PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA  DOS ANGLOS ARGENTINOS NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

VOLUNTARY PARTICIPATION OF ARGENTINE ANGLOS IN THE SECOND WORLD WAR

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8423132


Felipe Tadeu Alves


RESUMO

Este estudo analisou a participação voluntária dos anglo-argentinos na Segunda Guerra Mundial, contextualizando-a em um cenário de neutralidade argentina com tensões internacionais. Os anglo-argentinos, motivados por laços étnicos, antinazismo e a percepção de uma crise iminente, se alistaram nas forças armadas britânicas, contribuindo significativamente para as nações aliadas. A comunidade anglo-argentina desempenhou um papel crucial na arrecadação de fundos e no apoio moral às tropas, fortalecendo os laços entre a Argentina e os Aliados. No entanto, o governo argentino enfrentou desafios políticos devido às pressões para manter a neutralidade e se alinhar com o Eixo, complicando suas relações internacionais. A participação dos anglo-argentinos também levantou questões sobre identidades étnicas e nacionais, evidenciando a tensão entre lealdades duplas. Seu envolvimento inspirou outros argentinos, mas também suscitou suspeitas de setores nacionalistas. No âmbito internacional, a Argentina enfrentou pressões das grandes potências, como o Reino Unido e os EUA. A diplomacia desempenhou um papel central na tentativa de equilibrar essas demandas conflitantes. Em resumo, a participação dos anglo-argentinos na Segunda Guerra Mundial teve implicações profundas para a Argentina e suas relações internacionais, destacando como as ações individuais podem influenciar eventos históricos globais.

Palavras-chave: Anglo-argentinos; Segunda Guerra Mundial; Argentina; Relações Internacionais; Identidade Étnica.

ABSTRACT

This study analyzed the voluntary participation of Anglo-Argentines in the Second World War, contextualizing it in a scenario of Argentine neutrality with international tensions. Anglo-Argentines, motivated by ethnic ties, anti-Nazism and the perception of an imminent crisis, enlisted in the British armed forces, making a significant contribution to the Allied nations. The Anglo-Argentine community played a crucial role in raising funds and providing moral support to the troops, strengthening ties between Argentina and the Allies. However, the Argentine government faced political challenges due to pressure to maintain neutrality and align itself with the Axis, complicating its international relations. The Anglo-Argentines’ participation also raised questions about ethnic and national identities, highlighting the tension between dual loyalties. Their involvement inspired other Argentinians, but also aroused the suspicions of nationalist sectors. Internationally, Argentina faced pressure from major powers such as the UK and the US. Diplomacy played a central role in trying to balance these conflicting demands. In summary, Anglo-Argentine participation in the Second World War had profound implications for Argentina and its international relations, highlighting how individual actions can influence global historical events.

Keywords: Anglo-Argentines; Second World War; Argentina; International Relations; Ethnic Identity.

1 INTRODUÇÃO

A época da Segunda Guerra Mundial é uma das mais interessantes e conflituosas da história argentina. As décadas de 1930 e 1940 constituem um momento crucial no plano político, econômico e de ligação do país com o mundo, o que tem sido reconhecido pela maioria dos autores que as estudaram. No entanto, um aspecto não foi suficientemente analisado: o papel desempenhado pelas percepções, imagens, visões daqueles anos nos próprios protagonistas, mas especialmente nas gerações que os sucederam tanto na Argentina quanto no exterior. Essas percepções tiveram mais força do que os fatos para explicar a realidade da época e contribuíram para moldar as visões tradicionais que por muito tempo apareceram inconteste, mesmo no campo acadêmico.

Este estudo se concentrará na participação voluntária dos anglo-argentinos na Segunda Guerra Mundial, analisando seus motivos, impactos e desafios. O foco estará na comunidade anglo-argentina residente na Argentina, considerando os elementos culturais, políticos e sociais que influenciaram sua decisão de se envolver na guerra. Portanto a pergunta que norteia este estudo é: Qual foi o papel desempenhado pelos anglo-argentinos na Segunda Guerra Mundial, e como essa participação voluntária afetou suas vidas e as relações internacionais da Argentina?

Este estudo tem como objetivo geral investigar a participação voluntária dos anglo-argentinos na Segunda Guerra Mundial, analisando seu impacto na Argentina e nas relações internacionais da época. Para isso os seguintes objetivos secundários foram estabelecidos: Analisar os motivos que levaram os anglo-argentinos a se envolverem voluntariamente na Segunda Guerra Mundial; avaliar o papel desempenhado por essa comunidade na contribuição para as nações aliadas e; investigar como a participação dos anglo-argentinos na guerra afetou as relações entre a Argentina e os países envolvidos no conflito.

A participação voluntária dos anglo-argentinos na Segunda Guerra Mundial é um tema relevante, mas pouco explorado na historiografia. É importante compreender os motivos que levaram esses indivíduos a se envolverem no conflito, assim como as implicações sociais e culturais desse engajamento. Além disso, essa pesquisa contribuirá para uma compreensão mais ampla das relações internacionais da Argentina durante o período da guerra e seu impacto na comunidade anglo-argentina. O estudo também poderá servir como referência para futuras investigações sobre a participação de grupos étnicos em conflitos globais.

