A AFETIVIDADE NA RELAÇÃO ENTRE PROFESSOR E ALUNO PARA O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102502071348


Deonilo de Sousa Batista
Tiago Oliveira de Moraes


RESUMO

A afetividade é um elemento essencial para a construção da identidade humana, presente desde as primeiras manifestações da existência. A criança, desde o nascimento, busca constantemente a interação e adaptação ao mundo em que vive, utilizando mecanismos físicos e psíquicos para isso. As relações afetivas estabelecidas com adultos são fundamentais para a construção de uma identidade positiva e autoestima saudável. No contexto escolar, as relações afetivas se tornam ainda mais dinâmicas e diversificadas, exigindo que a criança esteja em constante processo de readaptação e assimilação para compreender o sentido e a forma como acontecem as coisas à sua volta, para desenvolver seu processo de aprendizagem de forma plena e significativa. O objetivo geral deste estudo é compreender a relação afetiva presente no ambiente escolar, a fim de que os educandos possam alcançar um desenvolvimento satisfatório em sala de aula. Os objetivos específicos são analisar a afetividade como ferramenta para o ensino e aprendizagem, analisar a importância da afetividade na educação infantil e analisar a afetividade na relação entre alunos e professores. Para isso, foi desenvolvida uma pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo, relacionando aprendizagem e afetividade no contexto escolar. A presente pesquisa apresenta uma estrutura composta por dois tópicos que exploram a relevância da afetividade desde o nascimento da criança até seu ingresso no ambiente escolar, evidenciando os benefícios de uma abordagem afetiva para a aprendizagem. Destaca-se que a relação afetiva entre professores e alunos pode desencadear o desenvolvimento de estratégias e habilidades que possibilitam uma aprendizagem significativa para toda a vida dos educandos. Finalmente, enfatizamos a relevância da afetividade como elemento essencial para a construção do conhecimento e o seu papel prioritário no estabelecimento de relações sociais em sala de aula. Destaca-se que os educadores devem estar cientes da importância de um ambiente escolar afetivo e acolhedor para garantir que os alunos se sintam valorizados e seguros em expressar suas dúvidas e dificuldades, estimulando assim o processo de aprendizagem.

Palavras-Chave: Afetividade. Relação professor e aluno. Aprendizagem afetiva.

1         INTRODUÇÃO

O sentimento de afeto é essencial para estabelecer qualquer tipo de conexão entre seres humanos, e está presente em todas as fases da vida, especialmente na infância, em que o indivíduo começa a construir laços afetivos, cognitivos e comportamentais com base nas suas relações. No mundo atual, percebe-se uma diminuição da importância da afetividade nas relações, resultando em uma banalização desse sentimento. As consequências desse distanciamento são evidentes, especialmente para as crianças, que muitas vezes se tornam adultas precocemente e apresentam comportamentos antissociais e agressivos. (Osti; Tassoni, 2019)

É indispensável examinar a relevância da afetividade em um ambiente escolar que favoreça o processo de aprendizagem. Não é possível separar o afeto da aprendizagem, uma vez que na escola as crianças estabelecem conexões emocionais com seus colegas e professores, já que os educadores atuam como modelos para os educandos. (Silva, 2022)

Segundo Wallon (2010), a afetividade é um processo que envolve a totalidade da pessoa, e é uma parte fundamental na formação da estrutura afetiva que contribui significativamente para as relações interpessoais e para a construção da identidade do indivíduo. Essa estrutura afetiva só pode ser desenvolvida por meio das relações estabelecidas ao longo da vida.

A definição da afetividade como um processo amplo traz reflexões relevantes sobre o tema, afirmando que as relações são permeadas por esse sentimento e se iniciam desde o início da vida. As relações interpessoais são essenciais no processo de ensino e aprendizagem, uma vez que a criança precisa sentir-se amada e acolhida para desenvolver todo o seu potencial na escola. (Wallon, 2010)

Dessa forma, a afetividade desempenha um papel crucial na criação de um ambiente emocionalmente acolhedor para a criança, permitindo que a aprendizagem ocorra de maneira efetiva, uma vez que se compreende que a conexão social é fundamental para o desenvolvimento psicológico e cognitivo. Para garantir um desenvolvimento saudável, é necessário que essa conexão seja estabelecida, e a afetividade é um elemento essencial que envolve as emoções nesse processo. (Osti; Tassoni, 2019)

