem a uma quantidade muito pequena e muito segura de vírus ou bactérias que foram enfraquecidas ou destruídas;
  • Seu sistema imunológico então aprende a reconhecer e atacar a infecção se você for exposto a ela mais tarde em sua vida;
  • Como resultado, o individuo não ficará doente ou poderá ter uma infecção mais leve. Esta é uma maneira natural de lidar com doenças infecciosas.

 Atualmente, quatro tipos diferentes de vacinas estão disponíveis (OPAS, 2023):

 VÍRUS VIVO – As vacinas de vírus vivos usam a forma de vírus enfraquecida (ou atenuada). A vacina contra sarampo, caxumba e rubéola (tríplice viral) e a vacina contra varicela (varíola) são exemplos.

 VACINA MORTA – A vacina morta são feitos de uma proteína ou outros pequenos fragmentos tomadas a partir de um vírus ou bactéria. A vacina contra a coqueluche é um exemplo.

 VACINAS TOXÓIDES – As vacinas toxóides contêm uma toxina ou produto químico produzido pelas bactérias ou vírus. Essas vacinas o tornam imune aos efeitos nocivos da infecção, e não à própria infecção. Alguns exemplos são as vacinas contra difteria e tétano.

 VACINAS BIOSSINTÉTICAS – As vacinas biossintéticas, que contem substâncias artificiais que são muito semelhantes a pedaços de vírus ou bactérias. A vacina contra hepatite B é um exemplo.

 Por algumas semanas após o nascimento, os bebês têm alguma proteção contra micróbios causadores de doenças. Essa proteção é transmitida da mãe pela placenta antes do nascimento (DURÃES, 2019). Sobo (2019) enfatiza que após um curto período de tempo, essa proteção natural desaparece. Sendo necessário que o bebê passe a ser imunizado de acordo com o calendário de vacinas.

 As vacinas ajudam a proteger contra muitas doenças que costumavam ser muito mais comuns. Exemplos incluem tétano, difteria, caxumba, sarampo, coqueluche, meningite e poliomielite (BRASIL, 2024). Muitas dessas infecções podem causar doenças graves ou com risco de vida e podem levar a deficiências ao longo da vida. Graças às vacinas, muitas dessas doenças agora são raras.

2.2. A enfermagem

A enfermagem do século XXI é a cola que mantém a jornada de assistência médica de um paciente. Em toda a experiência do paciente, e sempre que houver alguém que precise de cuidados, os enfermeiros trabalham incansavelmente para identificar e proteger as necessidades do indivíduo (FRANCO, 2020).  

 Além da reputação consagrada pelo tempo de compaixão e dedicação, existe uma profissão altamente especializada, que está em constante evolução para atender às necessidades da sociedade. Desde garantir os diagnósticos mais precisos até a educação contínua do público sobre questões críticas de saúde; enfermeiros são indispensáveis para salvaguardar a saúde pública (BRASIL, 2024).

 A enfermagem pode ser descrita como uma arte e uma ciência; um coração e uma mente. No fundo, reside um respeito fundamental pela dignidade humana e uma intuição pelas necessidades do paciente. Isso é apoiado pela mente, na forma de rigoroso aprendizado básico (BRASIL, 2024). Devido à vasta gama de especialidades e habilidades complexas na profissão de enfermagem, cada enfermeiro terá forças, paixões e conhecimentos específicos.

 Em um campo tão variado quanto a enfermagem, não há resposta típica. As responsabilidades podem variar de tomar decisões agudas de tratamento a fornecer inoculações nas escolas (DURÃES, 2019). A principal característica unificadora em todos os papéis é a habilidade e a motivação necessárias para ser uma enfermeira. Através do monitoramento em longo prazo do comportamento dos pacientes e da experiência baseada no conhecimento, os enfermeiros estão em melhor posição para ter uma visão abrangente do bem-estar de um paciente.

 A enfermagem no Brasil é uma disciplina da área da saúde, conhecimento produzido e reproduzido em programas de graduação e pós-graduação e de especialização, que constituem a base do trabalho de profissionais chamados enfermeiros (FERREIRA, 2021). 

 Costa (2020, p. 58) esclarece que “a identidade central da enfermagem é o cuidado”. A enfermagem é representada por um grupo ocupacional na área da saúde composto por trabalhadores com graduação (enfermeiros), aqueles com certificado técnico / profissional (técnicos e auxiliares de enfermagem ) e também indivíduos sem formação específica (auxiliares de enfermagem). A enfermagem é uma das 14 profissões que compõem a área da saúde (CNS, 1998), compreendendo 60% do total de trabalhadores da área, número que inclui todos os integrantes da equipe multidisciplinar. Esses dados revelam a importância social desse grupo ocupacional para garantir a assistência prestada à população. 

