ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO LÍDER FRENTE A UMA PCR NO PRONTO SOCORRO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10035141


Gabriel Natal Dias
Alessandra Morais Araújo Laissy
Lorrany Sousa Brune
Lorena Campos¹**


RESUMO

O presente estudo demonstra Atuação do enfermeiro líder frente a uma PCR em ambiente intra-hospitalar. Metodologia: Baseado em um estudo de revisão da literatura do tipo bibliográfica integrativa, descritiva e retrospectiva com fontes de informação bibliográfica e análise qualitativa e quantitativa. Resultados: Os principais cuidados e intervenções da assistência de enfermagem, frente ao diagnóstico de PCR, inserem a Sistematização da Enfermagem nas tomadas de decisões de toda equipe multidisciplinar. Concretiza que o papel do enfermeiro é essencial e indispensável. Conclusão: Torna-se fundamental a atuação do enfermeiro em aspecto de alta complexidade e demonstra a necessidade dessa assistência perante o protocolo e sobrevida do paciente.

Palavras-chave: Cuidados de enfermagem, Parada cardíaca; Ressuscitação cardiopulmonar.

ABSTRACT

The present study demonstrates the performance of the nurse leader in the face of a CA in an in-hospital environment. Methodology: Based on an integrative, descriptive and retrospective literature review study with sources of bibliographic information and qualitative and quantitative analysis. Results: The main care and interventions of nursing care, faced with the diagnosis of CRP, include Nursing Systematization in the decision-making of the entire multidisciplinary team. It states that the role of the nurse is essential and indispensable. Conclusion: The role of nurses in highly complex aspects becomes essential and demonstrates the need for this assistance in view of the protocol and patient survival.

Keywords: Nursing care, Cardiac arrest; Cardiopulmonary resuscitation.

Sabe-se que a parada cardiorrespiratória (PCR) permanece como uma das emergências cardiovasculares de grande prevalência e com morbidade e mortalidade elevadas. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC , 2019). A criação de protocolos e algoritmos internacionais permitiu a padronização e a organização da assistência médica .

Tecnicamente, de acordo com Silva, Pereira e Mesquita (2004), “PCR é a inadequação do débito cardíaco que resulta em um volume sistólico insuficiente para a perfusão tecidual decorrente da interrupção súbita da atividade mecânica ventricular”.

Tendo em vista, que o resultado do atendimento na Parada Cardiorrespiratória está diretamente ligado à rapidez e à qualidade promovida pela equipe. A chance de o paciente se recuperar vai depender da aplicação imediata, segura e eficiente dos procedimentos de reanimação. Para uma efetiva reanimação cardiopulmonar, faz-se necessária uma equipe multidisciplinar competente que esteja ciente de qual é o seu dever no cuidado ao cliente; tendo sempre em mente a relevância de saber avaliar o quadro do paciente, que vai desde a observação de suas expressões ao manuseio dos instrumentos utilizados durante a reanimação (DUARTE; VALADARES, 2008).

Nesse sentido, o enfermeiro é peça chave, para identificar a evolução do paciente para uma (PCR). Sendo assim esse profissional deve estar apto a acionar a equipe de enfermagem para o protocolo de (RPC). Cabe ao enfermeiro ter um olhar clínico e suas particularidades, bem como buscar o aprimoramento técnico-científico e o treinamento em equipe. Neste sentido, o estudo proposto busca refletir sobre as condutas a serem tomadas pela equipe de enfermagem bem como as dificuldades enfrentadas diante de um quadro de PCR. Tendo em vista que este trabalho possa promover subsídios para aperfeiçoar a preparação da equipe de enfermagem referente aos desafios que emergem a partir das necessidades de cuidado ao paciente em processo de PCR. Para tanto, é necessário refletir sobre esse processo, descrever as condutas atuais padronizadas e propor possibilidades de capacitação com vistas ao cuidado de qualidade.