A afetividade que existe entre professor e aluno é algo intrínseco, ocorrendo de forma mútua e caracterizando-se como um processo de entrega, escuta e compreensão. Ela se manifesta nas relações cotidianas, na atenção que é dada à criança por meio da escuta atenta de sua fala, gestos e movimentos. (Veras; Ferreira, 2010)

A afetividade desempenha um papel crucial no processo de ensino e aprendizagem, uma vez que possibilita que o educador e o educando se compreendam mutuamente, estabelecendo um ambiente de entrega, confiança e aprendizado natural, rico em significado e importância. (Silva, 2022)

A afetividade tem sido extremamente benéfica para o processo de aprendizagem, já que as relações afetivas conferem um sabor especial à experiência de aprender, permitindo que os educandos se sintam acolhidos, amados e valorizados. É por meio da afetividade que se pode obter grandes avanços com todos os alunos, inclusive com aqueles que apresentam comportamentos mais rebeldes. (Veras; Ferreira, 2010)

O entendimento do conceito de afetividade permite que as pessoas possam expressar seus sentimentos aos outros de forma mais clara e precisa. A afetividade também torna possível uma maior sensibilidade na percepção das necessidades, vontades, ações e pensamentos que contribuem para a formação das personalidades humanas. (Silva, 2022)

Com base nisso, o objetivo geral é compreender a relação afetiva presente no ambiente escolar, a fim de que os educandos possam alcançar um desenvolvimento satisfatório em sala de aula.

A metodologia utilizada, foi uma pesquisa bibliográfica qualitativa, acessando plataformas acadêmicas na busca de dados relacionados ao escopo da pesquisa, de forma sistemática. Os textos utilizados como base foram elencados no âmbito histórico e contextual, sempre com o intento de não se perder em anacronismo.

A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de websites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. (Flick, 2013)

Sobre a pesquisa qualitativa, é uma pesquisa que não se interessa pela padronização de conceitos, variáveis, e por replicar resultados; é uma pesquisa aberta que leva em consideração a história do indivíduo, a sua trajetória, suas dificuldades, ou seja, com foco no subjetivo, buscando menos participantes e mais detalhes para construção do conhecimento. (Flick, 2013)

Para Minayo (2001), a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.

De acordo com Minayo (2012), o investigador, os sujeitos, os grupos e as sociedades dão significado a suas ações e construções, na medida em que as estruturas sociais são ações objetivadas. O nível de consciência histórica das ciências sociais, está referenciado por meio da consciência histórica e social.

O texto desenvolvido aborda a importância da afetividade no processo de aprendizagem, reconhecendo que o indivíduo tem necessidades cognitivas e emocionais desde seu nascimento e ao longo de toda a sua vida. Através da afetividade, é possível desenvolver um senso de pertencimento do indivíduo à sociedade e às suas relações, além de proporcionar uma aprendizagem significativa que acompanhará o indivíduo por toda a vida.

Para isso, o texto está dividido em dois tópicos, em que o primeiro explora a relação entre a afetividade e a aprendizagem, enquanto o segundo destaca o papel dos professores na construção de uma relação afetiva com os alunos. O segundo tópico deste trabalho explora as relações afetivas no ambiente escolar, destacando a importância da interação positiva entre professores e alunos, para promover experiências educacionais significativas. Nesse contexto, a afetividade é entendida como a capacidade dos professores de ouvir e compreender seus alunos, bem como de estabelecer uma comunicação aberta e construtiva com eles. Isso envolve a promoção de um ambiente acolhedor, onde as emoções e sentimentos dos alunos são valorizados e respeitados.

Além disso, essa abordagem favorece a harmonização do processo de construção do conhecimento com as práticas pedagógicas que consideram as particularidades de cada educando em seu processo educacional. Desse modo, as relações afetivas no ambiente escolar são fundamentais para uma aprendizagem efetiva e duradoura. As considerações finais deste trabalho destacam a importância da afetividade como um elemento fundamental para uma prática pedagógica efetiva no contexto escolar.