 O Conselho Federal de Enfermagem foi criado em 1973 para regulamentar a prática profissional e, em 1986, a regulamentação da prática profissional (LEP) era o conteúdo da Lei 7.498 / 86, que excluía todos os trabalhadores sem qualificação específica e estabeleceu que a prática de enfermagem seria realizada exclusivamente por enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, além de parteiras, de acordo com os respectivos níveis de qualificação (BARATA, 2022).

 Os estudos científicos de autoria de enfermeiros brasileiros abordam vários problemas enfrentados na prática de enfermagem, denominados “contradições da profissão”, como a falta de distinção entre as tarefas desempenhadas pelos técnicos e auxiliares de enfermagem, uma definição borrada do escopo das competências dos enfermeiros  e o distanciamento dos enfermeiros de sua identidade principal, juntamente com a falta de apreço pela profissão por parte da sociedade. A maioria dessas contradições não foi resolvida pela maneira como a LEP definiu a profissão e atribuiu responsabilidades, contribuindo para minar a identidade dos profissionais de enfermagem (BARBIERE, 2019).

 No Brasil, de acordo com a Constituição Federal, a legislação referente à organização de profissões é de responsabilidade exclusiva do governo federal. O Estado brasileiro, com base na Constituição de 1988, Artigo 22, Seção XVI, enuncia o compromisso em que a saúde é estabelecida como um direito fundamental dos cidadãos. Nesse contexto constitucional, as ações e serviços de saúde ganharam relevância para o interesse público. Essa “nova ordem” estabelece que o treinamento e a competência dos profissionais de saúde atendem a parâmetros que garantem que os direitos fundamentais da população não fiquem à mercê do mercado (BRASIL, 2024).

 Considerando que os interesses constitucionais estabelecem que a saúde é um direito fundamental dos cidadãos, a regulamentação profissional torna-se parte integrante de um projeto maior que visa garantir os direitos constitucionais. Portanto, discutir as possíveis contradições acerca do que é incumbência da  enfermagem é relevante para analisar o status atual e garantir o direito à saúde. O referencial teórico fornecido pela Sociologia das Profissões é um dos fundamentos que podem fundamentar esse tipo de discussão (ALVES, 2019).

3. METODOLOGIA 

Este trabalho é fruto de uma pesquisa bibliográfica acerca do tema “A conduta do enfermeiro frente ao esquema vacinal”, esta pesquisa ocorreu nos meses entre abril e maio do ano de 2024 e buscou-se, através da análise de artigos, textos, livros, documentos, sites e blogs, compreender e expor questões relacionadas  ao papel do enfermeiro em relação ao esquema vacinal. 

Para Zanella (2019) a pesquisa bibliográfica é uma etapa fundamental no processo de pesquisa, pois dela dependem sua relevância e credibilidade. De fato, a credibilidade de uma pesquisa e sua relevância são medidas em parte pela originalidade, pela riqueza, pela diversidade, pela relevância da escolha e pelos modos de uso de suas fontes bibliográficas. Como escolher de forma relevante suas fontes bibliográficas? Como explorá-los de forma correta? E como citá-los e usá-los corretamente?

Ainda segundo Zanella (2019) existem várias etapas para isso, incluindo exploração, classificação e documentação, que serão as etapas seguidas para esta pesquisa, a seguir, apresentaremos, de forma resumida, cada uma destas etapas:

1. Exploração – consistiu na exploração de bases de dados bibliográficas, a fim de inventariar documentos de referência existentes que puderam servir de base e fonte de pesquisa. Duas etapas foram distinguidas para isso, incluindo a identificação das fontes existentes e, em seguida, a exploração propriamente dita. As coleções bibliográficas são quase todas acessíveis via Internet. Existem muitos motores de busca que facilitam a localização de títulos. A digitalização e informatização das coleções agora facilitam o trabalho dos pesquisadores, enquanto no passado o acesso à informação passava pela consulta de infindáveis fichas de papelão dispostas nas gavetas das bibliotecas, ou pela consulta de microfilmes e microfichas. A informação chega ao pesquisador, enquanto no passado ele precisava viajar para consultá-la. 