2. MATERIAL(IS) E MÉTODOS

Trata-se de um estudo de revisão da literatura do tipo bibliográfica integrativa, descritiva e retrospectiva com fontes de informação bibliográfica e análise qualitativa e quantitativa.

A revisão da literatura ou revisão bibliográfica tem como objetivo fazer um levantamento do conhecimento disponível na área, identificando as teorias produzidas, analisando-as e avaliando sua contribuição para compreender ou explicar o problema objeto da investigação. É por meio da revisão ampla da literatura científica que o pesquisador passará a conhecer a respeito de quem escreveu, o que já foi publicado, quais aspectos foram abordados e as dúvidas sobre o tema ou sobre a questão da pesquisa proposta (FONTELLES et al. 2009; MALHEIROS S/A).

A pesquisa descritiva tem como objetivo apenas a observar, registrar e descrever as características de um determinado fenômeno ocorrido em uma amostra ou população, sem, no entanto, analisar o mérito de seu conteúdo (FONTELLES et al. 2009). Desse modo, no presente estudo o cunho descritivo será apenas para observar, registrar e descrever as características dos estudos encontrados na literatura científica.

O Estudo será retrospectivo devido ao fato que o estudo retrospectivo é desenhado para explorar fatos do passado, ou seja, pode-se delinear para retornar, do momento atual até um determinado ponto no passado, há vários anos. Assim, o presente estudo buscará artigos dos últimos dez anos para compor a amostra.

A análise de cunho qualitativo se deve ao fato que o estudo qualitativo de pesquisa é apropriado para quem busca o entendimento de fenômenos complexos específicos, em profundidade. Assim o pesquisador busca entender o fenômeno em estudo, seja ele de natureza social e cultural, mediante descrições, interpretações e comparações, sem considerar os seus aspectos numéricos em termos de regras matemáticas e estatísticas (FONTELLES et al. 2009).

Serão adotadas para a realização deste estudo as seguintes etapas: Formulação de uma questão norteadora de pesquisa; busca na literatura para identificar o tema escolhido; seleção dos estudos/artigos a serem incluídos na revisão; avaliação da literatura e análise e síntese dos dados.

A busca na literatura compreendeu o período de 2013-2023, mediante levantamento nas seguintes bases de dados: BDENF – Banco de dados em enfermagem e LILACS – Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde

Serão utilizados os descritores do DeCS, para a realização da busca dos artigos que compôs a amostra do estudo, a seguir: Cuidados de Enfermagem; Parada Cardiopulmonar.


BASE DE DADOS

DESCRITORES

ENCONTRADOS

SELECIONADOS
BDENF
(tw:CUIDADOSDE ENFERMAGEM)) AND(tw:(PCR))

30

2

(tw:(RESSUSCITAÇÃ O CARDIOPULMONAR) )
AND(tw:( INTERVENÇÕES))

10

01
LILACS

(tw:ENFERMAGEMEM URGÊNCIA ))AND(tw:(PCR))




6






01




(tw:(RESSUSCITAÇÃOCARDIOPULMONAR) )
AND (tw:(INTERVENÇÕES))
2601

TOTAL

72

05

TOTAL

Distribuição dos artigos da amostra conforme cruzamento realizado para a busca, Brasília, Brasil, 2023. *Elaborado pelos autores

Para a Seleção dos estudos/artigos para compor a amostra do estudo, serão adotados como critérios de inclusão: todos os artigos científicos disponíveis na íntegra on-line nas bases de dados supracitadas; artigos em português; e artigos que utilizarem alguns dos descritores que foram utilizados nesta pesquisa. Já como critérios de exclusão foram adotados: relatos de casos; documentos oficiais; dissertações; notícias editoriais; sites.

Em seguida os resultados obtidos pela busca nos bancos de dados e obedecendo rigorosa e criteriosamente aos critérios aqui estabelecidos tanto de inclusão como de exclusão, será realizada uma exaustiva leitura dos artigos, no intuito de verificar a sua adequação às questões norteadoras, com o intuito de fazer uma avaliação da literatura encontrada (Figura1).

