DANÇA DIGITAL: DESAFIOS, LIMITES E POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DA DANÇA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8264732


Sintia Raquel Silva Freitas¹
Erivelton Ferreira Sá²


RESUMO

A dança tem alcançado um número enorme de pessoas nos últimos tempos, especialmente através de coreografias virais divulgadas em plataformas de redes sociais. Nesse sentido, esta investigação tem por objetivo geral analisar a atuação profissional com dança digital no Brasil. Como metodologia foi adotado um estudo de campo, exploratório e qualitativo que utilizaou como técnica de coleta de dados uma entrevista gravada executada por uma plataforma de videoconferência, tal entrevista foi desenvolvida com 20 dançarinos que publicam vídeos de dança na plataforma de vídeos kwai, que possuem mais de 100 mil seguidores e que são remunerados pela divulgação das imagens. As entrevistas foram analisadas conforme análise de conteúdo temático categorial. Os resultados apontam que a maioria dos participantes da pesquisa trabalha e se sustenta apenas da dança digital, por sua vez, as principais sensações apontadas pelos dançarinos ao trabalharem com dança digital são motivação, gratidão e felicidade, e a principal dificuldade apontadas por eles é a dificuldade em se manter em evidência na internet. Portanto, a dança digital é um campo de atuação profissional em expansão, mas que carrega consigo muitas limitações.

PALAVRAS CHAVE: Dança digital, aplicativos de entretenimento, mercado de trabalho, plataformas digitais, kwai.

ABSTRACT

Dance has reached a huge number of people in recent times, especially through viral choreographies released on social media platforms. In this sense, this investigation has the general objective of analyzing professional performance with digital dance in Brazil. As a methodology, a field, exploratory and qualitative study was adopted, which used as a data collection technique a recorded interview performed by a videoconference platform, such an interview was developed with 20 dancers who publish dance videos on the kwai video platform, which have more than 100,000 followers who are remunerated for publishing images. The interviews were analyzed according to categorical thematic content analysis. The results indicate that most of the research participants work and sustain themselves only from digital dance, in turn, the main sensations pointed out by the dancers when working with digital dance are motivation, gratitude and happiness, and the main difficulty pointed out by them is the difficulty staying in evidence on the internet. Therefore, digital dance is an expanding professional field, but it carries with it many limitations.

KEYWORDS: Digital dance, entertainment apps, job market, digital platforms, kwai.

1 INTRODUÇÃO

A dança esteve presente dentro das civilizações desde pré-história e foi se perpetuado conforme passavam-se os anos. Ela esteve inserida dentre diferentes culturas, no qual cada uma possuia suas próprias características, no entanto, essas culturas não eram de fácil acesso pois não existiam as tecnologias que conhecemos hoje como a internet.

Em   março   de 2020,  com   a   chegada   da   pandemia   de   Covid-19   e  os decretos Estaduais de distanciamento social, a socialização pelo universo online  ganhou   uma grande importância para a manutenção de atividades cotidianas, como estudar e trabalhar, e de atividades  sociais,  como  acompanhar apresentações de danças  ou  conversar com várias pessoas ao mesmo tempo. O meio digital, portanto, tornou-se  um  espaço  ainda  mais  relevante  na  vida  das  pessoas, em virtude de ser possível acompanhar e vivenciar, de algum jeito, alguns momentos do dia a dia de pessoas conhecidas ou de celebridades com as quais nos conectamos.

No cenário atual, pós pandemia COVID-19, os dançarinos brasileiros precisaram se reinventar utilizando o meio digital como espaço de trabalho, pois cenário pandêmico, trouxe incontáveis malefícios, bem como, ficar isolado em casa, não poder manter contato físico com outras pessoas e diversas mortes, porém, a quarentena abriu caminhos para muitos profissionais se inserirem nos meios digitais, inclusive os profissionais da dança que tiveram novas maneiras de ensinar coreografias através de telas de computadores, smartphones e SmartTVs.

Como os meios digitais possibilitam diversas maneiras de se compartilhar conhecimento com uma velocidade gigantesca, cada dia mais pessoas estão consumindo esse tipo de produção.

