REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10019929
João Vitor Falchetti;
Flávia Martins Lima;
Pedro Reis Gutler;
Giovane Amui Fernandes.
INTRODUÇÃO
A evisceração pélvica, uma complicação rara e potencialmente devastadora, pode surgir como uma sequela da síndrome de Fournier ou como uma complicação direta desta patologia. Neste relato de caso, analisaremos um paciente que apresentou evisceração pélvica como uma complicação após a síndrome de Fournier, enfatizando o diagnóstico, o manejo cirúrgico e o desfecho observado.
RELATO DE CASO
O paciente F.I.L., do sexo masculino, com 73 anos de idade, foi admitido no Hospital Estadual de Aparecida de Goiânia (HEAPA) devido a um quadro clínico caracterizado por um edema significativo na bolsa escrotal acompanhado de odor fétido local. Além disso, ao ser questionado, relatou uma intensa dor abdominal na região inferior do abdome. Durante a avaliação inicial, o paciente negou a presença de outras queixas clínicas, assim como comorbidades ou alergias conhecidas. No exame abdominal, observou-se um aumento na bolsa escrotal com evidências de isquemia e necrose, no entanto, não foram identificados sinais de secreção purulenta. Os exames laboratoriais não revelaram quaisquer alterações de natureza infecciosa, enquanto o exame de ultrassonografia revelou uma massa escrotal de características hipoecóicas, cujas dimensões não puderam ser B O paciente em questão foi, portanto, admitido na unidade hospitalar correspondente e, posteriormente, submetido a um extenso debridamento da região posterior da bolsa escrotal e dos glúteos, bilateralmente, devido à síndrome de Fournier. No entanto, no terceiro dia após a operação, ele apresentou uma evisceração pélvica, o que demandou uma nova intervenção cirúrgica. O procedimento realizado foi a Herniorrafia Inguinal à direita, seguindo a técnica de Bassini. Felizmente, a cirurgia transcorreu sem intercorrências, e o paciente foi liberado para acompanhamento ambulatorial após a alta hospitalar, devidamente mensuradas, sendo que este achado deslocava o testículo em direção à periferia. As imagens intra-operatórias da segunda abordagem cirúrgica evidenciaram presença de evisceração pélvica de conteúdo de alças de delgado, cólon, incluindo ainda o apêndice vermiforme e sendo realizada correção da evisceração pélvica apresentada pelo paciente via inguinal através de Hernioplastia Inguinal através da técnica de Bassini.
DISCUSSÃO
Em resumo, este relato de caso ilustra a gravidade da evisceração pélvica como uma complicação da síndrome de Fournier. A abordagem interdisciplinar e o tratamento imediato são cruciais para melhorar o prognóstico desses pacientes. A conscientização sobre essa rara complicação e sua pronta identificação são fundamentais para prevenir desfechos adversos.
REFERÊNCIAS
Candelária PAP, Klug WA, Capelhuchnik P et al.Síndrome de Fournier: Análise dos Fatores de Mortalidade. Rev brasileira de Coloproct, 2009;