É necessário que alunos e professores assumam a corresponsabilidade de criar um ambiente educativo harmônico e acolhedor, que valorize a identidade e a individualidade de cada educando, mas que também promova valores como solidariedade e cooperação mútua entre todos os envolvidos no processo de aprendizagem. A afetividade deve ser compreendida, portanto, como um fator que contribui significativamente para o desenvolvimento das relações interpessoais e para o processo educativo como um todo. Por isso, é fundamental que os educadores reconheçam a importância de estabelecer relações afetuosas com seus alunos, ouvindo-os e valorizando suas opiniões e contribuições. Essa postura ajuda a criar um ambiente protegido e acolhedor, onde os alunos se sintam motivados a aprender e a explorar o mundo ao seu redor.

2         a afetividade no processo ensino-aprendizagem

A afetividade no contexto do ensino e da aprendizagem é um tema de grande importância e interesse na área da educação. A relação entre professor e aluno é uma das principais influências no processo de ensino-aprendizagem e a afetividade é uma das bases para o estabelecimento de uma relação saudável e produtiva entre eles, uma vez que “as crianças se sentem mais seguras de depositar sua confiança nos professores” (Moraes, 2020, p. 127). A partir da compreensão do papel da afetividade nesse contexto, é possível promover uma educação mais humanizada e significativa, que leve em consideração não só o desenvolvimento cognitivo, mas também emocional e social dos alunos. Neste sentido, a afetividade tem sido cada vez mais valorizada como um elemento fundamental para o sucesso do processo educativo.

Assim, ao se compreender que as vivências afetivas refletem a forma como o ser humano reage aos acontecimentos que o cercam em sua natureza sensível, é possível perceber como tais fenômenos influenciam na construção da identidade e na maneira como o indivíduo se posiciona no mundo. Nesse sentido, a afetividade é vista como uma dimensão fundamental das relações humanas e das experiências vividas, que deixam marcas profundas na vida dos sujeitos e conferem uma dimensão afetiva à sua realidade. (Pino, 2000)

De acordo Osti e Tassoni (2019) e Pino (2000), a afetividade é considerada uma qualidade fundamental das relações interpessoais entre professor e aluno, tendo papel crucial no processo de ensino e aprendizagem. Piaget (2014) defende que a afetividade é o principal motivador da atividade cognitiva, enquanto a razão permite ao sujeito identificar desejos, sentimentos e alcançar êxito nas ações. Nesse sentido, a relação afetiva entre professor e aluno é um fator determinante para o engajamento e interesse do aluno em aprender, além de influenciar diretamente na qualidade do processo de ensino.

A construção do conhecimento e da realidade em que a criança vive é fundamental para seu desenvolvimento. Nesse sentido, o afeto assume um papel de destaque, conectando professor e aluno em um conjunto que envolve autoestima, amor, sentimentos e valores. A qualidade dessas relações é fundamental para que a aprendizagem ocorra de forma prazerosa e saudável. (Silva, 2022; Veras; Ferreira, 2010)

A afetividade é um conjunto de sentimentos que, quando cuidados e desenvolvidos de maneira adequada pelo professor, contribuem para proporcionar às crianças uma vida emocional equilibrada. Além disso, a afetividade desempenha um papel fundamental no desenvolvimento cognitivo infantil, pois é um importante fator motivador da aprendizagem. (Osti; Tassoni, 2019; Tassoni, 2000)

As concepções teóricas de Henri Wallon e Vygotsky se fundamentam na dimensão social da aprendizagem, enfatizando o papel das interações sociais. Segundo Wallon (1978), a relação primordial do ser humano ao nascer é com o ambiente social, ou seja, com as pessoas que o cercam. Nessa perspectiva, as primeiras manifestações de uma criança possuem uma natureza comunicativa entre ela e o outro.

Ao abordar a interseção entre os fenômenos pedagógicos e psicológicos que ocorrem na família e na escola, Wallon (1978) se estabelece como um marco referencial ao unir os dois polos que permeiam a educação: a formação do ser humano e sua integração na sociedade. Para Wallon, a dimensão afetiva tem sua origem tanto na sensibilidade interna do organismo quanto nos estímulos externos que vão se transformando em manifestações afetivas específicas, como medo, alegria, serenidade, entre outras.