Vivemos em uma sociedade que, crescentemente, se organiza em rede e na qual o conhecimento e a informação desempenham um papel estratégico, sendo chave para a produção constante de inovação, condição básica para o sucesso das organizações. Essas mudanças estão agilizando os processos de produção e consumo, enquanto ocorre uma convergência de base tecnológica que vem permitindo trabalhar com a informação, em alta velocidade, sobre uma base única e digital. (HERSCHMANN; PEREIRA, 2002, p.4.)

Nesse contexto, toma forma uma nova perspectiva chamada de “Dança Digital”, esse termo é compreendido como “a dança que pode acontecer em qualquer ambiente e em temporalidades diversas ou não, mas que em sua expressão necessariamente se utilize o digital, podendo ou não ter uma presença física humana como corpo dançante” (RIBEIRO, 2013, p. 2).

Segundo Pareyson (2001) precisamos refletir as inúmeras formas que as áreas de conhecimento reúnem e as novas maneiras de fazer pensar e existir, considerando o tempo que estamos vivendo, nesse sentido para compreendermos o que seria a “Dança Digital”, precisamos ressaltar que Schiller (2003) propõe uma tradução não literal do termo mediadance, que sugere uma compreensão da dança digital e explica sua virtude dizendo que a mesma é mostrada em qualquer ambiente e temporalidade diversas, sendo necessariamente em formato digital em telas de smartphones e computadores apresentadas em vídeos, no qual pessoas de qualquer lugar do mundo conseguem visualizar tendo acesso à internet

Levando em consideração essa perspectiva, precisamos ressaltar que, “a Dança Digital não é um estilo de dança com gestos definidos que permitam uma identificação dos maneirismos de movimento” (RIBEIRO, 2016). A dança digital é fortemente compartilhada no meio digital dentro das plataformas de entretenimento, que são elas: (Youtube, Instagram, TikTok e Kwai) muito utilizadas para postagem de vídeos. A dança digital possibilita a quebra inúmeras barreiras, sejam de classe social, gênero, etnia, região e faixa etária, fazendo com que uma diversidade de pessoas possa dançar. Ela é vivenciada por diversos tipos de pessoas que acompanham canais de dança, ou perfis de dançarinos, seja para aprender uma coreografia, ou para fins de exercício físico e saúde corporal. Essa concepção de dança “[…] mobiliza além de quem dança e produzir dança, aqueles que, frente a este cenário, se sentem impelidos a dançar ou culpados por não desejarem dançar ou por odiarem a dança” (SANTOS, 2009, p. 53).

Alguns dos referidos aplicativos bem como o (Youtube e o Kwai), monetizam financeiramente seus usuários para que publiquem conteúdo digital neles, com isso muitos dançarinos brasileiros podem crescer profissionalmente, ressignificando a ideia de que trabalhar com dança não é uma profissão bem remunerada.

Embora o mercado de trabalho tenha crescido para os profissionais que atuam com a dança nas ultimas décadas, ainda há um longo percurso para que o mesmo não somente continue a se expandir, mas que também propicie condições de sustento oferendo salários dignos aos profissionais (MONIQUE, 2011, p. 44).

Em vista disso, para que possamos conhecer a vida profissional de dançarinos digitais, que utilizam as plataformas de entretenimento, em específico o (Kwai) um dos principais aplicativos usados por dançarinos para a publicação de vídeos de dança. Fizemos um levantamento de como esse meio digital influenciou a vida profissional de dançarinos brasileiros que utilizam essas plataformas como possibilidade de trabalho.

Portanto, essa pesquisa tem grande relevância para a sociedade uma vez que, esclarecerá do ponto de vista científico como se dá essa nova forma de se trabalhar com a dança. Assim, o objetivo geral desta investigação foi analisar a atuação profissional com dança digital no Brasil identificando as dificuldades, desafios e sensações ao desenvolverem essa atividade.  

3 MATERIAIS E MÉTODOS

A pesquisa com base em seus procedimentos se insere no tipo de estudo de campo e com base em seus objetivos trata-se de um estudo exploratório (GIL 2008).  Esta pesquisa utilizou da abordagem qualitativa (DENZIN; LINCOLN, 2006).

