SÍNDROME DE BURNOUT EM DOCENTES DA REDE PÚBLICA NO BRASIL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8083313


Ana Karoline Fagundes dos Santos1
Euzilene Gonçalves de Sousa2
Mislene Nobre Ferreira3
Helen Rimet Alves de Almeida4
Chimene Kuhn Nobre5


RESUMO

A Síndrome de Burnout é uma condição crônica resultante do estresse prolongado no trabalho, levando os profissionais a se sentirem desiludidos, isolados e exaustos. Com isso, tem se tornado mais prevalente entre os profissionais, principalmente aqueles que têm contato direto com as pessoas, como profissionais de saúde e educadores. Este artigo tem como objetivo explorar a Síndrome de Burnout na profissão docente no Brasil. Para realização desse estudo, utilizou-se da pesquisa bibliográfica, qualitativa, exploratória, por meio do método dedutivo através de publicações em artigos, revistas, livros, pesquisas, monografias, dissertações e em documentos publicados entre os anos de 2020 a 2023, de acordo com a temática. Através da análise de sua prevalência, causas profundas e estratégias eficazes de enfrentamento, destaca-se a alta prevalência da Síndrome de Burnout entre educadores de escolas e universidades públicas e privadas, em todo o país. A pesquisa revela que a exaustão emocional e a despersonalização foram as dimensões da síndrome mais afetadas, com níveis médios a altos relatados na maioria dos estudos. Em contraste, a realização profissional foi classificada como média a alta em um número significativo de casos. A prevalência da Síndrome de Burnout entre professores brasileiros reforça a necessidade urgente de políticas públicas voltadas para a prevenção e o manejo dessa condição.

Palavras-Chaves: Psicologia. Professores. Esgotamento Psicológico. Burnout.

1. INTRODUÇÃO

A docência é uma das profissões mais importantes e mais desafiadoras da atualidade, desafios e responsabilidades que nos últimos anos tem causado prejuízos na qualidade de vida e bem-estar desse profissional. Assim, a busca pelo tratamento psicológico tem se tornado essencial na vida dos professores, para que através de intervenções clínicas evite que o desgaste no trabalho e os contextos desfavoráveis ao desenvolvimento dos desgastes psíquicos, tendo em vista que o docente, na maioria das vezes só procura o profissional da psicologia quando a situação se encontra em um estado crítico (UCHÔA et al, 2021). A síndrome de Burnout é um distúrbio psíquico, registrado na CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde) e oficializada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em janeiro de 2022 como síndrome crônica, classificada como condição ocupacional. Esta síndrome pode desenvolver problemas com sérias consequências ao profissional levando a diminuição de sua produtividade, o que pode afetar diretamente o processo ensino-aprendizagem (QUINTILIANO; ANTONIASSI JUNIOR; SILVA, 2022).

O objetivo deste estudo é identificar a prevalência da Síndrome de Burnout, suas causas e as consequências desse distúrbio emocional entre professores no Brasil. Devido à intensa competição e crescente demanda no mercado de trabalho, os trabalhadores correm maior risco de vulnerabilidade, fazendo com que se sintam mais inseguros e insistentes em suas respectivas áreas de atuação.

Essa situação acaba levando a uma maior ocorrência da síndrome de Burnout. A falta de familiaridade por parte dos docentes conduz muitas vezes à falta de sintomas de Burnout, causando graves repercussões não só na vida profissional do professor como também no seu bem-estar pessoal. Nessa perspectiva, levantou-se a problemática desta pesquisa: Que fatores levam o professor a ser mais vulnerável ao Burnout e quais medidas podem ser tomadas pela psicologia?

Justifica-se este estudo na busca de compreender a situação atual no Brasil, diante de pouca ênfase na saúde do professor nas políticas públicas. Isso tem deixado os educadores em uma posição difícil, principalmente nas escolas públicas, onde a violência, a escassez de recursos e o desafio de oferecer uma educação abrangente a todos os alunos são comuns. Apesar de inúmeros estudos abordarem o assunto, vale ressaltar que há uma escassez de pesquisas recentes que avaliem a atual prevalência, causas e consequências da síndrome de Burnout no Brasil. No que se refere a questões metodológicas, este é um trabalho científico e será de abordagem qualitativa. O método de investigação foi bibliográfico, sendo a pesquisa do tipo exploratória. Quanto a exploração dos dados foi utilizada como critério as publicações entre os anos 2020 a 2023.

2. BURNOUT, PROFESSORES E A PSICOLOGIA LABORAL

Em 1975, o termo Burnout foi cunhado pelo psicanalista Herbert Freudenberger. Ele o utilizou em suas pesquisas para estudar a doença que atingia esgotados profissionais de saúde que atendiam usuários de drogas de uma clínica de terapia gratuita. A síndrome de Burnout (Síndrome do Esgotamento Profissional) é um distúrbio emocional caracterizada pela exaustão, estresse e esgotamento físico, consequência de uma jornada desgastante baseada na competitividade e muita responsabilidade (MEIRA, 2022).

De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2023) a síndrome do esgotamento profissional é um distúrbio emocional que se caracteriza pela exaustão extrema, estresse e esgotamento físico. Segundo Silva (2023, p. 132) o termo técnico criado por Herbert Freudenberger, foi definido em três termos:

1. Exaustão emocional – fadiga causada pelo compromisso excessivo e de longo prazo; 2. Isolamento pessoal – diminuindo, ou diminuindo, empatia, devoção e compaixão; 3. Redução da sensação de realização — uma invencível sensação de vazio: uma sensação de realização que faz a diferença.

Esse modelo tridimensional da síndrome de Burnout, surge como resposta a um determinado mecanismo de estresse onde o quadro sintomático se instala de forma silenciosa. De acordo com Silva (2023, p. 128) o distúrbio apresenta alguns sinais:

a sua principal característica é o estado de tensão emocional e estresse crônico provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes. A síndrome se manifesta especialmente em pessoas cuja profissão exige envolvimento interpessoal direto e intenso.

