A QUESTÃO DOS RESÍDUOS DE INFORMÁTICA EM FRUTAL-MG NA VISÃO DE ALGUNS DOS AGENTES ENVOLVIDOS

THE QUESTION OF INFORMATICS WASTE IN FRUTAL-MG IN THE VISION OF SOME OF THE AGENTS ENGAGED

LA CUESTIÓN DE LOSRESIDUOS DE LOS ORDENADORES ENFRUTAL-MG, EN OPINIÓN DE ALGUNOS DE LOSAGENTES IMPLICADOS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8410262


Adriano Reis de Paula e Silva¹
Lidiane Aparecida Alves²
Luana Rodrigues Pimentel³


Resumo

Diante do aumento do volume de resíduos gerados e do descarte dos mesmos, muitas vezes de forma irregular, a conceito de logística reversa ganha cada vez mais importância como uma ferramenta empresarial, para as organizações gerenciem todo o ciclo de vida de seus produtos, atendendo a exigências legais, governamentais e dos consumidores. Buscou-se averiguar a compreensão do conceito de logística reversaentre os empresários do comércio varejista de informática em Frutal-MG, bem como a visão e a atuação governamental para o gerenciamento dos resíduos eletroeletrônicos. Observou-se a ausência de infraestrutura logística entre as empresas e poder público, além da carência de informações e articulações com os fabricantes. Em relação à destinação final, observou-se que a maior parte desses resíduos são utilizados no mercado secundário e aqueles sem (re)aproveitamento, às vezes, são descartados no lixo comum. Contudo, novas perspectivas surgem uma vez que a Prefeitura Municipal de Frutal, em parceria com a Universidade do Estado de Minas Gerais e a Fundação Unesco-HidroEX, está implantando o posto de recebimento para tratamentos e destinação correta dos resíduos de informática

Palavras Chave: Logística reversa. Resíduos de informática. Frutal

Abstract

The increase in theamount ofwastegeneratedand disposalof them, oftenirregularly shaped, the concept ofreverse logisticshas gained increasingimportanceas abusiness toolfororganizations to managethe entirelifecycle ofits products, serving legal, governmentaland consumerdemands. We sought toinvestigate theunderstanding of the conceptofreverse logisticsamong entrepreneurs inretailcomputerinFrutal-MG, as well as thevision andgovernment actionfor themanagementof electronic waste. There is a lack of logistics infrastructure between business and government, as well as a lack of information and links with manufacturers. Regarding disposal, it was observed that most of these residues are used in the secondary market and those without use or reuse sometimes are discarded in the trash, and also which companies are unaware of the proposals of the Law on Waste solids. New perspectives arise in this regard, since the City of Frutal, in partnership with UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais) and HidroExFoundation, is implementing the receiving station for treatment and proper disposal of waste computer.

Keywords: Reverse logistics. Wastecomputer.Frutal

Resumen

Elaumento enel volumen deresiduos generadosy la eliminación dela misma, cada vez más importanciaa menudoirregular, el conceptode la logística inversaha ganadocomo herramienta de negociospara las organizaciones paragestionar todo elciclo de vidade sus productos, que sirve, demandasgubernamentales y de consumidoreslegales. Hemos tratado de investigarlacomprensión del conceptode la logística inversade los empresariosenla computadoraal por menor enFrutal-MG, así como lavisión yla accióndel gobiernopara la gestiónde los residuos electrónicos. Hemos tomado nota dela falta deinfraestructura logísticaentre las empresas yel gobierno, además de la falta de informacióny los vínculos conlos fabricantes. En cuanto ala eliminación, se observó quela mayor parte deestos residuosse utilizan enel mercado secundarioy los que no(re) utilizar, a veces son descartadasen la basura. Sin embargo, nuevas perspectivasemergen comola Municipalidad desabor a fruta, en colaboracióncon la Universidad deMinasGeraisy la FundaciónUnesco-HidroEx, está implementando la estación receptorapara el tratamientoy la disposición adecuadadelos residuosde ordenadores.

Palabras clave: logística inversa. Residuos de ordenadores. Frutal

Introdução

É cada vez maiora rapidez de lançamento de novos produtos, a redução do ciclo de vida útil e mercadológico dos mesmos, o que implica no aumento da geração de resíduos (LEITE, 2009). Comumente chamados de lixo4, os resíduos podem ser classificados quanto à origem [domiciliar; comercial; público; hospitalar; agrícola etc], composição química [orgânico e inorgânico], presença de umidade [secos ou molhados] e toxidade(TADEU ET AL., 2012).Em relação a este último critério, com base na periculosidade, isto é, de acordo com potencial de risco à saúde pública e ao meio ambiente que o resíduo pode oferecer em razão de suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas, a NBR 10004 classifica os resíduos em: a) resíduos classe I – Perigosos;b) resíduos classe II – Não perigosos;– resíduos classe II A – Não inertes; – resíduos classe II B – Inertes.