Esta investigação foi realizada de forma online com 20 participantes, que são usuários da plataforma kwai, sendo que os critérios de inclusão dos mesmos foram: ser dançarino e publicar vídeos de danças virais nas redes sociais; postar vídeos na plataforma KWAI e ter mais de 100 mil seguidores na plataforma; Ter renda financeira advinda das postagens de vídeos na internet; ser maior de 18 anos, e morar no Brasil. Já os critérios de exclusão foram: possuir vínculo empregatício de carteira assinada com alguma empresa ou ser servidor público. Dos 20 dançarinos participantes da pesquisa 14 homens e 6 mulheres, obtivemos oito (8) dançarinos da região Nordeste, sete (7) dançarinos da região Sudeste, três (3) dançarinos da região Norte, um (1) dançarino da região sul e um (1) dançarino da  região Centro Oeste. A média de idade entre os participantes foi de 26 anos, sendo o que tinha menos idade possuía 19 anos e com maior idade 47 anos.

O primeiro contato com os participantes foi realizado através das próprias redes sociais de divulgação dos vídeos de dança, através da ferramenta de conversação, apresentando uma imagem que irá conteve saudação, apresentação dos pesquisadores, e do objetivo da pesquisa de maneira resumida e ao final um convite para a participação dos mesmos. Demonstrado o interesse na colaboração com o estudo realizou-se uma reunião por vídeoconferencia com o potencial participante da pesquisa onde foi encaminhado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, com a concordância na participação o TCLE encaminhado via google formulários para que os participantes que assinalaram concordando com a participação no estudo. A concordância do participante também foi registrada em formato de vídeo no momento de aplicação da entrevista gravada.

Após esse processo, procedemos a entrevista com os participantes da pesquisa, que também foi realizada por meio de reunião em plataforma de videoconferência. A entrevista foi gravada, de acordo com a escolha dos participantes da pesquisa, foi utilizada a própria ferramenta de gravação da plataforma. Bardin, (2011, p. 79) conceitua entrevista como “um método de investigação específico e a classifica como diretivas ou não diretivas, ou seja, fechadas e abertas”, nesta investigação as perguntas da entrevista foram do tipo abertas.  O conteúdo das entrevistas foram transcritos com a utilização do programa Microsoft Word 2021 e a análise de dados se deu conforme análise de conteúdo, utilizando-se a técnica de análise temático categorial (BARDIN, 2011).

Nesta pesquisa seguimos os preceitos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos, passou por avaliação e foi aprovada pelo comitê de ética em pesquisa da UEPA, campus XII, Santarém, sob o número CAAE: 63793222.3.0000.5168.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ao perguntarmos aos dançarinos as sensações dos mesmos ao produzir conteúdos sobre dança digital, construímos um quadro com a fala representativa de cada categoria.

Quadro 1- Sensação dos dançarinos aos produzir conteúdos sobre dança na internet

CATEGORIAUR*UNIDADE DE CONTEXTO
Motivação9D16: “A sensação é incrível, de poder influenciar e mostrar as pessoas o que eu faço e (…) ver que esses vídeos chegam nas pessoas e de certa forma algumas delas se sentem motivadas não só a assistir, mas a reproduzir uma coreografia ou outra.”
Gratidão8D09: “Me sinto muito grato, pois estou há anos na dança, e no começo eu não imaginava que poderia viver disso, mas com o tempo eu fui vendo que eu tinha importância pra cultura, e hoje ser referência e muitas pessoas me admirarem por conta dos meus conteúdos é mais do que gratificante (…)”
Felicidade8D04: “(…) fico feliz demais em saber que pessoas admiram, compartilham e apreciam meu trabalho e personalidade (…)”.
Orgulho4D05: “Me sinto primeiramente muito orgulhoso e honrado de ser reconhecido por isso e ver que meu trabalho influência muitas pessoas, (…)”
Incredulidade3D01: “(…) tem pessoas olhando pra mim e falando que são fãs, (…) eu fico as vezes sem acreditar, a fixa demorou muito pra cair pra eu entender a proporção do que eu tinha conseguido.
Medo2D03: “(…) medo de não conseguir suprir as expectativas (…)”
Prazer2D10: “É uma sensação muito prazerosa, saber que alguém admira seu trabalho, te acompanha e te incentiva a sempre estar produzindo (…)”
Nostalgia1D06:” A gente pode estar beneficiando as pessoas com a nostalgia, porque as músicas atuais não são como as de antes (…)”
UR*- Unidade de registro
Fonte: coleta de dados, 2022.

