THE EFFECTS OF COVID-19 ON THE PSYCHOLOGICAL HEALTH OF HEALTH PROFESSIONALS AT THE MUNICIPAL HOSPITAL OF MARABÁ-PA
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8050952
Aressa Naisa Fontana¹
Karla Raissa Pires da Silva¹
Kassia Alves da Cruz¹
Tatiana Teixeira de Castro Beckemkamp²
RESUMO
Introdução – A pandemia gerada pela Covid-19 ocasionou grandes modificações, tanto na organização dos serviços de saúde quanto nas condições de saúde física e psíquicas dos profissionais que atuam na linha de frente, como médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas. Objetivo – Identificar os principais efeitos psicológicos da pandemia da covid-19 nos profissionais de saúde do Hospital Municipal de Marabá – PA. Métodos–A população de estudo foi composta pelos profissionais de saúde do HMM, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas que atuaram na linha de frente atendendo pacientes com covid-19 e que concordaram e assinaram o TCLE, no ano de 2020 e 2021. Para obtenção dos dados, foi aplicado questionários com intuito final de comparar os dados coletados com os dados da literatura e analisar as consequências na saúde mental dos profissionais de saúde advindas durante a pandemia da Covid-19. Resultados – O estudo foi construído com uma amostra inicial de 255 profissionais pertencentes a um Hospital Público de Marabá. Somente 105 destes, contabilizaram quantitativamente para às análises estatísticas. O gênero feminino teve maior expressão, com mais de 70% da amostra. Os Técnicos de Enfermagem foram a amostra de profissionais mais prevalente com mais de 70%. Após aplicabilidade dos questionários o intervalo de escore da Escala de Hamilton e Escala de Estresse Pós-Traumático se obtiveram diversos resultados de acordo com cada profissão em análise do estudo, distribuídos em função do intervalo de escore obtido. Discussões – Os profissionais de saúde que transpassaram o período pandêmico da COVID-19 foram atingidos com sequelas psicológicas e emocionais a ponto de gerar interferência direta no seu cotidiano laboral. A distância familiar, a vulnerabilidade da infecção hospitalar, o número infindo de paciente com diagnóstico de COVID-19 e o contato direto com o montante de mortes, foram gatilhos diretos para desenvolver desequilíbrios na saúde mental desses profissionais. Conclusão – Cicatrizes desenvolvidas ao delongo da pandemia recaíram sobre os profissionais da área da saúde, estando na linha de frente ou nos bastidores do processo. Ansiedade, Depressão e Estresse Pós-Traumático se evidenciaram como as afecções psicológicas mais preponderantes. Nessa atmosfera, com as marcas deixadas pela COVID-19, os profissionais afetados necessitam de um olhar mais cuidadoso a ponto de reduzir os danos para melhor continuidade laboral e manutenção da vida social.
Palavras-Chaves: Pandemia, Coronavírus, Profissionais de saúde, Saúdemental.
ABSTRACT
Introduction – The pandemic generated by covid-19 caused major changes, both in the organization of health services and in the physical and mental health conditions of professionals who were on the front line, such as doctors, nurses, nursing technicians and physiotherapists. Objective – To identify the main psychological effects of the covid-19 pandemic on health professionals at the Municipal Hospital of Marabá – PA. Methods – The study population consisted of HMM health professionals, physicians, nurses, nursing technicians and physiotherapists who worked on the front line caring for patients with covid-19 and who agreed and signed the TCLE, in the years 2020 and 2021 To obtain the data, experiments were applied with the final aim of comparing the data collected with data from the literature and analyzing the consequences on the mental health of health professionals arising during the Covid-19 pandemic. Results – The study was built with an initial sample of 255 professionals belonging to a Public Hospital in Marabá. Only 105 of these accounted quantitatively for statistical analyses. The female gender had greater expression, with more than 70% of the sample. Nursing Technicians were a more prevalent sample of professionals with more than 70%. After applicability of the tests, the Hamilton Scale score interval and the Post-Traumatic Stress Scale, different results were obtained according to each profession under analysis in the study, distributed according to the obtained score interval. Discussions – Health professionals who went through the COVID-19 pandemic period were hit with psychological and emotional sequelae to the point of causing direct interference in their daily work. Family distance, vulnerability to nosocomial infection, the endless number of patients diagnosed with COVID-19 and direct contact with the volume of deaths were direct triggers for developing imbalances in the mental health of those professionals. Conclusion – Scars developed over the course of the pandemic fell on health professionals, staying on the front line or behind the scenes of the process. Anxiety, Depression and Post-Traumatic Stress were the most prevalent psychological disorders. In this atmosphere, with the marks left by COVID-19, professionals affected by a more careful look to the point of reducing damage for better work continuity and maintenance of social life.
