CENTRO UNIVERSITÁRIO FAMETRO
CURSO DEFISIOTERAPIA
Autores:
Giovanna Marreiros Praxedes¹;
Rafael Pinheiro da Silva1;
Arleina Assis De Oliveira1;
Miqueias Prata De Souza1;
Marines Almeida Fernandes1.
Orientador:
Me. Denilson Veras2
1Acadêmicos Finalistas do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário de Manaus – FAMETRO
2Fisioterapeuta Mestre; Docente do Centro Universitário de Manaus – FAMETRO
RESUMO
Introdução: A lombalgia é a dor que ocorre na região lombar inferior. Existe um grande número de estruturas na coluna (ligamentos, tendões, músculos, ossos, articulações, disco intervertebral) há inúmeras causas diferentes para a dor. O objetivo do tratamento fisioterapêutico é melhora desse quadro inflamatório que podem manifestar-se com dor lombar, ganhando amplitude do movimento e mobilidade, fortalecimento, equilíbrio entre outros. O presente artigo expõe a atuação da fisioterapia no tratamento da lombalgia, sendo uma das principais ferramenta para a reabilitação de pacientes com lombalgia. Visando melhor qualidade de vida e bem estar do paciente. Objetivo: O presente trabalho teve como objetivo conhecer a atuação da fisioterapia no tratamento da lombalgia, em uma revisão integrativa da literatura. Avaliando e analisando a atuação fisioterapêutica tratamento da lombalgia e as para melhorar a dor e dar mais qualidade de vida ao paciente. Metodologia: Estudo descritivo quantitativo e qualitativo não experimental no método revisão bibliográfica. Resultados: Foram ao todo selecionados 42 artigos dentre os mais de, que abordaram o tema e evidenciaram a atuação da fisioterapia no tratamento da lombalgia. Foram incluídos em torno de 20 trabalhos, dos quais somente 10 compuseram a amostra final. Conclusão: Os dados analisados nesta revisão de integrativa demonstraram que a atuação da fisioterapia com recursos terapêuticos manuais promovem bons resultados no tratamento da lombalgia.
Palavras-chave: lombalgia, terapia manual, fisioterapia.
ABSTRACT
Introduction: Low back pain is pain that occurs in the lower lumbar region. There are a large number of structures in the spine (ligaments, tendons, muscles, bones, joints, intervertebral disc) and there are many different causes of pain. The objective of physical therapy treatment is to improve this inflammatory condition that can manifest with low back pain, gaining range of motion and mobility, strengthening, balance, among others. This article exposes the role of physiotherapy in the treatment of low back pain, being one of the main tools for the rehabilitation of patients with low back pain. Aiming at a better quality of life and well-being for the patient. Objective: This study aimed to understand the role of physical therapy in the treatment of low back pain, in an integrative literature review. Assessing and analyzing the physiotherapeutic role in the treatment of low back pain and the measures to improve pain and provide better quality of life for the patient. Methodology: descriptive quantitative and qualitative non-experimental study in the literature review method. Results:A total of 42 articles were selected from among the most, which addressed the topic and highlighted the role of physiotherapy in the treatment of low back pain. Around 20 works were included, of which only 10 made up the final sample. Conclusion: The data analyzed in this integrative review showed that the performance of physical therapy with manual therapeutic resources promote good results in the treatment of low back pain.
Keywords:low back pain, manual therapy, physiotherapy.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente а Deus, por ser meu tudo e por nunca ter me desamparado, autor do meu destino, meu Pai, meu Amigo, meu socorro, bem presente na hora da minha angústia, aos meus pais, por todo esforço e investimento em mim, meus avós maternos em especial minha querida avó por estar sempre ao meu lado me apoiando nesta jornada, com muito amor e carinho, não medir esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida, e meu avô por seus conselhos sábios que levarei comigo para a vida toda. inmemoriam meus pais e avô.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus por ter me dado saúde, forças e paciência para concluir este trabalho e toda minha trajetória acadêmica.
Agradeço aos meus pais por todos os esforços e investimento, me fornecendo estímulos para chegar até onde estou e concluir minha formação. Amarei e serei eternamente grata a eles. InMemoriam meus pais.
Agradeço minha avó materna por ser minha segunda mãe e por não medir esforços por mim. Agradeço pelo incentivo e apoio. Onde estou agora, é mérito seu também, minha querida avó.