ATENÇÃO

3. RESULTADOS/DISCUSSÃO

Foram encontrados 72 artigos sobre o tema. Destes, foram achados na BVS 95 , onde 69 foram selecionados após a exclusão de duplicatas. Realizada a seleção minuciosa e analítica após a leitura do texto, 64 artigos foram excluídos, onde apenas 5 artigos atenderam aos critérios de inclusão estabelecidos. Com essa seleção criteriosa dos artigos, atuação da equipe de enfermagem em paciente PCR . Portanto, a discussão se estabelece com os seguintes pontos dos 5 artigos obtidos para o desenvolvimento da questão norteadora: autor/ano, qualis, título, objetivo/metodologia e resultados no quadro abaixo.

AUTOR/ANOQUALISTÍTULOOBJETIVO/METODOLOGIARESULTADO
AUTOR 1

SILVA ET AL, 2016
B1RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR DE ADULTOS COM PARADA CARDÍACA INTRA-HOSPITALAR UTILIZANDO O ESTILO UTSTEINOBJETIVO: ANALISAR O PERFIL CLÍNICO DE PACIENTES COM PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA INTRA-HOSPITALAR, SEU ATENDIMENTO E EVOLUÇÃO, COM REGISTRO BASEADO NO ESTILO UTSTEIN. MÉTODOS: ESTUDO OBSERVACIONAL, PROSPECTIVO E LONGITUDINAL EM AMBIENTE DE TERAPIA INTENSIVA DE PACIENTES COM PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA INCLUÍDOS DURANTE 1 ANO.RESULTADOS: A MAIOR PARTE DOS QUE APRESENTARAM RETORNO À CIRCULAÇÃO ESPONTÂNEA EVOLUIU COM PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA RECORRENTE, PRINCIPALMENTE NAS PRIMEIRAS 24 HORAS (61,4%). HOUVE ASSOCIAÇÃO ENTRE SEXO E DURAÇÃO DA RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR (19,2 MINUTOS NAS MULHERES VERSUS 13,5 MINUTOS NOS HOMENS; P = 0,02), DURAÇÃO DA RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR E RETORNO À CIRCULAÇÃO ESPONTÂNEA, ENTRE CARDIOPATIA E A IDADE (60,6 ANOS VERSUS 53,6; P < 0,001). A SOBREVIDA IMEDIATA APÓS A PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA FOI DE 71% E, ATÉ A ALTA HOSPITALAR
AUTOR 2 SANTIAGO ET AL, 2020B3PARADA CARDIORRESPIRATÓR IA: INTERVENÇÕES DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEMOBJETIVO: ESTE ESTUDO OBJETIVOU AVALIAR SE OS CONHECIMENTOS DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM FRENTE A PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR) ESTÃO DE ACORDO COM O PROTOCOLO DA AMERICAN HEART ASSOCIATION AHA. MÉTODO: TRATA-SE DE UM ESTUDO DESCRITIVO, QUALITATIVO. PARA COLETA DE DADOS UTILIZOU-SE A ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA COM 12 PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DE UM HOSPITAL DO INTERIOR DA BAHIA, ENTRE MAIO A JUNHO DE 2015. OS DADOS FORAM ANALISADOS CONFORME A TÉCNICA DE ANÁLISE DE CONTEÚDO, MODALIDADE TEMÁTICA.RESULTADOS: SURGIRAM COMO CATEGORIAS DIFICULDADE NA IDENTIFICAÇÃO DA PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA; E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM E AGORA O QUE FAZER DIANTE DA PCR?
AUTOR 3

