A ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NA PREVENÇÃO DOS PRINCIPAIS DESVIOS POSTURAIS EM TRABALHADORES COM MAIS DE OITO HORAS TRABALHADAS

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KAROLLINE FREITAS RODRIGUES

Trabalho de Conclusão do Curso de Fisioterapia, Uninassau, para obtenção do título de Fisioterapeuta.
Orientador: Prof. Francisco Carlos Santos Cerqueira.

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DEDICATÓRIA:

Dedico este trabalho aos meus pais que sempre me apoiaram, incentivaram e acreditaram nos meus sonhos.
OBRIGADA

AGRADECIMENTO

Agradeço em especial, primeiramente a Deus por me permitir chegar até aqui com muita saúde e por ter me capacitado e me dado forças nessa caminhada. Gratidão eterna pelo meu pai Marcos Almeida e pela minha mãe Olímpia Rodrigues, por me apoiarem em absolutamente tudo, por toda paciência, compreensão, cuidado e por nunca desacreditarem de mim, sem vocês esse sonho não teria se realizado. Aproveito também para agradecer aos meus irmãos Karinne Rodrigues e Lorran Rodrigues e ao meu companheiro Stephan Mendonça por sempre estarem ao meu lado me apoiando e incentivando. Agradeço ao meu orientador Francisco Carlos Santos Cerqueira, por toda dedicação em me ajudar na realização desse projeto. E por último, mas não menos importante agradeço a cada mestre da Faculdade Uninassau que passou por mim nessa jornada, cada um foi de suma importância para minha formação. Obrigada por todo apoio, paciência e dedicação em ensinar.

EPIGRAFE
“A maior recompensa para o trabalho do homem não é o que ele ganha, mas o que ele se torna com isso.”
John Ruskin

RESUMO

Nos dias atuais as pessoas passam a maior parte de seu dia no seu ambiente de trabalho, com deveres que por muitas vezes exigem movimentos repetitivos ou ficando por mais de 6 horas em uma mesma posição, fazendo com que ao passar do tempo adquiram algum desvio postural. Objetivo: Analisar e estudar de que forma os desvios posturais são adquiridos e intervir com o uso da fisioterapia para a prevenção ou agravamento do mesmo. Métodos: O estudo foi uma revisão bibliográfica, descritiva, qualitativa, exploratória com estudos clínicos. Conclusão: Através da revisão da literatura conclui-se que a interversão precoce da fisioterapia nesses trabalhadores diminui e/ou previne os desvios posturais, assim, consequentemente melhorando a qualidade de vida e evitando o afastamento do trabalho.

Palavras-chaves: Desvios posturais, Prevenção, Fisioterapia.

ABSTRACT

Nowadays people spend most of their day in their work environment, with duties that often require repetitive movements or staying in the same position for more than 6 hours, causing them to acquire some postural deviation over time. . Objective: To analyze and study how postural deviations are acquired and intervene with the use of physiotherapy to prevent or worsen it. Methods: The study was a literature review, descriptive, qualitative, exploratory with clinical studies. Conclusion: Through the literature review, it is concluded that the early intervention of physiotherapy in these workers reduces postural deviations, thus, consequently improving the quality of life and avoiding absence from work.

Keywords: Postural deviations, Prevention, Physiotherapy.

1. INTRODUÇÃO

Vários fatores são apontados para o surgimento de problemas posturais, envolvendo questões do próprio indivíduo (genética, emoções, hábitos, doenças e outros), e sociais, como modismos. (GUIDA, 2005).

Para reverter esse processo de manutenção de uma postura inadequada, “o exercício parece ser a chave para dar ao tecido muscular estriado esquelético as propriedades funcionais e estruturais ideais para um melhor desempenho das atividades de vida diária” (ROSA; GABAN; PINTO, 2002).

Como exposto acima, o presente trabalho tem como objetivo principal estudar e analisar os desvios posturais desenvolvidos em ambiente de trabalho em pessoas com carga horária igual e/ou 8horas trabalhadas. E através dessa analise e estudo intervir com os recursos da Fisioterapia para a melhora desse quadro.

O material bibliográfico para a realização do presente trabalho foi obtido por meio de livros que continham nos títulos, índices e/ou índices remissivos as palavras desvio postural, postura, hipercifose, hiperlordose cervical e lombar através da plataforma digital Scielo e Google Acadêmico. A seleção dos artigos foi em base com a importância do tema e contribuiçao para a realização do estudo.

O artigo esta desenvolvida da seguinte forma: Aspectos da Coluna Vertebral, Vícios Posturais, Ambiente de trabalho e Atuação da Fisioterapia para prevenção de Desvios Posturais. Chegou ao resultado que quanto mais precoce for à interversão da Fisioterapia na vida do trabalhador/funcionário, menor são os índices de desvios posturais o que consequentemente previne futuras patologias, melhora a qualidade de vida e o desempenho dentro da empresa e assim evitando os futuros afastamento do mesmo.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Coluna Vertebral

A coluna vertebral forma o eixo ósseo do corpo e está constituída de forma a oferecer resistência de um pilar de sustentação, mas também à dar a flexibilidade necessária à movimentação do tronco. Ela é formada por 33 peças esqueléticas, que são as vértebras, dispostas umas sobre as outras, de modo a formar um conjunto que se estende pela nuca, tórax, abdome e pelve. Assim, ela protege a medula espinhal e serve de pivô para suporte e mobilidade da cabeça, permitindo movimentos entre as diversas partes do tronco e dando fixação a numerosos músculos (DANGELO;FATTINI, 2011).