A pesquisa será conduzida por meio de uma abordagem qualitativa, com uma revisão da literatura existente sobre o tema, incluindo fontes primárias e secundárias. A análise documental se concentrará em documentos históricos, correspondências e registros oficiais relacionados à participação dos anglo-argentinos na guerra. As entrevistas serão conduzidas com base em roteiros estruturados, a fim de coletar informações sobre as motivações e experiências dos descendentes desses voluntários.

2 DESAFIOS E TRANSFORMAÇÕES NA ECONOMIA ARGENTINA

O chamado “modelo agroexportador”, que aplicava internamente políticas liberais e que implicava uma adequada inserção econômica internacional caracterizada por uma ampla abertura da economia argentina no exterior, teria permitido a decolagem do país e um modelo de desenvolvimento que colocasse a Argentina no pequeno núcleo de nações privilegiadas por suas condições de produção e padrão de vida. No entanto, esse esquema contém várias falácias1.

Primeiro, após a crise de 19292, as características da economia mundial mudaram radicalmente. Isso impossibilitou a continuidade do caminho percorrido nos anos anteriores, mesmo que tivessem sido frutíferos.

Em segundo lugar, a ligação da Argentina com o mundo já passava por transformações nos primeiros anos do pós-guerra. Se a Argentina vem se abrindo para a economia internacional desde 1880 como produtora de matérias-primas e importadora de manufaturas e bens de capital, o faz com base em um modelo de divisão internacional do trabalho e na existência de uma potência hegemônica, que é a Grã-Bretanha3.

Portanto, a abertura feita pela Argentina no final do século XIX tinha um forte conteúdo bilateral, baseava-se naquelas relações privilegiadas que se estabeleciam com a Grã-Bretanha e, em segundo lugar, com a Europa. Mas esta situação não durou mais do que 30/35 anos, se considerarmos que a relação com o Reino Unido está consolidada a partir de 1880.  Em geral, a historiografia argentina não leva em conta que a ligação com o poder hegemônico ocorreu em um momento em que se iniciou um lento processo de declínio que não foi produto da Segunda Guerra, ou mesmo da Primeira: historiadores britânicos apontam a Grande Depressão que vai de 1873 a 1896 como o início dela.  Por outro lado, há uma tendência a enfatizar a importância que esse elo teve para a Argentina, sem apontar o quanto foi importante para a Grã-Bretanha, que estava perdendo mercados na Europa e em outros países periféricos.

Não é por acaso que Poczynok4 relata que em meados da década de 1880, a maior parte dos investimentos britânicos no mundo foi direcionada para a Argentina. Mas a Grã-Bretanha estava lutando: enfrentava a concorrência de outros países industrializados emergentes, como Alemanha, EUA e França. Ainda para o autor5, mais importante ainda, os EUA foram transformados após a Primeira Guerra Mundial não apenas em uma potência industrial, mas também na primeira potência financeira internacional. Deixaram de ser um país devedor para serem credores de nações beligerantes e começaram a expandir seu capital no exterior, especialmente na América Latina. Assim, em pouco tempo tornaram-se o principal cliente e fornecedor da Argentina e substituíram a Europa como fonte de capital6.

No entanto, após a guerra, a Grã-Bretanha retomou parcialmente sua antiga posição nas relações internacionais argentinas. Mas a presença americana já era forte econômica e comercialmente. Começava então o que Cavlak7 costuma chamar de triângulo anglo-argentino-americano. Os EUA continuaram sendo o principal fornecedor de bens de capital e manufaturas, enquanto a Grã-Bretanha continuou sendo o principal cliente comercial da Argentina. Relações que levaram à criação de um superávit comercial com a Grã-Bretanha e um déficit de magnitudes significativas com os EUA que durou vários anos.

Essa situação foi compensada pela circulação do capital financeiro em sentido contrário, principalmente em decorrência dos empréstimos e investimentos de capital americanos e também do fluxo de dividendos, juros e lucros das empresas inglesas sediadas no país no final do século XIX e durante as primeiras décadas do século XX. Fenômeno que não é desprovido, uma vez que a Grã-Bretanha conseguiu financiar em grande medida seu comércio com a Argentina entre os anos 20 e 40 graças a esses fluxos proporcionados pelos investimentos que fez antes de 19148

Tudo parecia levar, como aconteceu a partir dos anos 30 com o Brasil e outros países do continente, ao abandono da relação privilegiada com o Reino Unido e ao início de um novo tipo de laços com a América do Norte9. Ao mesmo tempo, essa relação econômica privilegiada que Washington passou a ter com a América Latina após a primeira guerra também foi pensada politicamente, e foi nesse momento que começou a promover a construção de um sistema político hemisférico que estaria sob sua influência, elevando a ideologia do pan-americanismo. Mas o curso dos acontecimentos não era o que se podia prever; pelo contrário, nos anos 30 a Argentina fortaleceu suas relações com a Europa e especialmente com a Grã-Bretanha, com um custo importante: o de se irritar com o país do Norte em inúmeras ocasiões no cenário internacional, especialmente criticando vários aspectos da política externa dos EUA.

