REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7341862
Ana Carolina Salgado Oliveira
Samya Braga De Castro
Resumo
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por déficits persistentes na comunicação social e na interação social e por modelos restringidos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. Por conta disso, é de suma importância um acompanhamento do psicólogo escolar durante o desenvolvimento educacional das crianças com TEA, pois, a fase escolar interfere completamente na formação de aprendizagem do sujeito. O presente artigo, através de levantamento de dados, trata-se de uma pesquisa bibliográfica, com a abordagem qualitativa e busca descrever a importância da intervenção do psicólogo escolar no processo de desenvolvimento educacional de crianças com TEA e os benefícios que atingem toda a escola. Pode-se notar que os acompanhamentos e atividades posto pelo psicólogo, tem o potencial de que fazer com que pequeno individuo consiga se desenvolver sem tantas privações, fazendo com que suas execuções modifiquem seu processamento de aprendizagem e de desenvolvimento.
Palavras-chave: Psicólogo escolar; Autismo; Autismo e psicologia escolar; Psicologia Educacional; Crianças com Tea.
Introdução
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) de acordo com o DSM-V, é caracterizado por perturbação na cognição, na regulação emocional ou no comportamento individual refletindo disfunção de processos mentais e fatores biológicos, além disso, o transtorno se acompanha geralmente de outras manifestações como: perturbações do sono ou alimentação, crises de birras ou agressividades e fobias. As manifestações variam de acordo com a gravidade e a idade cronológica do indivíduo, isso explica o termo usado “espectro”.
No TEA pode haver desinteresse social, reduzido ou infrequente, passividades, rejeições ou abordagens que pareçam agressivas ou disruptivas. Se a criança com TEA é estimulada frequentemente todos os dias, suas atividades sociais serão possíveis, embora mostrem comportamentos agressivos, porém, se desenvolverem uma rotina focada e centrada, seu cotidiano escolar se tornara uma realidade, podendo ser trabalhado na sala de aula a interação, fazendo que a criança, se desenvolva dentro de suas limitações, o seu convívio social.
Para que haja um desenvolvimento adequado e frequente na sala de aula de maneira regular, uma equipe qualificada e com profissionais multiprofissionais é de suma importância, como: psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e professores qualificados. Diante deste contexto a atuação do psicólogo escolar é indispensável para que haja um desenvolvimento educacional de crianças com TEA.
O psicólogo escolar tem como objetivo a escola e as relações que se estabelecem dentro do âmbito educacional, ele faz uso dos conhecimentos científicos sobre os processos cognitivos, sociais e emocionais, buscando compreender a aprendizagem e orientar a equipe de educação no desafio pelo desenvolvimento constante do processo de ensino e aprendizagem.
A educação se mostrou um modelo integrador capaz de desenvolver as habilidades das crianças com TEA, mas é importante ressaltar que é um processo com dificuldades por envolver a inclusão dessas crianças no âmbito educacional e as problemáticas inerentes a esse contexto.
Silva, Gonçalves e Alvarenga (2012) realizaram um levantamento bibliográfico onde fica notáveis as dificuldades das escolas brasileiras a respeito da implementação das propostas de inclusão. Os mesmos autores ressaltam que são poucas medidas que propõe capacitações e formações com estratégias de inclusão para os professores que irão receber em suas salas de aula regulares alunos com TEA.
A educação inclusiva é um desafio para as escolas e seus envolvidos, apesar das evoluções que vem ocorrendo não somente no âmbito escolar, mas nas leis que garantem os direitos as pessoas que necessitam, como acontece com os autistas. A inclusão engloba um processo de ensino e aprendizagem que possibilite a aceitação da criança com TEA, para que possam relacionar seus propósitos em busca de enfrentamento e superação do ensino por meio da inclusão.
Sendo assim, caberá ao psicólogo escolar e o corpo docente, que realize a inclusão do aluno com TEA e quebre todos os preconceitos e discriminações. O psicólogo irá analisar os processos de ensino e aprendizagem, através de estratégias e ferramentas, com o objetivo de educar a todos equitativamente, é de suma importância sua contribuição para instituição escolar, suas estratégias devem ser contempladas como um dos modos de decifrar a realidade educacional.