Agradeço a meu avô e segundo pai, que me ensinou, educou e me deu princípios que sigo até hoje e levarei comigo por toda minha vida. Sei que estaria orgulhoso de mim! In Memoriam meu avô. Meu namorado, pelo apoio, paciência e por estar sempre me incentivando a ser minha melhor versão.
Agradeço ao meu orientador Prof. Me. Denilson Veras pela disponibilidade e incentivo que foram fundamentais para realização e prosseguir este estudo.
Agradeço a meus professores, tutores e mentores, por me passarem conhecimento e um caminho a seguir.
No decorrer desta luta algumas pessoas estiveram ao meu lado me estimulando para que buscasse minha vitória e conquistasse o meus sonhos. Aos poucos familiares, amigos e colegas que sempre torceram por mim e me apoiaram no decorrer da faculdade. A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito obrigada.
INTRODUÇÃO
A lombalgia representa um dos problemas de saúde mais frequentes na população geral. Cerca de 80% da população mundial já apresentou um quadro de dor lombar baixa, pelo menos uma vez na vida, destacando-se como a segunda maior incidência dentre os distúrbios dolorosos, constituindo a principal causa de ausência no trabalho em países industrializados. Apesar do progresso da ergonomia aplicada à coluna vertebral e do uso de sofisticados métodos de diagnóstico na última década, as lombalgias tiveram um crescimento quatorze vezes maior que o da população. O resultado desta situação é grave, sendo que estão associadas à grande necessidade de cuidados médicos e altos custos sociais. (VAN DER Roer N et al. 2004)
A coluna vertebral é o eixo central do corpo humano, responsável pela sustentação do tronco e proteção de parte do sistema nervoso, sendo que para seu perfeito funcionamento é necessário um equilíbrio entre as peças que o constitui. O desalinhamento ocorre devido às constantes mudanças posturais e ao suporte de diferentes cargas, resultando em grande incidência de dores na coluna em toda a população (FERREIRA, 2010).
Segundo KOVACS FM etal. (2007) pode-se definir a lombalgia como dor referida entre as margens costais e a prega glútea, usualmente acompanhada de limitação dolorosa do movimento. Podemos classificar como um conjunto de patologias dolorosas que ocorrem na região lombar da coluna vertebral, causadas por alguma anomalia nesta região. Ressaltando que não se trata de uma doença e sim de uma lesão.
A coluna lombar tem por função proporcionar maior apoio e suporte para a parte superior do corpo. As vértebras lombares são maiores, o que facilita no apoio desse peso adicional. A configuração das vértebras e a forma das facetas articulares limitam a quantidade de flexão, extensão, flexão lateral e rotação produzida a cada nível. Na região lombossacra é onde ocorre o maior grau de flexão de tronco, ou seja, 15% a 70% ocorre entre L4-L5. O restante das vértebras é responsável por 5% a 10% da flexão de tronco, devido à anatomia das facetas articulares da região lombar se encontrar mais limitada quanto à extensão, sendo o grau de rotação da coluna lombar mínimo (JUNIOR, 2006).
As lombalgias, podem ser classificadas de acordo com a duração como agudas, apresentando um início súbito e duração inferior a seis semanas; em subagudas, com duração de seis a doze semanas; e em crônicas, que apresentam duração superior a doze semanas. Lombalgia recorrente é aquela que aparece após períodos de abrandamento. Podem ser classificadas também, como específicas e inespecíficas; as lombalgias inespecíficas são aquelas em que não é identificável a causa anatômica ou neurofisiológica e as específicas são as resultantes de hérnias discais, espondilolistese, fraturas vertebrais, tumores, infecções e doenças inflamatórias da coluna lombar (IMAMURA, 2001).
De acordo com OCARINO, (2009) O objetivo da reabilitação em pacientes com lombalgia além de melhorar os parâmetros físicos, como flexibilidade, movimento e força muscular, mas evoluindo cada vez mais a funcionalidade desses pacientes visando melhor qualidade de vida e retorno a realizar suas atividades do cotidiano.