Analisamos na fala de nove (9) dançarinos a sensação de “motivação”, eles acreditam que seus vídeos publicados na internet motivam as pessoas de alguma forma a ingressarem no meio da dança, revelando nas pessoas uma motivação e também levando em consideração o conteúdo desses dançarinos e essa perspectiva motivacional, podemos comparar  com a relação professor/aluno destacada por Sawrey e Teleford (1976), que afirmam que o professor pode auxiliar o aluno na transformação da motivação extrínseca, de forma que ele passe por um processo pelo qual uma dependência de incentivos externos (motivação extrínseca) dê lugar a incentivos inerentes a atividade (motivação intrínseca). Podemos dizer que de certa forma, esses conteúdos podem causar uma motivação intrínseca nas pessoas que os assistem.

Verificamos na fala de oito (8) dançarinos o sentimento de “gratidão” que se dá pelos mesmos estarem há anos dançando e nesse momento poderem viver dessa arte e ainda ser admirado por trabalhar com a dança, nesse sentido, Watkins (2009) ressalta que o sentimento de gratidão depende da constatação de que algo bom aconteceu e de que alguém foi responsável por isso.

Por conseguinte, sete (7) dançarinos disseram que possuem a sensação de “felicidade” por serem admirados pelas pessoas que acompanham seus vídeos na internet. Segundo Ekman (1992) a felicidade é uma emoção básica, caracterizada por um estado emocional positivo, com sentimentos de bem estar e de prazer, associados a percepção de sucesso e a compreensão coerente e lucida do mundo. Nesse sentido, podemos compreender que a emoção de felicidade se deu por conta da percepção desses dançarinos perante ao sucesso de suas carreiras nas suas plataformas digitais. 

Em seguida, quatro (4) dançarinos afirmaram que possuem o sentimento de “orgulho” por poder influenciar seus seguidores a dançar, podemos dizer que essa sensação de orgulho esta fortemente relacionada com a autoestima dos dançarinos, ressalto esta afirmação embasada na fala de, Tracy e Robins (2007) que defendem o orgulho autêntico como uma contribuição para o investimento pró-social e ao desenvolvimento da autoestima. 

Obtivemos três (3) dançarinos com a sensação de “incredulidade”, devido a não acreditarem que estão vivendo essa realidade, de ter muitos seguidores, de poder trabalhar com a dança, de ser admirado pelo o que faz. Outros dois (2) dançarinos disseram sentir um pouco de “medo” por estarem alcançando uma proporção enorme em relação a fama, em síntese, não estão acostumados com tal realidade e isso os deixa apreensivos, esse medo está ligado com autoestima e a autoconfiança desses dançarinos uma vez que esse medo é gerado pela falta de confiança em seus próprios trabalhos. Segundo Coopersmith, a autoestima expressa uma atitude de aprovação ou desaprovação que o indivíduo faz e mantém sobre si mesmo. Essa autoavaliação inclui: (1) o quanto esse indivíduo é valorado pelo meio social, restrito e amplo; (2) a experiência pessoal relacionada ao ser bem sucedido ou não; (3) o conceito pessoal em relação ao ser bem ou mal sucedido e (4) como a criança elabora seus sucessos e fracassos. 

Mais adiante dois (2) dançarinos afirmaram sentir “prazer” pelo o que fazem, podemos relacionar a fala destes dançarinos com o que Toledo e Guerra (2009) destacam afirmando que o trabalhador ao gostar do que faz, que se senti útil para a sociedade, fornece-o sensações de satisfação e prazer. 

Logo após verificamos que 1 (um) dançarino destacou o sentimento de “nostalgia”, no qual, ele acredita que as pessoas relembram seu passado através das musicas que o mesmo utiliza em suas produções de vídeos. Segundo Svetlana Boym (2017) a nostalgia aparenta tratar-se de uma saudade de um local, mas de fato trata-se da busca ou anseio pelas lembranças, sejam elas da infância, de sonhos, de tempos diferentes, etc.