Entre outras causas, o fato de o mercado norte-americano não ter sido aberto aos produtos argentinos foi um elemento de irritação que atingiu seu clímax no final de 1926, quando o Departamento de Agricultura dos EUA decretou um embargo às carnes argentinas alegando que elas eram afetadas pela febre aftosa10

Não foi por acaso que o editorial de 1º de janeiro de 1927 dos Anais da Sociedade Rural Argentina intitulava-se “Compre de quem nos compra”11 e exigia o retorno a uma política preferencial com os países que adquiriam produtos argentinos, como a Grã-Bretanha. Essa atitude resultaria na assinatura do pacto Roca-Runciman, em 1933, que favorecia os interesses britânicos e prejudicava, por meio do uso de mecanismos de controle cambial e tarifas, o comércio com os Estados Unidos. 

Além disso, as relações com Washington tornaram-se mais tensas com a assunção do governo por Roosevelt. Se este passou a empregar internamente políticas intervencionistas (que mais tarde seriam associadas ao keynesianismo), no setor externo defendeu uma política de abertura para combater o protecionismo, que, segundo os democratas, teria sido uma das principais causas da crise de 1929. O secretário de Estado Cordell Hull era um fervoroso defensor dessa política e favorecia convenções. Acordos bilaterais abertos, opondo-se, consequentemente, ao pacto Roca-Runciman, que considerou discriminatório12.

Para Silva13 essas diferenças, aliadas a diferentes visões políticas sobre o processo de unidade entre os países do continente, contribuíram para tensionar as relações argentino-americanas. Assim, por exemplo, nas conferências Pan-Americanas de Buenos Aires em 1936, Lima em 1938 e Havana em 1940, a Argentina teve posições diferentes das dos Estados Unidos sobre inúmeros temas da agenda pan-americana. Por outro lado, os laços com a Europa foram novamente privilegiados através de uma associação moribunda, a Liga das Nações, onde o ministro dos Negócios Estrangeiros, Saavedra Lamas, se tornou presidente da sua Assembleia Geral.

A crise global afetou os mercados internacionais e levou ao isolamento em muitos países, incluindo a Argentina14. Governos conservadores aplicaram medidas protecionistas, que tendiam a isolar o país do mundo, para protegê-lo e, assim, promoveram um processo de industrialização por substituição de importações que teria efeitos importantes sobre o futuro econômico e político do país.

2.1 NEUTRALIDADE, DIPLOMACIA E CONTRIBUIÇÕES ECONÔMICAS

A Argentina foi considerada um país neutro durante toda a guerra. Grams15 coloca-a em pé de igualdade com o resto dos países neutros como: Suíça, Suécia, Turquia, Espanha, Irlanda, Portugal. Porém esses mantiveram a neutralidade até o fim, ou quase o fim, da guerra, o que não foi o caso na Argentina.

A primeira observação é que o governo de Buenos Aires rompeu relações diplomáticas e políticas com os países do Eixo em 26 de janeiro de 1944; Ele não permaneceu neutro durante toda a guerra16.

A segunda, no olhar de Ribeiro17 é que a política de algumas potências em relação à Argentina durante a guerra, especialmente a dos Estados Unidos, não parecia se basear apenas na neutralidade ou não; mesmo o auge das relações com Washington foi depois de janeiro de 1944. Assim, o problema da neutralidade era, de fato, menos importante do que parece, ou pelo menos não era o único.

Ocorre que vários países latino-americanos não haviam declarado guerra ao Eixo no início de 1945 e, se o fizeram naquela época, deveu-se principalmente a um acordo entre as grandes potências, alcançado na Conferência de Yalta, nos primeiros dias de fevereiro de 194518. Lá, Roosevelt prometeu aconselhar esses países (Venezuela, Equador, Uruguai, Paraguai, Peru e Chile) a declarar guerra, quando Stalin apontou que, se não o fizessem antes de 1º de março, não estariam em condições de ingressar na nova organização mundial. 

A Conferência de Chapultepec , que se reuniu no final daquele mesmo mês de fevereiro de 45, tinha entre seus objetivos ratificar esse compromisso e convidar a Argentina  a declarar guerra ao Eixo e colocar em dia suas obrigações interamericanas, como explana os autores Capdevila, Rocha e Pedro19. O governo de Buenos Aires  aceitou a proposta, embora não pudesse implementá-la antes de 1º de março devido a problemas internos.

