UNDERSTANDING OF TRADITIONAL CHINESE MEDICINE FOR HEALTH PRACTICES AND LEGAL ASPECTS OF THIS PRACTICE FOR THE NUTRITIONIST
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8047463
Julianne De Lima Araújo;
Rita De Cássia Tenório Nunes;
Orientador: Isadora Bianco Cardoso De Menezes.
RESUMO
Esta pesquisa buscou compreensão da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) para as práticas de saúde e os aspectos legais dessa prática para o nutricionista. A MTC busca compreender e tratar o indivíduo de forma integral, considerando o equilíbrio energético e a interação entre o ser humano e o ambiente. No diagnóstico da MTC, são utilizados critérios como autenticação, olfação, palpação e interrogatório. A individualidade do paciente é essencial para o diagnóstico e tratamento capacitado. As práticas integrativas e complementares em saúde têm sido cada vez mais reconhecidas e valorizadas, e a MTC desempenha um papel importante nesse contexto. Embora as narrativas possam ter menor evidência científica, elas são essenciais para contribuir com o debate e atualizar o conhecimento em determinadas áreas. A sua aplicabilidade legal tem sido abordada em diretrizes nacionais e internacionais, e sua implementação na prática do nutricionista pode trazer benefícios para a saúde e bem-estar dos pacientes.
Palavras chaves: Medicina Tradicional Chinesa, Nutrição, saúde.
ABSTRACT
This research sought to understand Traditional Chinese Medicine (TCM) for health practices and legal aspects for health professionals. TCM seeks to understand and treat the individual in an integral way, considering the energy balance and the interaction between the human being and the environment. In the diagnosis of TCM, criteria such as authentication, olfaction, palpation and interrogation are used. Patient individuality is essential for skilled diagnosis and treatment. Integrative and complementary practices in health have been increasingly recognized and valued, and TCM plays an important role in this context. Although narratives may have less scientific evidence, they are essential to contribute to the debate and update knowledge in certain areas. Its legal applicability has been addressed in national and international guidelines, and its implementation in nutritionist practice can bring benefits to the health and well-being of patients.
Keywords: Traditional Chinese Medicine, Nutrition, health.
- INTRODUÇÃO
A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) originou-se por volta de 3000 a.C. na China, uma das primeiras civilizações do mundo e vem evoluindo até os dias atuais acumulando experiências teóricas e práticas através de sua aplicação para a manutenção da saúde dos indivíduos, visando a integração do conceito de homem e natureza buscando a integridade harmônica entre as partes. Embora ainda utilizada em muitos países asiáticos, no ocidente esta prática possui resistência e desafios propostos pela medicina moderna desafiada pela interpretação científica e estudos clínicos com altos níveis de evidências clínicas para sua eficácia (WEN, 2006; WANG, 2012; MA, 2016; TAHA, 2022).
Todavia, nos últimos anos a MTC vem ganhando cada vez mais popularidade em todo o mundo. Espera-se que pesquisas gerem resultados para prevenção de doenças e que permitam que a medicina se torne preditiva, personalizada, preventiva e participativa onde o processo, conceitos e métodos das culturas ocidental e oriental serão combinados (WANG, 2012).
O Relatório Global da Organização Mundial de Saúde (2019) apresenta que as práticas advindas da MTC são importantes e muitas vezes subestimadas como recurso de saúde, especialmente para a prevenção e manejo de doenças crônicas, por exemplo.
No Brasil, a medicina alternativa e complementar (MAC) foi introduzida no sistema público de saúde brasileiro no final da década de 1980. No Brasil, a MTC é considerada uma Prática Integrativa e Complementar em Saúde (PIC), definição que que foi publicada desde 2006 na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), onde leva ao reconhecimento e desenvolvimento também de outras modalidades de MAC no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) (WHO, 2019; TESSER, 2019).
A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) define essas práticas em saúde como recursos terapêuticos que buscam a prevenção de doenças e a recuperação da saúde, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade. Entre as principais diretrizes da PNPIC está o aumento da resolutividade dos serviços de saúde, que ocorre a partir da integração – ao modelo convencional de cuidado – de racionalidades com olhar e atuação mais ampliados, agindo de forma integrada e/ou complementar no diagnóstico, na avaliação e no cuidado (BRASIL, 2017).