Ao serem questionados sobre as dificuldades e desafios ao trabalhar com a dança na internet as respostas dos participantes da pesquisa nos trouxeram categorias muito semelhantes, nesse sentido fizemos um único quadro para demonstrar as categorias e falas representativas sobre tais questões.

Quadro 2- dificuldades e desafios dos dançarinos na atuação da profissão dançarino digital

CATEGORIAUR*UNIDADE DE CONTEXTO
Dificuldade em se manter em evidência na internet11D10: “A maior dificuldade é descobrir o que está “gerando no momento” e saber como se adequar para estar sempre em alta. As vezes temos que fugir um pouco do que costumamos fazer para gerar visualizações no seu conteúdo de dança.”
Desvalorização da profissão10  D02: “sem dúvida é a desvalorização da profissão em si, apesar de ser um trabalho comum hoje em dia, as pessoas meio que olham torto ao ouvirem que sou dançarina/ criadora de conteúdo digital, é como se os anos que passei tentando crescer na internet não tivesse o mesmo peso de uma pessoa que passou anos para se formar em uma faculdade (…)”
Lidar com as críticas6D11: “saber filtrar muito bem os comentários que você leva a sério. Tem muita gente que só quer causar, e não tá nem aí pro que você vai sentir quando ler.”
Preconceito5D14: “Ainda se fala muito em preconceito, infelizmente se ver muito isso ainda, e homem que dança é considerado gay, esse é um dos principais obstáculos principalmente em lugares pequenos.”
Dificuldade com produção4D01: “A quantidade de conteúdos para serem produzidos, a variedade também (…)”
Dependência do público2D17: “Depender totalmente do público para validação do meu trabalho.”
Aprimoramento de movimentos da dança2D18:” A qualidade dos movimentos, ainda preciso trabalhar muito para melhorar os movimentos de coreografias, afinal você está expondo a sua dança para milhares de pessoas.”
Não há desafios2D12: “Não existe desafio, eu faço o que amo!”
Alta concorrência1D20: “(…) então muitos desistem dessa profissão porque não se arruma fácil. Hoje tem muitos dançarinos digitais, então a concorrência é muito maior, então isso se torna difícil.”
Falta de reconhecimento1D13: “(…) acho que a falta de reconhecimento para os dançarinos profissionais mesmo ficou mais difícil. Pois banalizaram as danças com qualquer passinho de tiktok e com isso as pessoas que dançam apenas tiktok ganham mais reconhecimento do que os dançarinos profissonais, ressalto que não estou desvalorizando quem dança tiktok, mas sim dizendo que eles têm mais espaço do que uma grande galera que se matou estudando”.
UR*- Unidade de registro
Fonte: coleta de dados, 2022.

A principal categoria que emergiu das respostas dos dançarinos, presente em onze (11) falas, referem-se que eles sentem uma “dificuldade em se manter em evidência na internet”, principalmente no que se refere a inovação ou criação de novos conteúdos. A criatividade, segundo Amaral Filho (2015) nasce de uma necessidade primordial de se manter em evidencia. Sobre a criatividade Furtado (1984), define-a como uma capacidade inventiva, o “gênio inventivo” da sociedade para combinar e desenvolver as forças produtivas sob certo contexto cultural. A todo momento estes dançarinos permeiam uma busca grandiosa para a criação de novos vídeos, se reiventando a todo instante e tendo que explorar a sua criatividade. Para Bolaño e Santos (2018, p.47) “a busca pela exploração da criatividade se insere em um quadro mais amplo, no interior do qual, a informação, a comunicação e a inovação são traços característicos de um novo modelo de acumulação capitalista”.

Descobrimos na fala de dez (10) dançarinos, que os mesmos sentem uma certa “desvalorização na profissão” dançarino digital, eles afirmam que há uma falta de reconhecimento tanto das pessoas, quanto das marcas patrocinadoras. Há uma grande dificuldade por parte dos mesmos com a questão do respeito a profissão, atribuída por eles principalmente pela valorização de profissões intelectuais e o desprezo para as profissões voltada às artes. Cruchinho (2021) destaca que existem na atualidade uma série de autores que a importância das artes e da dança em particular, como fenômeno capaz de promover o desenvolvimento e formação da humanidade. No entanto, ainda persiste uma desvalorização da dança como profissão e como potencialidade educativa.