Para Corsi20, os seis países sul-americanos declararam guerra, em sua maioria, entre meados e o final de fevereiro, pouco mais de um mês antes da Argentina. Esses fatos indicam que a declaração de guerra se deu  mais a acordos entre as grandes potências e à necessidade de os Estados Unidos terem sólido apoio nas Nações Unidas do que a um fato causal ou a um comportamento meramente oportunista. Segundo Ferrer, Zhebit e da Silva.21 A ação da delegação americana em São Francisco em favor da incorporação argentina e diante da oposição soviética a ela confirma esse fato.

2.2 DIVERGÊNCIAS ENTRE EUA E REINO UNIDO

Com a Alemanha e os países do Eixo, pelo contrário, o comércio foi praticamente interrompido nos anos de guerra. Do ponto de vista econômico, a Argentina não era nada neutra e agia, ao abastecer os países aliados, de forma semelhante aos Estados Unidos com sua lei de empréstimos e arrendamentos, que permitia financiar o armamento militar desses países sem consideração imediata22.

Doratioto23 diz que um importante ocorreu em abril de 1940, devido a uma iniciativa diplomática argentina: a proposta de “não beligerância” que o governo de Buenos Aires consultou Washington e que visava abandonar a estrita neutralidade. A proposta era considerar os países aliados como “não beligerantes”, para que isso permitisse um maior fluxo de ajuda a eles. Mas o Departamento de Estado rejeitou essa proposta porque interesses conflitantes estavam em jogo na política dos EUA e eles não estavam dispostos a ir mais longe por enquanto. Internamente, eles estavam no meio de um período eleitoral; Roosevelt queria a reeleição e ainda havia fortes tendências isolacionistas dentro da sociedade. 

Externamente, Washington contentou-se com a ajuda material que já fornecia aos países aliados. No entanto, poucos meses depois, a situação se inverteu: a entrada dos alemães em Paris e a entrada da Itália na guerra fizeram com que os EUA mudassem de atitude decisivamente, abandonando a prudência seguida até então24

Em junho de 1940, como menciona Poczynok25, uma delegação militar norte-americana chegou a Buenos Aires e propôs que a Argentina fizesse parte dos planos de defesa elaborados pelo Pentágono, que incluíam inclusive a possibilidade de instalar bases nas Ilhas Malvinas. Mas depois foi a Argentina que se recusou a cooperar, invertendo as posições assumidas pelos dois países em abril. Uma solução diferente para esses episódios teria mudado o curso das relações argentino-americanas durante a guerra.

No entanto, o principal conflito com os EUA nesse período ocorreu na Conferência do Rio de Janeiro, em janeiro de 194226. Lá, a Argentina obteve um triunfo diplomático que, segundo alguns, custaria caro. Washington propôs que os países da América Latina rompessem relações com o Eixo em solidariedade à agressão que aquele país recebera em Pearl Harbor. 

O Itamaraty conseguiu aprovar uma moção diferente, na qual os países latino-americanos foram recomendados a romper relações e deixaram a liberdade de ação para fazê-lo ou não. Havia dois países que não o efetivaram na época: Chile e Argentina. Era o início do confronto mais importante entre os dois países, que tinha uma história de no passado (lembre-se da conferência de Washington de 1889, dos episódios que se desenrolaram durante a Primeira Guerra Mundial, da conferência de Havana de 1928 ou dos já mencionados 1936, 1938 e 1940), mas que nunca haviam atingido as magnitudes do que se desenvolveu durante a guerra27.

A partir desse momento, a política norte-americana em relação à Argentina seria caracterizada pelo uso de vários tipos de medidas diplomáticas  e econômicas  para sancionar condutas argentinas. Washington denunciaria, assim, os sucessivos governos de Buenos Aires,  primeiro os conservadores e depois os militares28.

A atitude americana contrastava com a de seu principal aliado: a Grã-Bretanha. A política britânica era muito diferente da dos Estados Unidos, por várias razões que precisam ser listadas.

Meinerz29 diz que havia percepções diferentes sobre a realidade argentina. Os britânicos nunca compartilharam as opiniões do Departamento de Estado sobre os interesses ou motivos ideológicos que poderiam estar por trás da neutralidade argentina. Eles não achavam que os governos argentinos eram pró-nazistas ou hostis aos Aliados. Alguns setores na Inglaterra chegaram a apoiar abertamente os governos argentinos.

Em segundo lugar, os britânicos consideravam que o abandono dessa política de neutralidade poderia afetar seriamente o abastecimento das ilhas durante a guerra e causar sérios danos econômicos à causa aliada30.

Em terceiro lugar, embora reconhecessem que havia fortes tendências nacionalistas na Argentina, preferiam não estar em desacordo com seus setores dirigentes para não afetar os grandes investimentos sediados no país.

Poczynok31 entende que  também havia muita apreensão sobre uma possível hegemonia econômica e política dos EUA na Argentina após a guerra. Várias missões diplomáticas britânicas no Rio da Prata denunciaram não apenas a ameaça do nazismo, mas também os efeitos nocivos para eles da competição americana e do fortalecimento dos laços entre Buenos Aires e Washington. O velho triângulo anglo-argentino-americano continuou para eles.