O debate a respeito das práticas integrativas e complementares (PICS) na Nutrição no Brasil teve início em 2002, quando o Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) buscou pareceres sobre os seguintes tratamentos: Acupuntura, Medicina Tradicional Chinesa. Em 2003, o CFN em parceria com a Associação Brasileira de Nutrição (ASBRAN), realizou o 1º seminário de terapias complementares em São Paulo, onde foram discutidas todas essas práticas, sua utilização e eficácia. Uma grande proposta do seminário foi o estabelecimento de um Grupo de Trabalho (GT) Nacional para terapias complementares e grupos de Trabalho Regionais (CFN, 2003).
Desde o primeiro semestre de 2019, o Grupo de Trabalho do CFN realizava pesquisas sobre as vinte e nove PICS em Saúde e a possibilidade de aplicá-las aos nutricionistas atuantes no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e na saúde suplementar. O Grupo de Trabalho realizou, inclusive, uma escuta sobre o assunto junto a nutricionistas, em 2020. (FLORIANO, SILVA, 2021).
A atuação do profissional nutricionista neste novo âmbito recentemente autorizada pelo seu respectivo conselho gera dúvidas e lacunas relacionadas à ciência da nutrição e sua relação com a MTC, assim como outras práticas integrativas e complementares em saúde. Com base no referencial apresentado, o objetivo deste estudo é a compreensão da Medicina Tradicional Chinesa para as práticas de saúde e os aspectos legais dessa prática para o nutricionista, através de uma revisão da literatura.
- METODOLOGIA
O presente artigo trata de uma revisão narrativa, com a finalidade de descrever e discutir sobre o assunto proposto. A revisão foi realizada de forma não sistemática no período de abril a maio de 2023. As buscas se basearam na pergunta norteadora do estudo: “Qual a importância da medicina tradicional chinesa na prática do profissional nutricionista?”.
A busca bibliográfica foi realizada nas bases de dados Scielo, Pubmed e Google Acadêmico, complementada com uma busca manual nas listas de referências dos trabalhos selecionados. A busca incluiu as palavras-chave: “medicina tradicional chinesa”, “medicina chinesa”, “práticas integrativas complementares”, “práticas complementares”, “práticas integrativas”, combinados entre si. As buscas foram realizadas sem limitação de data, país do estudo ou área de conhecimento.
Foram incluídos no estudo artigos originais, de revisão e e-books nos idiomas inglês, espanhol e português. A seleção dos artigos, documentos oficiais nacionais e internacionais abrangeu o período de 1974 a 2023.
Devido à seleção arbitrária de artigos e por estar sujeita a viés de seleção, esse tipo de revisão possuem menor evidência científica, todavia são consideradas essenciais para contribuições no debate de determinadas temáticas, levantando questões e colaborando para a atualização do conhecimento (ROTHER, 2007).
As discussões e dados apresentados em seis tópicos onde abordou os métodos usados pela aplicabilidade legal Medicina Tradicional Chinesa, as práticas utilizadas por profissionais de saúde dentre eles os nutricionistas.
- REVISÃO DA LITERATURA
3.1 PAUTAS LEGAIS DA APLICABILIDADE DA MEDICINA CHINESA DE NUTRIÇÃO.
De acordo com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde (PNPIC), aprovada pela Portaria Ministerial nº 971, de 3 de maio de 2006, que contempla a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) de acupuntura, homeopatia, plantas medicinais e fitoterapia, medicina antroposófica e termalismo social/crenoterapia.
A expansão da prática da Medicina Tradicional Chinesa no serviço público de saúde teve como principal instrumento o Sistema Único de Saúde. A discussão e a implantação das Práticas Integrativas e Complementares no SUS não se deu de modo fácil, pelo contrário, ainda nos dias atuais tem sofrido uma forte oposição principalmente da categoria dos médicos que empreendem esforços para evitar sua implantação ou então tentam restringir a atuação dos profissionais não-médicos. Essa Portaria nº971 de 03 de maio de 2006, foi regulamentada pelo Conselho Nacional de Saúde que tem garantido que práticas como a homeopatia, acupuntura, fitoterapia e termalismo social/crenoterapia sejam oferecidas na rede pública (BRASIL, 1990; SILVA FILHO,2021).
Na nutrição, algumas iniciativas vêm sendo delineadas a fim de aproximar a atuação do nutricionista com a abordagem complementar e integral, tal como a Resolução 402/2007 do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), que foi revogada e Alterada pela Resolução CFN nº 688/2021, do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN). Essa resolução regulamenta a prescrição fitoterápica por este profissional, considerando o incentivo da Organização Mundial de Saúde (OMS) no uso de plantas medicinais nos serviços públicos, recomendação ratificada na II Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. A Resolução permite ao nutricionista a prescrição de formas terapêuticas exclusivamente de uso oral, tais como infuso, decocto, alcoolatura e extrato (FLORIANO, SILVA, 2021).