A proposta do presente artigo, é a de compreender como a atuação do psicólogo escolar influencia no desenvolvimento educacional de crianças com Transtorno do Espectro Autista, tendo como objetivo geral descrever a importância da intervenção psicológica no desenvolvimento escolar de crianças com TEA, agregando conhecimentos que facilita a compreensão das ocorrências que o aluno com TEA possa apresentar e a melhor forma de lidar com elas e, como objetivos específicos: 1) Identificar possíveis necessidades psicológicas no processo educacional de crianças com Transtorno do Espectro Autista; 2) Validar a importância da intervenção do Psicólogo Escolar no desenvolvimento educacional da criança com Transtorno do Espectro Autistas; 3) Descrever os benefícios que o psicólogo escolar proporciona para os alunos com Transtorno do Espectro Autista. Para a construção do presente artigo, utilizou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica, que de acordo com Andrade (2010, p. 25), é uma habilidade necessária nos cursos de graduação, pois, se constitui como primeiro passo para as atividades acadêmicas. A pesquisa classifica-se como qualitativa, com enfoque exploratório, através de dados narrativos, a fim de compreender as motivações, pensamentos, ideias, crenças e valores como parte da realidade social.
O artigo compõe-se de informações de artigos e livros em português de preferência dos últimos dez anos, sendo eles de 2012 a 2022 sobre o tema abordado, usando como base de coletas de dados os sites: Literatura LatinoAmericana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Periódicos Eletrônicos em Psicologia (PePSIC), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), e como descritores os termos: “Psicólogo escolar”, “Autismo”,
“Autismo e psicologia escolar”, “Psicologia Educacional” e “Crianças com Tea”. Foram encontrados 30 artigos e selecionados 20 para a organização e construção do tema proposto e informações do referencial teórico, deste modo, o presente artigo explora a problemática e desafios que o psicólogo escolar enfrenta no desenvolvimento educacional das crianças com Transtorno do Espectro Autista.
1. Identificar possíveis necessidades psicológicas no processo educacional de crianças com Transtorno do Espectro Autista.
O Transtorno do Espectro Autista segundo a American Psychiatric Association (2014) é caracterizado por déficits persistentes na comunicação social e na interação social e por modelos restringidos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. São sintomas que estão presentes desde o início da infância por volta do segundo ano de vida (12 a 24 meses) se os sintomas forem mais sutis, se os atrasos do desenvolvimento forem mais graves podem ser observados antes mesmo dos 12 meses de idade.
O TEA é definido como uma limitação neurológica, que causa uma discrepância no desenvolvimento da comunicação e socialização, ocorre precocemente, retratado por comportamentos inabituais e seus sintomas variam de acordo com o nível de intensidade. A prevalência do TEA é de 1% da população e quatro vezes mais no sexo masculino do que o sexo feminino (OLIVEIRA; SERTIÉ, 2017).
O autismo acabou se tornando um dos assuntos mais explorados, revertendo todo o conceito que as pessoas tinham no passado. No passado não muito distante da atualidade, os indivíduos com TEA ainda eram descritos e julgados pela sociedade como anormais, sem capacidade intelectual e inábil a viver no coletivo (OLIVEIRA, 2015)
A Lei Berenice Piana, Lei Nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012, foi criada para amparar pessoas com TEA, por encontrarem dificuldades ao longo da rotina, como direito a acesso a serviços de saúde, acesso à educação e ao ensino profissionalizante (BRASIL, 2012).
A fase escolar interfere completamente na formação de aprendizagem do sujeito, pois é normalmente nesse estágio que o indivíduo começa a ter um olhar mais acentuado sobre quais planos quer seguir para o um futuro promissor. Na fase escolar é onde as crianças passam um tempo longo de suas vidas e começam a aprender sobre mores (LINS; SILVA, 2018).