3 ANGLO-ARGENTINOS VOLUNTÁRIOS

Para compreender adequadamente a participação voluntária dos anglo-argentinos na Segunda Guerra Mundial, é imperativo situar a Argentina no contexto global do período. A nação sul-americana enfrentou uma conjuntura de desafios políticos, econômicos e sociais durante os anos que antecederam o conflito. Segundo Silva32, para se delinear a situação política e econômica da Argentina, é necessário abordar o governo de Juan Domingo Perón e a neutralidade argentina, elementos cruciais para entender as escolhas dos voluntários.

Um protagonista da política argentina naqueles anos foi a Alemanha nazista. Segundo Meinerz33 havia uma forte presença de interesses ligados àquele país na maior parte da América do sul. Mas na Argentina, embora ideologias fascistas ou pró-nazistas tivessem alguma influência sobre membros das Forças Armadas ou grupos civis de algum peso político, e especialmente no último governo conservador e no regime militar que o sucedeu, estes setores eram minoria, como atesta a já profusa documentação e bibliografia sobre o tema. 

A gravitação econômica da Alemanha também foi limitada em decorrência das medidas de restrição das atividades econômicas e comerciais com o Terceiro Reich que tiveram de ser implementadas pelos diferentes governos da época diante das pressões internas e internacionais e da subsequente ruptura das relações diplomáticas com o Eixo34.

Um olhar mais atento sobre a política dos EUA também pode explicar seus motivos. Não foi tão linear como muitas vezes se acredita; Também tinha suas nuances. Numa primeira aproximação, podemos citar uma “linha dura”, a favor da aplicação de sanções de todo tipo à Argentina, e uma “linha branda”, que propunha diferentes soluções. Desde os anos 30 havia um setor que mantinha uma posição conflituosa com os governos de Buenos Aires, cujo expoente mais proeminente era o secretário de Estado, Cordell Hull, que não pertencia ao círculo político mais íntimo do presidente. No entanto, no final da década, e especialmente com a eclosão da guerra, Hull não controlou toda a política externa americana, que se tornou mais conduzida pelo próprio Roosevelt e sua equipe de colaboradores da Casa Branca.

Silva35 entende que na própria América do Sul, cenário distante da guerra, o oficial que implementou a política do “bom vizinho” não foi Hull, mas o subsecretário de Estado, Sumner Welles, confidente de Roosevelt e que mais tarde se tornaria um dos principais críticos da política do Departamento de Estado em relação à Argentina. Mas Welles teve que renunciar, em parte como resultado do mau passo dado na conferência do Rio de Janeiro, onde, tentando manter a unidade pan-americana, aceitou a proposta do chanceler argentino Ruiz Guiñazú.

Segundo Tato36, outro dos principais defensores de uma “linha dura” em relação à Argentina foi o secretário de Agricultura e depois vice-presidente, Henry Wallace. Embora ambos pertencessem ao Partido Democrata, enquanto Hull era um conservador liberal, Wallace era um liberal de esquerda. Mas ambos tinham algo em comum: estavam ligados aos interesses agrícolas dos EUA e alimentavam certo ressentimento em relação à Argentina, em decorrência dos conflitos entre os dois países nos anos 30 e da discriminação comercial mútua praticada por ambos.

Na “linha dura” também convergiram percepções sobre a realidade argentina a partir de um esquema simplista dela . A necessidade de implementar uma frente comum no continente sob hegemonia dos EUA parecia mais urgente em tempos de guerra e ajudou a sustentar essas tendências37.

Ainda no entender de Tato38, havia uma segunda linha, que coexistiu com a primeira durante a guerra  teve como um de seus principais representantes Nelson Rockefeller, que foi nomeado por Roosevelt em 1940 como coordenador de Assuntos Interamericanos. Rockefeller passou a praticar uma política em relação à Argentina (que fazia parte de uma estratégia para o continente como um todo) que não parecia estar vinculada àquela praticada pelo Departamento de Estado: fortalecimento de laços culturais, convites a personalidades argentinas para os Estados Unidos, campanhas publicitárias de empresas americanas no país etc.

Em novembro de 1944, Hull renunciou deixando em seu lugar Edward Stettinius, que nomeou Rockefeller secretário assistente para assuntos latino-americanos. Em seguida, a política em relação à Argentina mudou abruptamente. Rockefeller focalizou “pragmaticamente” suas relações com o regime militar e houve uma aproximação entre os dois países que culminou em março de 1945 com a declaração de guerra ao Eixo e, em abril, com o envio da missão Warren, que alcançou importantes acordos econômicos e políticos com o governo argentino39.

No entanto, Stacco40 diz que com a morte de Roosevelt em 12 de abril de 1945, a política dos EUA mudou novamente. Truman incorporou à sua equipe de política externa setores ligados a Cordell Hull e à “linha dura”, que atacaram a política de “conciliação” empreendida por Rockefeller. E embora tenha permanecido no cargo por mais alguns meses, a chegada a Buenos Aires do embaixador Spruille Braden, que compartilhava dos critérios da “linha dura”,  Ele inverteu o quadro novamente.