Ainda, segundo o autor, os profissionais da educação e outros que enfrentam dupla jornada são vulneráveis ao desenvolvimento do transtorno. O esgotamento físico e emocional são sintomas típicos de quem está acometido pelo distúrbio emocional, sintomas que impactam diretamente no desenvolvimento profissional, tais como, faltas constantes ao trabalho, isolamento, agressividade, irritabilidade, depressão, pessimismo e baixa autoestima (Idem ibidem, 2023).

De acordo com Nagoski & Nagoski (2020), parafraseando a filósofa Kate Manne, onde faz a descrição de um sistema no qual se espera que um tipo de pessoa seja um “doador” para outras pessoas. Isto é, os doadores dariam seu tempo, atenção e amor voluntariamente para as outras pessoas que teriam a obrigação moral de dar sua personalidade, por outro lado, os seres humanos que doam têm a obrigação de dar sua personalidade aos outros. Ainda, de acordo com os autores, os doadores “devem ser gentis, felizes, calmos, generosos e atenciosos com os outros, o que significa que nunca serão mesquinhos, zangados, deprimidos, ambiciosos ou obcecados com suas necessidades” (Idem ibidem, p. 12).

Nagoski & Nagoski (2020, p. 12) prosseguem afirmando que a sociedade sempre espera que os doadores não precisem de nada e se ele não fizer uma doação justa e amorosa ou não der aquilo que dele esperam, o mesmo pode ser punido, humilhado ou destruído, nesse sentido, explicitam que:

A exaustão emocional acontece quando ficamos presos numa emoção e não podemos avançar no túnel. Na Síndrome do doador humano, o doador não pode perturbar ninguém com algo inconveniente como emoções, de modo que os doadores ficam aprisionados numa situação em que não têm liberdade para se mover no túnel. Poderiam até ser punidos se o fizessem. O seu corpo, com seu instinto de autopreservação, sabe de alguma forma que a Síndrome do doador humano está matando você aos poucos. Por isso você está sempre querendo experimentar o mindfulness, o suco verde e qualquer outro método de autocuidado que esteja na moda. Mas esse instinto de autopreservação enfrenta uma síndrome que insiste que a autopreservação é algo egoísta, e assim seu empenho em cuidar de si mesma pode até piorar as coisas, desencadeando novas formas de punição por parte do mundo ou de você mesma, pois… como você ousa? A Síndrome do doador humano é a nossa doença.

Para eles, a exaustão emocional acontece quanto o ser humano está preso nas emoções e incapaz de avançar no túnel como se não houvesse nenhuma saída. Na síndrome do doador humano, o ser que doa fica preso em situações no qual não se sente confortável e sem mobilidade no túnel (Idem ibidem, 2020).

Para as autoras as emoções são caminhos árduos que se enfrenta diariamente e a fadiga ocorre quando o ser humano se esgota emocionalmente. Nesse entendimento, o desafio do professor no sistema educacional está vulnerável a esta exaustão psicológica, física e emocional (SILVA, 2023).

Nessa busca de fazer a correlação entre depressão/Burnout foram relacionados quatro fatores, conforme demonstra Meira (2022, p.27) “propensão ao suicídio, qualidade do trabalho, ambiente de trabalho negativo e Burnout/depressão”.

Para a autora, os fatores quando correlacionados sugerem que o ambiente de trabalho negativo, pode ser associado a Burnout/depressão, ainda, ideação suicida e tentativa de suicídio.

A depressão e o estresse ocorrem por conta das mudanças neurológicas e físicas do corpo quando exposto a ameaças. Mudanças hormonais e neurológicas que causam transformações físicas estão no comando cerebral de reação do indivíduo, assim é fundamental desenvolver a saúde mental diante das ameaças que levam ao estresse e a depressão, e consequentemente a síndrome de Burnout (NAGOSKI & NAGOSKI, 2023).

O estresse nos profissionais da educação é resultado de diversos fatores, principalmente problemas relacionados a tomadas de decisões que muitas vezes em situação de extrema pressão impossibilita do docente tomar uma decisão racional. São fatores externos que somados as reações neurais e fisiológicas que se tornam um desafio para os profissionais diante de uma série de emoções e sentimentos a tomada de decisão (SILVA, 2023).

Ainda de acordo com o autor, o estresse é uma forma de distúrbio que pode ser evitado por meio da intervenção de um especialista, pois suas consequências influenciam diretamente na produtividade do aluno, problemas psicossomáticos, além de perder o prazer pela profissão, nesse sentido nos alerta:

O esgotamento profissional é caracterizado pela perca do prazer profissional, definido pela síndrome de Burnout de professores, é conhecida como uma exaustão física e emocional que começa com um sentimento de desconforto e pouco a pouco aumenta à medida que a vontade de lecionar gradualmente diminui perdendo o prazer do mesmo (Idem ibidem, 2023, p. 127).

A síndrome de Burnout é caracterizada por níveis de estresse no trabalho em menor ou maior grau (níveis de tensão). De acordo com estudos, não surge de uma hora para outra, mas é consequência de tensões progressivas que vão se instalado no professor em três estágios.

A exigência intensa no trabalho e acima de sua capacidade, levando o profissional a realizar o trabalho com sobrecarga gera estresse laboral. A tentativa de se moldar dentro das exigências superiores lhes sobrevém sintomas emocionais e físicos até surgir o terceiro estágio, no qual o profissional demonstra animosidade e procedimentos reativos, buscando dessa forma se defender dos fatores que geram o estresse (MEIRA, 2022).

As variáveis que podem desencadear a síndrome de Burnout, nesse sentido Benevides-Pereira (2010 apud MEIRA, 2022) organizou estudos apontando os principais facilitadores ou desencadeadores que podem levar ao referido distúrbio, conforme demonstrado no quadro 1.