Recentemente, em janeiro de 2021, como resultado dos debates realizados no decorrer dos anos, pelos GTs e pelo Conselho Federal de Nutricionistas, teve três importantes resoluções publicadas no Diário Oficial da União, sobre o uso de Práticas Integrativas e Complementares para os nutricionistas que são a Resolução 679/2021, Regulamentando o funcionamento do PICS por Nutricionistas e a Resolução 680/2021, Regulamenta a Prática da Fitoterapia Nutricionistas (Vigente – Alterada pela 688/2021 – Retificada, 731/2022) (FLORIANO, SILVA, 2021).
3.2 MEDICINA TRADICIONAL CHINESA E SUA COMPREENSÃO NA PRÁTICA PROFISSIONAL DE SAÚDE
As modalidades de intervenção terapêutica atreladas à medicina tradicional chinesa perpassam por um processo de mimetização da tendência da medicina ocidental contemporânea. Ressalta-se, algumas subdivisões de especialidades ligeiramente apartadas entre si: auriculoterapia, fitoterapia, dietoterapia e exercícios terapêuticos. O referido isolamento se deve parcialmente ao empenho em experienciar cientificamente as repercussões de cada método terapêutico. Contudo, faz-se relevante considerar que em sua cultura de origem, a terapêutica frequentemente associa duas ou mais modalidades de intervenção. Em outras palavras, também se faz uso conjunto das técnicas orientais supracitadas. Isso ocorre devido a uma parcela da clientela praticar algum exercício vitalista para a saúde (LUIZ, 2012).
A MTC procura compreender e promover o tratamento ao indivíduo em sua complexidade e integralmente, com fins de estabelecer previamente diagnósticos energéticos. Por meio desse processo, torna-se plausível conceber que a medicina tradicional chinesa baseia-se na integração e interação entre o ser humano e o ambiente, a conservação da saúde e a prevenção das enfermidades, com vistas em promover a harmonia acerca do estado de saúde geral das pessoas (Yamamura, 2006).
No cotidiano da prática clínica, com fins na realização da avaliação diagnóstica de MTC, se realiza a identificação do padrão de desequilíbrio primordialmente por meio de quatro critérios: inspeção, olfação, palpação e interrogatório. Assim, se torna possível promover a conformação do tratamento para que surja uma menor quantidade de efeitos colaterais, isso ocorre através da compreensão do desequilíbrio dos referidos padrões energéticos. Sendo assim, a individualidade do indivíduo é essencial para se obter o diagnóstico de cada pessoa e a cada momento do tratamento (KUREBAYASHI, 2015).
As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) são uma denominação recente do Ministério da Saúde para a Medicina Complementar/Alternativa, com uma ampla variedade de aplicações no Brasil. Este campo de conhecimento e práticas é distinguido pela presença de uma ampla variedade de métodos diagnóstico-terapêuticos, tecnologias não invasivas, filosofias orientais, práticas religiosas e estratégias de autodescoberta, que se combinam para criar abordagens delicadas para a experiência do corpo. Esse vasto acervo terapêutico também inclui recursos como terapias nutricionais, disciplinas corporais, várias modalidades de massoterapia, práticas xamânicas e estilos de vida relacionados à ecologia e ao naturalismo (ANDRADE; COSTA, 2010).
É importante ressaltar que, para compreender a investigação proposta – a percepção do corpo a partir do contato com a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) – é necessário considerar, primeiramente, que se trata de uma forma terapêutica peculiar. Essa terapia foi construída ao longo de milênios por uma coletividade geograficamente, socialmente e culturalmente distante da nossa. A MTC tem sua origem na cosmologia Taoísta, que difere da cosmologia biomédica orientadora das ações no Sistema Único de Saúde (SUS). Assim, tornou-se imperativo discorrer sobre os fundamentos filosóficos da MTC, a fim de apresentar as bases que justificam a investigação das concepções de corpo dentro dessa cosmologia (CINTRA; PEREIRA, 2012).