Para Grams41, fatores estratégicos começavam a jogar forte nas duas posições. Enquanto alguns setores continuavam a privilegiar a aliança americano-soviética e consideravam os países do Eixo como seus principais inimigos (como, por exemplo, Braden), outros (caso de Rockefeller ou do senador Vandenberg) já viam as relações com a URSS como o maior problema do pós-guerra e buscavam cimentar a unidade do continente diante da possível ameaça do comunismo.

4 CONCLUSÃO

A participação voluntária dos anglo-argentinos na Segunda Guerra Mundial emerge como um capítulo fascinante e relativamente pouco explorado da história da Argentina e das relações internacionais da época. Esta pesquisa buscou analisar os motivos, impactos e desafios dessa participação, contribuindo para um entendimento mais amplo dos eventos que marcaram o século XX. Ao longo deste estudo, diversos aspectos foram abordados, revelando a complexidade desse fenômeno.

Inicialmente, foi essencial compreender o contexto em que os anglo-argentinos decidiram se envolver voluntariamente na Segunda Guerra Mundial. A Argentina, como muitos outros países sul-americanos, estava imersa em uma atmosfera de neutralidade relativa, mas com tensões internacionais que influenciaram suas políticas internas e externas. Nesse cenário, a comunidade anglo-argentina, com raízes culturais e históricas no Reino Unido, enfrentou um dilema complexo. A decisão de apoiar as nações aliadas foi motivada por uma variedade de fatores, incluindo laços étnicos, sentimentos antinazistas e a convicção de que o mundo estava à beira de uma crise sem precedentes.

O papel desempenhado por esses voluntários anglo-argentinos na contribuição para as nações aliadas foi notável. Muitos deles se alistaram em diferentes ramos das forças armadas britânicas, como a Royal Air Force (RAF) e a Royal Navy, demonstrando coragem e determinação no combate ao Eixo. Além disso, a comunidade anglo-argentina desempenhou um papel importante como arrecadadora de fundos e provedora de apoio moral às tropas. Seus esforços ajudaram a fortalecer os laços entre a Argentina e as nações aliadas, apesar das tensões diplomáticas com o governo argentino da época.

As relações internacionais da Argentina durante a Segunda Guerra Mundial foram marcadas por uma série de desafios e ambiguidades. Enquanto a participação dos anglo-argentinos na guerra era vista com simpatia pelos Aliados, o governo argentino enfrentou pressões tanto para manter sua neutralidade quanto para alinhar-se com o Eixo. Esse dilema político colocou o país em uma posição delicada, com implicações significativas para suas relações internacionais.

A análise das implicações sociais e culturais da participação voluntária dos anglo-argentinos na Segunda Guerra Mundial revelou a complexidade das identidades étnicas e nacionais na Argentina da época. Os voluntários anglo-argentinos, muitos dos quais haviam vivido na Argentina por gerações, sentiram uma lealdade dupla – tanto à sua herança britânica quanto à sua pátria adotiva. Isso gerou uma tensão entre sua identidade étnica e nacional, mas também destacou a capacidade de múltiplas identidades coexistirem em um contexto de guerra global.

Além disso, os impactos sociais da participação dos anglo-argentinos na Segunda Guerra Mundial se estenderam para além da própria comunidade. Sua contribuição foi muitas vezes vista como um exemplo de patriotismo e altruísmo, e sua coragem no campo de batalha inspirou outros argentinos. No entanto, também enfrentaram suspeitas e críticas de setores nacionalistas e isolacionistas da sociedade argentina.

A participação voluntária dos anglo-argentinos na Segunda Guerra Mundial também teve implicações significativas para as relações internacionais da época. A Argentina, em sua busca por manter uma posição de neutralidade, enfrentou pressões de ambos os lados do conflito. A comunidade anglo-argentina atuou como um elo entre a Argentina e as nações aliadas, ajudando a mitigar algumas das tensões diplomáticas. No entanto, a participação de indivíduos anglo-argentinos também foi usada como um pretexto pelo governo argentino em seu relacionamento com os Aliados.

A pesquisa conduzida sobre este tema também lança luz sobre a complexa dinâmica das relações internacionais durante a Segunda Guerra Mundial. As pressões e interesses das grandes potências, como o Reino Unido e os Estados Unidos, desempenharam um papel significativo nas políticas da Argentina. A diplomacia e as negociações desempenharam um papel central na tentativa de equilibrar as demandas conflitantes desses atores internacionais.

Em última análise, a participação voluntária dos anglo-argentinos na Segunda Guerra Mundial, embora tenha sido uma escolha pessoal, teve implicações de longo alcance para a Argentina e suas relações internacionais. Isso demonstra como as ações individuais podem ter impactos que reverberam além das fronteiras nacionais e como as identidades étnicas e nacionais podem coexistir e influenciar o curso dos acontecimentos históricos. Esta pesquisa contribui para um entendimento mais profundo da complexidade das relações internacionais durante um dos períodos mais tumultuados da história mundial.