A coluna vertebral, se observada de perfil, apresenta quatro curvas fisiológicas, que tem por objetivo distribuir as forças que atuam sobre o corpo humano (ASHER, 1976; BLACK, 1993).

A escoliose pode apresentar suas curvas em única curvatura ou mais. Apresentam convexidade à esquerda ou à direita, abrangendo uma ou mais regiões da coluna. Quando apresentam curvas compensatórias, formam um “S” ou um “S” invertido. Foram definidas por Cobb como sendo primárias (maiores – as primárias) ou secundárias (menores – curvas de compensação) (VERDERI, 2005).

Diversas são as definições de posturas encontradas na literatura, sendo que algumas salientam aspectos biomecânicos. Desse modo, entendemos que ao mesmo tempo em que a postura corporal é uma característica individual faz do seu corpo, é também um arranjo relativo das partes do corpo na busca de equilíbrio (KNOPLICH, 1985, 1986; KENDALL, McCREARY & PROVANCE, 1995).

2.2 Vícios Posturais

A boa postura é caracterizada, principalmente, pelo alinhamento correto da coluna vertebral (Moffat M, Vickery S., Artmed; 2002).

Já a má postura ocorre quando a pessoa se posiciona fora dos padrões da linha de gravidade e fica por longo período em postura incorreta, sobrecarregando mecanicamente o corpo e trazendo, como consequências, síndromes dolorosas como resultado das alterações dos padrões musculares e esqueléticos, podendo surgir os desvios posturais (Verderi, Rev. EFDeportes Digital. 2002)

A evolução de cada ser humano, desde o período embrionário ate a vida adulta, passa por fases distintas, influenciadas por grande numero de fatores, desde os genéticos aos psicológicos, fisiológicos, experiências físico-motores e vícios posturais, sendo que estes últimos podem contribuir negativamente para a posição final da postura do individuo, causando sérias perturbações da coluna vertebral (BLACK, 1993).

Essas alterações anatômicas, já incorporadas a espécie e à coluna vertebral, são novamente modificados com a idade, hábitos, tipo de trabalho e outros fatores (KNOPLICH, 1985).

Dessas alterações, as mais comumente vistas são a Hipercifose, caracterizada pelo aumento exagerado da curvatura torácica; a Hiperlordose, um aumento exacerbado da curvatura lombar ou cervical; e a Escoliose, caracterizada pelo desvio lateral esquerdo ou direito da coluna vertebral (KENDALL et al., 2007).

Quando forças deformantes atuam frequentemente sobre a coluna, provocam o desenvolvimento de alterações posturais e, à medida que estas forças agem sobre uma vértebra em crescimento, ocorre o acunhamento vertebral, gerando um desequilíbrio, o que acelera a progressão da deformidade (HEBERT; XAVIER, 1998).

2.3 Ambiente de Trabalho

De acordo com as literaturas atuais é cada vez maior o número de pessoas com desvios posturais, devido a agentes estressores e externos no cotidiano dos indivíduos. Principalmente as pessoas que trabalham em terminais de computadores ou alunos que passam maior parte do tempo sentados (CARNEIRO et al., 2005).

Norré (1990) afirma que a postura consiste numa relação estável entre o sujeito e o meio, o que resulta numa estabilização espacial.

Além das alterações fisiológicas, o ritmo de vida do homem tem contribuído para sensíveis mudanças que refletem diretamente no cotidiano, pois a partir da Revolução Industrial, com os avanços tecnológicos, a mão de obra humana passou a ser substituída por máquinas, favorecendo para que o ser humano adotasse cada vez mais um estilo de vida sedentária, passando a maior parte da sua vida sentado, no trabalho, no transporte e em casa. (MANDAL, 1984).

A coluna vertebral é uma das estruturas que mais sofre com o sedentarismo e a má postura. Suas afecções são uma das principais causas de afastamento de atividades laborais, 50% a 80% dos indivíduos apresentarão dores lombares na fase adulta (FORNAZARI, 2005) e Anderson (1981, apud GOULD III, 1999, pg. 517).

A coluna vertebral sofre alterações quando submetida a vícios posturais, sobrepeso corporal, deficiências nutricionais, atividades físicas insuficientes ou incorretas, alterações respiratórias e musculares, distúrbios psicológicos ou anomalias congênitas e adquiridas (CAMPOS; SILVA; FISBERG, 2001).

Na posição sentada, os músculos isquiotibiais e iliopsoas se encurtam, ocasionando a acentuação da lordose, provocando o surgimento da dor na coluna (RASH, R.J. & BURKE, R. K., 1987).