A Medicina Tradicional Chinesa fundamenta-se em princípios taoístas e energéticos, os quais concebem o indivíduo como uma entidade holística e intrinsecamente ligada ao universo como um todo. De acordo com essa abordagem, o corpo humano é constituído por um complexo sistema de energias originadas do céu e da terra, que percorrem todo o organismo e devem ser mantidas em um estado de equilíbrio contínuo. Quando esse equilíbrio é perturbado, podem ocorrer patologias. A terapêutica da Medicina Tradicional Chinesa visa restabelecer o fluxo de energia vital pelo organismo, utilizando diversos recursos como acupuntura, moxabustão, farmacopéia, dietética, tai chi chuan e qi gong (SILVA, 1997).
As práticas integrativas e complementares são caracterizadas por um conjunto de terapias que visam à prevenção e promoção da saúde. Elas têm como objetivo estimular os mecanismos naturais de prevenção e recuperação da saúde por meio de tecnologias eficazes e seguras, adotando uma abordagem acolhedora, uma visão ampliada do processo saúde-doença e a promoção global do cuidado humano, integrando-o com o meio ambiente e a sociedade (ANDRADE; DA COSTA, 2010).
O campo das práticas integrativas, alternativas ou complementares em saúde tem se tornado cada vez mais visível na atualidade brasileira. Estes recursos são adotados e difundidos por clínicas particulares, comunidades tradicionais, igrejas, movimentos sociais e organizações não governamentais, e também encontram apoio nos serviços públicos de saúde. Essas práticas e métodos de atenção em saúde têm sido objeto de investigação e validação por órgãos governamentais, e recentemente o Ministério da Saúde estabeleceu regulamentações para estimular a disseminação da Medicina complementar (ANDRADE; COSTA, 2010).
3.2.2 DIETOTERAPIA E FITOTERAPIA NO AYURVEDA
O termo “ayurveda”, em sânscrito, significa “ciência da vida”, onde “ayur” se refere à vida e “veda” à “conhecimento” ou “sabedoria”. Também conhecida como “ciência da vitalidade”, “sabedoria da vida” ou ainda “ciência da saúde e da longevidade”, a ciência ayurvédica é considerada um ramo do Atharva Veda, uma das quatro partes do grande livro sagrado da Índia – os Vedas (divididos em Rig, Sama, Atharva e Yajur). Tão importante para o hinduísmo como o Tao Te Ching para os chineses, os Vedas são a origem dessa ciência antiga, e para entender a história do ayurveda é preciso retornar aos tempos védicos, ou seja, ao II milênio a.C. (Marques, 2012).
Segundo Bezerra et al. (2019), com o Ayurveda, estudamos os efeitos da atuação desses elementos no ser humano. Aqueles são os elementos que se combinam em pares e formam doshas, que são fluidos corporais por meio dos quais agem no tempo, na nossa fisiologia e equilíbrio. Além disso, é possível determinar biotipos e ainda respeitar a individualidade de cada criatura. Quando essas energias estão em desarmonia, elas se manifestam patologicamente ao qual envolve um vasto conhecimento a respeito dos alimentos que mantêm ou não o equilíbrio dos doshas, quanto ao seu modo de preparo, condimentos, combinações entre os alimentos fazem parte de uma dieta ayurvedica.
Sobre a concepção de Vendrame (2012), esta ciência da prática é focada no desenvolvimento de um equilíbrio da pessoa como um todo sem fragmentos trabalhando juntos nos corpos físico, mental, emocional, social e sutil daqueles que interagem. O bem-estar depende da interação harmoniosa desses aspectos e, quando ocorre essa interação, a qualidade de vida melhoram.
Nas palavras de Coury (2004), na dietoterapia chinesa a classificação entre Yin e Yang os alimentos são divididos em frios, frescos, neutros, mornos e quentes de acordo com sua natureza. Além desse aspecto, a alimentação é influenciada pela classificação dos cinco elementos. Cada elemento corresponde a um sabor específico e determina recomendações dietéticas para cada indivíduo com base na saúde e no equilíbrio entre Yin e Yang.
3.2.3 DIETOTERAPIA E/OU FITOTERAPIA NA MEDICINA ANTROPOSÓFICA APLICADA À SAÚDE
A medicina antroposófica é um sistema de tratamento multimodal integrativo, o desenvolvimento da medicina tradicional que integra uma abordagem holística das pessoas e da natureza, doença e cura, ao qual foi iniciada nos anos 1920 por Rudolf Steiner e Ita Wegman. Ela está estabelecida em 80 países ao redor do mundo, mas predomina na Europa Central. É praticada por médicos, terapeutas e enfermeiros, oferecendo tratamento especializado e terapia que inclui medicina, arte, atletismo, massagem e habilidades de enfermagem especializadas (KIENLE, 2015).