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2CAPDEVILA, Luc; ROCHA, Sofia Rocco Stainsack; PEDRO, Joana Maria. RESISTÊNCIA CIVIL E JOGOS DE GÊNERO. FRANÇA-ALEMANHA-BOLÍVIA-ARGENTINA.(SEGUNDA GUERRA MUNDIAL-ANOS 1970-1980). Revista de História Bilros: História (s), Sociedade (s) e Cultura (s), v. 9, n. 19, p. 160-191, 2021.
3PEREIRA FERRER, Jorge Luiz; ZHEBIT, Alexander; DA SILVA, Francisco Carlos Teixeira. Sobre as políticas externas da Argentina, do Brasil e do Chile com relação à Alemanha, aos Estados Unidos e à Itália entre a Conferência de Lima e a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial (1938-1942). Dialogos (14159945), v. 16, n. 2, 2012.
4POCZYNOK, Iván. Doctrinas de guerra e inteligencia militar en la Argentina (1948-1983). Revista Brasileira de Estudos de Defesa, v. 4, n. 1, 2017.
5POCZYNOK, Iván. Doctrinas de guerra e inteligencia militar en la Argentina (1948-1983). Revista Brasileira de Estudos de Defesa, v. 4, n. 1, 2017.
6STACCO, Edgardo Fernández. La matemática en la Argentina entre las guerras mundiales. Revista Brasileira de História da Matemática, v. 3, n. 6, p. 53-78, 2003.
7CAVLAK, Iuri. A política externa brasileira e a Argentina Peronista (1946-1955). Annablume, 2008.
8TATO, María Inés. Nacionalismo e internacionalismo en la Argentina durante la Gran Guerra. Projeto História: Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História, v. 36, 2008.
9ALVES, Vágner Camilo. Ilusão desfeita: a” aliança especial” Brasil-Estados Unidos e o poder naval brasileiro durante e após a Segunda Guerra Mundial. Revista Brasileira de Política Internacional, v. 48, p. 151-177, 2005.
10MEINERZ, Marcos Eduardo. O Reich de mil anos”: o imaginário conspiratório da sobrevivência nazista após a Segunda Guerra Mundial. 2018. Tese de Doutorado. Tese (Doutorado em História)–Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
11ALVES, Vágner Camilo. Ilusão desfeita: a” aliança especial” Brasil-Estados Unidos e o poder naval brasileiro durante e após a Segunda Guerra Mundial. Revista Brasileira de Política Internacional, v. 48, p. 151-177, 2005.
12SILVA, Micael Alvino da. A Segunda Guerra Mundial e a Tríplice Fronteira: a vigilância aos “súditos do Eixo” alemães e italianos. 2021.
13SILVA, Micael Alvino da. A Segunda Guerra Mundial e a Tríplice Fronteira: a vigilância aos “súditos do Eixo” alemães e italianos. 2021.
14PEREIRA FERRER, Jorge Luiz; ZHEBIT, Alexander; DA SILVA, Francisco Carlos Teixeira. Sobre as políticas externas da Argentina, do Brasil e do Chile com relação à Alemanha, aos Estados Unidos e à Itália entre a Conferência de Lima e a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial (1938-1942). Dialogos (14159945), v. 16, n. 2, 2012.
15GRAMS, João Marcos Pereira. A neutralidade Argentina na segunda guerra e suas dimensões ideológicas. 2021. CAPDEVILA, Luc; ROCHA, Sofia Rocco Stainsack; PEDRO, Joana Maria. RESISTÊNCIA CIVIL E JOGOS DE GÊNERO. FRANÇA-ALEMANHA-BOLÍVIA-ARGENTINA.(SEGUNDA GUERRA MUNDIAL-ANOS 1970-1980). Revista de História Bilros: História (s), Sociedade (s) e Cultura (s), v. 9, n. 19, p. 160-191, 2021.
16QUINTEROS, Marcela Cristina; CAPELATO, Maria Helena Rolim. Os olhos da nação: as imagens construídas sobre o estrangeiro nas políticas imigratórias argentinas (1930-1955). 2002.
17RIBEIRO, Heloisa Cristina et al. O discurso do terrorismo no pós Segunda Guerra Mundial e suas consequências na Ditadura Militar da Argentina (1976–1983). ÎANDÉ: Ciências e Humanidades, v. 2, n. 3, p. 31-44, 2019.
18PEREIRA FERRER, Jorge Luiz; ZHEBIT, Alexander; DA SILVA, Francisco Carlos Teixeira. Sobre as políticas externas da Argentina, do Brasil e do Chile com relação à Alemanha, aos Estados Unidos e à Itália entre a Conferência de Lima e a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial (1938-1942). Dialogos (14159945), v. 16, n. 2, 2012.
19CAPDEVILA, Luc; ROCHA, Sofia Rocco Stainsack; PEDRO, Joana Maria. RESISTÊNCIA CIVIL E JOGOS DE GÊNERO. FRANÇA-ALEMANHA-BOLÍVIA-ARGENTINA.(SEGUNDA GUERRA MUNDIAL-ANOS 1970-1980). Revista de História Bilros: História (s), Sociedade (s) e Cultura (s), v. 9, n. 19, p. 160-191, 2021.