Quadro 1 – Sintomatologia do Burnout

Sintomas FísicosSintomas PsíquicosSintomas ComportamentaisSintomas defensivos
Fadiga constante e progressivaFalta de atenção e concentraçãoNegligência ou excesso de escrúpulosTendência ao isolamento
Distúrbio do sonoAlterações de memóriaIrritabilidadeSentimentos de onipotência
Dores musculares ou osteomuscularesLentificação do pensamentoIncremento da agressividadePerda de interesse pelo trabalho
Cefaleias, enxaquecasSentimento de alienaçãoIncapacidade para relaxarAbsenteísmo
Perturbações gastrointestinaisSentimento de solidãoDificuldade na aceitação de mudançaIronia
  ImunodeficiênciaImpaciência; Desconfiança, paranoia  Perda de IniciativaPerda de interesse por atividades de lazer
Distúrbios do sistema respiratórioSentimento de insuficiênciaAumento do consumo de substânciasCinismo
Disfunções sexuaisBaixa autoestima; Labilidade emocionalComportamento de alto riscoÍmpetos de abandono do trabalho
Alterações menstruais nas mulheresAstenia, desanimo, disforia, depressãoSuicídio, ideação suicida ou tentativa de autoextermínioTendências ao isolamento

Fonte: adaptado de MEIRA, 2022.

A busca pelo tratamento do Burnout pode ser realizada de forma individualizada com a utilização da psicoterapia, tratamento farmacológico e intervenções psicossociais, onde será analisada o afastamento do trabalho ou retorno às atividades laborais. Porém, intervenções clínicas, individuais ou mesmo dentro das organizações podem ser realizadas como forma preventiva, isto é, minimizando o estresse ocupacional (PERNICIOTTI et al, 2020).

Em relação aos profissionais da educação, é considerada um problema do dia a dia dos professores que atuam em todos os níveis educacionais dentro e fora do país. Nesse sentido, há urgência em ações que promovam políticas preventivas em relação à Síndrome de Burnout com criação de rede de apoio aos profissionais da educação (LOPES; SANTOS; SÁ, 2023).

2.1 A SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFESSORES

A síndrome de Burnout é um subproduto do contato prolongado com estressores crônicos do trabalho, frequentemente prevalentes em campos com altas demandas emocionais e interações intensas. Isso é particularmente verdadeiro para profissões como a educação, onde professores e outros profissionais atendem às demandas emocionais e nutrem um vínculo afetivo com os alunos, o que é vital para o processo de aprendizagem e satisfação no trabalho (PERNICIOTTI et al, 2020).

As exigências emocionais dessa profissão são inerentes e podem ser exacerbadas por uma variedade de fatores. Políticas educacionais que sobrecarregam os professores com cargas de trabalho excessivas sem a devida consideração, condições de trabalho abaixo da média, alunos difíceis (incluindo os violentos ou com alta retenção de aprendizado), bem como um sentimento geral de injustiça e falta de reconhecimento por suas contribuições à sociedade podem contribuir para a tensão sentida pelos educadores (NASCIMENTO; SEIXAS, 2020).

De acordo com estudos, a docência é a segunda categoria mundial a portar patologias ocupacionais, distúrbios diversos, comportamentos esquizofrênicos e transtornos como a síndrome de Burnout. Entre outros estressores que levam os profissionais da educação a desenvolver o referido distúrbio, Webber e Vergani (2010) defendem que o papel conflitante, a perda de controle ou autonomia sobre seu fazer, a ausência de suporte social e a sobrecarga tem contribuído para o adoecimento dos professores no Brasil:

O magistério é uma classe diferenciada de trabalhadores, que vem perdendo prestígio, e vê seu meio ambiente de trabalho mais poluído a cada dia, acumulando tarefas fora da aula sem a devida contraprestação. Vem assumindo obrigações da família, e do próprio Estado. Tem a obrigação de modernizar-se e conseguir material com o dinheiro do próprio bolso. Assim, o trabalho dos professores é considerado penoso, repleto de riscos acidentais, ambientais e ergonômicos. Essas características depreciam esse meio ambiente de trabalho, causando doenças (2010 apud POUBEL; MARTINS; COELHO, 2022, p. 754).

Na educação, o professor está sobrecarregado de atividades que muitas vezes ultrapassam a sua carga horária, tendo em vista, que seu trabalho tem início bem antes da aula, através do planejamento, durante às aulas e depois das aulas presenciais, com correções e trabalhos burocráticos, reuniões pedagógicas, reuniões com pais, dedicação e cuidado dos alunos, do patrimônio da escola (POUBEL; MARTINS; COELHO, 2022).

Portanto, o trabalho docente vai além da simples ministração de aulas, abrangendo tarefas administrativas, planejamento das atividades docentes, orientação aos alunos e apoio aos pais. Assim, a ampliação das atividades dos professores em relação à responsabilidade e diversidade, vem transformando o trabalho do professor em mais técnica e administrativa do que educacional. Cobranças das instituições, expectativas da sociedade, interação com alunos e pais tem contribuído para fazer dos professores reféns e vítimas de uma grande sobrecarga psicológica que tem levado ao desenvolvimento de doenças físicas e mentais (SOUZA; CARBALLO; DE LUCCA, 2023).

De acordo com Souza, Carballo e Lucca (2023, p. 2) “os estudos apontam o crescimento da prevalência de Burnout em todos os níveis de ensino e sua associação com os fatores psicossociais do trabalho e estresse laboral”. Para os autores, a prevalência do distúrbio entre os profissionais da educação é variável, tendo em vista, os diferentes instrumentos e critérios para conceituar a síndrome de Burnout.

Todavia, não há como negar a vulnerabilidade do professor na execução de seu trabalho devido a sua complexidade, pela responsabilidade e obrigação que envolve as competências e habilidades dispostas nos currículos educacionais, a sua forma de atuação e os métodos dos quais faz uso dos recursos didáticos e não menos importante, a sua relação com alunos. Alguns autores apontam outros aspectos além da sala de aula, são questões que envolve a comunidade escolar (pais, familiares, técnicos educacionais, colaboradores etc.) contribuem para tornar o trabalho do professor muito mais exigente e desgastante (QUINTILIANO; ANTONIASSI JUNIOR; SILVA, 2023).