CLAUDIANO ET AL, 2020
B3CONHECIMENTO, ATITUDE E PRÁTICA DOS ENFERMEIROS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM RELAÇÃO A PARADA CARDIORRESPIRATÓR IAOBJETIVO: AVALIAR O CONHECIMENTO, ATITUDE E PRÁTICA, DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO PRIMÁRIA, NO ATENDIMENTO A PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR). MÉTODO: TRATAR-SE DE UM ESTUDO DE CORTE TRANSVERSAL, OS DADOS FORAM COLETADOS A PARTIR ESCALA DE AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO ATITUDE PRÁTICA NA REANIMAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA – CAPRCP-25.RESULTADOS: AS TÉCNICAS UTILIZADAS NA APLICAÇÃO DE MEDICAÇÃO NA PCR E 62,5% RELATARAM NÃO POSSUIR SEGURANÇA QUANTO A TODOS OS PASSOS A SEREM REALIZADOS NO ATENDIMENTO A PCR.
AUTOR 4

ESPÍNDOLA ET AL, 2017
B1PARADA CARDIORRESPIRATÓR IA: CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVAOBJETIVO: AVALIAR O CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM SOBRE O ATENDIMENTO AO PACIENTE EM PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR). MÉTODO :ESTUDO DESCRITIVO, EXPLORATÓRIO, DE ABORDAGEM QUANTITATIVA, COM38 PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM QUE TRABALHAM EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA/UTI. A COLETA DE DADOS FOI REALIZADA POR MEIO DE UM FORMULÁRIO SEMIESTRUTURADO. EM SEGUIDA, FOI REALIZADA ANÁLISE ESTATÍSTICA SIMPLES DOS DADOS.RESULTADOS: DOS PARTICIPANTES, PREDOMINOU O SEXO FEMININO. DESTES, 18,42% SÃO ENFERMEIROS E55,26%, TÉCNICOS DE ENFERMAGEM. ACERCA DA DETECÇÃO DA PCR, 66,67% DOS ENFERMEIROS RESPONDERAM DE FORMA PARCIALMENTE CORRETA. QUANTO ÀS MODALIDADES DE PCR, 42,10% DOS PROFISSIONAIS CONSIDERARAM APENAS ASSISTOLIA.
AUTOR 5

GONZALEZ ET AL, 2016
B1ENTENDIMENTO DE GRADUANDOS EM ENFERMAGEM ACERCA DO SEU PAPEL NA ASSISTÊNCIA A PARADA CARDIORRESPIRATÓR IAOBJETIVO: AVALIAR O ENTENDIMENTO DE GRADUANDOS EM ENFERMAGEM, DO ÚLTIMO ANO, SOBRE PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA. MÉTODO: ESTUDO TRANSVERSAL, EXPLORATÓRIO, DESCRITIVO, DE ABORDAGEM QUANTITATIVA, REALIZADO POR MEIO DE QUESTIONÁRIO. OS DADOS FORAM ANALISADOS MEDIANTE ANÁLISE ESTATÍSTICA DESCRITIVA, DISPOSTOS NO SOFTWARE SPSS VERSÃO 19.0 E APRESENTADOS EM FIGURA E TABELA; EM SEGUIDA, FOI FEITA A ANÁLISE E DISCUSSÃO COM A LITERATURA.RESULTADOS: OS GRADUANDOS NÃO SE VIRAM COMO INTEGRANTES DA EQUIPE, NA ASSISTÊNCIA À PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA

A análise do presente artigo nos mostra que 60% das obras analisadas são classificadas em Qualis B1, 40% em B3. Essa situação nos demonstra a necessidade de termos mais artigos publicados em revistas com mais confiabilidade científica, quando comparadas com os qualis mais evidenciados.


Resultado dos Qualis

Classificação

Porcentagem

Autor 1,4,5

B1

60,00%

Autor 2,3

B3

40,00%

Total

100,00%

No que se refere ao ano de publicação do referencial teórico, o presente artigo nos mostra que 40% das obras analisadas foram publicadas no ano de 2016, 10% em 2017 e 40% em 2020. Demonstrando a importância de analisar e comparar a dimensão temporal dos estudos comparado com o período atual da saúde.