Seis (6) dançarinos salientaram uma certa dificuldade em “lidar com as críticas” e comentários maldosos, essas críticas são uma ação violenta de pessoas que utilizam da internet para descarregar todo o seu ódio.

O termo hater (da palavra “ódio” em inglês) tem a sua origem da expressão popular da internet “haters gonna hate”. O sujeito que se enquadra neste grupo é conhecido popularmente como “o odiador”, “aquele que odeia”. Entretanto, mais do que isso, para ser um hater, é preciso não apenas odiar algo ou alguém, mas também desenvolver ações violentas que se concretizam em ataques supostamente gratuitos a certas pessoas (que, na maior parte dos casos, não parecem ter feito mal nenhum ao odiador) (REBS, 2017, p. 2516).

Como é o caso dos dançarinos, onde os seus conteúdos são simplesmente vídeos de dança, e por esses odiadores ter uma certa aversão ao ser que dança, esses vídeos se tornam uma oportunidade para destilares seus ódio e rancor. Rebs (2017) destaca que alguns fatores garantem uma sensação de impunidade ao agressor como a possibilidade de anonimato, através da utilização de contas falsas e o distanciamento físico.

Analisamos as respostas de cinco (5) dançarinos que o “preconceito” é uma das dificuldades mais contundentes na vida dos mesmos como dançarinos digitais, por receber muitos comentários relacionados ao preconceito com o homem que dança, Valle e Sousa (1995) trazem discutem sobre o sexismo relacionado à dança, segundo as autoras tal preconceito no entorno do homem que dança advém do conservadorismo no modo de pensar. Valle e Sousa (1995) destacam que obvio que existem diferenças física e fisiológicas entre homens e mulheres, no entanto as tradições de hábitos não podem promover uma segregação entre atividades que podem ser desenvolvidas por um ou outro gênero.

Em outras quatro (4) falas de dançarinos percebe-se a dificuldade na questão de “produção de conteúdo”, bem como em relação a filmagem e edição de vídeos. Para Sartori e Roesler (2005) existem uma diversidade de formatos e configurações de equipes de produção que podem variar em razão dos objetivos que se almejam, do formato e da natureza da produção, bem como do conteúdo e das condições de orçamento e tempo disponíveis. Ou seja, além da parte de conteúdo, para ser realizada uma boa produção é necessário ter condições de orçamento e tempo disponível, principalmente no caso de dançarinos que dão aulas de dança presencial e orçamentárias na parte de contratação de videomakers. Destacando a dificuldade em se manter ativo com diversos conteúdos diários nas plataformas digitais é compreensível as dificuldades enfrentadas pelos dançarinos digitais em relação a montagem de coreografias, criatividade nas ideias, produção, gravação, pós-produção e edição.

outros 2 (dois) dançarinos disseram que é um grande desafio “depender totalmente do público” para que seu trabalho seja validado. Em relação a questão de obtenção de visualizações, quanto mais os vídeos são vistos pelo público, mais as condições de monetização desse vídeo aumentará. Loncomilla (2020) ressalva que quanto maior a quantidade de seguidores e usuários também são maiores as possibilidade de reproduzirem/ assistirem os vídeos e na mesma proporção são as possibilidades de monetização a partir da audiência gerada pela circulação do valor geral na produção. O autor destaca ainda, que

Neste sentido, não é a audiência que trabalha, ela não gera valor, de outra forma, ela faz circular um valor anteriormente criado pela indústria musical. Assim, entende- se que a rede cumpre função de reprodução do capital a partir da geração e circulação da mercadoria cultural tendo como mediadoras tais plataformas digitais (LONCOMILLA, 2020, p. 13).

Obtivemos nas respostas de dois (2) dançarinos uma dificuldade com o “aprimoramento de movimentos” de dança e isto se dá em virtude da possibilidade de baixa coordenação motora. Em se tratando da dança as habilidades podem ser treináveis, e com a persistência e o tempo o corpo vai se moldando, possibilitando uma melhor performance para o dançarinos.