Uma vez identificadas as fontes, foi feita uma rápida exploração para poder avaliar a relevância de cada documento e, assim, fazer escolhas. Sem sequer consultar todo o documento, é sempre possível uma rápida exploração, graças a quatro indicadores, entre eles: o título, o autor, o ano de publicação e um panorama temático. Se fez necessário consultarmos o índice e a introdução o que pode ajudar a encontrar mais detalhes. Essa etapa ajudou a identificar uma ideia geral do trabalho, para fins de classificação e priorização de escolhas.

2. Classificação – Consistiu em listar, classificar e documentar informações. Primeiro, listamos as informações brutas em um arquivo. Em seguida, procedeu-se à classificação da informação utilizando uma grelha de identificação, cujos indicadores serão: o título, o nome do autor, o tipo de documento (livro periódico, tese, etc.), o formato (documento escrito, visual, áudio ou audiovisual, idade ou ano de publicação (recente ou menos recente), objeto central, objetos secundários, palavras-chave, conceitos-chave, etc.). Em seguida, procedeu-se à avaliação dessas fontes para priorizar e fazer escolhas,consideraremos os seguintes aspectos: confiabilidade da fonte, reputação do autor, grau de relevância temática, grau de autenticidade e originalidade, reputação da editora, etc. 

Feita a escolha, listaremos as fontes escolhidas, de acordo com o modo convencional. A classificação será feita por temas com subdivisão em formato e tipo de documento, respeitando a ordem alfabética dos nomes dos autores dentro de cada título.

3. Documentação: Nesta fase, utilizamos essas referências e inseriremos-nas na própria investigação respeitando as normas da Associação Brasileira de Normas Tecnicas (ABNT), bem como os documentos norteadores fornecidos pelo Centro Universitário Planalto do Distrito Federal, Curso de enfermagem. Considerando que utilizar referências bibliográficas sem citar a fonte é considerando plágio. Além da desqualificação da obra, o autor de ato de plágio se expõe a sanções, conforme regulamentação vigente.

As razões pelas quais devemos citar nossas referências e fontes bibliográficas: Apoiar a credibilidade do trabalho citando fielmente as fontes; Respeitar os direitos autorais e as regras éticas; Cumprir o rigor científico, indicando os fundamentos e referências de suas observações; Facilitar o caminho para quem quiser verificar ou saber mais sobre o assunto.

Quando a fonte deve ser citada?

Para Zanella (2019) ao usar uma citação completa de um autor, em seu próprio trabalho (citação); quando emprestamos ideias, escritos e palavras de outro autor, que escrevemos com nossas próprias palavras, para usar em nosso próprio trabalho (paráfrase); Ao usar uma foto, imagem, dados, estatística ou gráfico de outra fonte; Deve ser indicada a fonte completa, quer se trate de documento publicado ou não, impresso ou virtual, em direitos protegidos ou de domínio público; Entretanto, deve-se ressaltar que não é imprescindível citar a fonte se for fato de notoriedade pública, de conhecimento comum ou informação respondida e óbvia.

3 ANÁLISE DOS DADOS 

3.1 O papel do enfermeiro na promoção e conscientização da segurança das vacinas

As imunizações são importantes porque protegem contra uma variedade de doenças e minimizam enormemente os riscos associados a doenças evitáveis por imunização, como paralisia, cegueira, surdez e infertilidade (consulte Doenças preveníveis por imunização ). As imunizações previnem 2 a 3 milhões de mortes infantis por ano em todo o mundo, de acordo com a OPAS  (2023). Embora globalmente mais de 100 milhões de crianças sejam imunizadas antes de seu primeiro aniversário, aproximadamente 24 milhões permanecerão não vacinadas.

 Antes de administrar imunizações, o enfermeiro deve entender que cada uma delas tem seus próprios cuidados e / ou recomendações. Em geral, as imunizações devem ser evitadas se um paciente for alérgico a algum dos componentes da vacina (LARSON, 2020). Por exemplo, muitas vacinas contra influenza contêm ovo, portanto, deve ser evitado em indivíduos com alergia a ovo. A maioria das vacinas é contraindicada em indivíduos com doença moderada a grave. Esses indivíduos geralmente são bons candidatos a vacinas depois que a doença passa. Por fim, qualquer paciente que tenha experimentado um evento adverso grave após a administração da vacina pode não ser um candidato apropriado.