Vygotsky (1991) enfatizou a relevância das interações sociais para a aprendizagem, argumentando que é por meio da interação com outros indivíduos que a criança adquire os instrumentos culturais. Ele propôs a ideia de mediação, na qual o adulto ou o colega mais experiente ajuda a criança a compreender o mundo, e a internalização, em que a criança incorpora o conhecimento construído na interação social em sua própria estrutura cognitiva. Dessa forma, a construção do conhecimento é resultado de um processo dinâmico e intenso de interação entre as pessoas.

Para o contexto da educação infantil, a afetividade é um aspecto indispensável na relação entre professor e aluno, uma vez que a construção de vínculos de segurança, confiança e bem-estar da criança em um ambiente novo é primordial. Nesse sentido, a afetividade se torna um instrumento fundamental para a ativação dos sentimentos e emoções da criança, permitindo que ela se sinta acolhida e segura em um ambiente diferente do seu universo familiar. (Silva, 2017)

Pode-se compreender que à medida que os laços afetivos se fortalecem, isso contribui para que a criança se sinta mais confortável com o professor e com o ambiente escolar, o que é essencial para que ela se identifique e se sinta parte do espaço. Esses são requisitos importantes para que a criança possa se envolver nas atividades propostas, demonstrando seu nível cognitivo de compreensão e apreciação por meio da participação em brincadeiras e atividades lúdicas que despertem seu interesse em experimentar novas vivências. (Tassoni, 2000)

A fim de promover um ambiente de aprendizagem saudável e agradável para a criança, é fundamental que haja uma relação positiva e colaborativa entre professor e aluno durante a prática pedagógica. Essa interação deve ser espontânea e lúdica, permitindo que a criança se divirta enquanto aprende, sem sentir que está sendo submetida a um processo formal de ensino. (Tassoni, 2000; Vygotsky,1991).

A relação entre educadores e crianças é muito mais do que apenas ensinar e aprender dentro do contexto escolar e temporário. Essa relação transcende o ambiente escolar e deixa marcas profundas na vida das crianças, sendo fundamental que haja uma busca constante pela afetividade como forma de construir interações e conhecimentos duradouros. O professor é um elemento-chave nesse processo, atuando como um elo que busca constantemente relações interpessoais que valorizem o universo afetivo da criança. (Ribeiro, 2010)

Vygotsky (1991) ressalta que a participação do outro não apenas no processo de aprendizagem, mas também na formação do sujeito e na sua forma de agir é categórica. A internalização é um processo que implica em diversas mudanças que interligam o social e o individual, em que essas funções se manifestam primeiramente no nível social, nas relações interpessoais, e posteriormente de forma intrapsicológica.

Com base nesse entendimento, torna-se evidente a importância do papel do professor no processo de aprendizagem. Dessa forma, a mediação e a qualidade das interações sociais entre o educador e os alunos assumem um papel de destaque, pois muitas vezes a falta de interação por parte do professor pode levar os alunos a se tornarem introspectivos e tímidos, o que pode prejudicar o seu desempenho acadêmico. (Mahoney; Almeida, 2005)

Segundo Mahoney e Almeida (2005), a construção do conhecimento na relação entre professor e aluno se dá por meio da mediação, sendo que o professor exerce papel de modelo na forma como se relaciona com os educandos, se expressa, resolve conflitos e escuta os alunos.

Para que o processo de aprendizagem ocorra de forma efetiva, é fundamental que o professor se dedique a compreender as particularidades de cada criança, o que envolve o estabelecimento de vínculos afetivos, que são essenciais para o desenvolvimento educacional. Ser um professor afetuoso não se limita a demonstrações físicas de carinho, como carregar a criança ou elogiar seu trabalho, mas sim em participar ativamente do processo de aprendizagem, buscando as melhores formas para que o aluno compreenda o conteúdo. (Silva, 2017; Silva, 2022)

De acordo com Wallon (1999), a afetividade é um componente essencial no processo de construção do conhecimento na relação entre professor e aluno. A qualidade da prática pedagógica pode conferir um sentido afetivo ao objeto de conhecimento, demonstrando a importância da afetividade na relação entre ensinar e aprender. A relação afetiva entre a criança e o professor pode começar em casa, com os pais, mas ao longo do desenvolvimento da criança, a figura do professor torna-se cada vez mais importante na relação de ensino e aprendizagem.