Esse ambiente desgastante, exaustivo e estressante é um campo fértil para o desenvolvimento da Síndrome de Burnout. O profissional tem a impressão de estar sendo inapto na sua atividade e a cada dia, passa a acreditar que os resultados são insatisfatórios, daí, a ausência no trabalho passa a ser frequente, entre outros fatores (VENTURIN et al, 2022). De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a profissão docente está entre os mais estressantes e vulneráveis ao Burnout. Estudos realizados na educação básica com professores, confirma que a síndrome tem relação direta com as relações sociais no trabalho e pelas condições laborais (BAPTISTA et al, 2019).

2.2 OS SINTOMAS E O DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA BURNOUT

De acordo com o Ministério da Saúde (2021), o diagnóstico da Síndrome de Burnout é realizado por meio de uma consulta com um especialista (psicólogo ou psiquiatra) para a identificação do problema. De acordo com estudos, o paciente nem sempre consegue identificar os sintomas e por isso, não dá a devida atenção aos problemas que lhe acometem no dia a dia. Ainda, os sintomas diferem de pessoa para pessoa, onde, alguns desenvolvem todos os sintomas e outros não, a doença se manifesta de formas diferentes, de formas intensa ou mais fraca, entre outras características (VENTURIN et al, 2022).

Nos estudos de Lopes, Santos e Sá (2023) os sintomas da Burnout são divididos e observados em quatro classes, tais como, classe física, classe psíquica, classe comportamental e classe defensiva. Para que seja realizado o diagnóstico, profissionais com sintomas da Burnout devem ser submetidos ao teste MBI (Maslach Burnout Inventory) método utilizado com mais frequência para verificação dessa patologia por conta do seu reconhecimento empírico e acurácia de suas amostras CAMPOS et al., 2020).

Ao realizar o diagnóstico, o profissional deve detectar se o problema do trabalhador está relacionado à profissão ou ambiente de trabalho. Com o diagnóstico em mãos, o tratamento ocorre através do atendimento multidisciplinar, onde serão utilizadas técnicas, estratégias e procedimentos apropriados ao tratamento que deve ser de forma individualizada, em muitos casos, é preciso que ocorra uma mudança no estilo de vida do trabalhador (POUBEL; MARTINS; COELHO, 2022). Para os autores, as estratégias variam de acordo com o objetivo, devendo incluir intervenções direcionadas no indivíduo, nas suas habilidades comportamentais e cognitivas, meditação e prática de atividade física. Em relação ao ambiente de trabalho, as mudanças devem ocorrer em relação ao treinamento, condições estruturais (físico- ambiental) ou até mesmo, intervenções múltiplas com focos distintos (POUBEL; MARTINS; COELHO, 2022).

Conforme mencionado anteriormente, a Burnout, está catalogada no Código Internacional de Doenças (CID 10: Esgotamento Profissional), seria como se o profissional tivesse uma sensação de não ter mais perspectivas no trabalho. Para o Ministério da Saúde (1999), seria uma síndrome como enfermidade que pertence a categoria da saúde do trabalhador e ligada as atividades laborais (QUINTILIANO;

ANTONIASSI JUNIOR; SILVA, 2023). Nos estudos de Quintiliano, Antoniassi Junior e Silva (2023), a sintomatização desta síndrome é caracterizada como um conceito multidimensional que envolve três elementos: Exaustão Emocional (perda de energia ao desenvolver as atividades), a despersonalização (mudança de atitude em relação às pessoas no ambiente de trabalho) e a baixa autoestima (pouco envolvimento pessoal no trabalho).

A literatura apresenta que casos de estresse prolongado em profissionais da educação sempre finaliza com seu afastamento do trabalho. Ainda, que muitos professores não se preocupam com sua saúde de forma adequada e nem buscam apoio psicológico, por outro lado, não há políticas públicas em quantidade necessária em casos de agravamento do estado de saúde do profissional (QUINTILIANO; ANTONIASSI JUNIOR; SILVA, 2023).

Para Silva (2023), o professor acometido por esta síndrome, perde o prazer no trabalho, encarando como mera obrigação, somente para cumprir a frequência burocrática. Segundo Rômulo Terminelis da Silva (2023, p. 144) “O Brasil é considerado o 2º país do mundo com a maior carga de estresse perdendo apenas para o Japão. O maior vilão do estresse hoje é o “trabalho”, ele é o que tem causado maior sobrecarga de obrigações e cobranças na carreira profissional”.

A verdade é que os sintomas são variados e muitas vezes o paciente confunde com outras doenças psíquicas, comuns a vida do trabalhador. Porém, na Burnout, os sintomas estão ligados diretamente ao ambiente laboral, sendo um alerta em relação a saúde do profissional que pode apresentar estresse, fadiga, depressão, baixa produtividade e assim o diagnóstico tende a ser difícil para o trabalhador (OLIVEIRA, 2022).

De acordo com Oliveira (2022) existem algumas medidas de segurança para prevenção desta síndrome, sendo fundamental que as empresas deem início a medidas de prevenção e orientação no dia a dia, e até mesmo ajudando os profissionais que apresentam sinais desta patologia. Entre as medidas, estão atividades físicas laborais que só funcionarão se as organizações se comprometerem em garantir a qualidade de vida e satisfação dos colaboradores. Para a autora, a comunicação não violenta é um dos métodos importantes no ambiente de trabalho, transformando e mantendo as relações em harmonia e são baseadas em quatro princípios fundamentais: evitar julgamentos, estarem cientes do desconforto, identificar as necessidades não atendidas e possibilitar a convivência em harmonia.

Após o diagnóstico e sua compreensão por parte do trabalhador em relação as suas causas e consequências é fundamental a intervenção de um profissional especializado no tratamento da Síndrome de Burnout. “O processo terapêutico é essencial, podendo ocorrer de forma individualizada ou em grupo, onde haverá trocas de experiências e incentivo do convívio social” (POUBEL; MARTINS; COELHO, 2022, p. 758).