Keywords:Pandemic,Coronavirus,Healthprofessionals,Mentalhealth.
No último semestre de 2019, um novo corona vírus foi identificado em Wuhan, uma cidade da província de Hubei, na China. Esse vírus se disseminou aceleradamente, levando a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar emergência de saúde pública em janeiro de 2020 e caracterizá-la como uma pandemia em março de 2020. O vírus gerador da COVID-19 é denominado síndrome respiratória aguda grave corona vírus 2 (SARS-CoV-2); anteriormente chamado 2019-nCoV (HARRISON,2022).
Conforme o Ministério da Saúde (2021), no boletim epidemiológico especial n°52 publicado em fevereiro de 2021, 144.420 casos de síndrome gripal foram registrados suspeitos de covid-19 em profissionais da saúde. Destes, 39.510 (27,4%) foram confirmados. As profissões da saúde com o número maior de casos confirmados por covid-19 foram os técnicos de enfermagem totalizando 11.779 (29,8%), os enfermeiros com 6.747(17,1%), por seguinte, os médicos com 4.690(11,9%.)
A COVID-19 está associada a múltiplos problemas psiquiátricos em vários grupos, incluindo pacientes acometidos e em médicos que cuidam destes pacientes, sendo eles, suspeitos ou confirmados (UpToDate, 2022).
Dessa maneira, transtornos psiquiátricos podem aparecer em profissionais de saúde expostos à Covid-19 por lidarem diretamente na linha de frente. Sendo eles: ansiedade 12 a 20%; depressão 15 a 25%; sofrimento traumático 35 a 49%.
Os profissionais de saúde lidam a todo tempo com a morte e com decisões que podem afetar seu bem-estar físico e mental. Segundo a OMS “A saúde mental é definida como um estado de bem-estar, no qual cada indivíduo realiza seu próprio potencial, podendo lidar com o estresse normal da vida, e com o trabalho de maneira produtiva sendo capaz de contribuir com sua comunidade’’”. (WHO, 2014)
Com a evolução da pandemia, houve uma sobrecarga nos serviços de saúde mediante ao elevado número de suspeitos e confirmados pelo covid-19, gerando um aumento na procura de cuidados na área da saúde. Além disso, muitos profissionais foram afastados em quarentena sobrecarregando ainda mais os que permaneceram em escalas de plantão. Dessa forma, vários impactos negativos foram gerados, afetando os profissionais de saúde em vários aspectos mentais e sociais, como o transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de pânico, depressão e isolamento social de amigos e familiares.
Posto isso, os profissionais de saúde relatam desfechos psicológicos negativos devido aos esforços no período da pandemia ocasionada pela Covid-19, uma vez que o estresse psicológico e a angústia aguda foi mais propenso a ocorrer nos trabalhadores expostos ao vírus.
Ao se referir à saúde mental nesse contexto, observam-se condições que vão além da saúde individual, envolvendo a saúde polissêmica, em que relaciona o estado mental do indivíduo e da coletividade, conduzindo a uma situação difusa que está além da existência de uma doença física. Portanto, os fatores de estresse do cotidiano vivenciados pelos profissionais de saúde durante a pandemia, ocasionou desgaste emocional, social e principalmente, mental.
Diante disso, é de suma importância considerar as questões psicológicas, reconhecendo e acolhendo os receios e medos dos profissionais de saúde.