De acordo com Vygotsky, a aprendizagem é substancial para o desenvolvimento, ela é responsável por esse processo de evolução cognitivo do ser humano. Por esse motivo o “aprendizado adequadamente organizado desperta vários processos internos de desenvolvimento, e esse são capazes de operar somente quando a criança interage com pessoas em seu ambiente e quando em cooperação.” (VYGOTSKY, 2007, p.103)
Ao olhar da criança, a escola é um ambiente intrigante que de alguma forma pode até mesmo modificar o comportamento delas, visto que é um lugar onde é transmitido conhecimento, sempre buscando uma forma de estimular a sua cognição, sinalizando a forma que as crianças não apenas as matérias apresentadas em salas, mas costumes, hábitos e visão do mundo. (LINS; SILVA, 2018)
Todavia, se gera um questionamento: como os professores e a gestão lida com o aluno portador de TEA inserido dentro do meio escolar? Tencionando a linha de raciocínio do autor para que esses alunos consigam uma atenção apropriada, é primordial que se usurpem de uma política educacional para a capacitação do corpo docente. (SOUZA, 2015).
O autor frisa a apropriação de um projeto político pedagógico certificando um serviço que respeite as particularidades de cada aluno. Uma das grandes dificuldades que se encontra no meio escolar são as bases de conhecimento rasas que alguns profissionais educadores enfrentam na hora lidar com esses alunos, pois eles precisam de um tratamento diferenciado, reivindicando um acolhimento individual, atividades mais elaboras e com explicativas menos complexas, além de requer uma atenção maior. (SOUSA, 2015)
Infelizmente ainda é comum de se encontrar inúmeras pessoas que tenham uma rejeição contra qualquer indivíduo que possua algum tipo de anormalidade. Apesar de o número de crianças com autismo tenha aumentado em escola regular, ainda assim, não significa que haja um ensino de qualidade para esses alunos. (ALMEIDA, 2022)
Ressaltando ainda mais o que o autor pontua, é fundamental que as escolas façam essa separação entre os professores e aqueles que estejam preparados para lidar com esses alunos, como psicólogos, psicopedagogos e psiquiatras. Pois mesmo que o autista tenha dificuldades em suas habilidades sociais e isso acabe sendo um utensilio para sua contrariedade de interação com outros alunos, a escola possuindo um programa de inclusão adequado pode acabar se tornando grandiosa para o crescimento desse aluno. (ALMEIRA, 2022)
Pessoas com autismo apresentam um desenvolvimento intensamente atípico na interação social e na comunicação, características que podem resultar em um isolamento duradouro da criança e da família. Contudo, a inclusão escolar pode apresentar a oportunidade dessas crianças a conviver com outras, tornando a escola um espaço promissor a aprendizagem e desenvolvimento social (PIMENTEL; FERNANDES, 2015).
Segundo Silva e Sacramento (2019), há uma necessidade de tornar prioritário o trabalho do psicólogo escolar na equipe multidisciplinar, salientando as intervenções que promovam dignidade as crianças com TEA. Prestar um serviço de socialização é fundamental para prevenir a discriminação e preconceito que se fazem presentes.
2. Validar a importância da intervenção do Psicólogo Escolar no desenvolvimento educacional da criança com Transtorno do Espectro Autista.
Iniciou-se no início do século XX o trabalho do psicólogo escolar e tinha como intenção de se encarregar dos alunos que mais causavam problemas nas redes de ensino, rotulando-os como “crianças problemas.” Perante esse tipo de situação, os profissionais da psicologia estabeleceram uma labuta fora da zona escolar, com objetivo de poder analisar um espaço individual patologizante. (ASSIS; ALVES, 2022).