Referencial Teórico

Ano Publicado

Porcentagem

Autor 1 e 5

2016

40,00%

Autor 4

2017

20,00%

Autor 2 e 4

2020

40,00%

Total

100,00%

O autor Silva et.al (2016), apresenta o título: Ressuscitação cardiopulmonar de adultos com parada cardíaca intra-hospitalar utilizando o estilo Utstein. Objetivo de analisar o perfil clínico de pacientes com parada cardiorrespiratória intra-hospitalar, seu atendimento e evolução, com registro baseado no estilo utstein. Estudo esse prospectivo, longitudinal em ambiente de terapia intensiva de pacientes com parada cardiorrespiratória incluídos durante 1 ano. (1)

O autor Santiago etal, (2020), com título: Parada cardiorrespiratória: intervenções dos profissionais de enfermagem. Este estudo objetivou avaliar se os conhecimentos dos profissionais de enfermagem frente a parada cardiorrespiratória (pcr) estão de acordo com o protocolo da American Heart Association AHA. Estudo descritivo, qualitativo. Realizado no hospital do interior da bahia, entre maio a junho de 2015, por meio de entrevista semiestruturada que teve como campo de investigação a unidade de urgência e emergência do Hospital Geral Prado Valadares (HGPV). (2)

O autor Claudiano etal, (2020), que aborda as Atitude e prática dos enfermeiros da atenção primária em relação a parada cardiorrespiratória. Objetivou-se que as técnicas utilizadas na aplicação de medicação na (pcr) e 62,5% relataram não possuir segurança quanto a todos os passos a serem realizados no atendimento a (pcr), na atenção primária, no atendimento à parada cardiorrespiratória (pcr). Tratar-se de um estudo de corte transversal, os dados foram coletados a partir escala de avaliação do conhecimento atitude prática na reanimação cardiorrespiratória. (3)

O autor Espíndola etal, (2017), apresenta o título: Conhecimento dos profissionais de enfermagem em uma unidade de terapia intensiva. Com objetivo de avaliar o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre o atendimento ao paciente em parada cardiorrespiratória (pcr). Estudo descritivo, exploratório, quantitativa, com 38 profissionais de enfermagem que trabalham em uma unidade de terapia intensiva/uti. a coleta de dados foi realizada por meio de um formulário semiestruturado. Realizado em uma Unidade de Terapia Intensiva de um Hospital Público de alta complexidade em neurologia e traumato-ortopedia localizado no interior do estado de Pernambuco. (4)

O autor Gonzalez etal, (2016), apresenta o título: Entendimento de graduandos em enfermagem acerca do seu papel na assistência à parada cardiorrespiratória. Esse estudo tem o objetivo de avaliar o entendimento de graduandos em enfermagem, do último ano, sobre parada cardiorrespiratória. É um estudo descritivo com abordagem qualitativa, transversal, exploratória , realizado no ano de 2015, com graduandos do último ano em enfermagem de uma universidade do Vale do Paraíba Paulista/SP. (5)

A parada cardiorrespiratória (PCR) é definida como a cessação da atividade mecânica do coração, confirmada pela ausência de sinais de circulação. Para tentar restabelecer a circulação espontânea do paciente, devem ser realizadas as manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP), as quais fazem parte de uma intervenção rápida, apropriada, coordenada e padronizada, para que se alcance o sucesso em sua reversão.(1) Segundo Zanini (2006), o profissional de Enfermagem deve estar apto para reconhecer quando um paciente está em franca parada cardiorrespiratória PCR ou prestes a desenvolver uma, pois este episódio representa a mais grave emergência clínica que se pode deparar. O enfermeiro é vital nos esforços para reanimar um paciente, o mesmo, frequentemente, quem avalia em primeiro lugar o paciente e inicia as manobras de ressuscitação cardiorrespiratória (RCR) chamando a equipe.