Neste trabalho serão apresentados dados sobre a saúde psicológica dos profissionais de saúde do Hospital Municipal de Marabá-PA durante o enfrentamento da pandemia causada pelo vírus SARS-CoV-2.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 ImpactosPsicosociaisqueumaPandemiaAcarreta
Recentemente, o Dr. Lee Jong-wook, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), advertiu a todos os ministros da Saúde das Américas, reunidos em Washington, D.C na ocasião da 46ª. Reunião Anual do Conselho Diretor da Organização Pan- Americana da Saúde (OPAS), setembro de 2005, quanto ao risco de uma ameaça de consequências sociais, econômicas e de saúde incalculáveis. “Não considerar seriamente a ameaça (da pandemia da gripe aviária) e não se preparar apropriadamente terá consequências catastróficas”. Também definiu como “momento crítico” a possibilidade certa de uma pandemia mundial por gripe aviária, um evento de enormes consequências que “não pode pegar nenhum governo, dirigente nacional ou ministro da Saúde desprevenido“, “e todos os países também devem ter uma estratégia de comunicação e estarem preparados para informar para o público sobre a pandemia, sobre o que está acontecendo e que fazer” (OMS, 2002).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o termo pandemia é utilizado para uma determinada doença que potencialmente se prolifera geograficamente em diversas regiões no mundo. A gravidade das pandemias variou na história da humanidade, dependendo da época e do local em que ocorreram e do preparo das sociedades para enfrentá-las, como a letalidade da peste-negra (i.e., peste bubônica), que ocorreu durante o século XIV, e da gripe espanhola, entre os anos de 1918 e 1920, comparáveis com as grandes guerras. Além disso, outras pandemias foram mais brandas, como a pandemia de gripe suína, entre os anos de 2009 e 2010. No entanto, a memória das pandemias não são tão presentes quanto às memórias políticas, revoluções e guerras nos estudos históricos, mesmo que estas tenham refletido na época em que foi vivenciada, mudando o curso dos acontecimentos, desafiando e ressignificando o mundo (OMS, 2020).
2.2 A pandemia da COVID-19 e a Saúde Psicológica
De acordo com Wang et al. (2020) 53,8% da população chinesa sofreu impactos psicológicos mediante a pandemia da COVID-19, obtendo uma classificação de moderada a grave. Ainda ressalta, que estes indivíduos considerados em estado de vulnerabilidade, especialmente, aqueles que faziam parte dos seguintes grupos de risco: pessoas diagnosticadas, familiares destes indivíduos, sujeitos com diagnóstico de transtornos mentais e profissionais de saúde. Ambos foram encaminhados para os serviços de apoio psicológico oferecido pelo governo chinês (Shigemura et al., 2020).
2.3 Isolamento Social e suas Consequências Socioeconômicas
No Brasil, diante da decorrência da pandemia de COVID-19, foi decretado pelo governo federal, por meio da portaria nº340, de 30 de março de 2020, recomendações sobre medidas para o enfrentamento da emergência em Saúde Pública de importância Nacional decorrente de infecção humana pela COVID-19, no âmbito das Comunidades Terapêuticas. Este documento também cita as medidas de IS, revelando a necessidade dos indivíduos com suspeita do vírus e sintomáticos permanecerem em isolamento, como meio de diminuir a progressão e disseminação do vírus, resultando em controle, e menores taxas de morbidade e mortalidade (DOU, 2020).
Ademais, em uma nota informativa lançada em 13 de maio de 2020 pelo Governo Federal, juntamente com o Ministério da Economia, informa os impactos econômicos possivelmente gerados pela pandemia da Covid-19, sendo esse impacto diretamente correlacionado ao isolamento social determinado pelo próprio Governo Federal.
As sequelas na economia estariam relacionadas a três aspectos, sendo eles: imediato devido à restrição de produção e consumo, a extensão da recuperação; e impacto de longo-prazo. Dessa maneira, obteve-se um valor estimado em R$ 20 bilhões por semana durante o isolamento social. De tal forma, o Brasil entrou em uma crise econômica impossibilitando uma melhor oferta de tratamento digno e resolutivo à população necessitada de cuidados.