A psicologia escolar é uma área que está crescendo atualmente, sua proposta é de alcançar e entender melhor a educação escolar e o ser em sua totalidade. Os autores revelam que o aparecimento dessa área teve o intuito de analisar as crianças para poder entender em que ponto ela estava apresentando dificuldades. Além de que os testes, laudos e os diagnósticos utilizados pelos psicólogos clínicos serviam para esclarecer para os profissionais de educação e para os leigos, os motivos pelo qual aquele determinado aluno esteja obtendo resultados negativos na escola. (RODRIGUES; BELLOTTI, 2021)
Crianças com Transtorno do Espectro Autista se portam de diferentes maneiras, podem apresentar comportamentos calmos ou mais severos, e a falta de orientação para o os educadores pode acabar fazendo com que esse aluno regrida ou tenha sérios problemas para se desenvolver. Os autores relatam que o psicólogo dentro do âmbito escolar pode auxiliar com o processo de ensino para aquelas crianças com necessidades especificas, como no caso de alunos com TEA, utilizando intervenções e técnica específica do campo da psicologia. (RODRIGUES; BELLOTTI, 2021)
A escola é sem dúvida um papel muito importante na vida de todas as pessoas, também é importante ressaltar que muitas escolas não têm o manejo de lidar com alunos autistas, em alguns casos chega a acontecer uma negligência pela parte do corpo docente e a gestão das escolas, impossibilitando que esse aluno com TEA possa conviver mais próximo possível do normal, assim como todos os outros alunos. O autor afirma que o autista aprende, pois é uma característica do ser humano, sendo assim, o ensino e a aprendizagem se conectam na construção do conhecimento. (LINDOVAL, 2020)
A importância do psicólogo dentro do âmbito escolar é justamente para dar o devido suporte para aqueles profissionais de outras áreas que não tem experiência com alunos com TEA ou portadores de outras deficiências e são leigos a respeito do tema. Os autores ainda se posicionam a respeito de que o psicólogo deve trabalhar de forma coletiva, circundando professores e quem revela as circunstâncias educacionais. Ainda dizem que o principal papel do Psicólogo Escolar é desenvolver métodos que contribuem no ensino-aprendizagem da criança que apresenta dificuldades emocionais e intelectuais e/ou interacionistas, favorecendo a introdução de novas situações para a socialização desse indivíduo na sociedade, adaptando-se e incluindo-se socialmente neste ambiente (RODRIGUES; BELLOTTI, 2021).
A presença do psicólogo escolar nas instituições de educação infantil e sua contribuição é imprescindível, pois o psicólogo se constitui como agente promotor da inclusão dessas crianças, além de semear conhecimentos sobre o desenvolvimento e aprendizagem, para que possibilite que essas crianças desenvolvam suas competências (RAMOS FP, et al., 2018).
A função da psicologia no contexto escolar é caracterizada por um serviço de prevenção e terapêutico. O seu papel essencial mediante de crianças com deficiência, é a orientação dos envolvidos, apoio a família e suporte a comunidade estudantil. O psicólogo escolar irá facilitar a compreensão sobre o transtorno para que os atores possam promover mais facilmente o processo de inclusão de pessoas autistas. (RAMOS FP, et al., 2018)
O profissional de psicologia saberá trabalhar com pessoas autistas, contribuir para a melhoria do desenvolvimento de forma a integrá-los ao ambiente escolar, à sociedade e sua família. Cabe aos psicólogos escolares desenvolver ferramentas adequadas para auxiliar esse crescimento. Conviver com tais diferenças e encontrar meios que facilitem a realização de um trabalho genuíno e eficaz é o objetivo que o psicólogo e demais interessados devem alcançar (SILVA MS e SACRAMENTO SJS, 2019).
O psicólogo escolar irá buscar meios de reduzir as dificuldades e limitações do aluno autista, seu desempenho é essencial para contribuição da formação e capacitação daqueles que participam no contexto educacional, principalmente dos professores que convivem diariamente com as crianças. Com isso poderá ser oferecido pelo psicólogo, algumas instruções e outros meios que permitam todo corpo escolar aprender a lidar com as particularidades que o autista apresenta (LEITE NP, 2020).
Através de um estudo realizado, a capacitação do corpo educacional através dos profissionais da psicologia, favorece o processo de ensino aprendizagem de crianças com TEA. Sendo assim, vale a pena ressaltar que a instrumentalização realizada pelo psicólogo escolar é crucial para a promoção de conhecimentos dos agentes. (BENITEZ; DOMENICONI, 2014)
Os psicólogos vão procurar formas de reduzir as dificuldades, alavancando o sucesso da educação inclusiva, orientar e esclarecer dúvidas sobre barreiras e tornarem-se auxiliares no processo de integração de crianças com autismo (NOGUEIRA ABR e BRASILEIRO MSE, 2021).