De acordo com Santiago atal,(2017). Foram analisado dois grupos o primeiro, pode observar que os profissionais de enfermagem possuem um conhecimento superficial de como identificar a parada cardiorrespiratória (PCR), pois os mesmos não relataram os sinais preditivos para identificação segundo o protocolo (RCP), o segundo grupo de profissionais de enfermagem possuem um desconhecimento total no que tange a identificação dessa situação de risco (PCR) (autor 2), para o mesmo, o enfermeiro é responsável pelo planejamento da assistência de enfermagem, cabendo-lhe privativamente, cuidados diretos de enfermagem ao paciente grave com risco de morte, conforme descrito no artigo 11 da lei 7.498/86, regulamentada pelo Decreto 94.406/87 (COFEN, 1987). A ação do enfermeiro diante de uma situação de PCR acontece desde o diagnóstico, implementação das condutas de reanimação, organização do ambiente de trabalho e dos materiais a serem utilizados. Este também aciona e organiza toda a equipe de enfermagem, e após a PCR, sistematização da assistência de enfermagem diante da Parada Cardiorespiratória (SILVA; PADILHA,2001).

Não obstante, Espindola et al, (2017) atingiu um resultado em sua pesquisa que 62,5% relataram não possuir segurança quanto a todos os passos a serem realizados no atendimento a PCR, além disso, revelaram que os membros da equipe não possuem funções e responsabilidades definidas e claras no momento do atendimento a PCR.(3) Segundo Farias at el (2020) , Cabe ao enfermeiro possuir conhecimento técnico e teórico atualizado para que possa agir com segurança, sabedoria, e sem perda de tempo, para oferecer melhor sobrevida ao seu cliente e restabelecimento de saúde. A SAE é a ferramenta de trabalho do enfermeiro, sendo fundamental que o profissional saiba identificar suas as fases que a compõem e de que maneira operacionaliza-las na prática clínica. Desta forma, estará embasado para uma assistência de enfermagem individualizada. A equipe de enfermagem precisa estar preparada para demonstrar destreza, agilidade e habilidade, estando apta a estabelecer prioridades e intervir de forma consciente e segura no atendimento ao ser humano, lembrando-se de que mesmo na PCR o cuidado é o elo de interação/integração/relação entre profissional e cliente, enquanto líder, o enfermeiro necessita compreender o processo de liderar e trabalhar habilidades como a comunicação, relacionamento interpessoal, tomada de decisão e competência clínica, tornando o gerenciamento da assistência inserida conforme as reais necessidades do cliente.

No SAV, englobando recursos adicionais como a administração de fármacos e equipamentos. Portanto, após identificar a PCR, é de suma importância que, posteriormente ao chamar por ajuda e iniciar as compressões 100 a 120 por minuto com 5 a 6 cm de profundidade, em uma via aérea avançada a administração de uma ventilação a cada seis segundos, por meio do uso da bolsa-válvulamáscara. Se o ritmo for chocável, deve-se aplicar um choque e reiniciar a RCP, imediatamente, por cerca de dois minutos. Para o manejo da PCR, devem-se considerar as situações de FV, TVSP, assistolia (ausência de atividade elétrica) ou AESP. Durante a RCP, deve-se analisar em qual dessas situações se encontra o paciente, com o objetivo de prolongar as compressões em ritmos não chocáveis (assistolia/AESP) e realizar a desfibrilação precoce em ritmos chocáveis FV, TVSP. ESPÍNDOLA ET AL, 2017 (autor 4).

Nesse contexto, Espindola et al, (2017) ressalta que as medicações devem ser vistas como auxiliares potencialmente úteis e, quando se optar pelo uso de alguma, é preciso estar atento à sua indicação, mecanismo de ação e possíveis efeitos colaterais. Independente de a adrenalina ser o fármaco de primeira escolha em uma PCR, a equipe de Enfermagem deve considerar a importância de outras medicações, sempre atenta à forma de administração. Durante o evento, pode ser utilizada ainda a amiodarona, lidocaína, magnésio, entre outras, a vasopressina, em combinação com a epinefrina, não oferece nenhuma vantagem, comparada à dose padrão de adrenalina.(4) Segundo American Heart Association (AHA) ,(2020) a dose iv/io de epinefrina: 1 mg a cada 3 a 5 minutos, Amidarona: primeira dose 300mg e segunda dose 150mg, ou lidocaína primeira dose 1 a 1,5mg/kg, segunda dose 0,5 a 0,75mg/kg.