Saltini (2015), salienta que o conceito de afetividade se preocupa em reconhecer os educandos como indivíduos autônomos em busca de sua identidade, permitindo que o processo de aprendizagem seja dinâmico e adaptado às particularidades de cada um. A sociedade atual tem se tornado mais egocêntrica, onde cada indivíduo se preocupa com seus próprios interesses e necessidades, e essa mudança também se reflete na educação.

Segundo Rios (2014), a afetividade é uma condição complexa que engloba diversas manifestações e sentimentos de origem psicológica e biológica. Para ela, a pessoa é vista como um todo, considerando sua afetividade, emoções, espaço físico e outros fatores. A afetividade permeia a disciplina, postura diante dos conflitos entre o eu e o outro e outros aspectos, começando a ser construída desde os primeiros anos de vida da criança.

Argyle (1974) enfatiza que a afetividade é influenciada pelas relações sociais, que precedem as relações com o mundo físico e, portanto, o outro desempenha um papel fundamental na conquista do mundo. É fundamental compreender os vínculos afetivos como construídos socialmente e como base para a caracterização do papel social dos indivíduos ao longo da vida. Portanto, é necessário reconhecer a importância da interação entre os seres humanos e o mundo, bem como entre si mesmos.

Assim a:

[…] interação social decorre dentro de um dispositivo cultural. Por cultura de um grupo de pessoas significam-se seu modo global de vida, sua língua, seus modos de perceber, classificar e pensar a respeito do mundo, formas de comunicação não-verbal e interação social, normas e convenções sobre comportamento, valores morais e ideais. […] Todos esses aspectos da cultura afetam o comportamento social, direta ou indiretamente. (Argyle, 1974, p. 148)

Dessa maneira, compreende-se que as relações afetivas construídas socialmente geram comportamentos e sentimentos distintos e particulares, contribuindo para a construção contínua e coletiva da identidade subjetiva e, ao mesmo tempo, social dos indivíduos.

Nery (2003), explica que a afetividade possibilita a ampliação da interação social, fortalecendo as relações de amizade e melhorando a qualidade dos relacionamentos. Esse processo confere um sentido afetivo e significativo aos objetos de conhecimento, tornando-os mais relevantes para os educandos.

Pode-se entender, com base nas ideias de Vayer (1989), que a afetividade é influenciada pelo meio sociocultural no qual o indivíduo está inserido, e que suas experiências e interações moldam a sua subjetividade. Sendo assim, uma comunicação negativa ou mal vivida pode gerar consequências negativas na formação da personalidade e identidade infantil, refletindo em dificuldades nos processos e relações estabelecidos pela criança em seu dia a dia.

Assim, quando a afetividade é expressa em um ambiente receptivo, caloroso, empático, afetuoso e compreensivo, ela melhora as interações e, assim, facilita a linguagem e a comunicação entre os indivíduos envolvidos. Isso leva ao desenvolvimento integral das potencialidades da criança. (Nery, 2003)

Borba e Spazziani (2007) afirmam que a afetividade é a dinâmica mais profunda e complexa na qual o ser humano pode estar envolvido. Eles destacam que o ser humano tem necessidades tanto físicas quanto emocionais que, ao serem satisfeitas, formam um vínculo emocional forte com base na interação com outras pessoas. Assim, o contato social é fundamental para o desenvolvimento dos sentimentos dos indivíduos em relação ao mundo, pois permite a construção de padrões de ação e comportamento em relação a objetos, situações e pessoas. (Branden, 1998)

Destarte, de acordo com Fiamenghi (2001), as atitudes são um conjunto de respostas formadas a partir das dimensões cognitivas, emocionais e comportamentais que são socialmente construídas, influenciadas pelos estímulos recebidos. Para o autor, as atitudes não são inatas, mas sim aprendidas e formadas a partir das relações sociais e da formação de conceitos. Portanto, a interação com o meio ambiente desempenha um papel fundamental na aprendizagem e no desenvolvimento dos comportamentos sociais.