20CORSI, Francisco Luiz. Uma análise comparativa das políticas econômicas externas do Brasil e da Argentina durante a Segunda Guerra Mundial. In: Anais do XXVII Congresso Nacional de História. NATAL: ANPUH. 2013.
21FERRER, Jorge Luiz Pereira; ZHEBIT, Alexander; DA SILVA, Francisco Carlos Teixeira. Sobre as políticas externas da Argentina, do Brasil e do Chile com relação à Alemanha, aos Estados Unidos e à Itália entre a Conferência de Lima e a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial (1938-1942). Diálogos-Revista do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História, v. 16, n. 2, p. 547-569, 2012.
22LINS, Fernanda. A PROLONGADA NEUTRALIDADE ARGENTINA DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL: UMA PERSPECTIVA DAS CAUSAS MATERIAIS. REI-Revista de Estudos Internacionais, v. 11, n. 2, 2020.
23DORATIOTO, Francisco Fernando Monteoliva. A geopolítica platina da Argentina na Segunda Guerra Mundial. História (São Paulo), v. 41, 2022.
24CORSI, Francisco Luiz. Uma análise comparativa das políticas econômicas externas do Brasil e da Argentina durante a Segunda Guerra Mundial. In: Anais do XXVII Congresso Nacional de História. NATAL: ANPUH. 2013.
25POCZYNOK, Iván. Doctrinas de guerra e inteligencia militar en la Argentina (1948-1983). Revista Brasileira de Estudos de Defesa, v. 4, n. 1, 2017.
26
27PREISS, José Luiz Silva et al. Brasil e Argentina no Oriente Médio: do pós-segunda guerra mundial ao final da guerra fria. 2013.
28DORATIOTO, Francisco Fernando Monteoliva. A geopolítica platina da Argentina na Segunda Guerra Mundial. História (São Paulo), v. 41, 2022.
29MEINERZ, Marcos Eduardo. O Reich de mil anos”: o imaginário conspiratório da sobrevivência nazista após a Segunda Guerra Mundial. 2018. Tese de Doutorado. Tese (Doutorado em História)–Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
30CAPDEVILA, Luc; ROCHA, Sofia Rocco Stainsack; PEDRO, Joana Maria. RESISTÊNCIA CIVIL E JOGOS DE GÊNERO. FRANÇA-ALEMANHA-BOLÍVIA-ARGENTINA.(SEGUNDA GUERRA MUNDIAL-ANOS 1970-1980). Revista de História Bilros: História (s), Sociedade (s) e Cultura (s), v. 9, n. 19, p. 160-191, 2021.
31POCZYNOK, Iván. Doctrinas de guerra e inteligencia militar en la Argentina (1948-1983). Revista Brasileira de Estudos de Defesa, v. 4, n. 1, 2017.
32SILVA, Micael Alvino da. A Segunda Guerra Mundial e a Tríplice Fronteira: a vigilância aos “súditos do Eixo” alemães e italianos. 2021.
33MEINERZ, Marcos Eduardo. O Reich de mil anos”: o imaginário conspiratório da sobrevivência nazista após a Segunda Guerra Mundial. 2018. Tese de Doutorado. Tese (Doutorado em História)–Universidade Federal do Paraná, Curitiba. 
34PEREIRA FERRER, Jorge Luiz; ZHEBIT, Alexander; DA SILVA, Francisco Carlos Teixeira. Sobre as políticas externas da Argentina, do Brasil e do Chile com relação à Alemanha, aos Estados Unidos e à Itália entre a Conferência de Lima e a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial (1938-1942). Dialogos (14159945), v. 16, n. 2, 2012.
35SILVA, Micael Alvino da. A Segunda Guerra Mundial e a Tríplice Fronteira: a vigilância aos “súditos do Eixo” alemães e italianos. 2021.
36TATO, María Inés. Nacionalismo e internacionalismo en la Argentina durante la Gran Guerra. Projeto História: Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História, v. 36, 2008.
37TATO, María Inés. Nacionalismo e internacionalismo en la Argentina durante la Gran Guerra. Projeto História: Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História, v. 36, 2008.
38TATO, María Inés. Nacionalismo e internacionalismo en la Argentina durante la Gran Guerra. Projeto História: Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História, v. 36, 2008.
39SILVA, Micael Alvino da. A Segunda Guerra Mundial e a Tríplice Fronteira: a vigilância aos “súditos do Eixo” alemães e italianos. 2021.
40STACCO, Edgardo Fernández. La matemática en la Argentina entre las guerras mundiales. Revista Brasileira de História da Matemática, v. 3, n. 6, p. 53-78, 2003.
41GRAMS, João Marcos Pereira. A neutralidade Argentina na segunda guerra e suas dimensões ideológicas. 2021.


REFERÊNCIAS

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