O conhecimento dos mecanismos de controle da motricidade ensina que a morfologia e a fisiologia deste arco reflexo constitui a via final para as informações referentes segmentares e supra segmentares que produzem a expressão motora dos comportamentos, quer de caráter postural ou dinâmico. Para que haja amplitude de movimento normal é necessário haver flexibilidade dos tecidos moles que circundam articulação, ou seja, músculos, tecido conectivo, pele e mobilidade articular. Para
desempenhar a maioria das tarefas cotidianas funcionais, bem como atividades ocupacionais e recreativas, é necessária uma amplitude de movimento sem restrições e sem dor. (Kisner C, Colby LA. 2005)
O tratamento da dor e disfunção lombar envolve equipe multidisciplinar, incluindo médico, fisioterapeuta e psicólogo, tendo como proposta geral, controlar o quadro álgico e promover o bem-estar e o retorno às atividades funcionais do indivíduo. A fisioterapia dispõe de diversos recursos terapêuticos que auxiliam na promoção do alívio sintomático da dor e na reabilitação destes pacientes (BRIGANÓ e MACEDO, 2005).
A lombalgia é um problema extremamente comum, que afeta mais pessoas do que qualquer outra afecção, sendo a segunda causa mais comum de consultas médicas gerais, só perdendo para o resfriado comum. No que mais se caracteriza é o quadro de dor intensa na região lombar, glúteos e/ou sacral. Logo, diante do exposto, argumenta- se que a procura de tratamentos além dos farmacológicos que possam amenizar e tratar os sintomas e a causa da lombalgia. Sendo assim, a atuação da fisioterapia é crucial no tratamento da lombalgia, trazendo nessa revisão da literatura mostrando o tratamento ter ótimas ferramentas para serem utilizadas para melhora desse quadro inflamatório de dor e para melhor bem estar e melhor qualidade de vida.
O objetivo deste estudo foi, portanto, a partir de leituras de livros, estudos publicados em sites de busca de pesquisas acadêmicas. Sendo assim, analisando a atuação da fisioterapia, os tipos de tratamentos fisioterapêuticos sobre a dor em pacientes com lombalgia.
METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, utilizando artigos científicos em português e inglês, publicados entre os anos de 2011 e 2021. Foram pesquisadas as bases de dados PUBMED, PEDro (Physiotherapy Evidence Database), SCIELO Org (Scientific Eletronic Library Online), no período de julho a novembro de 2021. Utilizando a combinação dos seguintes descritores: Lombalgia; Terapias Manuais; Tratamento; Fisioterapia e seus correspondentes em inglês, estes descritores poderiam estar no título ou no resumo. Os termos foram combinados entre si através do operador “AND”. “NOT” e “OR”. A busca dos artigos resultou em: 10 artigos no PUBMED, 7 artigos no PEDro, 16 artigos no SCIELO Org. e MEDLINE 9 artigos. Foram incluídos artigos que abordassem sobre a atuação da fisioterapia no tratamento da lombalgia, publicados no período de 2011 a 2021 e excluídos aqueles que não especificavam o tipo de intervenção fisioterapêutica, artigos duplicados e incompatíveis após leitura do Título/Abstract. Seguindo os critérios de inclusão e exclusão foram selecionados 10 artigos que contemplaram o desenho metodológico proposto.
RESULTADOS
Com base em pesquisas realizadas por meio de levantamentos bibliográficos, pode-se afirmar que em média cerca de 70% dos adultos já sofreram, sofrem ou sofrerão de lombalgia. Alguns estudos validados mostraram que. No cenário mundial, apresenta uma prevalência média de 23,5%. Poucas pessoas não apresentam esses sintomas e vivem de maneira saudável. Além disso, o tratamento é um desafio para os profissionais de saúde, onde o controle e redução da dor, o aumento ou manutenção da capacidade funcional e a redução de outras manifestações de desconforto são importantes para esses pacientes.
Os dados desta pesquisa foram obtidos através de revisões integradas bibliográficas, foi por meio da análise destes artigos que surgiu a ideia de criar o tema a atuação da fisioterapia no tratamento da lombalgia. Foram encontrados 480 artigos, sendo que 42 foram examinados, e 22 foram excluídos por não alcançarem os critérios necessários dessa revisão. Após a coleta dos dados acima, eles serão apresentados em uma tabela para comparar os resultados dos possíveis efeitos dessas doenças. Prove os aspectos demonstrados por cada estudo.
Quanto aos principais temas abordados nesta pesquisa, além de outros temas mencionados em toda a pesquisa, destacam-se 10 dos 20 estudos selecionados, na qual está incluso as diretrizes referente a lombalgia, tratamento, recursos terapêuticos manuais, alongamentos, exercícios e atividades físicas e fortalecimento. As informações gerais sobre esses 10 artigos estão resumidas na tabela a seguir.