As práticas profissionais do psicólogo escolar devem conduzir a trabalhos de natureza coletiva, que envolvam professores como parceiros e que contextualizem os processos educacionais. O ambiente escolar exige dinamicidade e flexibilidade do psicólogo para lidar com as diversas demandas. (RODRIGUES; BELLOTTI, 2021).
Para que essas intervenções sejam engradecidas é crucial que o psicólogo seja sempre atualizado sobre as teorias de desenvolvimento e da aprendizagem, sempre focando naquelas no quais constituem o corpo teórico da instituição que efetua. Uma das possíveis condutas a se tomarem seria a entrevista com a família para o acolhimento de informações que é relevante para o entendimento do aluno com TEA. Entre essa averiguação pode enquadrar alguns aspectos importantes como: Autonomia X Independência; relacionamento familiar e cognitivo. (ASSIS; ALVES, 2022)
3. Descrever os benefícios que o psicólogo escolar proporciona para os alunos com Transtorno do Espectro Autista.
Para que o aluno tenha um melhor desempenho dentro do âmbito escolar são necessários que englobe alguns dos tipos de profissionais, entre eles encontra-se o psicólogo, para oferecer seu suporte na saúde mental. A realidade é que muitas escolas anseiam para que esses profissionais estejam ali para prestar seus serviços, contudo, grandes partes dos educadores tendem a possuir uma visão distorcida de como essa atuação pode servir de garantia para com esses alunos. (SANTOS; GONÇALVES, 2016).
As formas pertinentes de como os profissionais da área de psicologia fazem seu trabalho, podem beneficiar no desenvolvimento do aluno, por consequente, suas dificuldades na escola podem acabar não sendo mais um empecilho em sua rotina educacional. (SANTOS; GONÇALVES, 2016).
Quando abordamos a respeito sobre Transtorno do Espectro Autista devemos ter em mente que esses indivíduos nerodivergentes ostentam de comportamentos, porventura, assintomático na interação social e comunicação. Por conta disso criase uma dificuldade de progresso dentro na área escolar, entretanto, quando jogos ou brincadeiras, organizada por profissionais da educação ou por psicólogos, a criança com TEA tem a oportunidade de agir e este individuo qualificado que está sendo responsável por essa criança, torna-se um suporte. (ASSIS; ALVES, 2022)
A criança, fazendo a utilização desses jogos proferidos, obtém a capacidade de vivenciar a interação com outros, beneficiando-se em relação no fortalecimento de sua segurança na comunicação com outros indivíduos. A conduta do psicólogo, enquanto capacitado na área da saúde, é auxiliar não apenas em sua busca por sua identidade pessoal, mas fazer que essa criança consiga se agrupar com outras pessoas. (ASSIS; ALVES, 2022)
Um famigerado ponto importante que não se pode ser ignorado é o fato de que para aumentar ainda mais as relações dos pais, da escola e de todo o meio no qual essa criança com TEA está inserida, e independente da situação, é preciso que toda a atenção esteja volta para ela. Pois, a melhor forma de mostrar como ela aprende, é a própria criança. Entretanto muitas vezes as opiniões da criança chegam a não ser levadas em considerações ou não chegam a ser solicitadas, dificultando ainda mais esse processo. (DUTRA; SILVA; FERNANDES; OLIVEIRA; AMORIN, 2016)
Um dos maiores benefícios acerca sobre o trabalho do psicólogo escolar em relação à criança com TEA está ligado diretamente com o fato de que esse profissional não trabalhará apenas com a criança em si, também pode abranger toda a sociedade no qual ela faz parte, favorecendo no tratamento do aluno. (ASSIS; ALVES, 2022)
O psicólogo, tendo o seu objetivo de ajudar o individuo com seus sofrimentos psíquicos, acaba em determinado momento não servindo apenas para auxiliar esse aluno a fazer sua própria jornada, mas sim, criando essa compreensão dos pais com os próprios sentimentos. Nessa situação pode ocorrer a discursão e entendimento mais ampliado a respeito dos próprios sentimentos universalmente ali presentes para aqueles que possuem filhos com TEA, em outras palavras, sentimentos como a negação, raiva, frustação, impotência, rejeição e, além disso, ajudar aqueles que fantasiam diversas situações. (DUTRA; SILVA; FERNANDES; OLIVEIRA; AMORIN, 2016)