Segundo levantamento do International Stress Management Association (ISMA-BR), a melhor solução conta a Burnout é a prevenção com a redução de estressores. São três tipos de prevenção adotados pelos psicólogos ocupacionais, porém existem outras inúmeras formas de prevenir esta síndrome no ambiente de trabalho. A primeira ação preventiva é chamada de prevenção primária (busca minimizar os estressores); A segunda é uma forma paliativa através de ginástica laboral, massagem e outras atividades consideradas saudáveis (essa forma, é uma solução paliativa, não previne) e a terceira é o próprio tratamento com os profissionais da psicologia e psiquiatras para fazer os devidos acompanhamentos ao trabalhador (CAPITANI, 2022).

A prevenção e o tratamento da Síndrome de Burnout se dá com mudanças na gestão, organização e postura da equipe, para que haja o fortalecimento de todas as estratégias de enfrentamento individual, conforme nos aponta Lima e Dolabela (2021, p. 1):

Para prevenção, estratégias de autocuidado, reconhecimento precoce dos sinais pelos colegas, supervisão clínica, modificações dos fatores estressores, treinamento que visem ajudar o indivíduo lidar com os estressores, bem com alterações organizações parecem ser importantes. Para o tratamento do esgotamento a terapia cognitiva comportamental, competência emocional, psicoterapia em grupo ou individuais, treinamento de competências, coesão entre os pares, luz forte, método holístico, acupuntura, arte terapia e cursos de treinamento que visem mudanças de atitudes contribuíram para a melhoria da síndrome.

Observa-se, que há uma necessidade de trazer à reflexão esse tema por parte de toda a sociedade, principalmente por pesquisadores, gestores escolares e os próprios profissionais da educação, como forma de prevenção e busca de tratamento se for o caso, por meio de procedimentos terapêuticos ou mesmo de reorganização no ambiente laboral (QUINTILIANO; ANTONIASSI JUNIOR; SILVA, 2023).

De acordo com a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), a síndrome de Burnout afeta aproximadamente 30% dos trabalhadores, com acúmulos

de diagnósticos nos últimos anos, levou o tema a ganhar visibilidade e relevância no meio acadêmico. Embora existam diversos fatores que contribuam para o aparecimento desta síndrome, alguns são complementares e culminam em esgotamento com a Burnout: jornada dupla ou mesmo tripla em alguns casos, como as mulheres que acumulam o trabalho com as atividades domésticas, contribuem para o aumento desse índice (PARAZZI, 2023).

Para o psicólogo Marcelo Parazzi (2023), no tratamento da síndrome de Burnout, uma das partes mais importantes é a psicoterapia aplicada através da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), onde o trabalhador com Burnout consegue ter a compreensão do problema, possibilitando construir mecanismos eficientes para o enfrentamento desta patologia. Entre as diversas técnicas aplicadas no TCC, podem ser utilizados exercícios de relaxamento muscular e respiração principalmente quando há forte indícios de estresse no ambiente de trabalho. Podem ser utilizadas ainda, técnicas de restruturação cognitiva, conforme esclarece o psicólogo:

A psicoterapia como tratamento para Síndrome de Burnout pode ainda aplicar técnicas de restruturação cognitiva, ou seja, identificar padrões de pensamentos disfuncionais e ressignifica-lós, trabalhando assim possíveis distorções de pensamentos e crenças que geram comportamentos de cobrança excessiva ou baixa autoestima e possibilitando que o paciente seja capaz de superar alguns dos principais sintomas da Síndrome. (Idem ibidem, 2023, on line).

Por conta da baixa autoestima do trabalhador, o psicólogo (terapeuta) pode ainda fazer a inclusão na sua rotina, algumas atividades físicas, adequações na alimentação, proporcionar e possibilitar momentos de lazer, encontros sociais, entre outras atividades que desenvolvam uma rotina de qualidade e saudável (PARAZZI, 2023). O profissional da psicologia deve dar prioridade as demandas trazidas pelo paciente a partir do momento que o mesmo decide fazer a terapia, tendo como principal objetivo ajudar o trabalhador a atuar no trabalho promovendo mudanças através de técnicas psicológicas desenvolvidas na Terapia Cognitivo- Comportamental. Nesse sentido, é de fundamental importância que terapeuta e paciente trabalhem em cooperação, para que o planejamento para superar os problemas seja determinado em conjunto (PEREIRA, 2022).

Nessa terapia, é preciso haver respeito, confiança, compromisso, aceitação da pessoa, sem julgamento para que assim a pessoa com Burnout tenha segurança para experimentar novas experiências, assim na TCC a participação do trabalhador com a síndrome é fundamental e todas as etapas e processo, conforme figura 1 abaixo:

Figura 1 – Modelo cognitivo

Fonte: Bueno, 2014.

De acordo com a Psicóloga Maria de Abreu (2023), geralmente são adotados dois tipos de estratégias de enfrentamento da Burnout, a primeira estratégia com foco no problema e a segunda focada na emoção. Porém, as mesmas partem de um princípio cognitivo-comportamental, estratégia que direciona o paciente para que entenda sobre a situação do qual está enfrentando e tenha melhores respostas ao seu problema. Essas estratégias são chamadas de coping (recursos internos e externos, que incluem na discussão: saúde, crença, habilidades sociais e recursos materiais). A intervenção é a estratégia de enfrentamento mais utilizada por especialistas que atuam com esse tipo de distúrbio (ABREU, 2023).

De acordo com o Ministério da Saúde (2023), a psicoterapia é a base do tratamento da Síndrome de Burnout, porém em alguns casos pode ser que precise a prescrição de medicamentos como antidepressivos ou ansiolíticos, surtindo efeitos entre um e três meses, mas dependendo do caso pode perdurar por mais tempo. Conforme o MS, a síndrome pode agravar quando o paciente não segue o tratamento de forma adequada, tendo o agravamento do quadro psicológico, com perda da motivação e em alguns casos distúrbios gastrointestinais. Outros casos, o paciente pode desenvolver a depressão, sendo casos de possíveis internações médicas (BRASIL, 2023).