Tabela 1: Tabela comparativa de 10 artigos dos 20 selecionados, que foram incluídos no estudo e analisados quanto aos autores, ao título, a metodologia utilizada e sua finalidade
Autor | Título | Tipo de Estudo | Resultados |
Suélem Silva de Barros 1, Rita di Cássia de Oliveira Ângelo 2, Érica Patrícia Borba Lira Uchôa 3. (2011) | Lombalgia ocupacional e a postura sentada. | Estudo analítico transversal, realizado em uma instituição de ensino superior da cidade de Recife, incluindo 239 funcionários do corpo técnico administrativo. | Os dados sugerem correlação significativa entre atividades laborais executadas na posição sentada e lombalgia. A prevalência de dor lombar crônica foi de 95,2%, sendo maior nos funcionários com idade superior a 40 anos, sedentários e que trabalham há mais tempo na instituição. As variáveis: sexo, índice de massa corpórea e realização de pausas durante a jornada de trabalho não se comportaram como fator de risco para o aparecimento dos sintomas. |
Marcelo Tavella Navega 1, Rafael Andrade Tambascia 2. (2011) | Efeitos da terapia manual de Maitland em pacientes com lombalgia crônica. | Estudo de caso. | Houve melhora significativa na intensidade de dor, incapacidades, flexibilidade e Qualidade de vida. |
Alisson Guimbala dos Santos Araujo 1, Lusiane de Oliveira 2, Mariela Fioriti Liberatori 3 (2012) | Protocolo fisioterapêutico no tratamento da lombalgia. | O estudo caracteriza-se por ser um levantamento bibliográfico de artigos científicos | Foram encontrados oito artigos científicos que abordavam métodos fisioterapêuticos no tratamento das lombalgias, incluindo um artigo de revisão bibliográfica. |
Jakson Ferraz de Andrade Filho 1, Richelma Barbosa 2. (2013) | Efeito de um protocolo de terapia manual na qualidade de vida de pacientes com lombalgia crônica | São diversas as propostas de tratamento demonstradas na literatura científica dentre elas a terapia manual. O objetivo do estudo foi analisar o efeito da terapia manual na dor lombar, amplitude de movimento articular e qualidade de vida em pacientes com lombalgia crônica. | O estudo foi de característica explicativa, de análise quantitativa com abordagem pré-experimental. Observou-se pesquisa diferenças significativas no pré e pós- tratamento da lombalgia crônica com terapia manual, onde se constatou a redução da dor lombar, aumento da amplitude de movimento articular e melhora na qualidade de vida. |
Janaina Gonçalves de Oliveiraa 1; Marcia Maria Hernandes de Abreu de Oliveira Salgueiro 2 ; Fábio Marcon Alfieri 3. (2014) | Lombalgia e Estilo de Vida. | Revisão da literatura | Discutiu-se a relação da lombalgia com os fatores de estilo de vida apontados pela Organização Mundial da Saúde – OMS. |
ALVES 1 , Camila Pâmela 2 ; LIMA 3, Eriádina Alves de GUIMARÃES 4, Rebeka Boaventura 5 (2015) | Tratamento fisioterapêutico da lombalgia postural – estudo de caso. | Estudo de caso. | Este é um estudo de caso, com um paciente portador de lombalgia postural. Foi realizado um protocolo fisioterapêutico, contendo exercícios de alongamento, fortalecimento, eletroestimulação, entre outros. |
Cyntia Pace Schmitz Corrêa 1, Isabela Oliveira Guedes 2, Marcela Tamiasso Vieira 3, Marielle Noara Marques Muniz 4. (2015) | Método Pilates versus Escola de Postura: Análise comparativa de dois protocolos de tratamento para lombalgias. | Análise comparativa. | Este estudo teve como objetivo comparar dois protocolos de intervenção para o manejo da dor lombar crônica não específica em mulheres de 25 a 50 anos quanto à dor, à funcionalidade e à qualidade de vida dos indivíduos. O grupo tratado com a Escola de Postura obteve resultados melhores quando comparados com os resultados do grupo tratado com o método Pilates. |
Messias Pereira de Oliveira 1, Allison Gustavo Braz 2. (2012) | A importância do fortalecimento da musculatura estabilizadora da coluna vertebral na prevenção e no tratamento das lombalgias. | Como recurso metodológico foi utilizadaa revisão de literatura sobre o tema proposto, como a consulta de livros, periódicos, sites científicos, entre outros, com o intuitotão somente de reunir pontos importantes sobre a problemática que afeta grande parte da população. | O objetivo foi verificar se o fortalecimento da musculatura estabilizadora e protetora da coluna vertebral auxiliana prevenção e tratamento de distúrbios álgicos, e realizar um levantamento bibliográfico, realizando um estudo minucioso com escopo de adquirir conhecimentos e organizá-los de forma clara. Foram pré-selecionado 73 artigos dos quais após analise aproveitaram-se apenas 33. |