Contemporaneamente, um grande problema enfrentado pela a sociedade é a questão do descarte dos resíduos, tanto do processo fabril como do pós-consumo. Em grande parte, eles são tratados como lixo e acabam recebendo uma destinação irregular, até mesmo antes de chegar ao fim de sua vida útil. Muitos de tais produtos quando descartados incorretamente podem gerar problemas de cunho social, econômico e ambiental (BESEN, 2006), como altos gastos financeiros, problemas ambientais, redução do bem-estar e da saúde das pessoas. (TADEUet al, 2012).

Os aparelhos eletroeletrônicos só são considerados resíduos, conforme ressalta a ABDI (2013), quando todas as alternativas de reparo e reuso são exauridas.Estes resíduos, além de conter materiais como plásticos, vidros, ferros e componentes eletrônicos, podem conter metais pesados, tais como alumínio, cádmio, cobre, chumbo, mercúrio, cromo, bário, dentre outros, podendo gerar contaminação quando descartados de forma irregular às pessoas e ao ambiente (DA SILVA; MARTINS; DE OLIVEIRA, 2007 apudABDI, 2013, p. 18).

Devido a vários fatores, nomeadamente às questões governamentais e legais que impõem às empresas maiores responsabilidades com ambiente, sensibilidade ecológica dos consumidores, imagem diferenciada da empresa além do aumento do lucro, a logística reversa vem se destacando como uma ferramenta empresarial, para as organizações gerenciem todo o ciclo de vida de seus produtos, atendendo a tais exigências. Assim sendo, as empresas devem adotar práticas para que os produtos descartados sejam reintegrados ao ciclo produtivo, a fim de que as organizações possam reutilizá-los na produção de novas mercadorias a serem lançadas no mercado, de modo que se possam reduzir os impactos ambientais causados pela extração de bens naturais utilizáveis no processo de fabricação.

Diante do aumento do interesse pela integração dos sistemas logísticos, direto e reverso, especialmente no mercado de eletroeletrônicos, ogerenciamento integrado da logística, incluso o fluxo reverso do lixo de informática, tem atuado como uma ferramentacompetitiva. Foi a partir deste contexto que buscou-se averiguar a compreensão de tais conceitosentre os empresários do comércio varejista de informáticaem Frutal-MG, bem como a visão e a atuação governamental para o gerenciamento dos resíduos eletroeletrônicos.

A logística reversa e a integração de sistemas logísticos

Surgida na segunda metade do século XX, a lógica reversa pressupõe da volta do produto após seu ciclo de vida ao seu responsável, portanto pode ser entendida como um processo convergente. Ao contrário da logística direta, em que o produto chega a diferentes clientes, portanto diz respeito a um processo divergente(MIGUEZ,2010). O autor ainda destaca que as diversas definições de logística reversa podem ser agrupadas em 03 grupos, a saber:

i) com ênfase no gerenciamento físico de produtos: consideram os processos das atividades logísticas, como: coleta, transporte, armazenamento e processamento dos produtos, no sentido do consumidor ao produtor;
ii) comênfase no meio-ambiente: atividades logísticas, em sentido contrário, para cuidar da redução de fontes, reciclagem, redução, reuso de materiais e descarte de resíduos;
iii) com ênfase na visão geral do processo: processos de planejamento, operação e controle do fluxo e as informações logísticas, correspondentes ao retorno dos bens ao consumo ao ponto de origem no intuito de reagregar valor a eles ou descartá-los de forma apropriada.

Independente da perspectiva da definição eleita, o processo logístico reverso demanda coleta, tratamento e expedição do bem, que pode tomar diferentes caminhos, como: retorno ao fabricante, caso exista algum tipo de acordo; revenda, se ainda for possível a comercialização do bem; recondicionamento, quando houver justificativas econômicas; reciclagem, se o produto não puder ser recuperado; e caso o produto não se encaixar em nenhuma dessas variante, o bem é descartado, conforme representado na figura 1.

Figura 1 – Atividades típicas do processo logístico reverso.
Fonte: Adaptado de Lacerda (2006, p. 478).