Ainda sobre o pensamento de Kienle (2015), a terapia cognitiva também é prescrita por muitos outros médicos com o tratamento em diferentes níveis. Os médicos antroposóficos geralmente trabalham na atenção primária. A medicina cognitiva não se limita à prática geral, que também é praticada em campos mais especializados.
A Nutrição Chinesa, uma das especialidades médicas mais antigas da China, adota uma classificação dos alimentos em termos de Yin e Yang, considerando sua cor, forma e teor de água. Na filosofia taoísta, o regime alimentar é considerado de extrema importância para a manutenção da saúde (BEAU, 1974).
Na dieta antroposófica, além da atenção às origens intrínsecas e biodinâmicas dos alimentos, destaca-se a qualidade da vitalidade dos alimentos e a prática do lactovegetarianismo, considerando a exclusão da carne como uma escolha individual geralmente associada a aspectos de desenvolvimento espiritual. (COURY; SILVA; AZEVEDO, 2007).
3.2.4 FITOTERAPIA EM MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
A terapia fitoterápica é distinta da terapia dinamizada. Ela pode acompanhar – e frequentemente o faz – a terapia farmacológica antroposófica, seja por meio de chás, pomadas, óleos, essências ou outras formulações fitoterápicas. Na medicina antroposófica, a terapia fitoterápica é considerada um poderoso nível de intervenção curativa (LUZ; WENCESLAU, 2012).
A fitoterapia é uma prática de longa tradição na Medicina Tradicional Chinesa (MTC), que se baseia em um diagnóstico holístico, próprio da filosofia oriental. Embora essa prática tenha sido amplamente utilizada, as sinergias, doses e indicações foram estabelecidas empiricamente, e a composição química, toxicidade e relação causa-efeito dessas ervas ainda requerem investigação para serem esclarecidas (Shao & Zang, 2013).
A fitoterapia chinesa é uma abordagem da Medicina Tradicional Chinesa que se dedica ao estudo das plantas medicinais, incluindo suas propriedades, benefícios, toxicidade e mecanismos de ação. A Medicina Tradicional Chinesa se baseia em princípios fundamentais, tais como a teoria do Yin Yang, a teoria dos cinco elementos, o sistema de meridianos, a farmacopeia e os métodos de tratamento com base nessas teorias, uma vez que na utilização de plantas medicinais, é essencial o processo de catalogação das espécies vegetais empregadas no tratamento, bem como a organização das fórmulas herbáceas (OLIVEIRA, 2016).
A fitoterapia pode ser adotada como complemento nos tratamentos alopáticos, contudo é imprescindível levar em conta as possíveis interações e efeitos colaterais. Além disso, os profissionais da saúde que optam por essa prática devem estar atentos aos medicamentos que os pacientes já utilizam e possuir o conhecimento adequado para a prescrição das ervas medicinais. Embora a fitoterapia tenha sido amplamente estudada, há ainda poucos estudos disponíveis sobre o tema. Em contrapartida, os estudos com enfoque e objetivo etnobotânico e farmacológico têm se mostrado mais numerosos e crescentes (BRUNING et al., 2012).
3.2.5 AURICULOTERAPIA
A etimologia da palavra “auriculoterapia” tem origem no latim, em que “auris” significa “orelha” e “aurícula” significa “pequena orelha”, e no grego “therapien”, que significa “tratamento”. Essa terapia é realizada estimulando pontos específicos encontrados na superfície da orelha externa e é empregada para o tratamento de diversas enfermidades (JÚNIOR, 1994).
A auriculoterapia se baseia na ideia central de que cada parte do corpo possui um ponto reflexo correspondente na orelha que pode ser utilizado para diagnóstico e tratamento. É uma das práticas da Medicina Tradicional Chinesa e utiliza pontos específicos no pavilhão auricular para tratar diversas desordens do corpo, incluindo doenças dolorosas, inflamatórias, endocrinometabólicas, do sistema urogenital, enfermidades de caráter funcional, crônicas e infecto-contagiosas (KUREBAYASHI, 2015).
A auriculoterapia é uma prática milenar pertencente à medicina tradicional chinesa, que tem sido praticada há milhares de anos na China e em outros países do continente asiático. Devido à sua eficácia no tratamento de diversas doenças e condições, a acupuntura tem sido reconhecida como um instrumento útil na prática da saúde. Ao longo do tempo, a acupuntura evoluiu e atraiu cada vez mais adeptos, o que tem chamado a atenção da comunidade científica para compreender melhor seu mecanismo de ação e eficácia (LIN, 2013).