Auristânia Patrícia Barboza 1, Denise Matias da Silva 2, Marcello Henrique Mulatinho 3, Rodrigo Delfino Nascimento 4, Renata Soraya Coutinho 5. (2014) | Cinesioterapia e terapia manual no tratamento de lombalgia: uma revisão sistemática. | Uma revisão sistemática. | Foram catalogadas em um quadro expositivo 14 publicações de um total de 40 pré-selecionadas. Verificou-se que 85% dos sujeitos das pesquisas apresentavam quadro de lombalgia crônica e que 73% eram do sexo feminino. Com relação às técnicas utilizadas, 90% utilizaram o alongamento e 28% a técnica de isostretching. |
Francisco Eudison da Silva Maia 1, Fabio Firmino de Albuquerque Gurgel 2, João Carlos Lopes Bezerra 3, Cleber Mahlmann Viana Bezerra 4. (2015) | Perspectivas terapêuticas da fisioterapia em relação à dor lombar. | Revisão de literatura. | Assim, este estudo se propôs a abordar a etiologia relacionada aos fatores mecânicos e biológicos envolvidos com a lombalgia, contribuindo como enriquecimento da discussão de propostas terapêuticas intervencionistas que favoreçam a redução ou remissão da incidência de dores lombares. |
DISCUSSÃO
Conceito
Na região lombar possuímos cinco vértebras lombares que formam a curvatura côncava lombar na parte posterior. Ela se desenvolve em resposta ao apoio de peso que ocorre quando a criança começa a ficar de pé e a caminhar, e sobre a influência do posicionamento pélvico devido a uma tensão que o músculo iliopsoas adquire com o desenvolvimento humano (MOREIRA e RUSSO, 2005).
Abordado por FRANÇA, et al. (2008). Como principal função ser estabilizada de todo o segmento lombar a musculatura da coluna vertebral lombar tem essa colocação, porém o músculo multífido é capaz de proporcionar rigidez e gerência do movimento em zona neutra.
A região lombar faz parte do complexo lombo-pélvico, descrito na literatura como centro, uma denominação decorrente do fato de que é nesta área que fica posicionado o centro de gravidade e onde a maioria dos movimentos se inicia. O centro é constituído por uma cinta muscular que trabalha para estabilizar a coluna vertebral e o tronco, com ou sem movimento de membros. É por isso que o fortalecimento destes músculos e o trabalho associado com musculatura abdominal e as extremidades superior e inferior leva a prevenção e reabilitação de desordens musculoesqueléticas (REINEHR e colaboradores 2008).
Segundo Cecin HA (2008), existem em torno de 120 patologias que podem lesionar a coluna lombar. A hérnia de disco intervertebral é um exemplo de uma delas. A dor lombar, a lombociatalgia, a cruralgia e a ciática são os sintomas que predominam. As lombalgias e lombociatalgias podem ser de natureza mecânica e traumática devido ao trabalho repetitivo, ações de empurrar e puxar, quedas, postura de trabalho estáticas e sentadas, tarefas onde há vibração em todo o corpo, trabalhos que envolvem o agachamento e torção ou levantamento repetitivo de objetos pesados, principalmente quando as cargas ultrapassam a força do indivíduo. (Briganó JU, Macedo CSG. 2005) De acordo com Van Tulder M. etal. (2002) A lombalgia pode gerar dor, desconforto, tensão ou rigidez local embaixo das costelas marginais e acima da prega glútea inferior referida na altura da cintura pélvica.
A lombalgia apresenta forte influência na qualidade de vida de seus portadores, uma vez que quadros dolorosos crônicos e incapacitantes em virtude desse quadro álgico geralmente seguem relacionados com a presença de problemas psicológicos ou outros distúrbios emocionais como as depressões. Muitos pacientes portadores de lombalgia passam pelos efeitos da depressão devido à restrição da sua mobilidade e do seu bem-estar geral, impedidos, em muitos casos, de exercer a sua atividade profissional e de vida diária (Smith et al., 2004).