Kumar e Male-Geant (2005 apud MIGUEZ, 2010, p. 10) descrevem o processo reverso dos produtos a partir dos seguintes processos: coleta – nesta etapa as empresa são responsáveis pelo retorno de seus produtos, seja por qualquer tipo de transporte, terceirizado ou próprio; inspeção/separação – fase em que os produtos são selecionados para reaproveitamento ou são descartados; reprocessamento – transformação dos produtos, para que sejam reutilizados em outros produtos; descarte – os produtos que não são reaproveitados, por motivos econômicos ou técnicos, são direcionados para incineração ou para aterros sanitários; e redistribuição – nesta etapa final, os produtos são encaminhados para o mercado como novos ou de segunda linha. Na visão de Prahinski e Kocabasoglu (2006 apud MIGUEZ, 2010, p. 11), o processo logístico reverso envolve as seguintes atividades: reuso, oriundo de venda imediata ou de reutilização do bem; upgrade, compreende na reforma e reparação do produto; recuperação, envolve o reaproveitamento e a reciclagem, seja do produto integral ou parcial; e gerenciamento dos resíduos, que compreende na incineração e descarte correto.

Com foco na logística direta e inversa, cuja integração das mesmas é cada vez mais importante à competitividade, destaca-seo modelo elaborado em 1996, por duas organizações privadas dos Estados Unidos da América – a Pittiglio Rabin Todd &McGrath e a Advanced ManufacturingResearch – para que pudesse ser esboçado, exposto, analisado e aprimorado o desempenho do SCM (Supply Chain Management), denominado de Supply-Chain OperationsReferenceModel– SCOR. Modelo em que SCOR compreende cinco procedimentos de negócios: planejar, abastecer, produzir, entregar e retornar, conforme se pode observar na Figura 2. Todas as etapas encontradas em uma organização que produz para estoque (make-to-stock – MTS), produz sob encomenda (make-to-order– MTO) e projeta e produz sob encomenda (engineering-to-order – ETO).(PIRES, 2004).

Na figura 2, estão representadas as etapas dos processos de negócios, compreendida em: planejar toda a dimensão da cadeia de suprimentos, desde a demanda até a infraestrutura; abastecer todo o fluxo, da obtenção de materiais até e o seu armazenamento; produzir e testar produtos e embalagens, armazenar e despachar os produtos; entregar, ou seja, distribuir os produtos da organização para seus clientes; e retornos de bens na cadeia de distribuição, sendo do consumidor até a empresa e na etapa de abastecimento o retorno de materiais, compreendendo desde a organização até a origem na cadeia de suprimentos (PIRES, 2004).

Figura 2 – Processos de negócios básicos do SCOR (Supply-Chain OperationsReference).
Fonte: Adaptado de Stephens (2001 apud PIRES, 2004, p. 94).

Leite (2009) aborda que a integração da logística faz com que a organização fidelize seus clientes, mantendo-se um bom relacionamento entre as partes. Fatores como rapidez, confiabilidade na entrega, flexibilidade e disponibilidade de assistência técnica, colaboram tanto para a fidelização de clientes quanto a agregar valor aos produtos.

Logística reversa e a sustentabilidade

A diferenciação no processo empresarial está focalizando, principalmente, as variáveis ambientais e sociais, já que a empresa utiliza-se destas para traçar estratégias de mercado, a fim de atender as perspectivas, necessidades, dos clientes. Nesse sentido, a logística reversa tende a ser um processo estratégico que visa a integração de todo o fluxo, bem como os fatores ambientais, sociais e econômicos. Destaca-se ainda, conforme avalia Leite (2009), que com o processo de logística reversa se tem ganhos de 40 a 60% nos custos de fabricação.

A questão da Sustentabilidade econômica de acordo com Leite (2009), está fazendo a imagem corporativa da organização. As empresas estão usando do conceito treebottomline5, ou seja, tripé da sustentabilidade, de modo que alicercem sua economia, a partir de responsabilidades ambiental, social e econômica.

Figura 3 – Sustentabilidade corporativa segundo abordagem Triple BottomLine.
Fonte: Adaptado de Almeida (2006 apud TADEU et al., 2012, p. 149).

Dessa maneira, as empresas que adotarem o conceito do tripé da sustentabilidade podem ter mais credibilidade e confiabilidade diante ao mercado. Tais empresas estão fortalecendo sua marca e fidelizando clientes, já que a busca de produtos ecologicamente corretos está em crescente expansão.

Assim, para o gerenciamento logístico dos resíduos eficaz, torna-se necessário envolver as ações de administrar os procedimentos de coletas, tratamento e disposição final de tais resíduos. Deste modo, a logística reversa impacta diretamente no progresso do ambiente, conforme ressalta Miguez (2010), uma vez que além da redução de resíduos descartados incorretamente, há a coleta e o reaproveitamento dos mesmos para a produção de novos produtos, evitando-se, dessa forma, a utilização de matéria-prima virgem, oriunda da natureza.