Para o Instituto de Psiquiatria Paulista (2020), o tratamento deve ser realizado com ajuda de um psiquiatra e de um psicólogo. Após o diagnóstico, o psiquiatra prescreve medicamentos adequados para auxiliar o paciente na recuperação das suas próprias forças, a partir daí, com ajuda do psicólogo, o paciente precisa mudar os hábitos e criar novas estratégias para voltar ao exercício da sua profissão, com novas atitudes para que não tenha recaídas novamente.

Entre as principais estratégias o instituto propõe: a Higiene do sono (procurar dormir corretamente); nova forma de trabalho (procurar reorganizar suas tarefas); investir na vida pessoal e social (novos hábitos alimentares, atividades de lazer, socialização com amigos e familiares); prática de atividades físicas (ajuda a eliminar a tensão e o estresse).

Conforme mencionado anteriormente, o psicólogo precisa estar presente em todas as ações que envolvam a Síndrome de Burnout em docentes, devendo contemplar a subjetividade que é peculiar a cada sujeito, para que assim tenha a compreensão do problema e chegar à resultados satisfatórios, que possibilite ao professor condições psíquicas para exercer o seu trabalho com dignidade (CHEJOVIC, 2020).

A psicologia, deve sempre investigar questões problematizadas nesta pesquisa, auxiliando tanto com ações de prevenção como intervenção para reduzir riscos e possibilitar o desenvolvimento de um ambiente laboral de qualidade e com relações saudáveis, através de medidas preventivas de controle do estresse dos profissionais, criando mecanismos de melhoria e promoção da saúde dos trabalhadores (AMARAL; SILVA, 2023).

Porém, na sua maioria, as estratégias de prevenção e tratamento fazem a presunção que a fonte da síndrome de Burnout é o funcionário individual, não um ambiente de trabalho com mau funcionamento, diante disso, é fundamental a inclusão de atividades com vistas a aumentar a autoconsciência dos profissionais, tendo em vista que os sinais desta patologia nem sempre ficam claros no dia a dia, sendo preciso ficar atento a intensidade e frequência dos sintomas mencionados anteriormente nesta pesquisa.

3.   METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste artigo constitui-se em uma pesquisa de abordagem qualitativa e descritiva, fundamentado em pesquisa bibliográfica. Realizou-se sob a forma de revisão bibliográfica, sob consulta em livros e publicações em sites de publicações científicas e publicações afins. Foram elencadas e analisadas as publicações acerca do tema, a fim de compreender sobre a Síndrome de Burnout em docentes da rede pública, suas formas de prevenção, diagnóstico e tratamento.

Vários critérios para classificar os métodos de pesquisa são descritos na literatura. Quanto à sua natureza, esta é uma pesquisa de abordagem qualitativa, de acordo com Matias-Pereira (2019), seus objetivos são a observação, a descrição, a compreensão e o significado.

Segundo Apolinário (2007, p.151), a pesquisa qualitativa “lida com fenômenos: prevê a análise hermenêutica dos dados coletados”. Quanto aos objetivos, a pesquisa é classificada como exploratória e descritiva. Trata-se de uma revisão bibliográfica, que se apresenta como um método que proporciona a síntese de conhecimento e a incorporação da aplicabilidade de resultados de estudos significativos na prática, determinando o conhecimento atual sobre uma temática específica, já que é conduzida de modo a identificar, analisar e sintetizar resultados de estudos independentes sobre o mesmo assunto.

De acordo com Lakatos (2001), a revisão bibliográfica é considerada a base das pesquisas científicas, tendo em vista que, para desenvolver uma pesquisa em um campo de conhecimento é preciso entender e discutir o que já foi produzido por outros pesquisadores.

A seleção das literaturas foi restrita a trabalhos realizados no Brasil. Foram utilizados como critérios de inclusão os trabalhos publicados de acordo com o tema abordado, sendo excluídos os materiais publicados que não corroboravam com a temática proposta. O levantamento bibliográfico foi efetuado nas bases de dados, na Biblioteca Eletrônica Científica Online (SCIELO), PubMed e BVS, o que permitiu a busca por estudos publicados no cenário nacional. Sendo que para a seleção dos estudos, optou-se pela inclusão de artigos científicos disponíveis na íntegra, em livre acesso, publicados no período de 2020 a 2023.

4.   RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para a efetivação dos objetivos pretendidos nessa pesquisa foi realizado pesquisa bibliográfica, porque para atingir os elementos cruciais do assunto, utilizou- se, de modo interpretativo, fontes fidedignas. Para elaboração do presente estudo foi realizada consulta em artigos científicos e busca direcionada pelos descritores ‘síndrome de Burnout em docentes’ que apontaram ocorrências na Scientific Electronic Library Online (SCIELO), PubMed, BVS.

A busca inicial a partir dos critérios apresentados resultou num total de 52 publicações. Foram apreciados 26 estudos, dos quais foram excluídos: duplicatas, textos indisponíveis, artigos não relacionados ao tema, além de textos excluídos pelo título e leitura de resumo. Na figura 2, estão dispostos os tipos de publicações incluídas nesta pesquisa, entre outras referendadas ao final:

Figura 2 – Amostra das publicações utilizadas

Fonte: As autoras, 2023.

Os fundamentos teóricos que permitiram a interlocução com os dados estão pautados nos artigos publicados em revistas e periódicos, posicionamento de profissionais especialistas em blogs privados e institucionais, permitindo dessa forma realizar o estudo com um caráter científico. Os resultados encontrados vão de encontro com os objetivos propostos nesta pesquisa e com o questionamento levantado na problemática que norteou os rumos metodológicos a serem percorridos.

A análise da literatura permitiu a realização de uma conceituação acerca da Síndrome de Burnout, seus principais aspectos, formas de manifestação, diagnóstico e tratamento deste distúrbio que acomete milhares de profissionais em todo o mundo, principalmente os docentes da rede pública brasileira. Dos trabalhos analisados 38% foram de publicações em revistas ou periódicos institucionais e acadêmicos, 29% foram de publicações em blogs privados ou institucionais, 16,6% foram trabalhos de conclusão de curso.