2.4 DesinformaçãodaPopulação MedianteaumNovo CoronaVírus
A pandemia mundial do novo Coronavírus tem deixado toda a população em estado de alerta, o medo do contágio, da morte, as preocupações socioeconômicas e a necessidade de isolamento social, como a medida mais eficaz no combate à doença, pode gerar consequências devastadoras de curto e longo prazo na saúde mental das pessoas, principalmente àqueles na linha de frente na atenção à população (DELBEN et al., 2020).
2.5 Saúde Mental dos Profissionais da Saúde em Relação à COVID-19
Os profissionais da saúde que atuam na linha de frente da covid-19, encontram-se entre os grupos mais vulneráveis para o adoecimento mental. Os mesmos enfrentam desafios exaustivos na rotina de linha de frente, dando tudo de si para cuidar dos pacientes infectados, no qual esta rotina pode acabar resultando em desgaste físico e mental (MEIRELLES,2020)
- METODOLOGIA
Trata-se de um estudo exploratório, descritivo de caráter transversal de campo e de abordagem quantitativa realizado no Hospital Municipal de Marabá. Projeto Aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa (CEP). A construção da parte Revisional da literatura se deu pela utilização das bases de dados: Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), UpTODate.
A população de estudo é composta por profissionais de saúde do Hospital Municipal de Marabá, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas que atuaram na linha de frente de atendimento de pacientes com COVID 19.
Em relação aos Critérios de inclusão da amostra, têm-se Profissionais de saúde do Hospital Municipal de Marabá que trabalharam na linha de frente durante a pandemia do COVID-19 e que concordaram com a participação após assinatura ao Termo de consentimento Livre e Informado (TCLE). Excluídos foram da amostra os Profissionais da saúde que se recusaram a participar, não preenchendo o TCLE.
O presente estudo foi desenvolvido no Hospital Municipal de Marabá, localizado no município de Marabá, Pará, situado na Folha 17, Quadra Especial, bairro Nova Marabá, CEP: 68509- 630. Marabá possui 287.664 habitantes, sendo o centro de referência para vários municípios da região. O hospital conta com 31 leitos para a Clínica Médica e 36 leitos para a Clínica Cirúrgica, 06 leitos de unidade de cuidado intermediário e 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva, sendo que os leitos foram ampliados no início da pandemia. O hospital Municipal de Marabá conta com um corpo clínico que gira em torno de 43 enfermeiros, 254 técnicos de enfermagem, 18 fisioterapeutas, 02 psicólogos, 01 fonoaudiólogo, 04 assistentes sociais e em média 80 médicos.
A coleta de dados ocorreu a partir da aplicação de perguntas subjetivas baseadas nas escalas de Perturbação Pós- Estresse Traumático (PCL-5) (Anexo 2) e Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS) (Anexo 1) em forma de questionário para ser respondido individualmente sem interferência do pesquisador para minimizar constrangimentos. O preenchimento dos dados das respostas dos questionários deu-se em duas etapas, etapa 1 – responder os dois questionários aplicados, etapa 2 – assinatura do TCLE por parte dos participantes do estudo.
No primeiro momento, ocorreu a coleta de dados por meio de um questionário, visando coletar os dados pessoais do grupo estudado assim como aplicação das escalas de avaliação descritas acima. No segundo momento, ocorreu e comparação dos dados coletados com a análise literária feita pela equipe de pesquisa, a fim de identificar os impactos psicológicos mais comuns decorrentes da pandemia de COVID- 19, e os contrapontos existentes entre o estudo e a pesquisa realizada.
De posse dos dados colhidos por meio do questionário, foi utilizada a metodologia de estudo observacional e transversal, no qual se foi coletado o máximo de informações sobre o grupo estudado, para aproximá-las do problema da pesquisa. Foram identificados os efeitos psicológicos causados nesses indivíduos, além da repercussão no desenvolvimento social ocasionado mediante a essa adversidade. O estudo consta com uma análise estatística minuciosa que é reflexo direto dos dados colhidos.