Pode-se ressaltar que com o gerenciamento logístico de resíduos de forma correta, contribui para o desenvolvimento da organização, de forma a ajudá-la a inovar com base no tripé da sustentabilidade, visando às três esferas: econômica, social e ambiental. A logística reversa destaca-se como uma ferramenta para este gerenciamento, objetivando reduzir os componentes virgens utilizados na fabricação dos produtos e aproveitar os componentes reutilizados ou reciclados, de modo a evitar a geração de novos resíduos além de propiciar a melhora do processo e consequente redução de custos.

Logística reversa do lixo de informática no comércio varejista de Frutal

Os empresários

Para analisar o sistema logístico reverso dos resíduos de informática no município de Frutal-MG, foi aplicado um questionário em quatro das dez lojas de vendas e assistências de equipamentos de informáticaassociados à Associação Comercial de Frutal. As empresas foram aqui designadas A, B, C e D, sendo que três delas, são dirigidas por indivíduos naturais do município de Frutal-MG e em apenas uma o diretor é natural de outro município mineiro. Em relação ao grau de instrução do entrevistado, duas das quatro empresas os entrevistados possuem curso superior e nas outras duas empresas estes possuem apenas o segundo grau completo.

Quanto à produção de resíduo(s) nas empresas, o(s) tipo(s) gerado(s) e a(s) quantidade(s), de acordo com as informações obtidas é gerada a média mensal de 410 peças/mês de resíduos de informática, se somado o total entre essas empresas. O Gráfico 1 demonstra a quantidade mensal de resíduos gerados por empresa.

A Empresa A gera mensalmente, conforme demonstra a fotografia 1, diversos tipos de resíduos, tais quais: fontes de energia, coolers (refrigeradores), baterias, gravadoras, hard disk – HD (disco rígido), impressoras, Central Processing Unit – CPU (unidade central de processamento), dentre outros, totalizando aproximadamente 100 peças/mês.

Fotografia 1 – Resíduos gerados na Empresa A.
Fonte: Da autora.

A Empresa B, produz uma quantidade menor de resíduos em relação às demais, 20 peças/mês, a maior parte de placa-mãe, periféricos, notebooks, entre outros resíduos, conforme podemos observar com a Fotografia 2.

Fotografia 2 – Resíduos gerados na Empresa B.
Fonte: Da autora.

A Empresa C, gera uma quantidade significativa de resíduos na cidade, cerca de 250 peças/mês, dos mais diversos tipos, de acordo com a fotografia abaixo, tais como fontes de energia, HD, placa-mãe, memória, cartuchos queimados, monitores, CPU, entre outros.

Fotografia 3 – Resíduos gerados na Empresa C.
Fonte: Da autora.

A Empresa D produz uma quantidade de 40 peças/mês, sendo na grande maioria de fontes de energia, placa mãe, memória, HD, processadores, entre outros os resíduos, conforme pode-se notar com a Fotografia 4.

Fotografia 4 – Resíduos gerados na Empresa D.
Fonte: Da autora.

Em relação ao descarte dos resíduos de informática, se existe algum tipo de instrução e apoio para a coleta desse lixo por parte das empresas fornecedoras ou por parte do poder público municipal. Bem como ao conhecimento dos empresários em relação à logística reversa para o gerenciamento desses resíduos, tem se que:

i) A Empresa A remanufatura as peças que ainda possuem conserto, utilizando-as para o consumo próprio, já as peças que não podem ser reaproveitadas são direcionadas à coleta de lixo eletrônico de uma empresa paulista que vem até a cidade e recolhe estes resíduos, geralmente, no período de quatro meses.
ii) A Empresa B, está armazenando os resíduos de informática no interior de suas dependências, e quando estes se acumulam, alcançando um grande um número, geralmente, são descartados no lixo comum. Neste caso, foi possível observar que o proprietário desconhece o processo reverso desses resíduos, a leis vigentes sobre os resíduos sólidos e até mesmo não conhece nenhuma empresa que recicla resíduos de informática.
iii) A Empresa C, descarta seus resíduos na calçada do estabelecimento, para que catadores, na grande maioria de plástico, papel e alumínio, possam encaminhar (vender) para a reciclagem.
iv) A Empresa D faz a separação dos resíduos de informática no estabelecimento, e empresas e/ou pessoas da cidade buscam os resíduos que lhe interessam, ou seja, estes resíduos são vendidos como produtos secundários de pós-consumo.

Desse modo, apesar da grande quantidade de resíduos gerados nessas empresas da cidade, estes ainda, em sua grande maioria, são descartados de forma irregular, uma vez que três das quatro empresas consideradas, ainda não destinam os resíduos produzidos em seus processos de manutenção corretamente – quando não são mais (re)aproveitados como componentes e peças de reposição.