Etiologia e Sintomatologia
A postura sentada mantida por tempo prolongado pode gerar carência de flexibilidade muscular e de mobilidade articular, além de fadiga dos músculos extensores espinhais que, aliados, comprometem a estabilidade e o alinhamento da coluna vertebral. Tais distúrbios biomecânicos são considerados importantes fatores etiológicos para o desenvolvimento de dor lombar. (Reis PF, et al. 2003; Sacco ICN et al. 2009)
Segundo PIRES e DUMAS, (2008) A dor lombar pode ser causada por fatores internos, como condições tumorais, Mecânica postural, processo inflamatório, processo de infecção, degeneração E congênita; e por motivos externos, onde há esforço entre as cargas Freqüentemente, desempenha um papel no trabalho ou nas atividades familiares. Além desses, existem Geralmente relacionados a fatores psicológicos, enfatizando: estresse, ansiedade e depressão são geralmente causadas pela insatisfação com o trabalho, Pode causar ou agravar o quadro de dor.
Dentre as suas causas, podem ser citadas as mecânico-degenerativas, onde se encontram as alterações estruturais, biomecânicas, vasculares ou a interação desses três fatores; e as causas não mecânicas, representadas por lombalgia inflamatória, neoplásica, infecciosa, metabólica, miofasciais e psicossomática. A forma mais comum de dor lombar em adultos jovens e atletas é a mecânica-postural (SOUZA, 2008).
Reis PF et al. (2003) e Toscano JJO et al. (2001) Relata que é grande os tipos de distúrbios clínicos relacionados à lombalgia. Todavia, seu início é frequentemente atribuído à fadiga e às deficiências musculares adquiridas por posturas inadequadas e repetitivas.
A dor constante devido à liberação de substâncias irritantes, distensão tissular, a limitação na mobilidade devido ao edema nos tecidos e a proteção muscular reflexa, são semelhantes ao que ocorrem nos membros. Sem estabilização adequada da coluna, a contração da musculatura das cinturas irá transmitir forças proximamente e provocar movimentos da coluna que colocaram sobrecargas excessivas na estabilização da pelve e coluna lombar pelos músculos abdominais (KISNER e COLBY 2005).
De acordo com TOSCANO, (2001). Para diagnosticar a lombalgia é bem simples, pois no quadro clínico normalmente apresenta dor, incapacidade se movimentar, perda de Amplitude de movimento e incapacidade para trabalhar.
O diagnóstico mais preciso se dará através da história clínica e do exame físico. Na anamnese ocorre a descrição da dor e suas características. No exame físico tenta-se reproduzir por ações e movimentos os sintomas do paciente (PEREIRA, 2002)
Tratamento Fisioterapêutico
No tratamento de reabilitação, a Fisioterapia é essencial. Ela dispõe de diversos recursos que intervêm de forma direta sobre a dor, incapacidade e qualidade de vida. Podem ser citadas as técnicas de terapia manual, cinesioterapia, eletrotermoterapia, hidrocinesioterapia, reeducação postural, manipulação osteopática, acupuntura, entre outros (MACEDO, 2009).
Segundo Pereira JE et al (2006) e Sacco ICN et al. (2009). A fisioterapia conta com vários recursos de alívio da dor, na melhora de funcionalidade e melhora funcional dessa disfunção, promovendo bem estar físico, mental e social e favorecendo o retorno para realizar suas atividades do dia-dia.
A associação da prática de atividade física com o intuito do fortalecimento da musculatura profunda do tronco, através de exercícios resistidos com a redução de sintomas álgicos pode ser explicada, pelo fato de que, contrações musculares fortes ativam os receptores de tensão do músculo, cujas aferências nervosas provocam a liberação de opióides endógenos, os quais estimulam a liberação de endorfina pela hipófise. Assim, acredita-se que o aumento dos níveis de endorfina ao final do treinamento levaria à redução tanto da dor central como da periférica. Outra hipótese em relação aos sintomas dolorosos está relacionada ao fato dos treinos de força e/ou resistência, teriam papel na estimulação do crescimento dos capilares sanguíneos, o que aperfeiçoaria a oferta de oxigênio, a remoção de resíduos metabólicos algogênicos e promoveria a melhor nutrição do tecido muscular (COURY, MOREIRA e DIAS,2009).
Considerando as abordagens fisioterapêuticas no tratamento da lombalgia, percebe-se que o uso da cinesioterapia clássica, assim como a combinação deste recurso com outros métodos de terapia manual, foi amplamente empregada. Dentre essas técnicas a mais utilizada foi o alongamento muscular, manobra terapêutica voltada para aumentar o comprimento dos tecidos moles que estejam encurtados (KISNER e COLBY, 2009).