- RESULTADOS E DISCUSSÕES
A estratégia de pesquisa contabilizou 255 profissionais pertencentes ao Hospital Municipal de Marabá como amostra inicial com potencial para aplicação dos questionários e coleta das respostas. No entanto, apenas 105 profissionais deste contingente responderam os questionários-base aplicados pelo estudo, sendo Médicos (n=27), Enfermeiros (n=36), Técnicos de Enfermagem (n=39), Fisioterapeutas (n=3). Os empecilhos observados dentre os 150 profissionais não participantes foram; 1) Recusa direta em participar 2) Não serem mais trabalhadores no Hospital alvo do estudo.
Gráfico 1.
Ao quantificar estatisticamente entre as profissões destacadas relativas aos componentes da amostra, se obteve; 5,09% dos representantes são Médicos, 20% são Enfermeiros, 71,37% são Técnicos de Enfermagem e 3,53% são Fisioterapeutas (Gráfico 2)
Gráfico 2.
Após a aplicação dos questionários com as perguntas baseadas nas Escalas de Perturbação Pós Estresse Traumático (PCL-5) e Escala de Hamilton, se estabeleceu as seguintes análises quantitativas estatísticas; O gráfico 3 reflete as porcentagens dos intervalos dos escores obtidos pelas respostas após aplicação da Escala de Hamilton aos profissionais Médicos. 81,5% se enquadravam no intervalo de escore entre 01 – 10. 11,1% se encontravam no intervalo de escore entre 11 – 20. 7,4% forram representados no intervalo entre 21 -30. Nenhum profissional apresentou estatisticamente o intervalo de escore entre 31 – 40.
Gráfico 3.
O gráfico 4, ainda representando a população de Médicos da amostra, reflete o intervalo de escore obtido após a aplicação da Escala de Estresse Pós-Traumático (PCL-5). Cerca de 74% se encaixou no intervalo de escore entre 1 -10. 25,9% entre o intervalo de 11 – 20. Nenhum representante da amostra se enquadrou nos intervalos de escore entre 21 – 30 e 31 – 40.
Gráfico 4.
O gráfico 5, reflete outra profissão, relativa á amostra dos profissionais de Enfermagem. Observa-se o intervalo de escore obtido após a aplicação da Escala de Hamilton. Obteve-se, 2,7% contida no intervalo de escore entre 01 – 10. 8,3% no intervalo entre 11 – 20. 72,2% no intervalo entre 21 – 30. 16,6% no intervalo de 31 – 40.
Gráfico 5
Já o Gráfico 6 ainda sobre a amostra dos profissionais de Enfermagem, se relaciona com os resultados obtidos após aplicação da Escala de Estresse Pós-Traumático (PCL-5), sendo 5,5% enquadrados no intervalo de escore entre 01 -10. Nenhum dado estatístico obtido para o intervalo de escore entre 11 – 20. 77,7% entre o intervalo de 21 – 30. 16,6% entre 31 – 40.
Gráfico 6
O Gráfico 7 já relaciona-se com os resultados obtidos sobre a amostra relativa aos profissionais Técnicos de Enfermagem. Obteve-se cerca de 23% dos profissionais dentro do intervalo de escore entre 01 – 10. 58,9% no intervalo entre 11 – 20. 18% no intervalo entre 21 – 30. Nenhum representante percentual no intervalo entre 31 – 40.
Gráfico 7
Abaixo se observa a representação gráfica estatística (Gráfico 8) dos intervalos de escores aplicados aos profissionais Técnicos de Enfermagem após a aplicação da Escala de Estresse Pós-Traumático. 28,2% contemplaram o intervalo de escore entre 01 – 10. 71,8% se encaixaram no intervalo entre 11 – 20. Não houve representantes estatísticos para os intervalos entre 21 – 30 e 31 – 40.