Quanto a problemática desta pesquisa: Que fatores levam o professor a ser mais vulnerável ao Burnout e quais medidas podem ser tomadas pela psicologia? Em todas as publicações incluídas nesta pesquisa, observou-se a preocupação dos autores em apontar a diferença entre o estresse e a depressão em relação à Síndrome de Burnout. Tendo em vista que os dois primeiros distúrbios estão relacionados com problemas da vida cotidiana, vida pessoal e sentimental, enquanto a Burnout está relacionada diretamente com problemas do ambiente laboral.

Em todas as obras analisadas, apesar de apresentar a terapia como procedimento para o tratamento da Burnout, menos de 30% das obras selecionadas apresentam a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) mesmo sendo um dos métodos mais utilizados pelos especialistas para acompanhamento do paciente. Na maioria das obras utilizadas, os artigos fazem menção ao tratamento psicoterápico e em alguns casos a introdução de medicamentos antidepressivos e ansiolíticos.

Na pesquisa bibliográfica que deu base a este estudo, foram apresentadas excelentes possibilidades de prevenção, diagnóstico, intervenção e tratamento da Síndrome de Burnout. Em todas as publicações, observou-se que as causas deste distúrbio precisam ser acompanhadas desde o seu início como forma de prevenção, sendo preciso que professores, gestores e toda a comunidade tenham conhecimento acerca dos transtornos mentais, para que dessa forma consigam identificar nos professores quando os mesmos estiverem apresentando sintomas que podem culminar com a Burnout., tais como: a falta de interesse pelo trabalho, desânimo e ansiedade, foram fatores que foram citados na maioria das publicações que tratavam desta temática.

Conforme mencionado anteriormente, os professores estão no grupo dos profissionais que são mais acometidos pela síndrome de Burnout e podem causar prejuízos em relação aos objetivos pedagógicos. Esse distúrbio apresenta diversos sintomas como a desumanização, insônia, gastrite, alergias, hipertensão arterial, alienação, apatia, hipocondria e uso abusivo de álcool. Fatores e sintomas que incidem no agravo ocupacional da qualidade de vida do professor e levam a exaustão emocional: os salários, condições de trabalho, burocracia, excessivo número de turmas e alunos, comportamentos inadequados e pressão superior (MELO, 2022).

Por conta do reconhecimento da síndrome de Burnout como um dos fatores de adoecimento dos trabalhadores, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) apresentou a síndrome na 11ª Revisão Internacional da Classificação de Doenças CID-11 como um distúrbio que influencia o estado de saúde dos trabalhadores, sendo considerada como um fenômeno ocupacional, mas, foi somente em janeiro de 2022 que a Organização Mundial de Saúde incluiu a síndrome no rol de outras doenças ocupacional (LOPES; SANTOS; SÁ, 2022).

A Síndrome de Burnout não está relacionada entre as doenças de transtornos mentais no Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais (DSM-V), mesmo com o reconhecimento da Organização Mundial da Saúde na CID-11. Dessa forma, a síndrome não se trata de transtorno mental, mesmo com a presença de sintomas relacionados a depressão estarem presentes no quadro de esgotamento profissional, a síndrome de Burnout não pode ser confundida com a depressão. Diante da omissão da DSM, depressão e Burnout se confundem ou em alguns casos leva o indivíduo a desenvolver a depressão grave, conforme nos esclarece Meira (2022, p. 27):

A síndrome de Burnout consiste em uma preditora de sintomas depressivos em indivíduos saudáveis e, em indivíduos com doenças crônicas, a síndrome acelera o processo de desenvolvimento destes sintomas em um período relativamente curto. Ainda, o Burnout pode ser associado à intensificação de sintomas depressivos preexistentes em trabalhadores.

Quase não há estudos em relação à associação da síndrome de Burnout com a ansiedade, porém, algumas pesquisas fazem a associação entre pessoas que atendiam aos sintomas de ansiedade concomitantemente aos critérios da Burnout. A relação suicida em todos os seus aspectos tem sido investigada em relação aos sintomas desta síndrome e aspectos referentes ao ambiente laboral.

Condições de trabalho que foram afetadas nos últimos anos por conta da Pandemia Mundial do Covid-19. De acordo com Carvalhêdo e Melo (2022, p. 69) “com as atividades presenciais, as condições e os fatores estressantes de trabalho já levavam ao esgotamento mental um número expressivo de professores, no decorrer da pandemia o estresse denota ter aumentado”. Nesse sentido, em outubro de 2022, a Psicóloga Edwiges Parra afirmava que a Síndrome de Burnout por conta do modelo laboral (home-office) foi uma das doenças que sobressaiu dos olhos por conta da alteração repentina no trabalho a nível mundial, que foi inicialmente romantizado (PIMENTEL, 2021). Levando em consideração a atipicidade desse novo modelo educacional imposto pela Pandemia, Pimentel (2021, on line) faz as seguintes considerações:

O fato é que os estudos recentes indicam que o acúmulo de tarefas, a necessidade de adquirir novas habilidades e a dificuldade de se desligar do trabalho, entre outros fatores, levaram a uma sobrecarga de trabalho que, segundo as pesquisas, pode ter culminado em depressão, em crise de ansiedade ou em Síndrome de Burnout.

Entre os inúmeros problemas relatados pelos professores na pesquisa realizada pela Universidade Federal da Paraíba com profissionais da área de saúde, a utilização de tecnologias durante a Pandemia resultou em acúmulo de tarefas laborais, tais como fazer o atendimento de pais e professores até nos finais de semana pois era quando os pais estavam em casa e com celular disponível. Assim, a busca para adquirir novas habilidades, redução do tempo de repouso, entre outras questões, tiveram como consequências uma sobrecarga de atividades laborais, fatores que podem ter levado professores a depressão, ansiedade ou na Síndrome de Burnout (PIMENTEL, 2021).