Dessa forma, pode-se inferir que uma relação saudável entre um adulto e uma criança deve ser cheia de significados que proporcione uma relação prazerosa, solidária e comunicativa para ambas as partes envolvidas. Com o desenvolvimento da criança, as necessidades afetivas passam a se deslocar do âmbito fisiológico para o cognitivo, como menciona Tassoni (2000), Mesmo mantendo-se o contato físico como forma de afeto, enaltecer as capacidades do aluno, elogiar seu trabalho e reconhecer seu esforço, são maneiras cognitivas de estabelecer vínculos afetivos.

Branden (1998) afirma que essas relações são a base da integração da criança na cultura social em que está inserida e são responsáveis pela sua adaptação ao mundo. Assim, fica evidente a relevância das relações sociais como um suporte afetivo que assegura à criança a compreensão e integração tanto do mundo subjetivo como do mundo exterior ao seu redor.

A relação que o adulto estabelece com a criança não se limita apenas a uma presença afetiva, mas também envolve a oferta de modelos de referência e sentimentos de segurança. Isso porque as reações emocionais provocadas pela afetividade nas relações sociais influenciam o comportamento infantil em todos os momentos do processo educativo. Assim, para que o pensamento infantil seja desenvolvido de forma eficaz, é necessário que as atividades sejam emocionalmente significativas. (Pulaski, 1980)

3         PROFESSOR E ALUNO E AS RELAÇÕES DE AFETIVIDADE

Quando se discute a importância da afetividade nas relações entre professores e alunos, não se trata de uma afetividade expressa por meio de toques ou abraços na criança. À medida que a criança se desenvolve, suas necessidades afetivas se tornam mais cognitivas, o que significa que é muito mais significativo para ela ser ouvida e respeitada do que simplesmente receber demonstrações de afeto físico. É importante compreender que não há educação sem amor. O amor implica luta contra o egoísmo. Quem não é capaz de amar seres inacabados não pode educar. Não há educação imposta, como não há amor imposto. (Cunha, 2012)

De acordo com Almeida (1999), é importante entender que educar sem amor pode levar a uma abordagem meramente profissional, em que o professor se limita a cumprir horas de aula ou a assinar folhas de ponto. Além disso, é necessário compreender que a afetividade entre professor e aluno deve estar voltada para o processo de ensino, e não para uma relação paternal ou maternal, que é responsabilidade dos pais. Mesmo que o professor precise trabalhar individualmente com um aluno, essa interação deve estar direcionada para a atividade de todos os alunos em relação aos objetivos e conteúdos do ensino.

Conforme explicado por Almeida (1999), a escola é um ambiente social distinto da família, mas bastante favorável para o desenvolvimento infantil, uma vez que é diversificado, rico em interações e permite à criança estabelecer relações simétricas com seus pares e assimétricas com os adultos. Diferentemente da família, onde as relações são fixas e preestabelecidas, na escola há uma maior mobilidade, possibilitando a diversidade de papéis e posições.

Dessa forma, é importante reconhecer que a afetividade está presente em todas as fases da vida humana e, por isso, é fundamental que se estabeleça uma comunicação afetiva adequada à idade e às necessidades de cada indivíduo. No contexto educacional, tanto o professor quanto os colegas têm papel importante no desenvolvimento intelectual e do caráter da criança, sem perder o foco na aprendizagem. É necessário um relacionamento que beneficie ambas as partes e permita a manifestação da afetividade por meio de comportamentos adequados a cada etapa do desenvolvimento. (Codo; Gazzotti, 1999)

De acordo com Codo e Gazzotti (1999), é imprescindível que haja uma relação afetiva entre os professores e alunos, pois sem ela o processo de ensino pode ser prejudicado. A falta de envolvimento dos alunos pode resultar em uma mera retenção de conteúdo, sem contribuir para uma aprendizagem significativa e para a formação dos estudantes para a vida futura. Assim, é necessário estabelecer uma comunicação efetiva e um ritmo adequado para que o processo de ensino-aprendizagem ocorra de forma completa e satisfatória.