Após isso, 2 (dois) entrevistados disseram que “não há desafios” para se trabalhar com a dança, pois eles fazem o que amam. O trabalho é para Martins e Oliveira (2012, p. 230) “essencial ao crescimento, desenvolvimento e sobrevivência do ser humano e, ainda, fonte de prazer”. Nesse sentido, se a dança é o trabalho dos dançarinos, então geram prazer e meio de sobrevivência para os mesmos.

Logo após um (1) dançarino apresentou ter dificuldade com a “alta concorrência dentro da internet”, por haver milhares de dançarinos, “as oportunidades de desenvolver modelos de negócios com base na produção de conteúdo pelos próprios usuários foram exploradas por novas empresas que se tornaram gigantes no mercado mundial de serviços. (…)” (BASTOS, 2019, p.14).

Mais adiante 1 (um) dançarino respondeu que a “falta de reconhecimento para os dançarinos profissionais” é um grande desafio, pois banalizaram as danças com “qualquer passinho de tiktok”, neste momento, ressalto minha breve critica a este pensamento uma vez que há várias maneiras de um dançarino profissional se tornar reconhecido e valorizado, principalmente quando se trata da internet que é um local de fácil acesso, com inúmeras chances de remuneração e espaços a serem ocupados, as plataformas digitais abrem um leque de possibilidades para todos os artistas que se esforçam nas suas criações de vídeos e conteúdos, utilizarem músicas virais, portanto é fundamental usar seu talento a seu favor buscando conquistar seu espaço dentro das plataformas, nas palavras de Van Dijck (2019), em uma primeira ocasião o meio digital possibilitou uma boa receptividade da veiculação dos vídeos o que permitiu a a expansão da criatividade e produção amadora de conteúdo cultural.

No quadro 3 apresentamos 4 categorias que surgiram a partir da pergunta relacionada as condições salariais de dançarinos digitais e demonstramos os resultados com 4 falas representativas comentadas pelos entrevistados.

Quadro 3- Como o trabalho com a dança digital tem afetado as condições financeiras dos dançarinos.

CATEGORIAUR*UNIDADE DE CONTEXTO
Trabalha e se sustenta 100% da dança digital15D16: “Hoje eu sobrevivo 100% da internet, tudo graças a dança e as plataformas digitais. Sou muito grato a tudo isso, por tudo que tenho, automóvel, celular de última geração, morar em bom lugar, tudo isso é proporcionado pelo meu trabalho nas redes sociais.”
Renda principal com dança em aulas presenciais e complementação de renda com dança digital3D12:” A internet é uma renda extra”. D04: “Eu trabalho em uma academia dando aulas de dança, e também faço coreografias pra casamentos e festa de debutantes. Eu recebo pelos vídeos postados no kwai, mas gerencio isso como uma renda extra, e por enquanto, não sendo minha principal fonte.”
Renda principal com dança digital e complementação de renda com aulas presenciais de dança1D17: “Graças a Deus, a Internet vem me ajudando muito em questão financeira. Mas eu também tenho as aulas de dança que me dão um retorno muito bom, para que eu possa pagar as contas.”
Renda principal com publicidade e complementação de renda com dança digital.1D18: “Então, o trabalho na internet não vem somente da dança, ela está inserida em vídeos para o meu perfil, entretanto, o que me traz a renda maior e fixa são as publicidades de empresas. A dança está abrindo portas para uma visibilidade maior, e através dessa visibilidade consigo fechar parcerias de publicidade com empresas (…)”.
UR*- Unidade de registro
Fonte: coleta de dados, 2022.

Avaliamos na fala de 15 (quinze) dançarinos que os mesmos “vivem 100% da dança na internet” e conseguindo seu sustento graças às plataformas digitais, muitos ressaltaram que antes de serem reconhecidos e famosos na internet não tinham a liberdade financeira na qual possuem hoje. Segundo Almeida (2009), são escassos os artistas que conseguem ultrapassar as barreiras do mundo do trabalho e viver exclusivamente de sua arte. Podemos assim levantar uma crítica ao sistema de contratação para com os dançarinos (professores) terceirizados. Infelizmente nem todos os profissionais de dança no meio digital conseguem tal feito, os participantes do estudo possuem um grande número de seguidores o que provavelmente os possibilita grande número de visualizações.