            Para Meade (2019): 

Vacinas vivas e atenuadas não devem ser administradas a pessoas com sistema imunológico enfraquecido, principalmente crianças. Antes de administrar vacinas vivas e atenuadas, assegure-se de que seu paciente tenha um sistema imunológico intacto e que funcione bem. Além disso, vacinas vivas e atenuadas podem não ser apropriadas durante a gravidez, pois podem criar riscos para o feto em desenvolvimento. 

 Quando se trata de conscientização e aceitação da imunização, a educação baseada em dados científicos é essencial para dissipar os medos dos pacientes. Ensine os pais e / ou pacientes sobre as doenças evitáveis por imunização, as vacinas atuais disponíveis, a programação da vacina e as reações adversas comuns e conhecidas (FERNANDES, 2019). A consistência na mensagem sobre imunizações ajuda bastante na construção da confiança.

O profissional responsável pela sala de imunização, devem seguir alguns parâmetros propostos ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e capacitados periodicamente de acordo com estas exigências, previstas, publicada na Resolução da Diretoria Colegiada – RDC Nº 197, DE 26 de dezembro de (2017, p. 4), dentre elas:

Art. 9º Os profissionais envolvidos nos processos de vacinação devem ser periodicamente capacitados pelo serviço nos seguintes temas relacionados à vacina:

  1. conceitos básicos de vacinação;
  2. conservação, armazenamento e transporte;
  3. preparo e administração segura;
  4. gerenciamento de resíduos;
  5. registros relacionados à vacinação;
  6. processo para investigação e notificação de eventos adversos pós-vacinação e erros de vacinação;
  7. Calendário Nacional de Vacinação do SUS vigente;
  8. a higienização das mãos; e
  9. conduta a ser adotada frente às possíveis intercorrências relacionadas à vacinação.

 Ao fornecer educação sobre a importância das imunizações para os profissionais de enfermagem, é possível que estes sejam capazes de conscientizar os pais e / ou pacientes, é importante entender seus medos e preocupações. Os fatores que influenciam a decisão de imunizar incluem informações / conhecimentos sobre imunizações; experiências pessoais passadas; experiências passadas de familiares e / ou amigos; percepção da importância da imunização; percepção de riscos e pressão / responsabilidade social; e convicções religiosas ou morais. 

 Ao que consta na ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na Resolução da Diretoria Colegiada – RDC Nº 197 (2017, p. 6) em relação aos processos burocráticos da vacinação, é preciso ressaltar que: 

Art. 15 Compete aos serviços de vacinação:

  1. registrar as informações referentes às vacinas aplicadas no cartão de vacinação e no sistema de informação definido pelo Ministério da Saúde;
  2. manter prontuário individual, com registro de todas as vacinas aplicadas, acessível aos usuários e autoridades sanitárias;
  3. manter no serviço, acessíveis à autoridade sanitária, documentos que comprovem a origem das vacinas utilizadas;
  4. notificar a ocorrência de eventos adversos pós-vacinação (EAPV) conforme determinações do Ministério da Saúde;
  5. notificar a ocorrência de erros de vacinação no sistema de notificação da Anvisa;  VI- investigar incidentes e falhas em seus processos que podem ter contribuído para a ocorrência de erros de vacinação.

 Os enfermeiros contribuem enormemente para a saúde pública quando estão envolvidos na administração segura de vacinas. Compreender os problemas de segurança e eliminar fontes não confiáveis de informações são os primeiros passos na promoção da segurança das vacinas. Para estar bem informada, recomenda-se fontes baseadas em evidências, como documentos legais, que cobrem tópicos como vacinas e autismo e várias vacinas e disfunção imunológica (KHAN, 2022).

 Mizuta (2019) destaca que outro aspecto fundamental da segurança é o armazenamento, manuseio e administração adequados de vacinas. As temperaturas de armazenamento e as datas de validade, incluindo as dos frascos multidose, devem ser rigorosamente seguidas. A variação da via e local de administração recomendados de acordo com o tipo de vacina e a idade do destinatário pode resultar em proteção inadequada. Por exemplo, algumas vacinas destinadas a serem administradas pela via intramuscular não devem ser administradas pela via subcutânea, porque há uma probabilidade maior de uma reação local. 

 Também enfatiza-se a importância de rastrear todos os receptores da vacina em busca de contraindicações e precauções antes da administração de imunizações. Uma história de reação anafilática a uma vacina anterior, infecção pelo HIV, ou transplante de células-tronco hematopoiéticas são algumas das circunstâncias que podem contraindicar certas vacinas. Uma história de alergia a ovos pode ser importante – a alergia a ovos é uma contraindicação à vacina contra influenza, por exemplo (SIQUEIRA, 2023). 