Carvalho (2014) argumenta que na pedagogia afetiva, que enfoca o aluno como um ser que pensa e sente, não propõe uma educação permissiva, mas sim uma educação em que a relação entre professor e aluno seja marcada por respeito, confiança e cumplicidade. No entanto, para que isso aconteça, o professor deve exercer a autoridade e adotar uma postura educacional que promova uma aula afetiva, na qual o respeito e o desejo de aprender predominem. Por conseguinte, é crucial que o professor se sinta responsável pelo aluno. Se o aluno se sente importante, atraído e acolhido na escola, inserido em um ambiente em que se estabelecem limites e responsabilidades, seu desenvolvimento cognitivo e afetivo certamente evoluirá.

De acordo com Ribeiro (2010), é fundamental que o professor assuma o papel de facilitador da aprendizagem, promovendo relações cooperativas entre os alunos e rompendo com posturas tradicionais. Nesse sentido, é preciso adaptar-se ao contexto histórico e priorizar relações que estimulem a aprendizagem como algo prazeroso, permitindo ao aluno exercer uma participação cidadã no espaço escolar.

Veras e Ferreira (2010), salientam que é amplamente reconhecido que o professor desempenha um papel crucial no desenvolvimento do aluno. Como tal, o professor é muitas vezes a única pessoa que pode reconhecer o aluno como um ser humano com sonhos e desejos. No entanto, um professor desprovido de afeto, que é amargurado e insatisfeito com seu trabalho, pode causar um grande dano na vida educacional do aluno, descarregando suas frustrações sobre eles. Tratar o aluno com afeto não implica em abraços e beijos constantes, mas sim em tomar atitudes que ajudem a superar as próprias frustrações e indiferenças, já que a falta de afetividade é precisamente o que gera essa indiferença.

Cunha (2012) enfatiza que durante as aulas, o professor constantemente se comunica com os alunos, mas muitas vezes não dá a devida atenção ao que os alunos têm a dizer. Entretanto, os gestos dos alunos são sempre observados e, assim como o professor deixa suas impressões, os alunos também desejam deixar as suas. A postura e o comportamento do professor têm um grande impacto na dinâmica da sala de aula: se for dinâmico e divertido, a turma se torna mais animada; se for carrancudo, as aulas se tornam tensas. Por isso, é importante que o professor seja um modelo para seus alunos e que leve sua responsabilidade na formação das crianças a sério. O professor deve olhar para o aluno com seriedade, compreendendo que o aluno não deve ser uma mera imagem refletida do professor, mas sim um indivíduo com suas próprias características e peculiaridades.

Novamente se recorre a Cunha (2012), que ressalta que cada aluno é único e precisa desenvolver sua própria identidade, o que só é possível se houver respeito à sua individualidade e diferenças. A autonomia e a segurança do aluno dependem desse respeito. O professor é o mediador na sala de aula e deve superar as diferenças na educação por meio de sua maneira de tratar cada aluno. Ele deve dar o primeiro passo na criação de oportunidades para enriquecer as relações de aprendizagem.

Carvalho (2014) explica que a escola é considerada um ambiente fundamentalmente educativo, tendo como principal objetivo a mediação do conhecimento e o acesso à construção do saber pelos alunos. Essa mediação é fundamental, já que a transmissão do conhecimento ocorre por meio da interação entre pessoas. Dessa forma, nas relações estabelecidas entre professores e alunos, assim como entre os próprios alunos, é importante que haja a presença do afeto. Esses elementos são cruciais para que a relação seja significativa e se torne uma parceria no processo de ensino e aprendizagem.

Ribeiro (2010) destaca que ao se valorizar a importância do diálogo na relação entre professores e alunos, não se deve desconsiderar a relevância da afetividade no processo de aprendizagem, nem interpretar que um bom professor é aquele que é permissivo ou que sempre concorda com as atitudes dos alunos. Na verdade, a relação entre professor e aluno, apesar de suas naturezas distintas, oferece muitas possibilidades de crescimento, uma vez que ambos influenciam e são influenciados reciprocamente. Assim, a sala de aula se torna uma rede de valores, necessidades, aspirações e frustrações que se entrelaçam.