Segundo informaram os empresários falta apoio e/ou instruções para a coleta do lixo de informática, sendo que três deles disseram desconhecer o processo reverso dos resíduos produzidos após a manutenção/consertos gerados na manutenção de tais equipamentos. Em relação à demanda de criação de uma cooperativa de reciclagem de lixo de informáticamunicípio de Frutal-MG, metade dos empresários, visualizaram positivamente, e a outra metade desconsideraas chances de demanda de uma cooperativa no município.

Após explicar como funciona o processo de logística reversa dos resíduos de informática, foi pedido para os entrevistados que avaliassemo grau de importância da aplicação do processo reverso destes resíduos, atribuindo a pontuação de 1 a 3 nos fatores mais importantes, ressaltando que 1 é desconsiderável (não importante), 2 é considerado intermediário e 3 importante. Os fatores mais pontuados foram:

i) os impactos causados ao ambiente devido a seu alto índice de poluição com 8 pontos;
ii) o aproveitamento e reciclagem de materiais com 5 pontos;
iii) a redução da matéria-prima oriunda diretamente da natureza com 3 pontos;
iv) adiminuição de lixo de informática descartado incorretamente, possibilidade de projetos (trabalhos) socioambientais – emprego e renda, e melhoria da imagem da empresa ou do município que pratica esse processo, todos com 2 pontos,
v) a atração de consumidores que buscam a devolução de resíduos.

Logo em seguida, foi abordado se a empresa possui alguma iniciativa para o recolhimento dos produtos quando chegam ao fim de sua vida útil, caso o fabricante não ofereça nenhum programa de logística reversa. Três das quatro empresas pesquisadas, não oferecem nenhum programa de recolhimento de resíduos de informática; somente uma empresa, recolhe os resíduos quando estes não possuem nenhum tipo de conserto.

Ao ser questionando, se considera a implantação de um programa de logística reversa, que já é lei, pode lhe trazer um diferencial competitivo, uma vez que a demanda contemporânea está mais exigente quanto às questões socioambientais. Todas os empresários foram unânimes ao responder que sim e deram as seguintes justificativas:

i) A Empresa A se justificou pelo fato das pessoas verificarem se o estabelecimento se preocupa com o meio ambiente.
ii) A Empresa B alegou que o processo reverso é importante, devido aos resíduos de informática ser danosos ao meio ambiente quando descartados incorretamente.
iii) A Empresa C explicou que tal processo é importante devido a nenhuma empresa oferecer este tipo de serviço na cidade.
iv) A Empresa D se relevou pelo fato da consciência ambiental e pelo diferencial competitivo em relação às demais empresas que não oferecem este serviço.

O poder publico municipal

Visão do Secretário Municipal do Meio Ambiente

Segundo o Secretário Municipal de Meio Ambiente, X6, no município de Frutal-MGnão existe uma lei para os resíduos de informática. Sendo que existe apenas lei municipal para os resíduos de construção civil, Lei n.º 5.537, de 19 de junho de 2009, que institui o plano integrado de gerenciamento de resíduos da construção civil no município, que tem como estratégia a fiscalização e o acompanhamento desses resíduos.

Em relação à existência de algum tratamento para os resíduos eletroeletrônicos, em especial de informática, o Secretário relatou que foi criada uma oficina de lixo eletrônico no município – a princípio apenas para o descarte dos resíduos de informática, pilhas e celulares – com parceria da UEMG – Campus Frutal, Prefeitura Municipal e a Fundação UNESCO-HidroEX, tendo como objetivo aproveitar os resíduos que ainda têm condições nas instituições filantrópicas e/ou de ensino, e caso contrário, dar destinação correta aos demais. A estrutura logística desse projeto de reciclagem dos resíduos de informática será apenas a partir da oficina, ou seja, as pessoas e empresas terão que levar seus resíduos até a oficina, que cuidará da destinação seguinte.

Quanto a existência de algum programa de coleta de recicláveis com vistas à destinação corretaou de algum planejamento para implantar o programa, o Secretário afirmou que ainda não existe um programa de coleta de recicláveis, mas que está em elaboração um plano de coleta seletiva, que tem meta estipulada para 1º de fevereiro de 2014, tendo como apoio a Fundação UNESCO-HidroEX, a UEMG Campus Frutal e o Centro Mineiro de Referência em Resíduos7.

Quando indagado quanto à importância do descarte correto dos resíduos de informática para o município, e se Frutal-MG teria demanda para a criação de uma cooperativa para reciclagem de lixo de informática. Disse que o descarte correto dos resíduos de informática é importante devido à acumulação de resíduos descartados incorretamente, além de evitar a contaminação por metais pesados do lençol freático e este descarte deve ser encorajado aos cidadãos a ocorrer em locais corretos. Na perspectiva da Secretaria do Meio Ambiente, o município de Frutal-MG ainda não demanda a criação de uma cooperativa, o Secretário ressalva ainda que se precisa fazer uma pesquisa de mercado para traçar a quantidade de lixo de informática gerado no município.