A sobrecarga laboral, por conta de atividades extraclasse e de execução obrigatória, a função de mediador do processo ensino-aprendizagem, papéis sociais, familiares, religiosos e outros que são desempenhados pelos docentes, podem contribuir para a aquisição da Síndrome de Burnout. Muitas vezes, a sobrecarga de trabalho, retira do profissional o seu tempo de alimentação e descanso, ainda, por conta dos avanços tecnológicos, muitos dos professores brasileiros não são preparados para lidar com as inovações digitais, tendo que acompanhar e incorporar no seu dia a dia no trabalho (QUINTILIANO; ANTONIASSI JUNIOR; SILVA, 2023).

Em relação ao tratamento, nos estudos de Lima e Dolabela (2021), 20% dos participantes acreditam na utilização de técnicas específicas (por exemplo: psicoeducação com abordagens das causas subjacentes), 17% apontaram a importância de trabalhar questões pessoais através de terapias pessoais (trabalhar questões alimentares e imagem corporal) e 15% apelam para os médicos não levarem o tratamento para o lado pessoal, e não assumir uma carga excessiva de responsabilidades.

Nos estudos que investigaram a Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC) e o Programa de Atenção Plena (mindfulness, FM), perceberam que essas intervenções contribuíram para a diminuição dos sintomas da Burnout e apresentam eficácia na redução dos níveis de estresse e Burnout. Quanto as intervenções individuais ou em grupos, a psicoterapia contribui para o aumento dos níveis de competência emocional. Dessa forma, nas sessões individuais de psicoterapia, o objetivo deve ser aumentar a competência emocional do paciente, pois, o reconhecimento das próprias emoções contribui para o aumento da competência emocional (PALLICH et al, 2020; LIMA; DOLABELA, 2021).

O tratamento farmacológico pode ser dividido de duas formas: primeiro as intervenções direcionadas ao paciente e após, as intervenções com foco na ocupação do paciente no trabalho, sempre com orientação de um especialista, de preferência um psiquiatra para o manejo terapêutico. As intervenções farmacológicas são baseadas em ansiolíticos como benzodiazepínicos (clonazepam ou Diazepam), em casos mais graves utiliza-se antidepressivos (Sertralina e a Fluoxetina), fármacos que reduzem os sintomas da ansiedade, déficit cognitivo e problemas relacionados ao sono (LIMA; DOLABELA, 2021). Para os autores, é fundamental que os gestores públicos se conscientizem em relação ao problema e com as devidas medidas preventivas.

As terapias alternativas ou complementares, se caracterizam pela busca na mudança do estilo de vida e tem início com sessões de terapia acompanhado por um psicólogo, prática de meditação e yoga, entre outras atividades que melhorem a convivência no ambiente de trabalho. Medidas alternativas ajudam pacientes com Burnout, por exemplo, a utilização da terapia motivacional de coping (autoconhecimento e conhecimento do contesto no qual está inserido) contribuem significativamente para que o trabalhador tenha domínio de diversas situações que vivencia no dia a dia. No campo das terapias alternativas, pode-se falar na medicina tradicional chinesa com a utilização da auriculoterapia e ainda a experimentação do uso do canabidiol (CBD) derivado da Cannabis sativa L. para o tratamento desta síndrome (DANTAS, 2021).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A prevalência da Síndrome de Burnout em professores de escolas e universidades públicas e privadas em todo o Brasil apresentou-se de forma elevada nesta pesquisa. A exaustão emocional e a despersonalização foram as dimensões mais afetadas, com a maioria dos estudos indicando alto ou médio impacto.

A realização profissional foi geralmente média ou alta, esses achados sugerem que vários fatores ocupacionais, como tempo de emprego, tempo de ensino, número de horas trabalhadas, número de alunos e carga horária excessiva contribuem para o desenvolvimento do distúrbio da Burnout, principalmente em mulheres por conta de muitas vezes ter dupla ou tripla jornada por conta dos afazeres domésticos além do desempenho profissional.

Os resultados deste estudo reforçam a importância de abordar o aspecto emocional do ensino como uma profissão, para promover um ambiente de trabalho agradável e cultivar relacionamentos interpessoais saudáveis, para isso, é fundamental investir no treinamento de habilidades psicológicas e sociais. Tais competências são cruciais para a resolução de situações cotidianas que podem gerar conflitos e estresse no ambiente de trabalho.

Apesar da importância das intervenções relacionadas à síndrome de Burnout, poucos estudos brasileiros foram realizados com esse propósito. Assim, é imperativo criar estratégias de enfrentamento, diagnóstico preciso e tratamento para enfrentar esse problema.

Pesquisas mostram que professores de escolas públicas são mais suscetíveis à Síndrome de Burnout do que seus colegas de escolas particulares. Embora as disparidades numéricas não sejam significativas, fica evidente que a docência é uma profissão de alto risco para o desenvolvimento da Síndrome de Burnout.

Essas descobertas coletivas reforçam a demanda premente de introduzir medidas de empregados e empregadores para evitar a Síndrome de Burnout, melhorando assim a qualidade de vida e o entusiasmo profissional que priorizam a saúde mental. Isso também ajudará nas deliberações de políticas públicas sobre como lidar e prevenir essa síndrome. Em relação ao tratamento, a terapia cognitiva- comportamental se apresenta como um dos principais métodos utilizados pelos psicólogos para o enfrentamento da Síndrome de Burnout.

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1Acadêmica do Curso de Psicologia da UNISAPIENS.
E-mail: karolpsique1995@gmail.com

2Acadêmica do Curso de Psicologia da UNISAPIENS.
E-mail: euzilene74@gmail.com

3Acadêmica do Curso de Psicologia da UNISAPIENS.
E-mail: mislene.nobre.ferreira@gmail.com

4Doutora em Psicologia pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR/CE). Professora do Curso de Psicologia da UNISAPIENS. E-mail: helen.almeida@uniron.edu.br

5Professora do Curso de Psicologia da UNISAPIENS.
E-mail: chimene.nobre@uniron.edu.br