Gráfico 8
Os gráficos 9 e 10 são as representações estatísticas referentes às escalas aplicadas aos profissionais Fisioterapeutas. Sendo o Gráfico 9 reflexo pós aplicação da Escala de Hamilton, onde não se obteve dado estatístico para o intervalo de escore entre 01 – 10. O intervalo de escore entre 11 – 20 obtiveram 33,3% da amostra desses profissionais. Outros 33,3% se enquadraram a um escore maior que 40. O Gráfico 10 foi o reflexo estatístico obtido após aplicação da Escala de Estresse Pós-Traumático a estes profissionais, sendo que o intervalo de escore entre 01 – 10 não se obteve estatística. O intervalo entre 11 – 20 obteve todo o contingente da amostra, 100%. Os intervalos entre 21 – 30, 31 – 40, e maior que 40 não obteve representação estatística para essa etapa.
Gráfico 9
Gráfico 10
Datado no mês de dezembro de 2019, o surto do Coronavírus de 2019 (COVID-19) oriundo na cidade chinesa de Wuhan, trouxe uma explosão às instituições de saúde, a ponto de gerar um colapso do sistema, sendo os profissionais da saúde a linha de frente no combate e soma a horas infindas de trabalho e estresse desmedido (XIAO et al., 2020).
O enfrentamento de forma eficaz por parte dos profissionais de saúde contra a COVID-19 os tornou altamente passivos de infecção pela SARS-CoV-2, associado o forte desgaste profissional e pessoal (LI et al., 2020). Nesse raciocínio, de acordo com Cho (2016), que relata sobre as transmissões assintomáticas no interior hospitalar, há um risco alavancado de tal infecção e exposições associadas, sendo os profissionais da saúde uma amostra de alto risco.
A exigência e o estresse desencadeados a esses profissionais, em resposta nas necessidades para promover o processo do diagnóstico, terapêutica e cuidados para com os doentes com COVID-19, os fazem alvo de pressões externas e internas que podem afetar sua área profissional.
A sobrecarga de serviço predispõe o desenvolvimento de alto estresse associado a conflitos emocionais ao profissional da saúde. Escassez de proteção pessoal e equipamentos, distância demorada da família, ascendência incontrolável da incidência e taxa de mortalidade, redes sociais e divulgação de notícias na mídia, alto riscam de infecção pela exposição prolongada, são fatores que corroboram que o desajuste na esfera emocional do profissional (ZHANG et al., 2020). Há uma repercussão avassaladora sobre a psicologia e saúde mental dessa população de trabalhadores de linha de frente.
Os estudos desenvolvidos por Li et al. (2020) relatam que deveria haver uma atenção aos problemas psicológicos dos profissionais de saúde, especialmente dos enfermeiros não pertencentes à “linha da frente”. Já os estudos de Xiao et al expressa que os médicos tiveram níveis de ansiedade, estresse e autoeficácia que dependeram da qualidade do sono e do apoio social
A contribuição de Zhang et al é importante para soma desta discussão, sendo que seus resultados afirmaram que durante o surto da COVID-19, os profissionais de saúde tiveram problemas psicossociais e fatores de risco para os desenvolver.
- CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Período Pandêmico da COVID 19 trouxe inúmeros destroços para a população mundial, afetando todas as naturezas sociais, laborais e psicológicas dos que a enfrentaram. Sobre o aspecto psicológico, a afecção desencadeou diversos acometimentos que se refletem até hoje, a incluir os Profissionais da Área da Saúde. O presente estudo reflete sobre o quão a pandemia gerou desgaste psicológico na amostra estudada, que no caso são os profissionais da saúde trabalhadores do Hospital Municipal de Marabá. Existe uma relevância significativa ao levantar tal problemática e refleti-la em forma estatística, dado que se consegue observar com maior clareza a perturbação causada pela COVID 19 na população foco deste estudo.
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1 – Discente. Faculdade de Ciências Médicas do Pará – FACIMPA, Marabá/PA, Brasil.
2 – Cirurgiã Vascular. Docente do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas do Pará – FACIMPA, Marabá/PA, Brasil.