Por fim, quando perguntado se o Secretário Municipal de Meio Ambiente considera viável a implantação de um sistema de gerenciamento da logística reversa para o município, com a proposta de organizar a destinação correta dos resíduos sólidos. Ele ressaltou que não é viável a implantação de um sistema de logística reversa para o município de Frutal-MG, uma vez que existe uma gama de resíduos e estes, por sua vez, gerariam um custo elevado para o município, ficando oneroso para os cidadãos, já que teriam uma cobrança de impostos para a prestação deste tipo de serviço. O secretário acredita ainda que a obrigação deste serviço reverso seja de responsabilidade dos fabricantes desses produtos.

Visão do Secretario Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano

Em relação às estratégias utilizadas para a aplicação da lei municipal de resíduos sólidos, o Secretário Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, Sr. Y, afirmou que está sendo implantada a legislação dos resíduos sólidos no município, por meio de parcerias entre as Secretarias Municipais e instituições públicas e privadas.Sendo que apesar de ainda não existir um programa de coleta seletiva no município, este está sendo implantado, tendo início a partir de 2014, apresentando como foco principal uma usina de triagem e compostagem de acomodação final do lixo – principalmente os resíduos oriundos do lixo doméstico e dos entulhos da construção civil. Este programa socioeducativo visa o apoio da comunidade para a ação do mesmo, uma vez que essas ações serão estimuladas e implantadas pelo Poder Executivo do município.

Quando questionado quanto à importância do descarte correto dos resíduos de informática para o município, e se Frutal-MG teria demanda para a criação de uma cooperativa para reciclagem de lixo de informática. O Secretário Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano abordou que é de extrema importância o descarte correto, pois o lixo eletrônico é altamente contaminante, sendo que este deve ser tratado de forma diferente quanto ao descarte na natureza, ou seja, por empresas especializadas deveria triar e a condicionar de forma correta. O Secretário acredita ainda que o município teria demanda para a criação da cooperativa de reciclagem de lixo de informática, caso seja considerado a demanda dos municípios circunvizinhos da Microrregião de Frutal. Contudo, estas são ações educativas e construtivas por meio da sociedade e do Poder Público, programas e incentivos por parte deste para cumprimento efetivo do que está sendo planejado e conduzido.

Perguntado se o Secretário Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano considera viável a implantação de um sistema de gerenciamento da logística reversa para o município, com a proposta de organizar a destinação correta dos resíduos sólidos. Ele afirmou ser importante, pois são meios que abrangem politicamente a sociedade e o espaço que se constrói, por meio de ações participativas e culturais implantados dentro da educação urbana.

Visão da Assessoria de Gestão, Mobilização e Planejamento Estratégico.

O Assessor de Governo, Mobilização e Planejamento Estratégico, Sr. W, reafirmou que no município não existe ainda uma lei para a questão dos resíduos sólidos do setor de informática. Sendo que a Prefeitura Municipal está trabalhando com o Projeto Ecotrônicos junto a UEMG – Campus Frutal, e aposteriori este projeto será adequado ao Programa Municipal de Gestão Integrada de Resíduos, que está em fase de elaboração e discussão de diretrizes.

Nas questões seguintes foi mensurado se no município existe algum programa de coleta de recicláveis com destinação correta, ou caso contrário, se existe algum planejamento para implantar o programa. O Assessor de Governo, Mobilização e Planejamento Estratégico relatou que não existe nenhum programa de coleta seletiva. Mas que está em andamento o Programa Municipal de Gestão Integrada de Resíduos, que envolve educação ambiental, reorganização e separação do lixo. Ele relatou ainda que estão acontecendo reuniões para o planejamento das ações a serem implantadas nesse projeto.

Questionado quanto à importância do descarte correto dos resíduos de informática para o município, e se Frutal-MG teria demanda para a criação de uma cooperativa para reciclagem de lixo de informática. O Assessor salientou ser importante a criação de uma cooperativa, devido ao grande uso das tecnologias nas residências e nas empresas. Esta organização poderia influenciar na qualidade de vida, pois com o descarte correto não haveria poluição desses resíduos em áreas ambientais.

Por fim, em relação àviabilidade da implantação de um sistema de gerenciamento da logística reversa para o município, com a proposta de organizar a destinação correta dos resíduos sólidos. O assessor relatou que sim, pela qualidade de vida das pessoas, devido o município está crescendo além de ser uma forma de planejar o desenvolvimento.