É essencial que professores e alunos compreendam que são responsáveis por estabelecer uma boa relação na sala de aula. Os professores, por sua formação e experiência, devem ser os maestros dessa sinfonia. A relação afetiva entre os sujeitos envolvidos, o diálogo, o respeito mútuo e a abertura para escutar são fundamentais para estabelecer uma boa relação. Quando professor e aluno se dispõem a ensinar e aprender, estabelece-se uma corrente de elos afetivos entre eles, onde a troca é propiciada e a motivação e o interesse pelo conhecimento são despertados. Essa conquista é carregada de energia e comprometimento, tornando o processo de ensino-aprendizagem significativo e preparando o indivíduo para a vida futura. É importante lembrar que sem uma boa relação afetiva, a aprendizagem pode até ocorrer, mas não será significativa e deixará lacunas no processo educativo.

4         CONCLUSÃO

Em conclusão, este trabalho evidencia a importância da afetividade no processo de construção das relações sociais desde a infância. As experiências humanas, sobretudo as vivenciadas na primeira infância, são mais significativas quando carregadas de significado prático e afetivo, uma vez que isso garante segurança emocional para as crianças se aventurarem em busca de conhecimento. O papel do adulto, especialmente do professor, é fundamental nesse processo, pois cabe a ele adotar uma postura que leve o aluno a sentir-se valorizado, querido e respeitado. É importante reconhecer que a afetividade não é um aspecto secundário, mas sim uma parte integrante do processo de aprendizagem, cuja função é garantir a confiança e segurança necessárias para a construção do conhecimento, tanto do aluno quanto do mundo ao seu redor.

Portanto, é de suma importância que os professores compreendam a relevância da afetividade no processo de ensino-aprendizagem e adotem uma postura que permita o estabelecimento de uma relação de confiança e respeito com seus alunos. Ao criar um ambiente escolar acolhedor, onde a afetividade é valorizada, os alunos se sentem mais motivados a aprender e desenvolvem um senso de pertencimento à escola e ao grupo.

Além disso, é fundamental que os adultos que convivem com as crianças desde o nascimento até a primeira infância, sejam conscientes da importância de proporcionar experiências significativas e afetivas que contribuam para o desenvolvimento socioemocional saudável. Dessa forma, a criança poderá construir a base de sua identidade de forma saudável e equilibrada, se tornando um adulto capaz de estabelecer relações interpessoais saudáveis e construtivas.

Em termos gerais, a afetividade é uma importante ferramenta na construção de relações sociais saudáveis e no processo de desenvolvimento humano, em especial na infância. É responsabilidade de educadores, família e sociedade como um todo promover experiências afetivas significativas que possibilitem um desenvolvimento integral e saudável das crianças e jovens.

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[1] Deonilo de Sousa Batista, Licenciado em Ciências Naturais – UFPA; Licenciado em Pedagogia – FAMART; Especialista em Ensino de Biologia e Ciências – FAMART; Especialista em Docência no Ensino Superior – FAMART; Pós-graduando de Especialização em Psicopedagogia – FAMART; Pós-graduando de Especialização em Educação em Tempo Integral – FAMART; Mestrando no Programa de Pós-graduação em Educação e Cultura – PPGEDUC/UFPA.

Email. Deonilo.batista@cameta.ufpa.br

Lattes: http://lattes.cnpq.br/0404796482780548

Orcid: https://orcid.org/0009-0002-7260-6602

[2] Tiago Oliveira de Moraes, Licenciado em Pedagogia – UFPA; Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional – UNINTER; Especialista em Informática Educativa – IFPA; Especialista em Política de Assistência Social – UNINTER; Especialista em Pedagogia Social e Espaços não Escolares – UNINTER; Pós-graduando de Especialização em Enfrentamento das Violências contra Crianças e Adolescentes/PPGE – UnB; Graduando de Bacharelado em Sistema de Informação – UFRA.

Email: kytstopher@windowslive.com

Lattes: http://lattes.cnpq.br/1119096256304522

Orcid: https://orcid.org/0000-0001-6056-0884