Gonzalizez et al ,(2016) avaliou graduados de enfermagem, chegando a conclusão que os futuros profissionais não se percebe como parte integrante da equipe e das tomadas de decisão rápidas e precisas, mesmo sendo considerado imprescindível ao atendimento em que visa à garantia da sobrevida pós-PCR e à organização da equipe de atendimento. Isso reforça a necessidade de se repensar a formação acadêmica do enfermeiro, sobretudo em situações de emergência. Existe uma dificuldade no entendimento do graduando de enfermagem sobre o seu papel como futuro enfermeiro, no atendimento em situação de PCR,

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Contudo o estudo constatou-se que o enfermeiro é peça fundamenta para que o atendimento eficaz realmente aconteça principalmente em casos de urgência e emergência, onde os procedimentos corretos aumentam a sobrevida do paciente, porque é este profissional que lidera a equipe, e orienta os procedimentos necessários, sendo assim é imprescindível que o mesmo esteja capacitado para tal atendimento. Uma boa capacitação dos envolvidos, ou seja, conhecimento técnico e científico é primordial, buscando otimizar e padronizar um atendimento que transmita segurança e tranquilidade para os mesmos porque conforme visto, depende da equipe de enfermagem um atendimento que garanta a sobrevida do paciente.

Portanto é importante ressaltar a importância do atendimento humanizado, este trabalho foi de suma importância para reconhecer que os acometimentos de urgência precisam de procedimentos rápidos e precisos, mas acima de tudo humanos, pois lida-se com vidas.

REFERÊNCIAS

  1. SILVA ET AL, 2016; Ressuscitação cardiopulmonar de adultos com parada cardíaca intra-hospitalar utilizando o estilo utstein .Rev. bras. ter. intensiva ;28 (4) • oct.-dic 2016. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-844265
  1. SANTIAGO et al, 2020; Parada cardiorrespiratória: intervenções dos profissionais de enfermagem• enferm. foco (brasília) ; 12(3): 442-447, dez. 2021 • disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1118969
  1. CLAUDIANO et al, 2020; • Conhecimento, atitude e prática dos enfermeiros da atenção primária em relação a parada cardiorrespiratória. Nursing (Ed. bras., Impr.) ; 23(260): 3502-3506, jan.2020. • disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1095357
  2. ESPÍNDOLA et al, 2017; • Parada cardiorrespiratória: conhecimento dos profissionais deenfermagem em uma unidade de terapia intensiva. Rev. enferm. UFPE on line ; 11(7): 2773-2778, jul.2017. • disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/bde-32346
  1. GONZALEZ et al, 2016; • Entendimento de graduandos em enfermagem acerca do seu papel na assistência a parada cardiorrespiratória. Rev. enferm. UFPE on line ; 10(6): 2038-2042, jun. 2016. • disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1363179
  1. COFEN (Conselho Federal de Enfermagem). Decreto Nº 94.406 /87. Brasília, (DF) 1987. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/decreto-n-9440687_4173.html. Acesso em: 06/out/2023
  1. ZANINI, Juliana (2006). Parada e reanimação cardiorrespiratória: conhecimentos da equipe de enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva. São Paulo (SP). Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-507X2006000200007
  1. AMERICAN HEART ASSOCIATION. Destaques das Diretrizes da American Heart Association 2020 para RCP e ACE. https://Hghlghts_2020ECCGuidelines_LR_PTBR (heart.org) Acesso em: 06 out 2023.
  1. FARIAS etal(2015) Sistematização da assistência de enfermagem diante da parada cardiorespiratória (pcr). https://ojsrevistas.fag.edu.br/index.php/RTES/article/view/1175

1** Professor(a) orientador(a) Lorena Campos.