Visão da Coordenadora do Projeto de lixo eletrônico em Frutal-MG

Sobre a relação da entrevistada com o lixo eletrônico, gerado no município de Frutal-MG, e qual o motivo que a levou a trabalhar com esta temática, a coordenadora do projetode lixo eletrônico em Frutal-MG disse que sua relação com o lixo eletroeletrônico veio de uma aula, da disciplina de Empreendedorismo, do Curso de Sistemas de Informação da UEMG – Campus Frutal, por meio dos alunos que chegaram relatando que viram uma grande quantidade de material eletrônico descartado na beira do Ribeirão Frutal. A partir disso, surgiu a ideia, na sala de aula, de montar um polo em Frutal para reciclar produtos eletrônicos.

Questionadasobre o impacto que este tipo de resíduo causa ao ambiente. A coordenadora do projeto relatou que este tipo de resíduo causa vários tipos de impactos, pois o produto eletrônico tem metais pesados em sua placa que são nocivos ao ambiente, os monitores possuem gases dentro deles que devem ser tratados de maneira adequada para não contaminar o meio ambiente. Outra questão levantada pela coordenadora foi que o material eletrônico possui em suas placas ouro, prata e platina, e que se deve reaproveitar esses metais nobres, a fim de se evitar que este seja descartado de maneira incorreta.

Em relação ao projeto, sua coordenadora relatou que seu nome é Ecotrônicos, que foi desenvolvido pela Agência de Publicidade do Curso de Comunicação Social, da UEMG – Campus Frutal. O projeto funciona por meio da parceria da UEMG – Campus Frutal, Prefeitura Municipal e Fundação UNESCO-HidroEX. Cada instituição tem uma função no projeto, a UEMG – Campus Frutal é responsável pela elaboração e coordenação do projeto, a Prefeitura Municipal cedeu o espaço físico e vai ficar responsável pela sua manutenção além do pagamento das contas de água, luz e telefone. A Fundação UNESCO-HidroEX será responsável por manter técnicos no local, em horário comercial, além de disponibilizar o transporte quando necessário. Portanto, trata se de um projeto mantido apenas por meio de parcerias.

Sobre a perspectiva de implantação e sobre os resultados esperados com o Projeto Ecotrônicos. A coordenadora salientou que o espaço será inaugurado no mês de outubro, uma vez que está faltando apenas às questões burocráticas para serem resolvidas, estando apenas aguardando as assinaturas para o projeto do Reitor da UEMG, e do Presidente da Fundação UNESCO-HidroEX, pois já foi garantida a assinatura do Prefeito do município de Frutal-MG. Já os resultados esperados com o projeto são: minimizar o impacto ambiental em Frutal-MG, reaproveitar os equipamentos que estão em bom estado, a fim de doá-los á instituições beneficentes, além de oferecer oportunidades aos alunos do Curso de Sistemas de Informação da UEMG – Campus Frutal, trabalhar na parte de hardware, ou seja, os componentes eletrônicos contidos no computador, e completar a carga horária de estágio.

Em relação ao funcionamento do processo de captação, tratamento e destinação dos resíduos eletrônicos. Ela salientou que a divulgação dos pontos de coletas desses resíduos será feita em todas as salas de aula da UEMG – Campus Frutal, além ser utilizada o espaço de mídia da Prefeitura Municipal de Frutal-MG. Irão ser montados dois pontos de coletas do lixo de informática doméstico e de empresas do setor terciário, sendo estes na recepção da UEMG – Campus Frutal e no local que estará funcionando a oficina de reciclagem. Entretanto, o projeto não recolherá diretamente os resíduos nas empresas de venda e assistência, este fato se dará somente quando solicitado, e caso haja muitos resíduos. A Fotografia 5 demonstra os resíduos que já foram coletados pelo Projeto Ecotrônicos no ponto de coleta da UEMG – Campus Frutal e que já estão armazenados na sede da oficina que está situada na Rua Paul Harris, nº 101, Centro. Pode-se notar com a imagem abaixo a grande quantidade teclados, monitores, CPU, impressoras, fontes de energia, entre outros que foram coletados.

Fotografia 5 – Resíduos de informática doados para o Projeto Ecotrônicos.
Fonte: Da autora.

A coordenadora do projeto abordou ainda que estes resíduos serão triados primeiramente, a fim de separá-los em reaproveitados ou não, deste modo os que não reaproveitados serão descaracterizados, ou seja, separado em partes, para que possa ser feito o processo de logística reversa, devolvendo aos fabricantes. Caso não se consiga fazer o processo reverso destes resíduos, serão entregues a recicladores cadastrados, para que possam dar destinação adequada.