Os autores têm em vista que um dos benefícios do tratamento é na questão de diminuir os comportamentos que podem interferir no desenvolvimento e processo de aprendizagem e também na forma no qual o autista vive seu dia a dia, visando às dificuldades de linguagem e na socialização com outras pessoas. (DUTRA; SILVA; FERNANDES; OLIVEIRA; AMORIN, 2016)
No meio escolar, um método que é bastante eficaz no tratamento de crianças autistas é o Método TEACCH (Treatmentand of Autisticand Related Communication Handicapped Children) no português significa Tratamento em Educação para Autista e Criança com Deficiências Relacionadas a Comunicação, é um programa de intervenção terapêutica. (ARAUJO; 2015)
Fazendo a utilização do Método TEACCH é possível fazer uma organização de tarefas a serem cumpridas, fazendo com que o aprendizado da criança seja mais fácil e idôneo, facilitando a criança a conseguir fazer modificações em seu próprio comportamento de distrações, resistência a mudança e na falta de motivação. O método auxilia a programar atividades, em relação ao tempo, duração e material, na previsibilidade e ajuda nas rotinas de organizações em quadros, pinceis e agendas. Elevando as personificações dos princípios metodológicos conduzido ao aprendizado do aluno autista. (ARAUJO; 2015)
Considerações finais
O presente artigo buscou salientar as problemáticas encontradas dentro das escolas em relação aos alunos com Transtorno do Espectro Autista de modo mais compreensivo possível com a finalidade de apresentar a relevância do papel do psicólogo escolar, trazendo soluções para com esse tópico retratado. Um dos pontos consideráveis é de apresentar a magnitude das ações do psicólogo dentro dessa área, apontando a diferença significativa quando há um profissional de saúde mental dentro de um espaço educacional juntamente com a equipe multidisciplinar.
O avanço das tecnologias nos últimos anos pode colaborar na potencialização de que o TEA não é uma patologia que deve ser vista como um empecilho para a vida de muitas famílias, mas como algo que pode ser trabalhado, fazendo ajuste para que essas crianças consigam viver de um modo mais próximo da normalidade e consiga sair de suas zonas, e que apesar de ser uma patologia que não obtém cura, ainda assim, podem ser utilizadas algumas técnicas que podem retardar os sintomas de algumas dessas crianças.
Dessa maneira, dissertando a respeito das grandes dificuldades que a criança com TEA sofre devido uma má administração vinda de dentro da escola, pode-se notar que os acompanhamentos e atividades postos pelos psicólogos, tem o potencial de que fazer com que pequeno indivíduo consiga se desenvolver sem tantas privações e tenha a competência de se criar um vínculo grupal. O trabalho em si buscou utilização de autores com embasamento teórico com essa temática e as percepções de Vygotsky sobre suas teorias a respeito do desenvolvimento de aprendizagem.
Devido o conteúdo ser algo que ainda não se toma como prioridade no meio educacional, o presente trabalho serve para mostrar esse outro lado que necessita de uma atenção. A forma de ressaltar que o ambiente influencia a interpretação da criança com TEA, e o psicólogo com suas ações se torna um conciliador no meio do convívio social desse ser, fazendo com que suas execuções modifiquem seu processamento de aprendizagem e de desenvolvimento.
Entretanto, por ser uma parte da psicologia que nos últimos anos mostrou-se evoluindo continuamente, então, a ausência deles é recorrente tanto em escolas particulares como públicas, se tornando uma desvantagem enorme no progresso desses alunos.
Com isso, conclui-se que apesar de grande parte desse trabalho ter mostrado pontos e respostas para as problemáticas, há a compreensão de que para que haja um avanço, temáticas como essas necessitam de um prosseguimento. Para que assim a sociedade possa ter suas perceptivas modificadas em relação a importância do papel do psicólogo dentro do contexto educacional.
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(Yasmin Rabelo Batista): http://lattes.cnpq.br/3944444634702866