As disfunções posturais podem causar: dor, pela sobrecarga em estruturas mais sensíveis e tensão muscular; diminuição da amplitude de movimento, por desequilíbrio de flexibilidade; fraqueza e/ou fadiga musculares, devido à má postura mantida por longo tempo ou desuso de determinados grupos musculares; controle precário da mecânica da coluna vertebral e estabilização inadequada do tronco, por desequilíbrios entre comprimento, força e resistência da musculatura envolvida; e alteração da percepção cinestésica do alinhamento corporal com incapacidade de manejar a postura para prevenção da dor, devido a hábito postural errôneo e pela falta de conhecimento de uma mecânica saudável para a coluna vertebral (KISNER; COLBY, 1998).

2.4 Atuação da Fisioterapia para prevenção de Desvios Posturais

A educação postural não tem como objetivo limitar as atividades, mas ao contrário, permitir sua realização dentro de um espaço de segurança gestual (Simon, Herisson, Brun & Enjalbert, 1988).

Os alongamentos, onde a flexibilidade da coluna vertebral e musculatura isquiotibial são priorizadas, se atinge um menor risco de dor e lesão1 (BATTIÉ, 1990).

A atividade física com alongamentos reduz o atrofiamento muscular, aumenta a flexibilidade, diminui o risco de lesão músculo articular e melhora a postura estática e dinâmica, onde nos ambientes de trabalho, o alongamento estático é o mais indicado, pois diminui a tensão muscular e pressão sangüínea, sendo de fácil execução e pouco risco de lesão (ACHOUR JUNIOR, 1995).

O exercício terapêutico é considerado um grande elemento da abordagem fisioterapêutica, trata-se da realização ou execução sistemática de movimentos físicosplanejados, posturas ou atividades destinadas a permitir ao paciente corrigir ou prevenir as deficiências, aprimorar a função, reduzir o risco, otimizar a saúde global e melhorar a aptidão e o bem-estar (HALL e BRODY, 2007).

A ginástica laboral compensatória é uma atividade física, realizada dentro do próprio local de trabalho, durante o expediente, agindo de forma terapêutica, visando compensar os músculos que foram mais fadigados no trabalho, proporcionando um bem estar físico, mental e social ao trabalhador (DIAS, 1994).

Souchard (1990) preconiza que exercícios de alongamento devem ser realizados por meio de trações globais que corrijam ao mesmo tempo todas as possíveis compensações ligadas a determinada cadeia muscular, procurando a normalização da morfologia. Os alongamentos prolongados, suaves, progressivos e com baixo número de repetições, são considerados mais eficazes do que as trações bruscas e com grande número de repetições.

2.5 ANÁLISE, DISCUSSÃO E RESULTADOS.

De acordo com Battié, Bigos, Fisher, Spengler, Hansson, Nachemson & Wortley (1990), por meio de programas de alongamentos, em que a flexibilidade da coluna vertebral é priorizada, consegue-se um melhor desempenho e um menor risco de lesão.

(Astrand, 1992) sugere que animais treinados têm um aumento na concentração de colágenos nos ligamentos e tendões, e que a inatividade não afeta somente a força dos músculos, ossos e articulações, mas também diminui a força que será transmitida pelos ligamentos e tendões

No trabalho realizado por Williams (1990), verificou-se que a realização diária de alongamentos passivos por 30 minutos foi suficiente para prevenir a perda de flexibilidade.

Gelb (1987) defende a ideia de que a exploração do corpo libera o corpo e a mente, que passam a trabalhar em harmonia, tanto no aspecto cognitivo quanto no físico.

3. CONCLUSÃO

O artigo trata da atuação da Fisioterapia para a prevenção de desvios posturais. Sendo citado o que causa esses desvios posturais e no que afeta na saúde desse trabalhodor. O artigo concluiu que, o Pilates, e avaliação e intervenção da ergonomia no ambiente de trabalho desse trabalhador/funcionário tem cada vez mais mostrado resultados positivos em relação à prevenção de desvios posturais.

O recurso de mais acessibilidade como às atividades laborais com alongamentos de 30 minutos mostram resultados significativos na prevenção dos desvios posturais, melhorando a qualidade de vida e consequentemente prevenindo futuras síndromes e/ou patologias.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRACCIALLI, L.M.P. & VILARTA, R. ASPECTOS A SEREM CONSIDERADOS NA ELABORAÇÃO DE PROGRAMAS DE PREVENÇÃO E ORIENTAÇÃO DE PROBLEMAS POSTURAIS Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, 14(2):159-71, jul./dez. 2000

Kendall PF, Mc Creary RE. Músculos, provas e funções com postura e dor. São Paulo: Manole; 1995.

Bricot, B. Postura normal e postura patológica: posturologia. São Paulo: Ícone; 2001.

Marques AP. Escoliose tratada com reeducação postural global. Rev Fisioter Univ São Paulo. 1996;3:65-8.

Souchard P E. Fundamentos da reeducação postural global: princípios e originalidade. São Paulo: É Realizações; 2003.

HALL, C. M.; BRODY, L.T. Introdução ao Exercício Terapêutico e ao modelo de incapacitação modificado. In: HALL, C.M; BRODY, L.T. Exercícios Terapêuticosna busca da função. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. Cap.1 p. 1-9