Por fim, quanto às perspectivas de expandir o ProjetoEcotrônicosno futuro, como foco em geração de emprego e renda, sua coordenadora salientou que há esta vontade, pois se tem o objetivo, em curto prazo, de montar uma cooperativa para os catadores de produtos eletrônicos que seja possível melhorar a renda e qualidade de vida destes trabalhadores autônomos.

Considerações finais

Apesar da logística se apresentar como uma ferramenta estratégica para o retorno dos resíduos eletroeletrônicos, muitas empresas do comércio varejista do setor de informática desconhecem este processo reverso e acabam descartando os resíduos gerados em seu processo de manutenção, de forma imprópria, muitas vezes no lixo comum. Estes resíduos sólidos podem ser (re)aproveitados como materiais secundários e no processo de reciclagem, além da possibilidade da geração de emprego e renda.

Em linhas gerais, a realidade da gestão dos resíduos sólidos do setor de informática em Frutal-MG reflete, até então, a ausência de políticas públicas e de apoio por parte dos fabricantes e fornecedores, visto que as empresas consultadas não apresentam os requisitos básicos para um gerenciamento de resíduos eletrônicos eficiente, com destino adequado e um sistema integrado de logística reversa atuante.

Em Frutal-MG, o processo de gerenciamento dos resíduos de informática está na fase embrionária, a partir da criação do Projeto Ecotrônicos, que visa reciclar tais resíduos e dar destinação correta. Logo, as empresas do comércio varejista ainda desconhecem-no totalmente e acabam provocando os impactos sociais e ambientais no município, uma vez que este tipo de resíduo contém metais pesados e componentes tóxicos, tanto para o homem quanto para o meio em que é descartado. Talvez, a falta de gerenciamento reverso integrado dos resíduos sólidos na cidade seja o maior problema para a implantação de projetos dessa natureza.

No entanto, diante da sanção da PNRS, criam-se expectativas para a correta implementação do gerenciamento de resíduos sólidos em Frutal, ao passo em que se espera conscientização de consumidores e pressão sobre os integrantes de todas as cadeias produtivas no setor terciário. Encontra-se em fase de elaboração, o Programa Municipal de Gestão Integrada de Resíduos, conforme se observou na pesquisa de campo.


4A palavra lixo, segundo o Dicionário Houaiss da língua portuguesa (2009, p. 1190) é “qualquer material sem valor ou utilidade, ou detrito oriundo de trabalhos domésticos, industriais etc. que se joga fora […]”. Entretanto, muitas vezes o que designamos de lixo é muito mais do que bens inutilizáveis, são resíduos descartados que, na sua grande maioria, podem ser reciclados e reintegrados ao ciclo produtivo.
5O conceito treebottomline, de acordo com Tadeu et al. (2012), salienta que a gestão do negócio deve se basear nas questões sociais e ambientais e não somente na econômica.
6Mesmo com a autorização da publicação do nome do entrevistado, optou-se por não divulgá-lo.
7O Centro Mineiro de Referência em Resíduos é um programa do Governo de Minas, por meio daSecretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD, da Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAMe doServiço Voluntário de Assistência Social – L, em parceria com SEBRAE-MG. Tendo o objetivo de promover a articulação entre os setores público e privado, terceiro setor, comunidade acadêmica e sociedade civil na busca por alternativas para transformar resíduos em oportunidades de trabalho, renda e preservação dos recursos naturais(MINAS GERAIS, 2013).

Referencias

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HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.

LACERDA, L.. Logística reversa: uma visão sobre os conceitos básicos e as práticas operacionais. In: FIGUEIREDO, K. F.; FLEURY, P. F.; WANKE, P. (Org.).Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos:planejamento do fluxo de produtos e dos recursos. São Paulo: Atlas, 2006.

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MINAS GERAIS. Centro Mineiro de Referência em Resíduos. O CMRR.Disponível em: <http://www.cmrr.mg.gov.br/sobre-o-cmrr/o-cmrr/>. Acesso em: 27 set. 2013.

MIGUEZ, E. C.. Logística reversa como solução para o problema do lixo eletrônico: benefícios ambientais e financeiros. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2010.

PIRES, S. R. I..Gestão da cadeia de suprimentos: conceitos, estratégias, práticas e casos – Supplychain management. São Paulo: Atlas, 2004.

TADEU, H. F. B. et al.. Logística reversa e sustentabilidade.São Paulo: Cengage Learning, 2012.


¹Universidade do Estado de Minas Gerais – Campus Frutal – Frutal/MG/Brasil/ eng_adrianoreis@hotmail.com
²Prefeitura Municipal de Uberlândia – Educação – Uberlândia/MG/Brasil/ lidianea@yahoo.com.br
³Universidade do Estado de Minas Gerais – Campus Frutal – Frutal/MG/Brasil/ luana-rodrigues_@hotmail.com