A auriculoterapia é uma técnica da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) que faz uso da Acupuntura. Consiste na manipulação do pavilhão auricular, por meio de métodos simples, precisos e de fácil aplicação, para diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças. Essa técnica permite que o próprio paciente estimule o pavilhão auricular, pressionando as esferas ou sementes, inclusive em casa, o que tem levado a um grande desenvolvimento e aceitação dessa prática terapêutica (FREZZA, 2017).
A ativação de pontos específicos por meio de estimulação desencadeia uma resposta no sistema nervoso central, agindo na estrutura reticular. A excitação em múltiplos receptores enviam impulsos ao núcleo trigêmeo e, consequentemente, ao tronco cerebral, regulando a dor e as funções dos órgãos internos (WEILER; BORBA; FERREIRA, 2012).
A terapia auricular é um método que se utiliza da estimulação dos pontos reflexos presentes no pavilhão auricular, com o objetivo de tratar doenças físicas e mentais. Esses pontos reflexos correspondem a órgãos, vísceras e funções específicas do corpo humano, e a estimulação desses pontos pode atingir o sistema nervoso central, incluindo o cérebro, produzindo reações que visam prevenir e curar enfermidades no organismo dos pacientes em tratamento (BROVEDAN, 2012).
Devido às implicações fisiológicas, histológicas e elétricas, a auriculoterapia apresenta uma estrutura distinta, com uma rica rede vascular e feixes neurovasculares específicos. Isso pode explicar o seu uso no diagnóstico e tratamento de doenças, pois a inervação periférica da orelha e a possível interferência neural central de várias fibras sensoriais originárias do tronco cerebral e do tálamo podem estar envolvidas. Quando os estímulos são aplicados na orelha, eles são detectados pelos receptores sensoriais da pele e transmitidos ao sistema nervoso central. Embora muitos estudos tenham demonstrado a ação da acupuntura sistêmica na inibição da dor e suas repercussões neurofisiológicas, são necessárias mais pesquisas sobre a acupuntura auricular (KUREBAYASHI; SILVA, 2015).
A auriculoterapia é uma alternativa terapêutica que oferece aos pacientes a possibilidade de tratamento sem o uso de medicamentos químicos e sem a necessidade de procedimentos invasivos. Embora não seja um tratamento intensivo, é amplamente utilizado para tratar uma variedade de condições, incluindo dores, obesidade, tabagismo, ansiedade, síndrome do pânico e depressão, entre outras. Os pontos auriculares são considerados um microssistema que registra as informações do histórico patológico do indivíduo, permitindo a identificação de mudanças fisiológicas do corpo. Esses pontos são localizados na orelha e atuam como receptores de sinais, cada ponto corresponde a uma enfermidade específica (DOMINGO, 2011).
- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sobre o contexto apresentado ao longo deste trabalho nos coloca diante de um panorama complexo. Combinando o sistema médico da medicina ocidental Moderna (Biomédica) e Medicina Tradicional Chinesa (MTC), situação em que a conversa é possível entre as diferentes concepções de corpo, saúde e doença, nesta relação terapêutica, fornecendo pensamentos diferentes sobre o corpo.
Nesse cenário, a atuação de práticas integrativas e complementares aliada a prática clínica para o nutricionista, pois este profissional possui um papel fundamenta para promoção de saúde, prevenção e recuperação de doenças, de forma oportuna e singular de acordo com cada paciente.
Considerando o exposto, pode-se considerar justificada a inclusão de evidências médicas e outras orientações nutricionais no campo da nutrição e prática profissional complementar. Reconhecer isso ajuda a capturar e entender outras perspectivas, incluindo aqueles relevantes para os consumidores, e pode fortalecer as recomendações para uma abordagem mais ampla à saúde, à ciência nutricional e à prática nutricional.
Vale ressaltar que estudos científicos devem ser realizados em especial para a população brasileira, para que os profissionais possam basear sua prática e entender o contexto de atuação, visto que a literatura atual não é vasta relacionando as PICS á ciência da Nutrição.
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Julianne de Lima Araújo
Acadêmica de Nutrição
juliannedelimaaraujo@gmail.com
Rita de Cássia Tenório Nunes
Acadêmica de Nutrição
rita.tenorio.nunes@gmail.com