 É aconselhável, após a administração das vacinas, os enfermeiros devem considerar fortemente a observação dos pacientes para síncope e outras reações alérgicas imediatas por um período de 15 a 20 minutos. Ela recomenda ainda que todos os enfermeiros que administram vacinas sejam treinados no reconhecimento e tratamento da anafilaxia e certificados para fornecer ressuscitação cardiopulmonar.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo mostrou que muitas pessoas subestimam o impacto que as doenças infecciosas podem ter sobre sua saúde e a de seus entes queridos. A falta de imunização pode expor as pessoas a doenças graves e colocar suas vidas em risco. A vacinação é um dos pilares da boa saúde, especialmente quando consideramos que as vacinas costumam ser a melhor, se não a única maneira de nos proteger contra um grande número de doenças infecciosas graves ao longo de nossas vidas.

 Também foi possível perceber que uma das melhores maneiras de ajudar a criança a se manter saudável e evitar doenças graves é garantir que ele receba as vacinas certas na idade certa. Durante a infância e a adolescência, a criança receberá mais de uma dúzia de vacinas obrigatórias, metade das quais antes dos 2 anos de idade. 

Foi possível concluir que o cronograma de vacinação recomendado está estruturado para otimizar a eficácia da imunização, razão pela qual é muito importante mantê-lo atualizado o máximo possível. Ele  é uma ferramenta fácil de usar que ajuda a saber quando a criança deve tomar a próxima vacina. O enfermeiro da sala de vacinação é responsável por fazer as anotações referentes a todo o processo, inclusive dados das crianças.

  Assim, compreendeu-se que o enfermeiro, quanto profissional de saúde, deve conscientizar as pessoas sobre a  importância da imunização. Esclarecendo que a imunização é a melhor estratégia de proteção contra doenças imunopreveníveis; Que as vacinas usadas no Brasil são eficazes e seguras; A vacinação não enfraquece o sistema imunológico. Pelo contrário, explora seus recursos e ensina como se defender; As infecções evitáveis por vacina são muito mais perigosas do que as próprias vacinas e que as bactérias e vírus que causam doenças evitáveis pela vacina não desapareceram sozinhas.

 Nesta pesquisa, foi possível perceber que o enfermeiro, deve conscientizar as pessoas sobre os benefícios da vacinação para a saúde, sobretudo, a saúde das crianças, sempre informando que a vacinação é gratuita e facilmente acessível a todos. A vacinação é obrigatória em nosso pais, ou seja, os pais e/ ou responsáveis, tem a obrigação de manter a vacinação das crianças em dia, além da vacinação ser altamente recomendável, pois pode impedir a recorrência de várias doenças infecciosas que podem ter consequências potencialmente fatais.

Infelizmente, ainda não uma vacina com 100% de eficácia. A condição médica e a idade de uma pessoa podem afetar a eficácia da vacina. No entanto, a vacinação permite prevenir a morte de milhares de pessoas no mundo todo a cada ano.

 Doenças como a meningite, varicela e sarampo estão entre as doenças infecciosas que podem ter sérias consequências em algumas pessoas que os têm. Por exemplo, o meningococo, que causa meningite, pode causar danos cerebrais permanentes e pode até causar a morte. O sarampo, uma infecção que se espalha rápida e facilmente, também pode levar à morte. Pessoas com sistema imunológico enfraquecido, mulheres grávidas e crianças pequenas são mais vulneráveis a complicações desta doença. A varicela é uma doença comum e inofensiva na maioria dos casos. No entanto, em algumas pessoas, pode causar pneumonia, otite ou infecções de pele.

 Os programas de vacinação são monitorados de perto em todo o mundo. Desde a introdução desses programas, o risco de espalhar várias doenças, como varíola, poliomielite, difteria, cólera, tosse convulsa, febre amarela, gripe , rubéola, etc. foram bastante reduzidos ou mesmo erradicados. Por isto é tão importante que as famílias tenham consciência e mantenham a vacinação em dia.

REFERÊNCIAS

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COSTA, B.B.D, O movimento antivacina no YouTube nos tempos de pós-verdade: Educação em saúde ou desinformação?. Rev. Mídia e Cotidiano, 2020

DURÃES, F.A.A, Edward Jenner e a Primeira Vacina: estudo do discurso expositivo adotado em um Museu de Ciência. Rev. de História da Ciência, 2019

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