A grande maioria dos produtores de vídeos que trabalham com dança digital ainda tem problemas ao se relacionarem com as próprias plataformas, Antunes (2018) afirma que esses trabalhadores atuam como se fossem terceirizados, por exercerem papeis de parceiros remunerados com as empresas, mas não possuírem de fato vínculos empregatícios nem, em tese, direitos trabalhistas. A volatilidade das visualizações dos vídeos também não garante uma renda fixa para esses trabalhadores, que dependem do número de visualizações para se estabelecerem suas remunerações.

Obtivemos 3 (três) dançarinos que apresentaram ter sua “renda principal advinda de dar aulas de dança presencial, sem vínculo empregatício, e complementam seu sustento com a dança digital”, portanto, utilizam à internet como uma renda extra. Maranhão (2019, p. 21) relata que:

No campo da cultura, as novas tecnologias digitais têm afetado a criação, disseminação e fruição de bens culturais, sobretudo por meio da internet, alterando substancialmente mercados já estabelecidos e, em alguns casos, criando formas de consumo e circulação de produtos.

Para estes dançarinos à internet surgiu como uma oportunidade de renda extra, principalmente por viverem um período de distanciamento social nos anos de 2020, 2021 e 2022 em decorrência da pandemia de COVID 19, com isso muitos dançarinos buscaram as plataformas digitais como maneira de adquirir uma renda para se manter.

Mais adiante, 1 (um) dançarino disse que sua renda principal advém da dança digital, mas que complementa seu sustento com aulas de dança presenciais, sem vínculo empregatício. No caso deste dançarino, o mesmo trabalha com o meio digital e acredita que é mais valorizado e utiliza de aulas presenciais em academias para a obtenção de uma renda extra.

Por fim 1 (um) dançarino respondeu que a dança digital possibilita uma renda para ele, mas seu trabalho na internet não abarca somente a dança, mas que a dança é um dos principais veículos mediadores para que ele consiga ter visibilidade e garantir o seu sustento através de publicidades fechadas com empresas em outras redes sociais de fotos e vídeos.  Bastos (2019, p, 14) destaca que “as oportunidades de desenvolver modelos de negócios com base na produção de conteúdo pelos próprios usuários foram exploradas por novas empresas que se tornaram gigantes no mercado mundial de serviços”. Tal modelo na atualidade tem sido adotada também desde multinacionais até pequenas empresas que contratas as chamadas públis dos influencers digitais da dança como forma de atrais o público consumidor que os seguem nas redes sociais. Assim, este dançarino conseguiu sua visibilidade com seus vídeos de dança e a partir disso fecha parcerias com empresas que contratam seus serviços para criar a propaganda de suas marcas, nesse sentido, este dançarino por sua vez além de atuar com a criação das coreografias ainda desenvolve um roteiro de vídeo com estratégias de marketing digital para a divulgação das empresas.

6 CONCLUSÃO

A partir desta pesquisa percebemos que a dança digital inserida nas plataformas digitais, bem como os aplicativos de entretenimento possibilitam oportunidades de trabalho para dançarinos brasileiros no meio digital, apesar de existirem dificuldades e desafios levantados pelos dançarinos digitais, tais como as relacionadas a busca constante por criatividade, as críticas da internet, a dificuldade na produção do conteúdo dos vídeos, a dependência do público e mesmo a desvalorização social da profissão dançarino, a dança digital proporciona conquistas muito gratificantes na vida desses profissionais que vão desde a possibilidade de renda e ascensão financeira, até a promoção de sensações como a motivação, gratidão, felicidade, orgulho, incredulidade, medo, prazer e nostalgia ao incentivar milhares de pessoas a dançar.

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¹Licenciada em Educação Física/UEPA
sintiaraquel10@gmail.com
²Professor Mestre – Curso de Educação Física (UEPA)
erivelton.f.sa@hotmail.com