SILVA e MANNRICH (2009) afirmam que o exercício é uma das formas mais eficazes de tratar doenças da coluna vertebral, seja de longo ou curto prazo. Os exercícios propostos por Joseph Pilates têm se mostrado os mais eficazes e seguem os princípios da contração multifida e transverso abdominal relacionada à respiração.
O método desenvolvido por Joseph Pilates foi criado com o intuito de ganhar flexibilidade geral do corpo e fortalecimento do centro de força e melhorar a postura e coordenação da respiração com os movimentos realizados. O método baseia-se em seis princípios: a respiração, o controle, a concentração, a organização articular, o fluxo de movimento e a precisão. É um método que trabalha com exercícios musculares de baixo impacto tensional, fortalecendo intensamente a musculatura abdominal (BERTOLLA, et al., 2007).
Segundo Bertoldo, (2019) a fisioterapia proporciona alívio da dor, restaurando a função e proporciona qualidade de vida, tentando conectar a parte biopsicossocial do paciente, pois esse tipo de patologia afeta as partes física, psicológica e social, e eventualmente interfere nas funções pessoais.
CONCLUSÃO
Conclui-se que direcionar a atuação da fisioterapia aplicada no tratamento da lombalgia, essa pesquisa tem, como uma de suas finalidades, o propósito de acrescentar conhecimentos sobre o tema no campo científico, na área da fisioterapia, e seu tratamento aplicado na lombalgia que sempre precisa de mais informações e revisões dessa natureza. Além de reunir e catalogar informações de intervenção terapêutica empregadas nas lombalgias de causas diversas, destacando de forma resumida os principais pontos, conceito, etiologia, sintomas e seu tratamento, assim como a importância do tratamento fisioterapêutico, nesse processo patológico.
REFERÊNCIAS
VAN DER Roer N , van Tulder MW, Barendse JM, van Mechelen W, Franken WK, Ooms AC et al. Cost-effectiveness of an intensive group training protocolcomparedtophysiotherapyguidelinecareforsub-acuteandchroniclowbackpain:designofarandomisedcontrolledtrialwithaneconomicevaluation.BMCMusculoskelet Disord.2004 5 (1):45-51.
KOVACS FM, Muriel A, Sanches MDC, Medina JM, Royuela AA. Fearavoidance beliefs influence duration of sick leave in Spanish low back paipatients.Spine, 32(16)16, 1761-66, 2007.
MAMURA, S. T.; KAZIYAMA, H. H. S.; IMAMURA, M. Lombalgia. Rev. Med.(São Paulo), 80(ed. esp. pt.2):375- 90, 2001
OCARINO, J.M. et al. Correlaçãoentreumquestionáriodedesempenhofuncionaletestesdecapacidadefísicaempacientescomlombalgia.RevBrasFisioter. 2009;13(4):343-9.
FERREIRA, M.S.; NAVEGA, M.T. Efeitos de um programa de orientaçãopara adultos com lombalgia. Acta Ortopédica Brasileira, v. 18, n. 3, p. 127-31, 2010.
JÚNIOR, Mauro Luís Barbosa. RelevânciaBiomecânicadosMúsculosMultifidosnaEstabilizaçãoLombar.Disponível em: Acesso em: http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/biomecanica/mul- tifidos_mauro/multifidos_ma
BRIGANÓ, J.U.; MACEDO, C.S.G. Análise da mobilidade lombar e influênciadaterapiamanualecinesioterapianalombalgia.Seminário: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 26, n. 2, p. 75-82, jul./dez, 2005.
KISNER C, Colby LA. A coluna: intervenção com exercícios para pescoço etronco.In: Kisner C, Colby LA. Exercícios terapêuticos. 4ª ed.Barueri:Manole;2005.
VAN TULDER M, Koes B, Bombardier C. Lowbackpain.BestPractResClinRheumatol2002;6(5):761-75.
BRIGANÓ JU, Macedo CSG. Análise da mobilidade lombar e influência daterapiamanualecinesioterapia nalombalgia.Semina. 2005; 26 (2): 75-82.
CECIN HA. Diretriz I: fundamentos do diagnóstico das doenças da colunavertebrallombar. Rev Bras Reumatol 2008; 48(supl 1):2-7.
MOREIRA, Demóstenes. RUSSO, André Faria. CinesiologiaClínicaeFuncional.São Paulo: Atheneu, 2005.
FRANÇA, Fábio Jorge Renovatoet al. Estabilizaçãosegmentardacolunalombarnaslombalgias:umarevisãobibliográficaeumprogramadeexercícios. Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, v.15, n.2, p.200-6, abr./jun. 2008. ISSN 1809-2950
REINEHR, Fernanda Beatriz, e colaboradores. Influência do treinamento deestabilização central sobre a dor e estabilidade lombar. Rev. Fisioter. Mov., v. 21,n.1, p.123-129, jan/mar, 2008.
SMITH BH, Elliott AM, Hannaford PC, Chambers WA, Smith WC. Factorsrelated to the onset and persistence of chronic back pain in the community,resultsfromageneralpopulationfollow-upstudy.Spine; 29:1032-40; 2004
REIS PF, Moro ARP, Contijo LA. A importância da manutenção de bons níveisdeflexibilidadenostrabalhadoresqueexecutamsuasatividadeslaboraissentados.Rev Prod On Line 2003;3(3).
SACCO ICN, Aliberti S, Queiroz BWC, Pripas D, Kieling I, Kimura AA et al. Ainfluência da ocupação profissional na flexibilidade global e nas amplitudesangularesdosmembrosinferioresedalombar.Rev Bras Cineantropom Desempenho Humano 2009; 11(1):51-8
SOUZA, M. C. DeepWaterRunning no tratamento da lombalgia mecânico-postural– relato de caso. RevNeurocienc2008;16/1:62–66
KISNER, Carolyn. COLBY, Lynn Allen. Exercícios Terapêutico FundamentoseTécnicas.4 ed. Barueri, SP : Manole, 2005.
TOSCANO, J.J.O.; EGYPTO, E. P. Ainfluênciadosedentarismonaprevalênciadelombalgia. RevBrasMedEsporte. v. 7, Nº 4.Jul/Ago, 2001
PEREIRA, F. H. Lombalgia postural- estudo de caso. 2002. 32p. Monografia deconclusãodecurso(GraduaçãoemFisioterapia)-Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba.
PEREIRA JE, Pinto MC, Souza RA. Prevalênciadelombalgiasemtransportadoresde sacosdecafé. Rev Motriz 2006;12(3):229-38.
SACCO ICN, Aliberti S, Queiroz BWC, Pripas D, Kie
LING I, Kimura AA et al. Ainfluênciadaocupaçãoprofis?sionalnaflexibilidade global e nas amplitudes angulares dos membros inferiores e dalombar.Rev Bras Cinean?tropom Desempenho Humano 2009; 11(1):51-8.
COURY, H.J.C.G. MOREIRA, R.F.C. DIAS, N.B. Efetividadedoexercíciofísico em ambiente ocupacional para controle da dor cervical, lombar e doombro:umarevisãosistêmica.RevistaBrasileiradeFisioterapia,São Carlos, v. 13, n.6, p. 461-479, nov./dez. 2009.Disponível em: .Acesso em: 29Jul 2011. as 11.30h.
SILVA, A. C. L. G. MANNRICH, G. Pilates na Reabilitação: uma revisãosistemática.Fisioterapia e Movimento, Curitiba, v. 22, n. 3, p. 449-455, jul./set. 2009. ISSN 0103-5150.
BERTOLLA, Flávia, BARONI, Bruno Manfredini, LEAL, Ernesto Cesar Pinto e OLTRAMARI, José Davi. Efeito de um programa de treinamento utilizando ométodoPilates®naflexibilidadedeatletasjuvenisdefutsal.Revista Brasileira de Medicina no Esporte, v. 13, n. 4, jul/ago, 2007.
MACEDO, C. S. G.; BRIGANÓ, J. U. Terapia manual e cinesioterapia na dor,incapacidade e qualidade de vida de indivíduos com lombalgia. RevEspSaúd, Londrina, v. 10, n. 2, p. 1-6, jun. 2009
KISNER, C.; COLBY, L.A. ExerciciosTerapêuticos-Fundamentosetécnicas. 5ª edição, São Paulo Editora. Manole. 2009
BERTOLDO, Vivian; KELLY, Sabrina; FREITAS, Matos De. A IMPORTÂNCIA DO TRATAMENTOFISIOTERAPÊUTICONAFIBROMIALGIA:UMAREVISÃODALITERATURA. n. 2013, 2019.